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Discurso de Posse Pedro Henrique Saraiva Leão - Portal da ...

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para o controle externo <strong>da</strong>s contas municipais. Realmente, a minha<br />

sau<strong>da</strong><strong>de</strong> insiste em me acompanhar até aqui, há 55 anos!<br />

Para aqueles que ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>sconhecem - ou não se lembram - esta<br />

Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Letras - a primeiríssima no Brasil, vale aqui hoje repetido<br />

- foi i<strong>de</strong>aliza<strong>da</strong> pelo médico anglo-cearense Guilherme Stu<strong>da</strong>rt, o Barão<br />

<strong>de</strong> Stu<strong>da</strong>rt, tendo como primeiro presi<strong>de</strong>nte Thomaz Pompeu <strong>de</strong> Sou­<br />

za Brasil, este, bisavô <strong>da</strong> acadêmica Professora Angela Gutiérrez, nossa<br />

Diretora Cultural. Surgiu na Fênix Caixeiral, em 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1894, há<br />

115 anos, três antes <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras, cria<strong>da</strong> basicamente<br />

por Lúcio <strong>de</strong> Mendonça em 20 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1897, e <strong>de</strong> início presidi<strong>da</strong><br />

por Machado <strong>de</strong> Assis. Ressalte-se, por igual, que a Aca<strong>de</strong>mia Cearense<br />

<strong>de</strong> Letras inspirou-se na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Ciências <strong>de</strong> Lisboa, consoante irretorquíveis<br />

pesquisas dos acadêmicos/historiadores Raimundo Girão,<br />

Dolor Barreira, Mozart Soriano Al<strong>de</strong>rado e Sânzio <strong>de</strong> Azevedo. Assim<br />

tivemos apenas uma afini<strong>da</strong><strong>de</strong> com a famosa "Académie Française': do<br />

Car<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Richelieu (1634).<br />

Senhoras e senhores:<br />

Há muito, muitos in<strong>da</strong>gam, algo <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente: para que servem<br />

as aca<strong>de</strong>mias? Esquecem - ou não sabem - terem sidos estas arcádias<br />

cria<strong>da</strong>s não somente para cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>s alfaias <strong>da</strong> linguagem, conservar<br />

a língua, escoimando-a <strong>de</strong> erronias, a exemplo <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong>lla Crusca,<br />

<strong>de</strong> Florença, 1852, preservando o Toscano, idioma literário <strong>da</strong> Renascença<br />

Italiana. Mas - e sobremaneira - para manter viva a voz dos nossos escritores.<br />

Referindo-se às mesmas, o acadêmico Artur Eduardo Benevi<strong>de</strong>s,<br />

sau<strong>da</strong>ndo os 85 anos <strong>de</strong>sta Casa (1979), afirmou: "Como Aca<strong>de</strong>mia( ... )<br />

não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser ( ... ) uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> conservadora, cultivando tradições<br />

e perenizando ( ... ) homens e fatos que engran<strong>de</strong>ceram o ( ... ) Ceará,<br />

sem mostrar-se hostil aos jóvens e às vanguar<strong>da</strong>s".<br />

O escritor paulista Hernani Donato, certa vez perguntou-se:<br />

"Servem para algo, em nossos dias?" E ele mesmo respon<strong>de</strong>u: "A prova

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