15.04.2013 Views

Clique aqui e veja a matéria. - Equipe Sai da Frente

Clique aqui e veja a matéria. - Equipe Sai da Frente

Clique aqui e veja a matéria. - Equipe Sai da Frente

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PONTOS PRINCIPAIS<br />

Atletas Devem Alongar<br />

Antes do Exercício?<br />

As tradicionais rotinas de alongamento realiza<strong>da</strong>s durante o aquecimento,<br />

antes do exercício podem aumentar a flexibili<strong>da</strong>de por um curto<br />

período de tempo, mas há poucas evidências científicas de que essas<br />

rotinas consigam melhorar o desempenho, diminuir a dor muscular de<br />

início tardio ou evitar lesões.<br />

O alongamento regular, por exemplo, 3-5 dias/ semana, isolado do ambiente<br />

de exercício pode ser efetivo para aumentar a flexibili<strong>da</strong>de e desempenho<br />

de alguns tipos de exercícios, e isso pode diminuir o risco de lesões, mas<br />

é preciso realizar mais estudos para se vali<strong>da</strong>r este conceito.<br />

O alongamento passivo por 15-30s é mais eficiente para aumentar<br />

a flexibili<strong>da</strong>de que o alongamento por períodos mais curtos e é tão<br />

eficiente quanto o alongamento por períodos mais longos.<br />

Aumentar a flexibili<strong>da</strong>de é importante para ativi<strong>da</strong>des como balé, ginástica e<br />

natação, mas isso pode diminuir a economia de corri<strong>da</strong> e pode ser inadequado<br />

para o os jogadores de futebol americano e para algumas outras ativi<strong>da</strong>des<br />

esportivas nas quais a estabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s articulações é fun<strong>da</strong>mental.<br />

O alongamento um pouco antes do exercício pode causar déficit de<br />

força temporário.<br />

O risco de lesão aos músculos, tendões e ligamentos parece ser menor<br />

em atletas que apresentam melhor preparo aeróbico.<br />

Há algumas evidências de que os tradicionais procedimentos de aquecimento<br />

que não incluem o alongamento podem melhorar o desempenho<br />

de alguns tipos de exercícios e diminuir o risco de lesões esportivas.<br />

1<br />

INTRODUÇÃO<br />

Jul/Ago/Setembro - 2008<br />

Karl B. Fields, MD<br />

Director of Family Medicine Residency e Sports Medicine Fellowship<br />

Moses Cone Health System, Greensboro, NC<br />

Professor e Associate Chairman<br />

University of North Carolina Department of Family Medicine<br />

Craig M. Burnworth, M.D.<br />

Sports Medicine Fellow, Moses Cone Health System, Greensboro, NC<br />

Associate Team Physician, Elon University, Elon, NC<br />

Martha Delaney, M.A.<br />

Administrative Director, Greensboro Area Health Education Center<br />

Research Coordinator, Moses Cone Family Medicine Residency Greensboro, NC<br />

Todos os dias, em diferentes locais nos quais se pratica<br />

esportes no mundo todo, atletas preparam-se para competir<br />

com um ritual familiar de alongar os principais<br />

grupos musculares requisitados para aquele esporte.<br />

Essas rotinas de pré-exercícios costumam incorporar<br />

uma varie<strong>da</strong>de de técnicas de alongamento e exercícios<br />

de aquecimento. Textos de medicina esportiva, artigos<br />

de periódicos para profissionais de saúde e treinadores,<br />

e publicações leigas promovem o alongamento como<br />

fun<strong>da</strong>mental para diminuir o risco às lesões.<br />

Com tamanha aceitação do alongamento antes do<br />

exercício, poderia presumir-se que fortes evidências<br />

científicas corroboram sua eficácia para a prevenção <strong>da</strong><br />

lesão ou melhora do desempenho. Entretanto, muitas<br />

publicações científicas questionam a utilização convencional<br />

do alongamento pré-exercício. Este artigo resume<br />

resultados de recentes pesquisas sobre alongamento,<br />

flexibili<strong>da</strong>de e aquecimento.<br />

REVISÃO DE ESTUDOS<br />

Técnica de Alongamento<br />

Uma grande varie<strong>da</strong>de de tipos de alongamento tem<br />

sido propostos. O alongamento ativo ou dinâmico<br />

propõe que os atletas individualmente façam a contração<br />

de músculos para alongar outros. Sub-tipos<br />

de alongamento ativo incluem estático, isométrico<br />

e balístico. O alongamento passivo e a facilitação


neuromuscular proprioceptiva (FNP) geralmente envolvem um<br />

parceiro que ajude na ativi<strong>da</strong>de. Independentemente do tipo de<br />

alongamento usado, parece que ele é mais eficaz para aumentar<br />

a amplitude de movimento quando realizado após o aquecimento<br />

muscular realizado por exercícios preliminares ou aquecimento<br />

passivo, como por exemplo, com bolsas quentes ou ultrasom<br />

(Knight e col., 2001).<br />

Alongamento estático. O alongamento estático é feito de maneira<br />

lenta e sustenta<strong>da</strong>, ou seja, os atletas devem mantê-lo por<br />

15-60s. Um exemplo é o alongamento dos músculos isquiotibiais<br />

e <strong>da</strong>s costas fazendo um lento movimento para frente, para tocar<br />

e segurar os tornozelos e os pés na posição sentado fazendo uma<br />

flexão para frente. O alongamento estático é usado pela maioria dos<br />

atletas e é incluído em muitos treinos antes <strong>da</strong>s competições.<br />

Alongamento isométrico. Atletas que fazem o alongamento<br />

isométrico (uma forma de alongamento estático) tentam contrair<br />

o músculo enquanto fazem esforço contra uma resistência fixa.<br />

No exemplo do alongamento estático apresentado no parágrafo<br />

anterior, se o atleta fosse contrair os músculos isquiobitiais enquanto<br />

mantivesse o alongamento, algumas <strong>da</strong>s fibras isquiotibiais<br />

em contração estariam mais alonga<strong>da</strong>s enquanto outras tentariam<br />

ficar mais curtas. A idéia é que a contração isométrica por alguns<br />

segundos permitiria aumentar o alongamento estático e assim<br />

alongar ain<strong>da</strong> mais o músculo.<br />

Alongamento balístico. O alongamento balístico envolve o alongamento<br />

rápido de músculos, geralmente com movimentos repetitivos<br />

ou de balanço para tocar os dedos do pé enquanto está em pé com as<br />

pernas em linha reta. Poucos atletas usam o alongamento balístico, mas<br />

a técnica parece favorecer alguns esportes. Relatos de lesão de tecido<br />

mole durante o alongamento balístico fez com que muitos instrutores<br />

e terapeutas de condicionamento físico condenassem seu uso.<br />

Alongamento passivo. Durante o alongamento passivo, uma <strong>da</strong>s<br />

técnicas de alongamento assistido, o atleta não contrai ativamente<br />

os músculos para alongar os antagonistas. Em vez disso, a gravi<strong>da</strong>de,<br />

uma máquina ou mais tipicamente, um parceiro aplica pressão<br />

continua para causar um movimento que aos poucos aumenta a<br />

amplitude de movimento. O alongamento assistido dos músculos<br />

isquiotibiais, enquanto um atleta está sentado com as pernas estica<strong>da</strong>s<br />

e um parceiro lentamente empurra as costas do atleta, é uma<br />

prática comum e um bom exemplo dessa técnica.<br />

Facilitação neuromuscular proprioceptiva. A facilitação neuromuscular<br />

proprioceptiva (FNP), outra técnica de alongamento<br />

assistido, utiliza um parceiro que resiste à contração dos grupos de<br />

músculos alongados por um breve intervalo, depois os músculos<br />

são relaxados enquanto o parceiro passivamente alonga o grupo<br />

de músculos além do normal <strong>da</strong> amplitude de movimento. Usando<br />

novamente o mesmo exemplo do alongamento dos músculos<br />

isquiotibiais, com o atleta deitado de costas, um assistente levanta<br />

as pernas estendi<strong>da</strong>s do atleta para cima e em direção ao tronco<br />

para alongar os isquiotibiais por aproxima<strong>da</strong>mente 20 – 30s. Em<br />

segui<strong>da</strong>, o atleta tenta contrair os isquiotibiais alongados (ou seja,<br />

tenta abaixar as pernas) por 5-6s enquanto o assistente (ou talvez<br />

uma parede) faz resistência à contração, para inibir o movimento.<br />

Os grupos de músculos contraídos são depois relaxados e lentamente<br />

o assistente alonga os isquiotibiais, provavelmente além do<br />

alongamento original. Esse processo é repetido por 2-4 vezes.<br />

2<br />

REVISÃO DE ESTUDOS<br />

Alongamento e Melhora <strong>da</strong> Flexibili<strong>da</strong>de<br />

O objetivo de to<strong>da</strong>s as técnicas de alongamento é aumentar a<br />

amplitude de movimento de uma articulação (ou articulações)<br />

aumentando a flexibili<strong>da</strong>de dos grupos musculares próximos<br />

<strong>da</strong> articulação (articulações). (Flexibili<strong>da</strong>de é o quanto<br />

um músculo consegue ser alongado com uma determina<strong>da</strong><br />

força. Na prática, uma mu<strong>da</strong>nça na flexibili<strong>da</strong>de é medi<strong>da</strong><br />

por mu<strong>da</strong>nças na amplitude de movimento, portanto, os dois<br />

termos, flexibili<strong>da</strong>de e amplitude de movimento, costumam<br />

ser considerados sinônimos). Por exemplo, aumentando a<br />

flexibili<strong>da</strong>de dos músculos <strong>da</strong>s costas e dos isquiotibiais na<br />

parte posterior <strong>da</strong>s pernas se consegue aumentar a amplitude<br />

de movimento <strong>da</strong>s articulações <strong>da</strong> coluna para permitir maior<br />

flexão do tronco, ou seja, a capaci<strong>da</strong>de de curvar o tronco<br />

para frente. Todos os tipos de alongamentos conseguem melhorar<br />

a amplitude de movimento ao redor de ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s<br />

principais articulações pelo menos temporariamente, mas não<br />

há nenhuma clara evidência que uma dessas técnicas ofereça<br />

mais flexibili<strong>da</strong>de.<br />

Bandy e col. (1998) mostraram que o alongamento passivo dos<br />

isquiotibiais aumentou a flexibili<strong>da</strong>de do tronco e promoveu um<br />

alongamento ativo, mas isso não ocorreu na articulação do quadril.<br />

Na revisão feita por Thacker e col. (2004), alguns estudos apontaram<br />

maior flexibili<strong>da</strong>de com a FNP comparado a outros tipos<br />

de alongamento, mas os resultados não foram consistentes e as<br />

técnicas não eram padroniza<strong>da</strong>s.<br />

Roberts e Wilson (1999) apontam que a duração é importante:<br />

alongamentos de 15–30s promoveram alongamento muscular<br />

tanto quanto alongamentos mais prolongados e foram mais eficazes<br />

que os esquemas com duração menor que 15s. Entretanto,<br />

também há estudos que utilizaram protocolos de alongamento<br />

balístico, com resultados favoráveis, que incorporam movimentos<br />

curtos, mas repetitivos e rápidos. Por exemplo, Laroche e<br />

Connolly (2006) compararam períodos de 30s de alongamentos<br />

estáticos dos isquiotibiais com alongamentos balísticos dos mesmos<br />

músculos, repetidos a ca<strong>da</strong> segundo por um total de 30s. Os<br />

dois protocolos promoveram melhoria semelhante na amplitude<br />

de movimento (+9,5% vs. +9,3%)<br />

A melhora <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de após uma única sessão de alongamento<br />

parece persistir por até 90 min, enquanto os esquemas de<br />

alongamento realizados regularmente, por exemplo, 3–5 dias por<br />

semana, pode melhorar a flexibili<strong>da</strong>de por algumas semanas após<br />

sua conclusão (Zebas & Rivera, 1985).<br />

Efeitos do Alongamento na Força,<br />

Salto e Economia de Corri<strong>da</strong><br />

O alongamento aumenta a flexibili<strong>da</strong>de, mas isso melhora a força?<br />

Provavelmente não. Dois estudos relataram que a força era reduzi<strong>da</strong><br />

por até 1 h após uma sessão do alongamento (Fowles e col., 2000;<br />

Kokkonen e col., 1998). O resultado de um estudo do torque máximo<br />

durante a extensão concêntrica e isocinética <strong>da</strong> perna mostrou<br />

que após um exercício ativo e três passivos de alongamento, a<br />

força diminuiu tanto em veloci<strong>da</strong>des altas e baixas (Cramer e col.,<br />

2004). Esses resultados são consistentes com os observados por<br />

Cornwell e col. (2001), que apontaram redução <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de<br />

salto vertical após o alongamento passivo dos músculos. “


Young e Behm (2003) compararam cinco protocolos de “aquecimento”<br />

usados antes dos testes de salto. Os protocolos eram<br />

1) controle; 2) corri<strong>da</strong> submáxima de 4 minutos; 3) alongamento<br />

estático; 4) corri<strong>da</strong> e alongamento; e 5) corri<strong>da</strong> e alongamento,<br />

além de saltos. O desempenho dos 16 participantes foi pior após o<br />

alongamento estático. O grupo de corri<strong>da</strong> e alongamento não teve<br />

nenhum resultado melhor que o grupo controle, mas tanto o grupo<br />

só de corri<strong>da</strong> quanto o de corri<strong>da</strong>, alogamento e salto apresentaram<br />

valores mais altos na produção de força explosiva. O grupo apenas<br />

de corri<strong>da</strong> foi claramente superior ao de corri<strong>da</strong> e alongamento em<br />

quatro <strong>da</strong>s seis variáveis avalia<strong>da</strong>s (altura no drop jump, altura no<br />

salto concêntrico, força concêntrica máxima e taxa do desenvolvimento<br />

de força). Quando os cinco estudos foram analisados juntos,<br />

tanto a corri<strong>da</strong> quanto os saltos tiveram um efeito positivo na força<br />

explosiva e desempenho no salto, mas o alongamento estático teve<br />

impacto negativo no desempenho.<br />

Parece que o aumento <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de é indesejável em alguns<br />

esportes. Gleim e col. (1990) relataram uma correlação negativa<br />

entre a flexibili<strong>da</strong>de e economia no caminhar e no jogging em um<br />

grupo de 38 mulheres e 62 homens com i<strong>da</strong>de entre 20-62 anos,<br />

que foram divididos em três grupos referentes à flexibili<strong>da</strong>de —<br />

mais flexível, flexibili<strong>da</strong>de normal e menos flexível — em 11<br />

medi<strong>da</strong>s de amplitude de movimento. Para o grupo menos flexível,<br />

a economia na caminha<strong>da</strong> e no jogging foi melhor que no grupo<br />

nomal e significativamente melhor que no grupo dos mais flexíveis.<br />

Em estudo semelhante, Craib e col. (1996) avaliaram corredores<br />

do sexo masculino pertencentes ao grupo de sub-elite e aqueles<br />

menos flexíveis também costumavam apresentar melhor economia<br />

de corri<strong>da</strong>. Da mesma maneira, quando Jones (2002) estudou um<br />

grupo de corredores de elite internacional em um teste de sentar<br />

e alcançar (TSA), ele relacionou a flexibili<strong>da</strong>de à economia de<br />

corri<strong>da</strong>, sendo que a menor flexibili<strong>da</strong>de foi associa<strong>da</strong> com melhor<br />

economia. Enquanto esses estudos se concentraram no correr e<br />

caminhar, para alguns movimentos de luta, futebol americano,<br />

boxe e outros esportes nos quais a estabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação é<br />

importante, também é razoável presumir que seria contra-indicado<br />

o aumento <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de nas articulações críticas. Se o alongamento<br />

realmente diminui a força máxima disponível para o salto e<br />

diminui a economia de corri<strong>da</strong>, não seria lógico realizar protocolos<br />

de alongamento antes de esportes de salto ou de corri<strong>da</strong>.<br />

Entretanto, os estudos que apontavam a associação negativa entre o<br />

alongamento e força e entre flexibili<strong>da</strong>de e economia do movimento<br />

apresentaram algumas limitações. Além disso, outros estudos não<br />

conseguiram mostrar a associação do alongamento com a que<strong>da</strong> na<br />

força de maneira consistente (Laroche & Connolly) ou <strong>da</strong> relação<br />

<strong>da</strong> falta de flexibili<strong>da</strong>de com melhor economia de corri<strong>da</strong> (Nelson e<br />

col., 2001). Portanto, é prematuro recomen<strong>da</strong>r que atletas de salto<br />

e corri<strong>da</strong> nunca façam alongamento antes do exercício.<br />

Shrier (2004a) sugeriu precaução antes de apresentar amplas<br />

conclusões sobre os efeitos do alongamento no desempenho. Em<br />

sua revisão <strong>da</strong> literatura, ele observou diferenças nos efeitos de<br />

dois diferentes tipos de alongamento — alongamento agudo, um<br />

pouco antes de um ciclo de exercícios e o alongamento regular,<br />

realizado por uma série de dias ou semanas fora do contexto de<br />

exercícios. Ele não detectou nenhum benefício do alongamento<br />

agudo na produção de força isométrica, torque isocinético ou altura<br />

do salto e estudos mostram resultados mistos sobre os efeitos do<br />

3<br />

alongamento agudo na veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong> corri<strong>da</strong>. Entretanto, parece<br />

que o alongamento regular melhora a força, altura do salto e veloci<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> corri<strong>da</strong> de maneira confiável. Essa noção de que os<br />

efeitos do alongamento imediatamente após o exercício são um<br />

pouco diferentes dos efeitos <strong>da</strong>quele realizado regularmente fora<br />

do contexto <strong>da</strong> prática de exercícios, é surpreendente. Intuitivamente,<br />

isso sugere ou que outros tipos, durações ou intensi<strong>da</strong>des<br />

do alongamento realizados em dois ambientes ou que os efeitos<br />

benéficos do alongamento são anulados pelo exercício subsequente.<br />

Mais estudos são necessários para confirmar quaisquer diferenças<br />

nos efeitos do alongamento antes do exercício e do alongamento<br />

em contexto não relacionado aos exercícios.<br />

Alongamento e Dor Muscular de Inicio Tardio<br />

A opinião compartilha<strong>da</strong> por atletas, técnicos e profissionais de<br />

saúde é que o alongamento antes e/ou após o exercício irá prevenir<br />

ou minizar as dores musculares que costumam surgir 24–48<br />

h após o exercício. Em 2002, Herbert e Gabriel publicaram uma<br />

meta-análise de estudos que mediram o efeito do alongamento,<br />

imediatamente antes ou depois do exercício e as dores musculares.<br />

Identificaram cinco estudos de quali<strong>da</strong>de suficiente para serem<br />

avaliados. Esses estudos analisaram o retardo <strong>da</strong> instalação <strong>da</strong> dor<br />

muscular 24, 48 e 72 h após o exercício. De modo geral, o alongamento<br />

não teve nenhum efeito significativo na dor muscular.<br />

Confirmando esses resultados preliminares, LaRoche e Connolly<br />

(2006) estu<strong>da</strong>ram indivíduos que fizeram o alongamento passivo<br />

ou balístico dos músculos isquiotibiais por quatro semanas e não<br />

detectaram nenhum efeito na instalação tardia <strong>da</strong> dor muscular<br />

após exercícios excêntricos. De maneira semelhante, Dawson e col.<br />

(2005) estu<strong>da</strong>ram jogadores australianos de futebol americano e não<br />

observaram nenhum efeito do alongamento imediatamente após um<br />

jogo na dor muscular, flexibili<strong>da</strong>de, potência de sprint no ciclismo<br />

ou na capaci<strong>da</strong>de de saltar verticalmente avalia<strong>da</strong> 48 h depois.<br />

Em vez de estu<strong>da</strong>rem o alongamento antes de exercícios que induzem<br />

a dor muscular, Reisman e col. (2005) testaram os efeitos<br />

do alongamento passivo em músculos flexores do cotovelo que já<br />

estavam doloridos na dor subsequente. Observaram que a sensação<br />

de dor após cinco extensões passivas dos flexores do cotovelo diminuiram.<br />

Os autores levantam a hipótese de que o alongamento<br />

permitiria que atletas com dor muscular treinassem além do que<br />

conseguiriam sem o alongamento.<br />

Alongamento e Prevenção de Lesões<br />

O amplo uso do alongamento e as diversas recomen<strong>da</strong>ções para<br />

usá-lo para evitar lesões sugere que deve haver muitos estudos<br />

de alta quali<strong>da</strong>de sobre o alongamento e prevenção de lesões na<br />

literatura. Por outro lado, podemos considerar algumas <strong>da</strong>s principais<br />

dificul<strong>da</strong>des para realizar um estudo definitivo sobre este<br />

assunto: 1) distribuir aleatoriamente um grande número de atletas<br />

com características físicas semelhantes em vários esportes para<br />

que sigam protocolos de alongamento ou de não-alongamento,<br />

2) a duração do experimento para incluir um número suficiente<br />

de meses para acumular um número adequado de relatos de lesão,<br />

3) supervisão rigorosa e controle de protocolos diários de<br />

alongamento e programas de exercícios, e 4) controle rigoroso e<br />

relato confiável <strong>da</strong>s lesões. Portanto, não deve ser surpreendente<br />

que Herbert e Gabriel (2002) encontraram apenas dois estudos<br />

que se qualificavam a um critério padrão sobre a quali<strong>da</strong>de


metodológica. Esses dois estudos, ambos de Pope e col. (1998,<br />

2000), foram feitos com recrutas do sexo masculino <strong>da</strong>s forças arma<strong>da</strong>s.<br />

Os 1284 indivíduos que participaram dos grupos de alongamento<br />

tiveram 181 lesões contra 200 lesões entre os 1346 sol<strong>da</strong>dos<br />

nos grupos controle, sem diferença estatisticamente significativa.<br />

É interessante que Pope e col. (2000) observaram que apesar de<br />

parecer que o alongamento não teve nenhum efeito aparente no<br />

risco de lesão, provou-se que o nível de preparo aeróbico era um<br />

fator poderoso e consistente do risco <strong>da</strong> lesão, tanto que o menos<br />

preparado aerobicamente apresentava um risco 14 vezes maior de<br />

ter uma lesão que aqueles com melhor preparo.<br />

Thacker e col. (2004) fizeram uma ampla pesquisa na literatura<br />

sobre o alongamento para prevenção de lesões, incluindo artigos<br />

publicados até 2002. Usando uma ferramenta diferente de avaliação<br />

de quali<strong>da</strong>de que o empregado por Herbert e Gabriel, eles avaliaram<br />

361 artigos e encontraram apenas seis com quali<strong>da</strong>de suficiente<br />

para serem analisados. Os participantes de quatro desses estudos<br />

eram recrutas militares em treinamento básico, enquanto que os<br />

outros dois eram de jogadores de futebol americano. Dos seis<br />

estudos, três estudos randomizados não conseguiram demonstrar<br />

a redução de lesões como efeito do programa supervisionado de<br />

alongamento. Os outros três estudos coorte sugeriram fraca evidência<br />

do benefício do alongamento, mas a metodologia desses<br />

estudos foi considera<strong>da</strong> pior. Thacker e col. (2004) concluíram que<br />

não havia evidências convincentes para continuar ou interromper<br />

o alongamento de rotina antes dos exercícios.<br />

As conclusões de Thacker foram basea<strong>da</strong>s nas revisões feitas por<br />

Gleim & McHugh, 1997; Hart, 2005; Park & Chou, 2006; Shrier,<br />

1999, 2000, 2004a; Yeung & Yeung, 2001, e Witvrouw e col., 2004.<br />

Mas em uma carta ao editor, Shrier (2004b) alertava que os efeitos<br />

de uma sessão agu<strong>da</strong> de alongamento antes do exercício podem<br />

ter o efeito oposto do alongamento realizado regularmente fora do<br />

contexto <strong>da</strong> prática de exercícios. Ele citou alguns estudos com<br />

alongamento regular que sugerem um efeito positivo na prevenção<br />

<strong>da</strong> lesão. Também, tanto Gleim & McHugh quanto Witvrouw e<br />

col. sugeriram que as diferentes ativi<strong>da</strong>des esportivas podem se<br />

beneficiar dos diferentes níveis de flexibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> articulação e<br />

que essas diferentes deman<strong>da</strong>s podem explicar a falta de consenso<br />

na literatura, na qual a maior parte dos artigos não mostra esses<br />

diferentes tipos de ativi<strong>da</strong>des.<br />

Aquecimento como Fator de Confusão<br />

em Estudos sobre o Alongamento<br />

As diferentes ativi<strong>da</strong>des de aquecimento não costumam ser fatores<br />

controlados nos estudos sobre o alongamento. Portanto, é possível<br />

que em alguns estudos, o efeito positivo do alongamento tenha sido<br />

na ver<strong>da</strong>de o exercício aeróbico, drills ou exercícios específicos<br />

<strong>da</strong>quele esporte durante o aquecimento e não o alongamento, o<br />

responsável pelo benefício. Fradkin e col. (2006) revisaram os<br />

estudos randomizados controlados para avaliar as atuais evidências<br />

sobre o aquecimento na prevenção <strong>da</strong>s lesões. Analisando cinco<br />

estudos de alta quali<strong>da</strong>de, encontraram seu benefício em três<br />

estudos com atletas adolescentes que fazem parte de equipes de<br />

futebol americano e de handebol, mas sem nenhum benefício em<br />

dois estudos sobre lesões nas extremi<strong>da</strong>des inferiores em corredores<br />

recreacionais ou recrutas militares.<br />

De modo geral, observaram que o peso <strong>da</strong>s evidências era<br />

favorável ao aquecimento para diminuir o risco <strong>da</strong> lesão, sem<br />

4<br />

quaisquer efeitos prejudiciais. Os potenciais fatores de confusão<br />

deste estudo incluem a variabili<strong>da</strong>de dos esquemas específicos<br />

usados, os diferentes esportes incluídos e a heterogenici<strong>da</strong>de dos<br />

participantes. Faigenbaum e col. (2005) estu<strong>da</strong>ram o aquecimento<br />

dinâmico versus alongamento estático em diferentes faixas etárias<br />

e varie<strong>da</strong>de de atletas. Quando comparado ao alongamento estático,<br />

tanto o aquecimento dinâmico quanto o aquecimento dinâmico<br />

mais drop jumps melhoraram o desempenho de crianças para salto<br />

vertical jump e shuttle runs. O desempenho de salto à distância<br />

também melhorou no grupo que fez o aquecimento dinâmico<br />

que incluiu os drop jumps. De maneira semelhante, protocolos<br />

dinâmicos com ou sem alongamento promoveram um melhor<br />

desempenho <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de anaeróbica em um grupo de atletas <strong>da</strong><br />

escola secundária que realizam exercícios de força, principalmente<br />

do sexo masculino que seguiram protocolos de alongamento<br />

estático (Faigenbaum e col., 2006a). Os autores concluíram que<br />

o exercício dinâmico pré-evento ou exercícios dinâmicos mais<br />

alongamento estático, e não só o alongamento estático, deveria<br />

ser incorporado em esquemas de aquecimento.<br />

O grupo de Faigenbaum (2006b) também realizou um estudo com<br />

atletas <strong>da</strong> escola secundária do sexo feminino para testar os efeitos<br />

agudos de quatro protocolos de aquecimento no desempenho. Após<br />

5 min de jogging, os participantes fizeram parte de um dos cinco<br />

grupos: A) cinco alongamentos estáticos, ca<strong>da</strong> um realizado por<br />

duas vezes e por 30s, B) nove exercícios dinâmicos de intensi<strong>da</strong>de<br />

modera<strong>da</strong> a alta, C) os mesmos nove exercícios dinâmicos<br />

realizados com roupa que pesava 2% <strong>da</strong> massa corporal e D) os<br />

mesmos nove exercícios dinâmicos realizados com roupa que<br />

pesa 6% <strong>da</strong> massa corporal. O desempenho no salto vertical foi<br />

significativamente maior após o tratamento B (41,3 ± 5,4 cm) e C<br />

(42,1 ± 5,2 cm) comparado a A (37,1 ± 5,1 cm), e o desempenho<br />

do salto à distância foi significativamente melhor após C (180,5 ±<br />

20,3 cm) comparado a A (160,4 ± 20,8 cm).<br />

Não se observou nenhuma diferença significativa entre as situações<br />

de jogar uma bola medicinal estando sentado ou num sprint de<br />

10 metros. Os autores concluíram que o aquecimento dinâmico<br />

realizado com um colete que pesava 2% do peso corporal pode ser o<br />

protocolo de aquecimento mais eficaz para melhorar o desempenho<br />

no salto de atletas do sexo feminino de escolas secundárias.<br />

RESUMO E DISCUSSÃO<br />

Está claro que as rotinas de alongamento realiza<strong>da</strong>s antes do exercício<br />

podem aumentar a flexibili<strong>da</strong>de por até 90 min, mas há poucas evidências<br />

científicas para sugerir que tais rotinas consigam melhorar o<br />

desempenho nos exercícios, reduzir a dor muscular de início tardio ou<br />

evitar lesões. Ain<strong>da</strong> não há confirmação se o alongamento realizado<br />

regularmente fora do contexto de exercícios seja eficaz para melhorar<br />

o desempenho de alguns exercícios ou diminuir o risco <strong>da</strong> lesão.<br />

Apesar de aumentar a amplitude de movimentos <strong>da</strong>s articulações,<br />

o alongamento um pouco antes do exercício pode causar deficits<br />

temporários de força. Dados epidemiológicos indicam que o risco <strong>da</strong><br />

lesão aos músculos, tendões e ligamentos está mais ligado à condição<br />

aeróbica deficiente do atleta e não à flexibili<strong>da</strong>de insuficiente.<br />

Como as evidências científicas são fracas para corroborar o benefício<br />

do alongamento pré-exercício, por que é que textos de medicina<br />

esportiva, especialistas médicos, fisiologistas, treinadores, personal


trainers e técnicos continuam a recomen<strong>da</strong>r esta prática? Herbert e<br />

Gabriel (2002) estimaram que mesmo na melhor situação possível,<br />

o atleta médio precisaria alongar antes <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de por 23 anos para<br />

evitar uma única lesão. Além disso, apesar de a ciência ser a maneira<br />

mais objetiva para descobrir a ver<strong>da</strong>de, ela não é a única maneira.<br />

Muitos especialistas em saúde e esportes tiveram experiências clínicas<br />

e práticas positivas com o alongamento e há milhares de relatos<br />

de lesões que aconteceram em raras ocasiões quando atletas que<br />

nunca tinham tido lesões deixaram de realizar o alongamento antes<br />

do exercício. Há também críticas váli<strong>da</strong>s sobre os <strong>da</strong>dos científicos.<br />

Estudos sobre o alongamento avaliaram diferentes tipos, durações e<br />

frequências de alongamento em número limitado de atletas e apenas<br />

em alguns poucos esportes. Por exemplo, muitos dos <strong>da</strong>dos negativos<br />

sobre o alongamento estavam relacionados aos atletas de corri<strong>da</strong>s<br />

de longa distância, um esporte no qual a economia de corri<strong>da</strong> parece<br />

melhorar com a redução, e não com o aumento <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de. Se<br />

o alongamento talvez não seja útil para corredores de endurance, a<br />

mesma premissa seria aplica<strong>da</strong> aos atletas que correm com barreira,<br />

ginastas ou <strong>da</strong>nçarinos, todos que tradicionalmente se beneficiam<br />

com a flexibili<strong>da</strong>de? Finalmente, como descrito anteriormente, é<br />

extremamente difícil, se não impossível, realizar um estudo sem<br />

falhas sobre o efeito do alongamento no risco <strong>da</strong> lesão.<br />

Como parece que o alongamento atinge o objetivo de aumentar a<br />

flexibili<strong>da</strong>de ao redor <strong>da</strong>s articulações, talvez o insucesso aparente<br />

do alongamento para evitar lesões ocorra porque ele não é feito<br />

no momento adequado antes do exercício ou o alongamento não<br />

é necessário para todos os atletas. Talvez os atletas devam ser<br />

avaliados individualmente para melhor entender como utilizar seu<br />

tempo de preparo antes do exercício. Atletas inflexíveis podem<br />

ser incentivados a incorporar um pouco do alongamento em uma<br />

5<br />

rotina global de aquecimento, enquanto outros indivíduos que já<br />

tem uma excelente amplitude de movimento se concentrariam em<br />

integrar a força, salto ou outras ativi<strong>da</strong>des no aquecimento.<br />

Ingraham (2003) sugeriu que a maior parte dos técnicos, treinadores<br />

atléticos e especialistas <strong>da</strong> medicina esportiva parecem<br />

automaticamente presumir que quando um atleta estira um músculo,<br />

ele teria que aumentar a flexibili<strong>da</strong>de para evitar lesões no<br />

futuro. Ela especula que seria mais importante que esses atletas<br />

melhorem sua condição física. Certamente, a correlação <strong>da</strong> condição<br />

aeróbica deficiente com aumento do risco <strong>da</strong> lesão parece ser<br />

muito maior que aquelas observa<strong>da</strong>s com a falta de flexibili<strong>da</strong>de<br />

(Herbert & Gabriel, 2002).<br />

Maiores estudos clínicos randomizados e controlados, incluindo<br />

ambos os sexos, vários esportes e tempo adequado de acompanhamento<br />

aju<strong>da</strong>riam a esclarecer o papel do alongamento.<br />

Estudos adicionais deveriam analisar o momento ideal para o<br />

alongamento, assim como a padronização <strong>da</strong> sua quali<strong>da</strong>de e<br />

duração. O alongamento excêntrico, o aquecimento e o condicionamento<br />

aeróbico, estavam presentes em estudos sobre<br />

os efeitos do alongamento no risco <strong>da</strong> lesão como fatores que<br />

tendem a diminuir esse risco. Apenas quando os estudos apresentarem<br />

controle adequado dessas variáveis será esclareci<strong>da</strong><br />

a contribuição específica do alongamento na prevenção <strong>da</strong> lesão.<br />

Até que <strong>da</strong>dos científicos mais fortes sejam apresentados,<br />

aqueles que atuam em medicina esportiva e técnicos deveriam<br />

oferecer conselhos cautelosos para os atletas. Uma abor<strong>da</strong>gem<br />

prática seria enfatizar a condição física aeróbica e o aquecimento<br />

e permitir que o atleta, individualmente, tome a decisão<br />

de incluir ou não o alongamento nesse esquema.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Askling, C., J. Karlsson, e A. Thorstensson (2003). Hamstring<br />

injury occurrence in elite soccer players after<br />

preseason strength training with eccentric overload.<br />

Scand. J. Med. Sci. Sports. 13(4):244–250.<br />

Bandy, W.D., J.M. Irion, e M. Briggler (1998). The<br />

effect of static stretch e dynamic range of motion<br />

training on the flexibility of the hamstring muscles.<br />

Phys. Ther. 27:295–300.<br />

Cornwell, A., A.G. Nelson, G.D. Heise, e B. Si<strong>da</strong>way (2001).<br />

Acute effects of passive muscle stretching on vertical<br />

jump performance. J. Hum. Move. Stud. 40:307–324.<br />

Craib, M., V. Mitchell, K. Fields, T. Cooper, R. Hopewell,<br />

e D. Morgan (1996). Association between flexibility e<br />

running economy in sub-elite male distance runners.<br />

Med. Sci. Sports Exerc. 28(6):737–743.<br />

Cramer, J.T., T.J. Housh, G.O. Johnson, J.M. Miller, J.W.<br />

Coburn, T.W. e Beck (2004). Acute effects of static<br />

stretching on peak torque in women. J.Strength Cond.<br />

Res.18(2):236–41.<br />

Dawson B., S. Cow, S. Modra, D. Bishop, e G. Stewart<br />

(2005). Effects of immediate post-game recovery procedures<br />

on muscle soreness, power e flexibility levels over<br />

the next 48 hours. J. Sci. Med. Sport 8(2):210–221.<br />

Faigenbaum, A.D., M.A. Bellucci,A. A. Bernieri, B.<br />

Bakker, e K. Hoorens. (2005). Acute effects of different<br />

warmup protocols on fi tness performance in<br />

children. J. Strength Cond. Res. 19 (2):376–381.<br />

Faigenbaum,A., J. Kang, J. McFarland, J.M. Bloom,<br />

J. Magnatta, N.A. Ratamess, e J. Hoffman (2006a).<br />

Acute effects of different warm-up protocols on<br />

anaerobic performance in teenage Atletas. Ped. Exerc.<br />

Sci. 18(1):64–75.<br />

Faigenbaum , A.D., J.E. McFarland, J.A. Schwerdtman,<br />

N.A. Ratamess, J. Kang, e J.R. Hoffman (2006b). Dynamic<br />

warm-up protocols, with e without a weighted<br />

vest, e fitness performance in high school female<br />

Atletas. J. Athl. Train. 41(4):357–363.<br />

Fowles, J.R., D.G. Sale, e J.D. MacDougall (2000).<br />

Reduced strength after passive stretch of the human<br />

plantar fl exors. J. Appl. Physiol. 89:1179–1188.<br />

Fradkin A.J., B.J. Gabbe, e P.A. Cameron (2006).<br />

Does warming up prevent injury in sport? The<br />

evidence from randomized controlled trials? J. Sci.<br />

Med. Sport. 9: 214–220.<br />

Gleim, G.W., e M.P. McHugh (1997). Flexibility e its<br />

effects on sports injury e performance. Sports Med.<br />

24(5):289–299.<br />

Gleim, G.W., N.S. Stachenfeld, e J.A. Nicholas (1990).<br />

The influence of flexibility on the economy of walking<br />

e jogging. J. Orthop. Res. 8:814–823.<br />

Hart, L. (2005). Effect of stretching on sport injury risk:<br />

a review. Clin. J. Sport Med. 15(2):113.<br />

Herbert, R.D., e M. Gabriel (2002). Effects of stretching<br />

before e after exercising on muscle soreness<br />

e risk of injury: a systematic review. Br. Med J.<br />

325:468–470.<br />

Ingraham, S.J. (2003). The role of flexibility in injury<br />

prevention e athletic performance: Have we stretched<br />

the truth? Minnesota Med. 86(5):58–61.<br />

Jones, A. (2002). Running economy is negatively<br />

related to sit-and-reach test performance in<br />

international-stan<strong>da</strong>rd distance runners. Int. J. Sports<br />

Med. 23(1):40–3.<br />

Knight, C.A., C.R. Rutledge, M. E. Cox, M. Acosta, e<br />

S. J. Hall (2001). Effect of superficial heat, deep heat,<br />

e active exercise warm-up on the extensibility of the<br />

plantar flexors. Phys. Ther. 81:1206–1214.<br />

Kokkonen, J., A.G. Nelson, e A. Cornwell (1998).<br />

Acute muscle Alongamento inhibits maximal strength<br />

performance. Res. Q. Exerc. Sport .69:411–415.<br />

LaRoche D.P., e D.A. Connolly (2006). Effects of<br />

stretching Alongamento on passive muscle tension<br />

e response to eccentric exercise. Am. J. Sports Med.<br />

34(6):1000–1007.<br />

Nelson, G., J. Kokkonen, C. Eldredge, A. Cornwell,<br />

e E. Glickman-Weiss (2001). Chronic stretching<br />

and running economy. Scand.J. Med.Sci.Sports<br />

11(5): 260–265.<br />

Park, D.Y., e L. Chou (2006). Stretching for prevention<br />

of Achilles tendon injuries: A review of the literature.<br />

Foot Ankle Int. 27(12):1086–1095.<br />

Pope, R.P., R. Herbert, e J. Kirwan. (1998) Effects of<br />

ankle dorsiflexion range e pre-exercise calf muscle<br />

stretching on injury risk in Army recruits. Aust. Physiother.<br />

44:165–172.<br />

O Gatorade Sports Science Institute (GSSI)<br />

é uma instituição sem fins lucrativos,<br />

fun<strong>da</strong><strong>da</strong> em 1998, com o objetivo principal de<br />

compartilhar informações e expandir os conhecimentos<br />

relacionados às Ciências do Esporte.<br />

* Este material foi traduzido e a<strong>da</strong>ptado do<br />

original em inglês SSE 104.<br />

6<br />

*Informativo periódico.<br />

Revisão: Flávia Meyer – CRM 13248<br />

Tradutora com especialização na área medica:<br />

Cecília Tsukamoto<br />

Para mais informações, visite o site do<br />

GSSI Brasil: www.gssi.com.br<br />

© 2006 Gatorade Sports Science Institute<br />

Este artigo somente poderá ser reproduzido para propósitos educacionais sem fins lucrativos<br />

Pope, R.P., R.D. Herbert, J.D. Kirwan, e B.J. Graham<br />

(2000). A randomized trial of preexercise stretching<br />

for prevention of lower-limb injury. Med Sci. Sports<br />

Exerc. 32:271–277.<br />

Reisman S., L.D. Walsh, e U. Proske (2005). Warm-up<br />

stretches reduce sensations of stiffness e soreness<br />

after eccentric exercise. Med. Sci. Sports Exerc.<br />

37(6):929–936.<br />

Roberts, J.M., e K. Wilson (1999). Effect of stretching<br />

duration on the active e passive range of motion in the<br />

lower extremity. Brit. J.Sports Med. 33:259–263<br />

Shrier, I. (1999). Stretching before exercise does not<br />

reduce the risk of local muscle injury: a critical review<br />

of the clinical e basic science literature. Clin. J. Sport<br />

Med. 9:221–227.<br />

Shrier, I. (2000). Stretching before exercise : an<br />

evidence based approach. Brit. J. Sports Med.<br />

34:324–325.<br />

Shrier, I. (2004a). Does stretching improve performance?<br />

A systematic e critical review of the literature.<br />

Clin. J. Sport Med. 14(5):267–273.<br />

Shrier, I. (2004b). Response to article by Thacker e col.<br />

(2004). Med. Sci. Sports Exerc. 36(10):1832.<br />

Thacker, S.B., J. Gilchrist, D.F. Stroup, e D. Kimsey Jr.<br />

(2004). The impact of Alongamento on sports injury<br />

risk: a systematic review of the literature. Med. Sci.<br />

in Sports Exerc.36(3):371–378.<br />

Witvrouw, E., N. Mahieu, L. Danneels, e P. McNair<br />

(2004). Stretching and injury prevention: An obscure<br />

relationship. Sports Med. 34(7):443–449.<br />

Yeung, E.W., e S.S. Yeung (2001). A systematic review<br />

of interventions to prevent lower limb soft tissue running<br />

injuries. Brit. J. Sports Med. 35:383–389.<br />

Young, W.B., e D.G. Behm (2003). Effects of running,<br />

Static stretching and e practice jumps on explosive<br />

force production e jumping performance. J.Sports<br />

Med. Phys. Fit. 43(1):21–7.<br />

Zebas, C.J., e M.S. Rivera (1985). Retention of flexibility<br />

in selected joints after cessation of a stretching<br />

exercise program. In: exercise Physiology: Current<br />

Selected Research. Dotson CO, Humphrey JH (Eds.).<br />

New York: AMS Press, Inc., pp: 181–191.


Você Deveria Alongar<br />

Antes do Exercício?<br />

Infelizmente não há nenhuma resposta simples para essa pergunta.<br />

O que podemos dizer é que não há nenhuma evidência científica<br />

sóli<strong>da</strong> de que o alongamento, principalmente aquele realizado um<br />

pouco antes do exercício, tenha quaisquer benefícios. Mas também<br />

podemos dizer que não há nenhuma evidência sóli<strong>da</strong> de que o alogamento<br />

vá causar <strong>da</strong>nos. Além disso, há uma longa tradição médica<br />

e de técnicos que recomen<strong>da</strong>m o alongamento antes do exercício,<br />

que não deve ser ignorado. Portanto, os atletas que querem evitar<br />

a lesão podem ou não beneficiar-se do alongamento como componente<br />

chave do aquecimento antes do exercício.<br />

Um fator que claramente diminui o risco de lesão é manter uma boa<br />

condição cardiovascular (aeróbica) durante todo o treinamento, fora <strong>da</strong><br />

tempora<strong>da</strong> e enquanto estiver se recuperando de uma lesão. A prática<br />

mais valiosa do aquecimento inclui ativi<strong>da</strong>des como corri<strong>da</strong> leve, natação,<br />

ciclismo, drills específicos, salto, drills de tiro ao alvo, etc. Esse tipo<br />

de aquecimento fará com que você esteja pronto para jogar ou praticar<br />

com menor risco de distender um músculo ou apresentar outra lesão.<br />

A DECISÃO É SUA!<br />

Você deve incorporar o alongamento na sua rotina padrão de aquecimento?<br />

Lógico, se praticar algum esporte no qual a flexibili<strong>da</strong>de<br />

é uma vantagem, como ginástica, corri<strong>da</strong> com barreira, mergulho,<br />

<strong>da</strong>nça, é preciso garantir uma excelente amplitude de movimento<br />

ao redor de suas articulações. Particularmente, se você souber que<br />

não é flexível, considere incluir o alongamento desde que integrado<br />

a um programa que também inclua a ativi<strong>da</strong>de aeróbica como parte<br />

do aquecimento. Na ver<strong>da</strong>de, o alongamento deve ser sempre feito<br />

após um período de exercícios aeróbicos quando seus músculos já<br />

estiverem aquecidos, pois é mais fácil alongá-los e o efeito do alongamento<br />

durará mais que quando alongados sem estarem aquecidos.<br />

Se você já tiver excelente flexibili<strong>da</strong>de, seria melhor usar seu tempo<br />

antes do exercício aumentando as ativi<strong>da</strong>des aeróbicas ou específicas<br />

<strong>da</strong>quele esporte em seus procedimentos de aquecimento.<br />

Mais que o alongamento antes do exercício, pense em fazer o alongamento<br />

após o exercício ou em casa, fora do contexto esportivo<br />

ou fora do ambiente de treino. A ciência indica que é mais provável<br />

que você se beneficie com este tipo de alongamento realizado<br />

regularmente, talvez 3–5 dias por semana.<br />

Se você pratica um esporte que exija saltos, levantamentos, arremessos<br />

ou outros tipos de força de explosão, saiba que o alongamento<br />

um pouco antes do exercício pode causar uma redução temporária<br />

na força e provavelmente deve ser evitado antes <strong>da</strong> competição .<br />

7<br />

Jul/Ago/Setembro - 2008<br />

Portanto, se você sentir que o alongamento aju<strong>da</strong> o seu desempenho<br />

esportivo global, considere a implementação do seu programa de<br />

alongamento após e não antes de seu evento.<br />

Dicas de Alongamento<br />

• Se você optar por fazer o alongamento, aqueça seus músculos<br />

primeiramente com ativi<strong>da</strong>des aeróbicas tais como jogging, natação,<br />

ciclismo e calistênicos. Músculos aquecidos podem ser mais<br />

facilmente alongados, com menor probabili<strong>da</strong>de de apresentarem<br />

uma lesão. Muitos especialistas recomen<strong>da</strong>m o alongamento<br />

depois <strong>da</strong> prática esportiva e não antes.<br />

• Alongamentos lentos mantidos por 15 a 30s e repetidos por até<br />

três vezes em ca<strong>da</strong> grupo muscular oferece tanto benefício quanto<br />

qualquer outro esquema de alongamento. Se tiver um parceiro<br />

para ajudá-lo com o alongamento, tenha cui<strong>da</strong>do para que esse<br />

não o empurre com muita força, causando uma lesão relaciona<strong>da</strong><br />

ao alongamento. Evite alongamentos balísticos ou de movimentos<br />

repetitivos que podem causar lesões musculares.<br />

• Como estudos científicos não provam claramente que há benefícios<br />

com o alongamento, procure seguir diferentes rotinas<br />

de aquecimento para determinar qual delas lhe deixa mais bem<br />

preparado para participar de treinos e competições.<br />

• Antes de voltar a participar de treinos ou competições muito<br />

fortes após uma lesão, consulte seu treinador, um personal trainer,<br />

um médico especialista em medicina esportiva ou um técnico<br />

com bastante conhecimento para garantir que você tenha força<br />

adequa<strong>da</strong> no membro(s) que sofreu uma lesão. É particularmente<br />

importante ter força na fase excêntrica de movimentos (por<br />

exemplo, abaixar um peso, descer esca<strong>da</strong>s, pular de pontos altos,<br />

etc). Também é importante que você tenha força normal de seus<br />

músculos do tronco e abdominais (força central) e ter recuperado<br />

sua sensação normal de equilíbrio e agili<strong>da</strong>de. Esses fatores<br />

claramente diminuem o risco de apresentar nova lesão.<br />

OUTRAS FONTES DE INFORMAÇÃO<br />

Herbert, R.D., e M. Gabriel (2002). Effects of stretching before e after exercising on<br />

muscle soreness e risk of injury: a systematic review. Br. Med J. 325:468–470.<br />

Shrier, I. (1999). Stretching before exercise does not reduce the risk of local muscle injury:<br />

a critical review of the clinical e basic science literature. Clin. J. Sport Med. 9:221–227.<br />

Shrier, I. (2004). Does stretching improve performance? A systematic e critical<br />

review of the literature. Clin. J. Sport Med 14(5):267–273.<br />

Thacker, S.B., J. Gilchrist, D.F. Stroup, e D. Kimsey, Jr. (2004). The impact of stretching<br />

on sports injury risk: a systematic review of the literature. Med. Sci. Sports<br />

Exerc. 36(3):371–378

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!