03.07.2013 Views

Fragmentos. Pelo Dr. Pedro de Queiroz

Fragmentos. Pelo Dr. Pedro de Queiroz

Fragmentos. Pelo Dr. Pedro de Queiroz

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

I<br />

I<br />

'<br />

I<br />

l<br />

1<br />

•<br />

•<br />

•<br />

I<br />

•<br />

... .. RAGMNT()S<br />

..<br />

•<br />

---- - ...<br />

..<br />

'<br />

J<br />

•<br />

J<br />

---<br />

I<br />

---<br />

'j<br />

•<br />

-<br />

•<br />

' •<br />

(<br />

·-<br />

'<br />

-·<br />

•<br />

erifissiinos inisti-os do Supremo Y;·i&unal .Jràdara/.<br />

· Justiça<br />

do Ceará te persiga adagiou <strong>de</strong> tempo Jm-<br />

memoriaes o povo, que, no dizer do sabio Jacob c,nmm,<br />

- nunca menti u. Não se finou ainda o ter ri\ e! ada aio, que .<br />

acaba dê fazer segunda erupção em plen; manhJ do XX<br />

seculo. O paciente o mesmo em am bas as arrebatadas e<br />

· impetuosas emissões.<br />

·<br />

•<br />

· Quem<br />

diria ter eu necessida<strong>de</strong> suprema, segunda vez ,<br />

do recurso extraordinario ? ·<br />

Não erão infundados os meus receio .<br />

o<br />

Foi antevendo e temendo o Accordam rtcorrido q ue,<br />

sendo vencedor, embarguei, no Supremo Tribunal, o<br />

respeitabilissimo Accorda m <strong>de</strong> tls. 1 oS.<br />

Estes autos apresentam duas nuances <strong>de</strong> originali<br />

da<strong>de</strong> o matiz dos embargos do vencedor a0 A c co rdam<br />

<strong>de</strong> fls. ro8 e .::l cambiante <strong>de</strong> duas sentença englobads<br />

·110 Accordam recorrido<br />

0 rtc ? patnmomo do funccionario publico n


•<br />

•<br />

-<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

• Plenitu<strong>de</strong><br />

· ·<br />

que<br />

•<br />

nerando Ac


•<br />

•<br />

. todo<br />

..<br />

- ---- ·-<br />

'<br />

' H<br />

•<br />

lVI ST A<br />

. - -.. --'-<br />

-<br />

- . .. ' -- _.,_.. .. . - . .... . _... ... .._.:...- --<br />

--- _..,..._ --<br />

--<br />

vo o dire i to da Uniãü <strong>de</strong> h a ver <strong>de</strong>stes o 4lll' lhe pagou<br />

.<br />

como juizes em disponibilida<strong>de</strong>. Custas pelo recorrido » .<br />

Ainda. Em o anno passa do u m esmo Tri b u11al, em<br />

Accordam <strong>de</strong> 1 o <strong>de</strong> agosto, con<strong>de</strong>mnou « u é.'-ltadu do Hio<br />

<strong>de</strong> Janeir ll a pag r aos juizes reclé.ltnai tt')


•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

..<br />

___ -· ___ ____ _ _ __ _ . __ . ...<br />

-lA .<br />

- --· - ___ _.. ____ .... -·--. ... . -· --.. --- - - - -· -<br />

--<br />

. <br />

- l EM I A C E A H E N SE t 2 9<br />

.. -- ....<br />

-- -<br />

..<br />

..,.<br />

- - --.-··-- ______ .. __ _ _.. __<br />

... - - - -·- --- - . -- ----_..:._._.-<br />

Ha n proce<strong>de</strong>r_ do honrado e respeitavel sr. Relator<br />

uma especte. <strong>de</strong> dualtdé)<strong>de</strong> bem nota v e! Lembra aq uelle<br />

celebre dua_hsmo <strong>de</strong> Zarathustra ou mais perto o con­<br />

stante confltcto dos dois principíos do Bem e do Mal do<br />

espirito e da materia.<br />

Quando o sr. Relator julgou correcto? Quando ajui­<br />

zou rigido e inflexivel ? Quando se pronunciou grave e<br />

impassível? Quando, em 1 901, no recUrso <strong>de</strong> reclamaça.o<br />

do <strong>Dr</strong>. Alvaro <strong>de</strong> Alencar, err1ettit1 e assignou aquelle<br />

voto vencido, que termina por estas palavras: ' ... restituido<br />

igt1almente em todos os di rei tos <strong>de</strong>cor rentes do<br />

mesmo acto, como se em exercfcio estivesse estado poi') as­<br />

sim sempre se proce<strong>de</strong>u no passado regimen,? Quando<br />

escreveu o juridico e bellissimo Accordam embargado?<br />

Quando a correcta primeira sentença do Accordám re<br />

corrido?<br />

Eil-a attend endq que embargos <strong>de</strong> : «. . e . os fls. ·<br />

<strong>de</strong> modo algum ln firmam os fundamentos du Accordam em-·<br />

bargado, que reconheceu o direito do auctor e assistentes no<br />

presente feito <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m <strong>de</strong>spresar»... Ou, finalmente,<br />

quando, mudando <strong>de</strong> rumo, inconsequénte, illogico, riscou<br />

a s-egunda do tnesmo Accordam?<br />

· Esta não é uma <strong>de</strong>cisão reg ular.<br />

E' um acervo <strong>de</strong> sentenças- a primeira juridica, como<br />

disse; a segunda estranha, anomala, exotica, nullissima<br />

e, como segunda, immediatamente, nen1ua, por que<br />

só em recurso podia ser reformada a prtmeJra .<br />

São as duas inconciliaveis; repellem-se, chocan1-se,<br />

brigam em lucta renhida, triumphando a segunda da ju­<br />

ridica, porque joga com todas s armas e esta só com<br />

a <strong>de</strong> cavalheiro. Coitada ! vencida cae.<br />

Salienta-se ainda a illegalida<strong>de</strong> da embrulhada se-<br />

. gunda sentença- or<strong>de</strong>nar pagamentos po ei a_r;hi-re-<br />

. vogada<br />

•<br />

, soberanamente archivada, substitutda 1a trez<br />

vezes!<br />

.<br />

'<br />

para<br />

a pobre victiwa do que a v10lencta <strong>de</strong> 1892, a qual não<br />

o obrigou a pagamento <strong>de</strong> custas.<br />

•<br />

f •<br />

-: ::.-<br />

•<br />


-:• usr"'•:: =<br />

:<br />

. :-·-;: ::----.-: :a<br />

,.<br />

-·--<br />

.<br />

-.<br />

REVIS TA<br />

Invalido. paralytico , ve por 7 lo 1gos . annos , não<br />

tendo stdo consi<strong>de</strong>rado como cuntutuando em serv1ço<br />

êiCtivo e não po<strong>de</strong>ndo, consequclltcmcntc, passar á ina.<br />

ctiva, não me conformo .<br />

•<br />

3)<br />

O sr. Procurador Geral, sem as barbas brancas do<br />

sr. Relator, mas o mais irttelligcnte da Relação, abusa<br />

da confiança e bôa fé <strong>de</strong> seus illustres collegas e, só por<br />

honra do cargo e <strong>de</strong>sembargo da consciencia, veiu com<br />

os embargos <strong>de</strong> fls. 148 v, certissimo <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>spreso,<br />

como da primeira sentença.<br />

· Arrependidos,<br />

porem, os meus juizes <strong>de</strong> terem accr-<br />

. tado d'aquella feita e como que hypnotisado:-;, fac;cina·<br />

dos <strong>de</strong>ram, contra o direito e contra a jurispru<strong>de</strong>ncia<br />

mais • uniforme· e mais abundant e do Supremo Tribu·<br />

nal, provimnto aos embargos, dando assim logar a este<br />

novo rec:urso que, amparado por garantias inequívocas,<br />

espero provimento, que é <strong>de</strong> intra nsigente<br />

•<br />

•<br />

I<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

• •<br />

' I<br />

• •<br />

• • • • '• J J I<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

,. .<br />

----· -<br />

•<br />

...<br />

-<br />

•<br />

,.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

)<br />

)<br />

•<br />

\<br />


I<br />

)<br />

,'<br />

'<br />

•<br />

•<br />

I<br />

l<br />

•<br />

'<br />

·<br />

C() N 'r I J\ -<br />

·- .<br />

- - --<br />

I I I<br />

•<br />

-M IN.IJ 'J' A<br />

- - - -<br />

---- --- --- ·- ·-- -· ---=---<br />

-=·---. ·-==-====<br />

.:<br />

l<br />

'<br />

Aguardava eu altiva e supremamente calmo <strong>de</strong>sse<br />

Egregio Tribunal a homologação <strong>de</strong> meus inauferivcis<br />

direitos, já perfeitamente evi<strong>de</strong>nciados nestes autos, qü(ln·<br />

do surgiu o luminosissimo Accordam <strong>de</strong> fls. 144 v., que<br />

me restabeleceu no meu ,posto, <strong>de</strong>tertnínando solemne­<br />

mente a minha reintegração, cercado <strong>de</strong> todas as garan­<br />

tias constitucionaes.<br />

Foi a táboa <strong>de</strong> salvação atirada ao 1obre nat1fragu<br />

q11e se <strong>de</strong>batia em ondas encapelladas, já exhausto <strong>de</strong><br />

forças, prestes a fina r-se.<br />

Titular <strong>de</strong> ·cargo vitalicio <strong>de</strong>ntro da pLenitu<strong>de</strong> do art.<br />

74 da Const da Republica, por um lad0 e pelo outro<br />

martyrisado pelo inconstitucionalissimo art. 6 das Dispo·<br />

sições Transito rias da mesma, eu, h a mais <strong>de</strong> 2 1 annos,<br />

soffria com gaudio dos guardas do Fisco «OS sophismas<br />

<strong>de</strong> Secretarias, .. uma das maiores pragas <strong>de</strong>sta terra, sa·<br />

crificadoras da verda<strong>de</strong> constitucional» (RUJ' Barbosa),<br />

isto é, do corte <strong>de</strong> meus vencimentos <strong>de</strong>vido ao contra­<br />

dictorio art. 6 citado.<br />

Demittido <strong>de</strong> meu cargo vitalicio, chegou afinal <br />

hora <strong>de</strong> minha reparação.<br />

O Procurador Geral do Estado, intelligencia lucida e<br />

cultissima em juricida<strong>de</strong>, mestre consummado do ireito,<br />

no louvavel intuito dos interesses da Fazenda, veJo cotn<br />

os Embargos <strong>de</strong> fls. 14 9 v., improce<strong>de</strong>ntes, improce<strong>de</strong>n­<br />

tissimos, velhos, <strong>de</strong> <strong>de</strong>spreso ln li mini:, como <strong>de</strong>mostrard.<br />

O longo articulado eu posso e <strong>de</strong>vo synthet1z r em<br />

dois pontos principaes ou em duas questões a ventila r-­<br />

a minha falta <strong>de</strong> direitos, o pagamento só dos ordna-<br />

d.os por falta do prlJ labore .<br />

•<br />

•<br />

r<br />

•<br />

'


'<br />

I<br />

•<br />

,<br />

'<br />

•<br />

I J l •<br />

vecto advogado da Faz e n d , t ! l rllll ') t t ! J cilth a rn1nha falta<br />

<strong>de</strong> direitos adquirilJos l)Ut: 'cru tLt l jl Jllatri;., estriba-se<br />

em facto ct ' u ma n o rn e a ç ã () , l t · f 1 n i r i ', d .<br />

. De fi n i t i v a e s tá ) r o v ali < e 111 i n n tl r n e r d s p a g i n as <strong>de</strong> s.<br />

tes·autos, nas proprias >ala\'ras li


•<br />

' -<br />

•<br />

-<br />

. = ... •: :.=:= == a·:. ... -:--:<br />

·<br />

·<br />

:-·-_---A _C. . - C E A R R N SE l 3 3<br />

- -.. ' -<br />

-- - - -· o : - - - •<br />

•<br />

------ -·- -----<br />

--- ::L.. • -• ..:... . -c:<br />

Plenitu<strong>de</strong> synonimisa-totalida<strong>de</strong> e totalida<strong>de</strong> inclue<br />

o pro labore .<br />

cDisponibilida<strong>de</strong>, na expressão jurídica d termo é<br />

o estado do funcciona rio, que, fora do exercido acti;o,<br />

po<strong>de</strong> ser chomado a qualquer momento á activida<strong>de</strong><br />

funccional».<br />

Mas esta disp•Jnibilida<strong>de</strong>, esse affastamento invo­<br />

luntario do serviço reputa-se um exercício virtual ou<br />

uma activida<strong>de</strong> legal. .<br />

E' esta a opinião dominante na actualida<strong>de</strong> dos fa­<br />

zedores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos, <strong>de</strong> todos os Tribunaes, <strong>de</strong> t0dos os<br />

p sad ? res que liberai r:n e te interpretam o gran<strong>de</strong> prin­<br />

cipio l1berl da Constltutção, votada nos mol<strong>de</strong>s mais<br />

a<strong>de</strong>a11tados do mundo culto, isto é, explicam a pleni-<br />

•<br />

tu<strong>de</strong> que mata completamente o art. 6 citado.<br />

Esta plenitu<strong>de</strong> é garantia que 11ão precisa <strong>de</strong> ntais<br />

nada; entreta.nto, os d-ireitos adquiridos dos ina,noviveis<br />

foi ainda, <strong>de</strong> novo, assegurados pelo art 1 .0 da Lei 44<br />

B, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 18y2.<br />

A disponibilida<strong>de</strong> compre·hen<strong>de</strong> todos os vencimen ..<br />

tos, todas . as vantagens, direitos e regalias, portanto, é<br />

como se o magistrado estivesse em effectivo exercicio.<br />

Este modo <strong>de</strong> ver já se apo<strong>de</strong>rou <strong>de</strong> todos que jul­<br />

ganl sem· paixão .<br />

O primeiro projecto do Governo· Provisorio prescre­<br />

via no art. 1 o <strong>de</strong> suas Disposições Transitorias qe «OS ma­<br />

gistrados não aproveitados terão seus vencimentos actuaes».<br />

O s · egundo, apresentado ao Congresso, firma dispo-<br />

sição i<strong>de</strong>ntica. .<br />

A disponibilida<strong>de</strong>, portanto, não altera a Situação<br />

que se regula em exercido virtual, .coo dis e<br />

Essa doutrina consagrada no d1retto naciOnal e sus-<br />

tentada por um.a corrente ger l <strong>de</strong>. jurisconsultos come­<br />

çando por Joc;;é Hygino, Amph1lophiO, Barradas e todos<br />

os posteriores <strong>de</strong> melhor nota<br />

O Accordam do Tribunal Superior <strong>de</strong> l)ert1amblJCO,<br />

<strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1902, dispõe que o vitaticio, que<br />

fiqur privado <strong>de</strong> suas funcções, <strong>de</strong>e permacer no gozo<br />

<strong>de</strong> lias como se estivesse em effect1vo exerci cio.<br />

•<br />

·<br />

,<br />

•<br />


•<br />

•<br />

•<br />

REVISTA<br />

E' o principio que enc ? ntro nos T r i bunae s do Rio,<br />

S. Paulo Pernambuco, Bah1a, etc.<br />

vitalicios reclamaram e o Governador em 1 5 <strong>de</strong> Junho<br />

<strong>de</strong> 1912 atten<strong>de</strong>u-os, mandando pagar-lhes a .dif!eença<br />

,sob fundamento <strong>de</strong> que, segundo os bons p n ncipios e<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>. nossos Trillunaes, o funccionario em dis­<br />

ponibilida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra se em exercicio pleno para todos<br />

os effeitos ».<br />

Resta ainda muita nota no meu calepino <strong>de</strong> lem·<br />

branças, mas termino aqui, não <strong>de</strong>vo alongar este tra<br />

balho principalmente rorque o sabio e venerando proJa­<br />

tor fundamentou brilhante, convencedora e irrevogavel<br />

mente o seu Accordan1, ·<br />

que,<br />

unanim e, semelha uma<br />

mole <strong>de</strong>smarcada, alicerçada no mais duro e rijo granito,<br />

que resiste ·ao mais impetuoso vendaval.<br />

O embargado, tutellado por esse Egregio Tribunal,<br />

garantia <strong>de</strong> todos os seus direitos, confia na manutenção<br />

do cAccordam» mo<strong>de</strong>lar da mais inteira justiça.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

'<br />

'<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

.<br />

.<br />

•<br />

•<br />

I<br />

,<br />

I '<br />

)<br />

,<br />

,<br />

l<br />

.<br />

'<br />


•<br />

t<br />

•<br />

•<br />

•<br />

T ­<br />

J .<br />

}W<br />

;<br />

•<br />

•<br />

.<br />

, ' ." ELIOPOLIS é o requinte do luxó, pompeia as v-alas<br />

é· tliO, u1n mtcrocosn1o., a bellissima miniatura <strong>de</strong> uma<br />

cida<strong>de</strong>. (<br />

Passo eita <strong>de</strong> leve : E faço, atravéz das multiplas<br />

etapas da civJIIsação , caminhada met1tal.<br />

Heliopolis egypciaca ostenta opulentas ruin·as, on<strong>de</strong><br />

antíquarios e archeologos vão estudar monumentos e ar­<br />

tes da antiguida<strong>de</strong>, confi<strong>de</strong>nciando reservas com aquellas<br />

velhida<strong>de</strong>s.<br />

Fustel <strong>de</strong> c:oulanges, i Ilustre soei o logo francez <strong>de</strong>.<br />

zenovista, da altissin1a pyran1i<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu saber, con1 lente<br />

Inágica, adivinhou todos os segredos, perscrutou todos os<br />

rnysterios do mundo greco-lati.r1o e escre.veu 'La Cité .4,1·<br />

tique''. Este livro equivale a uma critica em viagens, como<br />

<strong>de</strong> seu trabalho, disse o eminente literato J. J. An1pere<br />

--·prefacio do seu excellente La Grece, Ronze et Dante .<br />

. Jean Izoulet, outro notavel sociologo francez, nas<br />

profun<strong>de</strong>zas da sua erudição, sentiu e estudou todos os<br />

problemas, que agitam a alma do <strong>de</strong>srnvolvimento ga l­<br />

lo-germano e produziu La Cité Mo<strong>de</strong>rne.<br />

Heliopolis (brasileira) é cida<strong>de</strong> novíssima, <strong>de</strong> luz in­<br />

tensissima, a ultima palavra da nascente e já grandiosa<br />

sociologia .<br />

. Os revististas <strong>de</strong> talento edificaram nella largas e<br />

soberbas avenidas, praças amplas, bonitos jardins <strong>de</strong> cau·<br />

teiros <strong>de</strong> flores linda


•<br />

'<br />

: c • ;<br />

REVISTA<br />

-=-==.=.:.:.=- ·- -·· -;- - - ---"" - --· - -- ---....<br />

-··--..,.·<br />

•<br />

··-- -·-· ....<br />

.. - --- -- #" _ _ _ ..,..... • - ----·<br />

-. ---<br />

--::.::: :;·-·.: :: :;.:0"·: :-= =<br />

do ceremonial religioso. Como outr ' 0ra <strong>de</strong>vem -lh es hoje_<br />

profundo respeito os habitantes da illuminarJa cida<strong>de</strong><br />

nova. E prestar-lhes um verd


•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

,.,<br />

o ao<br />

ALZAC, o mergulhador das profun<strong>de</strong>zas do oeeano<br />

___ sem 1raia do coração hun1ano, na sua grandipsa con-<br />

, strucção estuda a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>zenovista em seus Illul­<br />

tiplos aspectos, em suas infinitas estractificaçõ e s, <strong>de</strong> cima,<br />

dos . lados, <strong>de</strong> baixo, em o innumero dos seus viCios, em<br />

muitas <strong>de</strong> suas virtu<strong>de</strong>s. Disseca com apurada subtileza<br />

todos os· maus pendores, anatomisa o mundo das caver-<br />

nas das paixões subalternas. . .<br />

Apropria-se <strong>de</strong> todas as ten<strong>de</strong>ncias e vocações, tem a<br />

susceptibilida<strong>de</strong> idiosyncrasica <strong>de</strong> todas as profissões.<br />

Com intuição genial accentúa a bella lei artistica dos<br />

contrastes, que dá niti<strong>de</strong>z a idéa e relativjsà o conheci­<br />

mento.<br />

Perto do vultcJ enorri1e do .galeriano Vautrin, p·õe as<br />

vaporosas e antas Pierrette1 Mirouete, Claes, Eugenie<br />

Gran<strong>de</strong>t, o Pere Goriot, o Cura da Al<strong>de</strong>ia, ;ó ·genio (Missa<br />

do Atheu), com as ancias, as maguas, as provações do me·<br />

dico Desplein.<br />

Ao lado dos <strong>de</strong>sequilibrados <strong>de</strong> todas as marcas, pin­<br />

ta-nos com cores bem vivas, caracteres nobilissimos, entre<br />

os quaes, fica em relevo o medico sabio e bom, zeloso<br />

e pru<strong>de</strong>nte. . ·<br />

Nas "Scenas da vida do Campo", antes do Cura e dos<br />

Camponezes, esculpe com firrlle cinzel <strong>de</strong> mestre ? me­<br />

dico, pon<strong>de</strong>rado e bondoso- que fz do· con ultono um<br />

santuario, da profissão um sacerdocw. enassrs pela gra­<br />

ve7a do conselho, pela compostura da vrda p osso com­<br />

parar ao bom Vigario do Wakefield do Goldsmrth. C m as<br />

ttltas qua1ida<strong>de</strong>s dCD homem <strong>de</strong> bem, abnegado, edrt:ado,<br />

Benassis avulta r1o fundo affastado da al<strong>de</strong>ia, exer-<br />

•<br />

•<br />

·<br />

•<br />

,<br />


'<br />

•<br />

I 18 ...... -<br />

-<br />

•<br />

------ •<br />

.... ___,......<br />

·---·<br />

--- _..l.-41.-.-<br />

- .... . . 4<br />

•<br />

---· .. - -... -.. . .<br />

- • ..,..<br />

. .. . . - • J ·' " .<br />

cendo uma especie <strong>de</strong> rnagistrJtura i n tin ! a, <strong>de</strong> sa:Ho mi­<br />

nisterif\, inspirando a seus doentes quertJl)s_ a d esmarca ­<br />

da confiança, que a Alexandre da \1aedoma o seu me<br />

dico Philipe -dando-lhe e elle e svas t ando a taça que<br />

lhe juravam cont.er veneno e que c) cura.<br />

- -<br />

. ... - .<br />

A arte do divino velho <strong>de</strong> Cós já f


•<br />

o<br />

•<br />

•<br />

= .... .. .... ·;- - = .<br />

'• - -- - o ..<br />

-.... ::::;.: ...<br />

·-<br />

- ·.: =::: -- :::.:<br />

:<br />

----0 -- - -·--- - ----'-<br />

:.:<br />

DA ACADEMIA CEARE NSE<br />

-___;.;:;.,<br />

-<br />

·- • -<br />

- ----<br />

4- ___;.; -·<br />

·9<br />

·- - ·--- - - ... - - -- -.- -- .. --- ----<br />

-- -- . -- - -- . .. - -- - - .. -<br />

- -<br />

- -<br />

-· ---<br />

bordas da estrada . O seu bisturi , o seu forcep


•<br />

•<br />

•<br />

·<br />

•<br />

-.-.·. ·<br />

•<br />

I<br />

•<br />

'<br />

•<br />

J(, f). ariiJuinAa e arovuinha tlc <strong>Queiroz</strong> .<br />

•<br />

cf_Ja plupart <strong>de</strong>s heros sont comme cer­<br />

tains tableatJx: pf)Ur les estimer, ii ne faut<br />

pas tegar<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tr(>p pres7>.<br />

/_a R.oche.foucauld.<br />

O vortice tumultuoso do <strong>de</strong>clinio do seculo, tormenta·<br />

- do <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfortos, dominado <strong>de</strong> <strong>de</strong>smoronamentos,<br />

tortura


•<br />

.. _ --<br />

sua visão <strong>de</strong> pre<strong>de</strong>stinado e poz-se a caminho com o amu­<br />

leto <strong>de</strong> celebre cabo <strong>de</strong> guerra «vencer é andar para a<br />

frete•. E começou . a ascenção da montanha, allumiado<br />

da amagem da patna que elle só via a sorrir lhe a ace<br />

entre ·perigos IneguaJaveJ.<br />

Na homerica . iusta guerr.eira em que Ozorio, Caxias<br />

e Camaa symbolisava a tna<strong>de</strong> augusta do triumpho­<br />

fez Clarando a sua camanhada das regiões affastadas da<br />

obscurida<strong>de</strong> para os elevados cimos da historia. N'esta<br />

luminosa epopéa da guerra do Paraguay --a pagina ful­<br />

gentissima da historia brazilei ra -- relampeiam estrophes<br />

commovedoras riscadas pela ponta do gladio do valente<br />

soldado que foi um bravo <strong>de</strong> todos os encontros com o<br />

inimigo, um leão no combate naval do Riachuelo, em<br />

Tuyuty, a maior batalha ferida na America do sul, na<br />

. jornada gloriosa do Aquidaban -··on<strong>de</strong> o patriotismo bra­<br />

zileiro fechou o cyclo da procrastinada guerra.<br />

Em o ptito largo <strong>de</strong> Clarindo todo coberto <strong>de</strong> con­<br />

<strong>de</strong>corações, do habito <strong>de</strong> Christo, grau <strong>de</strong> cavalheiro do<br />

Cruzeiro, habito, commenda, gran·cruz <strong>de</strong> Aviz e uutras<br />

medalhas atravessava a fibra do guerreiro <strong>de</strong> coragem<br />

fria, <strong>de</strong> intrepida bravura, ardia a chamma que faz o<br />

homem <strong>de</strong> feitos heroicus. Com a serenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um es­<br />

toico, com a audacia e segurança <strong>de</strong> um idolatra, sem o<br />

estremecimento <strong>de</strong> uma linha do rosto, elle. ertvolvia-se<br />

em um borbar<strong>de</strong>io fazendo prodigios <strong>de</strong> valor, conta·<br />

giando o enthusiasmo nas linhas <strong>de</strong> seu commando- ac­<br />

cen<strong>de</strong>ndo o ardor marcial dos soldados em torno do seu<br />

busto altaneiro .<br />

Sua f{ <strong>de</strong> ofticio lapidado pedaço d altanada hi­<br />

toria do exercito brazileiro -é toda mat1sada das ma1s<br />

honrosas menções, dos mais por_nposos .elogí,>s, das mais<br />

altas classificações <strong>de</strong> bravura mexced1da.<br />

Os fellahs do Egypto chamavam a Desais «O sul·<br />

tão justo•; «O bom general• titulava f!l ·n ? os a11mães.<br />

Clarindo, com a intuição suprema d JUStiça, respirando<br />

rindo, bom, como Desais, bravo, como Champwnet, ma-<br />

..<br />

. . .


l<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

I 4 =====- =- -::::<br />

:;: :.;:<br />

-:;;:.;: :<br />

- -:::: - -=--==<br />

::. .: :<br />

REVISTA<br />

- =::=. -=;...;:;<br />

Austero como o Fabws Maxtr U\ .d Plutarch,<br />

nobre como as gran<strong>de</strong>s figuras <strong>de</strong> Tito Ltvio, seu perttl<br />

militar estofa rutila gloria brazileira.<br />

. Alcançara os pinca ros da m onta h a_<br />

'<br />

;. . -<br />

abroyuelado<br />

d<br />

suas raras qualida<strong>de</strong>s militares, <strong>de</strong> aluss1 mas virtuJes c·<br />

vicas, <strong>de</strong> um esforço sempre <strong>de</strong> cvnfiança, sempre <strong>de</strong> pe,<br />

sempre <strong>de</strong> promptiçião .<br />

•<br />

*<br />

* *<br />

· Clarindo assentou praça em 1 8 56. Em 1 86 5 estan­<br />

do nomea<strong>de</strong>. Secretario do Command0 das A r mas do<br />

Pará seduzido dos fulgores do <strong>de</strong>ver perigoso , capti­<br />

vado das musicas do chamamento da patria pediu <strong>de</strong>­<br />

missão da remansosa commissão cie paz e atirou-se para o<br />

Paraguay--<strong>de</strong>sembarcando no Cerro a 14 <strong>de</strong> abril. Fez a<br />

campanha com <strong>de</strong>susado brilho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Corri ente5 a Aqui­<br />

daban, em o l.0 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1870. A 14 <strong>de</strong> abril após<br />

5 annos dia-a-dia emba rca em Humaytá <strong>de</strong> volta ao<br />

Brazil .<br />

.<br />

·<br />

Foi nominalmnte contemplado no voto <strong>de</strong> graças<br />

d Assmblé Geral Legislativa á guarnição da esquadra<br />

pelo feito asstgnalado do Riachuelo e em muitas out ras fe-<br />

licitações. . ·<br />

O tenente <strong>de</strong> t86 5 era tenente coronel em 1 870 te­<br />

cendo os seus galões a rasgos <strong>de</strong> tactica, a golpes <strong>de</strong> bra<br />

vura.<br />

Tinha os cursos <strong>de</strong> infanteria e <strong>de</strong> a rtilheria. Exerceu<br />

no exercito com lustro pa ra a fa rda que era toda a sua<br />

•<br />

0 mate na I <strong>de</strong> guerra, director do Arsena I do Pa r ,l . Com·<br />

I<br />


I<br />

•<br />

•<br />

..<br />

•<br />

-=:; --::r- :::.: :: :<br />

DA ACADEMIA CEARENSE<br />

14<br />

...: .... .... _.,,. .. .. .. .. .. , -- ·-- .. ---- --<br />

_ , ...... . ___ .... .._,<br />

_... .., .. -..., ,.. . .... . .<br />

. - - .... --<br />

- .- - ""- . -,- - --- --------- - - ---- ... -<br />

. . - -- · ---- ---- - ·-<br />

mandante das Armas do Pará, Matto-Grosso, Pernam.<br />

buco, do Amazonas on<strong>de</strong> offereceram-lhe uma e s p a da<br />

ti e h on ra , (l Lt e guardava com ran<strong>de</strong> estima Diriain di<br />

• u b<br />

versas comrmssõe n s fronte . iras . do norte, fo i inspector<br />

d.a Esc0la (i e Aprendizes Artrlhe1ros . Commandou o ba<br />

tal hão <strong>de</strong> E n ge n h eiros , a Esc o l a Mi I i ta r do Ri o a 2. a<br />

brigada do :xercito. Foi com mandante geral <strong>de</strong> artilheria.<br />

No reg . 1me p assado prestou serviços <strong>de</strong> olta releva n-<br />

.<br />

cta na prest<strong>de</strong>ncta do Amazonas que agra<strong>de</strong>cido mais<br />

tar<strong>de</strong> o incluiu em lista <strong>de</strong> seus representantes ao par-<br />

l a mento<br />

·<br />

E1n tn·aio <strong>de</strong> 1891, o Congress0 republicano consti -·<br />

tuinte do Cea rá o elegeu por 2 3 votos c o n t ra I o pri­<br />

m ei ro governador constitucional <strong>de</strong> sua terra natal senl­<br />

pre opulenta <strong>de</strong> applausos . a seu gran<strong>de</strong> concidadão I tos<br />

d ias solemnes da bôa fo rtuna e nos solemnissimos da<br />

adversida<strong>de</strong>. N' età; administração f()F o mesmo hon1em<br />

franco e serio das cornmissões do ministerio da guerra e<br />

_ da com missão civi l do i\ ma zonas. Entre · traços nota veis<br />

. <strong>de</strong> seu · governo realça a eleição dt1 senado estadurll ·que<br />

passará para a h i st oria a pri meira, talvez a unica elei- •<br />

ção verda<strong>de</strong>i ramente repu-blicana da republica. A's urnas<br />

compareceu <strong>de</strong>sembaraçado, só, livre, íncondicionado o<br />

· po<strong>de</strong>r da opj,Jião .<br />

Clarindo teve nessa epocha n1 anifestações extraor­<br />

. . dinarias. Uma tar<strong>de</strong> --que-m po<strong>de</strong> esquecei-o ? -passeava<br />

. nos arrabal<strong>de</strong>s da cida<strong>de</strong> --· pára na praça <strong>de</strong> <strong>Pelo</strong>tas -<br />

on<strong>de</strong> a _ Escola Milita r fa zia exercício <strong>de</strong> fogo. O p ovo ,<br />

que enchia as cerca n i a s da Praa -dscobre-o e prorom­<br />

pe em uma explosão <strong>de</strong> vivas e a p pl aus? s -o co . nduz<br />

em braços aos braços da fa mília em palac10 no meiO <strong>de</strong><br />

vivíssima ovação . <strong>de</strong> frementes acclamaçõ . es. Uma verda<br />

<strong>de</strong>ira apotheo3e --que emocionou-o mmto entraha _ da-<br />

mente sentindo se compensado <strong>de</strong> todos os sacnfici ? S .<br />

. <strong>de</strong> ·1892.<br />

Foi <strong>de</strong>posto pelo governo fe<strong>de</strong>ral a 1 7 <strong>de</strong> fevereiro<br />

•<br />

:iC *<br />

Um fo rte <strong>de</strong> probida<strong>de</strong> immacula, Je fe rrea tena-<br />

­


•<br />

·<br />

•<br />

I 4 4 -<br />

"' .. .... ._ .. .... . ...<br />

... ---_ _ . _ .. _ ·.:. :.- ._ .-.: ..:;;.:-:<br />

.... . ....<br />

::. .<br />

REVISTA<br />

·<br />

<br />

• - .<br />

..- ... 4 .,. ...- •<br />

. cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caracter sobran ceiro <strong>de</strong> s e u real m e recimento,<br />

da socieda<strong>de</strong><br />

Fora do lar sua estructura civ ica foi l i c ção per-<br />

manente <strong>de</strong> civismo, uma serie con tinua d a <strong>de</strong> <strong>de</strong>d icação<br />

. á causa sagrada da patria que elle e s tre mec ia com ex­<br />

·tremos apaixonados.<br />

No aconchego da fa m i i ia dcJ stu coração amoravel<br />

jorrava um manancial <strong>de</strong> affectos Era a enca rnação da<br />

bonda<strong>de</strong>.<br />

De tracto affavel captou since ras sym pathias no<br />

largo ci rculo percorrido ,<br />

d_eravJ-o precla rissimo.<br />

p<br />

•<br />

---<br />

o·r todo o p;1 ís que consi-<br />

. Combalido pelos revezes da pol i tic . ''i sitado <strong>de</strong><br />

sombras e tristezas · que lhe ama rgura ra m o fi nal da<br />

vida, faltando-lhe o res triple.x do audacioso n a vegador<br />

<strong>de</strong> Horacio, elle não resistiu á avalanche que se <strong>de</strong>spe­<br />

nhava dos al!os e partiu se com o est ro nd o das arvores<br />

seculares arrastads na to rrente fragorosa .<br />

Seu passamento em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1 89 3 , espalhado<br />

por telegramma do Ministro da ind u st ri a , p rod u zi u por<br />

todo o país dolorosissima impressão.<br />

D sua intelligencia .esclé1recida, do bronze <strong>de</strong> sua<br />

compleição moral irradia-se bellissir11 0 documento <strong>de</strong><br />

amor á familia e á patria.<br />

Sua mem?ria -rico patrimonio nosso -- tl ca a apon·<br />

· ta r-nos o cammho eSpinhoso do <strong>de</strong>ver.<br />

•<br />

•<br />

- -· - .. -- .. -


..<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

J<br />

Faz . anno -- o 2 3 no Ceará ! !! O 17 Ue fe ve re i ro é o<br />

gran<strong>de</strong> d r a nefasto em que o Estél do se cobre <strong>de</strong> p esa d o<br />

luto.<br />

O M a rechal Floriono Peixoto subiu á escarpa da<br />

montanha e como enca rnação do movimento illurninou<br />

o esp irito publico com os alvores <strong>de</strong> uma esperança . O<br />

2 3 pareceu uma reivindicação e o povo o appfaudiu<br />

com alvoroo.<br />

Durou um instante a illusão. O sentimento d o tri-<br />

umpho proJusiu o <strong>de</strong>slumbramento e o heróe que obti ­<br />

·vera o timão do governo da Republica, .<br />

por<br />

fo rça do<br />

ca rgo, p e rd ê ra o do governo <strong>de</strong> si mesmo, fa ltando-lhe<br />

o segredo para ser feliz, o magico talisman para ir ao<br />

objecti vo, não soube conter o fu ror revolucionario <strong>de</strong><br />

seus companheiros, <strong>de</strong>scendo a la<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> excesso em<br />

rxcesso urn rastilho <strong>de</strong> pol vora e <strong>de</strong> sangue. Em vez<br />

·<strong>de</strong> tradusir a sua victoria na consolidação cJas institui·<br />

ções <strong>de</strong>mocraticas, calcou ·as nos arrochos do <strong>de</strong>sp otis ­<br />

mo e o 2 3 foi u m verda<strong>de</strong>iro eclipse, uma rup tura co m ·<br />

pleta e brusca da paz da revol u çã o <strong>de</strong> 1 5 <strong>de</strong> novembro .<br />

A obra da inversão da Republica braziJeira abriu lar- .<br />

ga brecha, cassando as ga ranti as, fe rindo direitos adqui­<br />

ridos, respei ta dos em re·''oluções ominosas .<br />

O M arecha l vice-presi<strong>de</strong>nte mostra-se díscipulo do<br />

celebre rei d o 18 seculo, cujas men1orias pa rece ter a<br />

cab eceir ; <strong>de</strong>clarou em seu manifesto manter a inviola -<br />

. bllida<strong>de</strong> da lei, não haver ven(:edores e nem vencldos ; p ro­<br />

mette uma politica <strong>de</strong> paz, uma politica <strong>de</strong> Tel emaco e<br />

em seguida põe em pratica, com religioso escrupulo, os<br />

p re ceitos do « Pri ncipe» <strong>de</strong> Machiavel ; <strong>de</strong>sfralda a . fl am­<br />

mtJia ve rmel h a do rn orticinio <strong>de</strong> ir1nãos, dos assassinatos<br />

•<br />

•<br />

•<br />

I


•<br />

•<br />

=<br />

---· ---<br />

promettida.<br />

R E VIS T A<br />

.- --· - - .. ... ...- -<br />

-<br />

. <br />

Desgraça aos ve n c i d os ! o clara o d o bo m b a r<strong>de</strong> iO <strong>de</strong>r<br />

ra ma a treva do l u tú nacional. 1\ l a va dis,<br />

é a primeira dos dominadores do 2 3, dos sapado res da<br />

Republica .<br />

A<br />

polvora envolve o :Jmbiente p u ríssim o do<br />

paiz, p enetrado d ' es te hebetismo sagrado, que acom­<br />

panha os lances <strong>de</strong>masiado vi o l e n tos da d esgraça .<br />

O Cea rá , que tem o orgulho e a tradicção do pa­<br />

tri oti smo , que é a Th e rm o py l as da liberda<strong>de</strong>, que, como o<br />

homem ditoso <strong>de</strong> L u crecio, via <strong>de</strong> l o nge o bramir dos ven­<br />

tos e das ondas, a imprecacão dos v e nci d os , o l a men to<br />

das vi ctimas, . a praga dos ppri rn i d o s , po<strong>de</strong>ria escapar á<br />

conflagração? .<br />

Sentia a angustia ·da situação difficil, e ra ameaçado<br />

<strong>de</strong> ter o seu dia fa tal como os <strong>de</strong>mais Estados, como a<br />

On<strong>de</strong> um refugio contra . a marulhada? A paz: em .qe<br />

copletava a sua o rgan isação constitucional e admmis­<br />

trat va ? Não, P ? is era o seu p r i mei ro ca pitu l o d e accu·<br />

saçao, o seu cnme capital ! .<br />

brancas da emanci pação enche-se <strong>de</strong> navio s <strong>de</strong> guerra,<br />

as praças ·O remanso da paz e das reuniões do povo,<br />

s. c.ompndos tentaculos e a pa n h a a terra <strong>de</strong> A lenc a r - a<br />

Jntcta<br />

·<br />

.<br />

-<br />

,<br />

'<br />

'<br />

'<br />

'<br />

'


•<br />

•<br />

•<br />

.<br />

'<br />

'<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

. ·-<br />

DA .<br />

ACA.EMJ<br />

A CEAH ENS E I 4 7<br />

. --- - - - - - ...<br />

-<br />

---: ::- -<br />

- .<br />

.<br />

--- - --- -.. - _., - --- ...:<br />

,<br />

r:tia do Estado. A' v i sta dos canhões q ue avancfl vam · ­<br />

fauces escancara das, vo m i t a n do a nlorte -- a es.t a tua á<br />

praça <strong>de</strong> pa la i o do . governo -- fa zia s uas as palavra s das<br />

estat uas <strong>de</strong> M tguel /\ nge l o , n


•<br />

•<br />

•<br />

===#=====::... .: :<br />

I -: :• *'O<br />

i ; j :;; : a v- = .<br />

•<br />

...<br />

•<br />

·.::: :.:.<br />

· -..<br />

-· ---<br />

- * • -- - •<br />

· e procurava . A paz, rspon<strong>de</strong> l h e o d esconh ecido. Pois<br />

m o povo cearense é o pobre <strong>de</strong>sconhecido a pedir a<br />

direitos conculca dos com o mais solemne <strong>de</strong>sprezo.<br />

Quando o dia da justiça ?<br />

Quando' a reparação ?<br />

•<br />

•<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

"" .<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

'<br />

•<br />

'<br />

•<br />

•.<br />

•<br />

•<br />

•<br />


•<br />

I<br />

I I<br />

1<br />

leri ng, .o bri lhante e profur1do burilador da Lucia<br />

pelo direito, disse que «velar pelo direito era a fu ncção<br />

vital do Estado».<br />

De fa cto, na rn ecanica social o Esta do é urna 1n ola<br />

necessaria para n? em?att- das opiriiões, no choque das<br />

pretenções, na collJ<strong>de</strong>tlCJa dos interesses--estabelecer a<br />

or<strong>de</strong>m, a harmonia, o accordo na coexistencia das diver­<br />

sas partes do orga nisn1o.<br />

N(l plan0 das activida<strong>de</strong>s sociaes cada utn tem a<br />

sua esphera <strong>de</strong> acção, <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong> sahir, sem of­<br />

fen<strong>de</strong>r direitos alheios A liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um vae até<br />

encontrar a liberda<strong>de</strong> dos outros, porque a justiça é a lei<br />

<strong>de</strong> .egual liberda<strong>de</strong>, em cuja composição entram dois fa ­<br />

ctores o· elernento positivo da liberda<strong>de</strong> propriamente<br />

e o elemento nega tivo da restri cção d'esta pela liberda­<br />

<strong>de</strong> dos outros.<br />

E' a theoria da publicistica liberal.<br />

E' o governo o estatuto para a completa effectivida­<br />

<strong>de</strong> da liberda<strong>de</strong> na complicada engrenagem da socieda­<br />

<strong>de</strong>. Vive pelo direito e para o direito. E' o seu primeiro<br />

principio a subordin(;lção á lei, e quando fa lta a seus<br />

fins supremos, ou quando tenta orientJ r-se fó ra d'esta<br />

palicada torna se <strong>de</strong> elemento vital uma base dissolvente.<br />

.: tisa para adapta r-se aos mais elevados mtmtos da hber ·<br />

a<strong>de</strong> politica . ·<br />

E' a republica o sytema instituciorMl <strong>de</strong> união, <strong>de</strong><br />

ncordia, <strong>de</strong> paz, o nivelador da <br />

•<br />

. bar?acans das <strong>de</strong>se-<br />

·-A i da<strong>de</strong>s o arrasador da linha dJvJsorta <strong>de</strong> vencedores<br />

'<br />

encidos. E foi este o principio que constra ngeu ao ve-<br />

Thiers o crran<strong>de</strong> monarchista da vespera, c1 ale-<br />

... .. . ' b<br />

•<br />

t<br />

•<br />

•<br />


•<br />

•<br />

-<br />

REVIST A<br />

Acceito a republica, porque é o f!,f)IJ er nu '}1/1) menos 110,,<br />

<strong>de</strong>sune.<br />

Eis o arti go <strong>de</strong> fé semecra t1co. .<br />

Con1o appl i cal - o ao r1oss pa1z r<br />

A -republica sah i ra dos hrnanH. n tt> du . ' eal para<br />

concretizar-se em realida<strong>de</strong> tan g t vel 110 BrJztl r<br />

Já terá vida a utop ia dourada do m1nguaJu circulo dos<br />

vencedores. Só este.<br />

Os nove-<strong>de</strong>cimos do povo cortti nttan1 a sonh ar .<br />

<strong>de</strong>sal entar-se, a esmorecer . .<br />

al ma fo rte i nfi ndas es peranças . o<br />

o se<br />

.<br />

_<br />

.<br />

. .<br />

a<br />

não lhe opulenta ssen1 a<br />

Alarguemos a vista, olhe m os o horisclnte colorido <strong>de</strong><br />

tintas sombrias.<br />

· E' precei to <strong>de</strong> poli tica pos i tiva que ,< os go\'crnos me­<br />

lhoram envelhecendo ., isto é , na proporção do affasta­<br />

télmento dos excessos da refrega, á rn edi da do <strong>de</strong>spren­<br />

dimento das faxas dos senti mentos vi o l e n t o s dds prinkei-<br />

as I uctas.<br />

Por m ai s que se illumine e se d i late a 11ossa retina,<br />

o que vemos ? ()o <strong>de</strong> a m elhora ? 0 11d e o arrefecimento<br />

das paixões ?<br />

gto , , ermad<br />

Por ·On<strong>de</strong> a lei ? Medrosa da actualida<strong>de</strong> anda fo ra-<br />

o nas . montanhas das Asturi as. asylo sagado<br />

se .<strong>de</strong> seus retiros os christãos da Ca nta b ria ? Quando a<br />

Covadonga libertadora ?<br />

O povo é vi cti ma d o atraso da evolucão do espírito<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />


I<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

..<br />

•<br />

•<br />

DA ACADEMJA CEAR ENS E<br />

- - -<br />

•<br />

- -<br />

.. ... - --- -· --- -------<br />

I 5 I<br />

·- -----·-<br />

-,. ---- - -_.., __<br />

_ - -- -<br />

implacave l <strong>de</strong> revoluciona rio sublime, aco rrentado aos fra ­<br />

gued os do Cacaso e <strong>de</strong>vorado por abutre insaciavel.<br />

A lef!alula<strong>de</strong>, privada do sentim ento da vonta<strong>de</strong><br />

nacional, <strong>de</strong>cretou soberanamente a <strong>de</strong>sorganisacão, o es­<br />

pi rita <strong>de</strong> rev olta c n tra o principio <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> que é o<br />

quos e[!O da <strong>de</strong>smtegraç:io . . . E o plano inclinado en ­<br />

che se em to do o setl perimetr() .<br />

. ·<br />

Sentimentos sub;:l lternos calcam o i d eai do rt'speito<br />

pelo di rei tu, a intuição da justiça, o conh eci m ento dos<br />

d everes que <strong>de</strong>viam 111urar ac1 gove rno e co m a i t ra n<br />

sigencia das bôas causas e simulando a hombrida<strong>de</strong> dos<br />

. gua rdadores do <strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Leonjdas, atalaian1 a alta<br />

pa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> vencedores e ve nci dos , impossi-<br />

bil itan do a a p p roxi mação 1<br />

O d esp reso do direit(> é o timbre do momento, é a<br />

obsessão da actualida<strong>de</strong> !<br />

E co n t ra este facto <strong>de</strong>prín1ente o povo só te.m ntn<br />

rec Urso o silenci o , a resistencia passiva ; só tem um<br />

meio <strong>de</strong> manifesta r-se -a soleda<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>sillusõe,<br />

<strong>de</strong> suas amargu ras ! ...<br />

_O n<strong>de</strong> o p ara d e i ro ?<br />

Com _ a coragem do sacrificio, aguardando a h() ra<br />

sa nta das rei"'i ndicações, <strong>de</strong> todas as liberda<strong>de</strong>s, peçamos<br />

emp restado ao gran d e romano a sua a post rophe fi am<br />

mejante quoz1sque tan<strong>de</strong>n ?<br />

•<br />

•<br />

-·----- -<br />

·<br />

•<br />

•<br />


--.:: -,· '<br />

.... .<br />

-.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

.<br />

A publicistica mo<strong>de</strong>rna . t m no mai o r.<br />

muito recom mendado -- a dlftusão do enstno<br />

•<br />

em<br />

renho e por<br />


•<br />

I<br />

..<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

;<br />

•<br />

•<br />

• não<br />

· . se<br />

. - - - . . ====---<br />

- ...._<br />

,.. ... -....<br />

.... + ..._ -- •<br />

·-· ·<br />

-<br />

.<br />

[lA A


•<br />

•<br />

!,> _,<br />

·<br />

<br />

,<br />

H E V I S T A<br />

continuo o cabedal dos conhec iment o s - d i bJt1 ndo Je muito<br />

« A i ntrucçao p ri ri! a ri a , é d o · n<br />

•<br />

i n ·<br />

n_t<br />

e I)<br />

•<br />

ém I B_e rt,<br />

é a fab rica on<strong>de</strong> se fa hnc a m os bo n s c1 J aJaos Ja pa tnal) .<br />

O professo r p rima rio tem d e ntro J(.> pe4 utn( mundo<br />

<strong>de</strong> sua aula a gran<strong>de</strong> o b ra do porv ir da patna por<br />

risonho se bem e nc ami n h a da , fart() <strong>de</strong> e pessas som­<br />

bras se ' a <strong>de</strong>ixarem vazia ou semeada <strong>de</strong> se mentes ruins,<br />

, .<br />

abarrotada <strong>de</strong> maus ensina men tos .<br />

« A intelligencia i nfe:mt i l , dis e e x perim e n tado peda-<br />

gogista inglez, po<strong>de</strong> ser compa rad cre ' C t Ji(l a dia a con·<br />

si<strong>de</strong>r:ação ao professor. Qu a ndo e t rttvou a batalha do<br />

em I 866 co n t ra a A ustria por todos os<br />

angulos da Allemanha ouviu-sf () h) 1n nu pat riot i co­<br />

. cfoi o rnestrç-escola quem ve11ceu a ba t dlh;] do Koe-<br />

. ningsgratz».<br />

•<br />

•<br />

- Vem a proposito trecho esp i ri tuoso lj justíssimo <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>putado das afata das ill1as <strong>de</strong> Sa n d\vich a seus coi­<br />

legas da Camara : exce lso pacto da Cl·<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />


'<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

'<br />

2<br />

•<br />

Bismar . k, _ o <strong>de</strong>s m e d i d o fu ndadôr do i mprrio da Al­<br />

l eman h a , dtzta em 1 6 5 que «duas cousas tinha rn fe ito ·<br />

a Prussi a a conseri pção mil i tar e a conscripção esro·<br />

lar» .<br />

Quando . se di cutia no p arlamento .<br />

•<br />

italiano em 1 7 4<br />

Q ensmo obngato no -- o proJecto <strong>de</strong> lei Seia lo ja a l au n s<br />

. escolar e um partidario <strong>de</strong>lle citou as palavras do ve­<br />

_ _ ro<br />

lho Chance/ler <strong>de</strong> ferro.<br />

Carece entre nós C\ rganiza r a conscripção escolar -<br />

para mais ten(lZ continuar a batal ha á ignora ncia- para<br />

mais <strong>de</strong>pressa sahirmos do ambiente abafadico do ané11-<br />

phabettsmo.<br />

.<br />

Precisamos vencer e 'lencer em co m ba te fra nco,<br />

sem esmorecimentos e o mais ra pid o p assiv ei<br />

Os invernos nos trarão Jgora annos <strong>de</strong> fa rtura, <strong>de</strong><br />

fa rtura <strong>de</strong> tudo. E a receita fa rra l eva rá o nosso 1 rimei­<br />

magistrado a tom a r a p ei to o <strong>de</strong>rramamentO d a instru -<br />

cção elementar ·- fazendo <strong>de</strong> lia o n osso primeiro instru ­<br />

· mento <strong>de</strong> p rogresso .<br />

Franq.ueza, muita fr a n queza , mais franqueza ainda<br />

para <strong>de</strong>sperta r en ergias adorrr1ecidas, para trabalhar sem<br />

<strong>de</strong>scanço, com centuplicados esfo rç os.<br />

E'<br />

<strong>de</strong> tôdos a postos. . . .<br />

<br />

o chamamento<br />

E' preciso não esco n d er a nos!ia Int' pla Jntellectual.<br />

E' palpavel o nos5o atraso.<br />

·<br />

Se qualitativamente pairamos em reg1õc elevadas,<br />

estatnos nos mol<strong>de</strong>s do mundo culto, com() dissemos nos<br />

artigos an teriores---tanto peior para a n os a d e mo ra cia .<br />

que estabelece classes e se <strong>de</strong>seguala·- - nscando lmha dJ­<br />

visoria e fu n da entre l et ra d os e iJletrados. Porq u e c1 uan·<br />

•<br />

•<br />

.<br />


•<br />

•<br />

. · obngaçâ.o<br />

.... - ·<br />

·<br />

:: :: :: :.--=--- -·:..<br />

I 6=:.;.;:::;==---=-=·=-"T...-:=.:.;--::;:::<br />

__ _ _ _<br />

.: ---- - --<br />

. --;<br />

-<br />

. -<br />

. REVI Srr A -<br />

titativamente <strong>de</strong>ntro a .escassez da n ?ssa r ece _ ita , alli a ­<br />

da á nossa natural u mt d ez na m ate n a rasteJamos em<br />

acci <strong>de</strong>ntada planície.<br />

. . _;__-;;; . .;;.<br />

Temos optimos professô es no Pnsmo secu ndaria,<br />

dos mais com petentes do patz, ta mbe rn dos melhore s no<br />

primario. Mas o povo, a massa p or ula r se rrasta s e m ve·<br />

xâme, inconsciente no ch ão da tgnoranCia da carta do<br />

A B C.<br />

E' preciso <strong>de</strong>ixar em rele.vo a n ossa proporção es-<br />

colar- -para scientes e consct e n tfs tentarmos acompa­<br />

nhar aos que correm na frente E' <strong>de</strong>soladôra a si tuação<br />

da nossa instrucção publica elemen ta r<br />

Não ha escolas em numero su fficiente. Não são pro-<br />

curadas como <strong>de</strong> direito e <strong>de</strong> <strong>de</strong>ver, como no regíme n<br />

do ensino imperativo t cium phante por tôdos os paizes<br />

do rnu t1do culto .<br />

E' o ensino obrigatorio hoje qu estão vencedôra -<br />

muito acima dos mais fo rtes a rg u m en tos da roti n a e da<br />

mal entendida liberda<strong>de</strong> que prega o direito da igno·<br />

• • • •<br />

ranc1a e 1nconsctenc1a .<br />

A obrigação escola r está <strong>de</strong>cretada por tôdas as na·<br />

ções. Com uma unica differe oca<br />

<br />

Em quasi tôdas a sua vida é legal e effectiva. Em<br />

a . lgumas apezar <strong>de</strong> estar na l ei , não tem execução pra·<br />

ttca , real, por circumstancias d i ve rsa s que se irão a pou·<br />

co pouco apaga n d o .<br />

Pó<strong>de</strong>-se<br />

__<br />

dizer que só na Russia ·<br />

scolar não tem existencia legal, ai nda não<br />

fez o d1re1to <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>.<br />

Um parallelo<br />

. . Os Estados-Unidos, que ha 2 3. annos pro curamos<br />

mttar em. uas normas governam e ntaes, em todas as suas<br />

structwn aux Estais- Unis , cd. <strong>de</strong> 78, p . 200) mantêem uma<br />

escola para 180 habitantes.<br />

O nosso Ceará nas alvorad a s do seculo 20- tem<br />

pouco mais <strong>de</strong> oo escolas para m ais <strong>de</strong> m i lhão <strong>de</strong> habi-<br />

. tantes !<br />

pequeno reta\ho do mut1do antigo ?<br />

.<br />

-3


•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

..<br />

-<br />

-- --<br />

nh1a. O atraso não e so do nosso Estado- tão batido <strong>de</strong><br />

fa talida<strong>de</strong>s ineluctaveis --<br />

é<br />

do paiz inteiro.<br />

Dissemos no ultimo artigo que o analphabetismo ve­<br />

lava-nos a todos nas suas malhas sombrias. S. Pa ulo uma<br />

esta ma1s perto <strong>de</strong> nos do que dos Estados- U nidos. Se­<br />

gundo a M ensagem <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> abril do primeiro governo do<br />

Snr. Rodrigues Alves havia no Estado em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

1900 2 558 escolas creadas, mas d'estas apenas 434 provi­<br />

das. Para uma população <strong>de</strong> dois milhões- regula uma es­<br />

cola para 4.6o8 habita ntes ! 1\1 as é fel izmente menor a<br />

proporção. As <strong>de</strong>mais ca<strong>de</strong>iras não providas pelo Estado<br />

passaram por fo rça da lei <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> setembro d e 99 para<br />

os municipios. E presumindo todas provirias (não o diz a<br />

Mensagem) o computo sobre 2.558 ca<strong>de</strong>iras é uma es<br />

cola para 78 1 Ainda fu ndo abysmo medêa para a cifra<br />

· <strong>de</strong> Hyppeau .<br />

Precisa n1os repara r as nosss fi nanças e aproveita l·as<br />

leal e corajosa rnente em beneficio do ensino<br />

Precisamos ainda nos domínios da instrucção ser da<br />

dianteira, não olharmos para traz, só para os que vão<br />

adiante e a caminho e a seu . lado.<br />

Trabalhemos. Confiemos no futuro, nas fo rças inl·<br />

manentes do Estado, na sabedoria do Legislador. O segre ·<br />

do do e11sino fa rá todos OS milagres rj entro do milagre<br />

das 0pulencias dos dias prosperos d 'esta t ; erra, da terra<br />

maravilhosa da maravil hosa ( h erva <strong>de</strong> JerJCÓ 1>.<br />

Te ffi po ao tempo. Para elle appellemos confiada­<br />

mente, aguardando dias <strong>de</strong> sol i tenso e claro.<br />

O nosso i<strong>de</strong>al o alphabetJsmo <strong>de</strong> Ypres e o lu­<br />

minoso tilgarismo norte american


-<br />

•<br />

..<br />

•<br />

..<br />

•<br />

•<br />

•<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Buckle o sabio sociologista da « Civilisation in En ·<br />

da philosophta da htsto na documentou que todo pro·<br />

gresso real da cultura <strong>de</strong>ptn<strong>de</strong> em gera l do <strong>de</strong>senvolvi·<br />

mento intellectual.<br />

-<br />

· .<br />

O'<br />

este postulado que a ociologia já e n co r po rou a<br />

seus domínios - como fa cto averiguado, d eri va-se a su<br />

prema necessida<strong>de</strong> da diffusão do e n si n o , da popular­<br />

sação da instrucção, o mais valioso facto r do e ngra n<strong>de</strong>ci·<br />

mento <strong>de</strong> um povo, o gran<strong>de</strong> p ro bl e ma do srculo, ze·<br />

loso rectificador do gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>posito <strong>de</strong> conhec imentos<br />

herdados.<br />

No longo itinerario do homem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os mais re·<br />

motos fuudús da historia até as culminaçõ€S ventistas<br />

elevam-se, como himalayas a perd e r-se no seio da am·<br />

pl!dão . os seculos literarios, em que a philosophia, as<br />

sctenctas, as . letras, as artes projectam as sci n ti llações dos<br />

l bores da mtelligencia, as irradiaçõe gloriosas do ge­<br />

mo, <strong>de</strong>monstrando que a civilisação tnraiza na <strong>de</strong>sen-<br />

volução intellectual<br />

. O eculo <strong>de</strong> Pericles, o mais brilhante da G recia , a<br />

. ruttla ge . mm do Egêo, viu l uzi re m como est rellas <strong>de</strong><br />

extraordtnano brilho na vi a -l actea do seu fi rm amento<br />

Mais . tar<strong>de</strong>, Roma, a cidé1<strong>de</strong> dos c e za res e dos pa-<br />

•<br />


•<br />

·<br />

· Pasteur,<br />

,- ·'I'+<br />

:c·"'· _ grand<br />

•<br />

•<br />

OA AC ADEMIA CEAREN S E<br />

uguto nom e - m a i s fu l ge n te era d a histo ria romana.<br />

lll.umma p or Ç t cero, Cezar, Lu c recio, Plauto, Juvenal.<br />

Tno L11o, faeito,. Hora cio, Ovídio, Virgílio, etc.<br />

Lao_ 1 o.o, o fe rvo r so admirador das o b ra s primas<br />

da mtlgutdad t.em o qmnhão Le•Jnino no s e c u l o engran<br />

<strong>de</strong>c1do pel ? s rtosto, Ta so, Machiavel, M i g u e l Angelo,<br />

Raphael, .., C.avmo, Rabelats, M o nt a ig n e , L <strong>de</strong> Vega, Cer­<br />

vantes, C a moes , Bacon , Sha k speare, Luthero, Copernico,<br />

Erasmo, etc.<br />

· Lu<br />

i z 1 4, o b ou r b o n d o


•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

..<br />

•<br />

..<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

I óO<br />

---.,. a<br />

--==-" ·--·..=·:::=<br />

•<br />

..<br />

•<br />

- -.::: ::.:<br />

==. .·.=-: -·-==-=-<br />

::::: -=:.:: :: :. .: :<br />

- "'<br />

------· .<br />

- - . = .-<br />

- ·<br />

-- • - -<br />

• ·<br />

H EVI S 'rA<br />

•<br />

_ _ _ _<br />

--- - - - --- -- -- - - -<br />

-<br />

-<br />

. ___ .. __ -··-<br />

--·--- -­<br />

trou-se com um pastorzinho · ·· que - - no meio d o seu re­<br />

ser a «Republica » <strong>de</strong> Platao. E a en ten<strong>de</strong>s r r dargum 0<br />

interlocutor. Oh ! si m, repon<strong>de</strong> u o moço, pül S não sou<br />

cidadão suisso ?<br />

E' um ensinamento amplisstmo d o caso suis(}O a ser<br />

consi<strong>de</strong>rado na situação brasileira , si ti a d a <strong>de</strong>ntro das bar­<br />

reiras do obscurantismo, afogada no tenebroso ambiente<br />

do analphabetismo.<br />

O suffragio,--· «a sobera na fu ncção na d a sse social,<br />

. as virtu<strong>de</strong>s civicas assenta m na sciencia ·<br />

· q<br />

u e o h o me m<br />

<strong>de</strong>ve ter da sua posição na socieda<strong>de</strong> e r sta elle obtem<br />

na escola primaria que, diz Paul Bert, «é a verda<strong>de</strong>ira<br />

fa brica .. : on<strong>de</strong> se fa bricam os cirladãos da p;)tria » . Posso<br />

•<br />

chamai-a a officina do <strong>de</strong>sbastamP.nto do espírito, do mo-<br />

dtl1o dos cidadãos utei .<br />

C.arece trabalhar e trabalhar com todd eftlcacia para<br />

a <strong>de</strong>senvolução material e me nta l d a p


...<br />

. ção ·<br />

•<br />

por<br />

'-"<br />

.<br />

' .<br />

•<br />

Ed. Atnicis ter tn ina o seu fo rtn oso livro -- (lO Cora -<br />

um trecho soberbo --que nos enche a alma<br />

. .,.,. <strong>de</strong>s santos effl uvios do enthusiasmo e nos acaricia <strong>de</strong><br />

,_,<br />

·<br />

uma dl1çura <strong>de</strong> fa vo <strong>de</strong> abelha, <strong>de</strong> U·m a rn eiguice <strong>de</strong> bei-<br />

.<br />

JOS d e ma - e . ' . ..<br />

Quem não leu, quem não tem <strong>de</strong> cór o fa gu ei ro pedaco<br />

-«O amor da patria» tão profundamente poetico , t ã o<br />

poeticamente· sentido, tão senticiamente emocionante ?<br />

E' este sentimento i n s.ti nctivo , doce, santo que ca re­<br />

ce . praticar n'alma popular, fazei-o lirnpido, vehemente,<br />

soberano pelo conhecime n to dos d i reitos e <strong>de</strong>veres civi­<br />

cos, dando-lhe. energia, o alto estalão <strong>de</strong> seu alto \'alo r.<br />

Com ell e o cidadão azztononzisa-se, it seczzm para fal·<br />

lar a palav ra expresiva e viri l <strong>de</strong> lacito.<br />

E' preciso que a lampada santa do altar da patria es·<br />

· teja <strong>de</strong> continuo acceza a c larea r os charyb<strong>de</strong>s e scyllas<br />

. ...iP' do confl icto vital ; . que o se u oleo seja inestinguivel ou<br />

. ....<br />

ao menos tenha a longevida<strong>de</strong> do rn athusala hebreu.<br />

E' tempo <strong>de</strong> sa ti sfazer o reclamo da civilisação e da<br />

<strong>de</strong>mocracia. .<br />

Se o go.verno republicano é o «governo da razão»­<br />

se é o c governo das leis -como affirma Ta cito h a ur-<br />

. · gente n ecessid a<strong>de</strong> <strong>de</strong> fe rir renl1idu prelio a golpes <strong>de</strong> car,<br />

···-· tas do a b c, a rasgos <strong>de</strong> leitura e <strong>de</strong>· educação com<br />

··':'P'h"> a noite que envolve m assa popular o qu é. o _ duro<br />

-·.!' enhasco á flor d ' ag u a on<strong>de</strong> naufragam as mstJtutções<br />

is sazonadas.<br />

A popularisação do ensi no civico é uma exigencia do<br />

lto da patria. Deve ser u ma preoccupaçã _ o <strong>de</strong> todos os<br />

·-· ntes, idéa fixa a àorninar com imper1o.<br />

Carece que as cl asses d irigentes se compenetrem<br />

•<br />

f<br />

•<br />

•<br />


•<br />

•<br />

..<br />

•<br />

51 :<br />

. =- ...... <br />

•<br />

....<br />

.. ..<br />

..<br />

I · - ·-....<br />

-.. .. - -.. ... ..... .<br />

.<br />

.....<br />

......<br />

..<br />

REVISTA<br />

;.;;:;<br />

-... .. --·---". . t -· - - · .. - - -<br />

. ·- - - -<br />

;. .: :': :;<br />

- -- -<br />

.<br />

-<br />

- - .... -<br />

---<br />

...... · -- . .. . - --- - - -- - - - -- . .<br />

- - --· -- -..<br />

d'este culto e <strong>de</strong> tudo qu conc _ orrer pa!a avival-o, para<br />

· da intição da fecunda C< ? r ente m o<strong>de</strong>rn a do sabe _ r ..<br />

---<br />

Ca­<br />

rece regir contra o exclus1v1smo bso _ r ente da poht1ca e<br />

reconstruir a nação nas bases sc1 e n tt hcas da semecracia,<br />

da evolução vintista<br />

« NãO ha para· a repu b l ica, disse em uma distri-<br />

buição <strong>de</strong> premios <strong>de</strong> I 87 1, .J . Fe rry, ministro da in­<br />

strucção publica ·· n egodos - que excedam aos d a instru-<br />

. cção popular,» .<br />

A emancip:1ção do espirito é o bello dogma da <strong>de</strong>-<br />

mocracia, o bonito programma do n0sso tempo.<br />

Como exercer um direito quem o <strong>de</strong>sconhece ?<br />

Como fa zer um <strong>de</strong>ver, q úem é <strong>de</strong>lle insciente ?<br />

Como usará das ga rantias constitucionaes quem ca-<br />

rece das noções <strong>de</strong>llas ?<br />

Como reagir contra a illega lida<strong>de</strong> q ueffi só pelo arro-<br />

cho a discrimi"n a da lei ?<br />

. · Como 5ervir- s.e dos meios fa cultados, quem <strong>de</strong>sco-<br />

nhece a existencia d.' elles ?<br />

Eis - em ligeiras interrogações <strong>de</strong>monstrado -que o<br />

aprendisado do pat riotismo não é um absurdo<br />

Na vida da Suissa . que allia o infinitamente pe·<br />

,q e o <strong>de</strong> territorio ao infi nita ment e g ran<strong>de</strong> , <strong>de</strong> suas in·<br />

sutmções politica s , -- naci o na I ida <strong>de</strong> mi nu seu la encravada<br />

no seio <strong>de</strong> n açõrs po<strong>de</strong>rosas assombradas a respeita­<br />

r n:t ·n'a, a pren<strong>de</strong>rem d ' ella a su ccosa licção do ensino<br />

CIVIco, na \'Ida da Suissa a escola o en i n o civico con·<br />

. ' '<br />

stttuem o nervo <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> pequen a nação.<br />

.


1 ::e:t.; ·"·"· ·<br />

, . ...<br />

·<br />

•<br />

•<br />

-- ,. - .... . ·- - --<br />

:::s- -<br />

... = - • .. ,. . - -- -<br />

'<br />

DA A C ADEMIA CEARENSE<br />

- - -------""'- - ---- ------ .... .. ..__. __<br />

• - • - - • • .. • -1 . -:::. .. = . ---<br />

. E' a inda questão d o mestre escola da max i ma <strong>de</strong><br />

Stoffel.<br />

· Civismo,<br />

a virtu<strong>de</strong> pal i tica -<br />

como<br />

o chamava o lu­<br />

cido · espi rito que lapidou o «Esprít <strong>de</strong>s Lois» .<br />

- .,.-a mo r das 1 e i s e da p a t r i a ) .<br />

. respeitado<br />

..,.;' e:t· ...'i<br />

·<br />

. é<br />

o<br />

Dizia o dr. H awk ins ·- a quem nos Estados-Unidos<br />

mais <strong>de</strong>ve a instrucção popular : com eleitores intelli·<br />

gntes, a · nossa fo rma <strong>de</strong> governo a rrpublica é a me­<br />

lhor que já se concebeu; mas) com elr.itores ign ora ntes<br />

'<br />

· ·' é ·uma .- das peiores. Um povo instruido procura, vae<br />

. · das<br />

·ria·nce<br />

. asas<br />

caminh o d a l i be rda <strong>de</strong> ; um povo ign0rante p rocura o d es­<br />

potism o tã o natural e fa talmente como a agulha ma­<br />

di rige-<br />

. .Para<br />

se<br />

De facto. . .<br />

par a o polo magr1etico.<br />

o paiz alcançar as elevadas .<br />

•<br />

regiões inundadas<br />

.<br />

alvoradas do progresso, carece Subir nas esforçadas<br />

- qúe só a i nst ru cçãü dá .<br />

. -<br />

Para ser uno e gran<strong>de</strong>,<br />

e fe liz, carece alarga r, alarga r muito o erisino do<br />

: · .: patrdotismo · . . que<br />

<strong>de</strong> v ser na p h r se incisiva e . el oq uen te<br />

· -.o elqente Bo rgeots «uma. virtu<strong>de</strong> refl-ectida>)<br />

;<br />

I<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

.<br />

• T<br />

•<br />

.<br />

.<br />

•<br />

•<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

•<br />

.<br />

<<br />

• •<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

I<br />

•<br />

•<br />

t<br />

•<br />

•<br />

•<br />

.<br />

•<br />

' .<br />

.<br />

•<br />

•<br />


•<br />

•<br />

•<br />

R. :von lering o extraordi na rio profe sso r <strong>de</strong> G rettin·<br />

.<br />

da juristic co ·<br />

gen , · talvez a moior ce rebração te mpora·<br />

. nea, cravou -- em 1 87 2 al to m a r co com a m sptrada con-<br />

..<br />

.<br />

ferencia-- c <strong>de</strong>r Kampfum' s Recht)) (A L uc ta pelo Direito)<br />

- :·. · ·<br />

--em que pela vez pri m e i ra foi app\ica do ao direito o<br />

a p oz é o termo, o flm do<br />

,, ·<br />

direito, a \ucta o m e to <strong>de</strong> eh e ga r


•<br />

::::<br />

... """ .... ..<br />

:;-<br />

•<br />

·r·._- - ---<br />

"' - -- ... . -· - - -....<br />

•<br />


•<br />

•<br />

J.·-.. ·<br />

•<br />

•<br />

· ..<br />

· · fres<br />

. . cia<br />

do<br />

•<br />

t66<br />

:a ::c::l - -<br />

'<br />

-- --- - - -·-;_=--·--- o -" <br />

- - - -- - --<br />

.'-TA __ .;__ . .<br />

•<br />

•<br />

.<br />

. - - .<br />

.... __ . ... -<br />

.. ----<br />

todos os p rincipios da justiça em todas a s p os i ç ões da<br />

·da » .<br />

0 governo -mandata rio do povo - d e ve fazer a s ve-<br />

zes do avare nto -- accu m u lo r serr.J1re - - plantar no terreno<br />

C o da nação a Semente do s n t i m e n to do i rei to, ali- .<br />

·<br />

ental-a <strong>de</strong> continuo rega l -a cannhosa m e n te, fJ zel-a me-<br />

path ias , a ganhar a am1sa<strong>de</strong> das nações cu! ta.<br />

O gove rno tem o <strong>de</strong>ve r , o <strong>de</strong>ver essen cia l <strong>de</strong> pro­<br />

curar todos os m eios <strong>de</strong> resistir e vencer todas a s aggres<br />

sões externas e i n terio res e da r á 11ação a mais ampla<br />

esphera <strong>de</strong> completa realisação da vida, a i n tu ição d e s ua<br />

fo rça, a consciencia <strong>de</strong> sua gran<strong>de</strong>za pela bôa conviVf:n.<br />

dos ·interesses geraes. E este · officio é <strong>de</strong>serrapenha-<br />

p'ela <strong>de</strong>senvolução do sentim ento do direito, pela red-<br />

lisação. da justiça em todos os galhos da frondosa arvore<br />

. juridica. .<br />

· . :<br />

- · a<br />

•<br />

· o<br />

. . ·<br />

A injustiça d.os mandtarios do p o vo prodttz -na<br />

hora _ solemne do · cançaço, das <strong>de</strong>sillusões -- a insurreição,<br />

a combustão, que <strong>de</strong>sola aOs povos em d eses pe ro .<br />

Enfra<br />

­<br />

quece o sentimento patriotico o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sastre das na-<br />

·;çôes .<br />

que<br />

se <strong>de</strong>sautonomisan1 .<br />

O a bitrio, a oppressão, a tyra nnia, o i,mposto· injus­<br />

to, exorbitante sâo a sem ente semeada no seio da com·<br />

. munhão pa.ra' <strong>de</strong>rruir. o sentimento do d i reito cercear o<br />

·<br />

. . '<br />

CIVIsmo <strong>de</strong>sviando-o <strong>de</strong> seus fins ou en1 botando·o - são<br />

•<br />

estraha fig.u r ? do fo rmidavel quos ego <strong>de</strong> Virgílio.<br />

O t mpatnottsmo favorece a dispersã o , a n iquila a alma<br />

conJmum. E' a imagem <strong>de</strong>lla o cel e b n tonel das ruínas<br />

castello · e Hei<strong>de</strong>lberg - · da capacicia<strong>de</strong> <strong>de</strong> 44o.ooo<br />

htros<br />

e abnndo pela queda <strong>de</strong> todo s os seus arcos<br />

A Imagem da patria <strong>de</strong>ve- p a i ra r·<br />

sobranceira, altiva<br />

cta dtstnutção da JUStiça. Quanto mais esta enraíza na<br />

peitada a sua superiorida<strong>de</strong> .<br />

•<br />

•<br />

•<br />

'


•<br />

•<br />

•<br />

.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

..<br />

•<br />

•<br />

"<br />

•<br />

•<br />

w<br />

•<br />

•<br />

•<br />

"<br />

.-'1.)<br />

•<br />

•' '<br />

1<br />

I<br />

l •<br />

't I ,. •<br />

• •<br />

1<br />

' l 1<br />

}<br />

• •<br />

· monstraçoes <strong>de</strong> Eucl1<strong>de</strong>s, d1sse urn Jta :


•<br />

•<br />

· Não<br />

•<br />

•<br />

attavet das eda<strong>de</strong>s. A J eusa do-; povos <strong>de</strong> a d i cw t ada ci ­<br />

envolvida na nevoa das o ngen s . .<br />

•<br />

.<br />

e i n <strong>de</strong> ti n i v e l,<br />

_ .<br />

Na longa viagem do curso da htstona a ev?l uçao v IU<br />

<strong>de</strong>sbastan do-a, cortando-l he as ar stas asp ernmas, pol m<br />

do-a <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os moradores da h a bttação l ac u st re ao ho­<br />

mem vi ntista <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os escuros p eriod os c repu scula res<br />

direito.<br />

A historia da justiça é uma <strong>de</strong>mo n stração do postu·<br />

lado do immortal autor das Provinciaes .<br />

Não é ella urna idéa elementar, incondiccionada,<br />

innata, como se diz na escola .<br />

<strong>Pelo</strong><br />

co ntrario , está ao<br />

nivel do progredimento, é um substratu m d e longo pro·<br />

cesso historico, um producto do culti vo humano, em cujo<br />

seio caminha com outros factos parallelCl.mente atravez<br />

das gerações e dos seculos .<br />

é, não po<strong>de</strong> ser una e i n teiriça a i d éa , que, nos<br />

diversos estadias da historia, se mostra <strong>de</strong> tão diversos<br />

tons, <strong>de</strong> tão variadas cores.<br />

.<br />

E' uma a justiça dos Hellenos n o tempo <strong>de</strong> Homero,<br />

outra a dos Germanos da «Germania>> d e Tacito, uma<br />

a .. da lei hebraica do Pentateuco, n e n hum a a dos p o v o s<br />

no alvorecer da vida g rega ria ou col lectiva .<br />

. polymorphia da JUStiça sc i nti lla á luz <strong>de</strong> todas<br />

as pag1nas da historia.<br />

E' hoje um crime o que fo i outr'ora um acto licito,<br />

curialmente legal.<br />

. Nos CQigós penaes dos povos cultos o assassinato é<br />

cnme <strong>de</strong> fel ? catadura, o parricídio e o infa n ticidio inci·<br />

· o. assassm1 0 . passava como um acto honroso e digno. As<br />

am-nos ou enterravam-n os v i vo s Os H e rulo s m a ·<br />

.<br />

•<br />

·<br />

•<br />

•<br />

l


..<br />

•<br />

•<br />

• •<br />

.<br />

"';c ...<br />

•<br />

· <strong>de</strong><br />

•<br />

=e 'f · .;; M?i j .; • ; ; - * ••· 1'"""-· - ...<br />

=--- ....<br />

- .. .. ...<br />

•<br />

[) A A


•<br />

•<br />

•<br />

·<br />

•<br />

I O<br />

7 ...<br />

.. . .. .<br />

.........<br />

.... ....<br />

_ _ .... -.... .. ....<br />

.- _ .. .... ..<br />

.._ --· . ....<br />

·<br />

•<br />

-· ·--. . ---· .... ...,-;- t<br />

__ .... .. ..<br />

. -<br />

III<br />

'<br />

t .<br />

. . ... - - . _... _.. : ..-: ·-...;<br />

...- -- ..,._ - .. --.... .. ..<br />

R EVI ST 1\<br />

;. ..:. .. . ..-<br />

um filho? Sim, o assassm o fica c_om os t:u s , pJgan do uma<br />

prime o seu coraçã? e o seu rese nt1mento )) .<br />

,<br />

. . .<br />

Conta nos Tac1to que « resgatava- s um nomictdlú<br />

por um numero d ete r m i n a do <strong>de</strong> boi · e <strong>de</strong> carneiros e<br />

toda .a familia recebia a satisfaçã o , . A transa cção abrf.\n<br />

dava as iras do offendido.<br />

·s .. Gregorio <strong>de</strong> Tours refere que um homem dizia t:<br />

· outro «tu me <strong>de</strong>ves i n fi n itas g raças pela morte <strong>de</strong> teus<br />

· · . <strong>de</strong>nte»,<br />

·<br />

paes, porque pela composição qu e recebeste, o ouro e a<br />

· pia ta ahundam na tua casa : apud E. Llttré, La Sâen-<br />

ce p. i 3 6.<br />

Antes <strong>de</strong> uma organisação politi c a reguLH a lei <strong>de</strong><br />

talião, · tão concisa mente fo rmul a d a na synthese do Le·<br />

vitico":"'"- «fractura por fractura, olho por olho, <strong>de</strong>nte por .<br />

fo i a regra ' do m inante <strong>de</strong> todas a ocieda<strong>de</strong>s .<br />

. · . · p r i n1 i ti v a s . .<br />

. · annos<br />

. ·<br />

, ·<br />

· · Foi<br />

o •<br />

assi m muito <strong>de</strong>morada a evolução da penologia<br />

até vir á tona da actt1alida<strong>de</strong> •<br />

· ·<br />

. .<br />

Preciso foi escoa rem -se mui tos seculos, milhares <strong>de</strong><br />

para corporificar-se a co n cepcão do caracter sagra·<br />

do da vida humana, tão menospieSad a nas éras aproxi·<br />

ma das da a11i ma l i dad e. -<br />

·<br />

·<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a or<strong>de</strong>m fo i a pouco e<br />

pou o transplantando para a socieda<strong>de</strong>, já armada do<br />

sentimento <strong>de</strong>· solidarieda<strong>de</strong> , o que era um direito do of<br />

· tendido, exclusiva1nente <strong>de</strong>ste.<br />

- Transforma . va-se o direito <strong>de</strong> pu ni r. O di reito á vida ·<br />

. ·avultava e a so ct edad e inventava leis pre se rvadora s da or-<br />

· pçao<br />

· <strong>de</strong>m<br />

•<br />

social .<br />

grossetra pnmtuva ate o elevado c o n ceito da cultura<br />

mo<strong>de</strong>rna.<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

DR . PEDRl1 DE QUEI ROZ •<br />

---·----<br />

o<br />

·<br />

•<br />

'<br />

t<br />

•<br />

I

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!