Crônic@ - Canoa Multimidia
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Enfim um reveillon sóbrio<br />
Comecei a beber aos nove<br />
anos de idade em um revellon<br />
na Rua Lauro Muller no bairro<br />
da Urca no Rio de Janeiro na<br />
casa de tias. Eu e um primo roubamos<br />
uma garrafa de vinho<br />
barato de cima da mesa farta e<br />
fomos beber com outra prima da mesma idade no vão da escada<br />
do prédio. Depois a família toda foi ver queima de fogos na Praia<br />
Vermelha e eu bêbado pra caralho. Gostei tanto da sensação que<br />
não parei até o dia de hoje, meu primeiro revellon sóbrio aos quarenta<br />
e oito anos de idade. Resolvi passar com meus pais o primeiro<br />
ano novo completamente de cara e não achei ruim, descobri<br />
ao acaso as delicias da sobriedade, e como estou na casa deles<br />
espero que não seja só mais um surto de sonso. Para passar o tempo<br />
resolvi conversar inutilidades com amigos pela rede. Encontro<br />
uma amiga de Manaus que tem alma de ema, feminino de emo,<br />
odeia alegria e principalmente alegria histérica coletiva de fim de<br />
ano, portanto fica em casa mais deprimida que o normal, falando<br />
mal da grande bobagem que é ficar feliz por passagem de ano.<br />
Enche a cara sozinha e quando bate a lombra ela cria coragem e<br />
cai na gandaia até de manhã também e me deixa sozinho no MSN<br />
com outra amiga de Santos que traba-lha com “hair design”, uma<br />
nova profissão antes chamada de cabeleireira.