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a escolha do vermífugo - Sheep Embryo Reprodução Animal

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DOENÇAS INFECCIOSAS<br />

Além das verminoses, ovinos e caprinos são suscetíveis a várias <strong>do</strong>enças infecciosas causadas<br />

por protozoários, vírus e bactérias. Algumas <strong>do</strong>enças são comuns a ambas as espécies, outras<br />

são específicas. Segue uma descrição resumida das principais enfermidades infecciosas encontradas<br />

em ovinos e caprinos no Brasil.<br />

Coccidiose<br />

A coccidiose, também conhecida como eimeriose, é causada por protozoários que parasitam o<br />

intestino delga<strong>do</strong>. Na coccidiose, observa-se um quadro de diarréia, muitas vezes com a presença<br />

de sangue, acompanhada ou não de desidratação <strong>do</strong>s animais. A coccidiose é mais comum<br />

em ovinos e caprinos jovens, principalmente quan<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s no sistema intensivo. Os animais<br />

adultos podem ter a infecção sem apresentar sintomas de <strong>do</strong>ença, mas mantêm a eliminação<br />

<strong>do</strong>s parasitas no ambiente. O diagnóstico baseia-se no encontro <strong>do</strong>s oocistos <strong>do</strong>s parasitas pelo<br />

exame de fezes. O tratamento é feito com medicações específicas (coccidiostáticos) como o amprólio,<br />

as sulfas e o decoquinato. Medicamentos preventivos como a monensina, a salinomicina<br />

e a lasalocida podem ser mistura<strong>do</strong>s à ração ou à água de bebida para prevenir a infecção nas<br />

criações intensivas com grande número de animais. Para evitar essa <strong>do</strong>ença, é preciso dar atenção<br />

à limpeza das baias, cochos de comida, paredes e pisos durante to<strong>do</strong> o ano e especialmente<br />

antes <strong>do</strong> parto. O uso da vassoura de fogo e os desinfetantes fenólicos são indica<strong>do</strong>s para a<br />

limpeza das instalações.<br />

Broncopneumonia<br />

A broncopneumonia é uma enfermidade causada, na maioria das vezes, por bactérias<br />

secundárias, em especial a Mannheimia haemolytica e a Pasteurela multocida. Estes agentes<br />

infecciosos estão presentes na cavidade oronasal de animais sadios. No entanto, qualquer fator<br />

que desencadeie a queda da imunidade <strong>do</strong>s animais pode favorecer a invasão e colonização<br />

das porções craniais <strong>do</strong>s pulmões por esses agentes, geran<strong>do</strong> assim quadro infeccioso e inflamatório.<br />

Tais fatores podem ser alterações de manejo (desmame, condução por longas distâncias,<br />

descola de cauda, castração e introdução de animais novos sem ter passa<strong>do</strong> pela quarentena<br />

na propriedade), infecções primárias (vírus, bactérias ou fungos) e problemas ambientais<br />

(entrada no confinamento, privação nutricional e desconforto térmico). Os pulmões acometi<strong>do</strong>s<br />

apresentam-se consolida<strong>do</strong>s e com aspecto de fíga<strong>do</strong>, e o resulta<strong>do</strong> indireto da infecção é a<br />

redução de 5 a 10% no ganho de peso diário, com consequente retar<strong>do</strong> no desenvolvimento de<br />

cordeiros e cabritos.<br />

Os sinais clínicos observa<strong>do</strong>s nos animais <strong>do</strong>entes são: febre alta, secreção nasal de característica<br />

muco-esverdeada, tosse, dificuldade na respiração (aspecto de “batedeira”), crostas<br />

secas ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> focinho e narinas e, nos casos mais graves, até morte súbita. O tratamento<br />

da broncopneumonia consiste na aplicação de antimicrobianos injetáveis à base de florfenicol ou<br />

tetraciclina e anti-inflamatório. Nos casos graves, é indica<strong>do</strong> associar os antimicrobianos com<br />

mucolíticos e broncodilata<strong>do</strong>res.<br />

Enterotoxemia<br />

A enterotoxemia é uma infecção grave ocasionada por uma bactéria chamada Clostridium perfringens,<br />

que habita o intestino de animais normais. Essa infecção é precipitada por mudanças<br />

muito bruscas de alimentação ou situações de estresse. Os sintomas envolvem diarreia aguda, a<br />

qual pode determinar a morte <strong>do</strong>s animais em poucas horas. Para evitar essa <strong>do</strong>ença, todas as<br />

trocas de alimentação de volumoso para ração, concentra<strong>do</strong>s ou silagem devem ser feitas gradativamente.<br />

A necessidade de vacinação depende da avaliação e orientação <strong>do</strong> Médico Veterinário.<br />

Ectima contagioso<br />

O ectima (“boqueira”) é causa<strong>do</strong> por um vírus que afeta os epitélios, principalmente <strong>do</strong>s animais<br />

jovens. As lesões da <strong>do</strong>ença são bolhas e crostas que podem ser vistas na transição entre a pele e<br />

a mucosa <strong>do</strong>s lábios, nariz, gengivas, vulva, mamas e tetos. O vírus é altamente contagioso, sen<strong>do</strong><br />

transmiti<strong>do</strong> de um animal ao outro pelo contato direto entre os animais, pelo contato indireto<br />

por meio de instrumentos de lida ou, ainda, durante a ordenha. É necessário que os trata<strong>do</strong>res<br />

e ordenha<strong>do</strong>res usem luvas para se proteger porque esses vírus podem afetar também os seres<br />

humanos. Não existe tratamento específico e as lesões desaparecem após um perío<strong>do</strong> de 2 a 4<br />

semanas. O uso de soluções para limpeza e pomadas cicatrizantes podem ajudar. A prevenção é<br />

feita com vacinas.<br />

Linfadenite caseosa<br />

Essa <strong>do</strong>ença (“mal-<strong>do</strong>-caroço”) é caracterizada pelo acometimento <strong>do</strong>s linfono<strong>do</strong>s (gânglios) externos<br />

e internos em vista da infecção por uma bactéria chamada Corynebacterium pseu<strong>do</strong>tuberculosis.<br />

Nos animais infecta<strong>do</strong>s, os linfono<strong>do</strong>s (“caroços”) mostram-se aumenta<strong>do</strong>s de tamanho e<br />

podem se abrir, drenan<strong>do</strong> uma secreção purulenta. O tratamento envolve a drenagem <strong>do</strong>s linfono<strong>do</strong>s<br />

acometi<strong>do</strong>s realizan<strong>do</strong> lavagem com soluções antissépticas à base de io<strong>do</strong>. Deve-se evitar<br />

que as moscas depositem os seus ovos sobre as feridas, geran<strong>do</strong> bicheiras. Os animais <strong>do</strong>entes<br />

precisam ser afasta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s demais para evitar a infecção de to<strong>do</strong> o rebanho, uma vez que a contaminação<br />

ambiental é extremamente importante na disseminação <strong>do</strong> quadro em to<strong>do</strong> rebanho.<br />

Podridão <strong>do</strong>s cascos<br />

Também conhecida como po<strong>do</strong>dermatite necrótica ou “foot-rot”, a podridão <strong>do</strong>s cascos ocorre<br />

pela infecção por bactérias, principalmente o Fusobacterium necrophorum e Bacteroides no<strong>do</strong>sus.<br />

A <strong>do</strong>ença é mais comum durante as épocas de chuva, em que os cascos se tornam mais moles,<br />

permitin<strong>do</strong> a entrada das bactérias. O principal sintoma <strong>do</strong>s animais acometi<strong>do</strong>s é a manqueira,<br />

que pode levar à perda de apetite e redução <strong>do</strong> peso. Os cascos ficam avermelha<strong>do</strong>s, incha<strong>do</strong>s e<br />

com o<strong>do</strong>r féti<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> associa<strong>do</strong>s a infecções secundárias. Bicheiras frequentemente desenvolvem-se<br />

nas feridas <strong>do</strong>s cascos como complicação. Dentro <strong>do</strong> rebanho, cerca de um terço <strong>do</strong>s<br />

animais é resistente (porta<strong>do</strong>res assintomáticos), aproximadamente um terço desenvolve quadro<br />

clínico com resolução gradativa e o terço restante é considera<strong>do</strong> sempre suscetível (animais constantemente<br />

<strong>do</strong>entes), o que irá exigir medidas preventivas e tratamentos de to<strong>do</strong> o rebanho.<br />

Para evitar a podridão, os cascos precisam ser apara<strong>do</strong>s sempre que necessário ou pelo menos<br />

a cada 30 dias, principalmente nos animais que passam grande parte <strong>do</strong> tempo em baias. Além<br />

disso, pedilúvios (com formol, sulfato de cobre ou sulfato de zinco) e antimicrobianos injetáveis<br />

(como o florfenicol e as tetraciclinas) são indica<strong>do</strong>s e, nos casos de miíase secundária, o uso de<br />

repelente e larvicidas.<br />

Ceratoconjuntivite<br />

A ceratoconjuntivite é causada por várias espécies de bactérias. Os animais <strong>do</strong>entes apresentam<br />

secreção ocular, lacrimejamento, avermelhamento de conjuntivas e, ocasionalmente, bicheiras nos<br />

olhos afeta<strong>do</strong>s. Por se tratar de uma enfermidade muito contagiosa, é preciso evitar a introdução<br />

de animais <strong>do</strong>entes no rebanho e separar para o tratamento os indivíduos acometi<strong>do</strong>s. As tetraciclinas<br />

são os antimicrobianos de <strong>escolha</strong> para o uso tópico (no olho) ou injetável (tetraciclinas).<br />

Artrite-encefalite caprina<br />

A artrite-encefalite caprina tem como agente um vírus transmiti<strong>do</strong> durante a amamentação <strong>do</strong>s<br />

cabritos, ordenha das cabras positivas ou mesmo pelo uso de agulhas contaminadas. Muitos ani-

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