discutindo sexualidade e gênero na escola: algumas considerações
discutindo sexualidade e gênero na escola: algumas considerações
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atividade vem ao encontro das discussões de <strong>gênero</strong> que aborda a diferenciação<br />
histórica que foi estabelecida entre homens e mulheres, reconhecendo as inúmeras<br />
situações de opressão <strong>na</strong>s quais as mulheres seguidamente foram vítimas ao longo do<br />
tempo e a urgente necessidade da conscientização de que homens e mulheres não são<br />
feitos humanos, mas se constituem como tal.<br />
ALGUNS REFLEXOS DO TRABALHO<br />
Ao procurarmos entender o espaço <strong>escola</strong>r enquanto local de sociabilidade e<br />
práticas culturais, não podemos deixar de concebermos o Ideal da Diversidade que é<br />
pregado <strong>na</strong> <strong>escola</strong>, onde as práticas discursivas que construíram este ideário fazem<br />
<strong>algumas</strong> aproximações com a diversidade de classe, raça, orientação sexual, etnia. No<br />
entanto, essa diversidade não deveria ape<strong>na</strong>s ser considerada como um enriquecimento<br />
multicultural, mas sim, problematizada.<br />
Com isso, ao invés de assimilarmos a posição socialmente aceita e<br />
pedagogicamente recomendada <strong>na</strong> <strong>escola</strong> de respeito e tolerância para com a<br />
diversidade e a diferença; deveríamos proporcio<strong>na</strong>r uma problematização a respeito<br />
dessas questões, já que elas não se esgotam aí e essa perspectiva não seria suficiente<br />
para servir de base para uma reestruturação <strong>na</strong> <strong>escola</strong> acerca da identidade e da<br />
diferença.<br />
É necessário reconhecer que, de forma sutil, a <strong>escola</strong> vai se utilizando de<br />
estratégias de gover<strong>na</strong>bilidade através de práticas discursivas, de interdições, de práticas<br />
de controle de si e dos outros. Assim, no interior da instituição, vão sendo constituídos<br />
jogos de relacio<strong>na</strong>mentos mergulhados numa rede de micropoderes que se atravessam e<br />
se modificam, resultando num estranho equilíbrio entre o que pertence ao sujeito e o<br />
que lhe é desig<strong>na</strong>do pelo social (EIZIRIK e COMERLATO, 2004). Nessa atividade do<br />
pensamento sobre o pensamento implica um conhecimento e um reconhecimento das<br />
regras de conduta que funcio<strong>na</strong>m como verdades e prescrições. Mas... existe, todavia<br />
uma consciência e uma problematização desse controle, uma produção de saber que é<br />
freqüentemente ignorada - o saber produzido dentro da <strong>escola</strong>, nos limites<br />
possibilitados exatamente pela liberdade e pela autonomia, ingredientes inelutáveis da<br />
possibilidade de resistência ( idem, p.99).<br />
Além disso, é notório que ao falar de <strong>sexualidade</strong> não podemos abordá-la ape<strong>na</strong>s<br />
sob o aspecto científico, e também não podemos considerá-la separada das questões de<br />
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