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Luís Fontes - Casa de Sarmento - Universidade do Minho

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De menor amplitu<strong>de</strong>, mas ilustran<strong>do</strong> bem a atenção que o tema suscitava,<br />

Alberto Feio publicou em 1954 um estu<strong>do</strong> sobre a A Arte na Alta Ida<strong>de</strong> Média no<br />

Distrito <strong>de</strong> Braga, Bracara Augusta, 1-2 (26-27). Anteriormente, em 1949, estes<br />

estu<strong>do</strong>s haviam conheci<strong>do</strong> um forte impulso com a realização, em Lisboa e<br />

Porto, <strong>do</strong> XVI Congresso Internacional <strong>de</strong> História da Arte.<br />

Produzem-se entretanto, ainda ao nível da história da arte, as gran<strong>de</strong>s<br />

sínteses peninsulares que, no que respeita aos monumentos da área<br />

portuguesa, não introduzem novida<strong>de</strong>s significativas: em 1967 Pere <strong>de</strong> Palol<br />

publica Arqueologia Cristiana <strong>de</strong> la España Romana, siglos IV-VI, Madrid-<br />

Valla<strong>do</strong>lid; em 1973, Jacques Fontaine dá à estampa L'art prèroman hispanique,<br />

I, Zodiaque, St. Léger Vauban; e em 1978 Helmut Schlunk e Theo<strong>do</strong>r Hauschild<br />

assinam Hispania Antiqua: Die Denkmaler <strong>de</strong>r fruhchristlichen und westgotischen<br />

Zeit, Mainz am Rhein (FONTES 1992).<br />

Importa notar, contu<strong>do</strong>, que a contribuição arqueológica se limitava, com<br />

raras excepções, à divulgação <strong>de</strong> acha<strong>do</strong>s, resultantes não <strong>de</strong> pesquisas<br />

sistemáticas mas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobertas ocasionais, não se integran<strong>do</strong> a informação<br />

que veiculavam, por vezes importante, em projectos <strong>de</strong> investigação orienta<strong>do</strong>s<br />

para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> problemáticas pré-<strong>de</strong>finidas. Quan<strong>do</strong> muito originaram corpos<br />

informativos, necessários mas por si só incapazes <strong>de</strong> anular as faltas <strong>de</strong> rigor<br />

que frequentemente acompanharam a divulgação <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s, manifestas<br />

nomeadamente na localização inexacta da sua proveniência e, mais importante<br />

que tu<strong>do</strong>, na ausência <strong>de</strong> contexto arqueológico.<br />

Os embates teóricos que em quase to<strong>do</strong>s os países europeus<br />

acompanharam, nos anos sessenta, a emergência da Nova Arqueologia e que,<br />

importa sublinhar, acabaram também por contribuir para a consolidação da<br />

autonomia da Arqueologia Medieval nesses países (MIQUEL BARCELÓ et al<br />

1988; PESEZ 1992; HODDER 1994), passaram ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s arqueólogos<br />

portugueses. Significa isto que à arqueologia portuguesa falta, talvez, uma certa<br />

renovação teórica , que se repercute tanto ao nível das meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> recolha<br />

e análise <strong>de</strong> informação como nos próprios objectivos da investigação (JORGE e<br />

JORGE 1998).<br />

Mas, o pouco <strong>de</strong>senvolvimento da Arqueologia Medieval até aos mea<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s anos 70 <strong>de</strong>ve-se também, muito, aos próprios arqueólogos, que optaram<br />

sistematicamente por se <strong>de</strong>dicar ao estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> perío<strong>do</strong>s mais recua<strong>do</strong>s, não<br />

reconhecen<strong>do</strong> que a Arqueologia constituía uma via <strong>de</strong> renovação <strong>do</strong><br />

conhecimento para a Ida<strong>de</strong> Média.<br />

Lembro aqui que, em França, Michel <strong>de</strong> Bouard tinha funda<strong>do</strong> o Centre <strong>de</strong><br />

Recherches Archéologiques Médiévales na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caen já em 1951,<br />

© <strong>Luís</strong> <strong>Fontes</strong> | <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> <strong>Sarmento</strong><br />

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