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Objecto de adorno - Estudos do Consumo

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2. Contemporaneida<strong>de</strong><br />

Na actualida<strong>de</strong>, o consumo está, cada vez mais, aberto ao mun<strong>do</strong> masculino. <strong>Consumo</strong><br />

consciente, abrangente e, por vezes, irreverente. O indivíduo mo<strong>de</strong>rno, que habita no<br />

meio urbano e que é agora ti<strong>do</strong> como um produto reconhecidamente cria<strong>do</strong> por uma<br />

cultura urbana, procura i<strong>de</strong>ntificar-se com os objectos originais 2 que usa, na forma como<br />

os usa e nos contextos on<strong>de</strong> os usa afirman<strong>do</strong> assim a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> única.<br />

Fig. 9 | José Castelo Branco (Gentlemen’s Quarterly, 2010)<br />

O homem tem, cada vez mais, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se compreen<strong>de</strong>r e os objectos que<br />

consome alia<strong>do</strong>s a esse processo assim como, os efeitos culturais e sociais implica<strong>do</strong>s na<br />

construção da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> género. O objecto <strong>de</strong> <strong>a<strong>do</strong>rno</strong>, ao integrar o conjunto <strong>do</strong>s<br />

novos objectos usa<strong>do</strong>s por este, espelha o fenómeno <strong>de</strong> reprodução sociocultural,<br />

mostran<strong>do</strong> assim comportamentos individuais e colectivos. Estes comportamentos<br />

tornam-se conscientes por via <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> objecto e reflectem consequentes significações e<br />

simbolismos.<br />

"A nossa socieda<strong>de</strong> pensa-se e fala-se como socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo. Pelo menos, na<br />

medida em que consome, consome-se enquanto socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ia. A<br />

publicida<strong>de</strong> é o hino triunfal <strong>de</strong>sta i<strong>de</strong>ia." (BAUDRILLARD, 2008, p.264)<br />

2 "Um objecto original difere <strong>de</strong> um objecto vulgar tanto como o porta<strong>do</strong>r individual <strong>de</strong> um gene mutante<br />

difere <strong>do</strong> exemplo padrão <strong>de</strong>ssa espécie. O gene mutante po<strong>de</strong> ser infinitamente pequeno, mas as<br />

diferenças <strong>de</strong> comportamento que ele provoca po<strong>de</strong>m ser enormes.<br />

Além disso, a noção <strong>de</strong> objecto original exige um ajustamento fundamental nas nossas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> da obra <strong>de</strong> arte. A fracção mutante impõe consequências à prole <strong>do</strong> objecto. Mas<br />

completamente diferente é o campo <strong>de</strong> acção atribuí<strong>do</strong> ao objecto enquanto um to<strong>do</strong>. Estas diferenças são<br />

da mesma or<strong>de</strong>m das que existem entre um acto <strong>de</strong> procriação e um acto <strong>de</strong> exemplo moral. Uma<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança surge com o objecto original porta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mutante, ao passo que o objecto<br />

globalmente belo ou <strong>de</strong>sagradável suscita apenas a repetição ou um evitamento rituais." (KUBLER, 2004,<br />

p.61)<br />

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