Apostila de Aulas Práticas - UFF
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Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense<br />
Instituto biomédico<br />
Departamento <strong>de</strong> Microbiologia e Parasitologia<br />
<strong>Apostila</strong> <strong>de</strong> <strong>Aulas</strong> <strong>Práticas</strong><br />
Bacteriologia<br />
Nutrição<br />
Raquel <strong>de</strong> Souza Sant’Anna<br />
(Monitora da Disciplina <strong>de</strong> Bacteriologia em 2007)<br />
Aloysio <strong>de</strong> Mello Figueiredo Cerqueira<br />
(Professor Adjunto <strong>de</strong> Bacteriologia)<br />
2007
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense<br />
Instituto biomédico<br />
Departamento <strong>de</strong> Microbiologia e Parasitologia<br />
Apresentação<br />
O aprendizado teórico e prático <strong>de</strong> microbiologia, incluindo a bacteriologia, é muito<br />
importante para o profissional da área <strong>de</strong> nutrição.<br />
As áreas <strong>de</strong> atuação em controle microbiológico <strong>de</strong> alimentos, treinamento <strong>de</strong><br />
manipuladores, tecnologia na produção <strong>de</strong> alimentos, entre outras, exigem um profundo<br />
conhecimento <strong>de</strong>sta disciplina.<br />
A apostila é o material <strong>de</strong> apoio às aulas práticas disponibilizado aos alunos. Esta contém<br />
explicações teóricas e práticas dos procedimentos a serem realizados em cada aula <strong>de</strong> forma<br />
clara e didática.<br />
A disciplina já possuía uma apostila <strong>de</strong> aulas práticas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001, mas é necessária<br />
constante renovação para que os assuntos sejam abordados <strong>de</strong> maneira atualizada e direta para<br />
<strong>de</strong>spertar o interesse dos alunos.<br />
Cada assunto apresenta uma introdução contendo a teoria do tema abordado, assim como<br />
a sua aplicação e importância no exercício da profissão, objetivando o melhor entendimento do<br />
tema, dos materiais a serem utilizados, da execução e dos resultados obtidos.<br />
No final <strong>de</strong> cada assunto o aluno po<strong>de</strong>rá tirar as suas conclusões da prática executada e<br />
encontrará algumas questões <strong>de</strong> fixação. A apostila apresenta, também, figuras ilustrando a<br />
ativida<strong>de</strong> a ser realizada, facilitando a compreensão do aluno.<br />
Finalmente procurou-se acentuar a importância e aplicação <strong>de</strong> cada prática no contexto<br />
das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um nutricionista <strong>de</strong> modo a estimular o aprendizado.<br />
Esperamos que você, aluno, aproveite ao máximo este recurso didático!<br />
Lembre-se, qualquer dúvida, não hesite em perguntar ao seu professor ou aos monitores!<br />
Os autores.
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense<br />
Instituto biomédico<br />
Departamento <strong>de</strong> Microbiologia e Parasitologia<br />
Índice<br />
Como trabalhar no laboratório <strong>de</strong> microbiologia ................................................................. 1<br />
Assunto 1: Meios <strong>de</strong> cultura e Técnicas <strong>de</strong> Semeadura ..................................................... 5<br />
Assunto 2: Bactérias no Ambiente .................................................................................... 15<br />
Assunto 3: Controle Microbiano ........................................................................................ 18<br />
Assunto 4: Coloração <strong>de</strong> Gram......................................................................................... 27<br />
Assunto 5: Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> a Antimicrobianos – TSA (Antibiograma) ................... 34<br />
Assunto 6: Cocos Gram positivos ..................................................................................... 41<br />
Assunto 7: Coloração <strong>de</strong> Zihel-Neelsen (Visualização <strong>de</strong> Bactérias Espiraladas)............ 52<br />
Assunto 8: Bacilos Gram-negativos .................................................................................. 59<br />
Assunto 9: Contagem em Placa e Técnica do Número Mais Provável (NMP).................. 69<br />
Bibliografia ........................................................................................................................ 80
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Instituto biomédico<br />
Departamento <strong>de</strong> Microbiologia e Parasitologia<br />
Como trabalhar no laboratório <strong>de</strong> microbiologia<br />
É importante que falemos brevemente obre como <strong>de</strong>vemos nos portar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
laboratório <strong>de</strong> microbiologia em geral, não importando se o microorganismo estudado será uma<br />
bactéria, um fungo ou um vírus.<br />
Cuidados fundamentais<br />
Alguns experimentos que nós realizaremos po<strong>de</strong>m ser perigosos se você manipular os<br />
materiais impropriamente ou executar os procedimentos incorretamente.<br />
São necessárias algumas medidas <strong>de</strong> segurança quando se trabalha com<br />
microorganismos e substâncias químicas, além <strong>de</strong> vidros, banhos-maria ferventes, instrumentos<br />
cortantes e outros materiais.<br />
Se você tiver qualquer problema com materiais ou procedimentos, não hesite em chamar o<br />
professor ou o monitor para te auxiliar.<br />
Procedimentos <strong>de</strong> Precaução e Segurança<br />
O laboratório <strong>de</strong> microbiologia é um lugar on<strong>de</strong> culturas <strong>de</strong> microorganismos são<br />
manipuladas e examinadas. Este tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser realizado em conjunto com boas<br />
técnicas assépticas, num local <strong>de</strong> trabalho limpo e organizado. Também como técnicas<br />
assépticas, todos os materiais que serão utilizados serão esterilizados para eliminar todos os<br />
microorganismos presentes ali, e <strong>de</strong>ve-se tomar muito cuidado para não haver recontaminação<br />
<strong>de</strong>ste material com microorganismos do ambiente.<br />
Geralmente, os microorganismos estudados não são patogênicos, mas ainda assim,<br />
<strong>de</strong>vemos manipular qualquer cultura ou qualquer organismo como se fosse potencialmente<br />
patogênico, lembrando que muitos microorganismos que geralmente não são patogênicos po<strong>de</strong>m<br />
causar doenças oportunistas.<br />
Cada estudante <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r e praticar as práticas assépticas no laboratório. Isto é<br />
importante para prevenir a contaminação <strong>de</strong> suas mãos, cabelos e roupas com material<br />
contaminado, além <strong>de</strong> evitar a contaminação do seu trabalho e proteger seus colegas que estarão<br />
trabalhando na bancada ao lado.<br />
A importância da assepsia e <strong>de</strong>sinfecção apropriadas está <strong>de</strong>scrita na apostila e será<br />
observada em uma das aulas práticas.<br />
Em geral, todos os procedimentos <strong>de</strong> segurança e precauções tomados no laboratório <strong>de</strong><br />
microbiologia se resumem em:<br />
1 – restringir os microorganismos presentes em culturas e amostras aos recipientes (vidros<br />
ou sacos <strong>de</strong> coleta, placas ou tubos) quando da sua coleta, crescimento (incubação) ou sua<br />
análise;<br />
2 – prevenir a contaminação com microorganismos ambientais (normalmente presentes<br />
nas mãos, cabelos, roupas, superfícies e no ar) das amostras e culturas analisadas, o que po<strong>de</strong><br />
interferir nos resultados obtidos.<br />
Mãos e superficies <strong>de</strong>vem ser higienizados e tratadas com anti-sépticos e <strong>de</strong>sinfetantes<br />
corretos, jalecos <strong>de</strong>vem ser utilizados, cabelos compridos <strong>de</strong>vem ser presos para trás, e as áreas<br />
<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>vem estar livres <strong>de</strong> objetos <strong>de</strong>snecessários. Lembre-se que na hora <strong>de</strong> transferir os<br />
microorganismos ou culturas não <strong>de</strong>vemos utilizar a boca (por exemplo, para pipetar).<br />
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A conduta pessoal no laboratório <strong>de</strong> microbiologia <strong>de</strong>ve ser sempre observada.<br />
O monitor ou professor <strong>de</strong>ve ser sempre consultado caso haja algum problema.<br />
Conduta geral no laboratório<br />
1 – Sempre i<strong>de</strong>ntifique e confira o seu material antes <strong>de</strong> iniciar os trabalhos no laboratório.<br />
2 – Antes <strong>de</strong> entrar no laboratório, retire casacos, jaquetas, etc. Estes itens <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>ixados<br />
em uma prateleira com sua bolsa ou mochila, papéis e outros itens que não serão utilizados na<br />
aula prática.<br />
3 – Para entrar no laboratório, todos os estudantes <strong>de</strong>vem estar usando seu jaleco, <strong>de</strong> preferência<br />
limpo e branco.<br />
4 – No início e no final <strong>de</strong> cada aula prática, os alunos <strong>de</strong>vem limpar e <strong>de</strong>sinfetar a sua bancada<br />
com uma solução <strong>de</strong>sinfetante própria. Este espaço <strong>de</strong>ve ser mantido limpo e arrumado durante o<br />
<strong>de</strong>correr <strong>de</strong> toda a aula prática.<br />
5 – Antes <strong>de</strong> começar <strong>de</strong>vemos lembrar:<br />
- prenda seu cabelo comprido para trás, longe da chama do Bico <strong>de</strong> Bunsen;<br />
- não use jóias e acessórios durante a aula prática;<br />
- mantenha seus <strong>de</strong>dos, lápis, caneta e qualquer objetos longe da sua boca;<br />
- não fume, coma ou beba nada no laboratório;<br />
- não fique andando pelo laboratório, pois ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>snecessárias po<strong>de</strong>m causar<br />
aci<strong>de</strong>ntes, distrair os outros alunos e promover contaminação.<br />
6 – Lembre-se <strong>de</strong> trazer uma caneta que escreva em vidro (caneta para retro, cd, marcador, etc.)<br />
7 – Anote todos os <strong>de</strong>talhes da aula prática e faça os exercícios <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> cada assunto.<br />
8 – Se você está em dúvida quanto ao procedimento, confira na apostila. Se a dúvida persistir,<br />
chame o professor ou monitor. Evite tirar dúvidas com os colegas <strong>de</strong> outros grupos.<br />
9 – Se respingar cultura em suas mucosas (boca, olhos) ou qualquer tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte ocorrer,<br />
chame o professor ou monitor imediatamente. Limpe o local com papel toalha e ponha<br />
<strong>de</strong>sinfetante sobre o local (superfícies inanimadas) por 15 minutos, retirando com papel toalha.<br />
10 – Avise ao professor ou monitor sobre qualquer aci<strong>de</strong>nte (corte, queimadura) que ocorra.<br />
11 – Nunca retire culturas ou equipamentos do laboratório em quaisquer circunstâncias.<br />
12 – antes <strong>de</strong> sair do laboratório, cuidadosamente lave e faça a anti-sepsia em suas mãos.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> lavar seu jaleco para a próxima aula prática.<br />
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Como trabalhar com o microscópio<br />
Em primeiro lugar é essencial que você conheça as partes ópticas e mecânicas dos microscópios:<br />
- Mantenha o microscópio livre <strong>de</strong> poeira, vapores ácidos e do contato com reagentes. Para<br />
mantê-lo seco, cubra com capa <strong>de</strong> flanela, pois evita o pó e a multiplicação <strong>de</strong> fungos (Obs: as<br />
capas <strong>de</strong>vem ser lavadas periodicamente).<br />
- Não manusear o equipamento com as mãos sujas ou molhadas.<br />
- Jamais comer ou beber próximo ao equipamento.<br />
- Na remoção do equipamento, segure-o firmemente com uma das mãos no braço e outra na<br />
base, ou com as duas no braço, a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do mo<strong>de</strong>lo. Coloque-o bem apoiado sobre a mesa <strong>de</strong><br />
trabalho <strong>de</strong> superfície plana, evitando qualquer movimentação brusca. Nunca <strong>de</strong>sloque o<br />
aparelho com a lâmpada acesa ou logo após ter sido apagada.<br />
- Muita atenção é necessária quando se observa a preparação em meio líquido, pois há sempre o<br />
risco <strong>de</strong> molhar a lente frontal da objetiva; portanto o conselho é retirar o excesso <strong>de</strong> líquido com<br />
papel <strong>de</strong> filtro, antes <strong>de</strong> colocar a lâmina sobre a platina; em <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte, enxugar<br />
imediatamente com papel absorvente macio.<br />
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- Na observação <strong>de</strong> uma preparação, inicie sempre pela objetiva <strong>de</strong> menor aumento; para<br />
focalizar com aquelas <strong>de</strong> 20 ou 40 vezes, proceda da seguinte forma:<br />
à Escolha uma estrutura na preparação, mova a lâmina até que o objeto fique exatamente<br />
no centro do campo, em seguida mu<strong>de</strong> para a objetiva <strong>de</strong> maior aumento, olhando por fora para<br />
evitar o choque com a lamínula.<br />
à Olhar pela ocular e abaixar o tubo ou elevar a platina com o macrométrico muito<br />
lentamente; assim que a imagem aparecer, mesmo confusa, parar e completar a focalização com<br />
o micrométrico.<br />
à O uso da objetiva <strong>de</strong> imersão é mais <strong>de</strong>licado, pois a distância focal entre a face da<br />
objetiva e a parte superior da lamínula, diminui quando a ampliação é aumentada.<br />
à Em primeiro lugar, assegure-se da existência <strong>de</strong> algo no campo, posicionando a objetiva<br />
<strong>de</strong> menor aumento.<br />
à Certifique-se que a iluminação e o objeto estão bem centrados, suspenda o tubo e<br />
coloque uma gota <strong>de</strong> óleo no centro da operação; o óleo <strong>de</strong>ve ter o mesmo índice <strong>de</strong> refração da<br />
objetiva;<br />
à Abaixe o tubo até colocar a lente frontal em contato com a gota <strong>de</strong> óleo ainda convexa,<br />
até a mudança <strong>de</strong> forma da mesma; suspenda levemente o tubo, mas sem perda <strong>de</strong> contato com<br />
a gota, coloque os olhos nas oculares e abaixe o tubo muito lentamente; assim que a imagem<br />
aparecer, complete a focalização com o micrométrico.<br />
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Assunto 1: Meios <strong>de</strong> cultura e Técnicas <strong>de</strong> Semeadura<br />
Introdução<br />
O estudo <strong>de</strong> bactérias exige o prévio isolamento e i<strong>de</strong>ntificação, para tanto, são utilizados<br />
diversos meios <strong>de</strong> cultura diferentes.<br />
Meio <strong>de</strong> cultura é uma mistura <strong>de</strong> nutrientes que possibilitam o crescimento in vitro <strong>de</strong><br />
microorganismos.<br />
A maioria das bactérias cresce em meios <strong>de</strong> cultura. As exceções são as ricketsias,<br />
clamídias, Mycobacterium leprae e Treponema, que são parasitos intracelulares obrigatórios.<br />
Neste caso, estes microorganismos po<strong>de</strong>m ser cultivados em culturas <strong>de</strong> células e ovos<br />
embrionados.<br />
Inoculação é a contaminação proposital <strong>de</strong> um meio <strong>de</strong> cultura, ou seja, é a transferência<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> microorganismos para um meio <strong>de</strong> cultura a fim <strong>de</strong> que estes se<br />
<strong>de</strong>senvolvam e permitam a sua i<strong>de</strong>ntificação. A inoculação das bactérias em diferentes meios<br />
envolve várias técnicas <strong>de</strong> semeadura.<br />
Toda a manipulação realizada em laboratório (com meios, cultura e material utilizado)<br />
requer certos cuidados para evitar a contaminação. Esses procedimentos são <strong>de</strong>nominados<br />
técnicas assépticas.<br />
Fundamentação teórica<br />
® Meios <strong>de</strong> Cultura<br />
Os diversos meios <strong>de</strong> cultura existentes po<strong>de</strong>m ser classificados <strong>de</strong> diversas formas:<br />
Quanto à composição<br />
Naturais<br />
Artificiais<br />
São aqueles encontrados na natureza, <strong>de</strong> origem<br />
vegetal (p.ex.: pedaço <strong>de</strong> batata, <strong>de</strong> abóbora) ou<br />
animal (p.ex.: gema <strong>de</strong> ovo, pedaço <strong>de</strong> carne)<br />
São aqueles fabricados em laboratório, constituído<br />
<strong>de</strong> substâncias químicas, po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong>finidos ou<br />
in<strong>de</strong>finidos (complexos)<br />
Definidos<br />
In<strong>de</strong>finidos<br />
Possui composição <strong>de</strong>finida, ou seja,<br />
se conhece qualitativa e quantitativa<br />
sua composição.<br />
A sua composição real não é<br />
conhecida, apenas é feita uma<br />
estimativa qualitativa.<br />
Por exemplo: meios suplementados<br />
com sangue, gema <strong>de</strong> ovo,<br />
alimentos...<br />
Quanto ao estado Líquido São <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> Agar à caldo<br />
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físico<br />
Quanto à finalida<strong>de</strong> e<br />
características<br />
Semi-sólido Apresentam em sua composição até 1% <strong>de</strong> Agar.<br />
Sólido Apresentam em sua composição <strong>de</strong> 1,5 a 2,5% <strong>de</strong><br />
Agar.<br />
Simples Só possui os nutrientes básicos para o crescimento<br />
das bactérias em geral.<br />
Enriquecido<br />
De<br />
enriquecimento<br />
Seletivo<br />
Diferencial<br />
Indicadores<br />
De estoque<br />
® Técnicas <strong>de</strong> Semeadura<br />
Além dos nutrientes básicos possui elementos<br />
nutritivos a mais, como fatores promotores <strong>de</strong><br />
crescimento (sangue...), mas não é específico.<br />
É suplementado com nutrientes específicos para o<br />
microorganismo que se <strong>de</strong>seja pesquisar. Além<br />
disso, possui nutrientes agentes inibidores <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminados microorganismos, mas não permite o<br />
isolamento da bactéria, pois é um meio líquido.<br />
Por exemplo: aminoácidos (lisina à Salmonella)<br />
Possui agentes inibidores <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados<br />
microorganismos. Permite a i<strong>de</strong>ntificação e<br />
isolamento da bactéria, pois é um meio sólido<br />
(permite a visualização <strong>de</strong> UFCs).<br />
Por exemplo: Agar EMB à inibe Gram+<br />
Permite a diferenciação <strong>de</strong> diferentes<br />
microorganismos.<br />
Por exemplo: a diferenciação <strong>de</strong> bactérias<br />
fermentadoras e não fermentadoras da lactose no<br />
Agar EMB.<br />
Possuem agentes que indicam <strong>de</strong>terminadas<br />
reações no meio, para a <strong>de</strong>terminação do<br />
metabolismo das bactérias.<br />
Por exemplo: ferro no meio à po<strong>de</strong> indicar a<br />
produção <strong>de</strong> H2S pelo enegrecimento do meio.<br />
(sulfeto ferroso)<br />
*** geralmente o agente é um indicador <strong>de</strong> pH<br />
Meios on<strong>de</strong> são estocadas culturas puras para<br />
posterior utilização. Geralmente são meios semisólidos.<br />
As técnicas <strong>de</strong> semeadura são o método pelo qual se transfere inóculos bacterianos <strong>de</strong> um<br />
meio <strong>de</strong> cultura ou material a ser analisado (secreções, alimentos) para um outro meio <strong>de</strong> cultura.<br />
Para garantir que apenas o microorganismo <strong>de</strong>sejado seja semeado, são utilizadas as<br />
técnicas assépticas: procedimentos que <strong>de</strong>vem ser adotados visando a não contaminação <strong>de</strong><br />
materiais, meios e culturas.<br />
As técnicas <strong>de</strong> assepsia incluem:<br />
è fazer a <strong>de</strong>sinfecção da área <strong>de</strong> trabalho e anti-sepsia das mãos ANTES e DEPOIS <strong>de</strong><br />
qualquer trabalho. (1)<br />
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è trabalhar SEMPRE na área <strong>de</strong> segurança: uma área <strong>de</strong> aproximadamente 10 cm ao redor da<br />
chama do bico <strong>de</strong> Bunsen. (2)<br />
è esterilizar a<strong>de</strong>quadamente todo material (p.ex.: alças e agulhas bacteriológicas) ANTES e<br />
DEPOIS <strong>de</strong> seu uso à sempre aquecer da base para a ponta, evitando a formação <strong>de</strong> aerossóis.<br />
(3)<br />
è flambar a boca dos frascos e tubos ANTES e DEPOIS das inoculações, evitando a<br />
contaminação da cultura/material a ser analisado e garantindo que somente o microorganismo<br />
<strong>de</strong>sejado será inoculado. (4)<br />
De acordo com as características físicas dos meios <strong>de</strong> origem e <strong>de</strong>stino, além da finalida<strong>de</strong><br />
da inoculação, po<strong>de</strong>m-se utilizar diferentes técnicas <strong>de</strong> inoculação.<br />
A transferência <strong>de</strong> inóculo <strong>de</strong> um meio para outro também é <strong>de</strong>nominada genericamente<br />
como repique.<br />
A seguir, veremos quais são as técnicas <strong>de</strong> inoculação:<br />
Meio inclinado em<br />
tubos<br />
· Semeadura em meios sólidos<br />
ou<br />
Estria sinuosa: semear com alça ou agulha<br />
bacteriológica, em zig-zag, partindo da base para a<br />
extremida<strong>de</strong> do bizel (superfície inclinada do<br />
meio).<br />
Objetivo: obtenção <strong>de</strong> intensa massa <strong>de</strong><br />
microorganismos<br />
Estria Reta: semear com agulha bacteriológica,<br />
fazendo uma linha reta, com cuidado <strong>de</strong> não ferir o<br />
Agar, partindo da base para a extremida<strong>de</strong> do bizel<br />
(superfície inclinada do meio).<br />
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Meio em camada<br />
alta<br />
Meio em placa <strong>de</strong><br />
Petri<br />
Objetivo: obtenção <strong>de</strong> pequena massa <strong>de</strong><br />
microorganismos.<br />
Picada Central: semear com agulha<br />
bacteriológica, no centro do Agar. Depen<strong>de</strong>ndo da<br />
finalida<strong>de</strong>, o inóculo <strong>de</strong>ve penetrar até 2/3 do tubo<br />
ou até o fundo <strong>de</strong>ste.<br />
Objetivo: é utilizado para verificar fermentação e<br />
motilida<strong>de</strong> em algumas técnicas.<br />
Picada em Profundida<strong>de</strong>: semear com agulha<br />
bacteriológica, no centro do Agar. Depen<strong>de</strong>ndo da<br />
finalida<strong>de</strong>, o inóculo <strong>de</strong>ve penetrar até 2/3 do tubo<br />
ou até o fundo <strong>de</strong>ste.<br />
Objetivo: é utilizado para verificar fermentação e<br />
motilida<strong>de</strong> em algumas técnicas.<br />
Pour-plate ou disseminação (método em<br />
profundida<strong>de</strong>): Transferir 1 ml da cultura para<br />
placa <strong>de</strong> Petri vazia, colocar 10 – 20 ml do meio<br />
fundido (e resfriado a cerca <strong>de</strong> 45 – 50°C) sobre a<br />
cultura e homogeneizar suavemente com<br />
movimentos circulares.<br />
Objetivo: contagem bacteriana. É utilizado<br />
também para análise <strong>de</strong> microorganismos<br />
anaeróbios, adicionando uma outra camada <strong>de</strong><br />
meio fundido após o endurecimento da primeira<br />
camada.<br />
Estria simples: transferir uma alçada da cultura<br />
para meio sólido em placa e estriar com a alça<br />
bacteriológica sobre o meio.<br />
A estria po<strong>de</strong> ser realizada em movimento <strong>de</strong> zigzag<br />
(estria sinuosa) ou como uma linha reta sobre<br />
o meio (estria reta).<br />
Objetivo: Essa técnica é muito utilizada para<br />
visualização <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas proprieda<strong>de</strong>s<br />
metabólicas, como a produção <strong>de</strong> enzimas<br />
hidrolíticas (hidrólise <strong>de</strong> substâncias do meio -<br />
gema <strong>de</strong> ovo, sangue...), e produção <strong>de</strong><br />
pigmentos.<br />
Esgotamento em estrias ou estrias múltiplas:<br />
transferir uma alçada da cultura para meio sólido<br />
em placa e estriar com a alça bacteriológica sobre<br />
o meio. A placa é dividida em 4 quadrantes e a<br />
inoculação po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> 2 tipos:<br />
à em 3 estrias: estriar em meta<strong>de</strong> da placa, com<br />
movimentos <strong>de</strong> zig-zag. Quando atingir a meta<strong>de</strong>,<br />
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ou<br />
· Semeadura em meios semi-sólidos<br />
girar a placa 90° e estriar até a meta<strong>de</strong> (1/4 da<br />
placa), girar mais 90° e estriar o meio restante.<br />
à em 4 estrias: estriar até 2/3 da meta<strong>de</strong> da<br />
placa, girar 90°, estriar 2/3 do próximo quadrante<br />
(1/4 da placa), girar 90°, estriar mais 2/3 do<br />
próximo quadrante (1/4 da placa), girar 90° e<br />
estriar o restante do meio.<br />
Objetivo: obtenção <strong>de</strong> colônias isoladas.<br />
É importante não cruzar as estrias (não tocar a<br />
alça na estria anterior), para reduzir o inóculo a<br />
cada estria e obter as colônias isoladas.<br />
Po<strong>de</strong>-se, alternativamente, flambar a alça entre as<br />
estrias e tocar a ponta da estria anterior,<br />
arrastando um pequeno inóculo para a próxima<br />
estria.<br />
Spread-plate ou distensão: Transferir 0,1 ml da<br />
cultura para o meio sólido na placa e espalhar<br />
uniformemente com a própria ponta da pipeta, ou<br />
alça bacteriológica / swab / alça Drigalsky.<br />
Objetivo: obtenção <strong>de</strong> crescimento confluente, ou<br />
para contagem bacteriana. Esta técnica é muito<br />
utilizada na realização <strong>de</strong> antibiogramas.<br />
Picada em Profundida<strong>de</strong>: semear com agulha bacteriológica, no<br />
centro do Agar. Depen<strong>de</strong>ndo da finalida<strong>de</strong>, o inóculo <strong>de</strong>ve<br />
penetrar até 2/3 do tubo ou até o fundo <strong>de</strong>ste.<br />
Objetivo: é utilizado para verificar fermentação e motilida<strong>de</strong> em<br />
algumas técnicas. Além disso, o meio também é utilizado para<br />
estocar culturas puras.<br />
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Objetivos<br />
· Semeadura em meios líquidos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
Difusão: uma alçada da colônia (Agar em placa) ou da cultura<br />
(<strong>de</strong> outro meio ou líquido) é introduzida no meio líquido, com<br />
agitação da alça, para maior difusão dos microorganismos (da<br />
alça para o meio e homogeneização no meio). Po<strong>de</strong>-se inclinar o<br />
tubo a 30° e esfregar o inóculo na pare<strong>de</strong> do mesmo, quando o<br />
tubo retornar à posição original o inóculo se difundirá no meio.<br />
Objetivo: é um repique genérico para crescimento bacteriano em<br />
meio líquido.<br />
è executar e <strong>de</strong>terminar a finalida<strong>de</strong> das principais técnicas <strong>de</strong> semeadura <strong>de</strong> bactérias em<br />
diferentes meios (líquidos, semi-sólidos e sólidos), tanto em tubos quanto em placas;<br />
è caracterizar os diferentes meios <strong>de</strong> cultura e a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um;<br />
è i<strong>de</strong>ntificar e executar as técnicas <strong>de</strong> assepsia em laboratório.<br />
Material<br />
Para a ativida<strong>de</strong> prática serão utilizados:<br />
- Placa <strong>de</strong> Petri com Agar<br />
- Tubo com Agar inclinado<br />
- Placa <strong>de</strong> Petri estéril<br />
- Tubo com Agar semi-sólido<br />
- Tubo com Agar em camada alta<br />
- Cultura bacteriana em caldo e em Agar<br />
- Amostra <strong>de</strong> água em tubo (para a técnica do pour plate)<br />
- Pipetas estéreis<br />
- Alça e agulha bacteriológicas<br />
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Execução da prática<br />
® A partir <strong>de</strong> cultura em placa:<br />
- a partir <strong>de</strong> um crescimento isolado obtido em placa, pegar uma colônia com auxílio <strong>de</strong> uma alça<br />
bacteriológica e transferir para o tubo com caldo, através do processo <strong>de</strong> difusão.<br />
® A partir <strong>de</strong> cultura em caldo:<br />
- a partir <strong>de</strong> um crescimento obtido em caldo, realizar as seguintes inoculações:<br />
1. Com auxílio <strong>de</strong> uma alça bacteriológica, transferir o inóculo para o tubo com caldo, através da<br />
técnica <strong>de</strong> difusão.<br />
2. Com auxílio <strong>de</strong> uma alça ou agulha bacteriológica, transferir o inóculo para o tubo com Agar<br />
inclinado, através da técnica <strong>de</strong> estria (sinuosa ou reta).<br />
3. Com auxílio <strong>de</strong> uma alça bacteriológica, transferir o inóculo para a placa com Agar, através da<br />
técnica <strong>de</strong> esgotamento em estrias (3 ou 4 estrias).<br />
4. Com auxílio <strong>de</strong> uma agulha bacteriológica, transferir o inóculo para o tubo com Agar semisólido,<br />
através da técnica <strong>de</strong> picada central.<br />
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® A partir da amostra <strong>de</strong> água:<br />
- com o auxílio <strong>de</strong> uma pipeta estéril, transferir 1 ml da amostra <strong>de</strong> água para uma placa estéril e<br />
adicionar o meio fundido, realizando a técnica do pour plate.<br />
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Após a execução <strong>de</strong> todas as inoculações, incubar os meios a 37°C por 24 horas.<br />
Observar e interpretar o crescimento nos meios, <strong>de</strong>stacando aquele empregado no<br />
isolamento <strong>de</strong> colônias (esgotamento em estrias).<br />
Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Qual a diferença entre os meios “<strong>de</strong> enriquecimento” e “seletivo”?<br />
2. Qual a finalida<strong>de</strong> da técnica do “spread plate” ou técnica do espalhamento?<br />
3. Por que não <strong>de</strong>vemos cruzar as estrias na técnica do esgotamento em estrias?<br />
4. Por que <strong>de</strong>vem ser realizadas as técnicas assépticas?<br />
5. Por que utilizamos diferentes meios durante a análise <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado material (p.ex.:<br />
alimento)?<br />
6. Para uma cultura que esteja guardada há muito tempo (sob refrigeração), qual o tipo <strong>de</strong> meio<br />
<strong>de</strong>vemos utilizar para retornar a utilizá-la numa ativida<strong>de</strong> prática?<br />
7. Para <strong>de</strong>terminar a presença <strong>de</strong> um microorganismo específico num material que esteja muito<br />
contaminado, quais os tipos <strong>de</strong> meios que <strong>de</strong>vemos utilizar?<br />
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Observações<br />
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Assunto 2: Bactérias no Ambiente<br />
Introdução<br />
A presença <strong>de</strong> bactérias po<strong>de</strong> ser verificada em quase todos os ambientes.<br />
A exposição <strong>de</strong> alimentos, sua manipulação e conservação incorretas, são fatores que<br />
levam à sua contaminação por microorganismos.<br />
Os microorganismos po<strong>de</strong>m ter relação com o alimento <strong>de</strong> três formas:<br />
è adicionados intencionalmente: são aqueles que provocam alterações <strong>de</strong>sejáveis nos<br />
alimentos, como os lactobacilos, que fermentam o leite, transformando-o em iogurte, queijo (etc).<br />
è <strong>de</strong>terioradores: durante o seu <strong>de</strong>senvolvimento, estes microorganismos causam<br />
mudanças <strong>de</strong>sagradáveis nos alimentos, tornando-os impróprios para o consumo, como os<br />
coliformes, que <strong>de</strong>terioram alimentos como queijos frescais, leite (etc).<br />
è patogênicos: po<strong>de</strong>m colonizar o alimento e representam um risco à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />
ingerir este alimento (com o microorganismo ou com toxinas formadas por este), como Salmonella<br />
sp., Staphylococcus aureus e outros.<br />
Fundamentação teórica<br />
As bactérias estão presentes em todos os ambientes.<br />
Muitas vezes, sua presença não é prejudicial, como os microorganismos que colonizam a<br />
nossa pele e o nosso trato gastrintestinal.<br />
Algumas vezes esta presença é até benéfica, como a utilização <strong>de</strong> microorganismos na<br />
indústria <strong>de</strong> alimentos na produção <strong>de</strong> alimentos fermentados, como diversas bebidas. Quem<br />
nunca ouviu falar em alimentos pré e pró bióticos? São alimentos que contém em sua composição<br />
microorganismos vivos que, quando no nosso organismo, causam reações benéficas (como<br />
auxiliar a regulação do trânsito gastrintestinal), ou estimulam os microorganismos da nossa<br />
microbiota normal a exercer seu papel benéfico no nosso organismo (como a produção <strong>de</strong><br />
vitamina K pelas bactérias do nosso trato gastrintestinal).<br />
Mas, nem sempre a relação alimento x microorganismos x homem é benéfica. Diversos<br />
microorganismos têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos causar doenças, até mesmo os microorganismos da<br />
nossa microbiota normal (em casos <strong>de</strong> redução da ativida<strong>de</strong> imunológica, causando doenças<br />
oportunistas), e muitos casos po<strong>de</strong>m ser veiculados por alimentos.<br />
É importante ressaltar que os alimentos por si só não são fontes <strong>de</strong> contaminação, mas<br />
po<strong>de</strong>m veicular esta contaminação adquirida, po<strong>de</strong>ndo causar doenças. As principais fontes <strong>de</strong><br />
contaminação são o solo e a água, as plantas, os utensílios utilizados na preparação do alimento<br />
(contaminação cruzada), o trato gastrintestinal do homem e <strong>de</strong> animais, os próprios<br />
manipuladores <strong>de</strong> alimentos, a ração animal, a pele dos animais, e até o ar.<br />
A indústria <strong>de</strong> alimentos vem crescendo e a preocupação com a obtenção <strong>de</strong> alimentos<br />
com qualida<strong>de</strong> tanto do ponto <strong>de</strong> vista tecnológico (o alimento <strong>de</strong>ve ser nutritivo, competitivo,<br />
aceitável no mercado, etc.) quanto microbiológico (segurança alimentar) está cada vez mais<br />
<strong>de</strong>senvolvida.<br />
O nutricionista tem papel fundamental nesse controle, pois a manipulação, preparo e<br />
conservação ina<strong>de</strong>quados estão freqüentemente associados a doenças (intoxicações ou<br />
infecções) microbianas. O manipulador <strong>de</strong> alimentos <strong>de</strong>ve ter treinamento constante para que não<br />
contamine o alimento com técnicas e hábitos anti-higiênicos.<br />
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É <strong>de</strong>ver do nutricionista conhecer os riscos associados à precarieda<strong>de</strong> no cuidado com os<br />
alimentos para melhor orientação e supervisão das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> qualquer UAN (Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Alimentação e Nutrição), restaurante ou indústria, evitando a disseminação <strong>de</strong> doenças através<br />
dos alimentos.<br />
Objetivos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è constatar a presença <strong>de</strong> bactérias no ambiente;<br />
è compreen<strong>de</strong>r a importância dos critérios básicos <strong>de</strong> higiene na produção e manipulação <strong>de</strong><br />
alimentos, visando evitar a contaminação dos mesmos por bactérias ambientais ou por portadores<br />
<strong>de</strong> microorganismos patogênicos;<br />
è diferenciar fontes <strong>de</strong> contaminação e veículos <strong>de</strong> contaminação;<br />
è comentar sobre o papel <strong>de</strong> bactérias ambientais como eventuais <strong>de</strong>terioradoras <strong>de</strong> alimentos.<br />
Material<br />
- 2 Placas <strong>de</strong> Petri com Agar<br />
- swab estéril<br />
Execução da prática<br />
® Bactérias no ambiente:<br />
- 1 placa com Agar <strong>de</strong>ve ser exposta ao ambiente, fora da área <strong>de</strong> segurança. Cada grupo <strong>de</strong>ixará<br />
a placa em exposição por um tempo diferente (5 / 10 / 15 / 20 minutos)<br />
- após o tempo <strong>de</strong> exposição, a placa <strong>de</strong>ve ser tampada novamente.<br />
® Bactérias nas superfícies:<br />
- 1 placa com Agar <strong>de</strong>ve ser dividida em 4 quadrantes<br />
- em cada quadrante <strong>de</strong>ve ser inoculado um material diferente, para a verificação <strong>de</strong> bactérias em<br />
diversas superfícies, <strong>de</strong> acordo com o diagrama representado a seguir:<br />
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Após a execução <strong>de</strong> todas as inoculações, incubar os meios a 37°C por 24 horas.<br />
Observar e interpretar o crescimento nos meios.<br />
Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Qual o papel do nutricionista na qualida<strong>de</strong> microbiológica dos alimentos?<br />
2. Por que é necessário tomar medidas <strong>de</strong> controle no ambiente em que se preparam e/ou<br />
manipulam alimentos?<br />
3. O que é contaminação cruzada?<br />
4. Os alimentos po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados fonte <strong>de</strong> contaminação?<br />
5. Quais são as principais fontes <strong>de</strong> contaminação dos alimentos?<br />
Observações<br />
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Assunto 3: Controle Microbiano<br />
Introdução<br />
Como já vimos, as bactérias estão em quase todos os ambientes e superfícies, e não é<br />
<strong>de</strong>sejável que muitos materiais se contaminem com elas, como os alimentos, os utensílios<br />
utilizados na sua preparação, medicamentos, e outros.<br />
Para tanto, po<strong>de</strong>mos aplicar diversos métodos <strong>de</strong> controle microbiano.<br />
O crescimento microbiano é fortemente influenciado por fatores ambientais (fatores<br />
extrínsecos), quais sejam: temperatura ambiental, umida<strong>de</strong> relativa do ambiente, composição<br />
gasosa do ambiente.<br />
O controle microbiano compreen<strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> procedimentos com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
reduzir a quantida<strong>de</strong>, eliminar, diminuir / impedir a multiplicação <strong>de</strong> microorganismos existente em<br />
ambientes, utensílios, e superfícies vivas ou inanimadas.<br />
A conservação <strong>de</strong> alimentos envolve sempre o uso <strong>de</strong> uma ou mais técnicas empregadas<br />
no controle microbiano.<br />
Fundamentação teórica<br />
Antes <strong>de</strong> conhecer os processos utilizados para controle microbiano e compreen<strong>de</strong>r seu<br />
modo <strong>de</strong> ação, é importante que alguns conceitos muito utilizados sejam <strong>de</strong>finidos:<br />
è Desinfecção: redução do número <strong>de</strong> microorganismos em uma matéria inanimada (ambientes,<br />
superfícies, objetos, alimentos)<br />
è Sanitização: igual a <strong>de</strong>sinfecção (termo utilizado na indústria <strong>de</strong> alimentos)<br />
è Esterilização: <strong>de</strong>struição total <strong>de</strong> microorganismos em um material<br />
è Anti-sepsia: redução do número <strong>de</strong> microorganismos em matéria viva (pele)<br />
è Assepsia: conjunto <strong>de</strong> técnicas e/ou medidas assépticas, que visam a não contaminação <strong>de</strong><br />
algo (por exemplo, <strong>de</strong> alimentos durante o preparo)<br />
Definidos estes conceitos, po<strong>de</strong>mos comentar sobre os principais meios <strong>de</strong> controle<br />
microbiano, que po<strong>de</strong> ser feito através <strong>de</strong> agentes químicos ou físicos.<br />
® Controle Microbiano por Agentes Físicos<br />
· Calor<br />
Po<strong>de</strong> ser utilizado em duas formas: calor seco e calor úmido.<br />
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É o método mais empregado para <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> microorganismos <strong>de</strong>vido ao seu baixo<br />
custo <strong>de</strong> aplicação, fácil aplicação, eficácia e praticida<strong>de</strong>.<br />
Calor<br />
seco<br />
Calor<br />
úmido<br />
Modo <strong>de</strong> ação:<br />
Oxidação <strong>de</strong><br />
componentes<br />
celulares<br />
Modo <strong>de</strong> ação:<br />
Desnaturação <strong>de</strong><br />
componentes<br />
celulares<br />
Flambagem<br />
- Definição: contato direto do material a ser tratado com o fogo. É<br />
esterilizante<br />
- Aplicação: materiais metálicos (p.ex.: alça bacteriológica)<br />
Forno ou estufa<br />
- Definição: o material é submetido a uma temperatura <strong>de</strong> 170 –<br />
180°C por 1 – 2 horas. É esterilizante<br />
- Aplicação: vidrarias e metais (material cirúrgico)<br />
Incineração<br />
- Definição: queima total do material. É esterilizante.<br />
- Aplicação: materiais <strong>de</strong>scartáveis (principalmente materiais<br />
hospitalares)<br />
Pasteurização<br />
- Definição: aplicação <strong>de</strong> calor inferior a 100°C. É <strong>de</strong>sinfetante (não<br />
elimina formas esporuladas). Po<strong>de</strong> ser classificada em:<br />
à lenta: 63°C / 30 minutos<br />
à rápida: 72°C / 15segundos<br />
- Aplicação: diversos alimentos são pasteurizados, como sucos,<br />
leite, etc.<br />
Fervura<br />
- Definição: aplicação <strong>de</strong> calor a 100°C por 15 minutos. É<br />
<strong>de</strong>sinfetante (não elimina formas esporuladas).<br />
- Aplicação: alimentos em geral, p.ex.: leite<br />
Autoclavação<br />
- Definição: aplicação <strong>de</strong> calor a 121°C a uma pressão <strong>de</strong> 1 atm,<br />
por 15 – 30 minutos.<br />
- Aplicação: materiais, meios, utensílios. Diversos alimentos são<br />
tratados por este processo, p.ex.: alimentos enlatados<br />
(apertização).<br />
Esterilização<br />
- Definição: aplicação <strong>de</strong> calor maior que 100°C. Alimentos<br />
<strong>de</strong>nominados UAT (UHT) são submetidos a uma temperatura <strong>de</strong><br />
140 – 150°C por 2 – 4 segundos e rapidamente resfriados e<br />
acondicionados em recipientes estéreis.<br />
- Aplicação: diversos alimentos, como o leite UAT<br />
O calor úmido é mais eficaz que o calor seco, pois a água é melhor condutora <strong>de</strong> calor quando<br />
comparada com o ar.<br />
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· Radiações<br />
Não ionizantes Luz Ultravioleta<br />
- possui ativida<strong>de</strong> máxima num comprimento <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 260 nm<br />
- é <strong>de</strong>sinfetante<br />
- geralmente é utilizado em ambientes<br />
- não é penetrante à <strong>de</strong>sinfecção apenas superficial<br />
- a lâmpada tem vida útil <strong>de</strong> 200 horas (aproximadamente)<br />
- age no DNA microbiano, gerando mutações letais<br />
Ionizantes Radiação Gama<br />
- é esterilizante<br />
- mais energético que UV, atua num comprimento <strong>de</strong> onda menor<br />
- age ionizando componentes celulares, levando à morte<br />
- muito utilizado em produtos hospitalares <strong>de</strong>scartáveis<br />
- seu uso nas indústrias <strong>de</strong> alimentos está crescendo<br />
- possui baixo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> penetração à <strong>de</strong>sinfecção apenas superficial<br />
· Filtração<br />
Clarificante - retém as impurezas grosseiras<br />
- é <strong>de</strong>sinfetante<br />
Esterilizante - possui poros iguais ou menores que 1 mm, po<strong>de</strong>ndo reter, inclusive, alguns vírus.<br />
· Outros<br />
Pressão osmótica<br />
Adição <strong>de</strong> NaCl<br />
- também conhecida como salga<br />
- reduz a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água do alimento, impedindo o metabolismo<br />
microbiano. Também po<strong>de</strong> causar lise osmótica da célula bacteriana.<br />
- muito utilizada em produtos cárneos (carne seca, pescado)<br />
Adição <strong>de</strong> outros sólidos (açúcares)<br />
- utilizado na fabricação <strong>de</strong> compotas e alimentos em calda<br />
- reduz a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água do alimento, impedindo o metabolismo<br />
microbiano<br />
- muito empregado para conservação <strong>de</strong> frutas e hortaliças<br />
Dessecação - retirada umida<strong>de</strong> do alimento em maior ou menor grau<br />
- reduz a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água do alimento, impedindo o metabolismo<br />
microbiano<br />
Liofilização - aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssecação em vácuo (pressão negativa)<br />
- reduz a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água do alimento, impedindo o metabolismo<br />
microbiano<br />
- seu emprego na indústria <strong>de</strong> alimentos é crescente<br />
Baixas temperaturas Refrigeração<br />
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- temperatura entre 0 e 10°C<br />
- reduz a ativida<strong>de</strong> metabólica <strong>de</strong> alguns microorganismos (mesófilos e<br />
termófilos)<br />
Congelamento<br />
- temperaturas inferiores a 0°C<br />
- impe<strong>de</strong> a ativida<strong>de</strong> metabólica da maioria dos microorganismos<br />
- em alguns casos, causa a morte dos microorganismos<br />
® Controle Microbiano por Agentes Químicos<br />
· Álcool Etílico<br />
É um dos métodos químicos mais empregados para controle microbiano, por seu baixo<br />
custo, relativa eficácia e fácil aplicação. Po<strong>de</strong> ser usado como <strong>de</strong>sinfetante ou anti-séptico.<br />
Possui maior ativida<strong>de</strong> germicida quando hidratado (60 – 70%), pois nessa condição<br />
possui maior po<strong>de</strong>r penetrante.<br />
O álcool absoluto possui po<strong>de</strong>r bacteriostático, enquanto o álcool hidratado a 70% possui<br />
po<strong>de</strong>r bactericida.<br />
São apontados diversos mecanismos <strong>de</strong> ação para o etanol:<br />
- ação <strong>de</strong>tergente: solvente <strong>de</strong> lipí<strong>de</strong>os<br />
- ação <strong>de</strong>sidratante: retira água das células<br />
- ação <strong>de</strong>snaturante: agindo sobre proteínas celulares<br />
· Fenóis e Derivados<br />
O fenol é um <strong>de</strong>sinfetante fraco, porém é utilizado como um <strong>de</strong>sinfetante <strong>de</strong> referência<br />
para ser comparado com outros produtos. Um coeficiente maior que 1 indica que o produto é mais<br />
ativo que o fenol.<br />
Atua como <strong>de</strong>snaturantes <strong>de</strong> componentes protéicos<br />
Dentre os cresóis, o mais importante é a creolina, uma mistura <strong>de</strong> cresóis muito utilizada<br />
para pisos e sanitários.<br />
O hexaclorofeno é muito utilizado na antissepsia cirúrgica.<br />
· Halogênios<br />
Os principais halogênios utilizados no controle microbiano são o Cloro e o Iodo.<br />
è Cloro: É usado como <strong>de</strong>sinfetante <strong>de</strong> águas, alimentos e pisos. Seu mecanismo <strong>de</strong> ação é<br />
dado pela reação:<br />
Cl2 + H2O à HCl + HClO<br />
O ácido hipocloroso é instável, se <strong>de</strong>compondo espontaneamente em HCl + 1/2 O2, que eliminará<br />
os microorganismos através <strong>de</strong> oxidação <strong>de</strong> componentes celulares.<br />
è Iodo: reage <strong>de</strong> forma irreversível com aminoácidos aromáticos <strong>de</strong> proteínas celulares<br />
(fenilalanina e tirosina), <strong>de</strong>snaturando-as. Devido à gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alergias, seu uso<br />
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como anti-séptico na prática cirúrgica vem diminuindo, sendo substituído por clorexidine e<br />
similares.<br />
· Detergentes catiônicos<br />
Alteram a permeabilida<strong>de</strong> da membrana. É mais ativo contra Gram negativos.<br />
Exemplo: compostos quaternários <strong>de</strong> amônio à cloreto <strong>de</strong> benzalcônio.<br />
· Sais <strong>de</strong> Metais Pesados<br />
Os metais pesados agem na inativação <strong>de</strong> enzimas, por sua alta afinida<strong>de</strong> por<br />
apoproteínas. Os principais metais pesados utilizados no controle microbiano são:<br />
è Mercúrio (Hg): já foi muito utilizado como anti-séptico, mas seu uso está <strong>de</strong>caindo <strong>de</strong>vido ao<br />
risco <strong>de</strong> intoxicação por absorção cutânea.<br />
è Sulfato <strong>de</strong> Cobre (CuSO4): utilizado como <strong>de</strong>sinfetante para águas <strong>de</strong> recreação<br />
è Nitrato <strong>de</strong> Prata (AgNO3): é um anti-séptico altamente eficiente contra gonococos, que<br />
causam oftalmia em recém-nascidos e gonorréia em adultos com vida sexual ativa.<br />
· Ácidos<br />
Tanto os ácidos orgânicos quanto os inorgânicos são muito utilizados na conservação <strong>de</strong><br />
alimentos. São mais utilizados os ácidos fracos, e na forma <strong>de</strong> sal, pois assim apresentam maior<br />
solubilida<strong>de</strong>.<br />
A ativida<strong>de</strong> antimicrobiológica dos ácidos fracos é atribuída a sua forma não dissociada<br />
(HA), pois esta penetra através da membrana tornando-se ionizada após alcançar o interior da<br />
célula. A concentração intracelular <strong>de</strong>stes ácidos orgânicos altera o funcionamento normal do<br />
gradiente envolvido no sistema <strong>de</strong> transporte da membrana celular.<br />
A concentração da forma não dissociada do conservante químico no alimento é<br />
<strong>de</strong>terminada pelo pKa (pH n qual 50% da molécula está na forma dissociada) do ácido e do pH do<br />
meio, como mostra a fórmula a seguir:<br />
Portanto, a concentração da forma não dissociada aumenta com a elevação da aci<strong>de</strong>z do<br />
alimento, ou seja, o pH do alimento <strong>de</strong>ve ser menor que o pKa, <strong>de</strong> forma a garantir alta<br />
concentração da forma não dissociada.<br />
Os valores <strong>de</strong> pKa da maioria dos ácidos encontra-se na faixa <strong>de</strong> pH entre 3,0 e 5,0.<br />
O pKa é usado na medição <strong>de</strong> sua eficiência no alimento em <strong>de</strong>terminado pH.<br />
Exemplos <strong>de</strong> ácidos orgânicos utilizados na indústria <strong>de</strong> alimentos: ácido tartárico (tartarato<br />
<strong>de</strong> sódio, tartarato potássio), ácido cítrico (citrato <strong>de</strong> sódio, citrato <strong>de</strong> potássio), ácido propiônico<br />
(propionato <strong>de</strong> cálcio).<br />
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· Álcalis<br />
Os principais álcalis utilizados são o NaOH, o KOH e o Ca(OH)2. O NaOH, principalmente,<br />
está presente nos sabões, conferindo-lhes relativa ação anti-séptica.<br />
· Corantes básicos<br />
São mais eficiente contra Gram-positivos.<br />
Exemplo: Cristal Violeta, Azul <strong>de</strong> Metileno.<br />
· Redutores<br />
Reduzem compostos celulares, levando as células à morte.<br />
Al<strong>de</strong>ídos e <strong>de</strong>rivados: formal<strong>de</strong>ído e formalina são utilizados para <strong>de</strong>sinfetar pare<strong>de</strong>s e pisos, mas<br />
causam irritações cutâneas.<br />
· Oxidantes<br />
Oxidam componentes celulares levando à morte das células. São muito utilizados como<br />
<strong>de</strong>sinfetantes.<br />
Exemplo: Ozônio, água oxigenada, permanganato <strong>de</strong> potássio, peróxido <strong>de</strong> zinco.<br />
Óxido <strong>de</strong> etileno (gás): é um agente alquilante, age inativando proteínas e ácidos nucléicos. À<br />
temperatura <strong>de</strong> 52°C o óxido <strong>de</strong> etileno passa do estado líquido para o gasoso. Seus vapores são<br />
utilizados para esterilização <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> borracha ou plástico.<br />
· Antimicrobianos<br />
Possuem ação seletiva contra microorganismos, ao contrário dos anteriores. São um<br />
método biológico <strong>de</strong> controle microbiano. Serão abordados num próximo assunto.<br />
Objetivos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è conceituar e diferenciar os termos utilizados no controle microbiológico;<br />
è <strong>de</strong>screver os agentes físicos e químicos utilizados no controle microbiano;<br />
è enten<strong>de</strong>r o funcionamento <strong>de</strong> autoclaves e fornos <strong>de</strong> esterilização, diferenciando calor úmido<br />
<strong>de</strong> calor seco<br />
è compreen<strong>de</strong>r as diferenças encontradas na ação dos diferentes métodos <strong>de</strong> anti-sepsia<br />
utilizados.<br />
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Material<br />
- Culturas bacterianas<br />
- 2 Placas <strong>de</strong> Petri com Agar<br />
- Soluções anti-sépticas<br />
- Gaze estéril<br />
- Tripé e tela <strong>de</strong> amianto<br />
- Recipiente com água em ebulição<br />
Execução da prática<br />
® Agentes Químicos<br />
- dividir uma placa <strong>de</strong> Petri com Agar em 4 quadrantes<br />
- semear os 4 quadrantes da seguinte forma:<br />
- 1º quadrante: um aluno encosta o <strong>de</strong>do suavemente no Agar<br />
- 2º quadrante: outro aluno lava o <strong>de</strong>do com água e sabão por 1 minuto, seca com gaze estéril e<br />
faz a impressão do <strong>de</strong>do<br />
- 3º quadrante: outro aluno faz a anti-sepsia <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>do com gaze embebida em álcool etílico a<br />
70%, seca com gaze estéril e faz a impressão do <strong>de</strong>do<br />
- 4º quadrante: um outro aluno faz a anti-sepsia <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>do com gaze embebida em álcool<br />
iodado, seca com gaze estéril e faz a impressão do <strong>de</strong>do<br />
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® Agentes Físicos - calor<br />
- dividir uma placa <strong>de</strong> Petri em 8 partes e semear as culturas bacterianas no espaço respectivo ao<br />
tempo 0<br />
- para os próximos espaços, colocar as culturas em banho-maria fervente até atingir o tempo<br />
especificado:<br />
- 5 minutos à reinocular<br />
- 10 minutos à reinocular<br />
- 20 minutos à reinocular<br />
- Após a execução <strong>de</strong> todas as inoculações, incubar os meios a 37°C por 24 horas.<br />
- Observar e interpretar o crescimento nos meios.<br />
Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Qual a diferença entre anti-sepsia e assepsia?<br />
2. Qual o modo <strong>de</strong> ação do calor seco? E do calor úmido? Qual o mais eficaz?<br />
3. Qual é o tipo <strong>de</strong> calor mais utilizado para a indústria <strong>de</strong> alimentos? Por quê?<br />
4. Por que o álcool etílico utilizado como <strong>de</strong>sinfetante e anti-séptico <strong>de</strong>ve ser hidratado?<br />
5. Qual o mecanismo <strong>de</strong> ação dos ácidos utilizados na conservação <strong>de</strong> alimentos?<br />
6. Por que a autoclave, embora funcione numa temperatura muito mais baixa que os fornos ou<br />
estufas <strong>de</strong> esterilização, também possuem ação esterilizante?<br />
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Observações<br />
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Assunto 4: Coloração <strong>de</strong> Gram<br />
Introdução<br />
Colorações simples tornam possível a visualização das bactérias ao microscópio, mas isso<br />
não faz distinção entre organismos <strong>de</strong> morfologia similar. Para tanto, é necessário realizar uma<br />
coloração diferencial.<br />
Existem diversos métodos <strong>de</strong> coloração utilizados para a análise <strong>de</strong> bactérias. Entre estes,<br />
o mais utilizado é a coloração <strong>de</strong>senvolvida por Christian Gram em 1884. Usando duas<br />
seqüências <strong>de</strong> coloração, com diferentes corantes, este método permite a divisão das bactérias<br />
em 2 gran<strong>de</strong>s grupos.<br />
O primeiro grupo, que retém a cor do primeiro corante (o cristal violeta), é <strong>de</strong>nominado<br />
Gram positivo.<br />
O segundo grupo per<strong>de</strong> a cor do primeiro corante e retém a cor do segundo corante<br />
utilizado (fucsina) e é <strong>de</strong>nominado Gram negativo.<br />
Uma solução <strong>de</strong> iodo (lugol) é utilizada como mor<strong>de</strong>nte (um composto químico que fixa um<br />
corante ou outra substância ao se combinar com o mesmo e formar um composto insolúvel) para<br />
a primeira etapa da coloração.<br />
Há também um agente <strong>de</strong>scorante entre a utilização <strong>de</strong> um e outro corantes. Po<strong>de</strong>-se<br />
utilizar diferentes <strong>de</strong>scorantes, <strong>de</strong> acordo com a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoloração <strong>de</strong>sejada. O álcool<br />
etílico a 95% é um agente <strong>de</strong>scorante mais <strong>de</strong>vagar, enquanto a acetona agiliza essa etapa.<br />
Geralmente utiliza-se uma mistura <strong>de</strong> álcool etílico e acetona (95:5), obtendo uma<br />
velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoloração intermediária.<br />
A maioria dos cocos é Gram positiva com exceção dos gêneros Neisseria e Veillonella que<br />
são os únicos Gram negativos.<br />
Assim também acontece com os bacilos, sendo a maioria Gram negativos. Entre os bacilos<br />
Gram positivos incluem-se aqueles pertencentes aos gêneros Corynebacterium, Listeria, Bacillus,<br />
Lactobacillus e Clostridium. Os víbrios são Gram-negativos.<br />
A investigação das características morfológicas e <strong>de</strong> coloração (morfo-tintoriais) das<br />
bactérias é etapa inicial <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância no isolamento e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bactérias <strong>de</strong><br />
material clínico bem como <strong>de</strong> alimentos. No entanto, a i<strong>de</strong>ntificação completa <strong>de</strong> uma bactéria<br />
sempre necessitará <strong>de</strong> dados fisiológicos ou genéticos da mesma.<br />
Fundamentação teórica<br />
A coloração <strong>de</strong> Gram baseia-se na diferença das pare<strong>de</strong>s celulares das diversas bactérias<br />
e como estas serão coradas <strong>de</strong> forma distinta.<br />
As bactérias <strong>de</strong>nominadas Gram negativas possuem uma fina camada <strong>de</strong> glicoproteína<br />
recoberta por uma espessa camada formada principalmente por lipoproteínas e substâncias<br />
lipídicas. Já as consi<strong>de</strong>radas Gram positivas possuem uma única e espessa camada <strong>de</strong><br />
glicoproteína.<br />
Antes <strong>de</strong> iniciar a coloração, é necessário fazer um esfregaço, ou seja, pegar uma colônia<br />
previamente isolada ou uma alçada <strong>de</strong> uma cultura pura e transferir para uma lâmina limpa. Se for<br />
utilizada uma colônia, <strong>de</strong>ve-se adicionar uma gota/alçada <strong>de</strong> solução salina a 0,9%,<br />
homogeneizando-a. É importante que o esfregaço seja bem preparado, para que, ao final da<br />
coloração, seja possível a visualização das bactérias. Também é importante não esquecer <strong>de</strong> fixar<br />
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o esfregaço na chama do Bico <strong>de</strong> Bunsen, evitando que a massa <strong>de</strong> células a ser analisada se<br />
perca durante as etapas da coloração.<br />
Na primeira etapa da coloração, o corante violeta é adicionado sobre o esfregaço. O<br />
corante, então, penetra na pare<strong>de</strong> da bactéria, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte se esta é Gram positiva ou Gram<br />
negativa.<br />
Ao adicionar o lugol, este se combina com o corante Cristal Violeta, formando um gran<strong>de</strong><br />
complexo, o Cristal Violeta-Iodo (CV-I), fixando o corante na pare<strong>de</strong> a bactéria.<br />
O álcool tem papel fundamental neste método. Ao ser adicionado sobre o esfregaço<br />
corado com o Cristal violeta vai diferenciar as bactérias:<br />
à as Gram positivas, com sua pare<strong>de</strong> rica em complexas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> peptidoglicano serão<br />
<strong>de</strong>sidratadas, e os poros na pare<strong>de</strong> serão reduzidos, impedindo a saída do complexo CV-I e<br />
tornando a pare<strong>de</strong> permanentemente corada <strong>de</strong> roxo (a cor do complexo CV-I).<br />
à as bactérias Gram negativas possuem uma fina camada <strong>de</strong> peptidoglicano, mas acima<br />
<strong>de</strong>sta camada encontra-se uma outra, <strong>de</strong> caráter lipídico (rica em LPS, lipoproteínas e outros<br />
componentes). Essa camada lipídica, em contato com o álcool, dissolve-se, <strong>de</strong>ixando a camada<br />
<strong>de</strong> peptidoglicano <strong>de</strong>sprotegida e permitindo a saída do complexo CV-I, tornando a célula<br />
<strong>de</strong>scorada neste momento.<br />
É importante lembrar <strong>de</strong> lavar a lâmina após a etapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoloração, pois se restar algum<br />
resíduo <strong>de</strong> álcool, a próxima etapa não será realizada a<strong>de</strong>quadamente, e os resultados po<strong>de</strong>rão<br />
ser alterados.<br />
O esfregaço então é tratado com fucsina, que não terá efeito algum sobre as células Gram<br />
positivas, que estão com os poros <strong>de</strong> sua pare<strong>de</strong> reduzidos; mas penetrará na pare<strong>de</strong> das células<br />
Gram negativas, corando-as <strong>de</strong> vermelho.<br />
Esta coloração é utilizada para a maioria das bactérias, mas há algumas que não se coram<br />
por este método, como as micobactérias, as bactérias espiraladas e as bactérias que não<br />
possuem pare<strong>de</strong> celular. Para estes, há outros métodos <strong>de</strong> coloração, como o método <strong>de</strong> Zihel-<br />
Neelsen, o <strong>de</strong> Fontana-Tribon<strong>de</strong>au e o método <strong>de</strong> visualização em campo escuro.<br />
Alguns fatores po<strong>de</strong>m influenciar nos resultados obtidos na coloração:<br />
à Os corantes empregados na técnica, se não filtrados, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar resíduos (cristais)<br />
na lâmina.<br />
à Um <strong>de</strong>scoramento excessivo ou insuficiente po<strong>de</strong> levar a uma incorreta diferenciação da<br />
bactéria pelo álcool.<br />
à A ida<strong>de</strong> da cultura bacteriana tem importância fundamental na coloração <strong>de</strong> Gram. Em<br />
culturas envelhecidas, células Gram-positivas freqüentemente se tornam Gram-negativas.<br />
Enzimas líticas excretadas normalmente por culturas envelhecidas po<strong>de</strong>m causar danos à<br />
membrana e pare<strong>de</strong> da célula, como por exemplo, alterando a permeabilida<strong>de</strong> aos solventes.<br />
Conseqüentemente, o complexo iodo-cristal violeta po<strong>de</strong>rá ser retirado da célula.<br />
Objetivos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
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è executar a técnica da coloração <strong>de</strong> Gram;<br />
è utilizar a objetiva <strong>de</strong> imersão;<br />
è relacionar a composição química da pare<strong>de</strong> celular das bactérias com os corantes <strong>de</strong> Gram;<br />
è compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>de</strong> realizar a coloração <strong>de</strong> Gram a partir <strong>de</strong> um material submetido<br />
a exame microbiológico;<br />
è <strong>de</strong>screver as formas, arranjos e coloração das bactérias.<br />
Material<br />
- Lâminas<br />
- Culturas bacterianas em meio líquido e sólido<br />
- Alças e agulhas<br />
- Bateria da coloração <strong>de</strong> Gram (corantes cristal <strong>de</strong> violeta e fucsina, lugol, álcool, água)<br />
- Papel <strong>de</strong> filtro<br />
- Óleo <strong>de</strong> cedro (óleo <strong>de</strong> imersão)<br />
- Microscópio<br />
- Bico <strong>de</strong> Bunsen<br />
Execução da prática<br />
® Preparo e fixação do esfregaço<br />
Etapas Observações<br />
Transferir uma alçada da cultura ou uma colônia<br />
da placa para uma lâmina <strong>de</strong> microscópio limpa.<br />
Com o auxílio da alça, espalhar a cultura.<br />
Se tiver sido colhida colônia da placa, adicionar<br />
salina estéril para facilitar o espalhamento.<br />
Ao fazer o esfregaço a partir <strong>de</strong> diferentes<br />
culturas <strong>de</strong>ve-se observar alguns <strong>de</strong>talhes:<br />
è <strong>de</strong> placa: <strong>de</strong>ve-se coletar apenas 1 colônia,<br />
espalhando-a pela lâmina à isso evitará a<br />
observação <strong>de</strong> colônias diferentes na lâmina e<br />
que seja coletado um inóculo muito carregado, o<br />
que dificultará a visualização das células<br />
coradas.<br />
è <strong>de</strong> caldo: <strong>de</strong>ve-se coletar apenas uma alçada<br />
e espalhá-la na lâmina à isso evita que seja<br />
coletado um inóculo muito carregado.<br />
Para o inóculo coletado <strong>de</strong> caldo não é<br />
necessário adicionar solução salina. Mas para<br />
colônia coletada <strong>de</strong> placa é necessário fazer a<br />
diluição na lâmina, evitando que o esfregaço<br />
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Passar a lâmina com o esfregaço sobre a chama<br />
do Bico <strong>de</strong> Bunsen, até que este esteja<br />
completamente seco.<br />
® Coloração do esfregaço<br />
fique muito concentrado o que dificulta a<br />
visualização das células coradas ao<br />
microscópio.<br />
É importante fixar o esfregaço para que este não<br />
se perca durante as etapas <strong>de</strong> lavagem entre a<br />
utilização <strong>de</strong> um e outro corantes<br />
Etapas da Coloração O que está acontecendo na pare<strong>de</strong> da bactéria?<br />
Cobrir o esfregaço com solução <strong>de</strong> Cristal<br />
Violeta por cerca <strong>de</strong> 1 minuto.<br />
A seguir, lavar em água corrente com o<br />
pissete.<br />
O Cristal Violeta penetra a pare<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambos os<br />
tipos <strong>de</strong> células (Gram + e Gram -)<br />
A lavagem com água é importante após cada<br />
etapa para que uma substância utilizada não<br />
interfira na ação da próxima.<br />
Nesse caso, a lavagem serve para retirar o<br />
excesso <strong>de</strong> corante.<br />
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Cobrir o esfregaço com solução <strong>de</strong> Lugol fraco<br />
por cerca <strong>de</strong> 1 minuto.<br />
Novamente lavar com água, e então lavar com<br />
álcool absoluto até que não saia mais corante<br />
da lâmina (10 – 15 segundos).<br />
O Lugol é uma solução <strong>de</strong> Iodo e funciona como<br />
mor<strong>de</strong>nte neta etapa da coloração, ou seja, ele<br />
fixa o corante Cristal Violeta na pare<strong>de</strong> da célula,<br />
pois forma um complexo gran<strong>de</strong>: o CV-I<br />
O álcool absoluto, ou solução <strong>de</strong> álcool-acetona,<br />
funciona como diferenciador da coloração:<br />
è nas Gram +, o álcool <strong>de</strong>sidrata a matriz<br />
glicoproteica (peptidoglicano), reduzindo os<br />
poros da pare<strong>de</strong> e impedindo a saída do<br />
complexo CV-I, corando a célula <strong>de</strong> roxo:<br />
è nas Gram -, o álcool dissolve a membrana<br />
externa, <strong>de</strong> caráter lipídico (lipoproteínas,<br />
fosfolipí<strong>de</strong>os, LPS), fazendo com que o<br />
complexo CV-I saia da pare<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando a célula<br />
<strong>de</strong>scorada e com os poros da matriz<br />
glicoproteica abertos:<br />
Lavar com água corrente em abundância, É importante prestar com bastante atenção nesta<br />
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para que não reste álcool sobre a lâmina.<br />
Cobrir o esfregaço com fucsina por cerca <strong>de</strong><br />
30 segundos.<br />
Lavar com água e secar suavemente com<br />
papel.<br />
Para <strong>de</strong>corar!!!<br />
Vi Lulu Ali A Fumar<br />
(Cristal Violeta) (Lugol) (Álcool) (Água) (Fucsina)<br />
etapa, pois se restar algum álcool na lâmina a<br />
coloração não prosseguirá, já que o próximo<br />
corante não se fixará na lâmina.<br />
A fucsina age <strong>de</strong> diferentes formas nas<br />
diferentes células:<br />
è nas Gram +, os poros estão reduzidos,<br />
impedindo que a fucsina penetre na pare<strong>de</strong><br />
celular, não alterando a cor roxa:<br />
è nas Gram -, os poros da camada <strong>de</strong><br />
peptidoglicano estão abertos, permitindo que a<br />
fucsina penetre na célula, corando-as <strong>de</strong><br />
vermelho:<br />
Após secar suavemente a lâmina, observar ao<br />
microscópio na objetiva <strong>de</strong> imersão (100x), com<br />
óleo <strong>de</strong> cedro/mineral e i<strong>de</strong>ntificar a célula<br />
corada.<br />
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Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Em que se baseia o método da coloração <strong>de</strong> Gram?<br />
2. Por que o álcool é consi<strong>de</strong>rado como agente diferenciador da coloração <strong>de</strong> Gram?<br />
3. Qual é o papel do mor<strong>de</strong>nte (lugol)?<br />
Observações<br />
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Assunto 5: Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> a Antimicrobianos – TSA<br />
(Antibiograma)<br />
Introdução<br />
O sucesso na terapêutica antimicrobiana <strong>de</strong> uma infecção bacteriana <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />
sensibilida<strong>de</strong> do agente à droga utilizada. Algumas bactérias apresentam um perfil <strong>de</strong><br />
sensibilida<strong>de</strong> previsível e constante, no entanto muitas outras são altamente suscetíveis ao<br />
<strong>de</strong>senvolvimento ou aquisição <strong>de</strong> resistência a diversos antimicrobianos. Atualmente, o uso<br />
a<strong>de</strong>quado e criterioso <strong>de</strong> antimicrobianos é muito importante para prevenção da seleção <strong>de</strong><br />
amostras bacterianas multirresistentes.<br />
O teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> a antimicrobianos ou antibiograma permite o esclarecimento<br />
objetivo do perfil <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> do patógeno e a utilização <strong>de</strong> drogas eficazes no tratamento.<br />
O antibiograma ou TSA é indicado para qualquer microrganismo relacionado ao processo<br />
infeccioso, mas principalmente àqueles cuja sensibilida<strong>de</strong> a drogas normalmente empregadas na<br />
terapia não seja previsível como por exemplos: S. aureus, bacilos gram-negativos não<br />
fermentadores (Pseudomonas), bacilos Gram negativos fermentadores (enterobactérias) etc.<br />
A seleção dos antimicrobianos para a realização dos antibiogramas <strong>de</strong> rotina <strong>de</strong>ve seguir<br />
alguns princípios. Uma das estratégias adotadas é o reconhecimento que alguns agentes<br />
antimicrobianos po<strong>de</strong>m ser agrupados em classes, baseando-se no seu espectro <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>.<br />
Assim, um só representante <strong>de</strong> classe necessita ser testado, a não ser quando <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />
mesma classe <strong>de</strong> antimicrobianos não exista a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> equivalência.<br />
Fundamentação teórica<br />
Uma bactéria é consi<strong>de</strong>rada sensível a um antimicrobiano quando o seu crescimento é<br />
inibido, in vitro, por uma concentração três, ou mais vezes, inferior àquela que o antimicrobiano<br />
atinge no sangue, caso contrário ela é consi<strong>de</strong>rada resistente. O meio termo (bactérias<br />
mo<strong>de</strong>radamente resistentes) é dado por aquela cujo crescimento é inibido por concentrações<br />
intermediárias. Na interpretação dos resultados, consi<strong>de</strong>ramos as bactérias intermediariamente<br />
resistentes como resistentes.<br />
A concentração inibitória do antimicrobiano po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada direta ou indiretamente.<br />
A <strong>de</strong>terminação direta é feita pelos chamados métodos da diluição, e, a indireta, pelo método <strong>de</strong><br />
difusão em placa com discos impregnados com as drogas.<br />
- Método <strong>de</strong> Diluição (MIC): No método <strong>de</strong> diluição, concentrações variadas do<br />
antibiótico, obtidas pela diluição em Caldo ou Agar, são inoculadas com o microrganismo. A<br />
concentração mais baixa do antibiótico que evita o crescimento após a incubação <strong>de</strong> 12 a 24<br />
horas é a concentração inibitória mínima, é a medida da sensibilida<strong>de</strong>.<br />
- Método da Difusão do Disco: Nos testes pelo método <strong>de</strong> difusão, discos <strong>de</strong> papel<br />
impregnados com o antibiótico são colocados uniformemente na superfície do Agar semeado com<br />
o microrganismo. Forma-se, então, um gradiente <strong>de</strong> concentração pela difusão do antibiótico a<br />
partir do disco para o Agar com conseqüente inibição do crescimento do microorganismo sensível<br />
ao <strong>de</strong>terminado (os) antibiótico (os).<br />
Devido à sua simplicida<strong>de</strong> e por po<strong>de</strong>rem ser realizados rapidamente, os métodos <strong>de</strong><br />
difusão com disco (<strong>de</strong> Bawer e Kirby) têm preferência sobre os <strong>de</strong> diluição para os testes <strong>de</strong><br />
rotina, mas é indispensável que sejam, rigorosamente padronizados, pois a presença <strong>de</strong> algumas<br />
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substâncias nos meios po<strong>de</strong>m influenciar o tamanho do halo <strong>de</strong> inibição. Para minimizar os riscos<br />
<strong>de</strong> resultados errôneos, utilizamos o Agar Mueller-Hinton como meio <strong>de</strong> crescimento, pois este é<br />
um meio padronizado e sem componentes que possam interferir nos resultados. Deve-se ressaltar<br />
que o teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser realizado com uma cultura pura, <strong>de</strong>vendo-se fazer uma<br />
coloração <strong>de</strong> Gram antes <strong>de</strong> qualquer TSA para a confirmação da pureza da cultura.<br />
A base para o julgamento <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> é o tamanho real do halo <strong>de</strong> inibição (zona sem<br />
crescimento em volta dos discos <strong>de</strong> antibiótico). O tamanho do halo sozinho não é uma medida<br />
quantitativa da ativida<strong>de</strong> do antibiótico, assim, é errôneo pensar que quanto maior o halo, mais<br />
potente seja o antibiótico. Por essa razão, comparações diretas dos diâmetros dos halos<br />
produzidos por antibióticos não relacionados são falsos e não <strong>de</strong>vem ser realizados. Deve-se<br />
interpretar a sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com os dados obtidos (diâmetro do halo) em comparação<br />
aos dados da tabela <strong>de</strong> interpretação do antibiograma, com antibacterianos <strong>de</strong> uso corrente na<br />
terapêutica clínica.<br />
Os antimicrobianos po<strong>de</strong>m ser classificados <strong>de</strong> acordo com sua ação na célula bacteriana:<br />
Sítio <strong>de</strong> ação Mecanismo <strong>de</strong> ação Classes <strong>de</strong> antimicrobianos<br />
Antimicrobianos<br />
que atuam a nível<br />
da pare<strong>de</strong> celular<br />
Antimicrobianos<br />
que atuam a nível<br />
da membrana<br />
citoplasmática<br />
Antimicrobianos<br />
que atuam a nível<br />
dos ribossomos<br />
Antimicrobianos<br />
que atuam a nível<br />
do DNA<br />
Antimicrobianos<br />
que atuam a nível<br />
do metabolismo<br />
intermediário<br />
- agem na etapa da síntese da pare<strong>de</strong> que<br />
ocorre externamente à membrana plasmática<br />
- impe<strong>de</strong>m a união <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias peptídicas<br />
- aumentam ativida<strong>de</strong> das autolisinas<br />
- se ligam à face externa da membrana<br />
- possuem NH3 + (fica na superfície da<br />
membrana, formando poros) e Ag + (se insere<br />
na membrana) na sua molécula<br />
- <strong>de</strong>sorganizam a membrana plasmática<br />
- provocam a saída <strong>de</strong> componentes<br />
celulares<br />
- aminoglicosí<strong>de</strong>os e tetraciclinas: se ligam à<br />
subunida<strong>de</strong> 30s do ribossomo, tornando-o<br />
não funcional, impedindo a incorporação <strong>de</strong><br />
aminoácidos<br />
- cloranfenicol, lincomicina e clindamicina: se<br />
ligam à subunida<strong>de</strong> 50s do ribossomo,<br />
impedindo a união <strong>de</strong> novos aminoácidos<br />
- eritromicina: se liga à subunida<strong>de</strong> 50s do<br />
ribossomo e impe<strong>de</strong> a translocação<br />
- metronidazol: é reduzido, se tornando tóxico<br />
e quebrando a molécula <strong>de</strong> DNA<br />
- rifampicina: combinam-se com RNApolimerases,<br />
bloqueando a transcrição do<br />
DNA<br />
- <strong>de</strong>rivados quinolônicos: inibem a ação das<br />
girases<br />
- sulfonamidas: bloqueiam a síntese <strong>de</strong> ácido<br />
fólico (competem com o PABA)<br />
- trimetoprina: interfere na síntese <strong>de</strong> purinas,<br />
metionina, serina e timina<br />
- b-lactâmicos (penicilina,<br />
monobactâmicos)<br />
- Polimixinas (não reagem<br />
com fosfatí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> colina<br />
das células animais)<br />
- Aminoglicosí<strong>de</strong>os<br />
(estrptomicina, gentamicina)<br />
- Tetraciclinas (tetraciclina,<br />
doxiciclina)<br />
- Cloranfenicol<br />
- Macrolí<strong>de</strong>os (eritromicina<br />
- Estreptograminas<br />
(lincomicina, clindamicina)<br />
- Metronidazol<br />
- Derivados quinolônicos<br />
(ácido naxadílico,<br />
ciprofloxacino)<br />
- Macrolí<strong>de</strong>os (rifampicinas)<br />
- Sulfonamidas<br />
- Trimetoprina<br />
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Na escolha do antimicrobiano a ser utilizado, <strong>de</strong>vem ser avaliados os seguintes critérios:<br />
toxicida<strong>de</strong> seletiva, bactericida, amplo espectro, não <strong>de</strong>ve ser alergênico, não <strong>de</strong>ve provocar<br />
efeitos colaterais e não <strong>de</strong>vem ter microorganismos resistentes.<br />
É necessário que se observe o tempo mínimo para uso do agente antimicrobiano, para<br />
evitar a seleção <strong>de</strong> microrganismos resistentes. Graças ao uso <strong>de</strong>scuidado <strong>de</strong> agentes<br />
antimicrobianos, a taxa <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> microrganismos multirresistentes vem aumentando nos<br />
últimos anos. Um exemplo é o tratamento da tuberculose, que consiste na administração <strong>de</strong> uma<br />
combinação <strong>de</strong> antibióticos (2 a 3) por um longo período (6 meses). O abandono precoce do<br />
tratamento acaba por selecionar cepas MDR (multi drug resistent).<br />
Durante a execução da prática utilizaremos a Escala Mac Farland, que consiste num<br />
método <strong>de</strong> quantificação <strong>de</strong> microorganismos através <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z. A escala é preparada com<br />
ácido sulfúrico e cloreto <strong>de</strong> bário em diversas concentrações, que reagem formando cloreto <strong>de</strong><br />
bário obtendo diversos graus <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z. A concentração aproximada <strong>de</strong> microorganismos é dada<br />
conforme a leitura <strong>de</strong> absorbância realizada, <strong>de</strong> acordo com a tabela a seguir.<br />
Geralmente utilizamos uma concentração <strong>de</strong> microrganismos equivalentes ao padrão 0,5<br />
da escala MacFarland, ou seja, 1,5x10 8 /ml.<br />
Padrão da<br />
escala<br />
MacFarland<br />
Concentração<br />
aproximada <strong>de</strong><br />
microrganismos<br />
(x10 6 /ml)<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10<br />
300 600 900 1.200 1.500 1.800 2.100 2.400 2.700 3.000<br />
O Nutricionista <strong>de</strong>ve conhecer bem a funcionalida<strong>de</strong> dos antibiogramas e dos antibióticos<br />
que são utilizados para o tratamento <strong>de</strong> infecções a partir do conhecimento à sensibilida<strong>de</strong> das<br />
bactérias aos mesmos, para então acompanhar a dieta do indivíduo, fazendo as <strong>de</strong>vidas<br />
modificações necessárias <strong>de</strong>vido as inúmeras interações fármaco-nutrientes e a biodisponibilida<strong>de</strong><br />
dos fármacos, sem esquecer as possíveis <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> vitaminas e minerais que po<strong>de</strong>m vir a<br />
acontecer <strong>de</strong>vido as introdução <strong>de</strong> alguns antibióticos.<br />
Objetivos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è conceituar antibiograma (TSA) e i<strong>de</strong>ntificar os grupos ou quadros clínicos nos quais o<br />
antibiograma é indicado;<br />
è diferenciar os métodos <strong>de</strong> diluição (CIM ou MIC) do método <strong>de</strong> difusão e <strong>de</strong>screver as etapas<br />
para a realização <strong>de</strong>ste último;<br />
è compreen<strong>de</strong>r a influência <strong>de</strong> alguns fatores no diâmetro do halo e inibição;<br />
è ler e interpretar resultados possíveis <strong>de</strong> um antibiograma;<br />
è citar alguns grupos microbianos aon<strong>de</strong> o TSA <strong>de</strong>ve ser feito através <strong>de</strong> outras técnicas.<br />
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Material<br />
- Cultura bacteriana<br />
- Tubo com solução salina estéril<br />
- Swab estéril<br />
- Tubo n o 0,5 da escala <strong>de</strong> Mac Farland<br />
- Pipeta estéril<br />
- Placa <strong>de</strong> Agar Mueller-Hinton<br />
- 4 discos <strong>de</strong> antibióticos diferentes<br />
- Pinça<br />
- Régua graduada<br />
Execução da prática<br />
- ajustar a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> do inóculo acrescentando a cultura à solução salina até esta se igualar à<br />
turvação do tubo 0,5 da escala <strong>de</strong> Mac Farland (lembrando que o ajuste é feito por turbi<strong>de</strong>z, e não<br />
pela cor que o caldo se apresenta).<br />
- embeber o swab na suspensão bacteriana padronizada e inocular na placa <strong>de</strong> Mueller-Hinton <strong>de</strong><br />
modo a obter um crescimento confluente (estriar em pelo menos 3 direções)<br />
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Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Qual a diferença entre os métodos <strong>de</strong> difusão e impregnação em discos?<br />
2. Por que o método <strong>de</strong> impregnação do antimicrobiano em discos é mais utilizada?<br />
3. Qual a importância da inoculação ser realizada <strong>de</strong> modo correto, permitindo crescimento<br />
confluente?<br />
4. Po<strong>de</strong>mos comparar os halos <strong>de</strong> inibição obtidos com antimicrobianos diferentes ou em<br />
diferentes concentrações?<br />
Observações<br />
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Assunto 6: Cocos Gram positivos<br />
Introdução<br />
Os principais gêneros <strong>de</strong> Cocos Gram positivos <strong>de</strong> interesse na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são o<br />
Staphylococcus e o Streptococcus, membros da família Micrococcaceae.<br />
Em ambos os gêneros, po<strong>de</strong>mos encontrar espécies que compõem a microbiota normal <strong>de</strong><br />
diversas pessoas, como Staphylococcus epi<strong>de</strong>rmidis e Enterococcus (antigamente <strong>de</strong>nominado<br />
Streptococcus faecalis), mas também existem espécies altamente patogênicas, como<br />
Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. É importante ressaltar que os enterococos não<br />
são consi<strong>de</strong>rados como estreptococos, mas um gênero à parte. Como este gênero foi por muito<br />
tempo estudado como sendo parte do gênero Streptococcus, ainda hoje é comum estuda-lo junto<br />
com este, i<strong>de</strong>ntificando as principais diferenças entre ambos.<br />
São gêneros bastante parecidos, causadores <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>nominadas piogênicas (com<br />
produção <strong>de</strong> pus), a principal diferença entre ambos é a produção <strong>de</strong> catalase por<br />
Staphylococcus.<br />
Ambos os gêneros, Staphylococcus e Streptococcus, são importantes na área <strong>de</strong><br />
alimentos já que po<strong>de</strong>m ser veiculados por alimentos.<br />
Fundamentação teórica<br />
® Staphylococcus<br />
As bactérias do gênero Staphylococcus são cocos Gram-positivos, que quando vistos ao<br />
microscópio aparecem na forma <strong>de</strong> cachos <strong>de</strong> uva. São anaeróbias facultativas, com maior<br />
crescimento em condições aeróbias, quando produzem catalase. São amplamente distribuídos na<br />
natureza e fazem parte da microbiota normal da pele e mucosas <strong>de</strong> mamíferos e aves<br />
(encontrados principalmente na mucosa da nasofaringe).<br />
De todas as espécies existentes, as <strong>de</strong> maior interesse humano são Staphylococcus<br />
aureus, Staphylococcus epi<strong>de</strong>rmidis, e Staphylococcus saprophyticus.<br />
Para diferenciação d a espécie, utilizamos as provas <strong>de</strong> fermentação do manitol, da coagulase,<br />
DNAse, sensibilida<strong>de</strong> à novobiocina e redução <strong>de</strong> nitrato.<br />
A espécie S. aureus é a que está mais freqüentemente associada a doenças<br />
estafilocócicas, sendo <strong>de</strong> origem alimentar ou não, está geralmente envolvida em infecções<br />
humanas (<strong>de</strong> origem comunitária e hospitalar) e apresenta uma freqüência <strong>de</strong> 30 a 40% <strong>de</strong><br />
portadores na população.<br />
São bactérias mesófilas, com crescimento na faixa <strong>de</strong> 7ºC a 47,8ºC, e as toxinas são<br />
produzidas entre 10ºC e 46ºC, com ótimo entre 40ºC e 45ºC. Quanto mais baixa for a<br />
temperatura, mais tempo será necessário para produzir enterotoxinas.<br />
São bactérias tolerantes a concentrações <strong>de</strong> 10% a 20% <strong>de</strong> NaCl, sendo este um fator <strong>de</strong><br />
estimulação da produção da coagulase. Também são tolerantes a altas concentrações <strong>de</strong> nitratos.<br />
Crescem em faixa <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> 4 a 9,8, com ótimo entre 6 e 7. E possuem capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
crescer em valores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> aquosa inferior à muitas bactérias, até entre 0,86-0,83.<br />
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pressão osmótica (até 6,5 % <strong>de</strong> NaCl). São membros da microbiota normal do trato gastrintestinal<br />
<strong>de</strong> diversas pessoas.<br />
O gênero Streptococcus é composto <strong>de</strong> bactérias anaeróbias facultativas, com maior<br />
crescimento em atmosfera com 10% <strong>de</strong> CO2.<br />
Possuem ativida<strong>de</strong> hemolítica, fator importante para a classificação das cepas patogênicas<br />
em a (hemólise parcial), b (hemólise total) e g (anemolítico).<br />
Os estreptococos a hemolíticos apresentam zonas <strong>de</strong> hemólise, possuindo hemácias<br />
íntegras na parte mais interna junto a colônia, e hemólise maior na parte mais externa.<br />
Freqüentemente, aparece uma coloração esver<strong>de</strong>ada na área <strong>de</strong> hemólise (<strong>de</strong>vido a alteração da<br />
hemoglobina pelo sistema oxi-redutor da célula bacteriana e conseqüente liberação <strong>de</strong> biliverdina<br />
e bilirrubina), que originou a qualificação "estreptococos do grupo esver<strong>de</strong>scente" ou<br />
Streptococcus viridans. Os Streptococcus pneumoniae, principais agentes bacterianos <strong>de</strong><br />
pneumonia, apresentam hemólise a, uma colônia puntiforme com um aprofundamento no ápice da<br />
colônia (parecendo um pequeno vulcão).<br />
Os estreptococos b hemolíticos produzem uma zona <strong>de</strong> hemólise total, não se observando<br />
hemácias íntegras (microscópio óptico com objetiva <strong>de</strong> 10x). O Streptococcus pyogenes<br />
apresenta dois tipos <strong>de</strong> hemolisinas O e S. A hemolisina O é <strong>de</strong>struída pela ação do oxigênio<br />
atmosférico e, portanto, só <strong>de</strong>monstrada em colônias crescidas em profundida<strong>de</strong> no Agar sangue.<br />
A hemolisina S é estável ao oxigênio do ar e produz hemólise mesmo nas colônias<br />
crescidas na superfície do meio <strong>de</strong> cultura. Como cerca <strong>de</strong> 15% dos Streptococcus apresentam<br />
hemolisina O, se torna necessária a semeadura do germe pela técnica em profundida<strong>de</strong> ("pourplate")<br />
, ou a realização <strong>de</strong> perfurações ("stabs") nos quadrantes <strong>de</strong> esgotamento ou a incubação<br />
em atmosfera pobre em oxigênio (técnica da jarra com vela).<br />
Os estreptococos g não produzem hemólise, são anemolíticos, isso significa que não têm<br />
capacida<strong>de</strong> lítica nenhuma sobre as hemácias. Muitas das espécies saprófitas são <strong>de</strong>ste grupo.<br />
Para o isolamento po<strong>de</strong>-se recorrer previamente ao uso <strong>de</strong> meios seletivos ou <strong>de</strong> enriquecimento.<br />
O meio <strong>de</strong> seletivo específico para estreptococos mais usado é o Caldo Hitchens-Pike.<br />
Um meio alternativo para enriquecimento é o Caldo Tioglicolato <strong>de</strong> Sódio, a<strong>de</strong>quado para o<br />
crescimento <strong>de</strong> bactérias, inclusive aquelas microaerófilas e anaeróbias.<br />
O meio clássico <strong>de</strong> isolamento <strong>de</strong> estreptococos é o Agar Sangue aon<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se observar<br />
o perfil hemolítico dos mesmos.<br />
As colônias <strong>de</strong> estreptococos isoladas em Agar Sangue são puntiformes (< 1mm <strong>de</strong><br />
diâmetro), transparentes à luz transmitida e peroladas à luz refletida.<br />
Na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> estreptococos além do perfil hemolítico, utilizam-se outras provas<br />
auxiliares para a i<strong>de</strong>ntificação das principais espécies. O esquema abaixo apresenta estas provas:<br />
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Objetivos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è compreen<strong>de</strong>r o papel dos manipuladores <strong>de</strong> alimentos como potenciais reservatórios <strong>de</strong> S.<br />
aureus produtores <strong>de</strong> enterotoxinas;<br />
è caracterizar e compreen<strong>de</strong>r o modo <strong>de</strong> ação dos meios utilizados para o isolamento <strong>de</strong><br />
Staphylococcus (Chapman ou A. Manitol Salgado) e Streptococcus (Agar Sangue);<br />
è caracterizar e compreen<strong>de</strong>r as provas básicas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e diferenciação <strong>de</strong><br />
Staphylococcus e Streptococcus (catalase, coagulase e DNAse), compreen<strong>de</strong>ndo o mecanismo<br />
<strong>de</strong> ação <strong>de</strong>stas.<br />
Material<br />
® Isolamento <strong>de</strong> anfibiontes das vias aéreas superiores<br />
- swabs estéreis<br />
- tubo com solução salina<br />
- Agar Chapman<br />
- Caldo Tioglicolato (ou Hitchens-Pike).<br />
® I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Staphylococcus e Streptococcus I<br />
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- Agar sangue<br />
- Caldo simples ou BHI<br />
- Agar inclinado<br />
- Agar DNAse<br />
- <strong>de</strong>ssecador com vela.<br />
® I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Staphylococcus e Streptococcus II<br />
- reativo para catalase (H2O2)<br />
- reativo para DNAse (HCl 1N)<br />
- reativo para coagulase (plasma sangüíneo)<br />
- tubo controle positivo<br />
- lâminas<br />
- conjunto <strong>de</strong> coloração <strong>de</strong> Gram.<br />
Execução da prática<br />
® Isolamento <strong>de</strong> anfibiontes das vias aéreas superiores<br />
- colher material da nasofaringe (fossas nasais) com o auxílio <strong>de</strong> swab previamente ume<strong>de</strong>cido<br />
em solução salina estéril e inocular o meio Chapman com a técnica <strong>de</strong> esgotamento em estria e<br />
incubar a 37 o C por 24 horas, conforme o esquema a seguir:<br />
- colher material da orofaringe (tonsilas palatinas/amídalas) com o auxílio <strong>de</strong> swab previamente<br />
ume<strong>de</strong>cido em solução salina estéril e inocular o meio <strong>de</strong> Tioglicolato e incubar a 37 o C por 24<br />
horas, conforme o esquema a seguir:<br />
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® I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Staphylococcus e Streptococcus I<br />
- observar o crescimento típico ou não <strong>de</strong> S.aureus no meio <strong>de</strong> Chapman e inocular colônia<br />
isolada em caldo BHI, Agar DNAse e Agar inclinado e incubar a 37 o C por 24 horas, conforme o<br />
esquema abaixo:<br />
- inocular por esgotamento o crescimento do meio Tioglicolato em placas <strong>de</strong> Agar sangue e<br />
incubar a 37 o C por 24 horas em microaerofila pela técnica da vela, conforme o esquema abaixo:<br />
® I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Staphylococcus e Streptococcus II<br />
- utilizando os reativos próprios, fazer as leituras das provas <strong>de</strong> catalase (H2O2), DNAse (HCl 1N)<br />
e coagulase (plasma <strong>de</strong> coelho citratado)<br />
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OBSERVAÇÃO:<br />
As principais provas bioquímicas utilizadas para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bactérias do gênero<br />
Staphylococcus são:<br />
à Fermentação do Manitol: a primeira prova a ser realizada, já na primeira etapa da prática. É<br />
verificada no meio <strong>de</strong> Chapman, ou Agar Manitol Salgado, que contém o indicador <strong>de</strong> pH<br />
vermelho <strong>de</strong> fenol. Quando o microorganismo utiliza o manitol como fonte <strong>de</strong> carbono<br />
(fermentando-o), produz ácido no meio, reduzindo o pH e alterando a cor do indicador <strong>de</strong><br />
vermelho (laranja) para amarelo. Caso o microorganismo seja isolado em Agar Sangue, a prova<br />
po<strong>de</strong> ser realizada em Caldo Vermelho <strong>de</strong> Fenol suplementado com 1,0% <strong>de</strong> manitol.<br />
à Prova da Catalase: se <strong>de</strong>stina a verificação da presença da enzima catalase, uma superoxidodismutase.<br />
A catalase é uma enzima que <strong>de</strong>compõe o peróxido <strong>de</strong> hidrogênio com formação <strong>de</strong><br />
água e oxigênio molecular (H2O2 + catalase à H2O + ½ O2). A prova po<strong>de</strong> ser efetuada com o<br />
crescimento bacteriano obtido em qualquer meio <strong>de</strong> cultura, exceto meios com sangue, pois este<br />
possui catalase, levando a resultados falso-positivos. A verificação da produção <strong>de</strong>ssa enzima por<br />
<strong>de</strong>terminada bactéria po<strong>de</strong> ser feita adicionando-se peróxido <strong>de</strong> hidrogênio (H2O2 a 30%) à cultura<br />
em meio sólido ou líquido, e verificando-se <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> bolhas gasosas (O2). Se o<br />
microorganismo produzir catalase, o resultado positivo será visto como <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> gás<br />
sobre colônia (borbulhamento).<br />
Uma leitura da prova <strong>de</strong> catalase po<strong>de</strong> ser feita <strong>de</strong> maneira cuidadosa a partir <strong>de</strong> um crescimento<br />
em Agar Sangue da seguinte maneira: adiciona-se primeiramente uma gota <strong>de</strong> peróxido em uma<br />
área do meio <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> crescimento e em seguida sobre uma colônia a ser testada.<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se positivo apenas se o borbulhamento foi mais rápido e intenso sobre a colônia.<br />
à Prova da Coagulase: Verifica a capacida<strong>de</strong> do microrganismo em coagular o plasma através<br />
da enzima coagulase. A coagulase estafilocócica se apresenta em duas formas: coagulase ligada<br />
e coagulase livre.<br />
A coagulase ligada converte fibrinogênio em fibrina diretamente, sem o envolvimento dos fatores<br />
<strong>de</strong> coagulação, e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tectada em teste direto em lâmina, utilizando-se da suspensão <strong>de</strong><br />
Staphylococcus acrescida <strong>de</strong> 2 gotas <strong>de</strong> plasma citratado, fazendo movimentos circulares e<br />
observando-se a formação <strong>de</strong> coágulo no tempo <strong>de</strong> 1-2 minutos. Po<strong>de</strong> se tornar mais sensível o<br />
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teste em tubo, por este <strong>de</strong>tectar tanto coagulase livre como coagulase ligada, sendo a prova <strong>de</strong><br />
escolha.<br />
A coagulase livre reage com o fator <strong>de</strong> coagulação do plasma, o CRF, formando uma substância<br />
semelhante, mas não idêntica à trombina, que converte fibrinogênio em fibrina. Para o teste<br />
utilizamos plasma citratado humano ou <strong>de</strong> coelho, estéril, diluído na proporção 1:5 em solução<br />
salina; a reação ocorre volume a volume (0,5ml <strong>de</strong> plasma + 0,5 ml da cultura) a 37º C.<br />
Estudos recentes <strong>de</strong>monstraram que a produção da enzima coagulase se intensifica quando o<br />
germe é crescido em meio contendo alta concentração <strong>de</strong> NaCl. Desta forma, aconselha-se a<br />
utilização <strong>de</strong> colônias para a prova, crescidas em Agar Manitol Salgado (Chapman), este<br />
procedimento aumentaria a sensibilida<strong>de</strong> do teste.<br />
Semear uma alçada do germe em estudo em um tubo contendo o plasma diluído e incubar a<br />
37ºC. Devem ser feitas leituras periódicas a cada30 minutos por um período <strong>de</strong> até 4 horas e uma<br />
leitura final após 24 horas, pois algumas espécies produzem também fibrinolisina, que dissolve o<br />
coágulo formado. A menor coagulação é consi<strong>de</strong>rada prova positiva. Aconselha-se, também<br />
utilizar sempre um teste positivo com uma amostra <strong>de</strong> S. aureus, previamente conhecida, como<br />
comprovação do teste.<br />
à Prova da DNAse: Verifica a capacida<strong>de</strong> do microorganismo utilizar DNA como fonte<br />
energética, através da produção da enzima DNAse. O meio utilizado (Agar DNAse) possui DNA<br />
em sua composição. O microorganismo é semeado em forma <strong>de</strong> “spot” ou estria reta simples.<br />
Após o crescimento, adiciona-se ao meio HCl 1N, que vai revelar o resultado. O HCl precipitará<br />
todo o DNA presente no meio (lembrando que o DNA e proteína e <strong>de</strong>snatura em presença <strong>de</strong><br />
ácidos). Se o microorganismo produzir DNAse, terá <strong>de</strong>gradado todo o DNA ao redor do<br />
crescimento, e não haverá precipitação. Quando colocado contra o fundo escuro, po<strong>de</strong>-se ver<br />
claramente o meio turvo e um halo claro (translúcido) ao redor do crescimento.<br />
à Sensibilida<strong>de</strong> a Novobiocina: Este teste não será realizado na aula prática, mas é muito<br />
utilizado na rotina <strong>de</strong> laboratório. Esta prova é diferenciadora <strong>de</strong> espécie, pois apenas S.<br />
epi<strong>de</strong>rmidis é resistente a este antimicrobiano. O teste é realizado semelhantemente ao TSA<br />
(Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> a Antimicrobianos): inocula-se a cultura suspeita em Agar Mueller-Hinton,<br />
<strong>de</strong> modo a obter crescimento confluente e adicionar o disco <strong>de</strong> Novobiocina com concentração <strong>de</strong><br />
5 mg/ml. Após a incubação verificar o tamanho do halo <strong>de</strong> inibição e comparar com uma tabela<br />
específica.<br />
- caracterizar a presença <strong>de</strong> colônias típicas <strong>de</strong> Streptococcus e seu eventual padrão hemolítico<br />
no meio <strong>de</strong> Agar sangue.<br />
- preparar lâminas com esfregaço <strong>de</strong> amostra coletada do Agar Inclinado (Staphylococcus) e do<br />
Agar Sangue (Streptococcus), corar pelo método <strong>de</strong> Gram e observar em microscopia.<br />
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OBSERVAÇÃO: Há provas bioquímicas que po<strong>de</strong>m ser utilizadas na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
Streptococcus, embora nós não as utilizemos na aula prática. Estas são:<br />
à Sensibilida<strong>de</strong> a Optoquina: Esta prova é diferenciadora <strong>de</strong> espécie (S. pneumoniae e S.<br />
viridans). O teste é realizado semelhantemente ao TSA (Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> a<br />
Antimicrobianos): inocula-se a cultura suspeita em Agar Mueller-Hinton, <strong>de</strong> modo a obter<br />
crescimento confluente e adicionar o disco <strong>de</strong> Optoquina. Após a incubação verificar o tamanho<br />
do halo <strong>de</strong> inibição. Consi<strong>de</strong>rar como sensível um halo <strong>de</strong> inibição <strong>de</strong> raio maior que 2 cm.<br />
à Bile solubilida<strong>de</strong>: Esta prova é utilizada para i<strong>de</strong>ntificar se o microorganismo é capaz <strong>de</strong><br />
resistir à presença <strong>de</strong> bile no meio. Dentre os estreptococos, apenas os enterococos são capazes<br />
<strong>de</strong> solubilizar a bile no meio. A prova é realizada conforme esquema que se segue: A 1,0 mL <strong>de</strong><br />
cultura em caldo, adicionar uma gota <strong>de</strong> vermelho <strong>de</strong> fenol. Acertar o pH em aproximadamente 7,5<br />
com NaOH 0,1N (cor rósea). Adicionar aproximadamente 4 gotas <strong>de</strong> <strong>de</strong>soxicolato <strong>de</strong> sódio ou<br />
bílis. Incubar juntamente com um tubo sem bílis a 37º C por 3 horas.<br />
à Sensibilida<strong>de</strong> a Bacitracina: Esta prova i<strong>de</strong>ntifica os Streptococcus do grupo A, poisestes são<br />
sensíveis, enquanto outros Streptococcus não grupo A são resistentes a este antimicrobiano. O<br />
teste é realizado semelhantemente ao TSA (Teste <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> a Antimicrobianos): inocula-se<br />
a cultura suspeita em Agar Mueller-Hinton, <strong>de</strong> modo a obter crescimento confluente e adicionar o<br />
disco <strong>de</strong> Bacitracina com concentração <strong>de</strong> 0,04U. Após a incubação em baixa tensão <strong>de</strong> O2,<br />
verificar o tamanho do halo <strong>de</strong> inibição. Consi<strong>de</strong>rar como sensível um halo <strong>de</strong> inibição <strong>de</strong> raio<br />
maior que 2 cm.<br />
à Crescimento a 56°C: Para evitar dúvidas entre estreptococos e enterococos (Streptococcus<br />
faecalis), submeter a cultura a um aquecimento <strong>de</strong> 56º C por 30 minutos. Somente os enterococos<br />
resistem a esse tratamento.<br />
à Crescimento em Agar Chapman: Esta prova também diferencia os enterococos, pois estes<br />
toleram a alta concentração <strong>de</strong> NaCl presente no meio, como acontece com os estafilococos.<br />
à Crescimento em Agar EMB: Outra prova para i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> enterococos, pois estes<br />
suportam a presença <strong>de</strong> corantes como o azul <strong>de</strong> metileno (que é inibidor para a maioria dos<br />
Gram positivos).<br />
® Meios utilizados na prática<br />
Agar Chapman<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Extrato <strong>de</strong> carne<br />
Peptona<br />
Manitol<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Vermelho <strong>de</strong> fenol<br />
Agar<br />
1,0<br />
10,0<br />
10,0<br />
75,0<br />
0,025<br />
15,0<br />
pH do meio: 7,5 ± 0,2<br />
Este meio possui agentes seletivo (NaCl a uma<br />
concentração <strong>de</strong> 7,5%), indicador (vermelho <strong>de</strong><br />
fenol) e diferencial (manitol).<br />
Ou seja, além <strong>de</strong> restringir o crescimento <strong>de</strong><br />
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Caldo Tioglicolato <strong>de</strong> Sódio<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Extrato <strong>de</strong> levedura<br />
Triptona<br />
Glicose<br />
Toglicolato <strong>de</strong> sódio<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
L-cistina<br />
Resazurina<br />
Agar<br />
Agar Sangue<br />
5,0<br />
15,0<br />
5,5<br />
0,5<br />
2,5<br />
0,5<br />
0,001<br />
0,75<br />
bactérias não halófilas, permite a diferenciação<br />
<strong>de</strong> microorganismo fermentadores <strong>de</strong> manitol, o<br />
que é indicado pela viragem da cor do<br />
indicador <strong>de</strong> pH Vermelho <strong>de</strong> fenol, <strong>de</strong> laranja<br />
para amarelo.<br />
pH do meio: 7,1 ± 0,2<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Triptona<br />
Peptona neutralizada<br />
Extrato <strong>de</strong> levedura<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Sangue <strong>de</strong> carneiro<br />
Agar<br />
Caldo BHI (Brain Heart Infusion)<br />
14,0<br />
4,5<br />
4,5<br />
5,0<br />
7,0<br />
12,5<br />
Esse meio é a<strong>de</strong>quado para o cultivo <strong>de</strong><br />
microorganismos aeróbios e anaeróbios. A<br />
resazurina é um agente indicador <strong>de</strong> oxidação,<br />
em presença <strong>de</strong> O2 o meio adquire coloração<br />
avermelhada.<br />
pH do meio: 7,3 ± 0,2<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Sólidos <strong>de</strong> infusão <strong>de</strong> cérebro <strong>de</strong><br />
bezerro<br />
Sólidos <strong>de</strong> infusão <strong>de</strong> coração <strong>de</strong> boi<br />
Proteose peptona<br />
Glicose<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Fosfato dissódico<br />
Agar DNAse<br />
12,5<br />
5,0<br />
10,0<br />
2,0<br />
5,0<br />
2,5<br />
O meio é altamente nutriente, além <strong>de</strong> ser<br />
suplementado com sangue, o que o torna um<br />
meio muito utilizado em etapas <strong>de</strong><br />
enriquecimento e para visualização <strong>de</strong><br />
proprieda<strong>de</strong>s hemolíticas <strong>de</strong> diversos<br />
microorganismos. Como na possui agentes<br />
seletivos, <strong>de</strong>ve ser manipulado com bastante<br />
cuidado.<br />
pH do meio: 7,4 ± 0,2<br />
Este é um caldo <strong>de</strong> infusão tamponado,<br />
altamente rico em nutrientes e que não<br />
apresenta nenhum agente seletivo. É muito<br />
indicado para o crescimento <strong>de</strong> estafilococos<br />
para verificação <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> coagulase,<br />
pois potencializa essa característica do<br />
microorganismo.<br />
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Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Triptose<br />
Ácido <strong>de</strong>oxiribonucléico<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Agar<br />
20,0<br />
2,0<br />
5,0<br />
12,0<br />
pH do meio: 7,3 ± 0,2<br />
A produção da DNAse no meio é <strong>de</strong>tectada<br />
graças ao DNA adicionado. Para a leitura, é<br />
necessário adicionar HCL 1 N sobre toda a<br />
superfície do meio e aguardar a precipitação.<br />
Esta prova é utilizada para i<strong>de</strong>ntificar<br />
estafilococos patogênicos, por estar<br />
correlacionada à produção <strong>de</strong> coagulase.<br />
** O Caldo simples (TSB) e o Agar inclinado (TSA) são meios simples, sem nenhum nutriente <strong>de</strong><br />
enriquecimento ou nenhum componente inibidor ou indicador, por isso, suas composições não<br />
serão estabelecidas aqui. Caso haja interesse, disponibilizamos os Manuais <strong>de</strong> Meios aos alunos.<br />
Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Qual a finalida<strong>de</strong> do Agar Chapman na primeira etapa da aula prática?<br />
2. De que maneiras po<strong>de</strong>mos diferenciar os estreptococos dos enterococos?<br />
3. Qual o método <strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> estreptococos foi utilizada na aula? Em que estase baseia?<br />
4. Quais as principais provas para i<strong>de</strong>ntificação bioquímica <strong>de</strong> estafilocococs e quais os seus<br />
fundamentos?<br />
5. Qual a finalida<strong>de</strong> da técnica da “Jarra com Vela”?<br />
Observações<br />
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Assunto 7: Coloração <strong>de</strong> Zihel-Neelsen (Visualização <strong>de</strong><br />
Bactérias Espiraladas)<br />
Introdução<br />
Algumas bactérias não se coram pelo método <strong>de</strong> coloração <strong>de</strong> Gram, pelo simples fato <strong>de</strong><br />
apresentarem composição da pare<strong>de</strong> celular diferenciada das bactérias Gram positivas e Gram<br />
negativas.<br />
Entre estas bactérias estão as micobactérias, como o Mycobacterium tuberculosis, um<br />
bacilo álcool-ácido resistente <strong>de</strong> importância médica, por ser o causador da tuberculose humana e<br />
o Mycobacterium bovis, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> interesse na nutrição por causar tuberculose em bovinos,<br />
sendo esta uma zoonose veiculada por alimentos. As micobactérias penetram pela mucosa da<br />
orofaringe e do trato digestivo chegando aos nódulos mesentéricos e a partir daí po<strong>de</strong> se<br />
disseminar para outros tecidos e órgãos, quando inaladas po<strong>de</strong>m provocar tuberculose pulmonar<br />
idêntica à causada pelo Mycobacterium tuberculosis.<br />
A coloração <strong>de</strong> Ziehl-Neelsen é a técnica mais utilizada na i<strong>de</strong>ntificação das micobactérias<br />
e <strong>de</strong> bactérias álcool-ácido resistentes em geral, como as bactérias espiraladas..<br />
Muitas bactérias espiraladas estão associadas a doenças humanas: Leptospira<br />
(leptospirose); Treponema (sífilis) e Borrelia (doença <strong>de</strong> Lyme). Como são microrganismos muito<br />
<strong>de</strong>lgados e recobertos por uma bainha protéica, a coloração <strong>de</strong> Gram não é útil na sua<br />
visualização. Para tanto são empregados métodos <strong>de</strong> impregnação com sais <strong>de</strong> prata (método <strong>de</strong><br />
Fontana-Tribon<strong>de</strong>au) que permite sua observação em microscopia <strong>de</strong> campo claro e a observação<br />
direta em microscopia <strong>de</strong> campo escuro.<br />
A presença <strong>de</strong> bacilos álcool-ácido resistentes no escarro é forte sugestão <strong>de</strong> tuberculose<br />
pulmonar. Além disso, sangue colhido do lóbulo da orelha ou material colhido da própria lesão<br />
indica o diagnóstico da lepra (Mycobacterium leprae).<br />
Faz parte da prática do Nutricionista conhecer o assunto e atentar para a importância na<br />
orientação do consumo <strong>de</strong> leite pasteurizado, <strong>de</strong> origem conhecida e inspecionado, pois as<br />
infecções causadas por essas bactérias são graves.<br />
Fundamentação teórica<br />
O gênero Mycobacterium contém gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> espécies, as patogênicas <strong>de</strong> maior<br />
importância para o homem são Mycobacterium leprae, Mycobacterium tuberculosis e<br />
Mycobacterium bovis. Com exceção da Mycobacterium leprae (que só po<strong>de</strong> ser cultivado em<br />
cultura <strong>de</strong> células), as micobactérias po<strong>de</strong>m ser cultivadas em laboratório (in vitro), em meio <strong>de</strong><br />
cultura seletivo.<br />
As bactérias <strong>de</strong>sse gênero são bacilos finos, diferentes das <strong>de</strong>mais bactérias em várias<br />
proprieda<strong>de</strong>s, a começar pela pare<strong>de</strong> celular que é composta <strong>de</strong> ácidos graxos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia longa<br />
(ácidos micólicos) e ceras (ésteres <strong>de</strong> ácidos graxos). São aeróbias estritas, possuindo tropismo<br />
pela árvore respiratória. Não são produtoras <strong>de</strong> esporos e possuem crescimento lento, graças à<br />
composição <strong>de</strong> sua pare<strong>de</strong> celular, <strong>de</strong> caráter altamente lipídico, dificultando a absorção <strong>de</strong><br />
nutrientes. Por esse mesmo motivo as micobactérias não se coram pela Coloração <strong>de</strong> Gram. Sua<br />
pare<strong>de</strong> celular rica em substâncias lipídicas, como ceras e ácidos graxos <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia longa, dificulta<br />
a penetração dos corantes utilizados neste método. A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e a temperatura<br />
ótima para seu crescimento são variáveis.<br />
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São bactérias intracelulares facultativos que se proliferam no interior <strong>de</strong> macrófagos. São<br />
resistentes ao hidróxido <strong>de</strong> sódio, ácido sulfúrico e a certos anti-sépticos.<br />
Pelas normas estabelecidas pela Campanha Nacional contra Tuberculose, a interpretação<br />
da lâmina po<strong>de</strong> ser:<br />
Negativo (-) Ausência <strong>de</strong> BAAR em 100 campos microscópicos<br />
Positivo (+) Menos <strong>de</strong> 1 bacilo/campo em 100 campos<br />
Positivo (++) 1 a 10 bacilos/campo em 50 campos<br />
Positivo (+++) Mais <strong>de</strong> 10 bacilos/campo em 20 campos<br />
Na técnica da coloração <strong>de</strong> Ziehl-Neelsen, aliam-se a utilização <strong>de</strong> calor e agentes<br />
químicos mais fortes, como a fucsina fenicada e a solução <strong>de</strong> álcool etílico-ácido clorídrico (97:3),<br />
que possibilitam que a célula se core, po<strong>de</strong>ndo ser visualizada no microscópio.<br />
Além disso, a utilização <strong>de</strong>stes fatores agressivos também elimina quaisquer<br />
contaminantes biológicos (outras bactérias) que possam existir no esfregaço, aumentando a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visualização e confirmação das micobactérias.<br />
Para a visualização <strong>de</strong> bactérias espiraladas po<strong>de</strong>-se utilizar um artifício que aumenta a<br />
espessura das mesmas permitindo assim a sua observação. Isto é conseguido através da<br />
impregnação da superfície da bactéria com sais <strong>de</strong> prata que uma vez aquecidos sofrem oxidação<br />
e conseqüente escurecimento.<br />
A utilização <strong>de</strong> microscopia <strong>de</strong> campo escuro também permite a visualização direta das<br />
bactérias. O campo escuro é conseguido pelo uso <strong>de</strong> um con<strong>de</strong>nsador especial que faz com que<br />
os raios luminosos penetrem na objetiva apenas pelos seus bordos <strong>de</strong> modo que a iluminação das<br />
partículas se faça por reflexão e não transmissão. Desse modo apenas as partículas presentes<br />
são iluminadas contrastando com um findo escuro. Através <strong>de</strong>sta visualização se faz possível<br />
inclusive a realização do diagnóstico por soroaglutinação microscópica (microaglutinação) na<br />
leptospirose.<br />
Objetivo<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è executar a técnica da coloração <strong>de</strong> Zihel Neelsen;<br />
è diferenciar a coloração <strong>de</strong> Zihel Neelsen da coloração <strong>de</strong> Gram;<br />
è relacionar a composição química da pare<strong>de</strong> celular das micobactérias com os corantes <strong>de</strong><br />
Zihel;<br />
è diferenciar BAAR e BNAAR;<br />
è compreen<strong>de</strong>r o princípio do método <strong>de</strong> Fontana Tribon<strong>de</strong>au;<br />
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è diferenciar microscopia <strong>de</strong> campo claro e campo escuro e associar a importância <strong>de</strong>sta última<br />
na observação <strong>de</strong> espiroquetas.<br />
Material<br />
- Lâminas com esfregaços fixados <strong>de</strong> escarro <strong>de</strong> paciente com tuberculose<br />
- Fucsina <strong>de</strong> Zihel<br />
- Azul <strong>de</strong> metileno<br />
- Solução <strong>de</strong> álcool (97%) e ácido clorídrico (3%)<br />
- Água<br />
- Papel <strong>de</strong> filtro<br />
- Óleo <strong>de</strong> cedro<br />
- Microscópio<br />
- Bico <strong>de</strong> Bunsen<br />
Execução da prática<br />
® Preparo e fixação do esfregaço<br />
Etapas Observações<br />
Transferir uma alçada da cultura ou uma<br />
colônia da placa para uma lâmina <strong>de</strong><br />
microscópio limpa.<br />
Ao fazer o esfregaço a partir <strong>de</strong> diferentes<br />
culturas <strong>de</strong>ve-se observar alguns <strong>de</strong>talhes:<br />
è <strong>de</strong> placa: <strong>de</strong>ve-se coletar apenas 1 colônia,<br />
espalhando-a pela lâmina à isso evitará a<br />
observação <strong>de</strong> colônias diferentes na lâmina e<br />
que seja coletado um inóculo muito carregado, o<br />
que dificultará a visualização das células<br />
coradas.<br />
è <strong>de</strong> caldo: <strong>de</strong>ve-se coletar apenas uma alçada<br />
e espalhá-la na lâmina à isso evita que seja<br />
coletado um inóculo muito carregado.<br />
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Com o auxílio da alça, espalhar a cultura. Se<br />
tiver sido colhida colônia da placa, adicionar<br />
salina estéril para facilitar o espalhamento.<br />
Passar a lâmina com o esfregaço sobre a<br />
chama do Bico <strong>de</strong> Bunsen, até que este esteja<br />
completamente seco.<br />
® Coloração do esfregaço<br />
Para o inóculo coletado <strong>de</strong> caldo não é<br />
necessário adicionar solução salina. Mas para<br />
colônia coletada <strong>de</strong> placa é necessário fazer a<br />
diluição na lâmina, evitando que o esfregaço<br />
fique muito concentrado o que dificulta a<br />
visualização das células coradas ao<br />
microscópio.<br />
É importante fixar o esfregaço para que este não<br />
se perca durante as etapas <strong>de</strong> lavagem entre a<br />
utilização <strong>de</strong> um e outro corantes<br />
Etapas da Coloração O que está acontecendo na pare<strong>de</strong> da bactéria?<br />
Cobrir o esfregaço com solução fucsina<br />
fenicada.<br />
Aquecer intermitentemente até a emissão <strong>de</strong><br />
vapores e manter por mais 5 minutos sem<br />
<strong>de</strong>ixar que entre em ebulição.<br />
Nesse momento, a fucsina não penetra na<br />
pare<strong>de</strong> da célula, pois sua composição<br />
altamente lipídica impe<strong>de</strong> a difusão do corante.<br />
Esta coloração é muito mais agressiva que a<br />
coloração <strong>de</strong> Gram. Note que a fucsina utilizada<br />
é cerca <strong>de</strong> 5x mais concentrada que a utilizada<br />
no método <strong>de</strong> Gram.<br />
O aquecimento torna a pare<strong>de</strong> lipídica mais<br />
fluida, permitindo a entrada do corante na pare<strong>de</strong><br />
da célula.<br />
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Lavar rapidamente com água.<br />
Lavar a lâmina inclinada a 45° com solução <strong>de</strong><br />
álcool etílico:ácido clorídrico (97:3) até que<br />
não haja mais <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> corante<br />
(aproximadamente 2 minutos).<br />
Lavar o esfregaço com solução <strong>de</strong> álcool<br />
etílico:ácido clorídrico (97:3) até que não haja<br />
mais <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> corante.<br />
Essa etapa é realizada para que não haja<br />
excesso <strong>de</strong> corante sobre o esfregaço na<br />
próxima etapa.<br />
A solução álcool-ácida é responsável por fixar o<br />
corante na pare<strong>de</strong> da célula, impedindo sua<br />
saída. Como essas bactérias são álcool-ácido<br />
resistentes, não há dissolução da pare<strong>de</strong>,<br />
mesmo esta tendo alto caráter lipídico.<br />
É importante que esta etapa seja realizada, pois<br />
se restar algum corante na lâmina, o próximo<br />
corante a ser utilizado não se fixará na lâmina,<br />
não cumprindo seu papel.<br />
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Cobrir o esfregaço com corante Azul <strong>de</strong><br />
Metileno por 30 segundos.<br />
Lavar com água e secar suavemente com<br />
papel.<br />
È importante que esta etapa seja realizada, pois<br />
se restar algum corante na lâmina, o próximo<br />
corante a ser utilizado não se fixará na lâmina,<br />
não cumprindo seu papel..<br />
Após secar, observar no microscópio, objetiva <strong>de</strong><br />
imersão (100x), com óleo <strong>de</strong> cedro/mineral.<br />
Comparando com a coloração <strong>de</strong> Gram:<br />
Coloração <strong>de</strong> Gram Coloração <strong>de</strong> Zihel Neelsen<br />
Principal corante Cristal violeta Fucsina fenicada<br />
Fixador do corante Lugol Álcool:ácido clorídrico<br />
Corante <strong>de</strong> contraste Fucsina Azul <strong>de</strong> metileno<br />
Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Em que se baseia o método da coloração <strong>de</strong> Zihel Neelsen?<br />
2. Por que os corantes <strong>de</strong>sse método são mais agressivos que os utilizados no método <strong>de</strong> Gram<br />
(por exemplo, a fucisna é 5x mais concentrada)?<br />
3. Por que os BAAR não se coram bem pelo método <strong>de</strong> Gram?<br />
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Observações<br />
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Assunto 8: Bacilos Gram-negativos<br />
Introdução<br />
As bactérias Gram negativas são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, pois abrangem as<br />
enterobactérias, e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste grupo po<strong>de</strong>mos citar dois subgrupos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na área<br />
<strong>de</strong> alimentos: os coliformes fecais e totais, que indicam contaminação do alimento por<br />
manipulação ina<strong>de</strong>quada.<br />
A família Enterobacteriaceae é uma das mais importantes famílias bacterianas, a ela<br />
pertencem muitos dos patógenos mais importantes para o homem e para os animais. Estes<br />
patógenos estão entre os principais agentes <strong>de</strong> infecção hospitalar e constituem a principal causa<br />
<strong>de</strong> infecção intestinal em muitos países.<br />
Além disso, quando patógenos <strong>de</strong> animais, são importantes porque causam perdas<br />
econômicas e porque os animais se apresentam como reservatório <strong>de</strong> patógenos humanos<br />
São <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na nutrição porque indicam contaminação <strong>de</strong> origem fecal, já<br />
que seu habitat é o Trato Gastrintestinal <strong>de</strong> animais e do homem, <strong>de</strong> on<strong>de</strong>, via alimentos e água,<br />
se disseminam no meio, contaminando homens e outros animais.<br />
Os gêneros <strong>de</strong> maior importância são:<br />
à Escherichia *<br />
à Shigella<br />
à Salmonella<br />
à Yersinia<br />
à Enterobacter *<br />
à Citrobacter *<br />
à Klebsiella *<br />
Os gêneros sublinhados são enteropatógenos (causadores <strong>de</strong> doenças intestinais) e os<br />
gêneros assinalados compõem o grupo dos coliformes fecais, indicadores <strong>de</strong> contaminação fecal.<br />
Dentre estes só E. coli tem como habitat primário o TI do homem e <strong>de</strong> animais. Os <strong>de</strong>mais<br />
também estão presentes em outros ambientes como vegetais e solo, on<strong>de</strong> persistem por tempo<br />
superior ao <strong>de</strong> bactérias patogênicas <strong>de</strong> origem intestinal como Salmonella e Shigella.<br />
A espécie E. coli é tão variável que existem sorotipos patogênicos e não patogênicos, e até<br />
da flora normal.<br />
Os principais microorganismos utilizados para indicar a qualida<strong>de</strong> microbiológica <strong>de</strong><br />
alimentos são os coliformes fecais e totais.<br />
Visto a gran<strong>de</strong> importância das enterobactérias na formação e atuação do nutricionista,<br />
enfocaremos estas bactérias na aula prática.<br />
Fundamentação teórica<br />
O uso <strong>de</strong> Escherichia coli como um indicador <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong> origem fecal foi proposto<br />
uma vez que este microorganismo é encontrado no trato intestinal do homem e <strong>de</strong> animais <strong>de</strong><br />
sangue quente. O indicador i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> contaminação fecal <strong>de</strong>veria ser <strong>de</strong> rápida e fácil <strong>de</strong>tecção, ser<br />
facilmente distinguível <strong>de</strong> outros microorganismos da microbiota do alimento, ter como hábitat<br />
exclusivo o trato intestinal do homem e <strong>de</strong> outros animais, ocorrer em números muito altos nas<br />
fezes, entre outras características importantes.<br />
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O grupo dos coliformes totais é composto por bactérias da família Enterobacteriaceae<br />
capazes <strong>de</strong> fermentar a lactose com produção <strong>de</strong> gás, quando incubados a 35-37ºC, por 48 horas.<br />
Deste grupo, apenas a E. coli tem como hábitat primário o trato intestinal do homem e <strong>de</strong> animais.<br />
A presença <strong>de</strong> coliformes totais no alimento não indica, necessariamente, contaminação fecal<br />
recente ou ocorrência <strong>de</strong> enteropatógenos, já que outras espécies (Enterobacter, Citrobacter e<br />
Klebsiella) não são <strong>de</strong> origem fecal.<br />
O grupo dos coliformes fecais são microorganismos pertencentes ao grupo dos totais,<br />
diferenciando-se pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fermentar lactose com produção <strong>de</strong> gás em temperatura <strong>de</strong><br />
44-45ºC. Nessas condições, a maioria das cepas <strong>de</strong> E. coli são positivas, enquanto as outras<br />
bactérias possuem apenas algumas cepas com essa característica.<br />
A pesquisa <strong>de</strong> coliformes fecais ou <strong>de</strong> E. coli nos alimentos fornece informações sobre as<br />
condições higiênicas do produto e indicação da presença <strong>de</strong> patógenos. Quanto maior a<br />
concentração <strong>de</strong> coliformes fecais na amostra analisada, maior o risco <strong>de</strong> haver patógenos<br />
entéricos naquela amostra (água, alimentos, etc.).<br />
Em alimentos vegetais frescos, o único indicador válido <strong>de</strong> contaminação fecal é a E. coli,<br />
já que os <strong>de</strong>mais indicadores <strong>de</strong> contaminação fecal são encontrados naturalmente nesse tipo <strong>de</strong><br />
alimento. Em alimentos <strong>de</strong> origem animal, presença <strong>de</strong> coliformes indica manipulação sem<br />
cuidados higiênicos ou armazenamento ina<strong>de</strong>quado. Em alimentos processados, a presença <strong>de</strong><br />
um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> coliformes indica processamento ina<strong>de</strong>quado ou recontaminação pósprocesso,<br />
e a possível presença <strong>de</strong> microorganismos patogênicos e toxigênicos.<br />
É importante ressaltar que os alimentos não são fonte <strong>de</strong> contaminação, e sim veículos. A<br />
contaminação provém do TI do animal (POA) e do solo (POV - neste caso, sendo apenas<br />
superficial), por isso diz que as enterobactérias causam DVAs (Doenças Veiculadas por<br />
Alimentos).<br />
A pesquisa <strong>de</strong> enteropatógenos em alimentos normalmente requer várias etapas para que<br />
seja possível o isolamento do mesmo. Po<strong>de</strong>mos citar a pesquisa <strong>de</strong> Salmonella. A legislação<br />
prevê a ausência <strong>de</strong>ste patógeno em 25g da amostra, visto a sua alta virulência.<br />
Normalmente a pesquisa <strong>de</strong> Salmonella envolve as seguintes etapas:<br />
a) pré-enriquecimento: feito em meio líquido não seletivo, visa permitir a recuperação <strong>de</strong><br />
bactérias injuriadas como conseqüência <strong>de</strong> algum processamento realizado no alimento<br />
(congelamento, salga, etc...): meio usado à caldo lactosado<br />
b) enriquecimento seletivo: feito em meios líquidos seletivos, visa aumentar a proporção<br />
<strong>de</strong> Salmonella em relação ao restante da microbiota e facilitar seu posterior isolamento: meios<br />
usados à Caldo Tetrationato, Caldo Selenito-Cistina.<br />
c) plaqueamento seletivo: em meios seletivo-indicadores sólidos, é a fase <strong>de</strong> isolamento.<br />
Uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios foi <strong>de</strong>senvolvida para este fim. A maioria <strong>de</strong>les apresenta<br />
lactose como açúcar <strong>de</strong> diferenciação: meios usados à Agar EMB, Agar MacConkey, Agar<br />
Entérico <strong>de</strong> Hektoen, Agar SS, etc...<br />
d) triagem: visa uma i<strong>de</strong>ntificação preliminar <strong>de</strong> colônias suspeitas selecionadas nos<br />
meios <strong>de</strong> isolamento, utilizando um ou dois meios que permitem a realilzação <strong>de</strong> 2 ou mais provas<br />
bioquímicas simultaneamente: meios usados à Agar TSI, Agar LIA.<br />
e) confirmação bioquímica: visa uma i<strong>de</strong>ntificação completa do gênero através <strong>de</strong> uma<br />
série <strong>de</strong> provas bioquímicas: produção <strong>de</strong> urease em Caldo Uréia; <strong>de</strong>terminação do tipo <strong>de</strong><br />
fermentação da glicose - provas VM e VP em caldo glicosado; utilização do citrato em Agar Citrato<br />
<strong>de</strong> Simmons; produção <strong>de</strong> indol em Água Peptonada ou Triptonada; motilida<strong>de</strong> em meio semisólido;<br />
etc...<br />
f) confirmação sorológica: visa confirmar a i<strong>de</strong>ntificação através <strong>de</strong> uma reação <strong>de</strong><br />
aglutinação utilizando um anti-soro polivalente contra o antígeno O <strong>de</strong> Salmonella .<br />
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Objetivos<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è Compreen<strong>de</strong>r o papel das enterobactérias como agentes <strong>de</strong> toxinfecções alimentares;<br />
è Caracterizar e compreen<strong>de</strong>r o modo <strong>de</strong> ação do meio EMB utilizado para o isolamento <strong>de</strong><br />
bacilos gram negativos, diferenciando o crescimento <strong>de</strong> fermentadores e não fermentadores da<br />
lactose;<br />
è Citar outros meios utilizados no isolamento <strong>de</strong> enterobactérias;<br />
è Caracterizar as provas básicas <strong>de</strong> triagem e confirmação bioquímica para i<strong>de</strong>ntificação e<br />
diferenciação <strong>de</strong> enterobactérias compreen<strong>de</strong>ndo seu mecanismo <strong>de</strong> ação.<br />
Material<br />
® 1º dia: isolamento <strong>de</strong> enterobactérias<br />
- tubo <strong>de</strong> caldo Triptona <strong>de</strong> Soja (TSB) com crescimento <strong>de</strong> enterobactéria<br />
- placa <strong>de</strong> Agar BEM<br />
® 2º dia: i<strong>de</strong>ntificação bioquímica (IMVC e provas complementares)<br />
- tubo com Agar TSI;<br />
- tubo com Agar Citrato <strong>de</strong> Simmons<br />
- tubo com Meio SIM;<br />
- tubo com água peptonada ou caldo triptonado;<br />
- tubo com caldo CL ou MRVP;<br />
- tubo com caldo uréia;<br />
- tubos com para provas <strong>de</strong> fermentação (Vermelho <strong>de</strong> Fenol suplementado com Glicose – com<br />
tubo <strong>de</strong> Durhan, Lactose e Manitol)<br />
® 3º dia: interpretação das provas bioquímicas e complementares)<br />
- Reativo <strong>de</strong> Kovacs<br />
- Vermelho <strong>de</strong> Metila<br />
- a-naftol VM<br />
- solução <strong>de</strong> KOH<br />
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Execução da prática<br />
® 1º dia: isolamento <strong>de</strong> enterobactérias<br />
- inocular o Agar EMB com a cultura pela técnica <strong>de</strong> esgotamento em estrias<br />
Após a execução da inoculação, incubar o meio a 37°C por 24 - 48 horas.<br />
® 2º dia: i<strong>de</strong>ntificação bioquímica (IMVC e provas complementares)<br />
- observar o crescimento obtido e anotar as características das colônias, comparando com os<br />
dados da tabela abaixo:<br />
Característica colonial Gêneros (ou espécies)<br />
- colônias transparentes ou <strong>de</strong> cor âmbar Salmonella, Shigella, Proteus, Provi<strong>de</strong>ncia<br />
- colônias com brilho ver<strong>de</strong> metálico à luz refletida<br />
e centro negro à luz transmitida<br />
- colônias maiores que as <strong>de</strong> E. coli , mucosas,<br />
confluentes, com centro escuro à luz transmitida<br />
Escherichia coli<br />
Enterobacter, Klebsiella<br />
- inocular os meios <strong>de</strong> triagem e confirmação bioquímica usando as seguintes técnicas:<br />
- Agar TSI: picada central até o fundo do tubo e estria no bizel;<br />
- Agar Citrato <strong>de</strong> Simmons: estria sinuosa ou reta na superfície;<br />
- Meio SIM: picada central até o meio do tubo;<br />
- Caldos Uréia, Glicose, Lactose, Manitol, Clark Louis (ou Caldo MRVP), e Água<br />
Peptonada (ou Água Triptonada): difusão.<br />
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® 3º dia: interpretação das provas bioquímicas e complementares)<br />
- utilizando os reativos próprios, quando necessário, e segundo orientação do professor, fazer as<br />
leituras das provas bioquímicas.<br />
OBSERVAÇÃO:<br />
- os reativos necessários para a prática são:<br />
- Reativo para verificação <strong>de</strong> Indol: Reativo <strong>de</strong> Kovac’s à paradimetilaminobenzal<strong>de</strong>ído;<br />
- Reativo para prova <strong>de</strong> Vermelho <strong>de</strong> Metila (VM): Corante Vermelho <strong>de</strong> Metila;<br />
- Reativos para prova <strong>de</strong> Voges Proskauer (VP): VP1 à a-naftol e VP2 à KOH<br />
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- conferir os resultados obtidos nas provas bioquímicas e compará-los com a tabela abaixo,<br />
caracterizando a bactéria analisada:<br />
Gênero GLI LAC MAN H2S MOT IND CIT VM VP URE<br />
Salmonella + - + + + - + + - -<br />
Escherichia + + + - + + - + - -<br />
Klebsiella + + + - - - + - + +<br />
Proteus + - - + + +/- +/- + - +<br />
® Meios utilizados na prática<br />
Agar EMB (Eosina Azul <strong>de</strong> Metileno)<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Peptona<br />
Lactose<br />
Fosfato dipotássico<br />
Eosina Y<br />
Azul <strong>de</strong> metileno<br />
Agar<br />
Agar TSI (Tríplice Açúcar Ferro)<br />
10,0<br />
10,0<br />
2,0<br />
0,4<br />
0,065<br />
15,0<br />
pH do meio: 6,8 ± 0,2<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Extrato <strong>de</strong> carne<br />
Extrato <strong>de</strong> levedura<br />
Peptona<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Lactose<br />
Sacarose<br />
Glicose<br />
Citrato <strong>de</strong> ferro<br />
Tiossulfato <strong>de</strong> sódio<br />
Vermelho <strong>de</strong> fenol<br />
Agar<br />
3,0<br />
3,0<br />
20,0<br />
5,0<br />
10,0<br />
10,0<br />
1,0<br />
0,3<br />
0,3<br />
0,024<br />
12,0<br />
Neste meio a combinação <strong>de</strong> eosina e azul <strong>de</strong><br />
metileno como indicadores promove uma<br />
diferenciação entre as colônias <strong>de</strong><br />
microorganismos que fermentam a lactose e os<br />
que não fermentam. As colônias lactosepositivas<br />
são negras e possuem halo<br />
transparente, e as lactose-negativas são<br />
incolores. O meio é inibidor para<br />
microorganismos Gram-positivos, graças aos<br />
corantes presentes. As colônias apresentam<br />
coloração azul-esver<strong>de</strong>ada e algumas<br />
apresentam brilho metálico à luz refletida.<br />
pH do meio: 7,4 ± 0,2<br />
Este meio contém três açúcares: 0,1%glicose,<br />
1,0% lactose, 1,0% sacarose, vermelho <strong>de</strong><br />
fenol para <strong>de</strong>tecção da fermentação <strong>de</strong><br />
carboidratos, além <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> ferro para<br />
<strong>de</strong>tecção da produção <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong> hidrogênio<br />
(H2S), formando sulfeto ferroso.<br />
A fermentação é indicada pela mudança da cor<br />
do indicador <strong>de</strong> pH <strong>de</strong> vermelho para amarelo:<br />
os açúcares se <strong>de</strong>positam no fundo, se o<br />
microorganismo fermentar apenas a glicose<br />
(pequena concentração) a produção <strong>de</strong> ácido<br />
será pequena e apenas o fundo do tubo<br />
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Agar Citrato <strong>de</strong> Simmons<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Sulfato <strong>de</strong> magnésio<br />
Fosfato monobásico <strong>de</strong> amônio<br />
Fosfato <strong>de</strong> amônio sódico<br />
Citrato <strong>de</strong> sódio tribásico<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Azul <strong>de</strong> bromotimol<br />
Agar<br />
Meio SIM (Sulfeto Indol Motilida<strong>de</strong>)<br />
0,2<br />
0,2<br />
0,8<br />
2,0<br />
5,0<br />
0,08<br />
15,0<br />
mudará <strong>de</strong> cor; se o microorganismo fermentar<br />
além da glicose a sacarose e/ou a lactose<br />
(concentrações 10x maiores que a glicose), a<br />
produção <strong>de</strong> ácido será maior e a viragem <strong>de</strong><br />
cor será no fundo e no bizel.<br />
A produção <strong>de</strong> H2S é indicada pela cor preta no<br />
meio.<br />
Como o Agar é inclinado, ocorrem duas<br />
reações diferentes: no bizel há metabolismo<br />
aeróbio e no fundo há metabolismo anaeróbio,<br />
gerando uma série <strong>de</strong> combinações <strong>de</strong><br />
resultados possíveis.<br />
pH do meio: 7,0 ± 0,2<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Triptona<br />
Peptona<br />
Sulfato férrico amoniacal<br />
Tiossulfato <strong>de</strong> sódio<br />
Agar<br />
20,0<br />
6,1<br />
0,2<br />
0,2<br />
3,5<br />
Nesse meio, o citrato é a única fonte <strong>de</strong><br />
carbono disponível para o metabolismo da<br />
bactéria. Se o microorganismo <strong>de</strong>scarboxilar o<br />
citrato, haverá viragem <strong>de</strong> cor do indicador <strong>de</strong><br />
pH (azul <strong>de</strong> bromotimol) <strong>de</strong> ver<strong>de</strong> para azul<br />
brilhante.<br />
pH do meio: 7,3 ± 0,2<br />
Este é um meio semi-sólido, com concentração<br />
<strong>de</strong> Agar muito baixa (3,5%, ao invés dos 15%<br />
que geralmente são adicionados ao meio), o<br />
que permite a verificação <strong>de</strong> motilida<strong>de</strong> do<br />
microorganismo, com crescimento além da<br />
área <strong>de</strong> inoculação.<br />
Além disso, a peptona e a triptona são fontes<br />
<strong>de</strong> triptofano, que po<strong>de</strong> ser metabolizado em<br />
indol pelo microorganismo. A produção <strong>de</strong> indol<br />
é verificada ao utilizar o reagente <strong>de</strong> Kovacs<br />
(para-dimetilaminobenzal<strong>de</strong>ído), com o<br />
aparecimento <strong>de</strong> um anel vermelho na parte<br />
superior do tubo.<br />
O meio também permite a <strong>de</strong>tecção da<br />
produção <strong>de</strong> H2S, através da reação <strong>de</strong>ste com<br />
o sulfato férrico, formando sulfeto ferroso (<strong>de</strong><br />
cor negra).<br />
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* Caldo CL: permite a realização das mesmas provas bioquímicas.<br />
Caldo para prova <strong>de</strong> fermentação – Caldo Vermelho <strong>de</strong> Fenol<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Peptona <strong>de</strong> caseína<br />
Peptona <strong>de</strong> carne<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Vermelho <strong>de</strong> fenol<br />
5,0<br />
5,0<br />
5,0<br />
0,018<br />
(acetilmetilcarbinol) e 2,3-butanodiol (diacetil),<br />
que po<strong>de</strong> ser confirmado com a adição do<br />
reagente a-naftol seguida <strong>de</strong> alcalinização do<br />
meio com KOH. A coloração do meio muda<br />
para vermelho intenso.<br />
pH do meio: 7,4 ± 0,2<br />
Esse é um caldo simples utilizado em provas<br />
<strong>de</strong> fermentação <strong>de</strong> carboidratos, com<br />
suplementação do carboidrato específico em<br />
uma concentração que varia <strong>de</strong> 5 – 10%. Se o<br />
microorganismo for fermentador do glicídio em<br />
questão, haverá produção <strong>de</strong> ácidos e o pH<br />
será reduzido, alterando a cor do indicador <strong>de</strong><br />
pH vermelho <strong>de</strong> fenol <strong>de</strong> salmon (laranja claro)<br />
para amarelo.<br />
* carboidratos adicionados para verificação <strong>de</strong> fermentação: glicose (10%), lactose (10%), manitol<br />
(10%)<br />
Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
1. Por que não po<strong>de</strong>mos dizer que os alimentos são fonte <strong>de</strong> contaminação?<br />
2. Quais são as provas que compõem o conjunto <strong>de</strong> provas IMVC? Qual o fundamento <strong>de</strong> cada<br />
prova?<br />
3. Por que o Agar EMB é utilizado na primeira etapa? Qual o seu mecanismo <strong>de</strong> ação?<br />
4. Por que é importante observar e registrar a cor <strong>de</strong> cada meio no momento da inoculação e após<br />
a incubação?<br />
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Observações<br />
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Assunto 9: Contagem em Placa e Técnica do Número Mais<br />
Provável (NMP)<br />
Introdução<br />
A quantificação <strong>de</strong> bactérias em alimentos, materiais, manipuladores, equipamentos,<br />
bancadas e águas é uma das formas <strong>de</strong> se avaliar a sua qualida<strong>de</strong>, permitindo a caracterização<br />
dos mesmos como apropriados ou não para consumo ou utilização. Representa, pois uma forma<br />
<strong>de</strong> avaliação do risco que estes representam à saú<strong>de</strong>.<br />
Po<strong>de</strong>mos quantificar os microorganismos <strong>de</strong> forma direta ou indireta.<br />
A forma direta <strong>de</strong> quantificação é a contagem em placa, e a indireta mais utilizada é a<br />
técnica do NMP (Número Mais Provável).<br />
A contagem <strong>de</strong> colônias em placas é uma técnica quantitativa direta aon<strong>de</strong> cada colônia<br />
crescida numa placa <strong>de</strong> Agar correspon<strong>de</strong> a uma unida<strong>de</strong> formadora <strong>de</strong> colônia (UFC)<br />
proveniente do material.<br />
A técnica do número mais provável é um método indireto <strong>de</strong> contagem em meio líquido,<br />
on<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> uma evidência da presença <strong>de</strong> uma bactéria ou grupo <strong>de</strong> bactérias é possível se<br />
estimar o número mais provável <strong>de</strong>sta no material analisado.<br />
Dentre os muitos microrganismos que po<strong>de</strong>m ser quantificados incluem-se: contagem total<br />
<strong>de</strong> bactérias, coliformes, Staphylococcus coagulase-positivos, Bacillus cereus, etc.<br />
Fundamentação teórica<br />
® Contagem em Placa<br />
A contagem em placa consiste em nada mais que inocular o microorganismo que se<br />
<strong>de</strong>seja quantificar em um meio sólido não seletivo para que, após incubação a<strong>de</strong>quada, possam<br />
ser contadas as colônias, que na verda<strong>de</strong> chamamos <strong>de</strong> UFC (unida<strong>de</strong> formadora <strong>de</strong> colônia).<br />
A semeadura em placas ou plaqueamento revela o número <strong>de</strong> microorganismos capazes<br />
<strong>de</strong> se multiplicarem e formarem colônias em meios <strong>de</strong> cultivo apropriados e sob condições <strong>de</strong><br />
incubação a<strong>de</strong>quadas. Cada colônia <strong>de</strong>senvolvida é suposta ter sido originada a partir <strong>de</strong> uma<br />
unida<strong>de</strong> viável, a qual po<strong>de</strong> ser um organismo ou muitos.<br />
Como para uma maior precisão da análise somente <strong>de</strong>verão ser contadas as placas com<br />
número <strong>de</strong> colônias entre 30 e 300 e <strong>de</strong>vemos fazer a contagem em placa sempre em duplicata<br />
ou triplicata.<br />
A contagem <strong>de</strong> bactérias mesófilas é muito utilizada para indicar a qualida<strong>de</strong> sanitária dos<br />
alimentos. Um número elevado <strong>de</strong> microorganismos indica que o alimento é insalubre, mesmo que<br />
haja ausência <strong>de</strong> patógenos e <strong>de</strong> alterações físicas (na textura, aroma, sabor) no alimento. É<br />
importante ressaltar que todas as bactérias patogênicas são mesófilas (lembrando que os<br />
patógenos são capazes <strong>de</strong> causar doenças no nosso organismo, ou seja, se multiplicar e manter o<br />
metabolismo funcionando a temperatura <strong>de</strong> 37°C – temperatura <strong>de</strong> mesófilos).<br />
Para água potável, a legislação brasileira <strong>de</strong>termina o limite máximo <strong>de</strong> bactérias<br />
heterotróficas <strong>de</strong> 500UFC/ml.<br />
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® Técnica do Número Mais Provável<br />
A técnica do NMP é um método <strong>de</strong> quantificação indireta <strong>de</strong> microorganismos. Na<br />
realida<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong>mos contar UFCs, já que a análise é realizada em meio líquido, o que se faz é<br />
comparar o resultado encontrado com tabelas pré-escolhidas, obtendo um resultado aproximado<br />
da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microorganismos na amostra analisada. Estas tabelas possuem são elaboradas<br />
a partir <strong>de</strong> dados estatísticos, com os respectivos intervalos <strong>de</strong> confiança (95%) para diversas<br />
combinações <strong>de</strong> número <strong>de</strong> tubos positivos em cada série <strong>de</strong> diluição. Significa dizer que existe<br />
uma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong> que o número “verda<strong>de</strong>iro” <strong>de</strong> bactérias presentes na amostra se<br />
encontre <strong>de</strong>ntro dos intervalos mínimos e máximos em torno do NMP. Muito embora o método dos<br />
tubos múltiplos apresente sensibilida<strong>de</strong> elevada, permitindo a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> baixas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
bactérias, o NMP não é um valor preciso, e a precisão do teste <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> tubos<br />
utilizados e dos volumes <strong>de</strong> amostra inoculados.<br />
Este método é muito usado para quantificar coliformes, mas po<strong>de</strong> ser utilizado para<br />
microorganismos em geral, pois o meio utilizado é adaptado ao microorganismo que se <strong>de</strong>seja<br />
quantificar, com agentes seletivos e indicadores.<br />
® Colimetria em amostra <strong>de</strong> água<br />
A água é elemento fundamental para a sobrevivência humana. Sua gran<strong>de</strong> utilização no<br />
abastecimento público, na recreação, na indústria, no uso doméstico atesta essa importância vital.<br />
A água merece atenção especial, pois po<strong>de</strong> veicular diversos parasitos, como vírus,<br />
bactérias, fungos e protozoários, além, <strong>de</strong> contaminantes químicos.<br />
As principais espécies bacterianas não patogênicas veiculadas pela água são<br />
Flavobacterium, Pseudomonas, Acinetobacter, Moraxella e Chromobacterium.<br />
Nas águas <strong>de</strong> países tropicais há uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> microrganismos e o predomínio <strong>de</strong><br />
mesófilos e termotolerantes.<br />
As espécies bacterianas patogênicas <strong>de</strong> maior importância veiculadas pela água são:<br />
Vibrio cholerae, Salmonella spp., Lepstospira sp., Shigella spp., Escherichia coli, Staphylococcus<br />
aureus, Yersinia enterocolítica, Vibrio parahaemolyticus e Aeromonas hydrophila.<br />
Como seria muito caro e trabalhoso avaliar diretamente todos os patógenos nas amostras<br />
<strong>de</strong> águas, uma alternativa para a avaliação da qualida<strong>de</strong> sanitária da água é a pesquisa <strong>de</strong><br />
bioindicadroes, ou seja, organismos não patogênicos constituintes da microbiota normal das fezes<br />
<strong>de</strong> animais <strong>de</strong> sangue quente, que quando encontrados indicam a ocorrência <strong>de</strong> contaminação<br />
fecal, evi<strong>de</strong>nciando o risco da presença <strong>de</strong> patógenos. Fezes humanas contêm <strong>de</strong> 20-30% <strong>de</strong><br />
resíduos alimentares não digeridos, sendo o restante constituído <strong>de</strong> água e bactérias. No<br />
indivíduo saudável essas bactérias constituem os habitantes normais do intestino, on<strong>de</strong> a<br />
Escherichia coli é a representante característica. O número <strong>de</strong>sses microrganismos po<strong>de</strong> atingir<br />
10 9 células/g <strong>de</strong> fezes. Assim, a presença <strong>de</strong> Escherichia coli em alimentos e água é indicativa <strong>de</strong><br />
contaminação fecal e possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> presença <strong>de</strong> patógenos entéricos.<br />
Microrganismos indicadores <strong>de</strong> poluição <strong>de</strong> água são utilizados para monitorar, classificar<br />
e restringir o uso das águas. Um indicador i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>veria preencher os seguintes critérios:<br />
- Ser aplicável a todos os tipos <strong>de</strong> água;<br />
- Estar presente simultaneamente com os microrganismos patogênicos, com um tempo <strong>de</strong><br />
sobrevivência igual àquele patógeno entérico mais resistente;<br />
- Não reproduzir-se em águas contaminadas, para não resultar em valores aumentados.<br />
Não se conhece nenhum microrganismo ou grupo <strong>de</strong> microrganismos que atenda a todos esses<br />
requisitos, mas há vários que se aproximam das exigências referidas e que são muito úteis.<br />
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As bactérias empregadas como indicadoras <strong>de</strong> poluição fecal em águas são: os coliformes<br />
totais, coliformes fecais, estreptococos fecais e o Clostridium perfringens.<br />
O indicador microbiológico mais empregado é o grupo dos coliformes.<br />
Este e outros indicadores <strong>de</strong> poluição orientam a margem <strong>de</strong> segurança sanitária <strong>de</strong> água<br />
potável, da água utilizada para fins recreativos e dos cultivos <strong>de</strong> organismos marinhos<br />
comestíveis.<br />
A Organização Mundial <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (OMS) recomenda para águas <strong>de</strong> recreação um máximo<br />
<strong>de</strong> 100 coliformes fecais por 100 ml <strong>de</strong> água.<br />
· Coleta <strong>de</strong> Amostras<br />
A coleta <strong>de</strong> amostras para exame microbiológico <strong>de</strong>ve ser feita em garrafas esterilizadas<br />
que tenham sofrido tratamento prévio <strong>de</strong> limpeza e rinsagem com água <strong>de</strong>stilada.<br />
è Água clorada: adiciona-se 0,1 mL <strong>de</strong> tiossulfato <strong>de</strong> sódio 10% para cada 250 mL <strong>de</strong><br />
água para neutralizar-se o cloro livre presente, impedindo que continue com proprieda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>sinfetantes entre o período da coleta e o momento da inoculação.<br />
è Água com alto teor <strong>de</strong> zinco e cobre: coletar na presença <strong>de</strong> um agente quelante, <strong>de</strong><br />
forma a reduzir a toxicida<strong>de</strong> provocada pelos metais (0,3 mL <strong>de</strong> EDTA a 15%, pH = 6,5 para cada<br />
120 mL <strong>de</strong> água).<br />
Quando a amostra for coletada, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixado um espaço livre na garrafa (a amostra<br />
<strong>de</strong>ve ocupar 4/5 da garrafa) para facilitar a homogeneização antes da inoculação. As garrafas<br />
<strong>de</strong>vem ser mantidas vedadas até o momento da coleta da amostra e <strong>de</strong>ve-se tomar todos os<br />
cuidados <strong>de</strong> assepsia no momento da coleta, <strong>de</strong> forma a evitar-se contaminações secundárias.<br />
· Ponto <strong>de</strong> Coleta<br />
Água da torneira Abrir a torneira e <strong>de</strong>ixar a água correr por 5 minutos, para eliminar as<br />
impurezas e a água acumulada na tubulação.<br />
Com algodão embebido em álcool, passar na abertura e internamente e em<br />
seguida flambar.<br />
Abrir a torneira novamente por mais 1 a 2 minutos.<br />
Abrir o frasco esterilizado e coletar a água. Introduzir água no frasco até<br />
cerca <strong>de</strong> ¾ do seu volume.<br />
Tampar o frasco e transportar imediatamente ao laboratório.<br />
Poços e Cisternas Preparação do frasco - amarrar o frasco e uma pedra como contrapeso com<br />
um barbante para facilitar a <strong>de</strong>scida no poço.<br />
Descer o frasco <strong>de</strong>ntro do poço sem permitir que o mesmo toque nos lados.<br />
Submergir o frasco completamente na água.<br />
Uma vez que o frasco estiver cheio, recolher e <strong>de</strong>rramar parte da água para<br />
criar um espaço <strong>de</strong> ar e colocar a tampa no frasco imediatamente.<br />
Rios, Lagoas e<br />
Mares<br />
Coleta da amostra <strong>de</strong> água <strong>de</strong> rios e lagoas - nestes casos, <strong>de</strong>ve-se<br />
mergulhar o frasco até uma profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20cm, com a abertura voltada<br />
em direção contrária a corrente, a fim <strong>de</strong> evitar a contaminação da água com<br />
as mãos.<br />
Coleta da água do mar - a coleta <strong>de</strong>ve ser feita na região on<strong>de</strong> as pessoas<br />
costumam banhar-se, que correspon<strong>de</strong> à profundida<strong>de</strong> aproximada <strong>de</strong> 1,0m,<br />
que é a região das praias mais utilizada para a recreação <strong>de</strong> contato<br />
primário, na maré baixa e 24 horas sem chuvas.<br />
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· Acondicionamento e Transporte da Amostra para o Laboratório<br />
O i<strong>de</strong>al é a análise iniciar-se até 1 hora após a coleta. Caso isto seja impossível, a amostra <strong>de</strong>ve<br />
ser transportada sob refrigeração. A amostra <strong>de</strong>ve ser mantida entre 4 a 10º C no prazo máximo<br />
<strong>de</strong> até 30 horas após a coleta.<br />
Amostras presumivelmente poluídas têm <strong>de</strong> ser inoculadas no máximo após 6 horas da coleta.<br />
Entre o recebimento da amostra e o início da inoculação, a mesma <strong>de</strong>ve ser mantida em gela<strong>de</strong>ira<br />
(cerca <strong>de</strong> 5ºC).<br />
· Exames Bacteriológicos da Água<br />
O exame bacteriológico da água é feito através <strong>de</strong> dois processos: Contagem <strong>de</strong> bactérias<br />
heterotróficas viáveis na água e <strong>de</strong>terminação e colimetria (estimativa do número <strong>de</strong> coliformes).<br />
A metodologia padrão empregada no exame bacteriológico da água, para medida do grupo<br />
coliforme, inclui a técnica dos tubos múltiplos (NMP).<br />
® Determinação <strong>de</strong> coliformes pela técnica dos tubos múltiplos - Número<br />
Mais Provável (NMP)<br />
A técnica do número mais provável consiste no exame <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> tubos on<strong>de</strong> foram<br />
inoculados volumes diferentes <strong>de</strong> amostra.<br />
O valor obtido resulta da consulta a tabelas que foram estimadas com base em fórmulas<br />
<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>. Consi<strong>de</strong>rações teóricas e <strong>de</strong>terminações repetidas em gran<strong>de</strong> escala, indicam<br />
que este tipo <strong>de</strong> técnica ten<strong>de</strong> a fornecer valores mais elevados do que o número real. As<br />
disparida<strong>de</strong>s ten<strong>de</strong>m a diminuir quando adota-se séries com maior número <strong>de</strong> tubos em cada<br />
diluição. Portanto, a sensibilida<strong>de</strong> do teste <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do número <strong>de</strong> tubos adotados.<br />
Existem várias tabelas <strong>de</strong> NMP e a escolha da série a ser adotada é função das<br />
características microbiológicas da amostra.<br />
Na aula prática, utilizamos o sistema <strong>de</strong> 3 séries <strong>de</strong> 3 tubos, com diluições <strong>de</strong>cimais<br />
sucessivas.<br />
A colimetria consta <strong>de</strong> 2 etapas: teste presuntivo, on<strong>de</strong> verificamos a existência <strong>de</strong><br />
coliformes na amostra analisada, através da fermentação <strong>de</strong> lactose com produção <strong>de</strong> gás; e o<br />
teste confirmativo, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos verificar se os coliformes da amostra são totais ou fecais.<br />
· Teste Presuntivo<br />
Inocular a amostra em 3 séries <strong>de</strong> tubos contendo Caldo Lauril Sulfato Triptose ou Caldo<br />
Lactose, <strong>de</strong> modo que cada série seja inoculada com um volume <strong>de</strong> amostra 10 vezes menor que<br />
a série anterior. Os tubos <strong>de</strong>vem conter tubos <strong>de</strong> Durhan invertidos. Após incubação a 35 - 37ºC<br />
por 24 - 24 horas, o crescimento com formação <strong>de</strong> gás significa teste presuntivo positivo para<br />
coliformes. Os tubos que não apresentarem formação <strong>de</strong> gás com 24 horas <strong>de</strong> incubação, <strong>de</strong>vem<br />
ser incubados até 48 horas. Os tubos positivos com 24 horas <strong>de</strong>vem ser imediatamente<br />
inoculados nos meios <strong>de</strong> confirmação para se evitar que um crescimento muito abundante<br />
provoque o abaixamento do pH, o que po<strong>de</strong> provocar resultados falsamente negativos.<br />
· Testes <strong>de</strong> Confirmação<br />
Para coliformes totais: A partir dos tubos com formação <strong>de</strong> gás obtidos na aula anterior,<br />
transferir uma alçada para tubos contendo Caldo Ver<strong>de</strong> Brilhante Bile Lactose. Após incubação a<br />
35 – 37º C por 48 horas, a formação <strong>de</strong> qualquer quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gás constitui teste positivo para<br />
coliformes totais.<br />
Para coliformes fecais: A partir dos tubos com formação <strong>de</strong> gás obtidos na aula anterior,<br />
transferir uma alçada para tubos contendo caldo EC. Após incubação a 44,5 - 45º C por 24 horas,<br />
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a presença <strong>de</strong> gás no interior dos tubos <strong>de</strong> Durhan é consi<strong>de</strong>rada reação positiva, indicando<br />
contaminação <strong>de</strong> origem fecal. A ausência <strong>de</strong> gás, mesmo com evidência <strong>de</strong> crescimento indica a<br />
presença <strong>de</strong> coliformes <strong>de</strong> outra fonte que não intestinos <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> sangue quente.<br />
Para completar o teste, po<strong>de</strong>mos estriar uma alçada <strong>de</strong> cada tubo positivo na estapa<br />
confirmativa (dos caldos VBBL e EC) para placas com Agar EMB ], incubando a 35-37°C por 24<br />
horas e analisar a morfologia através da coloração <strong>de</strong> Gram e observação ao microscópio (bacilos<br />
pequenos, Gram negativos, não esporulados)<br />
Muitas vezes, a colimetria é seguida <strong>de</strong> provas bioquímicas para a confirmação e<br />
caracterização do coliforme em questão, as mais utilizadas são as provas do teste IMVC, já<br />
discutido no assunto anterior (Assunto 8 - Bacilos Gram Negativos). Para E. coli, po<strong>de</strong>mos<br />
observar os seguintes resultados: ++-- ou -+--.<br />
Para uma explicação do fundamento <strong>de</strong>stas provas veja a prática <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
Bacilos Gram negativos.<br />
® Tabela do número mais provável (NMP)<br />
Tubos Positivos por: NMP para 100 mL<br />
10 mL 1 mL 0,1mL 3 tubos<br />
0 0 0 < 3<br />
0 0 1 3<br />
0 1 0 3<br />
0 2 0 6<br />
1 0 0 4<br />
1 0 1 7<br />
1 1 0 7<br />
1 1 1 11<br />
1 2 0 11<br />
2 0 0 9<br />
2 0 1 14<br />
2 1 0 15<br />
2 1 1 20<br />
2 2 0 21<br />
2 2 1 28<br />
2 3 0 30<br />
3 0 0 23<br />
3 0 1 39<br />
3 0 2 64<br />
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Objetivos<br />
3 1 0 43<br />
3 1 1 75<br />
3 1 2 120<br />
3 2 0 93<br />
3 2 1 150<br />
3 2 2 210<br />
3 3 0 240<br />
3 3 1 460<br />
3 3 2 1100<br />
3 3 3 >2400<br />
Após a realização da ativida<strong>de</strong> prática você será capaz <strong>de</strong>:<br />
è compreen<strong>de</strong>r os fundamentos básicos dos métodos <strong>de</strong> quantificação <strong>de</strong> bactérias em água e<br />
alimentos, diferenciando a contagem direta em placas da enumeração indireta em caldo (NMP);<br />
è citar grupos <strong>de</strong> microorganismos quantificados normalmente em alimentos;<br />
è <strong>de</strong>finir colimetria e citar suas fases e aplicações;<br />
è compreen<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>nominação NMP e UFC;<br />
èexpressar o resultado <strong>de</strong> uma contagem direta e uma indireta.<br />
Material<br />
- Frasco com amostra <strong>de</strong> água para análise<br />
- Tubos <strong>de</strong> Caldo Lactose com tubos <strong>de</strong> Durhan (3 CL Duplo e 6 CL Simples)<br />
- 1 pipeta <strong>de</strong> 10 mL<br />
- 1 pipeta <strong>de</strong> 1 mL<br />
- 1 tubo <strong>de</strong> 9,9 mL <strong>de</strong> diluente estéril<br />
- Placa estéril<br />
- 1 tubo com Agar Padrão <strong>de</strong> Contagem (PCA) previamente fundido<br />
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Execução da prática<br />
® Primeiro dia<br />
· Contagem em placa<br />
- Antes <strong>de</strong> realizar a técnica, <strong>de</strong>vemos realizar diluições <strong>de</strong>cimais da amostra, para que a chance<br />
<strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> placas com números <strong>de</strong> UFC contável (30 - 300) seja maior.<br />
- A técnica utilizada será a do pour plate, ou seja: transferir, com auxílio <strong>de</strong> uma pipeta estéril, 1 ml<br />
da amostra para uma placa <strong>de</strong> Petri vazia estéril. Adicionar o Agar PCA (padrão para contagem)<br />
fundido e resfriado sobre a amostra e homogeneizar suavemente com movimentos circulares,<br />
conforme mostra a figura a seguir:<br />
- Deve-se fazer em duplicata a inoculação das diluições 10 0 (amostra não diluída) e 10 -1 , ou 10 -1 e<br />
10 -2 .<br />
· Técnica do NMP<br />
- Homogeneizar por agitação a amostra <strong>de</strong> água e inocular os tubos <strong>de</strong> caldo lactosado utilizando<br />
as pipetas estéreis, da seguinte forma:<br />
- Na primeira série, note que a concentração do caldo é dupla, <strong>de</strong>vemos inocular 10 ml <strong>de</strong><br />
amostra;<br />
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- Na segunda série, <strong>de</strong>vemos inocular um volume 10x menos, ou seja, 1 ml;<br />
- Na terceira série, <strong>de</strong>vemos inocular um volume 10x menor que o da série anterior, ou<br />
seja, 1 ml.<br />
- Incubar as placas e os tubos a 35 – 37°C por 24 – 48 horas<br />
® Segundo dia<br />
- Contar as colônias no Agar, calcular o número médio <strong>de</strong> colônias obtidas, multiplicar pelo fator<br />
<strong>de</strong> diluição e expressar o resultado em UFC/mL.<br />
OBSERVAÇÃO.: No nosso caso, o fator <strong>de</strong> diluição, ou fator <strong>de</strong> correção, será 1, pois o volume<br />
inoculado na placa <strong>de</strong> Petri foi 1 ml. O fator <strong>de</strong> correção é importante para a expressão do<br />
resultado, que <strong>de</strong>ve ser em UFC/ml, pois transforma o resultado obtido em um resultado por 1ml.<br />
Muitas vezes na rotina, utilizamos volumes <strong>de</strong> inóculo diferentes <strong>de</strong> 1ml, como 0,1ml, ou<br />
utilizamos inóculos provenientes <strong>de</strong> diluições (10 -1 , 10 -2 , etc.). Nesse caso, para a expressão do<br />
resultado <strong>de</strong>vemos multiplicar o número <strong>de</strong> UFCs obtido por um número que irá corrigir a<br />
distorção do resultado.<br />
Uma dica: se o inóculo utilizado for diluído <strong>de</strong>cimalmente, o FD será o inverso da diluição utilizada.<br />
Ex.1: se o inóculo utilizado for 0,1ml, qual será o FD? 10, pois 10 x 0,1 = 1ml, ou <strong>de</strong> outra<br />
maneira: 1 ÷ 0,1 = 10.<br />
Ex.2: se o inóculo for 1ml da diluição 10 -2 , qual será o FD? 100, pois 100 x 10 -2 = 1, ou <strong>de</strong><br />
outra maneira 1 ÷ 10 -2 = 100.<br />
Ex. 3: se o inóculo utilizado for 0,5, qual será o FD? 2, pois 2 x 0,5 = 1, ou <strong>de</strong> outra<br />
maneira 1 ÷ 0,5 = 2.<br />
- Proce<strong>de</strong>r à leitura dos tubos positivos no caldo lactose (ou LST) e consultar a tabela para<br />
expressar o resultado em NMP/100 mL (teste presuntivo).<br />
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- Inocular os tubos positivos na colimetria para caldos EC e VBBL através da técnica <strong>de</strong> difusão<br />
(teste confirmativo), conforme o esquema a seguir:<br />
- Incubar os tubos <strong>de</strong> calo VBBL a 35 – 37ºC por 24- 48 horas e os tubos <strong>de</strong> caldo EC a 44,5 –<br />
45ºC por 24 – 48 horas.<br />
® Terceiro dia<br />
- Proce<strong>de</strong>r à leitura dos tubos dos caldos EC e VBBL (teste confirmativo), consi<strong>de</strong>rando positivos<br />
os tubos com formação <strong>de</strong> gás no tubo <strong>de</strong> Durhan. Vale a pena lembrar que os coliformes totais<br />
serão positivos apenas no caldo VBBL e os coliformes fecais serão positivos em ambos os<br />
caldos.<br />
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® Meios utilizados na prática<br />
Caldo Lactose<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Extrato <strong>de</strong> carne<br />
Peptona<br />
Lactose<br />
3,0<br />
5,0<br />
5,0<br />
pH do meio: 6,9 ± 0,2<br />
A lactose presente no meio é o indicador da<br />
presença <strong>de</strong> coliformes, através da verificação<br />
da fermentação com produção <strong>de</strong> gás no tubo<br />
<strong>de</strong> Durhan invertido introduzido no meio.<br />
* po<strong>de</strong>mos substituir o caldo lactose por caldo LST (lauril sulfato triptose), proce<strong>de</strong>ndo a<br />
incubação e a leitura da mesma forma.<br />
Agar Padrão para Contagem (PCA)<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Triptona<br />
Extrato <strong>de</strong> levedura<br />
Glicose<br />
Agar<br />
Caldo EC (E. coli)<br />
5,0<br />
2,5<br />
1,0<br />
9,0<br />
pH do meio: 7,0 ± 0,2<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Peptona <strong>de</strong> caseína<br />
Lactose<br />
Sais biliares<br />
Cloreto <strong>de</strong> sódio<br />
Fosfato <strong>de</strong> potássio dibásico<br />
Fosfato <strong>de</strong> potássio monobásico<br />
Caldo VBBL (Ver<strong>de</strong> Brilhante Bile Lactose)<br />
20,0<br />
5,0<br />
1,5<br />
5,0<br />
4,0<br />
1,5<br />
Este meio é um meio simples, sem agentes<br />
seletivos, inibidores ou indicadores. I<strong>de</strong>al para<br />
contagem <strong>de</strong> microorganismos em geral.<br />
pH do meio: 6,9 ± 0,2<br />
Composição do Meio (g/L) Observações<br />
Peptona<br />
Lactose<br />
Bile <strong>de</strong> boi (purificada)<br />
Ver<strong>de</strong> brilhante<br />
10,0<br />
10,0<br />
20,0<br />
0,0133<br />
Os sais biliares são responsáveis pela inibição<br />
do crescimento da microbiota acompanhante.<br />
Além disso, a temperatura <strong>de</strong> incubação<br />
(45,5°C) e a presença <strong>de</strong> lactose são<br />
indicadores para coliformes fecais, pois estes<br />
são capazes <strong>de</strong> fermentar a lactose com<br />
produção <strong>de</strong> gás a esta temperatura.<br />
O meio é tamponado para evitar que alterações<br />
no pH prejudiquem o resultado.<br />
pH do meio: 7,4 ± 0,2<br />
O meio contém 2 agentes seletivos: bile <strong>de</strong> boi<br />
e ver<strong>de</strong> brilhante, que inibem o crescimento <strong>de</strong><br />
Gram +. Além disso, a lactose tem o papel <strong>de</strong><br />
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Exercícios <strong>de</strong> fixação<br />
indicador, pois os coliformes são capazes<br />
produzir gás na fermentação da lactose.<br />
1. Qual a finalida<strong>de</strong> da colimetria?<br />
2. Qual a diferença entre os métodos diretos e indiretos <strong>de</strong> quantificação <strong>de</strong> bactérias?<br />
3. Qual a fundamentação da etapa confirmativa da colimetria?<br />
4. Como se realiza o cálculo das UFCs na contagem em placa?<br />
5. Por que <strong>de</strong>vemos realizar diluições para executar as técnicas <strong>de</strong> contagem em placa e do<br />
NMP?<br />
Observações<br />
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