15.04.2013 Views

Clique aqui e veja a matéria. - Equipe Sai da Frente

Clique aqui e veja a matéria. - Equipe Sai da Frente

Clique aqui e veja a matéria. - Equipe Sai da Frente

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

metodológica. Esses dois estudos, ambos de Pope e col. (1998,<br />

2000), foram feitos com recrutas do sexo masculino <strong>da</strong>s forças arma<strong>da</strong>s.<br />

Os 1284 indivíduos que participaram dos grupos de alongamento<br />

tiveram 181 lesões contra 200 lesões entre os 1346 sol<strong>da</strong>dos<br />

nos grupos controle, sem diferença estatisticamente significativa.<br />

É interessante que Pope e col. (2000) observaram que apesar de<br />

parecer que o alongamento não teve nenhum efeito aparente no<br />

risco de lesão, provou-se que o nível de preparo aeróbico era um<br />

fator poderoso e consistente do risco <strong>da</strong> lesão, tanto que o menos<br />

preparado aerobicamente apresentava um risco 14 vezes maior de<br />

ter uma lesão que aqueles com melhor preparo.<br />

Thacker e col. (2004) fizeram uma ampla pesquisa na literatura<br />

sobre o alongamento para prevenção de lesões, incluindo artigos<br />

publicados até 2002. Usando uma ferramenta diferente de avaliação<br />

de quali<strong>da</strong>de que o empregado por Herbert e Gabriel, eles avaliaram<br />

361 artigos e encontraram apenas seis com quali<strong>da</strong>de suficiente<br />

para serem analisados. Os participantes de quatro desses estudos<br />

eram recrutas militares em treinamento básico, enquanto que os<br />

outros dois eram de jogadores de futebol americano. Dos seis<br />

estudos, três estudos randomizados não conseguiram demonstrar<br />

a redução de lesões como efeito do programa supervisionado de<br />

alongamento. Os outros três estudos coorte sugeriram fraca evidência<br />

do benefício do alongamento, mas a metodologia desses<br />

estudos foi considera<strong>da</strong> pior. Thacker e col. (2004) concluíram que<br />

não havia evidências convincentes para continuar ou interromper<br />

o alongamento de rotina antes dos exercícios.<br />

As conclusões de Thacker foram basea<strong>da</strong>s nas revisões feitas por<br />

Gleim & McHugh, 1997; Hart, 2005; Park & Chou, 2006; Shrier,<br />

1999, 2000, 2004a; Yeung & Yeung, 2001, e Witvrouw e col., 2004.<br />

Mas em uma carta ao editor, Shrier (2004b) alertava que os efeitos<br />

de uma sessão agu<strong>da</strong> de alongamento antes do exercício podem<br />

ter o efeito oposto do alongamento realizado regularmente fora do<br />

contexto <strong>da</strong> prática de exercícios. Ele citou alguns estudos com<br />

alongamento regular que sugerem um efeito positivo na prevenção<br />

<strong>da</strong> lesão. Também, tanto Gleim & McHugh quanto Witvrouw e<br />

col. sugeriram que as diferentes ativi<strong>da</strong>des esportivas podem se<br />

beneficiar dos diferentes níveis de flexibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação e<br />

que essas diferentes deman<strong>da</strong>s podem explicar a falta de consenso<br />

na literatura, na qual a maior parte dos artigos não mostra esses<br />

diferentes tipos de ativi<strong>da</strong>des.<br />

Aquecimento como Fator de Confusão<br />

em Estudos sobre o Alongamento<br />

As diferentes ativi<strong>da</strong>des de aquecimento não costumam ser fatores<br />

controlados nos estudos sobre o alongamento. Portanto, é possível<br />

que em alguns estudos, o efeito positivo do alongamento tenha sido<br />

na ver<strong>da</strong>de o exercício aeróbico, drills ou exercícios específicos<br />

<strong>da</strong>quele esporte durante o aquecimento e não o alongamento, o<br />

responsável pelo benefício. Fradkin e col. (2006) revisaram os<br />

estudos randomizados controlados para avaliar as atuais evidências<br />

sobre o aquecimento na prevenção <strong>da</strong>s lesões. Analisando cinco<br />

estudos de alta quali<strong>da</strong>de, encontraram seu benefício em três<br />

estudos com atletas adolescentes que fazem parte de equipes de<br />

futebol americano e de handebol, mas sem nenhum benefício em<br />

dois estudos sobre lesões nas extremi<strong>da</strong>des inferiores em corredores<br />

recreacionais ou recrutas militares.<br />

De modo geral, observaram que o peso <strong>da</strong>s evidências era<br />

favorável ao aquecimento para diminuir o risco <strong>da</strong> lesão, sem<br />

4<br />

quaisquer efeitos prejudiciais. Os potenciais fatores de confusão<br />

deste estudo incluem a variabili<strong>da</strong>de dos esquemas específicos<br />

usados, os diferentes esportes incluídos e a heterogenici<strong>da</strong>de dos<br />

participantes. Faigenbaum e col. (2005) estu<strong>da</strong>ram o aquecimento<br />

dinâmico versus alongamento estático em diferentes faixas etárias<br />

e varie<strong>da</strong>de de atletas. Quando comparado ao alongamento estático,<br />

tanto o aquecimento dinâmico quanto o aquecimento dinâmico<br />

mais drop jumps melhoraram o desempenho de crianças para salto<br />

vertical jump e shuttle runs. O desempenho de salto à distância<br />

também melhorou no grupo que fez o aquecimento dinâmico<br />

que incluiu os drop jumps. De maneira semelhante, protocolos<br />

dinâmicos com ou sem alongamento promoveram um melhor<br />

desempenho <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de anaeróbica em um grupo de atletas <strong>da</strong><br />

escola secundária que realizam exercícios de força, principalmente<br />

do sexo masculino que seguiram protocolos de alongamento<br />

estático (Faigenbaum e col., 2006a). Os autores concluíram que<br />

o exercício dinâmico pré-evento ou exercícios dinâmicos mais<br />

alongamento estático, e não só o alongamento estático, deveria<br />

ser incorporado em esquemas de aquecimento.<br />

O grupo de Faigenbaum (2006b) também realizou um estudo com<br />

atletas <strong>da</strong> escola secundária do sexo feminino para testar os efeitos<br />

agudos de quatro protocolos de aquecimento no desempenho. Após<br />

5 min de jogging, os participantes fizeram parte de um dos cinco<br />

grupos: A) cinco alongamentos estáticos, ca<strong>da</strong> um realizado por<br />

duas vezes e por 30s, B) nove exercícios dinâmicos de intensi<strong>da</strong>de<br />

modera<strong>da</strong> a alta, C) os mesmos nove exercícios dinâmicos<br />

realizados com roupa que pesava 2% <strong>da</strong> massa corporal e D) os<br />

mesmos nove exercícios dinâmicos realizados com roupa que<br />

pesa 6% <strong>da</strong> massa corporal. O desempenho no salto vertical foi<br />

significativamente maior após o tratamento B (41,3 ± 5,4 cm) e C<br />

(42,1 ± 5,2 cm) comparado a A (37,1 ± 5,1 cm), e o desempenho<br />

do salto à distância foi significativamente melhor após C (180,5 ±<br />

20,3 cm) comparado a A (160,4 ± 20,8 cm).<br />

Não se observou nenhuma diferença significativa entre as situações<br />

de jogar uma bola medicinal estando sentado ou num sprint de<br />

10 metros. Os autores concluíram que o aquecimento dinâmico<br />

realizado com um colete que pesava 2% do peso corporal pode ser o<br />

protocolo de aquecimento mais eficaz para melhorar o desempenho<br />

no salto de atletas do sexo feminino de escolas secundárias.<br />

RESUMO E DISCUSSÃO<br />

Está claro que as rotinas de alongamento realiza<strong>da</strong>s antes do exercício<br />

podem aumentar a flexibili<strong>da</strong>de por até 90 min, mas há poucas evidências<br />

científicas para sugerir que tais rotinas consigam melhorar o<br />

desempenho nos exercícios, reduzir a dor muscular de início tardio ou<br />

evitar lesões. Ain<strong>da</strong> não há confirmação se o alongamento realizado<br />

regularmente fora do contexto de exercícios seja eficaz para melhorar<br />

o desempenho de alguns exercícios ou diminuir o risco <strong>da</strong> lesão.<br />

Apesar de aumentar a amplitude de movimentos <strong>da</strong>s articulações,<br />

o alongamento um pouco antes do exercício pode causar deficits<br />

temporários de força. Dados epidemiológicos indicam que o risco <strong>da</strong><br />

lesão aos músculos, tendões e ligamentos está mais ligado à condição<br />

aeróbica deficiente do atleta e não à flexibili<strong>da</strong>de insuficiente.<br />

Como as evidências científicas são fracas para corroborar o benefício<br />

do alongamento pré-exercício, por que é que textos de medicina<br />

esportiva, especialistas médicos, fisiologistas, treinadores, personal

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!