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A suspensão de PIS e COFINS para a cadeia da carne exclui o ...

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MAR<br />

134<br />

2012 DIVISÃO DESIGUAL SUPERVAREJO<br />

www.supervarejo.com.br<br />

ESPECIAL MULHERES<br />

Lucre oferecendo produtos e<br />

serviços sob medi<strong>da</strong> <strong>para</strong> elas<br />

DIVISÃO DESIGUAL<br />

A <strong>suspensão</strong> <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e <strong>COFINS</strong> <strong>para</strong> a ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> <strong>carne</strong><br />

<strong>exclui</strong> o varejo e aumenta a carga tributária <strong>para</strong> o setor<br />

ALTA PERFORMANCE<br />

Sabão líquido <strong>para</strong> roupas<br />

dobrou as ven<strong>da</strong>s em um ano<br />

JOSÉ EDUARDO LUTTI<br />

Promotor <strong>de</strong> Justiça fala sobre<br />

o fi m <strong>da</strong>s sacolas <strong>de</strong>scartáveis<br />

BookSV134.indb 1 09/03/12 17:29


A APAS 2012 já começou. Venha<br />

realizar excelentes negócios na maior<br />

feira supermercadista do mundo.<br />

O Congresso e Feira <strong>de</strong> Negócios em Supermercados se <strong>de</strong>staca<br />

pela sua gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estimular parcerias, apresentar<br />

tendências <strong>de</strong> mercado e, claro, fazer excelentes negócios.<br />

Antecipe-se. Prepare sua participação na APAS 2012.<br />

O tema <strong>da</strong> APAS 2012 falará sobre colaboração e discutirá<br />

o compartilhamento <strong>de</strong> expressões e opiniões que soma<strong>da</strong>s<br />

criam valor estratégico e competitivo importantes <strong>para</strong> o<br />

varejo supermercadista.<br />

Coloque sua marca entre os principais representantes do setor<br />

supermercadista. Fale com nosso <strong>de</strong>partamento comercial<br />

e faça parte <strong>de</strong>ssa inteligência compartilha<strong>da</strong>.<br />

+55 (11) 3647-5027 | comercial@promovisao.com.br<br />

www.feiraapas.com.br<br />

@feiraapas /feiraapas<br />

Venha, visite, colabore. Saiba como a APAS 2012 fará<br />

a diferença <strong>para</strong> você e sua empresa.<br />

AP-0188-11A AF An Rev SV Apas 2012 404x266mm indd 2 3/9/12 5:15 PM A<br />

Untitled-2 1 09/03/12 18:06


PM<br />

COLABORAÇÃO<br />

INTELIGÊNCIA<br />

COMPARTILHADA<br />

CRIANDO VALOR PARA<br />

O CONSUMIDOR<br />

7 A 10 DE MAIO<br />

EXPO CENTER NORTE<br />

SÃO PAULO<br />

BRASIL<br />

AP-0188-11A AF An Rev SV Apas 2012 404x266mm indd 3 3/9/12 5:15 PM<br />

Untitled-2 2 09/03/12 18:06


DIVULGAÇÃO<br />

Sumário<br />

ENTREVISTA<br />

JOSÉ EDUARDO ISMAEL LUTTI 26<br />

Um novo caminho<br />

4 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

CAPA 32<br />

A gran<strong>de</strong> fatia dos impostos<br />

A reportagem faz uma imersão nos tributos<br />

sobre a <strong>carne</strong> e mostra como o estímulo à<br />

ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> bovinos, suínos e aves<br />

<strong>exclui</strong> o varejo e, na prática, aumenta a<br />

carga tributária do setor supermercadista.<br />

GESTÃO COMERCIAL<br />

Marcas Próprias 46<br />

Sabão Líquido 52<br />

CASE<br />

SUPERMERCADO PASQUIER 58<br />

PURATOS 62<br />

ARQUIVO<br />

ESPAÇO JURÍDICO Roberto Borges 44<br />

VAREJO 2020 Silvio Laban 60<br />

DINHEIRO Rodrigo Mariano 64<br />

PAPO DE VAREJO Antônio Sá 76<br />

NEUROMARKETING Pedro Camargo 86<br />

CADERNO DE PLANEJAMENTO SV 91<br />

Flávio Constant Pires<br />

MERCADO<br />

CHECKOUT 7<br />

FIQUE POR DENTRO 16<br />

PONTO EXTRA 18<br />

FOOD SERVICE 22<br />

DICAS 24<br />

SHUTTERSTOCK EDITORIAL / OPINIÃO DO LEITOR 6<br />

BookSV134.indb 4 09/03/12 17:29


SHUTTERSTOCK<br />

FÁBIO DE LIMA<br />

ANO XII Nº 134<br />

MARÇO 2012<br />

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL<br />

revista@supervarejo.com.br<br />

<br />

ESPECIAL<br />

MULHER 66<br />

ACONTECE<br />

GLOBALSHOP 2012 74<br />

PERFIL<br />

MILI 78<br />

IVAN CARLOS CHIACHIO 80<br />

SÉRIE ESPECIAL<br />

TERCEIRA IDADE 87<br />

RAIO X<br />

MILHO 92<br />

FORA DA CAIXA<br />

QUALIDADE DE VIDA 94<br />

Canoagem<br />

LIVROS, CURSOS E DICAS 98<br />

NOSSA MISSÃO: Oferecer aos interessados no setor supermercadista brasileiro informações atualiza<strong>da</strong>s<br />

quanto às melhores práticas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pelos supermercadistas nacionais e internacionais.<br />

SHUTTERSTOCK<br />

SHUTTERSTOCK<br />

ELIANE CUNHA<br />

FILIADA:<br />

DIRETOR: Carlos Binato<br />

ADMINISTRAÇÃO: Carlos Corrêa<br />

EDITORA: Lana <strong>de</strong> Paula (lpaula@supervarejo.com.br)<br />

EDITOR ASSISTENTE: Rogério Gatti (rgatti@supervarejo.com.br)<br />

REPORTAGEM: Fábio <strong>de</strong> Lima (flima@supervarejo.com.br) e<br />

Nathalie Gutierres (ngutierres@supervarejo.com.br)<br />

AUXILIAR DE REDAÇÃO: Sarah Grecco (sgrecco@supervarejo.com.br)<br />

FOTOGRAFIA: Eliane Cunha e Paulo Pepe<br />

MARKETING<br />

Fabiano Bene<strong>de</strong>tti (fbene<strong>de</strong>tti@apas.com.br)<br />

SUGESTÕES E CRÍTICAS<br />

revista@supervarejo.com.br<br />

Tel.: (11) 3647-5000<br />

CIRCULAÇÃO E ATENDIMENTO AO LEITOR<br />

Lucimar Oliveira<br />

<br />

CONSELHO EDITORIAL<br />

Amauri Pazzini (Banco Safra), Antonio Ferreira <strong>de</strong> Souza (Futurama),<br />

Breno Martins, Cácio Machado (RR Etiquetas),<br />

Cristiane Midori (Supermercado Granja), Erlon Ortega (Serve Todos),<br />

Fernan<strong>da</strong> Abreu <strong>de</strong> Albuquerque (Center Zattão), Fernando Ramos<br />

do Nascimento (Fe<strong>de</strong>rzoni), Henrique Crespi Neto (Perdigão/Elegê),<br />

Iva Amoroso (consultora), Luis Selmo Scremin (Milênio),<br />

Nadya Molina (consultora), Norberto Pinheiro Pinto Júnior (Merquatro),<br />

Patrícia Neves (Borebi), Placídio Messias Filho (Palmital), Sérgio Caetano<br />

Filho (Supermercados Caetano), Sérgio Samano (Recanto),<br />

Shirley Castanha (Castanha) e Silvia Ferraz (consultora)<br />

COMERCIALIZAÇÃO E PRODUÇÃO<br />

<br />

DIRETOR: Romano Pansera<br />

DIAGRAMAÇÃO: Paulo Garcia<br />

REVISÃO: Rita Cino<br />

INFOGRÁFICOS: André Alves e Henrique Pinto<br />

PRODUÇÃO GRÁFICA: Fernan<strong>da</strong> Pieroni<br />

GERÊNCIA COMERCIAL: Tunico Dias<br />

EXECUTIVOS DE VENDA: Ana Carolina Pansera, Daniela Lessi,<br />

Grasiela Ami, Marcos Santana, Naiara Delfino,<br />

Rafael Fernan<strong>de</strong>s e Rubens Bernardi<br />

ASSISTENTES: Michele Tressino<br />

PARA ANUNCIAR:<br />

(11) 3647-5027 ou comercial@promovisao.com.br<br />

SÓCIA-FUNDADORA:<br />

IMPRESSÃO: Ibep Gráfica. SuperVarejo é uma publicação mensal <strong>da</strong><br />

APAS – Associação Paulista <strong>de</strong> Supermercados, dirigi<strong>da</strong> e distribuí<strong>da</strong><br />

gratuitamente a profissionais ligados ao setor. Os artigos assinados e<br />

as entrevistas não refletem, necessariamente, a opinião <strong>da</strong> revista.<br />

Distribuição: Nacional.<br />

Tiragem: 36.000 exemplares.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 5<br />

BookSV134.indb 5 09/03/12 17:29


Editorial<br />

COMPROMISSO<br />

COM O LEITOR<br />

Editora<br />

Opinião do leitor<br />

A PROMOÇÃO NO DIA A DIA<br />

Gostei <strong>da</strong> forma como o colunista Flávio<br />

Constant Pires abordou um tema super<br />

importante e mal aplicado por muitos:<br />

“a promoção no dia a dia”, veiculado na<br />

edição 130 <strong>da</strong> revista. O objetivo mais<br />

importante <strong>de</strong> uma promoção é atrair o<br />

cliente <strong>para</strong> a loja, porém o estabelecimento<br />

tem que estar pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong> fazer<br />

com que ele sinta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar.<br />

Isso só é possível se o cliente se sentir<br />

recompensado e que haja reconhecimento.<br />

Para saber como fazer isso bem<br />

feito, é preciso ouvir os clientes, como<br />

<strong>de</strong>screve o articulista.<br />

NELSON ALEXANDRE<br />

Sócio-proprietário <strong>da</strong> Cooperativa <strong>de</strong><br />

I<strong>de</strong>ias, empresa <strong>de</strong> consultoria e treinamento<br />

volta<strong>da</strong> <strong>para</strong> supermercados<br />

São Paulo (SP)<br />

6 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Ca<strong>da</strong> dia que passa está mais difícil <strong>para</strong> o supermercadista oferecer <strong>carne</strong><br />

bovina, suína ou mesmo <strong>de</strong> aves <strong>para</strong> o cliente <strong>da</strong> loja. Por trás do balcão<br />

do açougue falta mão <strong>de</strong> obra e sobram impostos, tornando a operação ca<strong>da</strong><br />

vez mais inviável. A <strong>suspensão</strong> <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e <strong>COFINS</strong> <strong>para</strong> a ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> <strong>carne</strong><br />

resultou em aumento <strong>de</strong> peso na balança dos impostos <strong>para</strong> o lojista e em<br />

consequente que<strong>da</strong> nas ven<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>vido aos repasses ao consumidor. Qual será a melhor<br />

solução? Com o objetivo <strong>de</strong> manter o compromisso com o leitor, nossa reportagem<br />

foi em busca <strong>de</strong> informações a respeito. O resultado está na matéria <strong>de</strong> capa <strong>de</strong>sta<br />

edição, que traz a análise <strong>de</strong> especialistas e a experiência <strong>de</strong> quem vive o problema.<br />

Vale conferir e até mesmo opinar.<br />

Na entrevista do mês, o promotor <strong>de</strong> justiça do Meio Ambiente <strong>de</strong> São Paulo,<br />

José Eduardo Ismael Lutti, esclarece o Termo <strong>de</strong> Ajuste <strong>de</strong> Conduta (TAC) assinado<br />

pela APAS, pelo Procon e pelo Ministério Público, <strong>para</strong> ajustes na campanha <strong>da</strong>s<br />

sacolas plásticas e explica <strong>de</strong> que forma os supermercados <strong>de</strong>vem proce<strong>de</strong>r <strong>para</strong> se<br />

a<strong>de</strong>quar à nova prática.<br />

E , este ano, em homenagem ao Dia Internacional <strong>da</strong> Mulher, optamos por trazer<br />

aos leitores uma reportagem especial, com <strong>da</strong>dos importantes <strong>de</strong> uma pesquisa exclusiva<br />

que revela o perfil <strong>da</strong> principal cliente dos supermercados e que po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r<br />

o varejista a atendê-la ca<strong>da</strong> vez melhor. Boa leitura!<br />

TEXTO PRÁTICO E DIDÁTICO<br />

A matéria “Na companhia dos peixes”,<br />

veicula<strong>da</strong> na edição <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro passado<br />

na SuperVarejo, foi coloca<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

maneira prática e muito didática, pois<br />

o intuito foi atingir um público <strong>de</strong>sconhecedor<br />

<strong>de</strong>sse esporte <strong>de</strong> aventura.<br />

Assim, penso que o trabalho jornalístico<br />

altamente profissional <strong>de</strong>ve ter atraído<br />

a atenção e <strong>de</strong>spertado o <strong>de</strong>sejo dos<br />

leitores pela prática do mergulho. Com<br />

isso, nós <strong>da</strong> PADI e profissionais <strong>de</strong>sse<br />

ramo agra<strong>de</strong>cemos muito por essa valiosa<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. E reitero o convite<br />

aos leitores a participarem do PADI Dive<br />

Festival, evento gratuito sobre o esporte<br />

a ser realizado <strong>de</strong> 13 a 15 <strong>de</strong> abril, no<br />

WTC, em São Paulo.<br />

PAULO KOCH<br />

Gerente <strong>de</strong> operações <strong>da</strong> PADI Brasil<br />

São Paulo (SP)<br />

PERFIL NA EDIÇÃO<br />

JANEIRO/FEVEREIRO<br />

Participei <strong>da</strong> seção Perfil <strong>da</strong> edição 133<br />

<strong>da</strong> SuperVarejo e gostei muito <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contar a minha história profissional.<br />

E hoje já consegui alcançar o<br />

meu principal objetivo, que era me tornar<br />

gerente. Iremos colocar a matéria no nosso<br />

mural <strong>para</strong> que todos os funcionários<br />

tenham acesso e seja uma motivação a<br />

eles. Expor uma história como a minha é<br />

importante <strong>para</strong> servir <strong>de</strong> exemplo a este<br />

setor, que está com a mão <strong>de</strong> obra ca<strong>da</strong><br />

vez mais difícil nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

RODRIGO BETINI<br />

Supermercado São Vicente<br />

Americana (SP)<br />

BookSV134.indb 6 09/03/12 17:29


Mercado<br />

CHECKOUT<br />

[ Por Fábio <strong>de</strong> Lima flima@supervarejo.com.br ]<br />

São Paulo (SP) Oba Hortifruti<br />

Lojas mais completas<br />

e mais:<br />

Fique por Dentro, Ponto Extra, Food Service e Dicas<br />

O Oba Hortifruti abriu em fevereiro mais uma loja na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. A nova uni<strong>da</strong><strong>de</strong> fica no bairro <strong>de</strong> Santana<br />

e é a oitava <strong>da</strong> re<strong>de</strong> na capital paulista. Com um mix <strong>de</strong> 12 mil produtos, sendo 300 apenas no setor <strong>de</strong> hortifruti, o<br />

Oba continua sua expansão oferecendo lojas em que o consumidor possa encontrar hortifrutis com uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

diferencia<strong>da</strong>, além <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> do dia a dia.<br />

A empresa continua apostando em um layout mo<strong>de</strong>rno. Na nova loja há a<strong>de</strong>ga, pa<strong>da</strong>ria e até floricultura, além <strong>de</strong> café,<br />

restaurante e serviços <strong>de</strong> manobristas, empacotadores e entregadores.<br />

Oba: (11) 3868-5808<br />

São Luis (MA) Grupo Mateus<br />

Crescer no varejo<br />

e no atacado<br />

O Grupo Mateus inaugurou, em fevereiro, duas<br />

lojas na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luis (MA), sendo<br />

uma <strong>de</strong>las volta<strong>da</strong> <strong>para</strong> o segmento atacarejo,<br />

com a ban<strong>de</strong>ira Mix Mateus. É a 7ª uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> re<strong>de</strong> nesse formato e conta com uma área<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> sete mil metros quadrados,<br />

26 checkouts, estacionamento <strong>para</strong> 620<br />

carros e setores <strong>de</strong> eletroeletrônicos, pa<strong>da</strong>ria,<br />

açougue e congelados.<br />

A outra uni<strong>da</strong><strong>de</strong> inaugura<strong>da</strong> segue o formato<br />

tradicional do Grupo Mateus. A 16ª loja <strong>da</strong><br />

re<strong>de</strong> terá 3,2 mil metros quadrados <strong>de</strong> área<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s, 21 checkouts e uma lanchonete<br />

com produtos especiais e exclusivos.<br />

Grupo Mateus: (98) 2108-3500<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 7<br />

BookSV134.indb 7 09/03/12 17:29<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO


Untitled-1 1 08/03/12 19:43


Untitled-1 2 08/03/12 19:43


S<br />

Untitled-1 1 08/03/12 19:43


Florianópolis (SC) Hippo Supermercados<br />

Programa <strong>de</strong> relacionamento<br />

O Hippo Supermercados tem apostado ca<strong>da</strong><br />

vez mais em seu programa <strong>de</strong> relacionamento,<br />

que funciona por meio do cartão fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Bem Mais. Com o cartão, os clientes po<strong>de</strong>m<br />

acumular pontos em compras realiza<strong>da</strong>s nas<br />

lojas físicas, na internet ou por telefone e trocar<br />

por prêmios ou vale-compras. O cartão<br />

também é válido <strong>para</strong> obter <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> até<br />

50% em estabelecimentos parceiros.<br />

O programa Bem Mais teve início em 2011,<br />

com mais <strong>de</strong> 10 mil clientes qualificados. A<br />

ca<strong>da</strong> R$ 1,00 em compras o consumidor ganha<br />

1 ponto. Além disso, não há interrupção<br />

na pontuação e to<strong>da</strong> a semana o supermercado<br />

conce<strong>de</strong> pontos extras em <strong>de</strong>terminados<br />

produtos, que po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados com<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong> nas gôndolas <strong>da</strong>s lojas.<br />

Hippo: 0800-480304<br />

Mogi <strong>da</strong>s Cruzes (SP) Assaí<br />

Expansão<br />

<strong>da</strong> re<strong>de</strong><br />

O Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar abriu, em janeiro,<br />

sua primeira loja Assaí na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Mogi <strong>da</strong>s<br />

Cruzes (SP). Com investimento <strong>de</strong> R$ 17 milhões,<br />

a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> tem 5 mil metros quadrados<br />

<strong>de</strong> área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s, 24 checkouts, 8 mil itens<br />

e estacionamento com 261 vagas.<br />

Des<strong>de</strong> que adquiriu o Assaí, o grupo Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar quadruplicou o número <strong>de</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> ban<strong>de</strong>ira. De 14 lojas em operação em<br />

2007, <strong>para</strong> 60 atualmente, sendo 19 inaugura<strong>da</strong>s<br />

somente em 2010 e 2011, totalizando<br />

mais <strong>de</strong> 220 milhões em investimentos, além<br />

<strong>da</strong> ampliação <strong>para</strong> os Estados do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

Ceará, Pernambuco e Tocantins.<br />

Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar: 0800-7732732<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 11<br />

BookSV134.indb 11 09/03/12 17:29<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO


Mercado<br />

12 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

CHECKOUT<br />

São Paulo (SP) Extra Supermercados<br />

Campanha institucional<br />

O Extra realizou, no mês <strong>de</strong> fevereiro, uma ação em que pedia<br />

aos consumidores que enviassem ví<strong>de</strong>os e fotos <strong>de</strong> momentos<br />

felizes que passaram com suas famílias. As imagens seleciona<strong>da</strong>s<br />

farão parte <strong>de</strong> uma nova campanha institucional <strong>da</strong> re<strong>de</strong><br />

supermercadista chama<strong>da</strong> “Por uma vi<strong>da</strong> mais família”.<br />

A ação busca aliar as ofertas e promoções <strong>da</strong> re<strong>de</strong> aos momentos<br />

prazerosos em família. Ao todo, o Extra investiu R$ 10 milhões<br />

no posicionamento <strong>da</strong> marca e na campanha institucional.<br />

Extra: 0800-115060<br />

Americana (SP) São Vicente Supermercado<br />

Campanha promocional<br />

São Bernardo do Campo (SP) Son<strong>da</strong> Supermercados<br />

Loja 24 horas<br />

O Son<strong>da</strong> Supermercados implementou o atendimento<br />

24 horas em sua uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Bernardo do Campo,<br />

<strong>de</strong>cisão toma<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos clientes <strong>da</strong><br />

região metropolitana <strong>de</strong> São Paulo em ter horários alternativos<br />

<strong>para</strong> fazer sua compras. Na avaliação <strong>da</strong> re<strong>de</strong>,<br />

o tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento no trânsito e o dia corrido<br />

fazem dos paulistas consumidores diferentes e ávidos<br />

por serviços em horários alternativos.<br />

Son<strong>da</strong>: (11) 2145-6220<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supermercados São Vicente lançou, em janeiro, a campanha promocional “São Vicente Renova sua Casa”,<br />

em que serão sortea<strong>da</strong>s, nos meses <strong>de</strong> fevereiro, março e abril, três casas renova<strong>da</strong>s (com utensílios domésticos e até<br />

móveis), três carros 0 km, um ano <strong>de</strong> compras grátis e mais 30 IPads. Para concorrer, os clientes recebem cupons em<br />

compras acima <strong>de</strong> R$ 30,00.<br />

São Vicente: (19) 3459-5100<br />

BookSV134.indb 12 09/03/12 17:29<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO


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Mercado<br />

São Paulo (SP) Makro Atacadista<br />

14 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

CHECKOUT<br />

Reformulação <strong>de</strong> conceito FOTOS:<br />

A re<strong>de</strong> Makro Atacadista reformulou o conceito Speciale A<strong>de</strong>ga & Emporium,<br />

espaço diferenciado on<strong>de</strong> são encontra<strong>da</strong>s ofertas <strong>de</strong> produtos especiais como<br />

vinhos, espumantes, <strong>de</strong>stilados, condimentos e frios importados e <strong>de</strong> primeira<br />

linha, voltados principalmente <strong>para</strong> o cliente do segmento food service.<br />

O conceito, que existe há quatro anos, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser no formato loja <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong><br />

loja <strong>para</strong> ser integrado à área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s. Contudo, a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e a diferenciação<br />

que já existiam serão manti<strong>da</strong>s, assim como o atendimento especializado.<br />

Makro: (11) 3779-1500<br />

São Paulo (SP) Cobal Supermercados<br />

Crescimento <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira<br />

O Cobal Supermercados, ban<strong>de</strong>ira do Grupo Son<strong>da</strong>, abriu duas<br />

lojas em São Paulo no mês <strong>de</strong> janeiro. A região escolhi<strong>da</strong> foi a Zona<br />

Norte, sendo uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> na Freguesia do Ó e outra na Cachoeirinha.<br />

Com essas duas novas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a ban<strong>de</strong>ira já chega a seis<br />

lojas na região metropolitana <strong>de</strong> São Paulo.<br />

A loja do bairro Freguesia do Ó tem um mix <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 25 mil produtos<br />

dispostos em 1,2 mil metros quadrados <strong>de</strong> área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s.<br />

Já a do bairro Cachoeirinha tem um mix <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20 mil itens<br />

em uma área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 800 metros quadrados. As duas lojas<br />

juntas geraram 200 empregos diretos e indiretos.<br />

Cobal: (11) 2145-6220<br />

São Paulo (SP) Supermercado Yamato<br />

Música no varejo<br />

O supermercado paulistano Yamato tem 40 anos <strong>de</strong><br />

tradição na zona sul <strong>da</strong> capital e, nos últimos anos, vem<br />

chamando a atenção <strong>da</strong> clientela não só pelos produtos<br />

ou pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços prestados, mas também<br />

pelas ações <strong>de</strong> marketing.<br />

Atualmente, os clientes po<strong>de</strong>m ver a apresentação <strong>da</strong><br />

ban<strong>da</strong> Versátil, do músico e diretor do Yamato, Flávio<br />

Augusto Pandolfi, em algumas <strong>da</strong>tas especiais. Durante<br />

as apresentações, a loja fica com um clima bem <strong>de</strong>scontraído<br />

e os consumidores, além <strong>da</strong> música ao vivo, po<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>gustar alguns comes e bebes. A ação, segundo<br />

o Yamato, busca fi<strong>de</strong>lizar o cliente <strong>de</strong>ixando o momento<br />

<strong>de</strong> compras muito mais agradável e diferenciado.<br />

Yamato: (11) 5588-2011<br />

BookSV134.indb 14 09/03/12 17:29<br />

DIVULGAÇÃO


Untitled-1 1 08/03/12 19:44


FOTOS: DIVULGAÇÃO Magazine<br />

Mercado FIQUE POR DENTRO<br />

Luiza investe<br />

em social commerce<br />

16 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

Em janeiro, o Magazine Luiza abriu sua plataforma <strong>de</strong> social commerce<br />

e a primeira iniciativa promovi<strong>da</strong> pela empresa é o “Magazine<br />

Você” nas re<strong>de</strong>s sociais. A ação permite que qualquer pessoa<br />

possa abrir uma loja no Orkut ou Facebook, com até 60 produtos,<br />

do site www.magazineluiza.com, divulgar entre os amigos e ganhar<br />

comissão <strong>de</strong> 2,5 ou 4,5% por produto vendido. O Magazine Luiza<br />

é responsável por to<strong>da</strong> a operação <strong>de</strong> compra, o que garante segurança<br />

e confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> à plataforma. O objetivo é atingir 10 mil<br />

divulgadores neste ano, com impacto <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> clientes.<br />

Loja <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos com<br />

etiquetagem eletrônica<br />

A Casa&Ví<strong>de</strong>o inaugurou, em fevereiro, sua loja no complexo<br />

do Alemão, a terceira em comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pacifica<strong>da</strong>s do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e a primeira do segmento <strong>de</strong> eletrodomésticos e utili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

domésticas no estado a implantar o sistema <strong>de</strong> etiquetagem<br />

eletrônica. Forneci<strong>da</strong>s pela RR Etiquetas, a tecnologia exibe os<br />

preços dos produtos, permitindo controle mais preciso e atualização<br />

automática dos preços praticados.<br />

Conceito parisiense chega ao Brasil<br />

Fabricantes <strong>de</strong> chocolate<br />

se reúnem em São Paulo<br />

No início <strong>de</strong> fevereiro, a Associação Brasileira<br />

<strong>da</strong> Indústria <strong>de</strong> Chocolates, Cacau, Amendoim,<br />

Balas e Derivados (Abicab) promoveu, em São<br />

Paulo, o Salão <strong>de</strong> Páscoa 2012, evento que reuniu<br />

12 fabricantes <strong>de</strong> chocolate <strong>para</strong> apresentar<br />

as novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>para</strong> este ano. Ao todo, são mais <strong>de</strong><br />

90 lançamentos. No mesmo período, em 2011,<br />

foi registrado um crescimento <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong><br />

chocolate na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 7% em relação ao ano anterior,<br />

totalizando a produção <strong>de</strong> 18 mil tonela<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> Páscoa. A expectativa <strong>para</strong> esse ano<br />

também é otimista. “Para esta Páscoa, abrimos a<br />

contratação <strong>de</strong> 20 mil funcionários temporários.<br />

Estamos apostando em um bom crescimento em<br />

relação a 2011”, revela o presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Abicab,<br />

Getúlio Ursolino Netto.<br />

A DeLonghi, que atua no comércio <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> café automáticas e manuais, traz ao Brasil o Cook & Coffee,<br />

conceito <strong>de</strong> loja já utilizado em Paris que une culinária e <strong>de</strong>gustação. A loja tem como propósito oferecer ao público<br />

um espaço <strong>para</strong> experimentação, aulas, treinamentos, ven<strong>da</strong>s e apresentação <strong>de</strong> lançamentos. Brasília foi escolhi<strong>da</strong><br />

pela empresa <strong>para</strong> a abertura <strong>da</strong> primeira loja do gênero, que <strong>de</strong>ve acontecer no primeiro semestre <strong>de</strong> 2012.<br />

BookSV134.indb 16 09/03/12 17:29


APAS, PROCON-SP e MP assinam Termo<br />

<strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong> Conduta <strong>para</strong> fim <strong>da</strong>s<br />

sacolas <strong>de</strong>scartáveis nos supermercados<br />

Acordo realizado dias após o início <strong>da</strong> campanha Vamos Tirar<br />

o Planeta do Sufoco visa conscientizar a população paulista<br />

Em fevereiro, a APAS, o Procon-SP e o Ministério Público<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo assinaram o Termo <strong>de</strong><br />

Compromisso <strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong> Conduta (TAC), que<br />

acertou <strong>de</strong>talhes <strong>da</strong> campanha Vamos Tirar o Planeta<br />

do Sufoco, que substitui as sacolas <strong>de</strong>scartáveis por<br />

reutilizáveis nos supermercados. Assim, a campanha<br />

entrou em nova fase dias após ser efetiva<strong>da</strong>.<br />

Assinado pelas três enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o TAC teve o meio ambiente<br />

como priori<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>talhou as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> todos os envolvidos. Ficou acor<strong>da</strong>do que a partir<br />

do dia 4 <strong>de</strong> abril os supermercados do Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo não mais distribuirão ou ven<strong>de</strong>rão sacolas <strong>de</strong>scartáveis<br />

<strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> material.<br />

Até essa <strong>da</strong>ta, os consumidores <strong>de</strong>verão ser informados<br />

sobre a mu<strong>da</strong>nça e terão à disposição algum meio<br />

gratuito <strong>para</strong> transportar suas compras, sendo como<br />

a última opção até mesmo as sacolas <strong>de</strong>scartáveis. A<br />

APAS ficará encarrega<strong>da</strong> <strong>de</strong> informar ostensivamente<br />

aos seus associados sobre como a comunicação ao<br />

consumidor <strong>de</strong>ve ser feita na loja (mais informações no<br />

site www.portalapas.org.br).<br />

Após o dia 4 <strong>de</strong> abril, também ficou <strong>de</strong>finido que, durante<br />

o período <strong>de</strong> seis meses, as lojas <strong>de</strong>verão oferecer<br />

ao consumidor uma sacola reutilizável econômica, com<br />

preço <strong>de</strong> até R$ 0,59.<br />

Em reunião ocorri<strong>da</strong> na se<strong>de</strong> <strong>da</strong> APAS, no dia 9 <strong>de</strong><br />

fevereiro, <strong>para</strong> <strong>de</strong>talhar aos supermercadistas o que foi<br />

firmado no TAC, o 1º Promotor <strong>de</strong> Justiça do Meio Ambiente<br />

<strong>da</strong> capital, Dr. José Eduardo Ismael Lutti, <strong>de</strong>ixou<br />

uma mensagem grava<strong>da</strong> on<strong>de</strong> mostrava a essência do<br />

acordo. “Após o período <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação <strong>de</strong> 60 dias, os<br />

supermercados paulistas, sendo ou não associados à<br />

APAS, não po<strong>de</strong>rão fornecer as sacolas <strong>de</strong>scartáveis”,<br />

<strong>de</strong>clarou. Ele informou que a loja que for surpreendi<strong>da</strong><br />

entregando sacolas <strong>de</strong>scartáveis será objeto <strong>de</strong> investigação<br />

do Ministério Público e do Meio Ambiente, tendo<br />

consequência civil e po<strong>de</strong>rá até receber multa.<br />

Para a secretária <strong>de</strong> justiça do Estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />

Heloísa Arru<strong>da</strong>, este é um momento importante <strong>para</strong><br />

o Estado <strong>de</strong> São Paulo e <strong>para</strong> a nação. “É uma tratativa<br />

entre o Governo do Estado e a APAS, em prol do<br />

cui<strong>da</strong>do com o meio ambiente, <strong>para</strong> que o Brasil seja<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> outros países”, disse.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> APAS, João Galassi, a campanha<br />

Vamos Tirar o Planeta do Sufoco tem como foco <strong>de</strong>senvolver<br />

a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> nos consumidores, intenção<br />

que tem sido aceita por gran<strong>de</strong> parte dos clientes logo<br />

no início do programa. “Segundo pesquisa do Instituto<br />

Datafolha, realiza<strong>da</strong> nos dois dias seguintes ao começo<br />

<strong>da</strong> campanha, que ocorreu em 25 <strong>de</strong> janeiro, mais <strong>de</strong><br />

50% <strong>da</strong> população aprovou a medi<strong>da</strong>”, analisa.<br />

No Dia do Consumidor, 15 <strong>de</strong> março, os supermercados<br />

farão a distribuição gratuita <strong>de</strong> uma sacola reutilizável<br />

aos clientes que comprarem ao menos cinco itens.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 17<br />

BookSV134.indb 17 09/03/12 17:29


Mercado<br />

18 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

PONTO EXTRA<br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

Eleição <strong>para</strong><br />

novo refrigerante<br />

Fanta faz promoção <strong>para</strong> escolha <strong>de</strong> novo sabor<br />

A marca Fanta promove uma eleição <strong>de</strong> sabores entre os<br />

consumidores <strong>para</strong> selecionar o novo produto <strong>da</strong> linha,<br />

por meio <strong>da</strong> promoção Fanta vs Fanta. A campanha, que<br />

passou a veicular em fevereiro na TV e cinema, além <strong>da</strong><br />

internet, coloca na competição duas novas opções do<br />

produto, nos sabores morango e maracujá. O público<br />

po<strong>de</strong> votar pela internet ou SMS.<br />

1<br />

1. Direto <strong>de</strong> Portugal<br />

Chega ao mercado brasileiro o azeite Extra Virgem Selection, elaborado a partir <strong>de</strong> azeitonas <strong>da</strong>s<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s Cobrançosa e Madural, <strong>da</strong> vinícola portuguesa Quinta do Crasto.<br />

2. Bolinho<br />

A Ana Maria, marca infantil do Grupo Bimbo, anuncia dois novos sabores dos seus bolinhos recheados:<br />

Cenoura com Chocolate e Milk Shake <strong>de</strong> Chocolate.<br />

3. Petiscos renovados<br />

A Yoki Alimentos reformula as embalagens <strong>da</strong> sua linha <strong>de</strong> petiscos e apresenta a versão <strong>de</strong> 80g,<br />

que traz os sabores Pimenta Mexicana, Queijo, Churrasco, Pizza e Cebola.<br />

2<br />

3<br />

4<br />

4. Doce <strong>de</strong> leite<br />

A Tirol apresenta nova i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> visual <strong>da</strong><br />

linha <strong>de</strong> doces <strong>de</strong> leite, com embalagens agora<br />

colori<strong>da</strong>s <strong>para</strong> diferenciar as varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

dos produtos e dois novos sabores: chocolate<br />

e coco, em potes <strong>de</strong> 250 g.<br />

5. Tortinha e wafer<br />

A marca Isabela, que atua no segmento <strong>de</strong><br />

biscoitos na região Sul do País, amplia a linha<br />

<strong>de</strong> tortinhas com os sabores pão <strong>de</strong> mel e trufa<br />

e a linha <strong>de</strong> wafer, com as opções chocolate<br />

suíço e chocolate com morango.<br />

134PontoExtra.indd 18 09/03/12 20:17<br />

5


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Mercado<br />

20 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

PONTO EXTRA<br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

1. Sorvete <strong>de</strong> iogurte<br />

A Kibon estreia no segmento <strong>de</strong> sorvete à base <strong>de</strong> iogurte com o lançamento <strong>de</strong> Kibon Yogo. O produto po<strong>de</strong> ser<br />

encontrado em todo o País nos sabores Natural e Natural com Cal<strong>da</strong> <strong>de</strong> Frutas Vermelhas.<br />

2. Refresco<br />

A marca Frisco, do Grupo 3 Corações, apresenta novos sabores <strong>de</strong> seus sucos em pó: maçã, jabuticaba e melancia.<br />

Os produtos chegaram em fevereiro e são encontrados em embalagens <strong>de</strong> 30g.<br />

3. Requeijão em sabores<br />

A Laticínios Catupiry lança Sabores, linha <strong>de</strong> requeijão em novo formato <strong>de</strong> pote <strong>de</strong> 200g, que chega ao mercado nos<br />

sabores Tomate Seco, Azeitonas Pretas, Ervas Finas e Ched<strong>da</strong>r.<br />

4. Cozinha <strong>de</strong>cora<strong>da</strong><br />

A Santher, fabricante do papel toalha Snob, lança a Snob Decora<strong>da</strong>, produto que vem com diferentes ilustrações colori<strong>da</strong>s.<br />

A novi<strong>da</strong><strong>de</strong> é encontra<strong>da</strong> em embalagem <strong>de</strong> dois rolos, com 60 toalhas ca<strong>da</strong>.<br />

5. Renovação<br />

A marca <strong>de</strong> preservativos Jontex traz novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s na sua linha.<br />

Entre elas, o Acqua XL, com aroma <strong>de</strong> hortelã e Sensitive XL,<br />

com menor espessura. Ca<strong>da</strong> embalagem estampa imagens<br />

que remetem ao livro Kama Sutra.<br />

1<br />

2<br />

Nova linha <strong>para</strong> cui<strong>da</strong>r do chão<br />

3M lança 19 itens diferenciados <strong>para</strong> limpeza<br />

A 3M do Brasil investe no segmento <strong>de</strong><br />

limpeza <strong>de</strong> pisos com a nova linha <strong>de</strong><br />

vassouras, rodos, mops e acessórios<br />

Scotch-Brite. São 19 itens diferenciados,<br />

que trazem as cores prata e ver<strong>de</strong><br />

como predominantes. A campanha <strong>de</strong><br />

divulgação trará o slogan “Po<strong>de</strong> varrer<br />

o passado”, e além do material <strong>de</strong> ponto<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong> contará com anúncio em<br />

revistas nacionais.<br />

BookSV134.indb 20 09/03/12 17:30<br />

3<br />

4<br />

5


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Mercado<br />

22 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

FOOD SERVICE<br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

Vinagre <strong>de</strong>sidratado<br />

é aposta <strong>da</strong> Castelo<br />

Produto é voltado <strong>para</strong> temperos e sopas instantâneas<br />

A Castelo Alimentos lançou o Vinagre Desidratado Castelo. Elaborado a partir do<br />

vinagre líquido tradicional, o produto passa por processo <strong>de</strong> secagem <strong>para</strong> se transformar<br />

em pó. É indicado no uso do preparo <strong>de</strong> temperos e misturas em pó e <strong>para</strong> a<br />

fabricação <strong>de</strong> sopas instantâneas, snacks, massas em geral, entre outros. O lançamento<br />

complementa a linha especial <strong>da</strong> marca volta<strong>da</strong> à cozinha profissional.<br />

Suco em lata<br />

A Globalbev traz ao mercado a linha <strong>de</strong> sucos prontos Fast<br />

Fruit, na versão lata, com 335 ml, nos sabores pêssego,<br />

manga, goiaba e uva. O lançamento tem como foco estabelecimentos<br />

como lanchonetes e restaurantes.<br />

Bebi<strong>da</strong> gela<strong>da</strong><br />

no copo<br />

A Cozil lança o Cold<br />

Line, um freezer <strong>para</strong><br />

copos que mantém a<br />

temperatura em até<br />

-22ºC. Com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> comportar copos<br />

<strong>de</strong> até 160 mm, o<br />

freezer possui rodízios<br />

giratórios que permitem<br />

a locomoção e<br />

facilitam a distribuição<br />

<strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s.<br />

Para Páscoa<br />

A fabricante <strong>de</strong> chocolate Harald oferece, em edição limita<strong>da</strong>,<br />

o Melken Páscoa, uma barra <strong>de</strong> 2,01 kg <strong>de</strong> chocolate,<br />

feito à base <strong>de</strong> manteiga <strong>de</strong> cacau e adição extra <strong>de</strong> leite<br />

<strong>para</strong> aumentar a cremosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Tempero <strong>de</strong> limão<br />

A Unilever Food Solutions<br />

apresenta o<br />

tempero Limão em<br />

Pó Knorr, produto<br />

que traz o conteúdo<br />

<strong>de</strong> 160 limões<br />

in natura, em embalagem<br />

<strong>de</strong> 800 g,<br />

que po<strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r até<br />

32 kg <strong>de</strong> preparo. O<br />

produto po<strong>de</strong> ser<br />

usado em pratos<br />

doces e salgados.<br />

BookSV134.indb 22 09/03/12 17:30


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Mercado DICAS<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

24 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

[ Por Angelina Stockler* revista@supervarejo.com.br ]<br />

Não fazer um plano <strong>de</strong> negócio. No plano, precisam constar<br />

os produtos ofertados, <strong>para</strong> qual cliente serão direcionados,<br />

diferenciais <strong>de</strong> mercado e praça <strong>de</strong> interesse.<br />

Não dimensionar o capital <strong>de</strong> giro do negócio. Muitos<br />

varejistas acreditam, erroneamente, que o investimento<br />

inicial é o capital <strong>de</strong> giro, porém o capital <strong>de</strong> giro é o montante<br />

necessário <strong>para</strong> pagar as <strong>de</strong>spesas do dia a dia.<br />

Não relacionar os indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho. Os empreen<strong>de</strong>dores<br />

acabam se esquecendo <strong>de</strong> <strong>para</strong>metrizar<br />

seus processos internos e, assim, não conseguem medir<br />

a performance <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ação.<br />

Relacionar, mas não monitorar os indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Pior do que não ter os indicadores é fingir<br />

que eles não existem e não extrair <strong>de</strong>les as informações<br />

cruciais <strong>para</strong> o aprimoramento dos resultados.<br />

Não <strong>de</strong>finir e <strong>de</strong>screver os cargos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> integrante <strong>da</strong><br />

equipe. Isso leva ao <strong>de</strong>salinhamento <strong>da</strong>s expectativas dos<br />

funcionários e <strong>da</strong> própria empresa.<br />

Não monitorar e nem acompanhar o <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s<br />

pessoas. Não avaliar as pessoas e nem valorizá-las significa<br />

ampliar os custos e o tempo gasto em um novo<br />

processo <strong>de</strong> seleção.<br />

Não conhecer os hábitos e costumes dos seus consumidores.<br />

Qual é o perfil do cliente, <strong>de</strong>sejos e com qual<br />

frequência retorna à loja? Respon<strong>de</strong>r essas perguntas<br />

aju<strong>da</strong> a enten<strong>de</strong>r melhor o que é atuar no varejo.<br />

* Angelina Stockler é sócia diretora <strong>da</strong> Ba Stockler, consultoria <strong>de</strong> varejo<br />

13 ERROS COMUNS<br />

QUE O VAREJISTA<br />

DEVE EVITAR<br />

Muitos varejistas, fixados na vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r, se esquecem<br />

<strong>de</strong> avaliar cui<strong>da</strong>dosamente algumas etapas que os aju<strong>da</strong>rão<br />

na manutenção <strong>da</strong> marca e na implantação <strong>de</strong> processos administrativos<br />

e <strong>de</strong> gestão <strong>para</strong> a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> do negócio. Confira<br />

13 erros cruciais que os empresários <strong>de</strong>vem evitar:<br />

Não escrever nem formalizar a cultura <strong>da</strong> empresa. Não<br />

esclarecer essa posição dificulta o <strong>de</strong>senvolvimento e a<br />

integração dos novos e atuais colaboradores.<br />

Não elaborar uma gestão do estoque, nem monitorar a<br />

curva ABC. Com uma avaliação precisa dos resultados<br />

<strong>da</strong> curva ABC é possível perceber o giro dos itens em<br />

estoque, o nível <strong>de</strong> lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e o grau <strong>de</strong> representação<br />

no faturamento.<br />

Não elaborar um planejamento estratégico <strong>de</strong> marketing.<br />

Aqui entram em cena as pesquisas mercadológicas e a<br />

análise SWOT. Esses estudos permitem que o empreen<strong>de</strong>dor<br />

crie ações consi<strong>de</strong>rando o passado, a situação atual<br />

do mercado, clientes, concorrência e avaliação <strong>de</strong> riscos.<br />

Não monitorar os esforços e os resultados obtidos nas<br />

campanhas <strong>de</strong> marketing. Extrair essas informações<br />

significa <strong>de</strong>tectar os erros e acertos, com tempo hábil<br />

<strong>para</strong> as possíveis ações <strong>de</strong> correção.<br />

Não <strong>de</strong>finir critérios claros <strong>para</strong> a localização <strong>de</strong> ponto<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>. Alguns varejistas já consoli<strong>da</strong>dos precisam<br />

<strong>de</strong>finir os objetivos constantes e mensuráveis <strong>para</strong> a<br />

localização do PDV, o que garantirá uma expansão<br />

criteriosa e consistente.<br />

Não investir em vitrine e ambientação <strong>da</strong> loja. O lojista<br />

precisa compreen<strong>de</strong>r que quanto mais os produtos<br />

estiverem alinhados, mais o consumidor se sentirá<br />

confortável e permanecerá <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> loja.<br />

BookSV134.indb 24 09/03/12 17:30<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13


É o primeiro Hipermercado do Brasil com equipamentos <strong>de</strong> refrigeração que<br />

2<br />

eletrofrio.com.br<br />

Untitled-1 1 08/03/12 19:45


Entrevista<br />

Um novo caminho<br />

A Campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, <strong>da</strong> APAS, que prioriza a preservação do meio<br />

ambiente caminha ca<strong>da</strong> vez melhor. No dia 25 <strong>de</strong> janeiro aconteceu o ápice <strong>da</strong> ação, quando<br />

a troca <strong>da</strong>s sacolas <strong>de</strong>scartáveis pelas reutilizáveis entrou efetivamente no dia a dia <strong>de</strong><br />

consumidores e supermercadistas. Mas, quando o assunto é mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> hábitos, sempre<br />

surgem dúvi<strong>da</strong>s. Por isso, pouco <strong>de</strong>pois do aniversário <strong>de</strong> São Paulo, exatamente no dia 3 <strong>de</strong><br />

fevereiro, um acordo feito entre a APAS, o Ministério Público e o PROCON-SP estabeleceu<br />

alguns ajustes na campanha, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>da</strong>r mais tempo aos consumidores, <strong>para</strong> que<br />

se a<strong>da</strong>ptassem. Desta forma, até o dia 3 <strong>de</strong> abril, os clientes terão opções sustentáveis,<br />

forneci<strong>da</strong>s gratuitamente pelos supermercados, <strong>para</strong> transportar suas compras.<br />

O promotor <strong>de</strong> Justiça do Meio Ambiente <strong>de</strong> São Paulo, José Eduardo Ismael Lutti, afirma, em<br />

entrevista exclusiva à revista SuperVarejo, que o Ministério Público - do Meio Ambiente e <strong>de</strong><br />

Defesa do Consumidor - e o PROCON-SP enten<strong>de</strong>ram ser necessário um instrumento mais<br />

formal <strong>para</strong> garantir o sucesso <strong>da</strong> campanha, que <strong>de</strong>ve crescer. “A substituição <strong>da</strong>s sacolas<br />

<strong>de</strong>scartáveis pelas reutilizáveis é um caminho sem volta em todo o varejo, não só nos<br />

supermercados. A tendência é que todos os setores sejam estimulados a seguir nesse sentido<br />

- o <strong>da</strong> eliminação <strong>da</strong> distribuição <strong>de</strong> sacolas <strong>de</strong>scartáveis”.<br />

Segundo ele, o número <strong>de</strong> reclamações registra<strong>da</strong>s po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado insignificante, se<br />

com<strong>para</strong>do ao total <strong>de</strong> habitantes <strong>da</strong> capital paulista, 10 milhões <strong>de</strong> pessoas. “Existe uma<br />

consciência ecológica muito gran<strong>de</strong> na população, principalmente nas gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como<br />

São Paulo, on<strong>de</strong> os problemas ambientais são mais visíveis”.<br />

[ Por Nei<strong>de</strong> Martingo revista@supervarejo.com.br ]<br />

[ Fotos: Divulgação ]<br />

26 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

JOSÉ EDUARDO ISMAEL LUTTI<br />

BookSV134.indb 26 09/03/12 17:30


SETEMBRO 2011 SUPERVAREJO 27<br />

BookSV134.indb 27 09/03/12 17:30


Entrevista JOSÉ EDUARDO ISMAEL LUTTI<br />

A campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco, <strong>da</strong> APAS,<br />

estabeleceu como marco <strong>da</strong> substituição <strong>da</strong>s sacolas<br />

reutilizáveis pelas retornáveis o dia 25 <strong>de</strong> janeiro em<br />

todo o Estado <strong>de</strong> São Paulo. Em 3 <strong>de</strong> fevereiro foi<br />

estabelecido o Termo <strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong> Conduta (TAC).<br />

Por que isso aconteceu?<br />

O TAC, instrumento instituído pela Lei <strong>da</strong> Ação Civil Pública,<br />

permite ao Ministério Público tomar o compromisso <strong>da</strong>queles<br />

que, <strong>de</strong> alguma forma, necessitam a<strong>de</strong>quar sua(s) conduta(s) aos<br />

termos <strong>da</strong>(s) lei(s). No caso <strong>da</strong>s sacolas plásticas, foi a solução<br />

encontra<strong>da</strong> <strong>para</strong> a<strong>de</strong>quar as exigências dos órgãos <strong>de</strong> proteção<br />

aos direitos dos consumidores, à ação <strong>da</strong> APAS e do governo do<br />

Estado – a campanha Vamos Tirar o Planeta do Sufoco.<br />

Poucos dias após a <strong>suspensão</strong> <strong>da</strong> distribuição gratuita <strong>da</strong>s sacolas<br />

plásticas pelos supermercados, houve uma nota no PROCON-SP<br />

que obriga as empresas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período, a <strong>da</strong>r aos consumidores<br />

<strong>de</strong>savisados - aqueles que se esqueceram <strong>de</strong> levar a<br />

sacola reutilizável - uma solução alternativa <strong>para</strong> o transporte<br />

<strong>de</strong> suas compras. Ocorre que a imprensa e outros interessados<br />

no insucesso <strong>da</strong> campanha fizeram parecer que o PROCON-SP<br />

a <strong>de</strong>saprovava. Diante disso, aconteceram alguns <strong>de</strong>sentendimentos<br />

em lojas <strong>de</strong> supermercados.<br />

Como o Ministério Público se posicionou?<br />

A Promotoria <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Defesa do Consumidor já tinha dois<br />

inquéritos civis instaurados <strong>para</strong> apurar o fim <strong>da</strong> distribuição<br />

<strong>da</strong>s sacolas plásticas e também entendia que <strong>de</strong>veria ter um<br />

período <strong>de</strong> transição <strong>para</strong> que os consumidores <strong>de</strong>ixassem o<br />

hábito, adquirido em déca<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> não ter mais à sua disposição<br />

as sacolas plásticas.<br />

Consi<strong>de</strong>rando essa situação, o Ministério Público - do Meio Ambiente<br />

e <strong>de</strong> Defesa do Consumidor - e o PROCON-SP, enten<strong>de</strong>ram<br />

ser necessário um instrumento mais formal <strong>para</strong> garantir<br />

o sucesso <strong>da</strong> campanha.<br />

Assim, o Termo <strong>de</strong> Compromisso <strong>de</strong> Ajustamento <strong>de</strong> Conduta<br />

(TAC), celebrado com a APAS, que representa a quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s empresas do setor, seria a forma mais rápi<strong>da</strong> e eficiente <strong>de</strong><br />

mostrar aos empresários do segmento e aos consumidores que<br />

não se trata apenas <strong>de</strong> uma campanha, mas, sim, <strong>de</strong> um compromisso<br />

com o meio ambiente e com as gerações futuras.<br />

Como foi a reação dos consumidores com a campanha<br />

Vamos Tirar o Planeta do Sufoco?<br />

Até on<strong>de</strong> foi possível avaliar, a reação foi a melhor possível.<br />

Antes <strong>da</strong> campanha já era notado um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas<br />

que fazia uso <strong>da</strong>s sacolas reutilizáveis em suas compras.<br />

E, com o fim <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s sacolas plásticas, com exceção<br />

do impacto inicial <strong>de</strong> ter esquecido a sacola em casa ou ain<strong>da</strong><br />

não tê-la adquirido, os consumidores reagiram muito bem.<br />

Existe uma consciência ecológica muito gran<strong>de</strong> na população,<br />

principalmente <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como São Paulo, on<strong>de</strong> os<br />

problemas ambientais são mais visíveis.<br />

Quem, em São Paulo, não se lembra <strong>de</strong> inúmeras discussões ou<br />

<strong>de</strong>bates sobre a saturação dos aterros sanitários, <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

em conseguir novas áreas <strong>para</strong> instalação <strong>de</strong> novos aterros,<br />

28 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

as questões <strong>da</strong>s inun<strong>da</strong>ções, em gran<strong>de</strong> parte provoca<strong>da</strong>s pelo<br />

excesso <strong>de</strong> lixo <strong>de</strong>scartável, tampando bueiros e galerias pluviais?<br />

Ain<strong>da</strong> que inconscientemente, quase todos sabem <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

urgente <strong>de</strong> diminuir a produção <strong>de</strong> “lixo”.<br />

Quantas reclamações o Ministério Público registrou, <strong>de</strong><br />

pessoas contrárias à campanha?<br />

Nas promotorias <strong>de</strong> meio ambiente nenhuma. Nas promotorias<br />

do consumidor foram vários telefonemas solicitando informações<br />

mais seguras, mas difícil <strong>de</strong> quantificar. O importante é ter em<br />

mente duas situações muito importantes e representativas que<br />

<strong>de</strong>staco agora: uma, que as reclamações se limitaram aos dois<br />

ou três primeiros dias. A segun<strong>da</strong>: ain<strong>da</strong> que tenham sido 500<br />

reclamações – mas nem <strong>de</strong> longe foi isso – proporcionalmente,<br />

em relação à população <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, cerca <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> habitantes,<br />

o número é absolutamente insignificante.<br />

To<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> hábito <strong>da</strong> população gera um certo <strong>de</strong>scontentamento<br />

inicial. Isso é natural. Veja os exemplos <strong>da</strong> proibição <strong>de</strong><br />

fumar em restaurantes, a obrigatorie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>da</strong>s ca<strong>de</strong>irinhas<br />

<strong>para</strong> crianças em veículos, proibição <strong>de</strong> propagan<strong>da</strong>s e outdoors<br />

na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e outras mais. Hoje alguém contesta isso?<br />

Qual é a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação dos supermercados à<br />

campanha no dia a dia?<br />

Penso que o empresário tem receio <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r sua clientela <strong>para</strong><br />

outro estabelecimento que continua oferecendo as sacolas. Não<br />

sou economista ou empresário, mas é evi<strong>de</strong>nte que o custo <strong>da</strong>s<br />

sacolas <strong>de</strong> plástico, que o empresário embutia no preço dos produtos,<br />

<strong>de</strong>ve necessariamente refletir na diminuição dos preços<br />

ou em ofertas temporárias que variam entre os produtos <strong>para</strong><br />

manter seus clientes fiéis. O que realmente conquista os clientes<br />

são preços baixos, quali<strong>da</strong><strong>de</strong> no atendimento – o cliente sentir<br />

que a empresa se preocupa com ele – e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos.<br />

Não serão as sacolinhas plásticas que farão o cliente fiel. Outra<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, já por outra ótica, é a arraiga<strong>da</strong> cultura em práticas<br />

não sustentáveis. O dia em que o empresário enten<strong>de</strong>r o processo<br />

em estágio avançado em que o mundo dos negócios está inserido,<br />

especialmente no que diz respeito às boas práticas ambientais<br />

(não estou nem falando <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que é outra coisa<br />

bem diferente), vai enten<strong>de</strong>r o quanto está per<strong>de</strong>ndo em faturamento.<br />

Sobre isso, é só ver o tema <strong>da</strong> conferência <strong>da</strong>s Nações<br />

Uni<strong>da</strong>s que acontecerá em junho <strong>de</strong>ste ano, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, a<br />

Rio+20: “Economia Ver<strong>de</strong>”.<br />

O TAC, firmado com o Ministério Público e Procon-SP, só<br />

vale <strong>para</strong> supermercados associados à APAS?<br />

Em tese sim. Entretanto, ain<strong>da</strong> que não seja filiado à APAS, o<br />

empresário estará sujeito a ser investigado pela promotoria <strong>de</strong><br />

justiça <strong>de</strong> meio ambiente. Não estamos falando apenas <strong>de</strong> uma<br />

campanha. Po<strong>de</strong>-se dizer que as ocorrências po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>da</strong>s<br />

como práticas antiambientais, que provocam <strong>da</strong>nos ao<br />

meio ambiente e, portanto, passíveis <strong>de</strong> ser objeto <strong>de</strong> investigação.<br />

Po<strong>de</strong> ser por meio <strong>de</strong> inquérito civil e, posteriormente, o<br />

empresário ser réu em uma ação civil pública. Depen<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong>s<br />

circunstâncias, po<strong>de</strong>rá ser caracterizado como crime ambiental.<br />

BookSV134.indb 28 09/03/12 17:30


O senhor po<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhar como é a sacola reutilizável<br />

econômica que o TAC cita?<br />

É uma alternativa barata <strong>para</strong> aqueles consumidores que enten<strong>de</strong>m<br />

que não <strong>de</strong>vem arcar com o ônus <strong>de</strong> pagar pelo recipiente<br />

usado <strong>para</strong> o transporte <strong>de</strong> seus produtos. E, também, uma<br />

opção <strong>para</strong> a população <strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong>. O supermercadista,<br />

oferecendo também sacolas a preço <strong>de</strong> custo, dá ao consumidor<br />

a opção <strong>de</strong> escolha.<br />

Por quanto tempo o supermercado está obrigado a<br />

disponibilizar esta sacola reutilizável econômica? E se faltar<br />

essa sacola no supermercado?<br />

Pelo compromisso assumido, até um ano. Não havendo tais sacolas<br />

disponíveis, a loja é obriga<strong>da</strong> a disponibilizar outras, ain<strong>da</strong><br />

que <strong>de</strong> maior valor, pelo preço pré-estabelecido, ou seja, R$ 0,50.<br />

O que o TAC orienta sobre a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> sacolas <strong>de</strong>scartáveis<br />

comuns, ou biocompostáveis, por exemplo?<br />

O TAC indica a proibição <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, e especialmente, <strong>de</strong> distribuição<br />

gratuita, <strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> sacola <strong>de</strong>scartável. O que se<br />

busca é a conscientização dos empresários e dos consumidores<br />

<strong>de</strong> que as sacolas <strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong>vem ser bani<strong>da</strong>s <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população.<br />

Aliás, os bens <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong>vem ser os mais duráveis<br />

possíveis. O planeta não suporta mais a manutenção do tipo <strong>de</strong><br />

consumo baseado no uso <strong>de</strong>senfreado dos recursos naturais. Isso<br />

não é sustentável. O planeta não consegue repor esses recursos<br />

na veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> em que estamos consumindo. Isso terá um fim<br />

trágico se continuarmos assim.<br />

As sacolas reutilizáveis po<strong>de</strong>m ser vendi<strong>da</strong>s?<br />

Po<strong>de</strong>m, sem dúvi<strong>da</strong>. Havendo, durante o período <strong>de</strong> 12 meses, a alternativa<br />

econômica, o empresário po<strong>de</strong>rá ven<strong>de</strong>r os mais variados<br />

tipos e dos mais variados preços. A escolha será do consumidor.<br />

Quais são os alvos <strong>da</strong>s maiores dúvi<strong>da</strong>s e reclamações dos<br />

consumidores?<br />

As dúvi<strong>da</strong>s são sobre as alternativas e prazos anteriormente mencionados.<br />

As reclamações são pela falta <strong>de</strong> alternativas ofereci<strong>da</strong>s<br />

pelos supermercados nesse período <strong>de</strong> transição e a suposta<br />

obrigação <strong>de</strong> ter que arcar com o ônus <strong>da</strong> compra <strong>de</strong> sacolas.<br />

Os consumidores <strong>de</strong>vem enten<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>finitivamente, que nunca<br />

tiveram as sacolas <strong>de</strong> plástico gratuitamente. Eles sempre pagaram<br />

por elas. Isso sim é uma ofensa ao direito do consumidor.<br />

Após 60 dias <strong>da</strong> assinatura do TAC, prazo estabelecido como<br />

período <strong>de</strong> transição, qual a consequência <strong>para</strong> os supermercados<br />

que <strong>de</strong>scumprirem as <strong>de</strong>terminações?<br />

Esses supermercados serão objeto <strong>de</strong> investigação, tanto do Ministério<br />

Público como do PROCON-SP. Eles po<strong>de</strong>rão ser obrigados<br />

a pagar multas e fazer a re<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> eventuais <strong>da</strong>nos<br />

ambientais <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> suas condutas.<br />

A multa <strong>de</strong> R$ 25 mil por dia pelo não cumprimento do TAC<br />

será aplica<strong>da</strong> somente à APAS?<br />

Esse valor se refere efetivamente às condutas assumi<strong>da</strong>s pela<br />

O TAC foi a solução encontra<strong>da</strong> <strong>para</strong> a<strong>de</strong>quar<br />

as exigências dos órgãos <strong>de</strong> prote-<br />

<br />

<strong>da</strong> APAS e do governo do Estado<br />

““<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 29<br />

BookSV134.indb 29 09/03/12 17:30


Entrevista JOSÉ EDUARDO ISMAEL LUTTI<br />

APAS, mas não significa que os supermercados não po<strong>de</strong>rão ser<br />

obrigados a pagar multas por suas condutas antiambientais. Uma<br />

ação civil pública po<strong>de</strong>rá levá-los a pagar multa eventualmente<br />

muito mais alta que esse valor.<br />

Segundo o TAC, os supermercados <strong>de</strong>verão prover um meio<br />

<strong>de</strong> acondicionamento gratuito <strong>para</strong> as compras e não po<strong>de</strong>m<br />

mais ven<strong>de</strong>r ou distribuir sacolas <strong>de</strong>scartáveis. O senhor<br />

po<strong>de</strong>ria esclarecer quais meios seriam necessários <strong>para</strong><br />

suprir essa <strong>de</strong>man<strong>da</strong>?<br />

Todos aqueles que não utilizem recipientes <strong>de</strong>scartáveis. Por<br />

exemplo, o mais fácil <strong>para</strong> os empresários é a distribuição <strong>de</strong><br />

caixas <strong>de</strong> papelão. Esse material é reutilizável e reciclável, o que<br />

respeita a lei que institui a Política Nacional <strong>de</strong> Resíduos Sólidos,<br />

recentemente edita<strong>da</strong> pelo governo fe<strong>de</strong>ral.<br />

O senhor acha que as pessoas enten<strong>de</strong>ram o fato <strong>de</strong> que<br />

é mais ecológico comprar sacos plásticos <strong>para</strong> embalar o<br />

lixo em vez <strong>de</strong> usar as sacolas tradicionais?<br />

Não, mas os consumidores já notaram que, ao pagar por eles,<br />

passaram a utilizá-los integralmente, sem <strong>de</strong>sperdício, ao contrário<br />

do que acontecia com as sacolas plásticas distribuí<strong>da</strong>s<br />

pelos supermercados.<br />

Como será a fiscalização por parte do Ministério Público <strong>de</strong><br />

São Paulo e do PROCON-SP?<br />

Como o número <strong>de</strong> estabelecimentos é muito gran<strong>de</strong>, esses órgãos<br />

30 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

<br />

o empresário estará sujeito a ser<br />

investigado pela Promotoria <strong>de</strong><br />

Justiça do Meio Ambiente<br />

““<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão <strong>da</strong>s reclamações dos consumidores. Evi<strong>de</strong>ntemente<br />

que qualquer agente público po<strong>de</strong> noticiar o fato, o que <strong>da</strong>rá a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> instaurar uma investigação a respeito.<br />

O que acontecerá se os operadores <strong>de</strong> caixa não informarem<br />

verbalmente sobre o não fornecimento <strong>de</strong> sacolas<br />

<strong>de</strong>scartáveis pelo supermercado?<br />

Certamente seus empregadores serão multados pelo PROCON<br />

ou pela promotoria <strong>de</strong> justiça do consumidor. Se for constatado<br />

que se tratou <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m do empregador, as consequências<br />

certamente serão mais graves <strong>para</strong> o empresário.<br />

O que mu<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2012, quando termina<br />

o prazo <strong>de</strong> 60 dias <strong>de</strong> transição estabelecido pelo TAC?<br />

A responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> passa a ser exclusivamente do consumidor<br />

em provi<strong>de</strong>nciar uma forma <strong>de</strong> transportar suas compras. Os<br />

supermercados não precisarão mais oferecer a alternativa gratuita,<br />

como a caixa <strong>de</strong> papelão, muito menos po<strong>de</strong>rá fornecer<br />

gratuitamente sacolas <strong>de</strong>scartáveis, nem cobrar por elas.<br />

O senhor consi<strong>de</strong>ra que a substituição <strong>da</strong>s sacolas<br />

<strong>de</strong>scartáveis pelas retornáveis po<strong>de</strong>ria se esten<strong>de</strong>r a todo<br />

o varejo e até às feiras? Isso já está acontecendo? É possível<br />

o Ministério Público avaliar esta questão?<br />

Esse é um caminho sem volta. A tendência é que todos os setores<br />

sejam estimulados a seguir no sentido <strong>de</strong> eliminar a distribuição<br />

<strong>de</strong> sacolas <strong>de</strong>scartáveis.<br />

BookSV134.indb 30 09/03/12 17:30


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Untitled-1 1 08/03/12 19:46


Capa<br />

32 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

MERCADO<br />

Estímulo à ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> bovinos, suínos e aves <strong>exclui</strong><br />

varejo e, na prática, aumenta a carga tributária do setor<br />

[ Por Natalie Catuogno revista@supervarejo.com.br ]<br />

BookSV134.indb 32 09/03/12 17:30


MARÇO 2012 SUPERVAREJO 33<br />

BookSV134.indb 33 09/03/12 17:30<br />

ARQUIVO


Capa MERCADO<br />

Todo supermercadista que tem um açougue em sua<br />

loja sabe que <strong>carne</strong> é um alimento ingrato: altamente<br />

perecível, <strong>de</strong>man<strong>da</strong> bastante manipulação (já que é<br />

comprado em peças), tem alto nível <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s (mesmo<br />

as operações mais eficientes per<strong>de</strong>m cerca <strong>de</strong> 5%,<br />

estima-se), requer mão <strong>de</strong> obra especializa<strong>da</strong>, cara e em falta<br />

e, apesar <strong>da</strong> margem bruta chegar a 40% em alguns casos,<br />

ren<strong>de</strong> apenas 2% <strong>de</strong> lucro.<br />

Pois eis que algumas medi<strong>da</strong>s toma<strong>da</strong>s pelo governo fe<strong>de</strong>ral<br />

acrescentaram a essa equação mais um complicador que, no<br />

fim <strong>da</strong>s contas, redundou em aumento <strong>de</strong> custo <strong>para</strong> o varejista,<br />

que opera pelo regime <strong>de</strong> lucro real. Sucessivas leis (a primeira<br />

em 2009, a segun<strong>da</strong> em 2010 e a terceira no ano passado)<br />

conce<strong>de</strong>ram <strong>suspensão</strong> <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins <strong>para</strong> a ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> <strong>carne</strong><br />

(bovina, suína e <strong>de</strong> aves), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o produtor, alcançando até o<br />

atacadista distribuidor, menos o varejo.<br />

Muito pelo contrário, ao invés <strong>de</strong> ganhar um alívio na carga<br />

tributária, o empresário do setor per<strong>de</strong>u parte dos créditos a<br />

que tinha direito na apuração <strong>da</strong>s duas contribuições. Resul-<br />

O GOVERNO REDUZIU <br />

<br />

34 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

tado: aumento no peso dos impostos no bolso do supermercadista,<br />

repasses ao consumidor e que<strong>da</strong> no volume <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s.<br />

Embora o Ministério <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> não tenha respondido a<br />

reportagem, a revista apurou que o objetivo principal <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s<br />

foi corrigir uma distorção que prejudicava principalmente<br />

as indústrias e frigoríficos <strong>de</strong> <strong>carne</strong> bovina que operam no<br />

mercado interno, que estavam em <strong>de</strong>svantagem em com<strong>para</strong>ção<br />

àqueles que exportam.<br />

De acordo com a Associação Brasileira dos Frigoríficos<br />

(Abrafrigo), havia uma “distorção tributária”, pois os exportadores<br />

são isentos <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> tributos, ao passo que aqueles<br />

que atuam no mercado nacional, antes <strong>da</strong>s leis, não tinham<br />

direito nem a crédito integral <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins; creditavam-se<br />

<strong>de</strong> apenas 60%. “Essa situação acarretava uma <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

competitiva entre os dois tipos <strong>de</strong> empresa”, explica o presi<strong>de</strong>nte-executivo<br />

<strong>da</strong> Abrafrigo, Péricles Pessoa Salazar, enti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que congrega os frigoríficos bovinos.<br />

É até fácil explicar medi<strong>da</strong>s como essa: com tantos incentivos<br />

à exportação, sobra pouca <strong>carne</strong> <strong>para</strong> o brasileiro, o que leva<br />

BookSV134.indb 34 09/03/12 17:30<br />

ARQUIVO


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março 2012<br />

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Untitled-2 1 09/03/12 18:39


DIVULGAÇÃO<br />

Capa MERCADO<br />

<br />

alguém tem <strong>de</strong> pagar a conta<br />

ao aumento <strong>de</strong> preços, avaliam alguns especialistas. A i<strong>de</strong>ia<br />

por trás <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> – e que faz sentido, portanto – é <strong>de</strong>sonerar<br />

quem aten<strong>de</strong> o mercado doméstico, evitar o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabastecimento<br />

e segurar os preços em patamares aceitáveis.<br />

O problema é que a conta sobrou quase inteira no DARF do<br />

varejista. “Para o fisco, tanto faz receber em partes, ao longo<br />

<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia, ou <strong>de</strong> uma vez só lá na ponta”, explica a sócia <strong>da</strong> área<br />

tributária do escritório Demarest & Almei<strong>da</strong>, Eloisa Curi. “Pela<br />

lógica do governo, alguém tem que pagar a conta”.<br />

Desembolso 400% maior<br />

O governo, portanto, reduziu os créditos do varejo a 40% <strong>da</strong><br />

alíquota combina<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins (que é 9,25%) no caso <strong>da</strong>s<br />

<strong>carne</strong>s bovinas. Para suínas e aves, o tombo foi ain<strong>da</strong> maior: o<br />

varejista po<strong>de</strong> se creditar <strong>de</strong> apenas 12% dos 9,25% consumidos<br />

pelos tributos.<br />

A grosso modo, quando o supermercadista compra uma<br />

peça <strong>de</strong> <strong>carne</strong> suína, por exemplo, tem direito a apenas 1,11%<br />

<strong>de</strong> crédito sobre o valor <strong>da</strong> aquisição. Na hora <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r, no<br />

entanto, vai pagar 9,25% sobre o valor <strong>da</strong> ven<strong>da</strong>. Isso significa<br />

que a peça ficou 8,97% mais cara <strong>para</strong> o varejista. No caso <strong>da</strong><br />

<strong>carne</strong> bovina, esse aumento foi <strong>de</strong> 6,12% (o supermercadista<br />

tem direito a crédito <strong>de</strong> 3,70%, mas paga os mesmos 9,25%<br />

quando ven<strong>de</strong> a <strong>carne</strong>). Os cálculos foram feitos pelo gerente<br />

operacional <strong>da</strong> MG Contécnica, Marcos Baraldi.<br />

Mas com<strong>para</strong>ndo quanto o varejista <strong>de</strong>sembolsava com as<br />

duas contribuições antes <strong>da</strong> <strong>de</strong>soneração e quanto <strong>de</strong>sembolsa<br />

36 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Vacas magras<br />

“Imagine um varejista que compra, por mês, R$ 100 mil em<br />

<strong>carne</strong> bovina. Se ele reven<strong>de</strong>r esse alimento sem colocar<br />

na<strong>da</strong> <strong>de</strong> margem, portanto, por outros R$ 100 mil, mesmo<br />

assim ele terá <strong>de</strong> recolher R$ 6 mil aos cofres públicos”. É<br />

assim que o diretor <strong>da</strong> Assessoria Contábil Águia <strong>de</strong> Haia,<br />

Wilson Cuencas, contabilista que trabalha há 40 anos com<br />

açougueiros e donos <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> <strong>carne</strong>, ilustra o impacto<br />

<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça na apuração <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins sobre o negócio<br />

dos seus clientes.<br />

O segmento, assim como o varejo alimentar, foi golpeado em<br />

cheio pelas medi<strong>da</strong>s que <strong>de</strong>soneraram a ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

<strong>da</strong> <strong>carne</strong>. Tanto é assim que, <strong>de</strong> acordo com estudos feitos<br />

por Cuencas, em parceria com o Sindicato do Comércio<br />

Varejista <strong>de</strong> Carnes Frescas do Estado <strong>de</strong> São Paulo e com<br />

a Fecomércio, o peso <strong>da</strong>s duas contribuições no bolso do<br />

açougueiro aumentou 600%, e o custo <strong>da</strong> <strong>carne</strong> bovina<br />

subiu 6%, como mostra o exemplo acima.<br />

O balanço que o segmento faz do impacto <strong>da</strong> lei é: custos<br />

subiram a ponto <strong>de</strong> engolir parte significativa <strong>da</strong> margem e<br />

do lucro, frigoríficos não repassaram a <strong>de</strong>soneração (e nem<br />

<strong>de</strong>veriam, diz Cuencas), houve aumento <strong>de</strong> preços e há risco<br />

<strong>de</strong> açougues menores quebrarem.<br />

Segundo o presi<strong>de</strong>nte do sindicato do setor, Manuel<br />

Henrique Farias Ramos, a maioria dos açougues –assim<br />

como no caso dos supermercados- opera em lucro real, ou<br />

seja, foi atingido pela medi<strong>da</strong>, pois tinha direito aos créditos<br />

que foram diminuídos pela nova legislação. “É muito injusto<br />

esse tipo <strong>de</strong> tributação, pois todo o peso <strong>da</strong> carga tributária<br />

está sobre os nossos ombros”, diz Ramos.<br />

O sindicato se mobilizou <strong>para</strong> tentar virar o jogo. Com apoio<br />

<strong>da</strong> Fecomércio, estiveram em Brasília cinco vezes: levaram<br />

estudos e documentos ao Ministério <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong>. Depois, se<br />

reuniram com <strong>de</strong>putados <strong>para</strong> incluir modificações favoráveis<br />

ao segmento no projeto Brasil Maior (aprovado no fim do<br />

ano passado e que <strong>de</strong>sonerou os produtores <strong>de</strong> tablets).<br />

Por enquanto, tudo em vão.<br />

hoje, o aumento po<strong>de</strong> ser bem maior. A pedido <strong>da</strong> SuperVarejo,<br />

especialistas em direito tributário e em contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> fizeram<br />

uma conta que aju<strong>da</strong> a <strong>de</strong>ixar mais clara a situação.<br />

Imagine-se uma loja (que opera em lucro real) que compra<br />

uma peça <strong>de</strong> boi por R$ 100, <strong>de</strong> um fornecedor também optante<br />

pelo lucro real. Depois <strong>de</strong> manipula<strong>da</strong>, dividi<strong>da</strong>, embala<strong>da</strong>, a<br />

<strong>carne</strong> é vendi<strong>da</strong>, ao todo, por R$ 120. Antes <strong>de</strong> 2009, esse varejista<br />

tomava um crédito <strong>de</strong> R$ 9,25 na compra e tinha um débito<br />

<strong>de</strong> R$ 11,1 na ven<strong>da</strong>. Recolhia R$ 1,85 (a diferença), portanto.<br />

Hoje, ele toma crédito <strong>de</strong> apenas R$ 3,70 (40% <strong>da</strong> alíquota<br />

cheia <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins juntos). Mas continua tendo um débito<br />

BookSV134.indb 36 09/03/12 17:30


Untitled-1 1 08/03/12 19:46


Capa MERCADO<br />

38 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

BookSV134.indb 38 09/03/12 17:30


<strong>de</strong> R$ 11,1, que equivale a 9,25% dos R$<br />

120. Ou seja, recolhe R$ 7,4, que é 400%<br />

a mais que os R$ 1,85 <strong>de</strong> antes.<br />

Essa majoração percentual varia <strong>de</strong><br />

acordo com a margem bruta. Aplicando-<br />

-se uma margem <strong>de</strong> 10%, por exemplo,<br />

o aumento bate em 696%, já que o valor<br />

<strong>de</strong> crédito é sempre fixo. Quanto maior a<br />

margem bruta, menor a diferença entre o<br />

que pagava antes e o que paga agora.<br />

Segundo o presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Associação<br />

Comercial <strong>de</strong> São Paulo (ACSP), Rogério<br />

Amato, medi<strong>da</strong>s que, como essa, visam<br />

estimular apenas uma parte <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia, redun<strong>da</strong>m<br />

em aumento <strong>de</strong> preços ou em diminuição<br />

<strong>de</strong> margem, ferem a lógica <strong>de</strong> “valor<br />

adicionado” <strong>de</strong> tributos como <strong>PIS</strong>, Cofins e<br />

ICMS (que permite a concessão <strong>de</strong> créditos<br />

<strong>de</strong> uma etapa <strong>para</strong> outra <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia) e leva a<br />

distorções na formação <strong>de</strong> preços.<br />

O advogado <strong>da</strong> Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

Atacadistas e Distribuidores <strong>de</strong> Produtos<br />

Industrializados (Abad), Alessandro Dessimoni,<br />

responsável pelo comitê Agen<strong>da</strong><br />

Política <strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>, é outro crítico <strong>da</strong> me-<br />

Simples assim<br />

A mu<strong>da</strong>nça nas regras do jogo <strong>da</strong> cobrança <strong>de</strong> <strong>PIS</strong><br />

e Cofins, pelo governo fe<strong>de</strong>ral, só teve impactos significativos<br />

em empresas que operam pelo lucro real.<br />

Para as optantes do lucro presumido ou Simples<br />

Nacional, praticamente na<strong>da</strong> mudou.<br />

Isso porque apenas no sistema <strong>de</strong> lucro real há<br />

créditos a serem tomados pelo empresário nos<br />

dois impostos. Para quem opera em lucro presumido<br />

ou via Simples, as alíquotas são menores,<br />

mas não há possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a empresa se<br />

creditar sobre o valor que o segmento anterior à<br />

ca<strong>de</strong>ia pagou (fornecedores, no caso).<br />

“Optantes pelo Simples Nacional e por lucro<br />

presumido até po<strong>de</strong>m ter tido vantagens se, por<br />

exemplo, o fornecedor repassou parte <strong>da</strong> <strong>de</strong>soneração<br />

em <strong>de</strong>scontos, pois esse empresário estará<br />

pagando menos, sem ter custos adicionais”,<br />

explica o gerente operacional <strong>da</strong> MG Contécnica,<br />

Marcos Baraldi (foto).<br />

di<strong>da</strong>. Para ele, a política fiscal escorrega<br />

feio quando tira os créditos do varejo e<br />

acaba, indiretamente, pressionando os<br />

preços <strong>de</strong> alimentos essenciais.<br />

Nas diversas vezes em que negociou<br />

com o governo fe<strong>de</strong>ral – <strong>para</strong> esten<strong>de</strong>r a<br />

<strong>de</strong>soneração ao atacado (benefício obtido<br />

no ano passado), a Abad, segundo Dessimoni,<br />

sugeriu <strong>de</strong>soneração <strong>para</strong> to<strong>da</strong> a<br />

ca<strong>de</strong>ia, sem sucesso.<br />

O golpe foi sentido pelo setor, que reagiu<br />

como po<strong>de</strong>. Alguns conseguiram repassar<br />

o prejuízo <strong>para</strong> o preço <strong>da</strong> <strong>carne</strong>,<br />

outros procuraram obter <strong>de</strong>scontos dos<br />

fornecedores <strong>de</strong>sonerados e outro grupo<br />

ain<strong>da</strong> foi obrigado pelas condições<br />

<strong>de</strong> mercado a absorver a maioria do aumento<br />

<strong>de</strong> custo.<br />

“Na prática, essa mu<strong>da</strong>nça encareceu<br />

a <strong>carne</strong>”, avalia o superinten<strong>de</strong>nte do Supermercado<br />

Savegnago, Sebastião Edson<br />

Savegnago, o Chalim. A re<strong>de</strong> com 19 lojas<br />

no interior <strong>de</strong> São Paulo, repassou a<br />

majoração logo que a lei mudou, pois não<br />

obteve nenhum <strong>de</strong>sconto <strong>da</strong> indústria.<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Renove sua frota<br />

Conforto, segurança e<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong> são itens <strong>de</strong><br />

série dos carrinhos<br />

I<strong>de</strong>car. Deixe <strong>de</strong> lado<br />

os conceitos<br />

ultrapassados e<br />

colabore com o meio<br />

ambiente comprando<br />

os novos produtos<br />

sustentáveis.<br />

SAC 0800 551796<br />

MARÇO www.i<strong>de</strong>car.com.br<br />

2012 SUPERVAREJO 39<br />

BookSV134.indb 39 09/03/12 17:31


ARQUIVO<br />

Capa MERCADO<br />

a mu<strong>da</strong>nça encareceu<br />

a <strong>carne</strong> e o setor reagiu como po<strong>de</strong><br />

“Dura lex”<br />

Carne <strong>de</strong> boi - Evolução <strong>da</strong> legislação que <strong>de</strong>sonera a<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s: a primeira lei aprova<strong>da</strong> que modificou a<br />

sistemática <strong>de</strong> cobrança <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins na ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

foi a nº 12.058, <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009, com efeitos a partir<br />

<strong>de</strong> novembro <strong>da</strong>quele ano. Ela <strong>de</strong>terminou a <strong>suspensão</strong> <strong>da</strong><br />

cobrança dos dois tributos <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a ca<strong>de</strong>ia <strong>da</strong> <strong>carne</strong> bovina<br />

até os frigoríficos. Nem atacadistas nem varejistas estavam<br />

incluídos na <strong>de</strong>soneração. Ao contrário, <strong>para</strong> ambos os<br />

segmentos, houve diminuição no crédito a ser tomado <strong>para</strong><br />

apenas 40% <strong>da</strong> alíquota, cheia <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins juntos. O<br />

crédito passou a ser 3,7%, ao invés dos 9,25%.<br />

Suínos e aves: em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2010, o governo sancionou<br />

a lei nº 12.350, que ampliou o mesmo benefício aos produtores<br />

e frigoríficos que produzem e comercializam <strong>carne</strong> suína e<br />

<strong>de</strong> aves. Para atacadistas e varejistas, o corte na alíquota <strong>de</strong><br />

crédito foi ain<strong>da</strong> maior, reduziu-se a alíquota cheia (9,25%)<br />

<strong>para</strong> 1,11% (12% do total).<br />

Atacadistas e distribuidores: <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muita mobilização<br />

do setor, que levou documentos, planilhas e <strong>da</strong>dos ao<br />

governo fe<strong>de</strong>ral e à Câmara dos Deputados, os atacadistas<br />

conseguiram ser <strong>de</strong>sonerados por intermédio <strong>da</strong> lei nº 12.431,<br />

<strong>de</strong> 2011. “O governo enten<strong>de</strong>u que os atacadistas têm o<br />

papel <strong>de</strong> distribuir a <strong>carne</strong>, pois já arcam com os custos<br />

<strong>de</strong>ssa distribuição e logística, e <strong>de</strong>veriam ser <strong>de</strong>sonerados”,<br />

explica o advogado <strong>da</strong> Associação Brasileira <strong>de</strong> Atacadistas<br />

e Distribuidores <strong>de</strong> Produtos Industrializados (Abad),<br />

Alessandro Dessimoni, responsável pelo comitê Agen<strong>da</strong><br />

Política e que falou à reportagem em nome do presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>da</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Carlos Eduardo Saverini.<br />

40 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Segundo Dessimoni, a situação é ain<strong>da</strong> pior com os frangos,<br />

pois o crédito sofreu maior corte e trata-se <strong>de</strong> um alimento mais<br />

acessível e, portanto, popular, que as outras proteínas animais.<br />

A majoração <strong>de</strong> preços, nesse caso, prejudica diretamente o<br />

consumidor <strong>de</strong> menor ren<strong>da</strong>.<br />

Pequenas empresas, gran<strong>de</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

No caso dos menores, a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, obviamente, é maior.<br />

“O segmento <strong>de</strong> supermercados foi extremamente prejudicado<br />

com a mu<strong>da</strong>nça na forma <strong>de</strong> apuração <strong>de</strong> <strong>PIS</strong> e Cofins”, diz o<br />

diretor do supermercado Primavera, Gilberto Wachtler, loja<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte em Santo André.<br />

Ele não conseguiu sequer dividir o prejuízo com o consumidor.<br />

Isso porque, diz ele, a mu<strong>da</strong>nça promoveu uma espécie <strong>de</strong><br />

“concorrência <strong>de</strong>sleal” entre as empresas optantes pelo lucro<br />

real – e prejudica<strong>da</strong>s – e as que operam por lucro presumido<br />

ou Simples Nacional, que não sofreram com a falta <strong>de</strong> créditos,<br />

uma vez que já não tomavam nenhum antes.<br />

Wachtler exemplifica: um açougue <strong>de</strong> bairro, por exemplo,<br />

que ven<strong>da</strong> R$ 300 mil por mês, concorre com o supermercado<br />

que fatura R$ 3 milhões. Ocorre que o açougueiro po<strong>de</strong> optar<br />

pelo Simples Nacional (cujo teto foi aumentado <strong>para</strong> R$ 3,6<br />

milhões ao ano) e, nesse caso, nem vai sentir a diferença entre<br />

o marco regulatório anterior e o atual, além <strong>de</strong> pagar uma alíquota<br />

<strong>de</strong> <strong>PIS</strong>+Cofins na casa dos 4%.<br />

“A lei dá uma vantagem competitiva por regime <strong>de</strong> tributação,<br />

não por eficiência. Se o quilo <strong>da</strong> <strong>carne</strong> na minha loja for<br />

R$ 1 mais caro que o quilo no açougue, já não consigo mais<br />

competir e perco ven<strong>da</strong>s. Conheço muito supermercadista que<br />

está operando no vermelho na ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s por causa disso.<br />

Pequenos ain<strong>da</strong> vão quebrar”, avalia.<br />

ACSP: medi<strong>da</strong>s que estimulam<br />

apenas uma parte <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia redun<strong>da</strong>m em<br />

aumento <strong>de</strong> preços ou diminuição <strong>da</strong> margem<br />

BookSV134.indb 40 09/03/12 17:31<br />

DIVULGAÇÃO<br />

U


Os pequenos, ao contrário dos maiores, explicam, não tem<br />

nem gordura <strong>para</strong> cortar; não conseguem, por exemplo, diminuir<br />

custos ou aumentar a eficiência, pois já trabalham no limite.<br />

Outro complicador, segundo Wachtler, é que o aumento <strong>de</strong> custo<br />

é quase invisível: como não é algo que se perceba na hora <strong>da</strong> compra,<br />

o varejista só vai se <strong>da</strong>r conta <strong>de</strong>le <strong>de</strong>pois que ven<strong>de</strong>, na hora<br />

<strong>de</strong> pagar o DARF, com um valor bem maior do que o <strong>de</strong> costume.<br />

Negociação?<br />

Alguns especialistas ouvidos por SuperVarejo sugeriram que<br />

os supermercadistas <strong>de</strong>veriam ter negociado repasses com os<br />

frigoríficos – ou que po<strong>de</strong>m fazer isso agora – <strong>de</strong> forma a não pressionar<br />

os preços finais nem o próprio ganha-pão. “Se o fornecedor<br />

repassar o <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 9,25% na íntegra, o supermercadista ain<strong>da</strong><br />

po<strong>de</strong> sair ganhando”, diz o consultor tributário e trabalhista <strong>da</strong><br />

Performance Auditoria e Consultoria Empresarial, Luis Aquaroli.<br />

Ocorre que a negociação com os fornecedores não é tão simples<br />

quanto parece, nem quando a lei foi aprova<strong>da</strong>, nem hoje.<br />

1) Se os frigoríficos estavam reivindicando mu<strong>da</strong>nças <strong>para</strong>,<br />

segundo eles, corrigir uma situação <strong>de</strong> “injustiça tributária”,<br />

não faria sentido repassar o benefício integralmente, o que os<br />

<strong>de</strong>ixaria rigorosamente “na mesma”.<br />

se o<br />

<br />

o supermercado ain<strong>da</strong> po<strong>de</strong> sair ganhando<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 41<br />

Untitled 1 1 23/02/2012 16:46:11<br />

BookSV134.indb 41 09/03/12 17:31<br />

DIVULGAÇÃO


DIVULGAÇÃO<br />

Capa MERCADO<br />

se o governo está<br />

<br />

“A negociação até seria um caminho, mas o frigorífico ganhou<br />

um benefício lícito. Nem sempre vai querer transformá-lo<br />

em <strong>de</strong>sconto”, analisa o consultor especializado em varejo e<br />

coor<strong>de</strong>nador dos cursos <strong>de</strong> MBA <strong>da</strong> Insper, Silvio Laban.<br />

Mesmo assim, a Abrafrigo afirma que os varejistas pressionaram<br />

o setor e que os frigoríficos ce<strong>de</strong>ram e conce<strong>de</strong>ram<br />

<strong>de</strong>scontos. “Nós queríamos que o governo isentasse o varejo<br />

também, justamente <strong>para</strong> evitar isso”, conta Salazar.<br />

2) Nem todos os supermercadistas têm condições <strong>de</strong> negociar<br />

<strong>de</strong> igual <strong>para</strong> igual com fornecedores.<br />

A Coop, por exemplo, re<strong>de</strong> <strong>de</strong> 23 lojas no ABC paulista, não<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma empresa pequena. Mesmo assim,<br />

teve dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s no começo, quando iniciou negociações com<br />

os fornecedores <strong>para</strong> obter algum repasse do benefício. “Depois<br />

<strong>de</strong> um início conturbado, chegou-se a um consenso e os dois<br />

lados (varejo e frigoríficos) foram beneficiados”, conta o gerenciador<br />

<strong>de</strong> produtos <strong>da</strong> seção <strong>de</strong> perecíveis, Oduvaldo Tozei.<br />

“A mu<strong>da</strong>nça foi feita <strong>para</strong> estimular os produtores, <strong>da</strong>r pari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em relação àqueles que exportam. O frigorífico até po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r<br />

42 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

<strong>de</strong>sconto, mas não é condição, nem objetivo”, avalia Dessimoni,<br />

<strong>da</strong> Abad. Para outro grupo, não houve esse repasse <strong>de</strong> benefício,<br />

mas <strong>de</strong>veria ter havido. E ao varejo, por sua vez, caberia – e ain<strong>da</strong><br />

cabe – cobrar o fornecedor e, ao mesmo tempo, <strong>da</strong>r um <strong>de</strong>sconto<br />

ao consumidor final <strong>para</strong> beneficiá-lo com a que<strong>da</strong> <strong>de</strong> preços.<br />

Outras re<strong>de</strong>s conseguiram algum <strong>de</strong>sconto no preço <strong>de</strong> compra,<br />

minimizando as per<strong>da</strong>s com o tributo? É muito provável<br />

que sim. Mas não é possível generalizar, nem imaginar que<br />

tenha sido a maioria. Pelo contrário. Daquelas ouvi<strong>da</strong>s pela<br />

reportagem, apenas uma foi bem-sucedi<strong>da</strong> nesse quesito.<br />

A re<strong>de</strong> Savegnago não teve a mesma sorte que a Coop. “Não<br />

houve nenhum <strong>de</strong>sconto. Os fornecedores alegaram, na época,<br />

que manteriam o preço em vez <strong>de</strong> aumentar, como queriam, e<br />

que isso seria a compensação pelo nosso prejuízo”, conta Chalim.<br />

Negociar ou não, no entanto, é uma solução paliativa, que<br />

<strong>de</strong>sloca a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> o colo dos varejistas e <strong>da</strong> indústria,<br />

opondo quem <strong>de</strong>veria se unir. “Antes a distorção nos prejudicava.<br />

Agora, inverteu <strong>de</strong> lado e está prejudicando o varejo.<br />

Temos <strong>de</strong> lutar juntos <strong>para</strong> conseguir corrigi-la integralmente”,<br />

diz Salazar, <strong>da</strong> Abrafrigo.<br />

A única medi<strong>da</strong> efetiva, nesse caso, dizem os especialistas,<br />

seria o governo conce<strong>de</strong>r esse tipo <strong>de</strong> incentivos a to<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia<br />

produtiva. Ou a ninguém. “Dar uma <strong>suspensão</strong> <strong>de</strong>sse tipo a<br />

apenas uma parte <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia, seja o começo (indústria) ou o final<br />

(varejo) é como não <strong>da</strong>r na<strong>da</strong>, pois uma <strong>da</strong>s partes ficará<br />

sobrecarrega<strong>da</strong> ou repassará essa sobrecarga ao consumidor<br />

final. Se o governo está disposto a isentar, tem que ser <strong>para</strong> a<br />

ca<strong>de</strong>ia inteira”, explica a sócia responsável pela área tributária<br />

do escritório TozziniFreire, Ana Claudia Utumi.<br />

Para Omar Ahmad Assaf, diretor do Supermercado Central,<br />

em São Vicente, além do aumento do custo, há outros vieses a<br />

serem consi<strong>de</strong>rados: o <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>de</strong> apenas um setor pagar<br />

por todos e a mu<strong>da</strong>nça constante <strong>da</strong> legislação tributária, que<br />

dificulta a vi<strong>da</strong> dos administradores. “Você faz um planejamento<br />

contando com <strong>de</strong>terminado cenário e, <strong>de</strong> repente, tudo<br />

mu<strong>da</strong>”, afirma.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

Abad: (11) 3056-7500<br />

Abrafrigo: (41) 3021-3221<br />

Assessoria Contábil Águia <strong>de</strong> Haia: (11) 2618-5811<br />

Associação Comercial <strong>de</strong> São Paulo: (11) 3244-3737<br />

Coop: 0800 772 2667<br />

Demarest e Almei<strong>da</strong>: (11) 3356-1800<br />

Insper: (11) 4504-2400<br />

MG Contécnica: (11) 2575-1800<br />

Performance Auditoria e Consultoria Empresarial: (11) 2539-0632<br />

Supermercado Central: (13) 3278-6500<br />

Supermercado Primavera: (11) 4477-2020<br />

Supermercado Savegnago: 0800 166 680<br />

Sindicato do Comércio Varejista <strong>da</strong> Carne: (11) 3231-3113<br />

TozziniFreire: (11) 5086-5000<br />

BookSV134.indb 42 09/03/12 17:31


Untitled-1 1 08/03/12 19:48


Espaço Jurídico<br />

Roberto Borges<br />

Graduado em Direito e em Administração<br />

e pós-graduado em Direito Empresarial,<br />

é gerente jurídico <strong>da</strong> Associação Paulista<br />

<strong>de</strong> Supermercados<br />

44 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Trabalho à distância <strong>de</strong>ve<br />

ser tratado com cautela<br />

De acordo com a recente promulgação <strong>da</strong> Lei<br />

Fe<strong>de</strong>ral nº 12.511/2011, que altera o artigo 6º<br />

e acrescenta o parágrafo único <strong>da</strong> CLT, extingue-se<br />

a distinção entre o trabalho presencial,<br />

realizado no estabelecimento do empregador,<br />

e o trabalho à distância, executado no domicílio<br />

do empregado. Assim, conforme o enunciado<br />

<strong>da</strong> referi<strong>da</strong> lei, seu objetivo é o <strong>de</strong> equi<strong>para</strong>r<br />

os efeitos jurídicos <strong>da</strong> subordinação exerci<strong>da</strong><br />

por meios telemáticos e informatizados à exerci<strong>da</strong><br />

por meios pessoais e diretos.<br />

Entretanto, esta alteração obrigará que o Tribunal<br />

Superior do Trabalho reveja a sua jurisprudência<br />

relativa a este assunto, posto que<br />

vários julgados <strong>de</strong>ssa Corte não reconhecem<br />

o uso <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> intercomunicação (telefone<br />

celular ou pager) como capazes <strong>de</strong> con-<br />

<br />

culminaram com o entendimento trazido na<br />

Súmula 428, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2011, consistente<br />

no fato <strong>de</strong> que a utilização <strong>de</strong> aparelho<br />

<strong>de</strong> comunicação pelo empregado, por si só,<br />

não caracteriza o regime <strong>de</strong> sobreaviso, uma<br />

vez que o empregado não permanece em sua<br />

residência aguar<strong>da</strong>ndo, a qualquer momento,<br />

convocação do empregador <strong>para</strong> o serviço.<br />

Esse tipo <strong>de</strong> comunicação permite ao empregado<br />

a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar-se normalmente <strong>para</strong><br />

outras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pessoais até que seja acionado.<br />

Tem-se, portanto, que a alteração ao artigo<br />

6º <strong>da</strong> CLT, trazi<strong>da</strong> pela referi<strong>da</strong> Lei Fe<strong>de</strong>ral, que<br />

equi<strong>para</strong> os efeitos jurídicos <strong>da</strong> subordinação<br />

exerci<strong>da</strong> por meios telemáticos e informatizados<br />

à exerci<strong>da</strong> por meios pessoas e diretos <strong>de</strong><br />

comando, não <strong>de</strong>ve ser interpreta<strong>da</strong> no sentido<br />

<strong>de</strong> que, pelo fato <strong>de</strong> o empregado estar utilizando<br />

o telefone celular em contato com a empresa<br />

ou o computador, caracterize a disposição do<br />

tempo do empregado ao empregador.<br />

Desta forma, levando em consi<strong>de</strong>ração a<br />

inovação trazi<strong>da</strong> ao or<strong>de</strong>namento jurídico<br />

trabalhista, por cautela, a recomen<strong>da</strong>ção é<br />

<strong>de</strong> que os contratos <strong>de</strong> trabalho traduzam<br />

ca<strong>da</strong> vez mais e <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente as condições<br />

do serviço a ser prestado e a sua forma<br />

<strong>de</strong> remuneração, enquanto se aguar<strong>da</strong> pela<br />

construção jurispru<strong>de</strong>ncial <strong>da</strong> matéria e a<br />

sua conversão em Súmula.<br />

Todo novo caso inaugura uma forma <strong>de</strong><br />

pensar e os entedimentos serão jurispru<strong>de</strong>nciais,<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a leitura pura <strong>da</strong> lei.<br />

Assim, até que haja tal posicionamento, sugere-se<br />

que o fornecimento e a utilização <strong>de</strong> celulares<br />

e outros equipamentos <strong>de</strong> comunicação<br />

móvel, assim como <strong>de</strong> e-mails corporativos, sejam<br />

feitos conforme a efetiva necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> e, na<br />

medi<strong>da</strong> do possível, no horário <strong>de</strong> expediente<br />

<strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>sobrigando o empregado quanto<br />

à sua utilização fora do expediente.<br />

“Art. 6º - Não se distingue entre o trabalho<br />

realizado no estabelecimento do empregador, o<br />

executado no domicílio do empregado e o realizado<br />

à distância, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estejam caracterizados<br />

os pressupostos <strong>da</strong> relação <strong>de</strong> emprego.<br />

Parágrafo único. Os meios telemáticos<br />

e informatizados <strong>de</strong> comando, controle e<br />

<br />

bordinação jurídica, aos meios pessoais e<br />

diretos <strong>de</strong> comando, controle e supervisão<br />

do trabalho alheio.”<br />

BookSV134.indb 44 09/03/12 17:31


Untitled-1 1 08/03/12 19:47


ARQUIVO<br />

Gestão<br />

46 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

COMERCIAL<br />

DO PREÇO<br />

À QUALIDADE<br />

Ao mesmo tempo em que ampliam as ofertas <strong>de</strong> itens <strong>de</strong><br />

Marca Própria, supermercadistas apostam na quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> conquistar os consumidores e firmar esses produtos,<br />

capazes <strong>de</strong> prover margens melhores e fi<strong>de</strong>lização<br />

[ Por Roberta Fila revista@supervarejo.com.br ]<br />

BookSV134.indb 46 09/03/12 17:31


Nos últimos anos elas se proliferaram<br />

nas gôndolas, ocupando<br />

espaços ca<strong>da</strong> vez mais nobres<br />

e se beneficiando <strong>de</strong> um panorama<br />

econômico que favorece o<br />

consumo. E a mu<strong>da</strong>nça não foi apenas na<br />

frente <strong>de</strong> loja. As marcas próprias passaram<br />

por transformações significativas em<br />

seus conceitos. O foco em preço aos poucos<br />

<strong>de</strong>u lugar às preocupações com quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e hoje as marcas <strong>de</strong> alguns varejistas<br />

têm como objetivo disputar a preferência<br />

do consumidor em pé <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> com<br />

as lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado.<br />

Com isso, além <strong>da</strong> promessa <strong>de</strong> melhorar<br />

as margens e aumentar o po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> barganha do varejista, as marcas<br />

próprias começam a se firmar como um<br />

elemento <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização, fazendo com que<br />

os consumidores tenham <strong>de</strong> frequentar<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>para</strong> obter o produto<br />

<strong>da</strong> marca do varejista. “A marca própria<br />

é um recurso <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização na medi<strong>da</strong> em<br />

que apoia o posicionamento <strong>da</strong> ban<strong>de</strong>ira.<br />

Se o varejista é mais focado em preços<br />

baixos, ele vai investir em produtos mais<br />

básicos com valor diferenciado”, afirma a<br />

gerente <strong>de</strong> atendimento ao varejo <strong>da</strong> Niel-<br />

sen, Lenita Vargas Mattar. Assim, <strong>para</strong><br />

trabalhar bem a marca própria, o supermercadista<br />

vai ter a solução a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> ao<br />

público que a loja atrai.<br />

O volume <strong>de</strong> categorias também está<br />

em expansão. Segundo levantamento<br />

<strong>da</strong> Nielsen, nos últimos quatro anos o<br />

número <strong>de</strong> itens aumentou mais <strong>de</strong> 50%<br />

nas três principais re<strong>de</strong>s supermercadistas.<br />

“Os produtos <strong>de</strong> marca própria<br />

estão se expandindo <strong>para</strong> várias categorias,<br />

com embalagens mais atraentes<br />

e itens com mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Isso gera<br />

ca<strong>da</strong> vez mais experimentação e, ao se<br />

<strong>de</strong><strong>para</strong>r com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e preço diferenciado,<br />

o consumidor volta a adquirir o<br />

produto”, afirma a consultora <strong>de</strong> varejo,<br />

Stella Maris Beluzzi.<br />

Os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Kantar WorldPanel reforçam<br />

a tendência. De acordo com<br />

pesquisa <strong>da</strong> empresa, em 2010, 47% dos<br />

entrevistados nunca tinham comprado<br />

nenhum produto <strong>de</strong> marca própria,<br />

número que caiu <strong>para</strong> 35% em 2011. A<br />

pesquisa indica que em 12 meses mais<br />

<strong>de</strong> 5 milhões <strong>de</strong> domicílios compraram<br />

pela primeira vez esse tipo <strong>de</strong> produto.<br />

Em cerca <strong>de</strong> 83% dos lares na Gran<strong>de</strong><br />

São Paulo existe um produto <strong>de</strong> marca<br />

própria. Já no interior do Estado o percentual<br />

é <strong>de</strong> 70%.<br />

“O consumidor está racionalizando<br />

seus gastos e po<strong>de</strong>, por exemplo, escolher<br />

um preço médio em categorias<br />

mais básicas, prezando pela quali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

o que é positivo <strong>para</strong> as marcas próprias”,<br />

afirma Lenita, <strong>da</strong> Nielsen. Para<br />

a presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Marcas Próprias (ABMAPRO), Nei<strong>de</strong><br />

Montesano, a economia, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

15%, proporciona<strong>da</strong> pelas marcas próprias,<br />

também possibilita que <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />

classes possam comprar outros<br />

produtos antes inacessíveis.<br />

Apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> terem o apelo do preço,<br />

as marcas próprias caminham ca<strong>da</strong> vez<br />

mais <strong>para</strong> a sofisticação e a diferença <strong>de</strong><br />

valores frente aos produtos <strong>da</strong>s fabricantes<br />

diminuem ao mesmo tempo em que<br />

cresce a preocupação com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

“Essa nova fase, a que chamamos <strong>de</strong> quarta<br />

geração <strong>da</strong>s marcas próprias, começou<br />

há seis anos na Europa e ganhou força no<br />

Brasil nos últimos três anos. Nessa geração,<br />

o projeto não é mais focado em preço,<br />

mas sim em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>”, <strong>de</strong>staca Nei<strong>de</strong>.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 47<br />

BookSV134.indb 47 09/03/12 17:31


Gestão COMERCIAL<br />

Controle <strong>da</strong> produção à gôndola<br />

Os fabricantes, que produzem os itens<br />

que levarão a marca do varejista, são impactados<br />

por essa questão. Atuando no segmento<br />

<strong>de</strong> marcas próprias há mais <strong>de</strong> 30<br />

anos, no exterior - e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005 no Brasil,<br />

o Grupo Cecab, ao qual pertence a Daucy,<br />

fabricante <strong>de</strong> vegetais congelados e enlatados,<br />

conta com uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s fabris pre<strong>para</strong><strong>da</strong>s<br />

e certifica<strong>da</strong>s por órgãos internacionais <strong>para</strong><br />

controle e garantia <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

De acordo com a empresa, o cui<strong>da</strong>do<br />

com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> permeia to<strong>da</strong> a relação<br />

com o supermercadista. A primeira etapa<br />

envolve a homologação <strong>da</strong> fábrica, com a<br />

verificação dos requisitos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> (certificados, método <strong>de</strong> produção<br />

e <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, entre outros). Todo<br />

este processo é feito por auditoria interna<br />

Quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sofisticação <strong>da</strong>s<br />

marcas próprias cana<strong>de</strong>nses<br />

Supermercados cana<strong>de</strong>nses investem na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suas marcas<br />

próprias e lançam produtos que aliam sofisticação, inovação e sabor<br />

[ Por Cristiane Hirata revista@supervarejo.com.br ]<br />

Quando cheguei ao Canadá, há pouco<br />

mais <strong>de</strong> três anos, <strong>para</strong> morar em Montreal,<br />

na província <strong>de</strong> Quebec, uma <strong>da</strong>s<br />

primeiras coisas que fiz assim que mu<strong>de</strong>i<br />

<strong>para</strong> meu apartamento foi fazer compras<br />

em um supermercado. Ao passear pelas<br />

gôndolas, me surpreendi com a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

astronômica <strong>de</strong> marcas próprias<br />

disputando espaço nas prateleiras com o<br />

que eles chamam por aqui <strong>de</strong> marcas nacionais,<br />

como Kraft, Nestlé, Danone etc.<br />

Sabia que no Brasil esse mercado também<br />

era bastante promissor e ca<strong>da</strong> vez<br />

mais os supermercados investiam em sua<br />

própria marca por conta <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que ela oferecia. No entanto, o varejo brasileiro<br />

ain<strong>da</strong> esbarrava em um estigma<br />

difícil <strong>de</strong> ser superado: marca própria era<br />

sinônimo <strong>de</strong> preço baixo e, consequentemente,<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> duvidosa.<br />

Foi, portanto, com <strong>de</strong>sconfiança que<br />

olhei <strong>para</strong> aquelas prateleiras abarrota<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> marcas próprias ou <strong>de</strong> “marque<br />

48 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

<strong>de</strong> distributeur”, “marque privée” ou<br />

“marque maison”, como são conheci<strong>da</strong>s<br />

no Quebec, e <strong>de</strong>cidi mesmo assim experimentar<br />

pela primeira vez uma marca<br />

própria <strong>de</strong> outro país.<br />

Confesso que não somente achei interessante<br />

o custo-benefício como gostei<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e sabor do produto. Minha<br />

percepção como consumidora, mesmo<br />

vivendo em outro contexto cultural, não<br />

difere muito <strong>da</strong>queles que aqui nasceram.<br />

Atualmente, muitos clientes consi<strong>de</strong>ram<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s marcas próprias<br />

melhor do que os produtos <strong>de</strong> grifes<br />

tradicionais, constata a professora <strong>da</strong><br />

facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> administração e gestão <strong>de</strong><br />

negócios <strong>da</strong> HEC <strong>de</strong> Montreal, Joanne<br />

Labrecque, especialista na área <strong>de</strong> varejo<br />

e <strong>de</strong> distribuição alimentar (foto).<br />

“Hoje, o cliente que vai ao supermercado<br />

e compra um produto marca<br />

própria está em busca não somente <strong>de</strong><br />

preço, mas principalmente <strong>de</strong> quali<strong>da</strong>-<br />

auditorias externas<br />

<strong>para</strong> monitorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos<br />

<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sign <strong>da</strong> embalagem, sabor e inovação”,<br />

explica.<br />

A questão do preço ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong>terminante<br />

na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra dos consumidores<br />

cana<strong>de</strong>nses, especialmente em<br />

tempos <strong>de</strong> crise econômica.<br />

Contudo, Joanne Labrecque afirma<br />

que foi a partir <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 que a<br />

associação <strong>de</strong> marca própria com baixa<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> começou a mu<strong>da</strong>r.<br />

Prova disso é que os supermercados<br />

cana<strong>de</strong>nses ven<strong>de</strong>m dois tipos diferentes<br />

<strong>de</strong> marca própria. O primeiro, chamado<br />

<strong>de</strong> “bas prix”, ou baixo preço, é direcionado<br />

principalmente aos “chasseurs<br />

d´aubaine, ou seja, aos clientes caçadores<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto. São produtos <strong>de</strong> base cuja<br />

vantagem está na economia <strong>de</strong> 20% a<br />

30% em relação às marcas tradicionais.<br />

Já a segun<strong>da</strong> categoria, chama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

“exclusive”, se refere aos produtos <strong>de</strong> melhor<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> com maior valor agregado,<br />

mas cuja diferença <strong>de</strong> preço é <strong>de</strong> apenas<br />

BookSV134.indb 48 09/03/12 17:31<br />

DIVULGAÇÃO


do varejista ou empresa contrata<strong>da</strong>, como<br />

SGS e Bureau Veritas. Segundo a Daucy,<br />

são <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s fichas técnicas dos produtos e<br />

embalagens, segundo critérios do varejista.<br />

A empresa <strong>de</strong>staca que, periodicamente,<br />

também é feita a análise pontual dos produtos,<br />

por parte do supermercadista, além<br />

<strong>da</strong>s auditorias permanentes, com visitas<br />

técnicas, em média, duas vezes ao ano.<br />

A fabricante, que há três anos produzia<br />

oito SKUs <strong>para</strong> os supermercadistas, hoje<br />

já contabiliza 20 itens, e o segmento respon<strong>de</strong><br />

por 25% dos negócios <strong>da</strong> empresa.<br />

A Salute, fornecedora <strong>de</strong> leite e iogurtes,<br />

também viu o volume <strong>de</strong> SKUs saltar <strong>de</strong> 19<br />

<strong>para</strong> 28 nos últimos três anos. Atuando há<br />

11 anos no segmento <strong>de</strong> marcas próprias,<br />

a empresa afirma que entre os principais<br />

<strong>de</strong>safios estão o atendimento às exigên-<br />

DIVULGAÇÃO<br />

cias <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a garantia <strong>da</strong> pontuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

no atendimento. “Há contato<br />

direto frequente, auditorias <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

análises laboratoriais externas”, explica o<br />

diretor-geral, El<strong>de</strong>r Marcelo Duarte.<br />

O executivo afirma que a participação<br />

<strong>da</strong>s marcas próprias no varejo tem crescido<br />

a ca<strong>da</strong> ano, principalmente <strong>de</strong>pois que<br />

os varejistas passaram a <strong>da</strong>r mais importância<br />

à quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. “Fabricar marcas próprias<br />

teve um impacto direto na garantia<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos produtos <strong>de</strong> nossa marca<br />

também”, diz Duarte, comentando que a<br />

marca própria já respon<strong>de</strong> por 20% dos<br />

negócios <strong>da</strong> companhia.<br />

Des<strong>de</strong> que iniciou a comercialização <strong>de</strong><br />

produtos <strong>de</strong> marca própria, há 15 anos, a<br />

Coop <strong>de</strong>dica atenção especial à quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Para acompanhar o trabalho dos fabrican-<br />

10% a 15%, com<strong>para</strong>tivamente às marcas<br />

famosas. Eles aten<strong>de</strong>m a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma clientela em busca <strong>de</strong> pratos e produtos<br />

mais sofisticados. “No Quebec, o<br />

segmento <strong>de</strong> marcas próprias representa<br />

18% do mercado. Em todo o Canadá, esse<br />

percentual está entre 20% e 25%. Embora<br />

os quebequenses sejam mais apegados às<br />

marcas tradicionais em relação ao resto<br />

do país, ain<strong>da</strong> assim é um segmento que<br />

tem um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> crescimento”,<br />

afirma Labrecque.<br />

Concentração <strong>de</strong> mercado<br />

Ao contrário do Brasil, on<strong>de</strong> há lojas<br />

<strong>de</strong> diferentes formatos, mercadinhos<br />

e supermercados cuja administração<br />

ain<strong>da</strong> é familiar, no Canadá predomina<br />

a concentração <strong>de</strong> mercado. Por aqui,<br />

três gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s dominam o setor:<br />

Loblaw-Provigo, Metro e Sobeys-IGA.<br />

O primeiro, <strong>de</strong>tém as marcas próprias<br />

“Le Choix du Prési<strong>de</strong>nt - com produtos<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> superior, como pratos congelados<br />

<strong>de</strong> receitas refina<strong>da</strong>s -, e “Sans<br />

Nom”, com produtos <strong>de</strong> base. A exemplo<br />

<strong>de</strong> Loblaw-Provigo, os supermercados<br />

Metro e Sobeys-IGA possuem também<br />

duas marcas próprias ca<strong>da</strong> uma, to<strong>da</strong>s<br />

sob este mesmo conceito <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

superior ou produto <strong>de</strong> base. “A marca<br />

“Sans Nom” chega a ter uma diferença<br />

<strong>de</strong> preço <strong>de</strong> até 25% em relação às marcas<br />

tradicionais, enquanto com a “Le<br />

tes <strong>de</strong> suas linhas, a cooperativa conta com<br />

o apoio <strong>de</strong> auditorias externas, que realizam<br />

avaliações semestrais, no caso <strong>de</strong> alimentos,<br />

e anuais <strong>para</strong> não alimentos. “Sempre que<br />

possível, visitamos pessoalmente o fornecedor,<br />

mas, <strong>para</strong> os processos <strong>de</strong> apuração<br />

<strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, verificação <strong>de</strong> processos <strong>de</strong><br />

manipulação e fabricação, utilizamos o expertise<br />

<strong>de</strong> empresas especializa<strong>da</strong>s”, explica<br />

a gerenciadora <strong>de</strong> marcas próprias exclusivas,<br />

Daniela Batista Marchiolli. Segundo<br />

ela, os fornecedores são bem pre<strong>para</strong>dos e,<br />

<strong>para</strong> eles, as auditorias, muitas vezes, atuam<br />

como consultorias, permitindo <strong>de</strong>tectar<br />

pontos <strong>de</strong> melhoria nos processos.<br />

Com mais <strong>de</strong> 150 fornecedores, a re<strong>de</strong> é<br />

criteriosa no processo <strong>de</strong> escolha dos fabricantes.<br />

“Ca<strong>da</strong> vez mais é necessário ser<br />

cauteloso e, por vezes, solicitamos docu-<br />

Choix du Prési<strong>de</strong>nt esse percentual fica<br />

entre 5% e 15%”, explica Labrecque.<br />

A re<strong>de</strong> Metro é dona <strong>da</strong>s marcas “Irresistibles”<br />

e “Selection” - esta com mais<br />

<strong>de</strong> dois mil produtos a um custo menor<br />

em relação às marcas conheci<strong>da</strong>s. Já Sobeys-IGA<br />

é <strong>de</strong>tentora <strong>da</strong> marca” Compliments”<br />

e “Compliments Économique”.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> escolha do<br />

cliente, uma marca própria, seja ela <strong>de</strong><br />

base ou mais requinta<strong>da</strong>, oferece três<br />

gran<strong>de</strong>s vantagens <strong>para</strong> o supermercadista,<br />

acredita Labrecque: “melhor<br />

rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, fi<strong>de</strong>lização dos clientes<br />

e maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação com a indústria”.<br />

No caso do Canadá e especialmente<br />

no Quebec, o número crescente<br />

<strong>de</strong> imigrantes abre um novo nicho <strong>de</strong><br />

mercado que não <strong>de</strong>ve ser negligenciado<br />

pelos supermercadistas quando o<br />

assunto é fi<strong>de</strong>lização: oferecer marcas<br />

próprias <strong>de</strong> produtos e pratos étnicos.<br />

Outro aspecto importante a se consi<strong>de</strong>rar,<br />

particularmente entre os consumidores<br />

quebequenses que são bastante<br />

sensíveis à questão ambiental, diz respeito<br />

à embalagem e apresentação dos<br />

produtos <strong>de</strong> marca própria.<br />

De acordo com uma pesquisa <strong>da</strong> Nielsen,<br />

81% dos participantes disseram que<br />

na hora <strong>de</strong> escolher uma marca própria,<br />

eles levam em consi<strong>de</strong>ração o fato <strong>de</strong> que<br />

a embalagem é reciclável, fácil <strong>de</strong> utilizar,<br />

conservar e transportar.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 49<br />

BookSV134.indb 49 09/03/12 17:31


Gestão COMERCIAL<br />

mentos adicionais. Também temos cui<strong>da</strong>do<br />

<strong>para</strong> não selecionar empresas que tenham<br />

débitos com órgãos do governo, que utilizem<br />

trabalho infantil etc”, explica Daniela.<br />

Para ela, os clientes também estão mais<br />

atentos. “Muitas vezes, o consumidor<br />

olha o rótulo <strong>para</strong> verificar quem fabrica<br />

a mercadoria e também busca outras informações”,<br />

diz.<br />

Atualmente, a re<strong>de</strong> possui mais <strong>de</strong> 490<br />

itens com a marca Coop Plus, que contempla<br />

as diversas categorias do varejo, como<br />

alimentos, perecíveis, bazar e pet; mais <strong>de</strong><br />

160 com a marca Delícias, <strong>da</strong> Coop, que são<br />

produtos <strong>de</strong> pa<strong>da</strong>ria e doçaria <strong>de</strong> fabricação<br />

própria; e mais <strong>de</strong> 400 produtos importados<br />

e exclusivos entre eles vinhos, azeites, massas<br />

e vegetais congelados. “A marca própria<br />

é importante <strong>para</strong> o nosso negócio e representa<br />

<strong>de</strong> 4% a 6% do faturamento. Estamos<br />

prospectando novos <strong>de</strong>safios nesse segmento,<br />

ain<strong>da</strong> <strong>para</strong> 2012”, afirma Daniela.<br />

Para apoiar as companhias na busca por<br />

mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, a ABMAPRO criou um<br />

A voz do consumidor<br />

Com mais <strong>de</strong>staque nas classes AB, as marcas próprias também conquistam a<strong>de</strong>ptos<br />

nas cama<strong>da</strong>s C e D. De acordo com o estudo <strong>da</strong> Nielsen, apesar <strong>de</strong> a classe AB representar<br />

20% do total <strong>de</strong> entrevistados, ela é responsável por 37% dos gastos com<br />

marca própria. A cama<strong>da</strong> C, 43% do universo pesquisado, respon<strong>de</strong> por 43% dos<br />

gastos com marcas próprias. Já a classe DE, que representa 37% do total <strong>de</strong> consumidores<br />

consultados, movimenta 19% dos gastos com produtos dos supermercadistas.<br />

A SuperVarejo conversou com consumidores <strong>da</strong>s classes B, C e D <strong>para</strong> saber como<br />

eles encaram a marca própria. Para a dona <strong>de</strong> casa Maria Eliete dos Santos, os produtos<br />

com a marca dos supermercadistas são bons e apresentam preço muito atraente, fator<br />

importante <strong>para</strong> a família com orçamento bem restrito. “Compro sabão em pó, produto<br />

<strong>de</strong> limpeza, biscoito. Aos poucos fui experimentando e hoje compro o que tiver com a<br />

marca do supermercado”, diz.<br />

As marcas próprias ain<strong>da</strong> têm um espaço limitado na cesta <strong>de</strong> compras do comerciante<br />

Armindo Rodrigues. Fiel a muitas <strong>da</strong>s marcas lí<strong>de</strong>res, ele afirma que prefere buscar<br />

promoções dos fabricantes mais conceituados. “Recorro às marcas próprias, na maioria<br />

<strong>da</strong>s vezes, em categorias <strong>de</strong> limpeza e por causa do preço mais baixo”, diz. Assim,<br />

itens como água sanitária, esponja e <strong>de</strong>sinfetante levam a marca do supermercado.<br />

“Experimentei esses produtos e gostei, mas têm outros em que não abro mão dos<br />

fornecedores com os quais estou acostumado”, <strong>de</strong>staca.<br />

A dona <strong>de</strong> casa Claudia Pimentel também dá preferência às marcas mais tradicionais,<br />

por achar que as dos varejistas ain<strong>da</strong> não inspiram muita confiança. “Já comprei, mas<br />

hoje evito, pois tive experiências negativas. Apesar <strong>de</strong> elas terem o custo menor, às<br />

vezes não compensa por conta <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>”, afirma. Quando diz respeito aos produtos<br />

<strong>de</strong> fabricação própria, como os <strong>de</strong> pa<strong>da</strong>ria, a consumidora é mais aberta e, por vezes,<br />

opta por eles no lugar dos <strong>de</strong> outras marcas.<br />

50 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

selo, que aju<strong>da</strong> a i<strong>de</strong>ntificar os fabricantes<br />

que seguem os quesitos <strong>de</strong> excelência<br />

exigidos. “Os fornecedores que possuem<br />

essa certificação apresentam os níveis <strong>de</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> necessários”, diz Nei<strong>de</strong>.<br />

Fornecedores menores<br />

ganham <strong>de</strong>staque<br />

A presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> ABMAPRO explica que,<br />

no Brasil, os fabricantes <strong>de</strong> marcas próprias<br />

são, em sua maioria, empresas <strong>de</strong> pequeno<br />

e médio portes. “Às vezes essas companhias<br />

têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em entrar no varejo com<br />

suas marcas, por isso a produção <strong>para</strong> o<br />

supermercadista é uma porta <strong>de</strong> entra<strong>da</strong>”,<br />

explica. “Existe resistência <strong>da</strong>s marcas lí<strong>de</strong>res<br />

e as empresas menores percebem que<br />

se elas não fizerem, outras assumirão esse<br />

papel”, afirma o presi<strong>de</strong>nte do conselho do<br />

PROVAR/FIA – Programa <strong>de</strong> Administração<br />

<strong>de</strong> Varejo <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Instituto <strong>de</strong><br />

Administração, Claudio Felisoni.<br />

As empresas <strong>de</strong> menor porte, muitas<br />

vezes, também são mais ágeis e flexíveis<br />

<strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s do varejo. “Por<br />

sermos uma empresa pequena e dinâmica<br />

conseguimos nos a<strong>da</strong>ptar a diversas marcas<br />

e volumes. Conseguimos nos a<strong>de</strong>quar<br />

com facili<strong>da</strong><strong>de</strong> a novos produtos, linhas<br />

e clientes”, diz o gerente comercial <strong>da</strong><br />

Trisanti, Gustavo Alfonso, fabricante <strong>de</strong><br />

produtos como fermento, temperos em pó<br />

e refrescos em pó.<br />

As marcas próprias já representam, aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

60% dos negócios <strong>da</strong> companhia<br />

e a expectativa é que o crescimento<br />

com esse mercado fique entre 10% e 15%.<br />

O contato direto do supermercadista<br />

com o consumidor também permite <strong>de</strong>tectar<br />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s reprimi<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>senvolver<br />

produtos rapi<strong>da</strong>mente <strong>para</strong> atendê-las. “O<br />

estreitamento do relacionamento comercial<br />

com o varejista facilita o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novos produtos e, principalmente, o ganho<br />

<strong>de</strong> escala”, diz Duarte, <strong>da</strong> Salute.<br />

Estreitando laços<br />

Na visão <strong>de</strong> Nei<strong>de</strong>, <strong>da</strong> ABMAPRO, o re-<br />

próximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o varejo é a<br />

próxima etapa <strong>para</strong> evolução <strong>da</strong>s marcas próprias<br />

BookSV134.indb 50 09/03/12 17:31<br />

DIVULGAÇÃO


Linha do tempo<br />

1ª Geração: Déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 - surgem as primeiras marcas próprias no Brasil, tendo<br />

como principal apelo o preço competitivo. As embalagens são mais simples, apenas<br />

com a i<strong>de</strong>ntificação do produto.<br />

2ª Geração: Déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 - alguns varejistas colocam sua marca, enquanto outros<br />

criam marcas exclusivas. O foco ain<strong>da</strong> é o preço.<br />

3ª Geração: Final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90 - produtos são reprojetados, passando a refletir<br />

a preocupação com a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Varejistas começam a <strong>da</strong>r mais atenção às embalagens,<br />

por perceberem que elas atraem os consumidores.<br />

4ª Geração: Meados <strong>de</strong> 2009 - o foco é na quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. A regra é inovar em embalagem<br />

e funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

FONTE: ABMAPRO<br />

forço <strong>da</strong> parceria entre varejo e indústria é a<br />

próxima etapa no processo <strong>de</strong> evolução <strong>da</strong>s<br />

marcas próprias. “Até agora o fornecedor<br />

investe quase sozinho na produção, mas,<br />

na medi<strong>da</strong> em que a marca evolui, o varejo<br />

vai perceber que também precisa fazer mais<br />

aportes financeiros no projeto”, acredita.<br />

Segundo a especialista, ain<strong>da</strong> há fabricantes<br />

que resistem a entrar no segmento<br />

em função <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> investir,<br />

muitas vezes, sozinho. “A quinta geração<br />

<strong>de</strong> marcas próprias <strong>de</strong>ve ser marca<strong>da</strong> por<br />

uma nova forma <strong>de</strong> parceria entre os envolvidos<br />

e pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> itens<br />

ca<strong>da</strong> vez mais inovadores”, conclui.<br />

O avanço <strong>de</strong>sse mercado também passa<br />

pelo maior empenho dos varejistas<br />

em promover a marca própria <strong>de</strong>ntro do<br />

ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, já que o investimento em<br />

marketing é pequeno. “Eles <strong>de</strong>vem colocar<br />

os produtos em evidência <strong>para</strong> atrair<br />

o consumidor”, <strong>de</strong>staca Nei<strong>de</strong>.<br />

Na Coop, as marcas próprias e exclusivas<br />

estão presentes nas TVs, nos tabloi<strong>de</strong>s<br />

e até em eventos promovidos pela re<strong>de</strong>.<br />

“Todos <strong>da</strong> empresa <strong>de</strong>vem acreditar nas<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que os produtos e negócios<br />

com marca própria po<strong>de</strong>m proporcionar,<br />

como fi<strong>de</strong>lização do cooperado, divulgação<br />

<strong>da</strong> empresa ou valores <strong>da</strong> marca, além<br />

<strong>de</strong> produtos com alta quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e preços<br />

acessíveis”, afirma Daniela.<br />

Ela ain<strong>da</strong> cita como benefício <strong>da</strong>s marcas<br />

próprias a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> otimizar<br />

o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> área<br />

comercial <strong>da</strong> empresa. Felisoni, do Provar,<br />

também <strong>de</strong>staca esse aspecto como<br />

um ganho proporcionado pela marca<br />

própria. “O varejista passa a enten<strong>de</strong>r<br />

melhor sobre o universo produtivo,<br />

incluindo estrutura <strong>de</strong> custo e, ao ter<br />

mais informação, ele também aumenta<br />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> barganha, pois consegue<br />

<strong>de</strong>tectar mais facilmente on<strong>de</strong> é possível<br />

reduzir custos”, explica.<br />

Para o especialista, a criação <strong>de</strong> alternativas<br />

à marca lí<strong>de</strong>r também aumenta o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação. “Quanto mais concentrado<br />

o varejo, maior é a presença <strong>da</strong><br />

marca própria, porque a concentração é a<br />

medi<strong>da</strong> do po<strong>de</strong>r do setor”, <strong>de</strong>staca.<br />

Mas não são apenas os gran<strong>de</strong>s que<br />

po<strong>de</strong>m se beneficiar <strong>de</strong>sse segmento.<br />

“Os varejistas menores começam a fazer<br />

marca própria, por meio <strong>da</strong>s centrais <strong>de</strong><br />

negócios”, complementa Nei<strong>de</strong>. “Em algumas<br />

re<strong>de</strong>s, a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses<br />

produtos chega a ser <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 14% do<br />

faturamento, com um patamar <strong>de</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

maior que os itens <strong>de</strong> marca, o que<br />

torna extremamente interessante a marca<br />

própria <strong>para</strong> o varejista”, garante Stella,<br />

<strong>da</strong> Beluzzi e Associados.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

ABMAPRO: (11) 5501-1995 / 3895-9868<br />

Beluzzi e Associados: (11) 3889-9279<br />

Coop: 0800 772 2667<br />

Daucy do Brasil: (11) 3644-5030<br />

Joanne Labrecque - (1-514) 340-6800 - www.hec.ca<br />

Kantar World Panel (11) 4133-9700<br />

Nielsen: (11) 4613-7000<br />

Provar: (11) 3894-5004<br />

Salute: 0800 701 4778<br />

Trisanti: (11) 2280 7774<br />

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MARÇO 2012 SUPERVAREJO 51<br />

BookSV134.indb 51 09/03/12 17:31


Gestão<br />

52 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

COMERCIAL<br />

LÍQUIDO<br />

De um ano <strong>para</strong> outro, dobraram as<br />

ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente líquido <strong>para</strong><br />

roupas; categoria oferece margens<br />

maiores ao supermercadista<br />

SHUTTERSTOCK LUCRO<br />

[ Por Natalie Catuogno revista@supervarejo.com.br ]<br />

BookSV134.indb 52 09/03/12 17:31


Ele já foi um produto <strong>de</strong> nicho,<br />

usado apenas <strong>para</strong> lavar roupas<br />

brancas, <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>s ou que <strong>de</strong>man<strong>da</strong>ssem<br />

cui<strong>da</strong>dos especiais.<br />

Mas ganhou versões <strong>para</strong> todos<br />

os tipos <strong>de</strong> roupa e, aos poucos, foi garantindo<br />

ca<strong>da</strong> vez mais espaço na cesta<br />

<strong>de</strong> limpeza dos consumidores.<br />

Foi com o lançamento <strong>de</strong> Ariel Líquido,<br />

pela Procter & Gamble, em 2008, que a<br />

categoria começou a ganhar impulso. No<br />

ano passado, a P&G investiu pesado numa<br />

campanha publicitária com Fernan<strong>da</strong><br />

Montenegro e a filha, Fernan<strong>da</strong> Torres.<br />

Acertou na forma e no conteúdo (o mote<br />

era que o líquido tinha performance superior<br />

ao em pó e, <strong>de</strong> quebra, era mais suave<br />

com o tecido e mais fácil <strong>de</strong> usar).<br />

A aposta <strong>da</strong> companhia – que fez uma<br />

série <strong>de</strong> pesquisas com as consumidoras<br />

brasileiras antes <strong>de</strong> lançar o produto,<br />

vendido na Europa, no México, na Argentina<br />

e nos EUA (nesse último com<br />

outro nome) – <strong>de</strong>u tão certo que começou<br />

a movimentar o mercado e mostrar<br />

que havia espaço <strong>para</strong> crescer além <strong>da</strong>s<br />

roupas <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>s.<br />

Mais ou menos no mesmo período, co-<br />

Principais fatores <strong>para</strong> a<br />

avaliação otimista do produto<br />

1) É mais barato <strong>para</strong> a indústria produzir a versão líqui<strong>da</strong> que a em pó, o que <strong>de</strong>ve<br />

fazer ca<strong>da</strong> vez mais empresas lançarem o sabão <strong>para</strong> roupas líquido.<br />

2) Aumento <strong>de</strong> oferta leva à diminuição <strong>de</strong> preço e aumento do consumo, num círculo<br />

virtuoso que redun<strong>da</strong> em mais ven<strong>da</strong>s.<br />

3) O produto é mais vantajoso <strong>para</strong> o supermercadista, pois oferece margens maiores<br />

que o similar em pó, já que não é gerador <strong>de</strong> tráfego nem categoria básica <strong>da</strong>quelas<br />

que o cliente sabe o preço <strong>de</strong> cor.<br />

4) A inovação e a pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> são atributos muito valorizados, que <strong>de</strong>verão ganhar<br />

ain<strong>da</strong> mais importância nos próximos anos.<br />

5) Novos canais vão passar a receber o produto, o que também vai garantir a expansão<br />

<strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> penetração.<br />

6) Quem já experimentou a novi<strong>da</strong><strong>de</strong> se manteve fiel a ela, como mostram as pesquisas<br />

<strong>da</strong> Kantar: <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2010 a junho <strong>de</strong> 2011, a categoria não per<strong>de</strong>u nenhum<br />

consumidor, apenas ganhou.<br />

meçaram a pipocar aqui e ali lançamentos<br />

<strong>da</strong>s indústrias concorrentes. Só entre 2010<br />

e 2011, pelo menos seis indústrias lançaram<br />

lava-roupas líquidos, <strong>de</strong> gigantes como<br />

Unilever (com Omo) a marcas próprias<br />

como Qualitá (do Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar).<br />

E, num círculo virtuoso, o investimento<br />

<strong>da</strong> indústria numa categoria que prometia<br />

crescimento <strong>de</strong>u resultados e ajudou a<br />

aumentar ain<strong>da</strong> mais as ven<strong>da</strong>s. Afinal,<br />

quanto mais opções, mais visível a categoria<br />

fica, o que leva a mais curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e experimentação, combinação i<strong>de</strong>al num<br />

grupo <strong>de</strong> produtos tão novo.<br />

o mercado <strong>de</strong> sabão líquido<br />

<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 53<br />

BookSV134.indb 53 09/03/12 17:31<br />

DIVULGAÇÃO


Gestão COMERCIAL<br />

Alta performance<br />

É essencial analisar o perfil do público <strong>da</strong> loja <strong>para</strong> dimensionar com clareza o sortimento e o mix.<br />

Consumidora <strong>da</strong>s classes A e B é a principal compradora do <strong>de</strong>tergente líquido, especialmente em lares com donas <strong>de</strong> casa com<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 30 e 39 anos; ou mais <strong>de</strong> 50.<br />

De qualquer forma, a ven<strong>da</strong> do produto <strong>de</strong>ve crescer em breve também entre os menos endinheirados. Isso porque há ca<strong>da</strong><br />

vez mais opções no mercado, o que <strong>de</strong>ve fazer o preço cair e o produto se massificar.<br />

Informação é o pulo do gato. O supermercadista po<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar as vantagens do produto em seu material promocional<br />

(como jornal, panfleto, cartazes) e aju<strong>da</strong>r a informar o consumidor sobre os benefícios do lava-roupas líquido.<br />

Expor a categoria próxima ao sabão em pó (gerador <strong>de</strong> tráfego) é o i<strong>de</strong>al, até porque quem compra um, compra o outro.<br />

A indústria sugere que exposição seja feita por marca e, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s marcas, por <strong>de</strong>sempenho e fragrância.<br />

Exposição casa<strong>da</strong> também é sugeri<strong>da</strong>, especialmente com roupas, em lojas maiores.<br />

Atenção especial <strong>para</strong> evitar ruptura.<br />

Oferecer amostras também po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r. Há indústrias, como a Bombril, por exemplo, que já tem ações <strong>de</strong>sse tipo programa<strong>da</strong>s.<br />

O supermercadista <strong>de</strong>ve entrar em contato com o fornecedor <strong>para</strong> negociar esse tipo <strong>de</strong> promoção do produto.<br />

54 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Indústrias e especialistas dão dicas <strong>para</strong> o supermercadista<br />

ven<strong>de</strong>r – e lucrar mais – com a categoria<br />

BookSV134.indb 54 09/03/12 17:31


Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Kantar Worldpanel,<br />

esse mercado avançou 112% em volume<br />

entre julho do ano passado e o mesmo<br />

mês <strong>de</strong>sse ano. Além <strong>de</strong> mostrar que as<br />

ven<strong>da</strong>s mais que dobraram nesse período,<br />

os números <strong>da</strong> Kantar <strong>de</strong>ixam claro o<br />

avanço também na penetração <strong>da</strong> categoria:<br />

em 2010, estava na casa dos 10%; em<br />

2011, saltou <strong>para</strong> pouco mais <strong>de</strong> 18%, um<br />

avanço <strong>de</strong> 8 pontos percentuais em apenas<br />

12 meses. “Com o aumento do po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> ren<strong>da</strong>, as famílias estão mais abertas<br />

à inovação, especialmente se essa novi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

oferecer pratici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e conveniência, como é o<br />

caso do sabão líquido”,<br />

avalia a diretora <strong>de</strong> varejo<br />

<strong>da</strong> Kantar, Fátima Merlin.<br />

Para o professor do núcleo<br />

<strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> varejo<br />

<strong>da</strong> ESPM, Pedro Matizonkas,<br />

o <strong>de</strong>tergente líquido<br />

<strong>para</strong> roupas é uma<br />

categoria “mo<strong>de</strong>rna e atual”,<br />

pois congrega várias<br />

características que são<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s importantes<br />

pelos consumidores.<br />

Por exemplo: segundo<br />

a indústria, é mais fácil e<br />

rápido lavar com o <strong>de</strong>tergente<br />

líquido, pois ele po<strong>de</strong><br />

ser aplicado diretamente<br />

na roupa, sem risco <strong>de</strong><br />

manchar. Tem mais po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> limpeza, por penetrar<br />

nas fibras do tecido, e dispensa,<br />

portanto, <strong>de</strong>ixar as<br />

roupas <strong>de</strong> molho e o processo<br />

<strong>de</strong> esfregação. Num<br />

mundo urbano, esses são atributos que<br />

certamente seduzem os clientes.<br />

É claro que o fato <strong>de</strong> ser uma categoria<br />

muito nova, com penetração relativamente<br />

baixa – especialmente em com<strong>para</strong>ção<br />

com a <strong>de</strong> sabão em pó, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 99% -<br />

também aju<strong>da</strong> a explicar o <strong>de</strong>sempenho.<br />

Contudo, pesaram mais os investimentos<br />

em propagan<strong>da</strong> que a indústria vem fazendo<br />

com mais afinco, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado.<br />

Sendo uma novi<strong>da</strong><strong>de</strong>, avaliam os especialistas,<br />

é a informação que vai fazer o<br />

consumidor <strong>de</strong>cidir experimentar ou não.<br />

“Há supermercados em que o sabão líquido<br />

já respon<strong>de</strong> por 30% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente<br />

<strong>para</strong> roupas”, comemora o diretor <strong>de</strong><br />

Marketing <strong>da</strong> Bombril, Marcos Scal<strong>de</strong>lai,<br />

empresa que <strong>de</strong>tém as marcas Tanto e Mon<br />

Bijou (essa só <strong>para</strong> roupas especiais).<br />

Isso significa que o sabão em pó está<br />

per<strong>de</strong>ndo espaço? Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, não. Levantamento<br />

<strong>da</strong> Kantar mostra que a penetração<br />

<strong>da</strong> versão em pó, que alcança<br />

quase todos os lares, não está recuando.<br />

A explicação é simples: o líquido não substitui<br />

o pó, mas o complementa. Os consumidores<br />

compram concomitantemente as<br />

duas versões, já que há usos <strong>para</strong> os dois<br />

tipos <strong>de</strong> sabão <strong>para</strong> roupas.<br />

Os líquidos, na prática, significam incremento<br />

em uma categoria que respon<strong>de</strong><br />

sozinha por 30% <strong>da</strong> cesta <strong>de</strong> limpeza, sem<br />

que as versões em pó percam ven<strong>da</strong>s por<br />

enquanto. Só soma, sem divisão.<br />

A perspectiva com a qual trabalham<br />

indústria e especialistas ouvidos pela<br />

SuperVarejo é <strong>de</strong> que o produto vai avançar<br />

ain<strong>da</strong> mais. Na Europa e nos EUA, por<br />

exemplo, os líquidos representam 60%<br />

<strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s dos <strong>de</strong>tergentes <strong>para</strong> roupas.<br />

Alta fi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

O consumidor <strong>de</strong> sabão líquido, portanto,<br />

é fiel. No entanto, ain<strong>da</strong> está centrado<br />

majoritariamente nas classes A e B. Esse<br />

grupo totaliza, segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Kantar<br />

Worldpanel, mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> dos compradores<br />

<strong>da</strong> categoria. Ocorre que o <strong>de</strong>sembolso<br />

ain<strong>da</strong> é maior no líquido que no tradicional<br />

em pó. De acordo com a Kantar, quem<br />

compra líquido <strong>de</strong>sembolsa R$ 1,25 a mais<br />

em com<strong>para</strong>ção com o em pó.<br />

Mesmo que esse cliente leve <strong>para</strong> casa<br />

177 gramas a mais por esse valor, consumidores<br />

<strong>de</strong> baixa ren<strong>da</strong> ain<strong>da</strong> são limitados<br />

pelo que terão que gastar e esse<br />

acréscimo po<strong>de</strong> ser impeditivo <strong>para</strong> o<br />

grupo. Esse entrave específico tem hora<br />

<strong>para</strong> acabar, segundo<br />

Scal<strong>de</strong>lai, <strong>da</strong> Bombril.<br />

Ele avalia que, com mais<br />

indústrias entrando no<br />

segmento, o preço do<br />

produto vai cair a ponto<br />

<strong>de</strong> caber no bolso <strong>da</strong> classe<br />

média emergente com<br />

mais tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

De qualquer forma, <strong>para</strong><br />

as classes CDE, experimentar<br />

é um pouco mais<br />

complicado: caso o produto<br />

novo não seja bem<br />

aceito ou não apresente<br />

o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>sejado,<br />

a dona <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> menor<br />

ren<strong>da</strong> não po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>scartar<br />

esse produto. Portanto,<br />

pensa duas vezes antes <strong>de</strong><br />

apostar no novo, explicam<br />

os especialistas.<br />

Levantamento feito<br />

pela Kantar também mapeou<br />

a faixa etária em que<br />

se concentram as ven<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> categoria. As principais<br />

consumidoras são donas <strong>de</strong> casas<br />

mais jovens, na faixa entre 30 e 39 anos, e<br />

aquelas que já têm mais <strong>de</strong> 50 anos. Juntos,<br />

esses dois grupos representam 63%<br />

<strong>da</strong>s compradoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>tergente líquido<br />

<strong>para</strong> roupas. “Há uma ligeira concentração<br />

na Gran<strong>de</strong> São Paulo, pois a categoria<br />

tem gran<strong>de</strong> apelo entre quem precisa<br />

economizar tempo e lavar as roupas com<br />

mais agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e pratici<strong>da</strong><strong>de</strong>”, explica Fátima,<br />

<strong>da</strong> Kantar.<br />

Para ven<strong>de</strong>r mais<br />

Mas um dos <strong>de</strong>safios que a indústria<br />

e o varejo têm <strong>de</strong> enfrentar <strong>para</strong> fazer a<br />

categoria avançar em penetração é <strong>de</strong>s-<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 55<br />

BookSV134.indb 55 09/03/12 17:31


DIVULGAÇÃO<br />

Gestão COMERCIAL<br />

há supermercados em que o sabão<br />

<br />

Limpeza ver<strong>de</strong><br />

Os <strong>de</strong>tergentes líquidos já são consi<strong>de</strong>rados mais “ver<strong>de</strong>s” que as versões em pó.<br />

Isso porque são mais concentrados, facilitam a lavagem, não requerem “molho”, economizam<br />

água e tempo. Mas há pelo menos duas linhas que, além disso, têm atributos<br />

que as fazem genuinamente volta<strong>da</strong>s <strong>para</strong> poupar o meio ambiente. Uma <strong>de</strong>las é a<br />

BioWash, <strong>da</strong> Cassiopeia, empresa especializa<strong>da</strong> em produtos <strong>de</strong> limpeza cosméticos<br />

não-agressivos ao meio ambiente.<br />

Entre as características principais <strong>de</strong>sses produtos, eles são produzidos <strong>de</strong> fontes<br />

vegetais (não utilizam <strong>de</strong>rivados do petróleo), não levam branqueador óptico, não são<br />

testados em animais e têm o selo <strong>de</strong> produto natural do Instituto Biodinâmico (IBD).<br />

“Nosso diferencial é que to<strong>da</strong> a linha é feita a partir <strong>de</strong> matérias primas <strong>de</strong> origem<br />

vegetal, inclusive corantes e fragrâncias, que são <strong>de</strong> óleos essenciais. Para passar<br />

a garantia <strong>para</strong> o consumidor optamos por certificá-la pelo IBD que não permite a<br />

utilização <strong>de</strong> nenhum <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> petróleo na formulação. Nosso público é bem<br />

consciente com relação ao impacto que os produtos convencionais têm não só no<br />

meio ambiente, mas na sua própria saú<strong>de</strong>. Hoje, um gran<strong>de</strong> número dos nossos consumidores<br />

são também pessoas alérgicas, seja <strong>da</strong>s vias respiratórias como também<br />

com problemas na pele”, explica a diretora Becky Weltzien.<br />

Gigantes como a Bombril também apostam nesse público. A linha Ecobril, lança<strong>da</strong><br />

há dois anos, já tem <strong>de</strong>tergente líquido entre seus produtos. A exemplo <strong>da</strong> Cassiopeia,<br />

os lava-roupas ecologicamente corretos são livres <strong>de</strong> ingredientes <strong>de</strong>rivados<br />

do petróleo, ou seja, só usam matéria-prima natural <strong>de</strong> fontes renováveis. E também<br />

não testados em animais.<br />

Além disso, os produtos são concentrados, <strong>para</strong> ren<strong>de</strong>r mais, e são vendidos refis,<br />

<strong>de</strong> forma que o cliente possa reutilizar a embalagem, reduzindo o <strong>de</strong>scarte. “Esse<br />

<strong>de</strong>tergente líquido é extremamente característico, voltado <strong>para</strong> quem tem preocupação<br />

ecológica”, diz o diretor <strong>de</strong> Marketing, Marcos Scal<strong>de</strong>lai.<br />

56 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

vincular o <strong>de</strong>tergente líquido <strong>para</strong> roupas<br />

<strong>da</strong>s roupas <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>s, mostrando que, hoje,<br />

o produto é indicado <strong>para</strong> o uso em<br />

todos os tecidos.<br />

O antídoto <strong>para</strong> isso é a experimentação,<br />

comunicação eficiente <strong>da</strong>s quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

do produto e uma boa exposição no ponto<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, avaliam especialistas e indústrias<br />

ouvi<strong>da</strong>s por SuperVarejo. “Vamos<br />

trabalhar as amostras nas lojas, pois é<br />

uma categoria nova que precisa <strong>de</strong> experimentação<br />

<strong>para</strong> aumentar a penetração”,<br />

diz Scal<strong>de</strong>lai, <strong>da</strong> Bombril.<br />

Para o professor <strong>da</strong> ESPM, Pedro Matizonkas,<br />

é preciso informar sempre o<br />

consumidor, <strong>de</strong>stacando, por exemplo,<br />

as vantagens que ele po<strong>de</strong> obter a partir<br />

do uso do sabão líquido <strong>para</strong> roupas. Ele<br />

notou nos pontos <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> que os consumidores<br />

ain<strong>da</strong> não conhecem muito bem<br />

o produto e têm dúvi<strong>da</strong>s.<br />

As pessoas precisam perceber a diferença<br />

entre o pó e o líquido, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

os especialistas. “O <strong>de</strong>tergente líquido<br />

é uma evolução do em pó. Ele dilui na<br />

água, não <strong>de</strong>ixa resíduos, penetra melhor<br />

nas fibras do tecido, sem agredi-lo,<br />

tem melhor performance <strong>de</strong> lavagem e é<br />

menos nocivo à máquina <strong>de</strong> lavar. É um<br />

produto <strong>para</strong> as pessoas que sabem que<br />

há algo melhor que o pó <strong>para</strong> as roupas”,<br />

explica o gerente <strong>de</strong> Marketing <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos<br />

com a roupa <strong>da</strong> Procter&Gamble,<br />

Luis Henrique Siqueira. A empresa é dona<br />

<strong>da</strong>s marcas Ariel e Ace.<br />

Para conhecer o produto, é preciso que<br />

ele esteja bem exposto. E sem rupturas,<br />

claro. A orientação geral <strong>de</strong> indústrias e<br />

especialistas é, antes <strong>de</strong> tudo, diferenciar<br />

o produto na gôndola, <strong>de</strong> forma a chamar<br />

atenção <strong>para</strong> ele.<br />

Além disso, é importante ter to<strong>da</strong>s as<br />

marcas – ou pelo menos as principais. E<br />

colocar a versão líqui<strong>da</strong> perto <strong>da</strong> versão<br />

em pó e dos amaciantes. Exposição casa<strong>da</strong><br />

com outros produtos <strong>de</strong> alto giro é<br />

bem-vin<strong>da</strong>, até mesmo expondo-o perto<br />

<strong>de</strong> roupas, nas gran<strong>de</strong>s lojas.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

Bombril: www.bombril.com<br />

Cassiopeia: (11) 4016-4160<br />

ESPM: (11) 5085-4600<br />

Grupo Pão <strong>de</strong> Açúcar: www.grupopao<strong>de</strong>acucar.com.br<br />

Kantar Worldpanel: (11) 4133-9700<br />

Procter & Gamble: www.pg.com/pt_BR<br />

Unilever: www.unilever.com.br<br />

BookSV134.indb 56 09/03/12 17:31


Untitled-1 1 08/03/12 19:51


Case<br />

58 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

SUPERMERCADO PASQUIER<br />

QUALIDADE E<br />

SOFISTICAÇÃO<br />

Conheça a história do supermercado que nasceu<br />

como um pequeno açougue, na casa <strong>da</strong> família<br />

Paquette, no Canadá, e hoje se transformou em uma<br />

gran<strong>de</strong> loja com ares <strong>de</strong> sofisticação e bom gosto<br />

[ Por Cristiane Hirata revista@supervarejo.com.br ]<br />

São duas horas <strong>da</strong> tar<strong>de</strong> e, apesar<br />

do tempo nublado, faz calor<br />

em Saint-Jean-sur-Richelieu,<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com um pouco mais <strong>de</strong><br />

90 mil habitantes, localiza<strong>da</strong> a<br />

45 minutos <strong>de</strong> Montreal, na província <strong>de</strong><br />

Quebec, no Canadá.<br />

Logo na entra<strong>da</strong>, a facha<strong>da</strong> do supermercado<br />

dá indícios <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> uma<br />

loja diferente <strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

distribuição espalha<strong>da</strong>s pela região: bonita,<br />

ampla, com janelas <strong>de</strong> vidros transparentes.<br />

A impressão é <strong>de</strong> que o cliente está diante<br />

<strong>de</strong> um shopping ou uma butique <strong>de</strong> luxo.<br />

Ao passar pela porta, o calor fica <strong>para</strong><br />

trás e o ambiente fresco e acolhedor do<br />

supermercado Pasquier confirma a suspeita<br />

<strong>de</strong> que ali, mais do que encher seu<br />

carrinho com produtos <strong>de</strong> marcas industrializa<strong>da</strong>s,<br />

o consumidor terá uma experiência<br />

prazerosa ao fazer suas compras.<br />

Pelo menos esta é a principal intenção do<br />

Pasquier, quando optou por um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> loja calcado fortemente em um <strong>de</strong>sign<br />

arrojado, na oferta <strong>de</strong> serviços e na ven<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> produtos frescos, provenientes principalmente<br />

<strong>de</strong> fabricantes locais.<br />

“É difícil encontrar um supermercado<br />

como este: bonito, gran<strong>de</strong>, luxuoso. Para<br />

mim, é um momento <strong>de</strong> prazer, pois há a<br />

peixaria, as frutas e legumes frescos. Tudo<br />

o que é bom <strong>para</strong> a saú<strong>de</strong>. Como gosto <strong>de</strong><br />

cozinhar, acabo tendo boas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> receitas<br />

quando venho aqui”, diz o aposentado<br />

Roger Morin, que frequenta o Pasquier várias<br />

vezes por semana.<br />

Inspirado nas lojas sofistica<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Europa<br />

e dos Estados Unidos, o Pasquier <strong>de</strong> fato<br />

lembra muito mais uma butique do que um<br />

supermercado. Ao entrar na loja, uma gran<strong>de</strong><br />

trattoria dá as boas-vin<strong>da</strong>s aos clientes<br />

com a apresentação <strong>de</strong> pratos pre<strong>para</strong>dos<br />

ali mesmo. Sob o comando <strong>de</strong> um chefe <strong>de</strong><br />

cozinha e uma equipe <strong>de</strong> 20 funcionários,<br />

lanches e outras guloseimas po<strong>de</strong>m ser leva<strong>da</strong>s<br />

<strong>para</strong> casa ou consumi<strong>da</strong>s no local.<br />

Para isso, o Pasquier conta com um mezanino<br />

com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> 150 pessoas<br />

e duas salas <strong>de</strong> recepção, que comportam<br />

pouco mais <strong>de</strong> 100 clientes no total.<br />

“No início, nosso principal negócio era<br />

a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s congela<strong>da</strong>s. Não havia,<br />

portanto, açougue, peixaria, rotisseria e<br />

outras seções <strong>de</strong> produtos frescos. Com o<br />

tempo, percebemos que a tendência havia<br />

mu<strong>da</strong>do. Os clientes queriam mais serviços<br />

e buscavam alimentos saudáveis”,<br />

explica a diretora <strong>de</strong> Marketing do supermercado<br />

Annie Paquette.<br />

A trajetória do Pasquier remonta há<br />

vários anos e é uma história familiar, assim<br />

como o é sua administração até hoje.<br />

Tudo começou com Viateur Paquette, avô<br />

<strong>de</strong> Annie, que <strong>de</strong>cidiu instalar um açougue<br />

em sua própria casa.<br />

O negócio cresceu e se tornou uma pequena<br />

mercearia chama<strong>da</strong> o “Roi du steak<br />

et du rosbif”- O Rei do steak e do rosbife,<br />

cuja maior parte <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s<br />

ain<strong>da</strong> se concentrava no açougue. Foi nessa<br />

época que Viateur <strong>de</strong>senvolveu o conceito<br />

Minute Vian<strong>de</strong>. “O Minute Vian<strong>de</strong><br />

na<strong>da</strong> mais é do que a pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> porções<br />

individuais <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s congela<strong>da</strong>s e<br />

embala<strong>da</strong>s a vácuo. Este sistema mantém<br />

a <strong>carne</strong> fresca e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scongela<strong>da</strong> em<br />

apenas cinco minutos, basta colocá-la em<br />

água morna”, explica Annie.<br />

Em 1989, os Paquette <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m expandir<br />

seus negócios e inauguram a loja Boutique<br />

Minute Vian<strong>de</strong>, algo como butique <strong>de</strong><br />

<strong>carne</strong> por minuto. “Este conceito <strong>de</strong> <strong>carne</strong><br />

congela<strong>da</strong> a vácuo e fácil <strong>de</strong> <strong>de</strong>scongelar<br />

era revolucionário na época, não existia<br />

em nenhum outro lugar na região. Os<br />

clientes gostavam do produto, mas queriam<br />

mais varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> completar suas<br />

compras”, explica Annie.<br />

Quatro anos mais tar<strong>de</strong> surgia então<br />

o supermercado Pasquier, instalado em<br />

BookSV134.indb 58 09/03/12 17:31


uma área <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> sete mil metros<br />

quadrados. Ain<strong>da</strong> fortemente concentrado<br />

na ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s congela<strong>da</strong>s, o<br />

supermercado se abria aos poucos <strong>para</strong><br />

outras seções, como frutas, legumes e pa<strong>da</strong>ria.<br />

Com o sucesso do empreendimento,<br />

o Pasquier <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> novamente aumentar<br />

sua área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s, passando <strong>para</strong> uma<br />

superfície <strong>de</strong> 43 mil metros quadrados.<br />

Novo Pasquier<br />

Foi somente em 2010 que o Pasquier<br />

adotou <strong>de</strong>finitivamente o visual <strong>de</strong> loja butique.<br />

“Antes, era mo<strong>da</strong> o consumo <strong>de</strong> pratos<br />

e produtos congelados. Agora, a tendência<br />

mudou. Continuamos concentrados exclusivamente<br />

no ramo <strong>de</strong> alimentação, mas <strong>de</strong>ixamos<br />

<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r somente <strong>carne</strong>s congela<strong>da</strong>s<br />

e passamos a oferecer também produtos<br />

frescos e vários outros serviços distribuídos<br />

em diversos <strong>de</strong>partamentos”, explica Annie.<br />

Além <strong>da</strong> trattoria, o Pasquier conta ain<strong>da</strong><br />

com o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> frios e queijos,<br />

pa<strong>da</strong>ria, doceria e chocolateria. Em torno<br />

<strong>da</strong> área reserva<strong>da</strong> às frutas e legumes, o<br />

cliente tem uma ampla visão <strong>da</strong> peixaria,<br />

do balcão <strong>de</strong> café e, como não po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser, dos produtos congelados<br />

segundo o conceito Minute Vian<strong>de</strong>.<br />

Para os clientes que gostam <strong>de</strong> sugestões<br />

<strong>de</strong> presentes e artigos refinados <strong>de</strong> cozinha,<br />

há o <strong>de</strong>partamento “Terroir e Découvertes”,<br />

além <strong>da</strong> seção <strong>de</strong> cozinha asiática, sala<strong>da</strong>s,<br />

sopas e a rotisseria. Tudo apresentado em<br />

vitrines bem <strong>de</strong>cora<strong>da</strong>s, iluminação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

e som ambiente agradável <strong>para</strong><br />

seduzir o cliente em todos os sentidos.<br />

“Queremos satisfazer nossos clientes e isso<br />

começou pelo <strong>de</strong>sign dinâmico e acolhedor<br />

<strong>de</strong> nossa loja. Investimos muito também no<br />

som ambiente, pois são esses <strong>de</strong>talhes que<br />

fazem o cliente passar mais tempo na loja e<br />

consumir”, explica a diretora <strong>de</strong> Marketing.<br />

Para acomo<strong>da</strong>r os novos <strong>de</strong>partamentos,<br />

o Pasquier teve <strong>de</strong> aumentar novamente<br />

sua área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s. Com investimentos<br />

<strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong> dólares cana<strong>de</strong>nses,<br />

a loja possui hoje 95 mil metros<br />

quadrados. Com mais espaço, a família<br />

Paquette <strong>de</strong>cidiu reservar uma parte do<br />

supermercado somente <strong>para</strong> produtos industrializados<br />

sem, no entanto, <strong>de</strong>scaracterizar<br />

seu aspecto <strong>de</strong> loja butique.<br />

Um novo percurso entre as gôndolas foi<br />

criado. Seguindo o comprimento dos corredores,<br />

eles foram divididos em dois, <strong>de</strong> tal<br />

forma que na meta<strong>de</strong> do caminho o cliente<br />

tenha uma visão <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a loja e possa mu<strong>da</strong>r<br />

<strong>de</strong> corredor se assim o <strong>de</strong>sejar.<br />

Produto mais caro<br />

Alimentos frescos, ambiente agradável<br />

e uma experiência gastronômica inesquecível,<br />

como bem <strong>de</strong>staca Annie. Mas,<br />

quanto custa tudo isso no bolso do cliente?<br />

“O fato <strong>de</strong> os produtos serem frescos<br />

não quer dizer necessariamente que eles<br />

serão mais caros. Ven<strong>de</strong>mos alimentos<br />

cultivados pelos fabricantes locais, mas<br />

compramos também dos gran<strong>de</strong>s fornecedores”,<br />

explica.<br />

Por se tratar <strong>de</strong> uma empresa familiar,<br />

Annie explica que o supermercado<br />

Pasquier não está associado a nenhuma<br />

gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> e tem to<strong>da</strong> a in<strong>de</strong>pendência<br />

<strong>para</strong> negociar com seus distribuidores,<br />

priorizando marcas locais e nacionais.<br />

A loja privilegia também os produtos<br />

<strong>da</strong> estação e a ca<strong>da</strong> semana lança 90 mil<br />

exemplares do jornal <strong>de</strong> promoções na sua<br />

zona comercial, que compreen<strong>de</strong> várias<br />

outras ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s próximas a Saint-Jean-sur-<br />

-Richelieu, on<strong>de</strong> está situado o Pasquier.<br />

“Aqui há sempre bons preços. Eu verifico<br />

constantemente os jornais promocionais<br />

e a média é menor no Pasquier. Também<br />

acho que os produtos são bem dispostos<br />

nas prateleiras, é fácil visualizá-los. É difícil<br />

encontrar um supermercado como<br />

este”, ressalta o aposentado Roger Morin.<br />

A empresa não revela seu faturamento,<br />

mas afirma que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a abertura <strong>da</strong> loja,<br />

com o novo visual, as ven<strong>da</strong>s quase duplicaram.<br />

“Antes, somente 20% <strong>de</strong> nosso<br />

faturamento estava concentrado nos alimentos<br />

perecíveis. Hoje, este percentual é<br />

<strong>de</strong> 80%. A média <strong>de</strong> compras por cliente gira<br />

em torno <strong>de</strong> 55 dólares”, calcula Annie.<br />

Além do supermercado, a família Paquette<br />

possui também uma usina <strong>de</strong> pre<strong>para</strong>ção<br />

e transformação <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s congela<strong>da</strong>s,<br />

que foi recentemente amplia<strong>da</strong>. Por<br />

enquanto, a comercialização do produto é<br />

feita somente no Quebec, mas há planos<br />

<strong>de</strong> vendê-la em outros países.<br />

Os dois projetos juntos, o supermercado<br />

e a usina, somaram investimentos <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 25 milhões <strong>de</strong> dólares cana<strong>de</strong>nses.<br />

Tamanho sucesso já faz a empresa pensar<br />

na abertura <strong>de</strong> outro Pasquier nos próximos<br />

três anos, sempre seguindo o mesmo<br />

conceito <strong>de</strong> loja.<br />

Atualmente, o Pasquier conta com 265<br />

funcionários, 75 dos quais trabalham em<br />

tempo integral e os <strong>de</strong>mais, meio período.<br />

No total, são cerca <strong>de</strong> 25 mil clientes<br />

por semana, que visitam a loja em busca<br />

dos 35 mil produtos disponíveis nas suas<br />

gôndolas, vitrines e quiosques.<br />

FONTE DESTA MATÉRIA<br />

Pasquier: (1-450) 349-8142<br />

www.pasquier.qc.ca<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 59<br />

BookSV134.indb 59 09/03/12 17:31<br />

DIVULGAÇÃO


AS OPINIÕES CONTIDAS NESTE ARTIGO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR / FOTO: ARQUIVO<br />

Varejo 2020<br />

Silvio A. Laban Neto<br />

É coor<strong>de</strong>nador geral dos programas <strong>de</strong> MBA do<br />

Insper Instituto <strong>de</strong> Ensino e Pesquisa, professor<br />

<strong>de</strong> Marketing e consultor<br />

60 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Carnavarejo<br />

Goste você ou não do Carnaval, é impossível<br />

<br />

que caracterizam esta festa no Brasil. Uma<br />

<strong>da</strong>s formas mais características <strong>de</strong>ssa festa é<br />

a <strong>da</strong>s escolas <strong>de</strong> samba. A ca<strong>da</strong> ano, as escolas<br />

se superam em efeitos, no tamanho dos<br />

carros alegóricos, nas inovações <strong>da</strong> comissão<br />

<strong>de</strong> frente e na bateria, no luxo e na beleza<br />

<strong>da</strong>s fantasias e na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e diversi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> integrantes. É também intrigante analisar<br />

a escola <strong>de</strong> samba como uma organização <strong>de</strong><br />

3.000 a 4.000 colaboradores que, <strong>de</strong> forma<br />

estrutura<strong>da</strong>, interage e colabora <strong>para</strong> oferecer<br />

uma experiência única, distinta, rica e<br />

<br />

<br />

Consi<strong>de</strong>rando o relativo sucesso <strong>de</strong>ssas empreita<strong>da</strong>s,<br />

os quesitos <strong>da</strong> apuração <strong>da</strong>s escolas<br />

<br />

xão quanto a uma série <strong>de</strong> aspectos relacionados<br />

às organizações varejistas. Assim temos:<br />

Enredo e samba enredo<br />

Descrevem a história que se <strong>de</strong>seja <strong>de</strong>senvolver<br />

na aveni<strong>da</strong> e neste sentido po<strong>de</strong>m ser<br />

com<strong>para</strong>dos aos conceitos <strong>de</strong> Posicionamento<br />

e Diferenciação. Dessa forma, po<strong>de</strong>mos<br />

<br />

história estamos contando a nossos clientes?<br />

De que forma nossa história é diferente <strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

nossos concorrentes? Que diferenciais estamos<br />

oferecendo? Nossos diferenciais po<strong>de</strong>m<br />

ser coerentes com nossos preços e serviços?<br />

Comissão <strong>de</strong> frente<br />

Representa a primeira imagem que vamos ter<br />

<strong>da</strong> escola. Assim sendo, po<strong>de</strong>ríamos compará-la<br />

ao estacionamento, à entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> loja e à<br />

sua sinalização em geral e caberia perguntar:<br />

o que pensam nossos clientes assim que a<strong>de</strong>ntram<br />

nossas lojas? Qual a primeira impressão<br />

que transmitimos? De que forma buscamos<br />

surpreendê-los neste primeiro contato?<br />

Alegorias e a<strong>de</strong>reços<br />

São os carros alegóricos e as fantasias e, neste<br />

caso, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar uma série <strong>de</strong> elementos<br />

ligados à ambientação <strong>da</strong> loja, tais<br />

como: equipamentos, iluminação, <strong>de</strong>coração,<br />

<br />

nossas lojas estão organiza<strong>da</strong>s? Que mensagem<br />

passamos por meio <strong>da</strong> ambientação<br />

e apresentação <strong>de</strong> nosso sortimento? Como<br />

estão os serviços associados, tais como estacionamento,<br />

limpeza, SAC etc?<br />

Evolução, Harmonia e Conjunto<br />

Por evolução harmonia e conjunto enten<strong>de</strong>mos<br />

a forma pela qual o enredo é <strong>de</strong>senvolvido<br />

pela escola na aveni<strong>da</strong>. Neste sentido, cabe<br />

perguntar: como po<strong>de</strong>mos avaliar a operação<br />

<strong>da</strong> loja? Nosso sortimento é a<strong>de</strong>quado? E a sinalização?<br />

Nosso sortimento, preços e serviços<br />

evoluem em harmonia com nossos clientes<br />

e se diferenciam <strong>de</strong> nossos concorrentes?<br />

Mestre-sala e porta-ban<strong>de</strong>ira<br />

<br />

po<strong>de</strong>mos ver representados todos os componentes<br />

<strong>da</strong> escola. A evolução do mestre sala e<br />

<strong>da</strong> porta-ban<strong>de</strong>ira é graciosa, anima<strong>da</strong> e consistente.<br />

Cabe pon<strong>de</strong>rar: <strong>de</strong> que forma nossos<br />

colaboradores estão aten<strong>de</strong>ndo os clientes?<br />

Nosso atendimento é animado? É alegre? É<br />

<br />

Bateria<br />

A bateria po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como o coração<br />

<strong>da</strong> escola e po<strong>de</strong> ser com<strong>para</strong><strong>da</strong> à operação<br />

<strong>da</strong> loja. Pensando na operação, como<br />

estamos cui<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong> área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s? E <strong>da</strong><br />

frente <strong>de</strong> caixa? O ritmo está a<strong>de</strong>quado? As<br />

diversas áreas estão trabalhando <strong>de</strong> forma<br />

harmônica e colaborativa?<br />

A escola <strong>de</strong> samba como metáfora <strong>de</strong> colaboração<br />

e organização representa uma maneira<br />

bastante ilustrativa e educativa <strong>para</strong><br />

pensarmos na forma como estamos cui<strong>da</strong>ndo<br />

<strong>de</strong> nossa estratégia, operação, funcionários<br />

e clientes. Uma boa avaliação em todos<br />

os quesitos garante que no ano que vem, e<br />

<br />

grupo especial do cliente, por oferecermos<br />

experiências diferencia<strong>da</strong>s, a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s, ricas,<br />

alegres e agradáveis.<br />

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Case<br />

62 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

PURATOS<br />

CHOCOLATE<br />

DE ORIGEM<br />

Empresa belga com mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> Brasil<br />

lança conceito diferenciado <strong>de</strong> chocolate no País<br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

BookSV134.indb 62 09/03/12 17:31


A<br />

verticalização <strong>da</strong> produção, processo<br />

em que uma empresa passa a ter<br />

o controle <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a origem <strong>da</strong> matéria-prima até a<br />

ven<strong>da</strong> do produto, é uma tendência<br />

<strong>de</strong> alguns setores, como as indústrias <strong>de</strong><br />

cigarros, vinhos e até mesmo a moveleira,<br />

por exemplo, há mais <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>.<br />

A empresa belga Puratos, há mais <strong>de</strong><br />

20 anos no Brasil, inovou ao verticalizar<br />

sua produção <strong>de</strong> chocolate. Com foco no<br />

segmento <strong>de</strong> food service, lançou neste<br />

ano o Chocolanté, primeiro produto com<br />

conceito <strong>de</strong> origem lançado no País.<br />

Com o cacau cultivado na região <strong>de</strong><br />

Linhares, no Estado do Espírito Santo,<br />

o lançamento é resultado do manejo integrado<br />

e sem intermediários entre agricultor<br />

e a indústria. To<strong>da</strong>s as etapas <strong>da</strong><br />

ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>ste chocolate, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o plantio do fruto<br />

do cacau, colheita, passando pela fermentação,<br />

secagem, torrefação, moagem <strong>de</strong><br />

sementes e produção <strong>da</strong> massa <strong>de</strong> cacau,<br />

até a elaboração final são acompanha<strong>da</strong>s e<br />

controla<strong>da</strong>s por um único produtor.<br />

A escolha <strong>da</strong> região <strong>de</strong> Linhares foi<br />

feita pelo chairman do Grupo Puratos,<br />

Eddy Van Belle, em 2009. “Após visitas<br />

aos Estados do Pará, <strong>da</strong> Bahia e do Espírito<br />

Santo, Eddy i<strong>de</strong>ntificou em Linhares<br />

o local i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> essa produção graças à<br />

proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com São Paulo, além <strong>de</strong> verificar<br />

parceiros com a mesma filosofia<br />

<strong>de</strong> trabalho <strong>da</strong> nossa empresa. Nós tínhamos<br />

que elevar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto e<br />

encontramos na região a condição <strong>para</strong><br />

isso”, explica o diretor-geral <strong>da</strong> Puratos<br />

Brasil, Caio Gouvea.<br />

De acordo com ele, o chocolate <strong>de</strong> origem<br />

GOUVEA: projeção <strong>para</strong> dobrar a<br />

<br />

faz parte <strong>de</strong> um projeto verticalizado <strong>para</strong><br />

discutir a tecnologia em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s pequenas<br />

<strong>de</strong> produção. “Quando se trabalha com<br />

gran<strong>de</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o conceito <strong>de</strong> origem é<br />

perdido”, avalia, <strong>de</strong>stacando que 30 pessoas<br />

formam a equipe <strong>da</strong> Puratos que trabalha<br />

na região <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> cacau em Linhares.<br />

“Já tínhamos o know-how <strong>para</strong> o chocolate<br />

<strong>de</strong> origem, uma vez que atuamos<br />

com o conceito em outros países”, explica<br />

Gouvea. Ele conta que o Chocolanté é o<br />

primeiro projeto <strong>para</strong> obter um produto<br />

com a mesma tecnologia adota<strong>da</strong> na se<strong>de</strong>,<br />

na Bélgica, em todo o mundo.<br />

Ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

Os cui<strong>da</strong>dos <strong>para</strong> atingir a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> espera<strong>da</strong><br />

pela empresa nesse processo são<br />

redobrados em to<strong>da</strong>s as etapas <strong>de</strong> produção.<br />

“O cacau é geralmente cultivado na<br />

sombra, sob árvores maiores. É colhido <strong>de</strong><br />

modo praticamente manual, passando por<br />

um processo <strong>de</strong> sete dias <strong>de</strong> fermentação<br />

<strong>da</strong>s amêndoas do fruto”, explica Gouvea.<br />

Após o processo <strong>de</strong> fermentação, os grãos<br />

do cacau são torrados, moídos e prensados<br />

<strong>para</strong> obter a massa <strong>de</strong> cacau que resultará<br />

no chocolate.<br />

O executivo chama a atenção <strong>para</strong> a<br />

diferenciação <strong>de</strong> sabor proporciona<strong>da</strong> a<br />

partir dos cui<strong>da</strong>dos <strong>da</strong> fermentação <strong>da</strong>s<br />

amêndoas do cacau. “O chocolate é como<br />

o vinho. De acordo com a fermentação<br />

do cacau, haverá diferença em seu sabor,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser mais lácteo, mais baunilha,<br />

mais fruta”, avalia.<br />

O Chocolanté é encontrado nas versões<br />

<strong>de</strong> barras e filetes, nas opções meio<br />

amargo, ao leite e branco. Atualmente,<br />

são fabrica<strong>da</strong>s 50 tonela<strong>da</strong>s do produto<br />

mensalmente, como foco nas soluções<br />

<strong>para</strong> empresas do ramo <strong>da</strong> panificação,<br />

confeitaria e chocolateria.<br />

Para 2012, a expectativa <strong>da</strong> empresa<br />

é dobrar a produção. “Já exportamos alguns<br />

lotes do Chocolanté <strong>para</strong> a Europa<br />

<strong>para</strong> apresentar o produto na região e<br />

vamos começar a exportar <strong>para</strong> a Ásia<br />

também”, adianta Gouvea. Ele relata<br />

que a cifra <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> aos investimentos<br />

<strong>da</strong> empresa no Brasil é superior a R$ 30<br />

milhões e que a companhia terá nova fábrica<br />

<strong>de</strong> chocolate em 2013.<br />

FONTE DESTA MATÉRIA<br />

Puratos Brasil: 0800-7717872<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 63<br />

BookSV134.indb 63 09/03/12 17:31<br />

ELIANE CUNHA


AS OPINIÕES CONTIDAS NESTE ARTIGO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR / FOTO: ARQUIVO<br />

Dinheiro<br />

Rodrigo Mariano<br />

É graduado em Economia, Pós-Graduado em<br />

Análise Econômica e Mestrado em Economia,<br />

é Gerente <strong>de</strong> Economia e Pesquisa <strong>da</strong><br />

Associação Paulista <strong>de</strong> Supermercados<br />

64 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

O crédito como<br />

aliado do varejo<br />

Para muitas pessoas, o ano se inicia após o<br />

Carnaval. Neste período, que compreen<strong>de</strong><br />

os dois últimos meses do ano e os dois primeiros<br />

meses do ano seguinte, ocorre uma<br />

sobrecarga <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas contraí<strong>da</strong>s com as<br />

<br />

tes, como IPVA e IPTU. Dessa forma, não é <strong>de</strong><br />

se impressionar que haja aumento no endivi<strong>da</strong>mento<br />

e inadimplência <strong>da</strong>s famílias como<br />

também aumento do comprometimento <strong>da</strong><br />

ren<strong>da</strong> com dívi<strong>da</strong>s.<br />

Nos últimos anos, a população vem gastando<br />

mais do que recebe, e <strong>para</strong> isso, utiliza crédito<br />

<strong>para</strong> efetuar compras e honrar seus compromissos.<br />

O aumento dos níveis <strong>de</strong> emprego e<br />

ren<strong>da</strong> possibilitam maior ingresso <strong>de</strong> pessoas<br />

ao mercado <strong>de</strong> crédito, e assim, permitem que<br />

a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> reprimi<strong>da</strong> pela compra <strong>de</strong> bens e<br />

serviços seja realiza<strong>da</strong>, sobretudo entre as<br />

classes C, D e E.<br />

Porém, vale atentar que o alto endivi<strong>da</strong>mento<br />

po<strong>de</strong> trazer impactos negativos ao <strong>de</strong>sempenho<br />

do comércio varejista, pois em algum<br />

momento as dívi<strong>da</strong>s contraí<strong>da</strong>s <strong>de</strong>verão ser<br />

pagas, e caso não haja expressivo aumento <strong>da</strong><br />

ren<strong>da</strong>, tais dívi<strong>da</strong>s serão quita<strong>da</strong>s à custa <strong>da</strong><br />

redução do consumo.<br />

No entanto, o que chama a atenção é a <strong>de</strong>terioração<br />

<strong>de</strong> alguns indicadores que apontam um<br />

comportamento <strong>de</strong>sfavorável à concessão <strong>de</strong><br />

<br />

endivi<strong>da</strong>mento e comprometimento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e<br />

a inadimplência. O endivi<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s famílias<br />

brasileiras foi em média 41% em 2011, enquanto<br />

que em 2005 este percentual era <strong>de</strong> 20%.<br />

<br />

mília, 41 reais estão comprometidos com parce-<br />

<br />

A inadimplência, com prazo entre 15 a 90<br />

dias, está em 6,1%, enquanto, a inadimplência<br />

com prazo acima <strong>de</strong> 90 dias é <strong>de</strong> 7,3%.<br />

A série histórica aponta que até meados <strong>de</strong><br />

2006 o percentual <strong>de</strong> inadimplência era<br />

maior entre os prazos <strong>de</strong> 15 a 90 dias do que<br />

nos prazos acima <strong>de</strong> 90 dias, fato que se reverteu<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então e que se agrava ao lon-<br />

<br />

piora em termos <strong>de</strong> inadimplência dos empréstimos,<br />

o que em algum momento po<strong>de</strong><br />

impactar <strong>de</strong> maneira negativa na disponibilização<br />

e concessão <strong>de</strong> crédito, com poten-<br />

<br />

mente, no comércio varejista em geral.<br />

Nos últimos três anos, o crédito em relação<br />

ao PIB saltou <strong>de</strong> 38% <strong>para</strong> 49%, ou seja, um<br />

crescimento <strong>de</strong> 11 pontos percentuais, nos<br />

quais, <strong>de</strong>stes, 7,5 pontos percentuais foram<br />

direcionados <strong>para</strong> o consumo. Já entre 2005<br />

e 2008, houve crescimento do crédito em relação<br />

ao PIB <strong>de</strong> 12 pontos percentuais, nos<br />

quais apenas 5 pontos percentuais foram direcionados<br />

<strong>para</strong> o consumo.<br />

Desta maneira, em termos com<strong>para</strong>tivos,<br />

houve crescimento do crédito direcionado ao<br />

consumo, o que possibilita o incremento <strong>de</strong><br />

ven<strong>da</strong>s. No entanto, o crédito tem evoluído<br />

em taxas superiores ao aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e<br />

do emprego, o que não é sustentável em longo<br />

prazo e po<strong>de</strong> agravar o quadro <strong>de</strong> endivi<strong>da</strong>mento<br />

e inadimplência.<br />

No que se refere ao alto endivi<strong>da</strong>mento, ao<br />

comprometimento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e à inadimplência,<br />

o impacto nos supermercados é menor do que<br />

nos <strong>de</strong>mais segmentos do comércio varejista e,<br />

<br />

cas, como, por exemplo, itens tidos como su-<br />

<br />

<br />

como eletrodomésticos e eletroeletrônicos.<br />

Vale ressaltar que o crédito é aliado do varejo.<br />

<br />

lação ain<strong>da</strong> não possui planejamento dos ganhos<br />

e <strong>de</strong>spesas. E, <strong>de</strong>sta maneira, não consegue<br />

equilibrar o orçamento diante dos gastos existentes,<br />

utilizando o crédito como complemento<br />

<strong>de</strong> ren<strong>da</strong> permanente e não transitório.<br />

Para que 2012 não seja marcado por elevado<br />

comprometimento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong>, endivi<strong>da</strong>mento<br />

expressivo e potencial inadimplência por parte<br />

dos consumidores, se faz necessário planejamento<br />

<strong>de</strong> gastos e administração dos recursos<br />

<br />

dor no momento <strong>da</strong> aquisição <strong>de</strong> um bem ou<br />

produto e não como parte adicional <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>.<br />

BookSV134.indb 64 09/03/12 17:31


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Especial<br />

66 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

MULHER<br />

O QUE QUEREM<br />

AS MULHERES<br />

Pesquisa exclusiva <strong>para</strong> a SuperVarejo mostra que, com mais dinheiro<br />

e in<strong>de</strong>pendência, mas mantendo velhos papéis, elas precisam <strong>de</strong><br />

produtos e serviços sob medi<strong>da</strong> <strong>para</strong> as suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

[ Por Natalie Catuogno revista@supervarejo.com.br ]<br />

As mulheres são as principais consumidoras<br />

dos supermercados.<br />

Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Nielsen, 51%<br />

<strong>da</strong>s brasileiras dizem ser as responsáveis<br />

pelas compras <strong>de</strong> alimentos.<br />

Quando se trata <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> higiene<br />

e beleza, esse número sobe <strong>para</strong> 77%.<br />

E, mesmo indo às compras acompanha<strong>da</strong>s<br />

(51% levam filhos, marido ou filhos e marido),<br />

apenas 13% <strong>de</strong>las afirma levar em<br />

conta a opinião <strong>da</strong> família na escolha <strong>da</strong>s<br />

marcas que colocarão no carrinho.<br />

Ou seja, (ain<strong>da</strong>) são elas que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m<br />

a compra <strong>da</strong>s principais categorias vendi<strong>da</strong>s<br />

pelo varejo alimentar. Se isso se<br />

mantém inalterado, não se po<strong>de</strong> dizer o<br />

mesmo do contingente feminino que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a revolução sexual dos anos 50, vem<br />

assumindo novas tarefas na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Que impacto isso tem na vi<strong>da</strong> doméstica?<br />

E nas aspirações pessoais e profissionais?<br />

Na materni<strong>da</strong><strong>de</strong>? Nos interesses? No que<br />

compram? No que <strong>de</strong>sejam comprar? No<br />

que gastam o dinheiro? No que esperam<br />

<strong>para</strong> o futuro? No que esperam <strong>para</strong> a<br />

família? E <strong>para</strong> o planeta? Afinal, o que<br />

querem as mulheres?<br />

As respostas à parte <strong>de</strong>ssas perguntas<br />

constam do estudo “Pensamentos e Atitu<strong>de</strong>s”,<br />

conduzido pela Nielsen no ano passado,<br />

e divulgado em primeira mão pela<br />

SuperVarejo. A pesquisa procura enten<strong>de</strong>r<br />

um pouco melhor os anseios e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sse grupo que já chefia 30% dos lares,<br />

estu<strong>da</strong> mais hoje do que estu<strong>da</strong>va há 10<br />

anos, é mais escolarizado que os homens<br />

(7,4 anos <strong>de</strong> estudo contra 7,2) e que entra<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho em proporção bem<br />

superior à dos colegas do sexo masculino:<br />

entre 2000 e 2010, cresceu 32,6% o número<br />

<strong>de</strong> mulheres ocupa<strong>da</strong>s. No mesmo<br />

período, o avanço dos trabalhadores do<br />

sexo masculino foi <strong>de</strong> apenas 18%.<br />

“Claro que já havia mais homens no<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho, portanto, se espera<br />

um crescimento menor nesse contingente.<br />

Mesmo assim, a diferença é significativa<br />

do novo papel feminino na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>”, explica<br />

o analista <strong>de</strong> mercado <strong>da</strong> Nielsen,<br />

Matheus Fraga, que conduziu a pesquisa.<br />

O estudo mostra uma mulher multitarefas<br />

estressa<strong>da</strong>, que se interessa genuinamente<br />

tanto por sua profissão como<br />

pela saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> família, pelos filhos (principalmente)<br />

e até mesmo pelas tarefas domésticas,<br />

embora anseie dividi-las com o<br />

companheiro. Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s facetas <strong>de</strong>ssa<br />

consumidora indica uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> –<br />

ou várias – que precisa ser atendi<strong>da</strong>. “Há<br />

diversas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios aí”,<br />

explica a diretora <strong>da</strong> GS&MD – Gouvêa<br />

<strong>de</strong> Souza, Cristiane Osso.<br />

Por exemplo? O que mais falta a essa<br />

mulher é tempo.<br />

A multitarefas<br />

Por quê? O mundo do trabalho, num<br />

país emergente como o Brasil, já seria<br />

suficientemente extenuante. “O mercado<br />

aqui é mais agressivo e isso reflete nos<br />

funcionários. A competição é gran<strong>de</strong>,<br />

pois temos <strong>de</strong> fazer um esforço maior <strong>para</strong><br />

competir com mercados mais <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

Isso redun<strong>da</strong> em mais pressão,<br />

mais funções <strong>para</strong> cumprir e menos gente<br />

trabalhando”, diz Cristiane.<br />

Mas, <strong>para</strong> as mulheres, há mais complicadores.<br />

Fraga, <strong>da</strong> Nielsen, lembra que as<br />

trabalhadoras têm mais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> também<br />

<strong>para</strong> entrar no mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

pois ain<strong>da</strong> privilegia-se o homem, não apenas<br />

com mais ofertas <strong>de</strong> vagas, mas com os<br />

melhores salários. Uma funcionária ganha,<br />

hoje, 24% menos que seu colega do sexo<br />

masculino com igual cargo e qualificação.<br />

E, contrariando o senso comum, essa diferença<br />

é ain<strong>da</strong> maior no topo <strong>da</strong> pirâmi<strong>de</strong>:<br />

mulheres com ensino superior completo<br />

ganham 36% menos que os homens.<br />

“Lá fora, os filhos, mesmo os meninos,<br />

cui<strong>da</strong>m dos seus quartos, passam aspirador,<br />

arrumam, colocam as roupas na máquina<br />

<strong>de</strong> lavar. Mãe não é tão sobrecarrega<strong>da</strong>, e os<br />

homens também se responsabilizam pelo<br />

trabalho doméstico”, explica o professor do<br />

curso intensivo <strong>de</strong> Marketing e Ven<strong>da</strong>s <strong>para</strong><br />

Mulheres <strong>da</strong> ESPM, Paulo Barreto.<br />

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MARÇO 2012 SUPERVAREJO 67<br />

134EspecialMulher.indd 67 09/03/12 18:01<br />

SHUTTERSTOCK


Especial MULHER<br />

A equação, então, é: mulher que trabalha<br />

fora num mercado competitivo, cui<strong>da</strong><br />

sozinha <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> casa e<br />

ain<strong>da</strong> assume a parte mais pesa<strong>da</strong> dos<br />

cui<strong>da</strong>dos com as crianças. Resultado: um<br />

contingente <strong>de</strong> sobrecarrega<strong>da</strong>s. O estudo<br />

<strong>da</strong> Nielsen mostra que a brasileira se consi<strong>de</strong>ra<br />

mais estressa<strong>da</strong> que as mulheres<br />

<strong>de</strong> outros países. No Brasil, 55% dizem se<br />

sentir estressa<strong>da</strong>s a maior parte do tempo,<br />

quando a média global é 43%. “Foi o item<br />

<strong>da</strong> pesquisa em que a com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>u a<br />

maior diferença”, conta Fraga, <strong>da</strong> Nielsen.<br />

“É uma pressão muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo”.<br />

O impacto po<strong>de</strong> ser percebido até no<br />

tipo <strong>de</strong> lojas <strong>de</strong> varejo que tem experimentado<br />

maior crescimento recentemente: as<br />

lojas médias e pequenas, mais perto <strong>de</strong><br />

casa, ain<strong>da</strong> que um pouco mais caras. “A<br />

conveniência pesa mais”, explica Fraga.<br />

Não à toa, portanto, os especialistas<br />

ouvidos por SuperVarejo são unânimes<br />

em dizer que essa mulher precisa <strong>de</strong> serviços.<br />

Pesquisa feita pela GS&MD no ano<br />

passado apontou que os serviços estão<br />

se tornando fun<strong>da</strong>mentais. “Isso inclui,<br />

por exemplo, oferecer rotisseria, pa<strong>da</strong>ria,<br />

seção com materiais escolares e até lojas<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s lojas, como lavan<strong>de</strong>rias, dro-<br />

Eu me amo<br />

Com mais dinheiro no bolso (até por causa do crescimento <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra <strong>da</strong> classe C) e in<strong>de</strong>pendência financeira, as<br />

mulheres investem um pouco mais em si mesmas. Compram<br />

um hidratante <strong>para</strong> o rosto e outro <strong>para</strong> o corpo, levam <strong>para</strong><br />

casa o esmalte <strong>da</strong> estação, incluem na cesta artigos supérfluos,<br />

como pós-xampu.<br />

As categorias consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s femininas (coloração e tratamento<br />

<strong>para</strong> os cabelos, creme <strong>para</strong> a pele, absorvente, sabonete íntimo,<br />

esmalte) registraram, até maio <strong>de</strong> 2011, um avanço <strong>de</strong> 8,9% em<br />

valor. “A mulher está trabalhando mais, estu<strong>da</strong>ndo mais, tendo<br />

menos tempo <strong>para</strong> a casa. Com mais autoestima, investe em<br />

aca<strong>de</strong>mia, em produtos <strong>de</strong> higiene e beleza, e <strong>de</strong> uso pessoal”,<br />

explica o diretor <strong>da</strong> Felisoni Consultores e fun<strong>da</strong>dor do Provar,<br />

o Programa <strong>de</strong> Varejo <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Instituto <strong>de</strong> Administração<br />

(FIA), Claudio Felisoni.<br />

Esmaltes, por exemplo, avançaram 20,3% em valor. Bronzeadores,<br />

outros 18,6% e sabonete íntimo teve um incremento <strong>de</strong> 9,4% em<br />

valor, segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Nielsen. O avanço em valor e não em<br />

volume (a cesta total <strong>de</strong> itens femininos recuou 1% em volume)<br />

sinaliza, segundo o analista <strong>de</strong> mercado <strong>da</strong> Nielsen, Matheus<br />

Fraga, o investimento feminino em quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, no que é mais so-<br />

68 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Categorias femininas <strong>de</strong> compras por impulso avançam<br />

aumento<br />

<strong>da</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> produtos com apelo prático<br />

fisticado. Elas po<strong>de</strong>m comprar menos quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

categoria <strong>para</strong> comprar produtos melhores.<br />

Cresceu o gasto médio <strong>de</strong>las com hidratante (está R$ 5 maior<br />

por ano) e elas <strong>de</strong>sembolsaram 10% a mais com <strong>de</strong>sodorantes,<br />

bronzeadores e pós-xampu.<br />

Por trás <strong>de</strong>sses números está, principalmente, o “eu mereço”, o<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> se premiar com produtos que sejam só <strong>para</strong> ela e que,<br />

ao mesmo tempo, tenham alguma sofisticação. Pesquisa <strong>da</strong> Kantar<br />

Worldpanel mostra que as compras <strong>de</strong>sse tipo representavam<br />

23% <strong>da</strong> cesta em 2004. Em 2011, tinham subido <strong>para</strong> 32%. Mais<br />

<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s categorias <strong>de</strong> higiene e beleza estão “domina<strong>da</strong>s”<br />

por marcas premium, revela o estudo.<br />

Esse movimento, no entanto, tem levado as mulheres a outros<br />

canais, como as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> farmácia e drogaria e as perfumarias.<br />

“O canal ‘farma’ é mais competitivo em 85% dos produtos nos<br />

quais disputa espaço com os supermercados. E ain<strong>da</strong> oferece<br />

um sortimento mais completo, com consultoria e mais atendimento”,<br />

avalia Fraga.<br />

É um gap que o setor vai ter que resolver se quiser aproveitar o<br />

bom momento <strong>da</strong>s compras femininas.<br />

BookSV134.indb 68 09/03/12 17:31<br />

FOTOS: DIVULGAÇÃO


garias, postos <strong>de</strong> gasolina. Mas trata-se,<br />

também, <strong>de</strong> entregas, agen<strong>da</strong>mento <strong>de</strong><br />

entregas, serviços <strong>de</strong> busca e entrega <strong>de</strong><br />

documentos”, explica Cristiane.<br />

Para o diretor <strong>de</strong> operações dos supermercados<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar, João Edson<br />

Gravata, oferecer serviços a esse cliente<br />

sempre apressado faz parte <strong>da</strong> análise que<br />

se faz na hora <strong>de</strong> montar seu mix, sortimento<br />

e itens <strong>de</strong> conveniência. E a re<strong>de</strong><br />

investe no público: há <strong>de</strong>z anos, coloca<br />

especialistas em vinhos à disposição dos<br />

clientes e também há uma déca<strong>da</strong> abriu a<br />

primeira rotisserie.<br />

Entre pratos prontos quentes e pratos<br />

frios (como massas e molhos), o Pão <strong>de</strong><br />

Açúcar começou a fazer também pratos<br />

semiprontos, que o cliente finaliza em casa,<br />

<strong>para</strong> <strong>da</strong>r seu toque especial. “Com mais<br />

dinheiro, a mulher po<strong>de</strong> começar a fazer<br />

algumas contas: ‘vou gastar 50 minutos<br />

<strong>para</strong> fazer um jantar ou vou comprar alguma<br />

coisa pronta e economizar 45 minutos<br />

<strong>para</strong> ficar com meu filho, meu marido,<br />

lendo revistas, vendo TV?”.<br />

Os semiprontos fazem sentido porque<br />

as mulheres ain<strong>da</strong> valorizam fazer as tarefas<br />

domésticas (42% dizem gostar, segundo<br />

Nielsen), mesmo querendo dividi-las<br />

mulheres são principal público<br />

<br />

com os maridos (71% <strong>de</strong>las concor<strong>da</strong>m<br />

que o i<strong>de</strong>al é dividir). “Elas gostam <strong>de</strong><br />

pre<strong>para</strong>r um jantar especial, <strong>de</strong> saber que<br />

a casa está arruma<strong>da</strong> do ‘jeito <strong>de</strong>las’, mesmo<br />

quando são as emprega<strong>da</strong>s que fazem”,<br />

explica Fraga, <strong>da</strong> Nielsen.<br />

Entre as emergentes, também se valoriza<br />

muito ser “multitarefas” e “<strong>da</strong>r conta <strong>de</strong><br />

tudo”, mas principalmente <strong>para</strong> a mulher é<br />

importante manter um certo po<strong>de</strong>r e status<br />

na família, explica Renato Meirelles, diretor<br />

do Data Popular, instituto <strong>de</strong> pesquisa<br />

especializado nesse público. “Na classe C,<br />

se o marido ‘sair <strong>da</strong> linha’, ela o ‘castiga’<br />

cozinhando mal, cui<strong>da</strong>ndo mal <strong>da</strong> casa”.<br />

De acordo com o lí<strong>de</strong>r <strong>da</strong> consultoria<br />

IBM <strong>para</strong> o setor <strong>de</strong> distribuição, João<br />

Pissuto, serviços como ven<strong>da</strong>s online vieram<br />

<strong>para</strong> ficar, <strong>de</strong>vem crescer ain<strong>da</strong> mais<br />

e contam com as mulheres como um dos<br />

principais públicos. Segundo ele, as ven<strong>da</strong>s<br />

online estão crescendo dois dígitos por<br />

ano, e 2/3 <strong>de</strong>ssas ven<strong>da</strong>s são efetua<strong>da</strong>s <strong>para</strong><br />

mulheres. “É uma forma <strong>de</strong> agilizar o dia a<br />

dia, até na hora <strong>de</strong> pesquisar preços”, diz.<br />

Outro item que merece atenção é o aumento<br />

do nível <strong>de</strong> exigência, pontua Cristiane,<br />

<strong>da</strong> GS&MD. O raciocínio é até óbvio:<br />

quanto mais cansa<strong>da</strong>s, mais as consumidoras<br />

querem facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, comodi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

que as coisas funcionem como o esperado,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> encontrar vagas no estacionamento<br />

até não pegar filas nas lojas.<br />

É mais difícil, portanto, contentar uma<br />

consumidora tão ativa, que não vai <strong>de</strong>ixar<br />

passar batido um erro que conturbe ain<strong>da</strong><br />

mais sua agen<strong>da</strong> diária, tão aperta<strong>da</strong> e extenuante.<br />

“Aten<strong>de</strong>r bem não é ser simpático ou<br />

ter boa educação. Isso é pressuposto. Aten<strong>de</strong>r<br />

bem é entregar ao cliente aquilo que se<br />

prometeu a ele, não <strong>de</strong>cepcioná-lo em suas<br />

expectativas”, explica o diretor <strong>da</strong> Felisoni<br />

Consultores, Claudio Felisoni, i<strong>de</strong>alizador<br />

do Programa <strong>de</strong> Varejo (Provar), <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />

Instituto <strong>de</strong> Administração (FIA).<br />

A indústria, por sua vez, também já<br />

percebeu a tendência por alimentação<br />

mais prática e rápi<strong>da</strong>. Prato pronto congelado<br />

é a terceira categoria que mais cresceu<br />

em valor, no ano passado, segundo a<br />

Nielsen. O avanço foi <strong>de</strong> na<strong>da</strong> <strong>de</strong>sprezíveis<br />

29,5%. De acordo com o diretor <strong>de</strong> marketing<br />

<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>carne</strong>s <strong>da</strong> BR Foods,<br />

Eduardo Bernstein, o mercado <strong>de</strong> pratos<br />

prontos encerrou o ano 18,5% maior em<br />

volume do que era em 2010.<br />

Claro que o aumento do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra<br />

foi essencial nesse crescimento, mas on<strong>de</strong> o<br />

dinheiro “extra” está sendo aplicado sinaliza<br />

uma tendência pela busca <strong>de</strong> pratici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

muito em função <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> <strong>da</strong> mulher <strong>para</strong> o<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho. “Em 2009, a Perdigão<br />

fez uma pesquisa com as consumidoras e<br />

concluiu que meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>las pertence ao grupo<br />

<strong>da</strong>s ‘novi<strong>da</strong><strong>de</strong>iras’, sempre em busca do<br />

novo, <strong>da</strong> experimentação. A outra meta<strong>de</strong><br />

valoriza a pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> e o sabor. Quando<br />

planejamos nossos produtos, o foco está<br />

sempre nesses dois perfis”, conta ele.<br />

Com base nisso, a linha <strong>de</strong> produtos<br />

com apelo prático cresceu: no ano<br />

passado, por exemplo, a Perdigão criou<br />

uma linha volta<strong>da</strong> <strong>para</strong> os singles e <strong>para</strong><br />

quem quer refeições práticas. Trata-se <strong>de</strong><br />

massas prontas <strong>para</strong> consumir. “A marca<br />

Sadia também segue essa tendência com<br />

produtos fáceis <strong>de</strong> pre<strong>para</strong>r”, diz Bernstein.<br />

Segundo ele, os investimentos se<br />

justificam porque o mercado <strong>de</strong> produtos<br />

práticos não <strong>para</strong> <strong>de</strong> crescer.<br />

A Kraft Foods foi outra gigante que lançou<br />

novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesse sentido: uma linha <strong>de</strong><br />

cereais em barra <strong>para</strong> ser consumi<strong>da</strong> rapi<strong>da</strong>mente,<br />

cujo público-alvo é quem busca<br />

produtos saudáveis, apesar do corre-corre<br />

<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rna. Além disso, reformulou<br />

a linha <strong>de</strong> chá em pó cujo público-alvo são<br />

as mulheres. Novos sabores e um site específico<br />

<strong>para</strong> elas são duas <strong>da</strong>s estratégias<br />

<strong>da</strong> companhia <strong>para</strong> o produto exclusivamente<br />

feminino.<br />

O <strong>de</strong>safio, diz Cristiane, <strong>da</strong> GS&MD,<br />

tanto <strong>para</strong> indústria como <strong>para</strong> o varejo, é<br />

aliar a pratici<strong>da</strong><strong>de</strong> à saú<strong>de</strong>. Ela reconhece<br />

que não é fácil, mas pontua que vai ser um<br />

movimento necessário.<br />

A saudável<br />

Da longa lista <strong>de</strong> produtos favorecidos<br />

pela falta <strong>de</strong> tempo <strong>da</strong>s mulheres e pelo<br />

aumento <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, claro, os vegetais<br />

congelados também experimentaram<br />

majoração <strong>de</strong> dois dígitos no ano passado:<br />

25,5% em volume e 23,1% em valor,<br />

conforme números do “Tendências”, <strong>da</strong><br />

Nielsen. O mesmo <strong>para</strong> suco pronto <strong>para</strong><br />

beber (21,7% em volume), que entrou em<br />

3,3 milhões <strong>de</strong> lares só no ano passado.<br />

A explicação <strong>para</strong> o sucesso é basicamente<br />

a busca feminina por um estilo <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> mais saudável – <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que também<br />

prático e rápido. Durante o levantamento<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 69<br />

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Especial MULHER<br />

70 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

BookSV134.indb 70 09/03/12 17:31


Leoas 2.0<br />

Os principais valores femininos auferidos pelo estudo “Pensamentos<br />

e Atitu<strong>de</strong>s”, <strong>da</strong> Nielsen, estão relacionados, <strong>de</strong> alguma forma,<br />

com um certo instinto maternal, com uma vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer do<br />

mundo um lugar melhor, porque é nesse mundo em que vão viver<br />

os filhos. “Ficou claro que a mulher se i<strong>de</strong>ntifica com valores como<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e segurança, aqui no sentido mais amplo, não<br />

apenas contra a criminali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas a favor <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>da</strong> educação,<br />

por exemplo”, explica o analista <strong>de</strong> mercado <strong>da</strong> Nielsen, Matheus<br />

Fraga, responsável pela pesquisa.<br />

Esse <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> proteger a família – e, por consequência, a preocupação<br />

com o mundo em que essa família está inseri<strong>da</strong> – redun<strong>da</strong><br />

em ativismo. Embora apenas 13% afirmem que a preocupação<br />

com o meio ambiente e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> influenciem na escolha <strong>de</strong><br />

uma marca, é na informali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s relações cotidianas que esse<br />

ativismo mostra melhor a que veio.<br />

Há alguns anos, por exemplo, começou um movimento bastante<br />

tímido e <strong>de</strong>spretensioso na internet. Algumas mulheres grávi<strong>da</strong>s<br />

ou recém-mães escreviam, em blogs pessoais, sobre a rotina <strong>da</strong><br />

materni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Uma mãe foi <strong>de</strong>scobrindo a outra, lendo a outra,<br />

iniciou-se um processo <strong>de</strong> troca informal <strong>de</strong> experiências e o processo<br />

culminou numa explosão <strong>de</strong> “blogs <strong>de</strong> mães”, que hoje usam<br />

a internet como ferramenta <strong>para</strong> <strong>de</strong>bater questões tão complexas<br />

quanto a educação, psicologia infantil, alimentação saudável e<br />

limites <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong> direciona<strong>da</strong> às crianças. É ativismo político<br />

em estado puro.<br />

“Eu repensei a educação que quero <strong>da</strong>r <strong>para</strong> o meu filho e mu<strong>de</strong>i algumas<br />

atitu<strong>de</strong>s que tinha, tudo isso por causa <strong>de</strong> coisas que aprendi<br />

na re<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong> parecer que não, mas o que eu estou fazendo é algo<br />

engajado. É político. Se somarmos a minha ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> na re<strong>de</strong> com<br />

a <strong>da</strong>quela mãe, e <strong>da</strong>quela, e <strong>da</strong>quela, isso vai ter um baita impacto<br />

na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>qui a 20 anos. Enfim: educar um filho é o ato mais<br />

político que eu consigo imaginar. Você po<strong>de</strong> nem se <strong>da</strong>r conta,<br />

mas ao se comprometer com a educação <strong>de</strong> uma criança, está se<br />

engajando na criação <strong>de</strong> um futuro melhor – <strong>para</strong> ela e <strong>para</strong> todo<br />

mundo”, diz Mariana Zanotto, 32 anos, autora do blog “Pequeno Guia<br />

Prático <strong>para</strong> Mães sem Prática” (pequenoguiapratico.blogspot.com),<br />

um dos mais famosos <strong>da</strong> re<strong>de</strong>.<br />

Mariana também é sócia <strong>de</strong> um portal recém-lançado que congrega<br />

blogs maternos e mães empresárias, o “Minha Mãe que<br />

conduzido pela Nielsen, quando estimula<strong>da</strong>s<br />

a respon<strong>de</strong>r sobre suas metas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>,<br />

69% respon<strong>de</strong>ram “ter saú<strong>de</strong>”.<br />

Essas mulheres esperam encontrar nas<br />

gôndolas dos supermercados mais produtos<br />

que as aju<strong>de</strong>m a se manter saudáveis (90%<br />

<strong>de</strong>las <strong>de</strong>sejam isso) e que também garantam<br />

a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> família (principal preocupação<br />

<strong>de</strong> 64% em relação à vi<strong>da</strong> priva<strong>da</strong> e ao lar).<br />

Um estudo <strong>da</strong> Kantar Panel, conduzido<br />

no ano passado, mostra bem o que isso<br />

Na re<strong>de</strong>, elas <strong>de</strong>batem e disseminam informações; no mundo real,<br />

já chamaram a atenção até <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> lanchonete<br />

significa em termos práticos: 58% dos<br />

brasileiros <strong>de</strong>clararam estar procurando<br />

reduzir o consumo <strong>de</strong> sal, frituras e gorduras<br />

satura<strong>da</strong>s. E outros 39% afirmaram<br />

ter mu<strong>da</strong>do a dieta <strong>para</strong> um cardápio consi<strong>de</strong>rado<br />

mais saudável. “A nova cultura<br />

<strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>da</strong> beleza, alia<strong>da</strong> às questões<br />

<strong>de</strong> ganho <strong>de</strong> tempo nas tarefas domésticas,<br />

está possibilitando a abertura <strong>de</strong> um<br />

mercado <strong>de</strong> produtos naturais que são<br />

bem vistos e indicados por especialistas,<br />

Disse” (minhamaequedisse.com). Em poucos meses <strong>de</strong> existência,<br />

o portal já tem mais <strong>de</strong> mil blogs ca<strong>da</strong>strados. “O ponto comum<br />

entre todos é: somos mães buscando o melhor <strong>para</strong> os nossos<br />

filhos – e consequentemente, <strong>para</strong> o mundo em que eles vão<br />

crescer”, diz ela.<br />

Elas estão lá, na re<strong>de</strong>, <strong>para</strong> trocar, conhecer outras mães, apren<strong>de</strong>r.<br />

Mas também <strong>para</strong> se manifestar, <strong>para</strong> ser ouvi<strong>da</strong>s, <strong>para</strong> disseminar<br />

informações nas quais acreditam, <strong>para</strong> reivindicar. “Descobrimos<br />

o po<strong>de</strong>r que temos quando nos unimos e várias vezes conseguimos<br />

gran<strong>de</strong>s mobilizações por meio <strong>da</strong> re<strong>de</strong>, <strong>para</strong> reclamar do<br />

que achamos que não está certo”, conta Roberta Lippi, blogueira<br />

do “Projetinho <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong>” (meuprojetinho<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>.blogspot.com) e<br />

sócia do site “Mamatraca” (mamatraca.com.br), também recémlançado<br />

site <strong>de</strong> conteúdo sobre materni<strong>da</strong><strong>de</strong>, feito apenas por<br />

mães, to<strong>da</strong>s blogueiras.<br />

No final <strong>de</strong> fevereiro, por exemplo, um dos temas em <strong>de</strong>bate no<br />

Mamatraca era a publici<strong>da</strong><strong>de</strong> direciona<strong>da</strong> ao público infantil. Boa<br />

parte <strong>da</strong>s blogueiras mais conheci<strong>da</strong>s, que são referência na<br />

re<strong>de</strong>, tem um posicionamento contrário ao excesso <strong>de</strong> mensagens<br />

publicitárias aos pequenos, tema que ain<strong>da</strong> está em <strong>de</strong>bate<br />

no Governo Fe<strong>de</strong>ral.<br />

De tão engaja<strong>da</strong>s, elas chamam a atenção <strong>de</strong> empresas e organizações.<br />

Há alguns meses, por exemplo, o McDonald´s convidou<br />

várias blogueiras <strong>para</strong> o lançamento <strong>de</strong> uma versão mais<br />

“saudável” do McLanche Feliz, sanduíche voltado <strong>para</strong> as crianças.<br />

Em fevereiro, Flavia Vigio, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Comunicação Corporativa<br />

<strong>para</strong> a América Latina <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> lanchonetes, <strong>de</strong>u uma<br />

longa entrevista exclusiva <strong>para</strong> o Mamatracas.<br />

Mariana Machado <strong>de</strong> Sá, autora do “Viciados em Colo” (www.<br />

viciadosemcolo.blogspot.com), um dos blogs mais bem reputados<br />

<strong>da</strong> re<strong>de</strong>, e engaja<strong>da</strong> em questões <strong>da</strong> infância, foi convi<strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

participar <strong>de</strong> um encontro <strong>de</strong> blogueiras promovido pelo Instituto<br />

Alana, especializado em criança e consumo.<br />

“No meu mundo i<strong>de</strong>al não haveria publici<strong>da</strong><strong>de</strong> dirigi<strong>da</strong> às crianças,<br />

talvez nem existissem tantos produtos infantis, apenas aqueles<br />

importantes <strong>para</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento pleno. Se uma empresa<br />

precisa se comunicar <strong>para</strong> ven<strong>de</strong>r, que se comunique com os pais,<br />

que são os responsáveis pelas escolhas e pelos <strong>de</strong>sembolsos<br />

relacionados à criança”, explica Mariana.<br />

mas com gran<strong>de</strong> facili<strong>da</strong><strong>de</strong> no manuseio<br />

e preparo no dia a dia”, conta o diretor <strong>da</strong><br />

Associação dos Produtores e Distribuidores<br />

<strong>de</strong> Hortifruti do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

(Aphortesp), Carlos Schmidt.<br />

Segundo ele, a procura por vegetais já<br />

higienizados, por exemplo, que unem os<br />

benefícios <strong>da</strong> sau<strong>da</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> pratici<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

vem aumentando 15% ao ano entre<br />

os sócios <strong>da</strong> associação, que abastecem<br />

cerca <strong>de</strong> 1.800 supermercadistas.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 71<br />

BookSV134.indb 71 09/03/12 17:31


DIVULGAÇÃO<br />

Especial MULHER<br />

Outros produtos que se beneficiaram<br />

<strong>de</strong>ssa tendência – consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pelos especialistas<br />

ouvidos por SuperVarejo como<br />

irreversível – são: água mineral, especialmente<br />

no Nor<strong>de</strong>ste, bebi<strong>da</strong> à base <strong>de</strong> soja<br />

(1 milhão <strong>de</strong> lares <strong>da</strong> classe C passam a<br />

comprar a categoria), isotônicos e até iogurtes.<br />

A previsão <strong>da</strong> Batavo, por exemplo,<br />

é manter um crescimento <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 9%<br />

na categoria, graças à busca por um estilo<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mais saudável, explica a gerente <strong>de</strong><br />

marca e inovação <strong>da</strong> divisão <strong>de</strong> lácteos <strong>da</strong><br />

BR Foods, Roberta Moreli.<br />

aten<strong>de</strong>r bem não é só ser<br />

<br />

72 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

A mãe orgânica<br />

A busca por saú<strong>de</strong>, que se esten<strong>de</strong> <strong>para</strong><br />

a família e os filhos, favorece também<br />

categorias como as <strong>de</strong> produtos orgânicos.<br />

O que alguns especialistas ouvidos<br />

por SuperVarejo sustentam é que, se<br />

fosse só <strong>para</strong> ela e o marido, essa mulher<br />

talvez não pagasse mais caro pelo<br />

orgânico, mesmo conhecendo os benefícios.<br />

Mas como é <strong>para</strong> o filho, aí sim,<br />

ela avalia que vale a pena.<br />

A linha <strong>de</strong> produtos <strong>da</strong> Native, por<br />

exemplo, uma <strong>da</strong>s indústrias pioneiras<br />

em orgânicos no país, cresceu 25% no<br />

ano passado, e a empresa, <strong>de</strong> olho no<br />

mercado “kids”, lançou uma linha <strong>de</strong><br />

cereais matinais orgânicos, específica<br />

<strong>para</strong> crianças, a Eco Friends. Além disso,<br />

em seu portfólio tradicional há diversos<br />

produtos que, embora não direcionados<br />

a esse público, acabam aten<strong>de</strong>ndo também<br />

as crianças, como achocolatados,<br />

cookies, sucos e geleias.<br />

“O que acontece é que as mulheres estão<br />

melhor informa<strong>da</strong>s. Hoje, elas sabem<br />

dos malefícios causados pelos agrotóxicos<br />

e aditivos químicos, que po<strong>de</strong>m até gerar<br />

hiperativi<strong>da</strong><strong>de</strong> nas crianças”, explica a<br />

nutricionista funcional <strong>da</strong> Mãe Terra, Gabriela<br />

Cunha. A empresa fabrica produtos<br />

naturais e orgânicos.<br />

Mirar as crianças é uma estratégia inteligente.<br />

61% <strong>da</strong>s mães ouvi<strong>da</strong>s pelo estudo<br />

<strong>da</strong> Nielsen afirmaram que <strong>de</strong>dicam todo o<br />

tempo livre aos filhos. “Eles são priori<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

absoluta <strong>de</strong>ssas mães”, pontua Fraga.<br />

Com mais po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, especialmente<br />

em função do aumento <strong>de</strong><br />

ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s classes emergentes, as mães<br />

estão gastando mais com os filhos, seja<br />

com fral<strong>da</strong>s <strong>de</strong>scartáveis (gasto com<br />

essa categoria aumentou R$ 7 por ano e<br />

houve crescimento <strong>de</strong> volume <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 10,8% até abril <strong>de</strong> 2011), seja na sofisticação<br />

<strong>da</strong> cesta <strong>de</strong> higiene e beleza.<br />

O segmento <strong>de</strong> higiene e beleza infantil<br />

cresceu 10% no ano passado, segundo a<br />

Johnson & Johnson.<br />

E categorias que antes não existiam,<br />

passaram a fazer parte <strong>da</strong> cesta <strong>de</strong> compras<br />

nos anos recentes, como hidratante<br />

<strong>para</strong> bebês, por exemplo.<br />

“A melhora <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e disseminação<br />

maior <strong>de</strong> informações foi fun<strong>da</strong>mental<br />

<strong>para</strong> isso”, explica a gerente <strong>de</strong> Shopper e<br />

Gerenciamento por Categoria <strong>da</strong> Johnson<br />

& Johnson, Patricia Gimenes.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

Aphortesp: (11) 4723-8233<br />

BR Foods: (11) 2322-5000<br />

Data Popular: (11) 3218-2222<br />

ESPM: (11) 5085-4600<br />

FIA: (11) 3732-3535<br />

Felisoni Consultores Associados: (11) 2368-3480<br />

GS&MD - Gouvêa <strong>de</strong> Souza: (11) 3405-6666<br />

IBM: 0800 7014 262<br />

Johnson &Johnson: www.jnjbrasil.com.br<br />

Kantar Worldpanel: (11) 4133-9700<br />

Kraft Foods: www.kraftfoodscompany.com/br/pt/home<br />

Mãe Terra: (11) 3468-0170<br />

Native: 0800 55 56 89<br />

Nielsen: (11) 4613-7000<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar: www.pao<strong>de</strong>acucar.com.br<br />

BookSV134.indb 72 09/03/12 17:31


Untitled-1 1 08/03/12 19:49


FOTOS: ROMANO PANSERA<br />

Acontece<br />

74 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

GLOBALSHOP 2012<br />

ENVOLVIMENTO<br />

E PROMOÇÃO<br />

Feira, palestras e premiação fizeram parte do Globalshop 2012,<br />

evento que ofereceu bons exemplos e soluções <strong>para</strong> encantar<br />

o cliente e tornar sua experiência <strong>de</strong> compra memorável<br />

[ Por Romano Pansera* revista@supervarejo.com.br ]<br />

134AconteceFeira1.indd 74 09/03/12 20:11


A<br />

GLOBALSHOP 2012 aconteceu<br />

em Las Vegas (EUA), entre os dias<br />

29 <strong>de</strong> fevereiro e 2 <strong>de</strong> março, com<br />

centenas <strong>de</strong> expositores que apresentaram<br />

o que estão <strong>de</strong>senvolvendo<br />

nas áreas <strong>de</strong> arquitetura comercial,<br />

visual merchandising, displays, material<br />

<strong>de</strong> PDV, gerenciamento <strong>de</strong> instalações e<br />

manutenção preventiva <strong>de</strong> lojas, digital<br />

store e marketing <strong>de</strong> serviços <strong>para</strong> o varejo<br />

em geral. O OMA – OUTSTANDING<br />

MERCHANDISING ACHIEVEMENT<br />

AWARDS, o maior prêmio <strong>de</strong> merchandising<br />

do mundo (o famoso índio <strong>de</strong> ouro,<br />

prata ou bronze), foi um show à parte e<br />

premiou, em 28 categorias, os mais eficazes<br />

e originais displays que foram instalados<br />

em lojas <strong>de</strong> varejo.<br />

A GLOBALSHOP 2012 também apresentou<br />

palestras que, <strong>de</strong> modo geral, <strong>de</strong>stacaram<br />

o perfil do consumidor e do shopper<br />

durante as compras e a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação do varejo <strong>para</strong> oferecer conveniência<br />

e facilitar a compra no ambiente<br />

físico <strong>da</strong> loja. Vale ressaltar que muito se<br />

falou sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> envolvimento<br />

e promoção <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong> compra<br />

positiva e memorável no varejo. Com<br />

os diversos canais varejistas ca<strong>da</strong> vez mais<br />

próximos, a linha que os se<strong>para</strong> está ca<strong>da</strong><br />

vez mais tênue e a introdução <strong>de</strong> novas<br />

EQUIPAMENTO DA DR.SCHOLL’S me<strong>de</strong> o tipo <strong>de</strong><br />

pisa<strong>da</strong> e o formato do pé <strong>para</strong> palmilha correta<br />

* Romano Pansera é presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Promovisão e do POPAI Brasil<br />

categorias <strong>para</strong> aproveitar a presença do<br />

shopper promoveu a reorganização <strong>de</strong> espaços,<br />

sempre levando em conta a proximi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e conveniência, como os que estão<br />

perto do trabalho, <strong>de</strong> casa ou do itinerário<br />

diário do shopper.<br />

Para aten<strong>de</strong>r a esta nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

as maiores re<strong>de</strong>s varejistas americanas<br />

promoveram reformas na arquitetura<br />

comercial, comunicação visual e merchandising<br />

<strong>da</strong>s lojas. O objetivo é, <strong>de</strong><br />

um lado, evi<strong>de</strong>nciar os produtos comercializados<br />

e, <strong>de</strong> outro, facilitar a vi<strong>da</strong> do<br />

consumidor no momento <strong>da</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou<br />

seja, no ato <strong>da</strong> compra.<br />

Alguns exemplos <strong>de</strong> varejo que evoluíram<br />

nestes aspectos são Target, Walmart,<br />

Walgreens, Family Dolar, Starbucks,<br />

entre outros. As lojas <strong>de</strong>stes varejistas<br />

passaram a ter corredores mais amplos,<br />

arquitetura mais clean, iluminação focal<br />

e categorias bem sinaliza<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>stacando<br />

produtos e comunicando claramente as<br />

suas características, o melhor momento<br />

e forma <strong>de</strong> preparo e consumo.<br />

Tudo a ver<br />

Como foi possível observar, os cases se<br />

relacionam a varejistas <strong>de</strong> canais diversos,<br />

como farmácias, supermercados, bazares<br />

e lojas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, entre outros. Porém, o<br />

que todos têm em comum é o fato <strong>de</strong> colocarem<br />

em prática todo o seu conhecimento<br />

sobre o comportamento <strong>de</strong> compra do shopper,<br />

a fim <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizar layouts e também<br />

introduzir novas categorias nas lojas.<br />

A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> farmácias Walgreens incluiu<br />

na loja flagship <strong>de</strong> Chicago vinhos e cervejas<br />

que praticamente ocu<strong>para</strong>m meta<strong>de</strong> do<br />

segundo piso. Do mesmo grupo, a Duane<br />

Rea<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Nova Iorque, disponibilizou um<br />

sushi bar na entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> loja, enquanto a<br />

Starbucks iniciou a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> queijos e vinhos<br />

em algumas <strong>de</strong> suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A Family<br />

Dolar introduziu a ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> FLV (frutas,<br />

legumes e verduras) e lançou ao shopper<br />

o compromisso <strong>de</strong> <strong>de</strong>volver o dinheiro<br />

<strong>da</strong> compra <strong>de</strong>stes produtos, caso não sejam<br />

consi<strong>de</strong>rados frescos pelo cliente.<br />

Algumas soluções aprimora<strong>da</strong>s <strong>de</strong> comunicação<br />

no ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> também<br />

mereceram <strong>de</strong>staque. É o caso <strong>da</strong> Personal<br />

Assistant, que recebe os clientes na entra-<br />

MÁQUINA DA COLA-COLA com <strong>de</strong>sign mo<strong>de</strong>rno<br />

oferece 120 sabores diferentes <strong>da</strong> marca<br />

<strong>da</strong> <strong>da</strong> loja com uma série <strong>de</strong> mensagens<br />

claras e objetivas sobre a própria loja e os<br />

produtos a serem promocionados.<br />

Os expositores <strong>da</strong> feira não trouxeram<br />

inovações relevantes, mas promoveram<br />

uma evolução e aperfeiçoamento nos seus<br />

produtos, como o tapete com imagem 3D<br />

e a lâmpa<strong>da</strong> <strong>de</strong> LED multicolori<strong>da</strong>, com<br />

tecnologia que substitui o reator e ativa o<br />

funcionamento com energia solar. Os displays<br />

<strong>de</strong> LED ficaram mais finos e com<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> novas aplicações, como a<br />

dupla face. Os displays <strong>de</strong> papelão foram o<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>staque <strong>da</strong> feira, com vários expositores<br />

premiados. A utilização <strong>de</strong> PVC<br />

confere mais durabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e resistência ao<br />

material no piso <strong>da</strong>s lojas. As impressões<br />

diretas e imanta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> mídias facilitam<br />

a fixação nas gôndolas e as etiquetas <strong>de</strong><br />

segurança dos produtos estão ca<strong>da</strong> vez<br />

menores e mais discretas.<br />

Dos <strong>de</strong>bates às novas soluções, a GLO-<br />

BALSHOP 2012 reforçou, em todos os<br />

aspectos e cases apresentados, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> aproximação do varejo com o<br />

shopper. Também ficou clara a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> interlocutores (no caso, os ven<strong>de</strong>dores)<br />

melhor pre<strong>para</strong>dos e <strong>de</strong> soluções que<br />

facilitem, <strong>para</strong> agências e fornecedores,<br />

a concepção <strong>de</strong> uma comunicação mais<br />

sustentável e atrativa.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 75<br />

134AconteceFeira1.indd 75 09/03/12 18:42


AS OPINIÕES CONTIDAS NESTE ARTIGO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR / FOTO: ARQUIVO<br />

Papo <strong>de</strong> Varejo<br />

Antônio Sá<br />

Professor <strong>de</strong> Marketing e Varejo em cursos<br />

<strong>de</strong> pós-graduação e MBA <strong>da</strong> FGV, Fia e Faap<br />

76 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Eles adoram novi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Visitei um hipermercado na semana passa<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> forma <strong>de</strong>spretensiosa. Buscava apenas<br />

alguns artigos <strong>de</strong> praia e aproveitei <strong>para</strong> explorar<br />

a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> bazar. Fiquei<br />

surpreso com a varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> loja. Não<br />

imaginava que lá tivesse tanta coisa interessante.<br />

Encontrei uma porção <strong>de</strong> artigos importados,<br />

diferentes e baratos. Entre outras<br />

coisas, acabei comprando um pequeno bote<br />

<br />

va procurando ou precisando.<br />

Olha, fui bem camara<strong>da</strong> com aquele hipermercado,<br />

pois me <strong>de</strong>tive a explorar produto<br />

a produto, tirava as caixas <strong>da</strong>s prateleiras e<br />

observava os itens <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>mente. Alguns<br />

estavam escondidos, como que se quisessem<br />

ser <strong>de</strong>scobertos, enquanto outros estavam<br />

tímidos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas embalagens.<br />

Os supermercados são complexos, pois oferecem<br />

milhares <strong>de</strong> produtos, e por serem lojas<br />

<strong>de</strong> autosserviço precisam “conversar” sozinhos<br />

com o cliente. Isto quer dizer que eles<br />

precisam se ven<strong>de</strong>r, se mostrar, <strong>de</strong>stacar o<br />

<br />

te <strong>para</strong> explicar <strong>para</strong> que serve ca<strong>da</strong> produto.<br />

Eles se ven<strong>de</strong>m quando dão <strong>de</strong>staque na exposição<br />

<strong>para</strong> o produto certo, quando oferecem<br />

informação sobre benefícios à saú<strong>de</strong> ou<br />

quando, simplesmente, tiram o produto <strong>da</strong><br />

caixa e permitem que o cliente o experimente.<br />

Dá pra imaginar quantos produtos os<br />

clientes <strong>de</strong>sconhecem por completo e tal-<br />

vez adorassem conhecer melhor. Produtos<br />

como queijos diferenciados, frutas exóticas,<br />

café gourmet e tantos outros. Gran<strong>de</strong><br />

parte dos produtos que o cliente não<br />

compra é, simplesmente, porque não<br />

os conhece. E pior do que não ter em linha<br />

um produto novo, é tê-lo no sortimento<br />

e não conseguir transmitir <strong>para</strong> que serve<br />

ou como se usa.<br />

O autosserviço permitiu (quando foi instituído<br />

há muitas déca<strong>da</strong>s atrás) que as lojas<br />

operassem com custos menores, porém penaliza<br />

os produtos que requerem <strong>de</strong>monstração,<br />

informação adicional ou experimentação<br />

<strong>para</strong> reduzir o sentimento <strong>de</strong> risco<br />

que o cliente tem ao avaliar algo novo.<br />

Quem não gosta <strong>de</strong> novi<strong>da</strong><strong>de</strong>? Eu gosto.<br />

Você gosta. Todos gostam. E, então, por que<br />

<br />

os produtos novos <strong>da</strong> loja por uma ou duas<br />

semanas? Po<strong>de</strong>ria ser uma ilha especial ou<br />

uma ponta <strong>de</strong> gôndola tematiza<strong>da</strong> na entra<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> loja. Ain<strong>da</strong> não vi um supermercado<br />

conseguir tratar bem os produtos novos. A<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> está aí <strong>para</strong> quem quiser ser<br />

inovador.<br />

Clientes adoram novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Clientes estão<br />

bastante interessados em conhecer melhor<br />

os produtos. Isso já faz merecer um bom<br />

passeio pelos corredores <strong>de</strong> sua loja <strong>para</strong><br />

avaliar como melhor comunicar os itens<br />

que já estão em linha.<br />

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Untitled-2 1 09/03/12 18:08


Perfil<br />

78 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

MILI<br />

CUMPRINDO<br />

O SEU PAPEL<br />

Indústria sedia<strong>da</strong> no Paraná nasceu <strong>de</strong> uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

ganhou mercado e projeta meta <strong>de</strong> um bilhão <strong>de</strong> reais<br />

<strong>para</strong> 2014, quando completará 30 anos<br />

[ Por Fábio <strong>de</strong> Lima flima@supervarejo.com.br ]<br />

BookSV134.indb 78 09/03/12 17:32


Uma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s empresas brasileiras<br />

fabricantes <strong>de</strong> papel no<br />

segmento <strong>de</strong> higiene e limpeza, a<br />

Mili foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1983, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Três Barras (SC), graças<br />

a uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> negócio percebi<strong>da</strong><br />

pelos empresários Van<strong>de</strong>rlei Micheletto e<br />

Val<strong>de</strong>mar Lissoni.<br />

Os dois moravam em Curitiba (PR) e<br />

procuravam uma maneira <strong>de</strong> entrar no<br />

setor <strong>de</strong> papel. Foi quando foram informados<br />

<strong>de</strong> que na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> catarinenese <strong>de</strong> Três<br />

Barras, há aproxima<strong>da</strong>mente 170 quilômetros<br />

<strong>da</strong> capital <strong>para</strong>naense, havia uma<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial <strong>de</strong>sse tipo, que estava<br />

<strong>para</strong><strong>da</strong> fazia dois anos.<br />

Os dois empresários prontamente viajaram<br />

e, ao se <strong>de</strong><strong>para</strong>r com as instalações<br />

<strong>da</strong> fábrica, perceberam que tinham um<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio pela frente, pois seriam<br />

necessárias reformas e um bom investimento<br />

<strong>para</strong> <strong>de</strong>ixar aquela uni<strong>da</strong><strong>de</strong> pronta<br />

<strong>para</strong> a produção. Mesmo assim, <strong>de</strong>cidiram<br />

arren<strong>da</strong>r a estrutura.<br />

“Nós nem tínhamos dinheiro <strong>para</strong> criar<br />

uma indústria <strong>de</strong> papel naquele momento,<br />

mas com coragem fomos à luta”, conta o<br />

diretor comercial e sócio-fun<strong>da</strong>dor, Van<strong>de</strong>rlei<br />

Micheletto.<br />

O nome escolhido <strong>para</strong> a empresa foi<br />

uma junção do Mi, <strong>de</strong> Micheletto, com o<br />

Li, <strong>de</strong> Lissoni. A contratação <strong>de</strong> pessoas<br />

fez-se necessária <strong>de</strong> imediato e a empresa<br />

iniciou seus trabalhos com pouco mais <strong>de</strong><br />

50 funcionários.<br />

As dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s também logo apareceram.<br />

A Mili não conseguia se <strong>de</strong>senvolver<br />

por falta <strong>de</strong> dinheiro <strong>para</strong> investir. “Quando<br />

fazíamos uma duplicata íamos correndo<br />

<strong>para</strong> o banco <strong>de</strong>scontar. Era uma situação<br />

muito <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>”, lembra Micheletto.<br />

Só em 1985, dois anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> levantar<br />

as portas, a Mili conseguiu mu<strong>da</strong>r sua<br />

situação. A empresa recorreu ao governo<br />

do estado do Paraná em busca <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>para</strong> crescer. Por meio do Banco <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

do Paraná (Ba<strong>de</strong>p), foram<br />

oferecidos incentivos fiscais <strong>para</strong> que a<br />

Mili mu<strong>da</strong>sse sua se<strong>de</strong> administrativa <strong>de</strong><br />

Santa Catarina <strong>para</strong> o Paraná. “Naquele<br />

momento, tomamos uma <strong>de</strong>cisão. A uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

fabril continuou em Santa Catarina,<br />

mas nossa se<strong>de</strong> veio <strong>para</strong> o Paraná. Aí as<br />

coisas começaram a mu<strong>da</strong>r <strong>para</strong> melhor”,<br />

garante Micheletto.<br />

1983 Fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Mili<br />

na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Barras,<br />

em Santa Catarina<br />

1985 Mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> se<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

empresa <strong>para</strong> Curitiba, no Paraná<br />

1996<br />

Diversificação <strong>de</strong> produtos<br />

2012/2013<br />

Investimentos <strong>de</strong> 200 milhões<br />

<strong>de</strong> reais em máquinas<br />

No começo, a Mili fabricava só papel<br />

higiênico. Atualmente, fabrica também<br />

toalhas e guar<strong>da</strong>napos <strong>de</strong> papel, fral<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>scartáveis, absorventes higiênicos e<br />

mais uma série <strong>de</strong> itens <strong>de</strong> higiene pessoal<br />

e limpeza doméstica. “Enfrentamos muitas<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mas sempre acreditamos<br />

que faríamos uma <strong>da</strong>s maiores empresas<br />

do Brasil no setor, como <strong>de</strong> fato somos<br />

hoje”, afirma Michelleto.<br />

A diversificação <strong>de</strong> produtos foi feita <strong>para</strong><br />

um melhor aproveitamento <strong>da</strong> força <strong>de</strong><br />

ven<strong>da</strong>s e <strong>da</strong> logística. Essa estratégia foi<br />

adota<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido a uma característica peculiar<br />

<strong>de</strong>sse setor quando o assunto é logística,<br />

uma vez que, além do custo alto <strong>de</strong>sse<br />

serviço no Brasil, o valor <strong>da</strong> carga <strong>de</strong> papel<br />

costuma ser baixo em com<strong>para</strong>ção a outros<br />

tipos <strong>de</strong> produtos, e a diversificação passa<br />

a ser crucial <strong>para</strong> a sobrevivência <strong>da</strong> empresa.<br />

“O varejo que compra papel compra<br />

também fral<strong>da</strong> e absorvente. Só agregando<br />

valor ao portfólio os preços logísticos ficam<br />

menos salgados”, alerta Micheletto.<br />

Em crescimento contínuo, a Mili conta<br />

hoje com 400 colaboradores no Paraná,<br />

900 em Santa Catarina e 100 no estado<br />

<strong>de</strong> Alagoas, on<strong>de</strong> também existe uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

fabril que recebe um produto semi-<br />

-acabado. Nesse processo, chamado <strong>de</strong><br />

conversão, são envia<strong>da</strong>s bobinas gigantes<br />

<strong>de</strong> papel <strong>da</strong> fábrica <strong>de</strong> Santa Catarina que<br />

são transforma<strong>da</strong>s em pequenos rolos <strong>de</strong><br />

papel na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> nor<strong>de</strong>stina.<br />

O empresário salienta que a relação<br />

custo-benefício é hoje a principal arma <strong>da</strong>s<br />

empresas que brigam por espaço nesse mercado<br />

e que com a Mili não é diferente. Segundo<br />

ele, ninguém mais olha só custo ou só<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos, então as duas coisas<br />

têm que ser atraentes. É equalizando essa<br />

relação que a marca vem crescendo. “A Mili<br />

é uma empresa <strong>de</strong> coragem, <strong>de</strong> postura e <strong>de</strong><br />

persistência. E queremos melhorar ca<strong>da</strong> vez<br />

mais, aperfeiçoando as linhas <strong>de</strong> produtos<br />

que já fabricamos”, <strong>de</strong>clara Micheletto.<br />

O empresário exalta que os produtos<br />

Mili chegam a todo País, além <strong>de</strong> serem<br />

exportados <strong>para</strong> o Paraguai. A expansão<br />

<strong>para</strong> outros países <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá dos custos<br />

<strong>da</strong> operação, além do câmbio que não é<br />

muito favorável à exportação neste momento,<br />

segundo Micheletto. “Hoje, 12%<br />

do mercado <strong>de</strong> papel higiênico no Brasil<br />

é <strong>da</strong> Mili, assim como 5% do mercado <strong>de</strong><br />

fral<strong>da</strong>s. E continuamos crescendo.”<br />

Até o final <strong>de</strong> 2013, ano em que completará<br />

30 anos, a empresa fará investimentos<br />

<strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> reais. Serão 100<br />

milhões <strong>de</strong> reais com dinheiro próprio e<br />

os outros 100 milhões <strong>de</strong> reais por meio<br />

<strong>de</strong> empréstimos bancários. Boa parte dos<br />

investimentos será <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à compra <strong>de</strong><br />

uma máquina que aumentará em 70% a<br />

produção. “Até 2014 queremos um faturamento<br />

<strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong> reais. Essa é nossa<br />

gran<strong>de</strong> meta”, conclui Michelleto.<br />

FONTE DESTA MATÉRIA<br />

Mili: (41) 3227-8000<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 79<br />

BookSV134.indb 79 09/03/12 17:32


Perfil<br />

80 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

IVAN CARLOS CHIACHIO<br />

FOCO E<br />

DETERMINAÇÃO<br />

Coor<strong>de</strong>nador administrativo constrói carreira<br />

no varejo com <strong>de</strong>dicação e supera <strong>de</strong>safios<br />

[ Por Fábio <strong>de</strong> Lima flima@supervarejo.com.br ]<br />

Ivan Carlos Chiachio começou sua<br />

carreira no varejo em 1989, então<br />

com 21 anos. Antes, o rapaz lutava<br />

pelo seu sustento, ven<strong>de</strong>ndo palestras<br />

<strong>de</strong> negócios do empresário<br />

Maurício Góis. Com essa experiência,<br />

ele apren<strong>de</strong>u, além <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r, a respeitar<br />

quem compra. E esse ensinamento ele<br />

carrega e transmite até hoje.<br />

No setor, Chiachio começou como escriturário<br />

no Oba Hortifruti, empresa<br />

sedia<strong>da</strong> em Campinas (SP). Ele trabalhava<br />

em uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do CEAGESP<br />

<strong>da</strong>quela ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, no horário <strong>da</strong> madruga<strong>da</strong>.<br />

Sua vi<strong>da</strong> não era fácil. Ele estu<strong>da</strong>va à<br />

noite, chegava em casa por volta <strong>de</strong> 23h e<br />

entrava no trabalho às 3h <strong>da</strong> manhã. Lá<br />

ficava até o meio-dia. Sobrava o período<br />

<strong>da</strong> tar<strong>de</strong> <strong>para</strong> recarregar as forças.<br />

“Era uma época muito difícil. Mas eu já<br />

tinha foco no meu crescimento profissional”,<br />

garante Chiachio. Ele lembra que no<br />

tempo que vendia palestras teve contato<br />

com muitos empresários e logo percebeu<br />

que na vi<strong>da</strong> nenhuma conquista vinha<br />

sem esforço e trabalho. “Quando entrei<br />

no varejo e numa empresa que estava por<br />

crescer, tive certeza que ali estava minha<br />

gran<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.”<br />

O rapaz trabalhou na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> por um<br />

ano, até ser transferido <strong>para</strong> a se<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

empresa. Mudou <strong>de</strong> ares e <strong>de</strong> cargo, assumindo<br />

a função <strong>de</strong> auxiliar administrativo<br />

e passou a trabalhar junto aos diretores.<br />

Nesse período, teve contato com os diver-<br />

BookSV134.indb 80 09/03/12 17:32<br />

FÁBIO DE LIMA


ARQUIVO PESSOAL<br />

IVAN CARLOS CHIACHIO<br />

COORDENADOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO<br />

IDADE 44 anos<br />

FAMÍLIA <br />

CARREIRA <br />

<br />

FORMAÇÃO Administração <strong>de</strong> empresas<br />

sos setores <strong>da</strong> empresa e foi se familiarizando<br />

com as áreas. “Eu li<strong>da</strong>va com muita<br />

gente e isso era um aprendizado constante”,<br />

conta Chiachio.<br />

Ele conta que almejava se tornar gerente<br />

<strong>de</strong> loja, mas naquele momento a<br />

empresa ain<strong>da</strong> crescia em pequena escala<br />

e ele teve <strong>de</strong> ter paciência. “Sempre<br />

achei que um funcionário <strong>de</strong>ve saber o<br />

que quer e se esforçar <strong>para</strong> conseguir<br />

seus objetivos. Também é importante<br />

sinalizar <strong>para</strong> os seus superiores essas<br />

ambições”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

Quatro anos se passaram e em 1994<br />

surgiu a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. O Oba precisava<br />

<strong>de</strong> um gerente <strong>para</strong> uma loja em São<br />

Paulo e o convite foi feito <strong>para</strong> Chiachio.<br />

Às vésperas do casamento, ele aceitou o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Campinas e assumir a<br />

gerência. “Casei no fim <strong>de</strong> semana e já na<br />

segun<strong>da</strong>-feira estava em São Paulo <strong>para</strong><br />

iniciar essa nova fase, aumentando meu<br />

contato com o chão <strong>de</strong> loja”, conta.<br />

Em São Paulo, as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s logo<br />

apareceram. Os clientes eram exigentes<br />

e a loja <strong>de</strong>morava <strong>para</strong> <strong>da</strong>r os resultados<br />

esperados. Mas Chiachio soube li<strong>da</strong>r<br />

com a situação e logo transformou<br />

as coisas. “Quem não gosta <strong>de</strong> gente não<br />

po<strong>de</strong> trabalhar no varejo. Conversei com<br />

funcionários e clientes e os resultados foram<br />

aparecendo”, explica. Em 1996, foi<br />

transferido <strong>de</strong> loja e percebeu que as mu<strong>da</strong>nças<br />

são necessárias <strong>para</strong> quem quer<br />

crescer na vi<strong>da</strong>.<br />

Em 2002 uma <strong>de</strong>cisão mudou a carreira<br />

<strong>de</strong> Chiachio. Mesmo com um currículo<br />

repleto <strong>de</strong> cursos ligados ao varejo, faltava<br />

a ele uma facul<strong>da</strong><strong>de</strong> e isso ele encarava<br />

como uma grave <strong>de</strong>ficiência. Foi quando<br />

voltou a estu<strong>da</strong>r e cursou administração<br />

<strong>de</strong> empresas.<br />

Logo que começou a facul<strong>da</strong><strong>de</strong>, ele conta<br />

que o Oba procurava funcionários <strong>para</strong><br />

coor<strong>de</strong>nar <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s áreas <strong>da</strong> empresa,<br />

que estavam crescendo e não era mais<br />

possível serem administra<strong>da</strong>s apenas pelos<br />

donos. “Naquele momento o meu trabalho<br />

se tornava mais estratégico <strong>de</strong>ntro<br />

do Oba Hortifruti”, orgulha-se.<br />

Chiachio voltou à se<strong>de</strong> <strong>da</strong> empresa, em<br />

Campinas, e passou a ser um coor<strong>de</strong>nador<br />

administrativo e financeiro. Ele não<br />

ficava mais centralizado em uma loja, mas<br />

visitava to<strong>da</strong>s as uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

estratégias específicas <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>de</strong>las. “Nesta função se tem acesso a todos<br />

os números <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>para</strong> que se consiga<br />

traçar os planejamentos”, explica.<br />

Hoje, com 44 anos, Chiachio recapitula<br />

sua vi<strong>da</strong> e se consi<strong>de</strong>ra um vencedor.<br />

O conhecimento que tem do Oba se <strong>de</strong>ve<br />

à oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer tanto a<br />

área administrativa como o chão <strong>de</strong> loja.<br />

“O fato <strong>de</strong> ter sido gerente me facilitou<br />

quando fui <strong>para</strong> a coor<strong>de</strong>nação. Eu entendia<br />

o que passava ca<strong>da</strong> gerente e fazia<br />

o que fosse melhor <strong>para</strong> o crescimento<br />

<strong>da</strong> loja”, enfatiza.<br />

Por fim, Chiachio diz que quer continuar<br />

crescendo junto com a empresa,<br />

mas alerta que quanto mais cresce um<br />

funcionário mais responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s são<br />

a ele atribuí<strong>da</strong>s. Não só as do cargo em<br />

si, mas também junto aos colegas <strong>de</strong> empresa.<br />

“Quando você cresce, passa a ser<br />

espelho <strong>para</strong> muita gente. Então, é fun<strong>da</strong>mental<br />

estar atento à ética e à conduta no<br />

dia a dia. O fato é que você estará contribuindo<br />

<strong>para</strong> a formação <strong>de</strong> outros lí<strong>de</strong>res<br />

também”, conclui.<br />

FONTE DESTA MATÉRIA<br />

Oba Hortifruti: (19) 3772-3455<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 81<br />

BookSV134.indb 81 09/03/12 17:32<br />

FÁBIO DE LIMA


Especial<br />

82 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

SÉRIE APAS 2012<br />

OPORTUNIDADE<br />

PARA NEGÓCIOS E<br />

RELACIONAMENTO<br />

BookSV134.indb 82 09/03/12 17:32


O ponto <strong>de</strong> encontro mais importante <strong>para</strong> quem ven<strong>de</strong> e <strong>para</strong> quem fabrica<br />

os produtos acontecerá no Expo Center Norte, em São Paulo, entre os dias<br />

7 e 10 <strong>de</strong> maio. E a SuperVarejo é a revista oficial do evento<br />

[ Por Nei<strong>de</strong> Martingo revista@supervarejo.com.br ]<br />

Está próxima a <strong>da</strong>ta mais importante<br />

<strong>para</strong> o setor supermercadista<br />

e que vai mexer com o varejo<br />

do mundo todo. Contagem<br />

regressiva <strong>para</strong> a Feira APAS<br />

2012, que acontece entre os dias 7 e 10<br />

<strong>de</strong> maio, no Expo Center Norte, em São<br />

Paulo. Supermercadistas e expositores<br />

juntos vão garantir que o sucesso, mais<br />

uma vez, aconteça no evento. Afinal, as<br />

últimas tendências e novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do varejo<br />

estão sendo ansiosamente aguar<strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />

Além <strong>de</strong> bons negócios, os aproxima<strong>da</strong>mente<br />

70 mil visitantes e 550 expositores<br />

po<strong>de</strong>rão fazer novos clientes, criar<br />

parcerias e estreitar relacionamentos.<br />

Diante disso, o tema do evento <strong>de</strong>ste ano,<br />

Colaboração – Inteligência Compartilha<strong>da</strong><br />

Criando Valor <strong>para</strong> o<br />

Consumidor, não foi escolhido à toa.<br />

Os participantes terão acesso às diversas<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a feira oferece, e po<strong>de</strong>rão<br />

enriquecer conhecimentos no 28º<br />

Congresso e Feira <strong>de</strong> Negócios em Super-<br />

mercados.<br />

Quem já esteve na Feira APAS sabe<br />

como ela é importante <strong>para</strong> os resultados<br />

financeiros e também <strong>para</strong> se manter informado.<br />

A Vinícola Salton, por exemplo,<br />

sempre participou do evento. “Não consigo<br />

lembrar o número <strong>de</strong> vezes que fomos expositores<br />

na Feira APAS. A impressão que<br />

tenho é que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre”, brinca o diretor<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> empresa, Cleber Slaifer.<br />

“Trata-se <strong>de</strong> um ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro ponto <strong>de</strong><br />

encontro <strong>para</strong> os clientes. É um ambiente<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 83<br />

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DIVULGAÇÃO<br />

Especial SÉRIE APAS 2012<br />

propício <strong>para</strong> fazer planejamento, <strong>de</strong>bater<br />

i<strong>de</strong>ias, criar laços. Resumindo, conhecer a<br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quem compra o nosso produto<br />

e ter condições, com isso, <strong>de</strong> melhorar<br />

sempre”, diz o executivo.<br />

De fato, o contato “olho no olho” com<br />

o cliente sempre aju<strong>da</strong> no relacionamento<br />

comercial, já que fortalece a confiança. O<br />

resultado <strong>da</strong> ação se reflete nos números.<br />

Slaifer projeta um crescimento <strong>de</strong> 20% nas<br />

ven<strong>da</strong>s realiza<strong>da</strong>s na Feira APAS 2012, em<br />

relação à edição <strong>de</strong> 2011. Em com<strong>para</strong>ção<br />

a 2010, a Salton registrou igual percentual<br />

<strong>de</strong> alta nos negócios <strong>da</strong> feira. Para Slaifer,<br />

a Feira APAS se fortalece a ca<strong>da</strong> edição.<br />

Os visitantes <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ir a outros eventos<br />

<strong>de</strong> varejo, ao longo do ano, e concentram<br />

esforços na Feira APAS.<br />

A Vinícola Salton se pre<strong>para</strong> atualmente<br />

<strong>para</strong> priorizar as ações nas regiões<br />

Sul, Nor<strong>de</strong>ste e Norte do Brasil. “Em<br />

2012, o País <strong>de</strong>verá ser a sétima economia<br />

do mundo - avanço que se refletirá nos<br />

negócios <strong>da</strong> companhia. O consumo <strong>de</strong><br />

vinhos e espumantes é ca<strong>da</strong> vez maior”,<br />

afirma. Entre os lançamentos <strong>da</strong> Salton<br />

na Feira APAS 2012, <strong>de</strong>staca-se um vinho<br />

que vai homenagear os 102 anos <strong>da</strong> empresa<br />

fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pela família, que até hoje<br />

está na direção <strong>da</strong> Salton. A expectativa é<br />

<strong>de</strong> que o faturamento <strong>da</strong> companhia, este<br />

ano, chegue a R$ 290 milhões; em 2011,<br />

o número foi <strong>de</strong> R$ 256 milhões.<br />

São muitas as vantagens <strong>de</strong> participar<br />

<strong>da</strong> Feira APAS. Quem enten<strong>de</strong> do assunto<br />

– e “vive” <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le – garante que a<br />

melhor forma <strong>de</strong> fazer negócios é apro-<br />

84 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

fun<strong>da</strong>r o contato com as pessoas. Tarefa<br />

amplamente realiza<strong>da</strong> na Feira APAS. O<br />

Grupo Benassi, importador e exportador<br />

<strong>de</strong> frutas, e também especializado no comércio<br />

<strong>de</strong> hortifrutigranjeiros, tem muita<br />

história <strong>para</strong> contar. Ele não fecha negócios<br />

durante a Feira APAS.<br />

Para o diretor <strong>da</strong> companhia, Eduardo<br />

Benassi, o que motiva a empresa a participar<br />

todo ano do evento é fomentar a parte<br />

institucional. “Os clientes viram amigos.<br />

E há a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer pessoas.<br />

Na feira temos tempo <strong>para</strong> conversar,<br />

<strong>de</strong>talhar planos e ações. A correria presente<br />

no dia a dia, na empresa, fica fora<br />

do evento”, diz Benassi.<br />

A companhia recebe visitas <strong>de</strong> clientes<br />

<strong>de</strong> todos os cantos do Brasil. Ele diz que<br />

os negócios, <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> feira, acontecem<br />

naturalmente. “Os clientes novos po<strong>de</strong>m<br />

ser fi<strong>de</strong>lizados. E os antigos ficam ca<strong>da</strong><br />

vez mais perto”.<br />

Já a Yoki Alimentos vai aproveitar a<br />

Feira APAS <strong>para</strong> alavancar os negócios <strong>de</strong><br />

uma <strong>da</strong>s <strong>da</strong>tas mais importantes <strong>para</strong> a empresa:<br />

as festas juninas. A empresa lançará<br />

itens no segmento <strong>de</strong> pipocas e <strong>de</strong> produtos<br />

naturais no evento, além <strong>de</strong> promover<br />

o relançamento <strong>de</strong> algumas linhas. “A Feira<br />

APAS é a maior do setor. O momento é<br />

propício <strong>para</strong> mais uma participação <strong>da</strong><br />

companhia. Antes <strong>da</strong>s festas juninas mostramos<br />

as novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, que são avi<strong>da</strong>mente<br />

espera<strong>da</strong>s pelos varejistas”, <strong>de</strong>talha o vice-<br />

-presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Yoki, Gabriel Cherubini.<br />

Na feira é possível ouvir os clientes <strong>da</strong><br />

companhia, e saber quais são os elogios,<br />

reclamações e sugestões diretamente <strong>da</strong><br />

“fonte”. Ou seja, conhecendo a imagem <strong>da</strong><br />

empresa, é possível sempre melhorar. “A<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar clientes e futuros<br />

parceiros é maior”, acredita Cherubini.<br />

Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Assim como os supermercadistas procuram<br />

agra<strong>da</strong>r os consumidores e fi<strong>de</strong>lizá-los,<br />

outras empresas veem o setor como<br />

o potencial cliente. Desta forma, a Feiras<br />

APAS 2012 se transforma num gran<strong>de</strong><br />

palco on<strong>de</strong> serão fechados negócios importantes.<br />

A Iveco fabrica e comercializa<br />

caminhões no Brasil. Expondo na feira,<br />

ela terá a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se apresentar<br />

não só aos gran<strong>de</strong>s, como também aos<br />

pequenos e médios varejistas. “O evento<br />

é frequentado por supermercadistas <strong>de</strong><br />

todo o Brasil. Trata-se <strong>de</strong> uma excelente<br />

chance <strong>para</strong> conhecer pessoas e <strong>de</strong> mostrar<br />

a nossa linha <strong>de</strong> produtos. A Iveco<br />

está pre<strong>para</strong><strong>da</strong> <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r supermercados<br />

<strong>de</strong> todos os tamanhos, com caminhões<br />

leves, extra pesados, ou <strong>para</strong> quem<br />

precisa transportar cargas refrigera<strong>da</strong>s,<br />

por exemplo”, afirma a coor<strong>de</strong>nadora <strong>de</strong><br />

Marketing, Márcia Borba.<br />

“O setor supermercadista é extremamente<br />

importante <strong>para</strong> a Iveco. O caminhão<br />

é uma po<strong>de</strong>rosa ferramenta <strong>de</strong> trabalho <strong>para</strong><br />

um segmento que não <strong>para</strong> <strong>de</strong> crescer”.<br />

A companhia planeja lançar um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> caminhão na APAS 2012 – um veículo<br />

“mais mo<strong>de</strong>rno, econômico e potente, pronto<br />

<strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do varejo”.<br />

Outra empresa que vai fazer lançamen-<br />

MAIS <br />

po<strong>de</strong>rão fazer bons negócios durante o evento<br />

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tos na APAS 2012 é a Camil Alimentos.<br />

A meta <strong>da</strong> companhia é apresentar o novo<br />

portfólio <strong>de</strong> produtos e marcas <strong>para</strong> a<br />

ca<strong>de</strong>ia varejista. “Esperamos atingir alta<br />

visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> com a participação no evento”,<br />

afirma o diretor <strong>de</strong> Marketing, Jaques<br />

Maggi Quartiero. “Acreditamos que estar<br />

na APAS 2012 é uma gran<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> fazer estes lançamentos”.<br />

Para ele, a gran<strong>de</strong> diferença em fazer<br />

negócio na feira é o contato direto entre<br />

cliente e fornecedor. “Além disso, é possível<br />

conhecer a pessoa que tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão <strong>para</strong> fechar os contratos”. Quartiero<br />

afirma que a Camil tem a tradição<br />

<strong>de</strong> levar os colaboradores <strong>da</strong> empresa ao<br />

evento <strong>da</strong> APAS, <strong>para</strong> que eles participem<br />

tanto <strong>da</strong> feira como do Congresso.<br />

Exposição<br />

“Para o nosso setor, o <strong>de</strong> alimentos, a<br />

Feira APAS é hoje o maior e mais importante<br />

evento <strong>de</strong> negócios do canal supermercadista<br />

brasileiro”. Com esta frase,<br />

o diretor <strong>de</strong> Comunicação e Marketing<br />

Institucional do Grupo Marfrig, Alex Simões<br />

Toledo, explica porque a companhia<br />

participa do evento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ele foi iniciado<br />

pela APAS. “Adquiri<strong>da</strong> pelo Grupo<br />

Marfrig em 2010, a Seara passou a ocupar<br />

a maior área <strong>de</strong> estan<strong>de</strong> <strong>da</strong> feira. A Seara<br />

é hoje uma <strong>da</strong>s maiores produtoras e exportadoras<br />

<strong>de</strong> alimentos industrializados<br />

à base <strong>de</strong> <strong>carne</strong> <strong>de</strong> aves, bovinos, ovinos e<br />

suínos do mundo”, afirma.<br />

Para Toledo, a principal vantagem <strong>de</strong> estar<br />

na feira é expor <strong>de</strong> forma concentra<strong>da</strong> e<br />

organiza<strong>da</strong> os lançamentos e as estratégias<br />

<strong>da</strong> Marfrig Seara <strong>para</strong> os principais varejistas<br />

do País. “Em quatro dias <strong>de</strong> exibição,<br />

conseguimos promover encontros entre as<br />

altas direções <strong>da</strong>s nossas empresas com as<br />

dos nossos clientes, gerando ca<strong>da</strong> vez mais<br />

integrações comerciais e resultados extremamente<br />

prósperos ano após ano”, analisa<br />

o executivo. Toledo chama a atenção <strong>para</strong><br />

um ponto em comum entre os expositores<br />

<strong>da</strong> Feira APAS. “Dentro <strong>da</strong> feira, temos a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer o cliente mergulhar<br />

no nosso mundo e enxergar as oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que a Seara po<strong>de</strong> oferecer <strong>para</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos negócios <strong>de</strong>le”.<br />

Os expositores <strong>da</strong> Feira APAS já <strong>de</strong>ixaram<br />

bem claro que vale a pena seduzir o<br />

cliente – ou, melhor dizendo, o supermercadista<br />

– porque a estratégia e os investi-<br />

mentos são sinônimos <strong>de</strong> bons negócios.<br />

Os varejistas, pelo jeito, reconhecem o<br />

esforço. O casal Flavio Augusto Pandolfi<br />

e Márcia Hiroko Nagaoka Pandolfi – ele<br />

gerente, ela proprietária do Super Vizinho<br />

Yamato, visita a Feira APAS há pelo menos<br />

<strong>de</strong>z anos. Segundo o gerente, o evento<br />

é uma gran<strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>para</strong> acertar<br />

as arestas com os fabricantes, além <strong>de</strong> conhecer<br />

as novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. “A gran<strong>de</strong> vantagem<br />

<strong>de</strong> visitar a Feira APAS é po<strong>de</strong>r falar diretamente<br />

com o fornecedor, representado<br />

pelos gerentes e diretores. Nesta oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

conseguimos uma melhor i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong><br />

empresa e <strong>de</strong> seus colaboradores. E tentamos,<br />

ao mesmo tempo, resolver qualquer<br />

pendência, como troca <strong>de</strong> mercadorias e<br />

melhora na logística, ou seja, a entrega<br />

dos produtos. É possível também fazer reclamações<br />

diversas, discutir prazos, e até<br />

mesmo começar uma parceria, como o lançamento<br />

<strong>de</strong> um produto, por exemplo”, <strong>de</strong>talha<br />

ele, que preten<strong>de</strong> fazer bons pedidos.<br />

Para Pandolfi, a Feira APAS repercute<br />

positivamente na rotina do trabalho. “O<br />

evento dá apoio e oferece aprendizado e<br />

i<strong>de</strong>ias. E ain<strong>da</strong> aju<strong>da</strong> a melhorar a parte<br />

mais sensível <strong>da</strong> loja, por on<strong>de</strong> todos passam<br />

- mas poucos re<strong>para</strong>m, que é a comunicação<br />

visual. É assim que eu vejo o peso<br />

<strong>da</strong> feira. A apresentação, a comunicação e,<br />

principalmente, os profissionais presentes<br />

são fun<strong>da</strong>mentais”, <strong>de</strong>staca.<br />

Ele faz questão <strong>de</strong> levar sempre alguns<br />

funcionários, <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> seção <strong>da</strong> loja, <strong>para</strong><br />

que também possam ter contato com to<strong>da</strong>s<br />

as novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. “Além do crescimento pessoal,<br />

a experiência po<strong>de</strong> trazer benefícios ao<br />

negócio”. Pandolfi <strong>de</strong>staca que a feira po<strong>de</strong><br />

trazer ain<strong>da</strong> mais informações aos visitantes<br />

em relação à campanha Vamos Tirar o<br />

Planeta do Sufoco, <strong>da</strong> APAS. Saber mais<br />

sobre sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> está entre as priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

do varejista. “É preciso ficar atento<br />

às alternativas e <strong>da</strong>r a nossa contribuição<br />

<strong>para</strong> preservar o planeta; não apenas com<br />

a substituição <strong>da</strong>s sacolas <strong>de</strong>scartáveis pelas<br />

reutilizáveis, mas pensar nas embalagens<br />

dos produtos que comercializamos<br />

e nos equipamentos. A conscientização é<br />

muito importante <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça<br />

que já está acontecendo”.<br />

Congresso APAS<br />

O Supermercado Savegnago participa<br />

<strong>da</strong> Feira APAS <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 80. O dire-<br />

tor comercial <strong>da</strong> empresa, José Sarrassini,<br />

<strong>de</strong>staca que, além <strong>de</strong> estreitar o relacionamento<br />

dos varejistas com os principais<br />

representantes <strong>da</strong>s indústrias fornecedoras,<br />

a Feira APAS proporciona um melhor<br />

conhecimento na área “técnica” do setor,<br />

através <strong>da</strong>s palestras. “Seria interessante<br />

que existissem mais palestras com cases<br />

<strong>de</strong> sucesso em operação, com novos formatos<br />

<strong>de</strong> loja, nacionais ou internacionais.<br />

O evento representa o setor supermercadista”,<br />

analisa Sarrassini.<br />

“Os <strong>de</strong>staques em gerenciamento <strong>de</strong> categorias<br />

e os novos formatos <strong>de</strong> loja, a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>de</strong> mix <strong>de</strong> produtos são os mais aplicados<br />

no dia a dia <strong>da</strong> empresa”. Sarrassini<br />

diz que principalmente os colaboradores<br />

do setor comercial, os gerentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos<br />

administrativos e os gerentes <strong>da</strong>s<br />

lojas participam todo ano <strong>da</strong> Feira APAS.<br />

Ao contrário <strong>de</strong> Savegnago, o gerente<br />

geral do Supermercado De Faveri, Oscar<br />

Cal<strong>de</strong>ron, vai a Feira APAS com o objetivo<br />

<strong>de</strong> fechar negócios. “O evento traz a facili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>para</strong> que os <strong>de</strong>talhes sejam acertados.<br />

As reuniões <strong>de</strong> trabalho são marca<strong>da</strong>s<br />

no próprio evento, e os contratos, finalizados.<br />

E o melhor: é possível conseguir vantagens<br />

não só no preço dos produtos, mas<br />

também em relação ao frete, e também<br />

um prazo <strong>de</strong> pagamento diferenciado. O<br />

ven<strong>de</strong>dor sempre tem ao lado o superior,<br />

que autoriza as condições especiais – na<br />

hora”, diz, animado, Cal<strong>de</strong>ron.<br />

Ele participa <strong>da</strong> Feira APAS <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2003. Desta forma, conhece os lançamentos<br />

dos fabricantes dos produtos em primeira<br />

mão, sempre na feira. Cal<strong>de</strong>ron faz<br />

questão <strong>de</strong> sempre levar um funcionário<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> setor <strong>da</strong> empresa, <strong>para</strong> que todos<br />

possam levar as experiências adquiri<strong>da</strong>s<br />

no evento <strong>para</strong> o supermercado. “Mas uma<br />

<strong>da</strong>s coisas mais bacanas <strong>da</strong> Feira APAS<br />

é reencontrar os amigos, pessoas com as<br />

quais tive contato em antigos fornecedores.<br />

É um prazer caminhar pelos corredores<br />

do evento”.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

Camil Alimentos: (11) 3649-1000<br />

Grupo Benassi: (11) 3643-8880<br />

Iveco Caminhões: 0800-702 3443<br />

Marfrig Seara: 0800-472425<br />

Supermercado Super Vizinho Yamato: (11) 5588-2011<br />

Supermercado Savegnago: 0800 166 680<br />

Supermercado De Faveri: (48) 3442-8317<br />

Vinícola Salton: (11) 2281-3300<br />

Yoki Alimentos: (11) 2188-8444<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 85<br />

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AS OPINIÕES CONTIDAS NESTE ARTIGO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR / FOTO: ARQUIVO<br />

Neuromarketing<br />

Pedro Camargo<br />

É consultor, conferencista e professor <strong>de</strong><br />

pós-graduação em Neuromarketing e<br />

Biologia do Comportamento do Consumidor.<br />

Confi ra mais no site www.biocc.com.br<br />

86 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Vai pagar como?<br />

Cartão ou dinheiro?<br />

A forma <strong>de</strong> pagamento (em dinheiro, cartão<br />

<strong>de</strong> crédito ou débito) afeta como o consumidor<br />

percebe o produto que está comprando, <strong>de</strong><br />

acordo com uma nova pesquisa na área <strong>de</strong> economia<br />

comportamental, publica<strong>da</strong> no Journal<br />

of Consumer Research. Isso <strong>de</strong>verá fazer você<br />

repensar as suas estratégias <strong>de</strong> marketing e,<br />

principalmente, <strong>de</strong> comunicação.<br />

Incrível pensar que a forma <strong>de</strong> pagamento<br />

po<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r to<strong>da</strong> a percepção do consumidor.<br />

Já é sabido pelas pesquisas na área <strong>de</strong> economia<br />

comportamental que o uso <strong>de</strong> cartão, ao<br />

invés <strong>de</strong> dinheiro, reduz a “dor do pagamento”,<br />

porque não ativa a ínsula cerebral e, assim,<br />

<strong>de</strong>scontamos o gasto <strong>para</strong> o futuro, isto<br />

é, não precisamos pagar agora.<br />

Agora, este novo estudo <strong>de</strong>scobriu que os dois<br />

métodos <strong>de</strong> pagamento são acompanhados<br />

por percepções e focos diferentes dos produ-<br />

<br />

que pagam com cartão vão focar nos benefícios<br />

que o produto vai entregar, enquanto os<br />

consumidores que pagam em dinheiro estarão<br />

mais atentos ao preço ou valor do produto<br />

e temas relacionados a ele, como o tempo <strong>de</strong><br />

entrega, por exemplo, e a instalação. Isto é,<br />

os sujeitos que pagam com cartão <strong>de</strong> crédito<br />

ou débito focam no benefício que o produto<br />

traz, já os que pagam em espécie focam nas<br />

características <strong>de</strong> tal bem.<br />

Na publicação <strong>da</strong> pesquisa “Do Payment Mechanisms<br />

Change the Way Consumers Perceive<br />

Products”, os estudiosos do comportamento<br />

<strong>de</strong> consumo, Promothesh Chatterjee and<br />

Ran<strong>da</strong>ll L. Rose colocaram algumas pessoas<br />

com cartões e outras com dinheiro nas mãos e<br />

em segui<strong>da</strong> exibiram informações sobre pro-<br />

<br />

branças e aqueles que estavam com cartão<br />

recor<strong>da</strong>ram dos benefícios e se esqueceram<br />

mais dos custos e <strong>da</strong>s informações técnicas<br />

sobre o bem. Já aquelas pessoas que estavam<br />

com dinheiro agiram <strong>de</strong> maneira diferente,<br />

na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> oposta.<br />

Provavelmente essa pesquisa estampa ou<br />

mostra as diferenças <strong>de</strong> circuitos ativados no<br />

cérebro, pois quando usamos cartão ativamos<br />

os centros <strong>de</strong> prazer como o “núcleus acumbens”<br />

e, quando usamos dinheiro, ativamos<br />

as áreas <strong>da</strong> dor, <strong>da</strong> per<strong>da</strong>, do medo.<br />

<br />

mais o córtex pré-frontal <strong>para</strong> <strong>da</strong>r uma boa<br />

explicação <strong>para</strong> o comportamento, <strong>para</strong> não<br />

parecer incoerente, mas quem compra com<br />

cartão ativa mais o sistema límbico que se<br />

sobressai ao córtex, <strong>de</strong>ixando que a emoção<br />

<br />

xes nervosos, que vão do sistema límbico em<br />

direção ao córtex, do que no sentido contrário.<br />

Dá <strong>para</strong> enten<strong>de</strong>r porque a emoção prevalece<br />

muitas vezes na compra.<br />

Sabendo disso, quando for anunciar <strong>para</strong> pagamentos<br />

em cartão (crédito ou débito) fale sobre<br />

os benefícios, foque sua ven<strong>da</strong> e sua comunicação<br />

neles. E explique isso <strong>para</strong> o seu ven<strong>de</strong>dor<br />

também. Mas se quiser fazer ven<strong>da</strong>s em dinheiro,<br />

<strong>de</strong>monstre que a sua oferta tem um valor<br />

competitivo, menor que a concorrência, que<br />

é um bom negócio <strong>para</strong> o consumidor. Fale <strong>de</strong><br />

preço baixo, menor custo <strong>de</strong> instalação, mais<br />

garantia, transporte gratuito e to<strong>da</strong>s essas coi-<br />

<br />

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CONSUMIDOR<br />

Série Especial | Parte 7<br />

TERCEIRA IDADE<br />

O melhor <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Ter mais <strong>de</strong> 60 anos não é motivo<br />

<strong>para</strong> se distanciar <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, pelo<br />

contrário, o comportamento mu<strong>da</strong>,<br />

mas o consumo permanece<br />

[ Por Claudia Barbosa revista@supervarejo.com.br ]<br />

MARÇO JULHO 2011 2012 SUPERVAREJO 87<br />

BookSV134.indb 87 09/03/12 17:32<br />

SHUTTERSTOCK


CONSUMIDOR<br />

Não faz muito tempo, uma pessoa <strong>de</strong> 60 anos<br />

era consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> idosa e, consequentemente,<br />

vista à margem <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo.<br />

Assim como já aconteceu nos países mais<br />

<strong>de</strong>senvolvidos, o Brasil está vivenciando<br />

uma profun<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça na composição <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>mografia.<br />

Muitos fatores levaram a uma elevação<br />

<strong>da</strong> perspectiva <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e, junto com isso, em uma<br />

melhora na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>ssas pessoas que<br />

ultrapassaram os 60 anos. Portanto, o ostracismo<br />

sofrido pelos idosos no passado se tornou exceção.<br />

E, como afirma o executivo <strong>da</strong> Quorum e responsável<br />

pelo estudo Comportamento na Terceira I<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

Cláudio Silveira, ao chamar uma pessoa <strong>de</strong> idosa,<br />

corre-se o risco <strong>de</strong> ofen<strong>de</strong>r. Ele diz que o próprio<br />

Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE)<br />

consi<strong>de</strong>ra uma pessoa com 60 anos como sendo <strong>da</strong><br />

terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>, e idoso apenas a partir <strong>de</strong> 75 anos.<br />

Atualmente, quando se fala em idoso, pressupõe-se<br />

uma pessoa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> outra. Portanto, po<strong>de</strong> ser<br />

pejorativo. Atualmente, as pessoas com mais <strong>de</strong> 60<br />

anos não apenas são ativas, mas trabalham, praticam<br />

esportes, têm vi<strong>da</strong> social, como também vão às<br />

compras e gastam bastante.<br />

PESSIMISTAS<br />

Principal característica é uma postura altamente pessimista,<br />

ten<strong>de</strong>ndo <strong>para</strong> o fatalismo quando se trata <strong>de</strong> pensar no<br />

processo <strong>de</strong> envelhecimento e o futuro.<br />

Predominância: Homens <strong>de</strong> classe B, aposentados,<br />

<strong>de</strong>squitados/divorciados.<br />

Porque: Acham que envelhecer é ruim como pensavam que<br />

é, melhor morrer cedo do que enfrentar a velhice.<br />

Mais: Envelhecer não permite que se perceba que a vi<strong>da</strong><br />

valeu a pena.<br />

> 9%<br />

Em 2020, a população com mais <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong>ve chegar<br />

a cerca <strong>de</strong> 25 milhões. Segundo o IBGE, em 2008,<br />

<strong>para</strong> ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> 100 crianças <strong>de</strong> zero a 14 anos<br />

existiam 24,7 pessoas <strong>de</strong> 65 anos ou mais. Em 2050,<br />

o quadro <strong>de</strong>ve mu<strong>da</strong>r e, <strong>para</strong> ca<strong>da</strong> 100 crianças <strong>de</strong><br />

zero a 14 anos existirão 172, 7 pessoas com mais <strong>de</strong><br />

65. A expectativa <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ao nascer saiu <strong>de</strong> 45,5 anos<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> em 1940, <strong>para</strong> 72,7 anos em 2008. Segundo a<br />

projeção do IBGE, o País continuará galgando anos na<br />

vi<strong>da</strong> média <strong>da</strong> população, alcançando em 2050 o patamar<br />

<strong>de</strong> 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual<br />

<strong>da</strong> Islândia (81,80), China (82,20) e Japão (82,60).<br />

Mas a disposição <strong>de</strong>sse pessoal <strong>de</strong> cabelos brancos<br />

não é número <strong>para</strong> ser pensado <strong>da</strong>qui a alguns<br />

anos, e sim um consumidor do presente. “O mercado<br />

<strong>da</strong> terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong> é muitas vezes colocado como algo<br />

<strong>para</strong> o futuro, mas não é. Já é gran<strong>de</strong> hoje”, diz o<br />

diretor executivo <strong>de</strong> Projetos Ad-Hoc <strong>da</strong> GfK Custom<br />

Research Brasil, Mario Mattos. Ele complementa,<br />

afirmando que este mercado ain<strong>da</strong> ten<strong>de</strong> a crescer,<br />

88 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

DEPENDENTES > 10%<br />

O cotidiano <strong>de</strong>ste grupo é difícil, pois a realização <strong>de</strong><br />

pequenas tarefas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras pessoas. Há um forte<br />

saudosismo, pois consi<strong>de</strong>ram que eram mais felizes na<br />

época <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong>.<br />

Predominância: Idosos <strong>de</strong> 80 anos ou mais, com menor<br />

escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Muitos estão no segundo casamento.<br />

Porque: Sentem a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, que a saú<strong>de</strong> está ca<strong>da</strong> vez pior e<br />

que estão velhos(as) e cansados(as).<br />

Mais: Percebem que envelhecer é tão ruim quanto pensavam.<br />

pois ca<strong>da</strong> vez mais as novas gerações vão envelhecer<br />

com maior consciência financeira.<br />

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílios<br />

– PNAD, 88% <strong>da</strong>s pessoas com mais <strong>de</strong> 60 anos<br />

no Brasil têm ren<strong>da</strong> pessoal. Se soma<strong>da</strong>, o montante<br />

chega a algo em torno <strong>de</strong> R$ 12 bilhões por mês. Eles representam<br />

17% do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra no Brasil, mas po<strong>de</strong><br />

representar ain<strong>da</strong> mais em algumas regiões, como é o<br />

caso do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro (26%) e Recife (20%).<br />

Esses números não significam que todo esse dinheiro<br />

é consumido com produtos voltados <strong>para</strong> a<br />

terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Como ain<strong>da</strong> são bastante ativos na<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, os sexagenários estão trabalhando e, muitos,<br />

sustentando a família. Na amostra <strong>da</strong> pesquisa<br />

Panorama <strong>da</strong> Maturi<strong>da</strong><strong>de</strong>, do Grupo GfK, 70% dos<br />

respon<strong>de</strong>ntes se <strong>de</strong>clararam responsáveis pelo domicílio,<br />

sendo 47% como principal responsável pelas<br />

compras; 21% um dos responsáveis; e 9% também faz<br />

ou acompanha o responsável pelas compras.<br />

Em São Paulo, diz Cláudio Silveira, existem cerca<br />

<strong>de</strong> 22 milhões <strong>de</strong> consumidores <strong>da</strong> terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

40% têm ren<strong>da</strong> superior a <strong>de</strong>z salários mínimos e 51%<br />

convivem com outras três ou quatro pessoas na casa.<br />

Para eles, afirma, é um prazer comprar alguma coisa<br />

<strong>para</strong> os filhos ou netos. Mattos ressalta que mesmo<br />

sem ter o papel principal <strong>da</strong>s compras em casa, os<br />

mais velhos têm participação em várias instâncias.<br />

Na pesquisa, a GfK apontou algumas contribuições<br />

ISOLADOS<br />

Não valorizam as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s caseiras e apresentam baixo<br />

interesse pela questão <strong>da</strong> integração social com outros<br />

idosos. Têm baixo nível <strong>de</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, não gostam <strong>de</strong><br />

sair e encontrar pessoas.<br />

Predominância: Pessoas <strong>de</strong> classe C, casados há 40 /50<br />

anos, que vivem com o(a) companheiro(a).<br />

Porque: A diferença em relação aos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes é que<br />

nesse caso a pouca ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> se dá por uma postura,<br />

enquanto no primeiro ocorre por limitações financeiras.<br />

Mais: Estão muito bem <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Sentem a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas<br />

isso não os incomo<strong>da</strong>.<br />

> 12%<br />

BookSV134.indb 88 09/03/12 17:32


como, por exemplo, <strong>da</strong>r orientação sobre negócios<br />

(46%), fazer compras ou alguma tarefa em algum lugar<br />

(32%), oferecer transporte (20%), ou ain<strong>da</strong> <strong>da</strong>r<br />

dinheiro ou pagar <strong>de</strong>spesas (20%). “Portanto, esse<br />

consumidor tem papel ativo na dinâmica familiar e<br />

o número <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong> no varejo tem<br />

aumentado”, afirma Mattos.<br />

TRADICIONAIS > 12%<br />

Muito ligados à família e com preocupações com seu futuro<br />

financeiro.<br />

Predominância: Mulheres viúvas <strong>de</strong> 70 a 79 anos, classe D,<br />

com escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> até primário incompleto.<br />

Porque: Não são muito <strong>de</strong>finidos na forma <strong>de</strong> ver o<br />

envelhecimento: divi<strong>de</strong>m-se entre valorizar os aspectos<br />

positivos ou reconhecer os pontos negativos que o<br />

envelhecimento traz.<br />

Mais: Têm preocupação financeira e percebem que seu<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra diminuiu muito nos últimos anos.<br />

Como essas transformações vêm acontecendo <strong>de</strong><br />

forma gradual, nem todos perceberam. Nem mesmo<br />

alguns varejistas. Um dos motivos que levou a GfK<br />

a realizar a pesquisa Panorama <strong>da</strong> Maturi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi a<br />

percepção <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> produtos e serviços a<strong>de</strong>quados<br />

<strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r esse segmento. E uma <strong>da</strong>s surpresas do<br />

estudo foi <strong>de</strong>scobrir que 4% dos entrevistados não<br />

querem ter produtos ou serviços diferenciados <strong>para</strong><br />

pessoas com mais <strong>de</strong> 60 anos. Porém, uma maioria<br />

<strong>de</strong>monstrou como gostaria que fossem <strong>de</strong>nominados<br />

os produtos <strong>de</strong>ste segmento. As respostas mais<br />

populares foram: terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong> (40%), idoso (20%)<br />

e maturi<strong>da</strong><strong>de</strong> (14%).<br />

Atendimento preferencial<br />

Já quando se fala <strong>de</strong> tratamento recebido nos estabelecimentos<br />

comerciais, <strong>de</strong> forma geral, há uma percep-<br />

<br />

<br />

TERCEIRA IDADE<br />

FLEXÍVEIS<br />

Conseguem absorver mu<strong>da</strong>nças, mesmo sem incorporar<br />

novos valores. Valorizam pouco a questão <strong>da</strong> integração e<br />

inclusão sociais dos idosos (ain<strong>da</strong> não se percebem idosos).<br />

Predominância: Pessoas <strong>de</strong> 60 a 64 anos, <strong>de</strong> classe D,<br />

com escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> até o primário incompleto. Não <strong>para</strong>ram<br />

<strong>de</strong> trabalhar.<br />

Porque: Não percebem os aspectos negativos <strong>de</strong><br />

envelhecer. Discor<strong>da</strong>m <strong>de</strong> que é melhor morrer cedo<br />

do que enfrentar a velhice.<br />

Mais: Fazem planos e esperam que coisas boas<br />

aconteçam <strong>para</strong> eles no futuro.<br />

> 13%<br />

ção <strong>de</strong> tratamento a<strong>de</strong>quado: 13% dos entrevistados<br />

<strong>da</strong> GfK <strong>de</strong>clararam receber um atendimento melhor<br />

do que os outros consumidores; 65% acreditam serem<br />

tratados <strong>da</strong> mesma forma que os outros consumidores;<br />

19% dizem receber um tratamento pior do que os outros<br />

consumidores; e 3% não sabe ou não respon<strong>de</strong>u.<br />

Para Mattos, “este é um público com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />

diferente (visão, peso, locomoção) em função <strong>da</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Portanto, todo o processo <strong>de</strong> compra, comunicação<br />

e visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> mu<strong>da</strong>. O varejo <strong>de</strong>ve pensar nas<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste público”. E são os <strong>de</strong>talhes que fazem<br />

a diferença no bom atendimento. Para não gerar<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas à terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>, por exemplo, é preciso<br />

estar atento ao evitar esca<strong>da</strong>s, colocar corrimão<br />

em lugares <strong>de</strong> maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção (como<br />

esca<strong>da</strong>s e rampas) e cui<strong>da</strong>do com chão escorregadio.<br />

Mas tudo <strong>de</strong>ve ser feito sem que fiquem explícitos<br />

os cui<strong>da</strong>dos com as pessoas <strong>de</strong> mais i<strong>da</strong><strong>de</strong>. A preocupação<br />

<strong>de</strong>ve ser em aten<strong>de</strong>r melhor, enten<strong>de</strong>r o comportamento,<br />

mas nunca diferenciar. Um dos erros<br />

citados por Silveira, por exemplo, é ter um balcão<br />

especial <strong>para</strong> a terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>. “Eles querem perceber<br />

cui<strong>da</strong>dos, como corredores mais amplos, produtos<br />

<strong>de</strong> consumo frequente com fácil alcance, aju<strong>da</strong> <strong>para</strong><br />

levar o carrinho até o carro. São cui<strong>da</strong>dos i<strong>de</strong>ntificados<br />

<strong>para</strong> eles, mas sem <strong>de</strong>ixar explícito que isso tudo<br />

é pela i<strong>da</strong><strong>de</strong>”, explica.<br />

INDEPENDENTES > 16%<br />

Valorizam a sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e gostam <strong>da</strong> família. São contra<br />

posturas machistas e reconhecem com mais clareza tanto os<br />

ganhos como as per<strong>da</strong>s que se tem ao envelhecer.<br />

Predominância: Mulheres <strong>de</strong>squita<strong>da</strong>s/divorcia<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> 60 a<br />

64 anos, classe A/B, com maior escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Porque: Estão muito bem <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Para elas, a velhice<br />

permite que se perceba que a vi<strong>da</strong> valeu a pena.<br />

Mais: São predominantemente mulheres ativas, felizes e que<br />

estão envelhecendo <strong>de</strong> maneira tranquila e saudável.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 89<br />

BookSV134.indb 89 09/03/12 17:32


CONSUMIDOR<br />

EXTROVERTIDOS<br />

Valorizam muito a sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (sair, estar com pessoas).<br />

Discor<strong>da</strong>m que a velhice traga muitos problemas e concor<strong>da</strong>m<br />

com os aspectos positivos que ela traz (parecem pouco críticos).<br />

Predominância: Homens. São economicamente ativos e<br />

viúvos há 10/15 anos.<br />

Porque: Estão muito bem <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Sentem a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas<br />

isso não os incomo<strong>da</strong>. Sentem que têm mais disposição do<br />

que muitas pessoas mais novas.<br />

Mais: Gostam <strong>de</strong> sair, <strong>de</strong> ver pessoas, <strong>de</strong> festas, jogos, bailes,<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> diversão.<br />

> 15%<br />

Segundo o presi<strong>de</strong>nte do Popai Brasil, Romano<br />

Pansera, o Brasil está vendo mu<strong>da</strong>nças já ocorri<strong>da</strong>s<br />

no mundo mais <strong>de</strong>senvolvido, como as letras maiores<br />

e as próprias etiquetas <strong>de</strong> gôndola em <strong>de</strong>staque <strong>para</strong><br />

este público conseguir ler tanto características do<br />

produto como mais <strong>de</strong>talhes sobre a utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>le.<br />

“A evolução já aconteceu, as lojas estão bem sinaliza<strong>da</strong>s,<br />

com iluminação foca<strong>da</strong> no produto e circulação<br />

tranquila”, <strong>de</strong>staca.<br />

Comportamento saudável<br />

Na pesquisa <strong>da</strong> Quorum Brasil foram ouvi<strong>da</strong>s 300<br />

pessoas com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 65 e 75 anos. Eles selecionaram<br />

150 pessoas que praticam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas<br />

e outras 150 sem este hábito. Dentre a meta<strong>de</strong> praticante<br />

<strong>de</strong> exercício, 67% o faz diariamente. Entre os<br />

esportes <strong>de</strong> maior a<strong>de</strong>são estão a caminha<strong>da</strong> (91%),<br />

ginástica no parque (37%) e na aca<strong>de</strong>mia (28%). Segundo<br />

o estudo <strong>da</strong> GfK, 56% <strong>da</strong>s pessoas na terceira<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> fazem caminha<strong>da</strong> pelo menos uma vez por mês<br />

e 12% praticam esportes.<br />

E por mais inofensiva que essa informação pareça,<br />

po<strong>de</strong> acreditar, ela faz to<strong>da</strong> a diferença no comportamento<br />

<strong>da</strong> pessoa. O estudo <strong>da</strong> Quorum mostrou que<br />

os praticantes <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física têm um comportamento<br />

mais vivaz e participativo na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com<br />

REALIZADOS > 13%<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> em casa, cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong>s próprias coisas, cui<strong>da</strong>r do peso e a<br />

integração social são os traços marcantes <strong>de</strong>sse grupo. Não têm<br />

preocupações financeiras e apresentam traços conservadores.<br />

Predominância: Pessoas próximas à faixa <strong>de</strong> 80 anos ou mais,<br />

casados que vivem com o(a) companheiro(a), classe A/B.<br />

Porque: Sentem-se muito bem <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Gostam <strong>de</strong> se<br />

movimentar, sair, ver pessoas e procuram sempre fazer uma<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física.<br />

Mais: Sentem-se tão felizes agora como quando eram jovens.<br />

Percebem que envelhecer não é tão ruim quanto pensavam e<br />

sim, que permite perceberem que a vi<strong>da</strong> valeu a pena.<br />

FONTE: PANORAMA DA MATURIDADE/ GFK<br />

90 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

relação aos cui<strong>da</strong>dos com a beleza, por exemplo, a<br />

diferença é <strong>de</strong> 52% <strong>para</strong> 21%; sobre ir ao shopping é<br />

<strong>de</strong> 22% <strong>para</strong> 12%.<br />

Portanto, analisa Silveira, o público entrevistado<br />

mantém o ritmo dos <strong>de</strong>sejos, buscando conquistas<br />

que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a compra <strong>de</strong> um imóvel aos prazeres<br />

<strong>de</strong> uma viagem. Mas tudo isso <strong>de</strong> maneira bastante<br />

diferente do jovem. O comportamento <strong>de</strong> uma pessoa<br />

<strong>de</strong> 65 anos é completamente distinto do <strong>de</strong> uma<br />

pessoa <strong>de</strong> 35 anos, por exemplo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o que compra<br />

até como e quando compra.<br />

Um modo fácil <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r a diferença está na<br />

frequência <strong>de</strong> i<strong>da</strong> às compras. Na faixa etária dos<br />

60 anos, 57% <strong>da</strong>s mulheres e 52% dos homens frequentam<br />

supermercado regularmente. Em uma<br />

faixa mais baixa, a porcentagem <strong>de</strong> mulher é muito<br />

maior. Quanto maior a i<strong>da</strong><strong>de</strong>, revela Silveira, mais<br />

os homens acompanham as mulheres e aju<strong>da</strong>m na<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> doméstica.<br />

A cesta <strong>de</strong> compra também é altera<strong>da</strong> com a i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, por exemplo, ten<strong>de</strong> a diminuir. Mas os<br />

hábitos em si são bem preservados, não se alteram<br />

muito ao longo tempo. Isso faz do pessoal <strong>da</strong> terceira<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> um público menos influenciável. Silveira conta<br />

que os mais velhos não vão ao supermercado procurar<br />

produtos fora <strong>da</strong> cesta tradicional <strong>de</strong> alimentos,<br />

produtos <strong>de</strong> limpeza e higiene. No entanto, estão dispostos<br />

a consumir o que estiver <strong>de</strong>ntro do previsto,<br />

por isso, vai do varejo criar um ambiente <strong>para</strong> este<br />

consumo. “Tudo é oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. E a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

mu<strong>da</strong>nça está em construir um ambiente a<strong>de</strong>quado<br />

a ela”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o executivo <strong>da</strong> Quorum.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

GfK Custom Research Brasil: (11) 2174-3900<br />

IBGE: (61) 3319-2157/2148<br />

Popai Brasil: (11) 3016-9777<br />

Quorum Brasil: (11) 4083-2530<br />

esse consumidor tem<br />

papel ativo na dinâmica familiar<br />

Esta é a sétima parte <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> 11 matérias sobre<br />

o consumidor. Para obter a edição anterior e as <strong>de</strong>mais,<br />

entre em contato com o Departamento <strong>de</strong> Circulação:<br />

(11) 3647-5318 ou circulacao@supervarejo.com.br<br />

BookSV134.indb 90 09/03/12 17:32


AS OPINIÕES CONTIDAS NESTE ARTIGO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DO AUTOR / FOTO: ELIANE CUNHA<br />

Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Planejamento SV<br />

Flávio Constant Pires<br />

Diretor-geral <strong>da</strong> Pró Super Consultoria<br />

<strong>de</strong> Supermercados<br />

Uma visão <strong>da</strong><br />

promoção do<br />

Dia <strong>da</strong>s Mães<br />

Quando falamos em olhar <strong>para</strong> o futuro, seja em<br />

qualquer campo, é sempre bom fazermos uma<br />

análise do histórico que conhecemos a respeito<br />

do ponto que estamos projetando.<br />

Assim, os resultados alcançados em promoções<br />

controla<strong>da</strong>s, realiza<strong>da</strong>s anteriormente,<br />

são importantes <strong>para</strong> que as projeções futuras<br />

tenham consistência e maior chance <strong>de</strong> sucesso.<br />

Agora em março, que já passamos pelos<br />

resultados promocionais <strong>de</strong> janeiro e fevereiro<br />

<br />

projetarmos o nosso programa <strong>de</strong> promoções,<br />

visando objetivos <strong>para</strong> o mês <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2012:<br />

MÊS DAS MÃES.<br />

Sabemos que planejar é necessário <strong>para</strong> uma es-<br />

<br />

qualquer natureza. Recomen<strong>da</strong>mos sempre ações<br />

volta<strong>da</strong>s <strong>para</strong> o futuro, antevendo os resultados<br />

esperados e positivos por meio <strong>de</strong> uma sequência<br />

<br />

O momento agora é <strong>de</strong> executarmos as seguintes<br />

ações:<br />

1. compras <strong>para</strong> as festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Páscoa, que<br />

ocorrem em abril próximo;<br />

2. compras <strong>para</strong> a promoção relaciona<strong>da</strong>s a Tira<strong>de</strong>ntes<br />

e Descobrimento do Brasil;<br />

3. planejamento <strong>da</strong>s ações <strong>para</strong> o Dia <strong>da</strong>s Mães<br />

em maio <strong>de</strong> 2012.<br />

As compras <strong>para</strong> as promoções do mês <strong>de</strong> abril já<br />

se encontram pre<strong>para</strong><strong>da</strong>s e o momento é apenas<br />

<strong>de</strong> fazer as melhores negociações.<br />

Já o planejamento <strong>da</strong> promoção do Dia <strong>da</strong>s Mães<br />

envolve uma ação que <strong>de</strong>ve ser cui<strong>da</strong>dosamente<br />

elabora<strong>da</strong>, <strong>para</strong> que seja explorado todo o potencial<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s que esta <strong>da</strong>ta exige. E, <strong>para</strong> um<br />

<br />

<strong>da</strong>mos os seguintes passos:<br />

1. analisar e avaliar a promoção do ano anterior<br />

e seus resultados: ven<strong>da</strong>s, número <strong>de</strong> clientes no<br />

período, ticket médio etc;<br />

<br />

sua composição, mídia e merchandising na área<br />

<strong>de</strong> ven<strong>da</strong>;<br />

<br />

<br />

5. levantar o giro médio semanal <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pro-<br />

<br />

6. fazer uma previsão <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s <strong>de</strong>stes produtos<br />

durante a promoção;<br />

7. analisar os estoques <strong>para</strong> fazer uma compra<br />

correta;<br />

8. fazer uma pesquisa <strong>de</strong> preços junto aos concorrentes;<br />

<br />

10. negociar com os fornecedores as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

a serem compra<strong>da</strong>s.<br />

É importante lembrar que uma promoção do<br />

Dias <strong>da</strong>s Mães <strong>de</strong>ve ser apoia<strong>da</strong> por ações no<br />

ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>, relaciona<strong>da</strong>s ao carinho e à<br />

importância que as MÃES têm na vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s<br />

as pessoas, como distribuição <strong>de</strong> rosas,<br />

um café <strong>da</strong> manhã na área <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s, brin<strong>de</strong>s,<br />

presentes etc. Ou seja, programar as ações<br />

que irão agra<strong>da</strong>r as mães atuais e futuras nesta<br />

<br />

“AÇÕES QUE MOTIVEM AS DONAS DE<br />

CASA ÀS COMPRAS SÃO MUITO FOR-<br />

TES PARA SUA FIDELIZAÇÃO AO SU-<br />

PERMERCADO.”<br />

<br />

nejamento Promocional é uma ferramenta <strong>de</strong><br />

marketing importante, porque aju<strong>da</strong> a i<strong>de</strong>n-<br />

<br />

iremos encontrar, além <strong>de</strong>:<br />

1. melhorar as relações com clientes, fornecedores<br />

e colaboradores;<br />

<br />

<br />

3. promover a integração <strong>da</strong>s áreas <strong>de</strong> compras,<br />

operacional e marketing <strong>da</strong> empresa.<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 91<br />

BookSV134.indb 91 09/03/12 17:32


Raio X<br />

92 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

MILHO<br />

NATURAL OU<br />

INDUSTRIALIZADO<br />

Milho é matéria-prima <strong>para</strong> diversos produtos, rico<br />

em fibras e ain<strong>da</strong> traz benefícios à saú<strong>de</strong><br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

Cozido apenas com sal ou aplicado<br />

em receitas como pamonha e curau,<br />

além <strong>de</strong> ser a matéria-prima <strong>para</strong><br />

diversos snacks e inúmeros produtos<br />

(como farinha, fubá e óleo), o<br />

milho está presente <strong>de</strong> diferentes formas<br />

nas refeições. Porém, ao contrário do que<br />

se possa imaginar, uma parcela mínima <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong> a produção nacional do alimento é <strong>de</strong>stina<strong>da</strong><br />

ao consumo humano direto.<br />

Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> Empresa Brasileira<br />

<strong>de</strong> Pesquisa Agropecuária (Embrapa),<br />

apenas 5% <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a produção nacional<br />

tem como finali<strong>da</strong><strong>de</strong> o consumo direto pelo<br />

ser humano. A maior parte do volume<br />

cultivado é encaminha<strong>da</strong> <strong>para</strong> a criação<br />

<strong>de</strong> aves e suínos <strong>para</strong> o abate.<br />

O Brasil é o terceiro maior produtor do<br />

grão no mundo, com produção estima<strong>da</strong><br />

em torno <strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s <strong>para</strong><br />

a safra 2011/2012, per<strong>de</strong>ndo apenas <strong>para</strong><br />

Estados Unidos (que investe no biocombustível<br />

a partir do milho) e China, que<br />

<strong>de</strong>vem produzir, respectivamente, 868 e<br />

191 milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s, conforme <strong>da</strong>dos<br />

divulgados pela Associação Brasileira dos<br />

Produtores <strong>de</strong> Milho (Abramilho).<br />

A produção brasileira se divi<strong>de</strong> em<br />

duas etapas: a 1ª safra, que é o cultivo<br />

durante o período chuvoso, entre os meses<br />

<strong>de</strong> agosto a novembro, e a safrinha,<br />

também conheci<strong>da</strong> como 2ª safra, que é<br />

a plantação que ocorre <strong>de</strong> forma extemporânea,<br />

entre os meses <strong>de</strong> fevereiro e<br />

março. “A maior safra é a primeira, <strong>de</strong><br />

verão, que é colhi<strong>da</strong> no primeiro trimestre”,<br />

<strong>de</strong>screve o presi<strong>de</strong>nte executivo <strong>da</strong><br />

Abramilho, Alysson Paolinelli.<br />

O Brasil soma condições naturais propícias<br />

<strong>para</strong> o cultivo do alimento, como<br />

aponta o diretor executivo <strong>da</strong> Cooperativa<br />

Regional Agropecuária <strong>de</strong> Campos Novos<br />

(Copercampos), <strong>de</strong> Santa Catarina, Clebi<br />

Renato Dias. “O nosso país apresenta aspectos<br />

específicos, a exemplo <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> e<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> terra, que são próprios <strong>para</strong><br />

a produção do milho”, relata, explicando<br />

que o período médio <strong>para</strong> o cultivo está<br />

em aproxima<strong>da</strong>mente 150 dias.<br />

São vários os estados que produzem o<br />

grão e, entre as regiões que mais o cultivam<br />

estão Mato Grosso, Goiás, Minas<br />

Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.<br />

“Contudo, o Nor<strong>de</strong>ste é muito promissor, a<br />

exemplo dos estados do Piauí, Maranhão,<br />

Sergipe e Alagoas”, analisa Paolinelli.<br />

BookSV134.indb 92 09/03/12 17:32<br />

FOTOS: SHUTTERSTOCK


Benefícios nutricionais<br />

Rico em fibras, que contribuem <strong>para</strong> o<br />

bom funcionamento do intestino, o milho<br />

apresenta também outras substâncias benéficas<br />

à saú<strong>de</strong>. “O alimento possui vitaminas<br />

do complexo B, importantes ao sistema<br />

nervoso e funcionamento <strong>da</strong> tireoi<strong>de</strong> e do<br />

aparelho reprodutor; e também vitamina<br />

C, indispensável <strong>para</strong> a absorção <strong>de</strong> ferro<br />

no organismo”, <strong>de</strong>screve a nutricionista<br />

Juliana Tomandl Fontes, que atua na área<br />

<strong>de</strong> controle <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> em restaurantes.<br />

De acordo com Juliana, o milho também<br />

reúne caratenoi<strong>de</strong>s, como a luteína<br />

e a zeaxantina, que protegem <strong>de</strong> doenças<br />

oftalmológicas. Além disso, minerais são<br />

encontrados no alimento, a exemplo <strong>de</strong> fósforo,<br />

cálcio, ferro e zinco. E, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

do tipo <strong>de</strong> milho e a forma <strong>de</strong> seu preparo,<br />

ele trará benefícios diferenciados à saú<strong>de</strong>.<br />

“O milho <strong>de</strong> pipoca ganha em fibras.<br />

Já o milho ver<strong>de</strong>, <strong>da</strong> pamonha, é repleto<br />

<strong>de</strong> caratenoi<strong>de</strong>s que se transformam em<br />

vitamina A. O grão branco do milho, <strong>para</strong><br />

a canjica, é forte no quesito ferro”, <strong>de</strong>screve<br />

Juliana. Ela aponta, entretanto, que o<br />

preparo com o alimento que obtém melhor<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nutricional é a forma cozi<strong>da</strong>.<br />

Pertencente ao grupo dos carboidratos,<br />

o grão figura no mesmo grupo do arroz, e<br />

assim, po<strong>de</strong> ser consumido diariamente.<br />

Segundo Juliana, a frequência na ingestão<br />

do milho é até interessante pelo fato <strong>de</strong><br />

ser um alimento <strong>de</strong> alto valor nutricional.<br />

Para o consumo rotineiro, ela orienta<br />

inseri-lo na forma <strong>de</strong> sala<strong>da</strong>s, cozidos,<br />

refogados e até assados.<br />

Entretanto, a única restrição relaciona<strong>da</strong><br />

ao alimento, conforme explicação <strong>da</strong><br />

nutricionista, é por pessoas que tenham<br />

problemas intestinais, que não <strong>de</strong>vem<br />

ingerir gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fibras. De<br />

resto, não há contraindicações <strong>para</strong> o consumo<br />

do alimento.<br />

No momento <strong>da</strong> compra, o consumidor<br />

<strong>de</strong>ve prestar atenção em alguns aspectos<br />

do produto. “O milho <strong>de</strong>ve ser comprado<br />

fresco, com as folhas bem ver<strong>de</strong>s, vivas,<br />

sem machucados e com cabelo marrom<br />

escuro”, alerta a nutricionista.<br />

No caso <strong>de</strong> ser vendido sem as folhas, é<br />

importante observar se a parte inferior <strong>da</strong><br />

espiga está afila<strong>da</strong> e macia, pois isso indica<br />

que o milho está em boas condições.<br />

Juliana explica que os grãos <strong>de</strong>vem estar<br />

em tom amarelo claro, quase branco, pois<br />

quando estão mais amarelados, indicam<br />

que estão velhos.<br />

O trabalho no PDV<br />

O milho fresco, na espiga, tem vali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

média <strong>de</strong> sete dias. “Vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r muito<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mercadoria que vai <strong>para</strong> o<br />

supermercado, mas geralmente o produto<br />

po<strong>de</strong> ser mantido por uma semana”, <strong>de</strong>screve<br />

o proprietário <strong>da</strong> Kentisa Comércio<br />

<strong>de</strong> Verduras e Legumes, Cesar Minikata.<br />

Geralmente, a mercadoria chega ao supermercado<br />

já engra<strong>da</strong><strong>da</strong> e fica a cargo<br />

do varejista embalá-la <strong>para</strong> a exposição<br />

no ponto <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>. “A melhor forma <strong>para</strong><br />

evitar per<strong>da</strong>s é colocar o milho em ban<strong>de</strong>jas<br />

e protegê-lo com filme plástico <strong>para</strong><br />

evitar o manuseio por parte do consumidor”,<br />

recomen<strong>da</strong> o gerente <strong>da</strong> empresa<br />

Guarapiranga Comércio, Importação e<br />

Exportação <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> hortifruti,<br />

Paulo Manoel Siqueira.<br />

Para o verão, Minikata alerta os supermercadistas<br />

<strong>para</strong> não estocarem o alimento.<br />

“O melhor é comprá-lo todos os dias, consi<strong>de</strong>rando<br />

levar apenas a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> que irá<br />

ven<strong>de</strong>r. E, <strong>para</strong> contribuir com a vali<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

produto, ele orienta manter a temperatura<br />

controla<strong>da</strong> em 10ºC no PDV.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

Abramilho: (61) 3963-2266<br />

Copercampos: (49) 3541-6000<br />

Guarapiranga: (15) 3267-1642<br />

Juliana Tomandl Fontes: (11) 9717-1221<br />

Kentisa: (11) 3643-7919<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 93<br />

BookSV134.indb 93 09/03/12 17:32


FOTOS: ARQUIVO<br />

Fora <strong>da</strong> Caixa<br />

94 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

QUALIDADE DE VIDA<br />

EXERCÍCIO<br />

SOBRE AS ÁGUAS<br />

Canoagem <strong>de</strong> lazer proporciona condicionamento<br />

físico e sensação <strong>de</strong> bem-estar, tanto nas águas<br />

calmas <strong>de</strong> um lago como nas <strong>de</strong>sci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> corre<strong>de</strong>iras<br />

[ Por Nathalie Gutierres ngutierres@supervarejo.com.br ]<br />

Estar sobre as águas, ao ar livre,<br />

ter contato com a natureza, ficar<br />

longe do estresse <strong>de</strong> um escritório<br />

e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r apenas <strong>da</strong>s<br />

próprias rema<strong>da</strong>s <strong>para</strong> percorrer<br />

trajetos <strong>de</strong>sejados. Esses são alguns dos<br />

aspectos <strong>da</strong> canoagem, esporte que tem<br />

atraído ca<strong>da</strong> vez mais interessados em<br />

melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Sem exigir gran<strong>de</strong> investimento financeiro<br />

<strong>para</strong> a prática, o esporte necessita<br />

apenas <strong>de</strong> ambiente propício, um caiaque<br />

<br />

inclusive aos que possuem limitações físicas<br />

e um remo, itens que, muitas <strong>da</strong>s vezes<br />

po<strong>de</strong>m ser locados.<br />

Mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> olímpica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a déca<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> 1930, o esporte é dividido basicamente<br />

em duas vertentes: canoagem esportiva<br />

<strong>de</strong> competição, que se <strong>de</strong>smembra em<br />

diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s como veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

slalom e oceânica, entre outras, e a canoagem<br />

<strong>de</strong> lazer.<br />

Não ter medo <strong>de</strong> água é importante na<br />

iniciação do esporte, assim como saber<br />

na<strong>da</strong>r, porém não são fatores impediti-<br />

vos, uma vez que equipamentos como o<br />

colete salva-vi<strong>da</strong>s garantem a segurança<br />

em situações adversas.<br />

A canoagem é um complemento <strong>da</strong><br />

corri<strong>da</strong>, porque exercita a parte superior<br />

do tronco. “É um esporte bem completo,<br />

que trabalha com ombro, coluna e abdômen”,<br />

segundo <strong>de</strong>talha o professor <strong>de</strong><br />

canoagem Vit Vanicek, proprietário <strong>da</strong><br />

escola que leva o seu nome, localiza<strong>da</strong> na<br />

raia olímpica <strong>da</strong> USP, em São Paulo. Ele<br />

complementa que a canoagem é uma boa<br />

opção <strong>para</strong> quem não aprecia a malhação<br />

nas aca<strong>de</strong>mias, pois o esporte também<br />

trabalha com a força, além <strong>de</strong> contribuir<br />

<strong>para</strong> o emagrecimento.<br />

A canoagem <strong>de</strong> lazer é <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a<br />

qualquer pessoa que queira praticar o<br />

esporte e po<strong>de</strong> ser dividi<strong>da</strong> em dois módulos:<br />

águas calmas, a exemplo <strong>de</strong> um<br />

lago, e águas brancas, que são as águas<br />

mais agita<strong>da</strong>s, chama<strong>da</strong>s assim por fazerem<br />

espuma, como o mar, os rios e<br />

<strong>de</strong>sci<strong>da</strong>s em corre<strong>de</strong>iras.<br />

Para começar na canoagem <strong>de</strong> lazer<br />

não é necessário apresentar elevado nível<br />

<strong>de</strong> conhecimento e nem preparo físico.<br />

“A canoagem não tem contraindicação:<br />

basta apresentar, basicamente, um<br />

bom estado clínico <strong>da</strong> coluna e não ter<br />

BookSV134.indb 94 09/03/12 17:33


MARÇO 2012 SUPERVAREJO 95<br />

BookSV134.indb 95 09/03/12 17:33


FOTOS: ELIANE CUNHA<br />

Fora <strong>da</strong> Caixa QUALIDADE DE VIDA<br />

Para iniciar<br />

No Estado <strong>de</strong> São Paulo existem algumas represas com águas calmas que<br />

são propícias <strong>para</strong> a prática <strong>da</strong> canoagem. Entre elas, Represa Guarapiranga<br />

e Represa Billings, na capital, e Represa Juqueri, em Mairiporã.<br />

Na Raia Olímpica <strong>da</strong> USP, que fica nas <strong>de</strong>pendências <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Universitária, os interessados po<strong>de</strong>m praticar aulas <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Valores <strong>da</strong>s aulas:<br />

R$ 80,00 / mês – aula 1 vez na semana<br />

R$ 110,00 / mês – aula 2 vezes na semana<br />

R$ 140,00 / mês – “sem limite” na semana<br />

aula avulsa – R$ 30,00<br />

obs.: inclui todo o equipamento, orientações do professor e acesso na raia<br />

Quem preferir po<strong>de</strong> comprar um caiaque ou mesmo locar por um dia:<br />

Locação:<br />

entre R$ 120 e R$ 250<br />

Compra:<br />

Caiaque <strong>de</strong> plástico: a partir <strong>de</strong> R$ 1.000,00<br />

Caiaque <strong>de</strong> fibra: a partir <strong>de</strong> R$ 2.000,00<br />

Caiaque duplo: a partir <strong>de</strong> R$ 4.000,00<br />

FONTE: VIT VANICEK<br />

<strong>para</strong> a<br />

<br />

96 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

hérnias”, explica o professor <strong>de</strong> canoagem.<br />

Ele conta que logo na primeira aula,<br />

após um período médio <strong>de</strong> 30 minutos <strong>de</strong><br />

parte teórica, o aluno já vai <strong>para</strong> a água.<br />

Para essa mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>, os especialistas<br />

apenas orientam a i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima <strong>para</strong><br />

começar a praticar esportes, que é a partir<br />

<strong>de</strong> seis anos. Já no caso <strong>da</strong> canoagem<br />

esportiva <strong>de</strong> competição, o recomendável<br />

é que o aluno se insira no esporte<br />

quando criança. “O i<strong>de</strong>al é que comece<br />

entre 9 e 12 anos, que é <strong>para</strong> que a pessoa<br />

cresça e se <strong>de</strong>senvolva na ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>”,<br />

<strong>de</strong>screve Vanicek.<br />

Quem pratica aprova<br />

A psicóloga Claudia Rangel começou<br />

na canoagem há quase um ano, quando<br />

<strong>de</strong>spertou o interesse por corri<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> aventura, que tem provas <strong>de</strong> canoagem.<br />

Com aulas semanais, ela sugere<br />

o esporte àquelas pessoas que buscam<br />

por inovação em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas. “Indico<br />

<strong>para</strong> quem gosta <strong>de</strong> experimentar<br />

o novo, o diferente. É um esporte <strong>para</strong><br />

to<strong>da</strong>s as i<strong>da</strong><strong>de</strong>s”.<br />

A<strong>de</strong>pto do esporte há 15 anos, o administrador<br />

financeiro Otavio Montenegro<br />

Duarte começou na canoagem por<br />

curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. “Eu e minha família nos<br />

mu<strong>da</strong>mos <strong>para</strong> uma casa que havia um<br />

lago atrás. Como minha mãe já tinha um<br />

caiaque, só tive o trabalho <strong>de</strong> carregá-lo<br />

até o lago”, <strong>de</strong>screve Duarte, que <strong>de</strong>pois<br />

optou por fazer aulas do esporte.<br />

Duarte relata que sente os benefícios<br />

<strong>da</strong> canoagem diariamente, e diz que o<br />

esporte contribui <strong>para</strong> que ele se <strong>de</strong>sconecte<br />

dos problemas. “A canoagem<br />

tem a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tirar o estresse<br />

que juntamos no escritório, na rua, em<br />

casa”, avalia. Ele diz que o contato com<br />

a água e a concentração <strong>para</strong> manter a<br />

rema<strong>da</strong> num bom ritmo fazem com que<br />

as preocupações se minimizem e até<br />

mesmo <strong>de</strong>sapareçam.<br />

Além <strong>da</strong> sensação <strong>de</strong> renovação, o administrador<br />

financeiro conta que a canoagem<br />

aju<strong>da</strong> a aumentar a resistência do<br />

corpo, contribuindo assim com a saú<strong>de</strong>.<br />

“Tenho boa disposição o dia todo, poucas<br />

vezes pego gripe, resfriado, ou tenho dor<br />

<strong>de</strong> cabeça. Minha resistência ficou bem<br />

alta”, resume. Além disso, ele acrescenta<br />

BookSV134.indb 96 09/03/12 17:33


que o esporte serve como gran<strong>de</strong> auxílio<br />

<strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento do autocontrole.<br />

Para Duarte, a <strong>de</strong>dicação no esporte<br />

não se traduz em gran<strong>de</strong>s investimentos<br />

financeiros. “Para se ter i<strong>de</strong>ia, todo<br />

este tempo pratico canoagem sem ter<br />

um caiaque sequer: sempre aluguei ou<br />

emprestei”, completa, e recomen<strong>da</strong> a canoagem<br />

a to<strong>da</strong>s as pessoas. “Não precisa<br />

ser magro ou ter porte atlético. Basta<br />

sintonizar com o esporte que o corpo e a<br />

mente cui<strong>da</strong>m do resto”.<br />

É importante salientar que o esporte<br />

é bastante acessível e po<strong>de</strong> ser praticado<br />

inclusive por pessoas que, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

<strong>da</strong> lesão, apresentem limitações nos<br />

membros inferiores. É o caso do professor<br />

<strong>de</strong> educação física Cleuton Nunes,<br />

praticante do esporte há um ano e que<br />

há quase três sofreu um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

trânsito que o levou a amputação <strong>da</strong>s<br />

duas pernas.<br />

“Na primeira vez que sentei no caiaque,<br />

percebi que todos se tornam iguais”, <strong>de</strong>screve<br />

Nunes. Ele diz que a única necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

diferencia<strong>da</strong> <strong>para</strong> que ele pratique<br />

o esporte é que alguém coloque e retire o<br />

caiaque <strong>da</strong> água, na<strong>da</strong> além disso.<br />

Atualmente, ele se divi<strong>de</strong> entre as tarefas<br />

profissionais (ele coor<strong>de</strong>na uma aca<strong>de</strong>mia<br />

em São Paulo e também é personal<br />

trainer) e o lazer com a canoagem, pra-<br />

RAIA OLÍMPICA DA USP é opção <strong>para</strong> a<br />

prática do esporte na capital paulista<br />

ticando-a quase que diariamente. “No<br />

dia em que não vou remar <strong>de</strong>vido ao meu<br />

trabalho, fico irritado e as pessoas que<br />

convivo até já sabem o motivo”, brinca.<br />

Lutador e professor <strong>de</strong> Taekwondo antes<br />

<strong>de</strong> sofrer o aci<strong>de</strong>nte, Nunes revela que<br />

planeja atingir com a canoagem a mesma<br />

marca <strong>de</strong> títulos obti<strong>da</strong> com a arte marcial:<br />

o total <strong>de</strong> 198 conquistas. “Neste<br />

ano, participei do campeonato brasileiro<br />

e fiquei em 4º lugar na <strong>para</strong>canoagem”,<br />

comenta Nunes, <strong>de</strong>monstrando o empenho<br />

em se <strong>de</strong>stacar no esporte.<br />

FONTES DESTA MATÉRIA<br />

Vanicek Conoagem: www.vanicek.com.br<br />

MARÇO 2012 SUPERVAREJO 97<br />

BookSV134.indb 97 09/03/12 17:33


FORA DA CAIXA<br />

[ Por Fábio <strong>de</strong> Lima flima@supervarejo.com.br ]<br />

SV indica<br />

Drama <strong>da</strong> guerra<br />

Em meio à guerra no Afeganistão, uma ca<strong>de</strong>la perdi<strong>da</strong><br />

e esfomea<strong>da</strong>, <strong>da</strong> raça Springer Spaniel, aparece diante<br />

<strong>de</strong> uma caverna, on<strong>de</strong> uma família tenta se proteger <strong>da</strong>s<br />

ameaças dos sol<strong>da</strong>dos do Talibã. Um garoto afegão procura<br />

protegê-la e ela não o larga mais e recebe o apelido<br />

<strong>de</strong> Sombra. A obra é sobre o drama <strong>da</strong> guerra e dos refugiados<br />

e faz o leitor refletir sobre a cruel<strong>da</strong><strong>de</strong> humana.<br />

98 SUPERVAREJO MARÇO 2012<br />

Sombra,<br />

Michael Morpugo, Geração Editorial<br />

Conhecimento<br />

O que Sobre On<strong>de</strong> Quando<br />

OFICINA DE CANTO O participante apren<strong>de</strong> a dominar Senac Santana<br />

FORMAÇÃO DE<br />

SOMMELIER DE<br />

CERVEJAS<br />

Show vira DVD<br />

Em 12 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2011, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, um show em<br />

celebração aos 80 anos <strong>da</strong> imagem do Cristo Re<strong>de</strong>ntor, um<br />

símbolo do Brasil e uma <strong>da</strong>s sete novas maravilhas do mundo<br />

contemporâneo, reuniu artistas brasileiros cantando sucessos<br />

<strong>da</strong> MPB. O espetáculo histórico virou DVD.<br />

e a conhecer a sua própria voz,<br />

utilizando-a <strong>da</strong>s mais diversas formas,<br />

tanto <strong>para</strong> o canto como <strong>para</strong><br />

interpretação cênica teatral.<br />

O participante <strong>de</strong>senvolve competências<br />

<strong>para</strong> a atuação como sommelier<br />

<strong>de</strong> cervejas, disseminando a<br />

cultura cervejeira em bares, restaurantes,<br />

hotéis, distribuidoras, produtoras<br />

e importadoras <strong>de</strong> cervejas<br />

em diversas áreas, como logística,<br />

comunicação, comercialização ou<br />

serviço <strong>de</strong> cervejas.<br />

Rua Voluntários <strong>da</strong><br />

Pátria, 3167<br />

São Paulo (SP)<br />

Livros, cursos e dicas<br />

Cristo Re<strong>de</strong>ntor - 80 anos ao Vivo,<br />

EMI Music<br />

Senac São José<br />

dos Campos<br />

Aveni<strong>da</strong> Saigiro<br />

Nakamura, 400<br />

São José dos<br />

Campos (SP)<br />

De 24 <strong>de</strong> abril<br />

a 29 <strong>de</strong> maio<br />

<strong>de</strong> 2012<br />

Informações:<br />

<br />

De 5 <strong>de</strong> maio<br />

a 11 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 2012<br />

Informações:<br />

<br />

EU RECOMENDO<br />

Rubens Antonio Jr. é<br />

gerente geral <strong>da</strong> Blowtex<br />

…UM LIVRO ><br />

…UM FILME ><br />

…UM SITE ><br />

Gosto <strong>de</strong>ste livro,<br />

porque ele ressalta<br />

a importância <strong>de</strong><br />

encontrar o melhor<br />

balanço entre a sua vi<strong>da</strong><br />

profissional e pessoal.<br />

O MONGE E O EXECUTIVO<br />

James C. Hunter,<br />

Editora Sextante, 2004, 144 páginas<br />

Gosto <strong>de</strong> “Um Sonho<br />

Possível”, com Sandra<br />

Bullock. O filme<br />

<strong>de</strong>monstra que existe<br />

sempre uma forma <strong>de</strong><br />

realizar o seu sonho. Um<br />

exemplo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>para</strong><br />

qualquer ser humano.<br />

UM SONHO POSSÍVEL<br />

(THE BLIND SIDE, 2009)<br />

Direção <strong>de</strong> John Lee Hancock<br />

Este é o website do meu time <strong>de</strong> futebol<br />

favorito. Gosto <strong>de</strong> acompanhar, interagir<br />

e discutir sobre futebol com os amigos,<br />

familiares e companheiros <strong>de</strong> trabalho.<br />

<br />

BookSV134.indb 98 09/03/12 17:33


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