evangélico - andrew murray - sê perfeito - Reavivamentos
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Capítulo 4<br />
TENHO ANDADO NA TUA PRESENÇA COM CORAÇÃO PERFEITO<br />
"Então virou Ezequias o rosto para a parede, e orou ao SENHOR, dizendo: Lembra-te, SENHOR,<br />
peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos<br />
teus olhos... veio a ele [ Isaías ] a palavra do SENHOR, dizendo... dize a Ezequias... Assim diz o<br />
SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração... eis que eu te curarei" (II Reis 20:2-5).<br />
Como a simplicidade de uma criança, é essa comunhão com Deus! Quando o Filho estava às portas<br />
da morte, Ele orou: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e<br />
agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo" (João 17:4,5). Jesus Cristo baseou Sua vida e Sua obra<br />
fundamentando Sua espera na resposta à oração que apresentou. Semelhantemente suplicou<br />
Ezequias, o servo de Deus, não à base do mérito pessoal, naturalmente, mas na confiança que Deus<br />
"não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu<br />
nome" (Hebreus 6:10), e que Deus se lembraria de como ele andara na Sua presença com coração<br />
<strong>perfeito</strong>.<br />
Essas palavras, antes de mais nada, nos sugerem este pensamento, que o homem que anda com<br />
coração <strong>perfeito</strong> diante de Deus, pode ter conhecimento disso — isso pode ser uma questão<br />
consciente para ele. Examinemos agora o testemunho que as Escrituras nos apresentam do rei<br />
Ezequias (II Reis 18:3-6): "Fez ele o que era reto perante o SENHOR, segundo tudo o que fizera Davi,<br />
seu pai." Seguem-se, então, os diferentes elementos de sua vida que eram retos no parecer do<br />
Senhor. "Confiou no SENHOR Deus de Israel... se apegou ao SENHOR, não deixou de segui-lo.<br />
Guardou os mandamentos que o SENHOR ordenara a Moisés. Assim foi o SENHOR com ele." Sua<br />
vida se caracterizou pela confiança e amor, constância e obediência. E o senhor esteve sempre com<br />
ele. Ezequias foi um dos santos a respeito dos quais lemos: "pela fé, os antigos obtiveram bom<br />
testemunho" (Hebreus 11:2). Esse é o testemunho bíblico de que foram retos, de que suas vidas<br />
foram agradáveis aos olhos de Deus.<br />
Procuremos ter essa consciência abençoada. Paulo a manifestou ao escrever: "Porque a nossa glória<br />
é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com santidade e sinceridade de Deus, não<br />
com sabedoria humana, mas na graça divina, temos vivido no mundo, e mais especialmente para<br />
convosco" (II Coríntios 1:12).<br />
O apóstolo João também a expressou quando disse: "Amados, se o coração não nos acusar, temos<br />
confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus<br />
mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável" (I João 3:21,22). Se quisermos gozar de<br />
perfeita paz e confiança, então temos de andar na ousadia santa e na glória bendita a que as<br />
Escrituras se referem, e saber que nosso coração é <strong>perfeito</strong> para com Deus.<br />
A oração de Ezequias sugere uma segunda lição — que a consciência do coração <strong>perfeito</strong> nos dá<br />
um maravilhoso poder na oração. Leiamos novamente as palavras dessa oração, e notemos quão<br />
distintamente Ezequias baseou-se no seu andar de coração <strong>perfeito</strong> para com o Senhor. Por isso<br />
acabamos de citar I João, onde claramente ele diz que "aquilo que pedimos, dele recebemos,<br />
porque guardamos os seus mandamentos." É o coração que não nos condena, e que sabe que é<br />
<strong>perfeito</strong> perante Deus, que nos proporciona essa ousadia.<br />
Provavelmente não há um único leitor destas linhas que não possa testificar quão dolorosamente,<br />
em certas ocasiões, a consciência de que o seu coração não era <strong>perfeito</strong> para com Deus, serviu de<br />
obstáculo para a confiança na oração. Além disso surgiu noções errôneas sobre o que seja um<br />
coração <strong>perfeito</strong>, e sobre o perigo da justiça própria, quando o crente ora à semelhança de