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Métodos de avaliação dos comportamentos de assimetria lateral

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ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR<br />

ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA (PP. 105-114)<br />

DAVID CATELA & JOÃO BARREIROS (EDS.)<br />

<strong>Méto<strong>dos</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> <strong>dos</strong> <strong>comportamentos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong>: medidas <strong>de</strong> preferência e medidas<br />

<strong>de</strong> performance<br />

Resumo<br />

Olga Vasconcelos, Paula Rodrigues<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto, Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Desporto<br />

A <strong>avaliação</strong> <strong>dos</strong> <strong>comportamentos</strong> <strong>de</strong> <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong> é uma questão complexa, no âmbito<br />

da qual <strong>de</strong>vemos saber o que preten<strong>de</strong>mos avaliar e como o <strong>de</strong>vemos fazer. Existem<br />

diferentes méto<strong>dos</strong>, uns mais a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> para crianças, outros para adultos, quer ao nível<br />

da preferência, quer da performance. No primeiro caso, surgem três linhas metodológicas:<br />

a auto-<strong>de</strong>finição, os questionários e as tarefas unilaterais. No segundo caso, contemplando<br />

os membros superiores e inferiores, temos os testes <strong>de</strong> performance (e.g., <strong>de</strong>streza,<br />

precisão, força). Qualquer <strong>de</strong>stes méto<strong>dos</strong> apresenta vantagens e limitações. Contudo, a<br />

<strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong>, sobretudo ao nível da mão, não <strong>de</strong>ve ser predita a partir <strong>de</strong> apenas um<br />

único factor <strong>de</strong> medida, seja ele <strong>de</strong> preferência (pela subjectivida<strong>de</strong> da auto-<strong>de</strong>finição,<br />

baseada na mão <strong>de</strong> escrita e por alguma subjectivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> questionários e das tarefas<br />

unilaterais utilizadas), ou <strong>de</strong> performance (o membro mais proficiente não é<br />

necessariamente o preferido). Por outro lado, sobretudo na <strong>assimetria</strong> manual, coloca-se<br />

a questão <strong>de</strong> saber até que ponto as medidas <strong>de</strong> preferência e <strong>de</strong> performance são<br />

indicadoras <strong>de</strong> um factor comum ou dimensões separadas <strong>de</strong> um comportamento. Estas<br />

questões serão objecto <strong>de</strong> reflexão a partir das investigações mais recentes neste<br />

domínio.<br />

Palavras-chave<br />

Lateralida<strong>de</strong>; Preferência manual; Performance manual; <strong>Méto<strong>dos</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong>; Crianças.<br />

As <strong>assimetria</strong>s laterais, sobretudo ao nível <strong>dos</strong> membros e, especialmente, no<br />

que respeita aos membros superiores, são um aspecto fundamental do comportamento<br />

humano, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as fases intra-uterinas do <strong>de</strong>senvolvimento. Como tal, na investigação<br />

sobre <strong>lateral</strong>ida<strong>de</strong>, o primeiro passo para melhor compreen<strong>de</strong>r a aliciante faceta <strong>dos</strong><br />

<strong>comportamentos</strong> <strong>de</strong> <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong> consiste na sua <strong>avaliação</strong>. Esta questão tem uma<br />

longa história, sendo a notação escrita mais antiga, talvez, a da Bíblia (Ju<strong>de</strong>us 20: 15-<br />

16), referindo-se ao número <strong>de</strong> homens da tribo <strong>de</strong> Benjamim que usava a mão<br />

105


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE ASSIMETRIA LATERAL: MEDIDAS DE PREFERÊNCIA E MEDIDAS DE<br />

PERFORMANCE<br />

OLGA VASCONCELOS, PAULA RODRIGUES<br />

esquerda para lançar pedras com uma funda. Na <strong>avaliação</strong> <strong>de</strong>sta tarefa unimanual,<br />

torna-se claro que a <strong>de</strong>terminação da mão utilizada se baseia numa combinação da<br />

preferência e da performance manuais. A primeira medição formal da mão preferida<br />

foi feita por Sir Francis Galton, em 1884. Este estudioso do comportamento testou<br />

aproximadamente 7000 homens que visitavam uma exposição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, utilizando<br />

como medida da preferência manual (PM) um teste <strong>de</strong> força, em que cada indivíduo<br />

pressionava o dinamómetro com uma mão <strong>de</strong> cada vez.<br />

A <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong>, ao nível <strong>dos</strong> membros superiores e inferiores, não <strong>de</strong>ve ser<br />

predita a partir <strong>de</strong> um único factor <strong>de</strong> medida, seja ele <strong>de</strong> preferência (pela<br />

subjectivida<strong>de</strong> da auto-<strong>de</strong>finição, baseada na mão <strong>de</strong> escrita e por alguma<br />

subjectivida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> questionários e das tarefas unilaterais), ou <strong>de</strong> performance (o<br />

membro mais proficiente não é necessariamente o preferido, sendo esta medida<br />

“incompleta” sem a informação da PM ou da preferência pedal). Por outro lado,<br />

sobretudo na literatura sobre <strong>assimetria</strong> manual, coloca-se a questão <strong>de</strong> saber até que<br />

ponto as medidas <strong>de</strong> preferência e <strong>de</strong> performance são indicadoras <strong>de</strong> um factor<br />

comum ou dimensões separadas <strong>de</strong> um comportamento. Enquanto uns autores<br />

argumentam que preferência e performance têm diferentes origens, com distribuições<br />

tipo bimodal para a mão preferida e tipo unimodal para a mão mais proficiente, outros<br />

referem que estes dois constructos estão algo correlaciona<strong>dos</strong> e que a preferência é<br />

<strong>de</strong>terminada pela performance.<br />

Em relação às <strong>assimetria</strong>s visual e auditiva, a questão da <strong>avaliação</strong>, no presente<br />

trabalho, confinar-se-á ao domínio da preferência, já que o do <strong>de</strong>sempenho<br />

(visuograma e audiograma, respectivamente) exce<strong>de</strong> os seus contornos.<br />

Existem, assim, diferentes méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> das <strong>assimetria</strong>s laterais,<br />

originando, como adiante veremos, variações nas populações estudadas pelos diversos<br />

autores, relativamente à frequência da preferência <strong>lateral</strong> esquerda e direita <strong>dos</strong><br />

quatro índices (mão, pé, olho e ouvido).<br />

106<br />

<strong>Méto<strong>dos</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> da <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong><br />

Existem quatro méto<strong>dos</strong> para avaliar a <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong>: três relativos à<br />

preferência (a auto-<strong>de</strong>finição, os questionários e as tarefas motoras unilaterais) e um<br />

respeitante à performance (os testes <strong>de</strong> performance).<br />

A auto-<strong>de</strong>finição<br />

A auto-<strong>de</strong>finição (“Consi<strong>de</strong>ra-se direito ou esquerdo?”) é o método mais simples<br />

e mais antigo, mas também o mais incerto e o mais permeável, no caso da mão, à<br />

pressão sócio-cultural, pois os indivíduos respon<strong>de</strong>m baseando-se na mão empregue<br />

para escrever. Actualmente, este critério começa a ser credível <strong>de</strong>vido à ausência (ou<br />

quase ausência…) da pressão cultural no sentido da utilização da mão direita na<br />

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ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA (PP. 105-114)<br />

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escrita. Contudo, apesar <strong>de</strong>sta pressão ser cada vez menor nas socieda<strong>de</strong>s oci<strong>de</strong>ntais,<br />

em outras socieda<strong>de</strong>s parece manter-se. Por exemplo, o estudo <strong>de</strong> Fagard & Dahmen<br />

(2004) verificou que, entre os 5 e os 9 anos, 16.7% das crianças Francesas usam a mão<br />

esquerda na escrita, em relação a 3.3% das crianças Tunisinas, e o estudo <strong>de</strong> Hol<strong>de</strong>r &<br />

Kateeba (2004) registou, em crianças Ugan<strong>de</strong>sas entre os 4 e os 19 anos, 4.8%<br />

sinistrómanas na escrita. Estes autores citam vários estu<strong>dos</strong> neste domínio, os quais<br />

verificaram, em crianças africanas <strong>de</strong> diversos países, percentagens <strong>de</strong> PM esquerda<br />

para a escrita na or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 7.9% (De Agostini et al., 1997), <strong>dos</strong> 4.5% (Payne, 1981),<br />

<strong>dos</strong> 1% (Verhaegen & Ntumba, 1964) e <strong>dos</strong> 0.3% (Dawson, 1977 e Payne, 1987). Assim,<br />

apesar <strong>de</strong> a literatura recomendar que, acima <strong>dos</strong> 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, os sujeitos não<br />

<strong>de</strong>verão ser inquiri<strong>dos</strong> sobre a sua PM com base apenas na mão usada na escrita,<br />

<strong>de</strong>vido à pressão a que possam ter sido sujeitos no caso <strong>de</strong> preten<strong>de</strong>rem usar<br />

inicialmente a mão esquerda (Peters, 1998), pensamos que esta recomendação <strong>de</strong>verá<br />

ser extensível a todas as ida<strong>de</strong>s. Qualquer que seja a ida<strong>de</strong>, os sujeitos <strong>de</strong>verão ser<br />

também avalia<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> questionários ou <strong>de</strong> tarefas motoras, pois mesmo nas<br />

socieda<strong>de</strong>s mais oci<strong>de</strong>ntais continua a verificar-se alguma pressão, mais em meios<br />

rurais do que em meios urbanos (Viviani, 2006). Este autor verificou, em crianças<br />

italianas entre os 5 e os 11 anos, que as do meio rural apresentavam percentagens<br />

significativamente inferiores <strong>de</strong> preferência manual esquerda (6.2%) relativamente às<br />

do meio urbano (20.1%). Em relação aos outros índices, ocorre uma situação idêntica<br />

no sentido da auto-<strong>de</strong>finição (Que pé prefere? Que olho prefere? Que ouvido prefere?).<br />

O ouvido é, <strong>dos</strong> quatro índices, aquele que menos interesse apresenta quanto à<br />

direcção da sua preferência. Por um lado, é o que está menos associado aos outros três<br />

índices (Porac & Coren, 1981): as relações <strong>de</strong> preferência entre mão-olho (em<br />

activida<strong>de</strong>s básicas como o agarrar, o lançar e o rebater, em activida<strong>de</strong>s<br />

contextualizadas como o basquetebol, o an<strong>de</strong>bol, o voleibol, o ténis, o tiro ou<br />

<strong>de</strong>sportos <strong>de</strong> raquete), entre pé-olho (activida<strong>de</strong>s básicas como o chutar e o receber,<br />

activida<strong>de</strong>s contextualizadas como o futebol e o futsal) e entre mão-pé (activida<strong>de</strong>s e<br />

<strong>de</strong>sportos com e sem bola que impliquem esta relação), justificam estu<strong>dos</strong> para a sua<br />

investigação, contrariamente à relação entre o ouvido e qualquer um <strong>dos</strong> outros<br />

índices. Por outro lado, o ouvido é um órgão propenso a infecções (e.g., as otites),<br />

sugerindo uma fraca credibilida<strong>de</strong> na resposta sobre o lado preferido, pois o indicado<br />

como tal po<strong>de</strong> não ser o preferido mas sim o que melhor ouve.<br />

Asssim, a auto-<strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ve ser complementada com outras medidas <strong>de</strong><br />

preferência e não é <strong>de</strong> todo indicada para crianças com ida<strong>de</strong> inferior a 10 anos, pois<br />

apesar <strong>de</strong> a PM estar bem <strong>de</strong>finida aos 3 anos, esta po<strong>de</strong> sofrer variações até cerca <strong>dos</strong><br />

8 ou 9 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (Erhardt, 2003), <strong>de</strong>saconselhando por conseguinte este método.<br />

107


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE ASSIMETRIA LATERAL: MEDIDAS DE PREFERÊNCIA E MEDIDAS DE<br />

PERFORMANCE<br />

Os questionários<br />

108<br />

OLGA VASCONCELOS, PAULA RODRIGUES<br />

Os questionários são o método mais frequentemente utilizado entre sujeitos<br />

adultos. Neles, respon<strong>de</strong>-se qual o lado preferido numa varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, tais<br />

como <strong>de</strong>senhar, chutar uma bola, espreitar por um canudo ou ouvir o tic-tac <strong>de</strong> um<br />

relógio. Este método apresenta vantagens, como a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação e a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar a preferência <strong>lateral</strong> (PL) em vastas amostras. Contudo,<br />

existem algumas <strong>de</strong>svantagens: (i) os questionários variam no número e tipo <strong>de</strong> itens<br />

selecciona<strong>dos</strong>; (ii) é dado igual peso a cada item, apesar <strong>de</strong> não existir qualquer<br />

evidência <strong>de</strong> que eles sejam equivalentes: será mais significativo cortar com tesoura<br />

utilizando a mão esquerda do que distribuir cartas ou abrir uma caixa (Annett, 1970);<br />

(iii) a <strong>avaliação</strong> da preferência é afectada pela interpretação das categorias <strong>de</strong><br />

resposta. Os vários questionários diferem nas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resposta, quer no que<br />

respeita ao lado usado em cada item (e.g., uns questionários permitem “mão<br />

esquerda”, “mão direita” ou “qualquer <strong>de</strong>las”; outros apenas “mão esquerda” e “mão<br />

direita”) quer na frequência com que esse lado é utilizado (e.g., uns questionários não<br />

consi<strong>de</strong>ram a frequência <strong>de</strong> utilização relativamente ao lado escolhido; outros<br />

facultam as opções “sempre a mão esquerda”, “frequentemente a mão esquerda”,<br />

“qualquer <strong>de</strong>las”, “sempre a mão direita”, “frequentemente a mão direita”). Estas<br />

questões reflectem-se nas conclusões <strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong>, diferindo estes quanto à<br />

classificação <strong>dos</strong> indivíduos nos vários grupos <strong>de</strong> preferência (no caso da mão, uns<br />

estu<strong>dos</strong> contemplam <strong>de</strong>strímanos e sinistrómanos; outros estu<strong>dos</strong>, admitem<br />

<strong>de</strong>strímanos, sinistrómanos e ambi<strong>de</strong>stros; outros ainda, consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong>strímanos<br />

consistentes, <strong>de</strong>strímanos mo<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>, sinistrómanos consistentes, sinistrómanos<br />

mo<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> e ambi<strong>de</strong>stros). Consequentemente, em função da classificação utilizada,<br />

assim variará entre os vários estu<strong>dos</strong> a prevalência (proporção) <strong>de</strong> cada grupo <strong>de</strong> PL.<br />

Outras <strong>de</strong>svantagens <strong>dos</strong> questionários são a possível falsida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> sujeitos nas<br />

respostas aos vários itens e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação a crianças em ida<strong>de</strong> préescolar,<br />

a pessoas iletradas e a populações com necessida<strong>de</strong>s especiais.<br />

Os questionários <strong>de</strong>verão conter entre oito a catorze itens e reportar-se às<br />

principais classes <strong>de</strong> movimentos da mão e braço (Kronenberg & Beukelaar, 1983). É<br />

fundamental consi<strong>de</strong>rar, também, as diferenças culturais no uso das mãos, no que<br />

respeita aos vários itens do questionário. Estas diferenças po<strong>de</strong>m interferir na<br />

classificação do sujeito, quer no que respeita à direcção da sua preferência<br />

(sinistrómano, <strong>de</strong>strímano ou ambi<strong>de</strong>stro) quer relativamente à consistência <strong>de</strong>ssa<br />

preferência (forte ou fracamente <strong>lateral</strong>izado). Os Americanos, por exemplo, têm o<br />

costume <strong>de</strong> usar o garfo na sua mão preferida, enquanto os Europeus não. No caso <strong>de</strong><br />

se introduzir a mão usada na escrita como um item do questionário, é necessário ter<br />

algum cuidado pois esta po<strong>de</strong>rá ter sofrido influência da pressão cultural, sobretudo<br />

em sujeitos com mais <strong>de</strong> 40 anos. Os questionários mais conheci<strong>dos</strong> são: Annett<br />

Han<strong>de</strong>dness Inventory (Annett, 1970), Edinburgh Han<strong>de</strong>dness Inventory (Oldfield,<br />

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ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA (PP. 105-114)<br />

DAVID CATELA & JOÃO BARREIROS (EDS.)<br />

1971), Waterloo Han<strong>de</strong>dness Questionnaire (Bry<strong>de</strong>n et al., 1994) e The Dutch<br />

Han<strong>de</strong>dness Questionnaire (Van Strien, 2002).<br />

As tarefas motoras<br />

Nas tarefas motoras unilaterais, o sujeito é observado relativamente a cada<br />

índice <strong>de</strong> preferência (mão, pé, olho e ouvido). Os resulta<strong>dos</strong> são basea<strong>dos</strong> na<br />

proporção <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> cada membro ou órgão. Basicamente, as tarefas consistem<br />

na execução motora <strong>dos</strong> itens <strong>dos</strong> questionários <strong>de</strong> PL. Para a <strong>avaliação</strong> da PM, o<br />

sujeito, sentado, é observado na escolha da mão em tarefas unimanuais, como<br />

<strong>de</strong>senhar um círculo, <strong>de</strong>senroscar a rolha <strong>de</strong> uma garrafa, cortar um pedaço <strong>de</strong> papel,<br />

abrir com uma chave um pequeno cofre e lançar uma bola à pare<strong>de</strong>. Os objectos são<br />

apresenta<strong>dos</strong> sobre uma mesa, numa posição central e equidistantes das duas mãos. O<br />

mesmo ocorre para as preferências visual (e.g., espreitar por um canudo, espreitar<br />

para o interior <strong>de</strong> uma garrafa, tirar uma fotografia) e auditiva (e.g., ouvir o mar<br />

através <strong>de</strong> uma concha, ouvir o tic-tac <strong>de</strong> um relógio). De acordo com Bourassa,<br />

McManus & Bry<strong>de</strong>n (1996), a <strong>avaliação</strong> das preferências visual e auditiva po<strong>de</strong> ser<br />

influenciada pela PM, ou seja, o facto <strong>de</strong> o sujeito pegar no objecto com a sua mão<br />

preferida po<strong>de</strong> condicionar a escolha do olho ou do ouvido, no sentido do órgão do<br />

mesmo lado da mão usada. Desse modo, as tarefas a solicitar ao sujeito não <strong>de</strong>vem<br />

implicar a manipulação <strong>dos</strong> objectos. Para a <strong>avaliação</strong> da preferência pedal, usam-se<br />

igualmente tarefas correspon<strong>de</strong>ntes aos itens <strong>dos</strong> questionários, sendo o sujeito<br />

solicitado a rematar a bola à baliza, fazer um <strong>de</strong>senho com o pé ou a subir para um<br />

banco, por exemplo. Se se optar pela escrita como tarefa motora, é necessário ter<br />

alguma atenção pois a PM po<strong>de</strong>rá ter sido influenciada pelas pressões culturais<br />

(Medland et al., 2004). O teste The Erhardt Hand Preference Assessment (Erhardt,<br />

2003), que permite avaliar os quatro índices <strong>de</strong> preferência, e os testes Wathand Box<br />

Test (Bry<strong>de</strong>n, Pry<strong>de</strong> & Roy (2000) e WatHand Cabinet Test (Bry<strong>de</strong>n, Roy & Spence,<br />

2007), que avaliam a PM, são outra forma <strong>de</strong> observar a escolha <strong>de</strong> um lado em tarefas<br />

unilaterais.<br />

Um tipo mais complexo <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> em tarefas unimanuais, usado para a<br />

<strong>avaliação</strong> da PM, engloba as tarefas <strong>de</strong> midline crossing, que preten<strong>de</strong>m investigar as<br />

relações entre a mão preferida e a mão seleccionada para alcançar objectos em vários<br />

pontos do espaço, seja este ipsi<strong>lateral</strong> ou contra<strong>lateral</strong> à mão executante. Esta<br />

<strong>avaliação</strong> é muito utilizada para estudar o <strong>de</strong>senvolvimento da PM na criança e nas<br />

populações especiais, apesar <strong>de</strong> também ser utilizada em estu<strong>dos</strong> com adultos. A<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>dos</strong> questionários a crianças pequenas ou a populações<br />

especiais ou iletradas faz com que a <strong>avaliação</strong> <strong>dos</strong> <strong>comportamentos</strong> <strong>de</strong> PL, através <strong>de</strong><br />

tarefas motoras observáveis, seja i<strong>de</strong>al, pois estas não requerem um elevado grau <strong>de</strong><br />

compreensão verbal por parte <strong>dos</strong> sujeitos e fornecem resulta<strong>dos</strong> similares aos <strong>dos</strong><br />

questionários <strong>de</strong> PL aplica<strong>dos</strong> a adultos (Bry<strong>de</strong>n, Roy & Spence, 2007).<br />

109


MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE ASSIMETRIA LATERAL: MEDIDAS DE PREFERÊNCIA E MEDIDAS DE<br />

PERFORMANCE<br />

As medidas <strong>de</strong> performance<br />

110<br />

OLGA VASCONCELOS, PAULA RODRIGUES<br />

Os testes <strong>de</strong> performance, manual ou pedal, permitem distinções muito precisas<br />

entre os graus <strong>de</strong> <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong> numa escala quantitativa e baseiam-se na<br />

<strong>avaliação</strong> da performance <strong>de</strong> cada mão ou pé na realização <strong>de</strong> testes motores. Além<br />

disso, po<strong>de</strong>m-se utilizar tarefas em que os indivíduos não tenham recebido um treino<br />

específico (e.g., juggling). Existem testes que avaliam: (i) a <strong>de</strong>streza manual (e.g.,<br />

Peg-moving Test, Manual Tapping Test, Dot-filling Test, Minnesota Manual Dexterity<br />

Test, Purdue Pegboard Test e Grooved Pegboard Test) (ii) a coor<strong>de</strong>nação óculomanual<br />

(e.g., Pursuit Rotor Test); (iii) a força <strong>de</strong> preensão manual; e (iv) a<br />

sensibilida<strong>de</strong> proprioceptiva manual (e.g., Discrimination Weight Test). Para a<br />

<strong>de</strong>streza pedal existe, por exemplo, o Pedal Tapping Test (Vasconcelos, 1991).<br />

Enquanto uns testes <strong>de</strong> performance apresentam gran<strong>de</strong>s <strong>assimetria</strong>s entre as mãos<br />

(e.g., testes <strong>de</strong> precisão e <strong>de</strong> <strong>de</strong>streza), outros não (e.g., testes <strong>de</strong> força manual)<br />

(Vasconcelos, 1993; Bry<strong>de</strong>n, Roy & Spence, 2007). Por outro lado, segundo estes<br />

autores, a complexida<strong>de</strong> e a dificulda<strong>de</strong> da tarefa, assim como as suas exigências <strong>de</strong><br />

precisão, são variáveis que estão associadas à performance motora, gerando maiores<br />

ou menores <strong>assimetria</strong>s laterais. Resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> vários estu<strong>dos</strong> têm <strong>de</strong>monstrado a<br />

equivalência no <strong>de</strong>sempenho entre as mãos em variáveis tais como o tempo <strong>de</strong> reacção<br />

simples (e.g., Tavares & Vasconcelos, 1995) ou toques alterna<strong>dos</strong> entre os <strong>de</strong><strong>dos</strong> (e.g.,<br />

Fagard, 1987). Além disso, outros estu<strong>dos</strong> sugerem ainda um <strong>de</strong>sempenho<br />

consistentemente superior da mão não preferida em tarefas <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reacção<br />

e <strong>de</strong> força (e.g., Vasconcelos, 1993; Vasconcelos, 1993a). Apesar das medidas <strong>de</strong><br />

performance permitirem distinções precisas numa escala quantitativa, elas não são,<br />

em parte, acessíveis a crianças até à ida<strong>de</strong> pré-escolar e ou a crianças com<br />

necessida<strong>de</strong>s especiais. Isto <strong>de</strong>ve-se à dificulda<strong>de</strong> manifestada na sua execução e à<br />

falta <strong>de</strong> motivação para o <strong>de</strong>sempenho. Por vezes, torna-se necessário adaptar testes,<br />

como o caso <strong>de</strong> um teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>streza manual adaptado do Minnesota Manual Dexterity<br />

Test e aplicado a crianças entre os 3 e os 5 anos, com Síndroma <strong>de</strong> Down e com<br />

<strong>de</strong>senvolvimento consi<strong>de</strong>rado normal (Oliveira, 2007).<br />

Quociente <strong>de</strong> Assimetria Lateral<br />

Para os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>avaliação</strong> por questionário ou através <strong>de</strong> tarefas motoras, o<br />

Quociente <strong>de</strong> Assimetria Lateral (QAL) é calculado para cada índice <strong>de</strong> PL (mão, pé,<br />

olho e ouvido) através da seguinte fórmula: QAL = (nº <strong>de</strong> respostas do lado D – nº <strong>de</strong><br />

respostas do lado E / nº <strong>de</strong> respostas <strong>de</strong> ambos os la<strong>dos</strong>) x 100. O valor resultante<br />

situa-se num continuum, que varia <strong>de</strong> -100 a +100. Este continuum permite classificar<br />

os sujeitos quanto à (i) direcção da sua PL (e.g., <strong>de</strong>strímanos e sinistrómanos;<br />

preferência pedal direita e preferência pedal esquerda); (ii) consistência da sua PL<br />

(consistentes, apresentando valores extremos quer <strong>de</strong> -100 quer <strong>de</strong> +100; não<br />

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ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA (PP. 105-114)<br />

DAVID CATELA & JOÃO BARREIROS (EDS.)<br />

consistentes, apresentando os valores intermédios); (iii) ocorrência <strong>de</strong> PL cruzada<br />

(congruentes, apresentando preferência pelos quatro índices do mesmo lado do corpo;<br />

cruza<strong>dos</strong>, com pelo menos um índice <strong>de</strong> preferência do lado contrário). Em relação a<br />

este último parâmetro <strong>de</strong> classificação, sugerimos que, <strong>dos</strong> quatro índices <strong>de</strong><br />

preferência <strong>lateral</strong>, apenas três <strong>de</strong>vam ser incluí<strong>dos</strong>: mão, pé e olho. Estes são os<br />

índices que consi<strong>de</strong>ramos fundamentais no estudo das <strong>assimetria</strong>s laterais no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e no comportamento motor da criança, assim como na realização das<br />

tarefas motoras e <strong>de</strong>sportivas. Pensamos ser prescindível a inclusão do índice <strong>de</strong><br />

preferência auditiva na classificação do sujeito como apresentando preferência <strong>lateral</strong><br />

cruzada ou congruente. Tal como atrás foi referido, o ouvido está facilmente sujeito a<br />

influências externas, tais como doenças ou outras complicações que po<strong>de</strong>rão afectar o<br />

lado da preferência auditiva. Para as tarefas <strong>de</strong> performance, o QAL é idêntico ao <strong>dos</strong><br />

questionários: QAL = (Performance da Mão D – Performance da Mão E / Performance da<br />

Mão D + Performance da Mão E) x 100.<br />

Correlação entre as medidas <strong>de</strong> preferência e as medidas <strong>de</strong> performance<br />

Um problema importante no estudo das <strong>assimetria</strong>s laterais, sobretudo ao nível<br />

da mão, é a dificulda<strong>de</strong> em distinguir as <strong>assimetria</strong>s <strong>de</strong> preferência e as <strong>assimetria</strong>s <strong>de</strong><br />

performance. Segundo Bry<strong>de</strong>n, Pry<strong>de</strong> & Roy (2000), as <strong>assimetria</strong>s na performance<br />

resultam da magnitu<strong>de</strong> e da direcção das <strong>assimetria</strong>s na preferência; <strong>de</strong> acordo com<br />

Bishop (1989), a preferência é <strong>de</strong>terminada pela performance. Vários estu<strong>dos</strong> (e.g.,<br />

Vasconcelos, 1993a; Teixeira & Paroli, 2000) procuraram estabelecer correlações entre<br />

as medidas <strong>de</strong> preferência e as medidas <strong>de</strong> performance, partindo do princípio que a<br />

mão preferida <strong>de</strong>verá ser a mão mais proficiente. Bry<strong>de</strong>n et al. (1997), por exemplo,<br />

verificaram que os sujeitos que referem “usar sempre” a mão direita no lançamento<br />

apresentam uma <strong>assimetria</strong> funcional maior entre as duas mãos, com melhor<br />

<strong>de</strong>sempenho da mão direita, do que aqueles que referem “usar geralmente” a mesma<br />

mão. Neste estudo, as medidas <strong>de</strong> preferência apresentaram uma boa correlação com<br />

as medidas <strong>de</strong> performance. No entanto, po<strong>de</strong> acontecer que a mão preferida não seja<br />

a mais proficiente no <strong>de</strong>sempenho da tarefa. A força e a <strong>de</strong>streza, por exemplo,<br />

po<strong>de</strong>m ser influenciadas por factores ambientais, tornando-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da<br />

preferência. Assim, a associação entre preferência manual e performance manual não<br />

é perfeita e parece variar <strong>de</strong> acordo com (i) a tarefa motora utilizada, no que respeita<br />

à preferência: umas tarefas implicam uma PM mais acentuada do que outras (acariciar<br />

um cão ou transportar um saco não requer uma forte preferência, enquanto martelar,<br />

atirar uma bola ou <strong>de</strong>senhar, já implica uma preferência bem <strong>de</strong>finida); (ii) o teste<br />

motor utilizado, no que respeita à performance (mais simples ou mais complexo, <strong>de</strong><br />

precisão, <strong>de</strong> <strong>de</strong>streza ou <strong>de</strong> força) (Teixeira & Paroli, 2000). Alguns autores (e.g.,<br />

Porac & Coren, 1981) argumentam que a PM tem origens diferentes das da<br />

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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DE ASSIMETRIA LATERAL: MEDIDAS DE PREFERÊNCIA E MEDIDAS DE<br />

PERFORMANCE<br />

OLGA VASCONCELOS, PAULA RODRIGUES<br />

performance manual, já que: (i) os dois tipos <strong>de</strong> medida não estão perfeitamente<br />

correlacionadas e (ii) as distribuições relativas da mão mais eficaz são normais<br />

(unimodais), com uma média <strong>de</strong>slocada para a direita, enquanto as distribuições da<br />

mão preferida geram uma curva <strong>de</strong> tipo J (bimodais), com um pico principal indicando<br />

fortes preferências <strong>de</strong>strímanas e um pico menor, representando as preferências<br />

sinistrómanas. De acordo com estes autores, um em cada quatro indivíduos com PM<br />

<strong>de</strong>finida utiliza a mão não preferida com mais eficácia. Estes factos não vão, contudo,<br />

contra o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> que preferência e performance estão correlacionadas. Porac<br />

& Coren (1981) referem que a correlação entre as várias medidas <strong>de</strong> preferência é<br />

superior à correlação entre as várias medidas <strong>de</strong> performance. Segundo os autores, as<br />

primeiras, comparativamente às segundas, são menos sensíveis às componentes<br />

específicas da tarefa. Brown et al. (2006) sugerem que o mo<strong>de</strong>lo que melhor prediz a<br />

<strong>assimetria</strong> manual, em crianças (mas também em adultos), é o que combina medidas<br />

<strong>de</strong> preferência e <strong>de</strong> performance, <strong>de</strong>vendo, quer as primeiras, quer as segundas,<br />

<strong>de</strong>rivar <strong>de</strong> diferentes e variadas tarefas e testes motores, respectivamente.<br />

112<br />

Conclusão<br />

A <strong>avaliação</strong> da <strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong> apresenta problemas metodológicos<br />

fundamentais, ao nível das medidas, da forma como estas se aplicam, <strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong><br />

classificação <strong>dos</strong> sujeitos num grupo <strong>de</strong> PL e da consequente análise estatística. Assim,<br />

a <strong>avaliação</strong> das <strong>assimetria</strong>s laterais, nomeadamente da <strong>assimetria</strong> manual,<br />

especialmente em crianças e populações especiais, apenas será completa se incluir<br />

medidas <strong>de</strong> preferência e <strong>de</strong> performance, <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> diferentes tarefas e testes<br />

motores. Para crianças pequenas, entre as primeiras medidas recomendam-se as<br />

tarefas motoras e, no caso das segundas, sugerem-se testes simples, adapta<strong>dos</strong>, se<br />

necessário, <strong>dos</strong> testes <strong>de</strong> performance conheci<strong>dos</strong>. Actualmente, as linhas <strong>de</strong><br />

investigação continuam a abordar as questões metodológicas no estudo das <strong>assimetria</strong>s<br />

laterais, englobando diferentes populações representativas do vasto leque da<br />

variabilida<strong>de</strong> humana, no sentido <strong>de</strong> procurar uniformizar medidas e critérios <strong>de</strong><br />

classificação que permitam compreen<strong>de</strong>r melhor este complexo comportamento.<br />

Também se procura conhecer melhor o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>dos</strong> <strong>comportamentos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>assimetria</strong> <strong>lateral</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros anos <strong>de</strong> vida e, ao longo <strong>de</strong>sta, como se<br />

relacionam as medidas <strong>de</strong> preferência e <strong>de</strong> performance na <strong>de</strong>terminação da<br />

especialização <strong>lateral</strong> do controlo motor.<br />

ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR


ESCOLA SUPERIOR DE DESPORTO DE RIO MAIOR<br />

ESTUDOS EM DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA (PP. 105-114)<br />

DAVID CATELA & JOÃO BARREIROS (EDS.)<br />

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