Objecto de adorno - Estudos do Consumo
Objecto de adorno - Estudos do Consumo
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É importante <strong>de</strong>scobrir esta linguagem, ou seja, o mo<strong>do</strong> como o homem se exprime e<br />
comunica através <strong>do</strong> objecto <strong>de</strong> <strong>a<strong>do</strong>rno</strong> que o diferencia e o torna porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> uma<br />
preocupação estética tradutora <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e sentimentos e são muito relevantes os<br />
processos <strong>de</strong> interacção entre produção e consumo, e entre o projecto e a construção <strong>de</strong><br />
novas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> género masculino.<br />
O ‘novo homem’, cria<strong>do</strong> por uma cultura diferenciada, agora tida como uma cultura<br />
massificada, apropria merca<strong>do</strong>rias, numa atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> afirmação individual, numa primeira<br />
acção; e <strong>de</strong> tribo, como necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserção no grupo com que se i<strong>de</strong>ntifica ou<br />
preten<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar. O sujeito apropria influencian<strong>do</strong> e sen<strong>do</strong> influencia<strong>do</strong>, continuamente,<br />
por uma oferta extensa e sempre em actualização <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>rias que também elas se<br />
apropriam <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r. Estas criam tribos entre si, concorren<strong>do</strong> para uma distinção<br />
procurada actualmente no que respeita à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um.<br />
É "O aparecimento <strong>do</strong>s objectos é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pelas nossas atitu<strong>de</strong>s mutáveis em<br />
relação aos processos <strong>de</strong> invenção, repetição e rejeição." (KUBLER, 2004, p.91),<br />
filosofias, gostos, crenças, modas 3 e necessida<strong>de</strong>s que, ro<strong>de</strong>adas por evoluções<br />
históricas, contextos actuais e perspectivas inova<strong>do</strong>ras possibilitam ‘olhar’ e ver, ‘olhar’ e<br />
compreen<strong>de</strong>r, ‘olhar’ e registar.<br />
A aprovação <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s é uma tarefa gradual on<strong>de</strong> se constroem novos<br />
mo<strong>de</strong>los e se criam novos sujeitos. Este é um processo evolutivo que <strong>de</strong>verá ter em<br />
consi<strong>de</strong>ração que a constante tentativa <strong>de</strong> revalorização da masculinida<strong>de</strong> hegemónica<br />
prolongará os processos <strong>de</strong> discordantes criações i<strong>de</strong>ntitárias.<br />
3 "Uma moda é a projecção <strong>de</strong> uma imagem única da existência exterior, resistente à mudança durante a<br />
sua breve vida, efémera, consumível, receptiva apenas à cópia mas não a uma variação fundamental. As<br />
modas raiam os limites da credibilida<strong>de</strong>, violan<strong>do</strong> o que as prece<strong>de</strong> e roçan<strong>do</strong> o ridículo. Não pertencem <strong>de</strong><br />
mo<strong>do</strong> nenhum a uma ca<strong>de</strong>ia coerente <strong>de</strong> soluções, mas constituem, sucessivamente, classes com um único<br />
membro. Uma moda é uma duração sem qualquer mudança substancial: uma aparição, um lampejo,<br />
esqueci<strong>do</strong>s em cada estação. É como uma classe, mas difere <strong>de</strong> uma sequência por não ter uma dimensão<br />
sensível ao tempo." (KUBLER, 2004, p.59)<br />
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