1 OS GAÚCHOS INDÍGENAS Quando se iniciou a ocupação ...
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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL<br />
SECRETARIA DE TURISMO ESPORTE E LAZER<br />
Eles trouxeram suas danças, como a Cana Verde, a Chimarrita e o Caranguejo, as canções<br />
Nau Catarineta, trovas e quadrinhas, adivinhas e provérbios. A Festa do Divino Espírito Santo,<br />
que não dispensava a bizarra construção do Império, a tradição das quaresmas, novenas,<br />
cavalhadas, procissões e Terno de Reis, são expressões de sua profunda religiosidade.<br />
Incorporaram palavras como “rancho” e deram ao gaúcho o “tu” de um falar muito fiel à origem<br />
açoriana, como a pesca artesanal de mar até hoje praticada na cidade de Rio Grande.<br />
Portuguesa e açoriana é também a Sórda, delicioso prato com peixes, ovos, verduras e pirão,<br />
que até hoje <strong>se</strong> saboreia na cidade de Osório.<br />
<strong>OS</strong> GAÚCH<strong>OS</strong> AFRICAN<strong>OS</strong><br />
Os africanos entraram na história do Rio Grande do Sul desde o <strong>se</strong>u início. Embora pouco<br />
citados e considerados personagens <strong>se</strong>cundários, sua atuação foi decisiva para a própria<br />
formação do Estado. Vieram em regime de escravidão, já do Rio de Janeiro, e não de <strong>se</strong>us<br />
paí<strong>se</strong>s de origem, que supostamente <strong>se</strong>riam Angola e Moçambique, no continente africano.<br />
Faziam parte de expedições militares desde as incursões bandeirantes, no final de 1635,<br />
passando pela fundação da Colônia de Sacramento, às margens do Rio da Prata, em 1680, e<br />
da fundação de Laguna. Mas foi a partir do de<strong>se</strong>nvolvimento das charqueadas – que começa<br />
em 1780 em Pelotas – é que o tráfico negreiro tomou volume, repre<strong>se</strong>ntando, <strong>se</strong>gundo alguns<br />
autores, 30% da população gaúcha, concentrados inicialmente em duas áreas principais: A<br />
primeira ao longo da Estrada dos Tropeiros, que ligava o extremo sul ao resto do país, e a<br />
outra ao longo do Rio Jacuí.<br />
Nas cidades era charqueador ou de ofício como sapateiro e alfaiate, e as mulheres cozinheira,<br />
doceira, mucama, costureira, ou ama-de-leite dos meninos brancos.<br />
No campo, o gaúcho africano foi excelente peão de estância, domador, laçador, carreteiro.<br />
<strong>Quando</strong> velho era o peão ca<strong>se</strong>iro, e menino, piá de recados e corredor de carreira. É<br />
importante lembrar que um piazinho des<strong>se</strong>s, é o personagem principal da mais conhecida e<br />
comovedora lenda gaúcha – O Negrinho do Pastoreio.<br />
E nas guerras, nas quais era forçado a entrar, e apesar disso, <strong>se</strong>mpre foi um excelente<br />
soldado. Eram famosos pela bravura os Lanceiros Negros de Teixeira Nunes, do Exército de<br />
David Canabarro na Guerra dos Farrapos (1835-1845). Eles entraram para a história também<br />
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