Bancos e desenvolvimento industrial. - BBS Business School
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<strong>Bancos</strong> e <strong>desenvolvimento</strong> <strong>industrial</strong><br />
Fazendo-se as contas dos ativos de imediata liquidez e das dívidas que oneravam a<br />
empresa, chega-se à seguinte distribuição das contas do balanço:<br />
Tabela 2. Brahma: confronto de ativos e de dívidas, 1896<br />
Ativo líquido Dívidas<br />
1.Terrenos 125:662$400 Hipotecas (30/6/1896) 250:000$000<br />
2.Edifícios 636:063$708 A G. Maschke 19:121$280<br />
3.Máquinas (30/6/96) 682:.387$965 Herm. Stoltz & Co<br />
(Mk 278 223,88)<br />
378:384$480<br />
4.Equipamentos elétricos 15:913$986 Credores diversos 157:997$120<br />
5.Equipamentos a vácuo 131:748$130 Herr Friederizi 143:647$740<br />
6. Cuba, barris em depósito 61:734$765 Herr Schumann 22:878$690<br />
7. Utensílios de fábrica 40:214$120 A G. Maschke 19:121$280<br />
8. Outros utensílios 32:658$330 Letras de câmbio 57:777$510<br />
9. Animais de tração 42:657$860<br />
10. Restaurante, rua Lavradio 6:600$000<br />
11. Caixa e depósitos bancos 26:420$469<br />
12.Estoque<br />
(malte,garrafas,etc.)<br />
192:340$610<br />
Total 1:994:402$343 Total 1:048:928$100<br />
Fonte: Balanço da Cervejaria Brahma, 30/12/1896 (DEUTSCHE BANK).<br />
Podemos resumir da análise do balanço<br />
fechado pela Brahma em dezembro de 1896<br />
que as dívidas assumidas até ali comprometiam<br />
52,59% dos ativos líquidos. Do ponto de<br />
vista do capital empregado no negócio, as dívidas<br />
correspondiam a mais de 100% do valor<br />
investido. Tamanho grau de endividamento<br />
não escapou aos olhos dos analistas do banco<br />
em Berlim e em Hamburgo, os quais<br />
desautorizaram a gerência do Brasilianische no<br />
Rio de Janeiro a conceder o empréstimo.<br />
Na primeira semana de agosto de 1897,<br />
os dois bancos alemães trocaram cartas entre<br />
si. Em uma delas, a direção do Disconto Gesellschaft<br />
ponderou ao Norddeutsche Bank que, da quantia<br />
solicitada por Maschke (800 contos de réis),<br />
250 contos já estavam comprometidos com<br />
hipotecas, 380 eram devidos à Herm. Stoltz &<br />
Cia. e 140 contos cabiam a Friederizi. Restavam<br />
30 contos que efetivamente poderiam ser<br />
História e Economia Revista Interdisciplinar<br />
aplicados na cervejaria. Em 12 de agosto, o<br />
Norddeutsche Bank se pronunciou definitivamente<br />
acerca do pedido de empréstimo. Enviou correspondência<br />
ao banco no Rio de Janeiro concluindo<br />
que a solicitação da Brahma não contava<br />
com garantia suficiente para ser atendida.<br />
Segundo o documento, a empresa não dispunha<br />
sequer de 50% do capital investido necessário<br />
para se habilitar ao crédito. Herm.<br />
Stoltz, afirmou o banco, por ser sócio da cervejaria,<br />
tinha uma posição diferente a respeito<br />
do assunto. Para manter as boas relações<br />
comerciais com Stoltz, o banco se dispunha a<br />
oferecer uma conta corrente à Brahma, de<br />
modo que a fábrica pudesse levantar capital<br />
de giro. Na terminologia da prática bancária<br />
alemã, o banco estava concedendo um Vorschuss,<br />
ou antecipação em conta corrente. 13 Na verdade,<br />
dispunha-se a assumir, no máximo, o<br />
risco de conceder capital de giro, necessário