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a escolha do vermífugo - Sheep Embryo Reprodução Animal

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MANEJO SANITÁRIO DE OVINOS E CAPRINOS<br />

INTRODUÇÃO<br />

A criação de pequenos ruminantes vem apresentan<strong>do</strong> um crescimento contínuo nos últimos anos<br />

em nosso país. O rebanho ovinos teve um crescimento anual até o ano de 2001 de cerca de 25%,<br />

mas entre o ano de 2001 à 2008, o crescimento ficou na casa <strong>do</strong>s 8% (Gráfico 1). Em relação ao<br />

rebanho caprino, a uma estabilidade quanto seu crescimento no território nacional atualmente.<br />

Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde <strong>Animal</strong>, o faturamento<br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> de pequenos ruminantes cresceu cerca de 40 % entre 2002 e 2006, evoluin<strong>do</strong> de<br />

51 para 69 milhões de reais. Atualmente, esse merca<strong>do</strong> representa cerca de 3 % <strong>do</strong> valor total <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> veterinário por espécie, haven<strong>do</strong> forte tendência de crescimento em todas as regiões.<br />

Gráfico 1 – Situação atual <strong>do</strong> rebanho de caprinos e ovinos no Brasil.<br />

Milhões de cabeças<br />

18.000.000<br />

16.000.000<br />

14.000.000<br />

12.000.000<br />

10.000.000<br />

8.000.000<br />

6.000.000<br />

4.000.000<br />

2.000.000<br />

0<br />

Rebanho de Caprinos e Ovinos no Brasil.<br />

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007<br />

Ano<br />

Caprino<br />

Ovino<br />

ADAPTADO DE ANUALPEC, 2009<br />

Consideran<strong>do</strong> as enormes diferenças climáticas, econômicas e culturais <strong>do</strong> Brasil, a ovino-caprinocultura<br />

apresenta variações de sistemas de criação esperadas, o que dificulta a padronização de<br />

normas de manejo nutricional, reprodutivo e sanitário. Assim, o presente manual objetiva abordar<br />

aspectos gerais <strong>do</strong> manejo sanitário em ovinos e caprinos, com ênfase no tratamento e prevenção<br />

das verminoses, que respondem pela maior parte <strong>do</strong>s prejuízos sofri<strong>do</strong>s pelos produtores rurais.<br />

MEDIDAS GERAIS<br />

O principal fator para a saúde de um rebanho de pequenos ruminantes é a nutrição, que deve ser<br />

adequada à faixa etária <strong>do</strong>s animais, estágio reprodutivo e raça. O fornecimento de alimentos<br />

(pastagem, concentra<strong>do</strong> e sal mineral, na dependência da região) em quantidades satisfatórias<br />

precisa ser manti<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong> o ano e não somente em perío<strong>do</strong>s específicos como na época<br />

reprodutiva. Animais com deficiências nutricionais apresentam maior suscetibilidade a <strong>do</strong>enças<br />

infecciosas e parasitárias, além de mostrar redução nítida no desempenho reprodutivo. Declínio<br />

<strong>do</strong> número de filhotes por parto e maiores taxas de anestro, retenção de placenta e toxemia da<br />

prenhez são alguns <strong>do</strong>s problemas comumente observa<strong>do</strong>s.<br />

Outro aspecto importante envolve o cuida<strong>do</strong> com a introdução de animais novos no rebanho<br />

(Quadro 1). Um ovino ou caprino provenientes de áreas com manejo sanitário impróprio pode<br />

trazer cepas de parasitas ou microrganismos (vermes, bactérias e vírus) diferentes, aos quais o<br />

rebanho não estava adapta<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> haver surtos de <strong>do</strong>ença.<br />

Quadro 1 – CUIDADOS PARA A INTRODUÇÃO DE ANIMAIS NOVOS NA PROPRIEDADE<br />

1) No momento da compra, inspecionar criteriosamente o animal (pelagem, condição corporal,<br />

presença de parasitas, aprumos e cascos, palpação de linfono<strong>do</strong>s, glândula mamária,<br />

articulações, e principlalmente, genital masculino).<br />

2) Se possível, solicitar que um Médico Veterinário avalie o animal a ser compra<strong>do</strong><br />

3) Conferir as vacinas recebidas.<br />

4) Manter o animal em quarentena, separa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s demais, para verificar se aparecem sintomas<br />

de <strong>do</strong>ença.<br />

5) Fazer exame de fezes e vermifugar.<br />

6) Vacinar conforme as recomendações <strong>do</strong> órgão de saúde para a região, ou consideran<strong>do</strong> as<br />

<strong>do</strong>enças mais comuns em sua propriedade.


Por fim, é preciso que as instalações, os equipamentos<br />

de lida com os animais e os cochos de alimento estejam<br />

sempre limpos, o que requer a higienização periódica<br />

com os desinfetantes apropria<strong>do</strong>s.<br />

Um animal com boa saúde deve ter vivacidade, apetite<br />

normal, pelos lisos e brilhantes, mucocas rosadas, fezes<br />

e urina com coloração normais, desenvolvimento corporal<br />

compatível com a raça e idade. Estes parâmetros garantirão<br />

uma boa compra e o começo <strong>do</strong> sucesso de sua criação.<br />

IDADE<br />

Uma das formas para controle zootécnico quanto à categoria e idade animal pode ser feito por<br />

meio da observação <strong>do</strong>s dentes. Os dentes <strong>do</strong>s caprinos e ovinos revelam a sua idade aproximada,<br />

evitan<strong>do</strong> que se comprem animais erra<strong>do</strong>s, o que irá prejudicar o investimento no rebanho.<br />

Os dentes, tanto de leite quanto permanentes, são classifica<strong>do</strong>s em pinças, primeiros médios,<br />

segun<strong>do</strong>s médios e cantos, totalizan<strong>do</strong> 4 pares de incisivos (Figura 1). Vale lembrar que os ovinos<br />

e caprinos possuem incisivos apenas na mandíbula, ou seja, na parte inferior da arcada dentária.<br />

Cantos<br />

Primeiros médios<br />

Pinças<br />

Segun<strong>do</strong>s médios<br />

Figura 1 – Dentição <strong>do</strong>s<br />

pequenos ruminantes: dentes<br />

incisivos da mandíbula.<br />

A erupção dentária completa-se<br />

com 30 dias de vida.<br />

As mudas ou trocas iniciamse<br />

com 6 meses e ocorrem<br />

até os 4 anos (Tabela 1),<br />

quan<strong>do</strong> os animais são considera<strong>do</strong>s<br />

de “boca cheia”.<br />

TABELA 1 – DENTIÇÃO DOS PEQUENOS RUMINANTES.<br />

Dente Troca Idade<br />

Pinças<br />

Caem<br />

Nascem<br />

6 meses<br />

12 meses (1 ano)<br />

1ºs médios<br />

Caem<br />

Nascem<br />

18 meses (1,5 anos)<br />

24 meses (2 anos)<br />

Caem 30 meses (2,5 anos)<br />

2ºs médios<br />

Nascem 36 meses (3 anos)<br />

Cantos<br />

Caem<br />

Nascem<br />

42 meses (3,5 anos)<br />

28 meses (4 anos)<br />

VERMINOSES<br />

Os vermes parasitam os órgãos internos <strong>do</strong>s ovinos e caprinos, poden<strong>do</strong> provocar nos animais<br />

perda de peso, diarreia, fraqueza, pelos secos, anemia e edema mandibular (“papeira”) e aborto.<br />

Em casos mais graves, as verminoses podem levar os animais à morte. Contu<strong>do</strong>, muitos indivíduos<br />

com vermes não apresentam sintomas de <strong>do</strong>ença. Nesses animais, as perdas em decorrência<br />

<strong>do</strong> parasitismo são ocultas, como atraso no crescimento <strong>do</strong>s filhotes, menor ganho de peso, diminuição<br />

da qualidade da lã, redução na produção de leite e piora nos índices reprodutivos, como<br />

aumento no intervalo entre partos.<br />

Os principais vermes (Figura 3) <strong>do</strong>s ovinos e caprinos afetam o estômago e os intestinos <strong>do</strong>s animais.<br />

Os vermes jovens (larvas) são ingeri<strong>do</strong>s da pastagem durante a alimentação, deslocan<strong>do</strong>se<br />

a seguir para os órgãos de parasitismo, onde se desenvolvem até o estágio adulto (Figura 2).<br />

Os vermes adultos, após um perío<strong>do</strong> variável, produzem ovos microscópicos, que são elimina<strong>do</strong>s<br />

nas fezes. Após alguns dias, esses ovos dão origem às larvas. Chuvas ou o próprio pisoteio <strong>do</strong>s<br />

animais possibilitam que as larvas se espalhem pelo pasto e subam às partes mais altas <strong>do</strong> capim,<br />

de onde são ingeridas pelos animais (Figura 2). A partir desse ponto o ciclo se repete, sen<strong>do</strong> favoreci<strong>do</strong><br />

por condições climáticas como aumento de temperatura e de umidade que ocorrem, na<br />

maior parte <strong>do</strong> Brasil, no verão.<br />

Figura 2: Ciclo básico <strong>do</strong>s vermes<br />

B<br />

A<br />

C D E<br />

F


QUANDO VERMIFUGAR ?<br />

Figura 3 – Haemonchus contortus<br />

no abomaso – principal verme<br />

causa<strong>do</strong>r de anemia nos pequenos<br />

ruminantes.<br />

O tratamento das verminoses deve ser sempre realiza<strong>do</strong> sob a supervisão de um Médico Veterinário,<br />

que será capaz de individualizar o esquema de tratamento mais apropria<strong>do</strong> para a criação em foco<br />

basean<strong>do</strong>-se nas características climáticas da região. De forma geral, recomenda-se o tratamento estratégico<br />

nas épocas mais secas <strong>do</strong> ano, em que a população de vermes nos animais (sensível aos<br />

<strong>vermífugo</strong>s) é maior. Uma prática razoável consiste da vermifugação no início, no meio e ao final da<br />

estação seca (maio, julho e setembro na maior parte <strong>do</strong> Brasil), caben<strong>do</strong> ainda uma vermifugação adicional<br />

na época das chuvas para evitar surtos de <strong>do</strong>ença e mortalidade nessa época <strong>do</strong> ano. Nas áreas<br />

<strong>do</strong> Brasil em que não se observa uma definição mais clara das estações <strong>do</strong> ano, o esquema de vermifugação<br />

precisa ser adapta<strong>do</strong> pelo Médico Veterinário, mas sempre concentran<strong>do</strong> o tratamento nas<br />

épocas mais secas. Cabe enfatizar que a administração de <strong>vermífugo</strong>s a intervalos muito curtos (por<br />

exemplo, a cada 30 dias) provoca a seleção de vermes resistentes na propriedade, complican<strong>do</strong> a <strong>escolha</strong><br />

<strong>do</strong>s princípios ativos. Uma forma de decidir se os animais devem ser trata<strong>do</strong>s ou não é a realização<br />

de exames de fezes regularmente em 10 a 20% <strong>do</strong> rebanho para avaliar o grau de parasitismo. Esse<br />

exame, que pode ser feito em laboratórios especializa<strong>do</strong>s ou em fazendas por técnicos capacita<strong>do</strong>s,<br />

fornece uma contagem de ovos por grama de fezes (OPG) como estimativa da infecção. Embora nem<br />

sempre o exame de fezes reflita com precisão a carga parasitária no animal e a gravidade da infecção,<br />

apresenta como vantagem sua facilidade de execução no campo. Atualmente, é consenso entre os<br />

pesquisa<strong>do</strong>res que o mais importante é manter os animais com uma carga parasitária intermediária que<br />

permita o desenvolvimento da imunidade, mas sem comprometer a produção de carne, leite ou pele.<br />

Além das vermifugações ao longo <strong>do</strong> ano, existem outros momentos em que os animais requerem<br />

tratamento tático (Quadro 2).<br />

Quadro 2 – VERMIFUGAÇÃO TÁTICA EM OVINOS E CAPRINOS<br />

Perío<strong>do</strong> Categoria animal e momento de vermifugação<br />

Antes da estação de monta<br />

Antes <strong>do</strong> parto<br />

Após o parto<br />

Cordeiro ou cabrito<br />

Nos rebanhos semiconfina<strong>do</strong>s ou em criações extensivas,<br />

deve ser feita a vermifugação <strong>do</strong> rebanho antes da<br />

cobertura natural ou inseminação artificial.<br />

Vermifugar as fêmeas prenhes 30 dias antes <strong>do</strong> parto.<br />

Evitar a vermifugação no terço inicial da prenhez.<br />

Vermifugar as fêmeas 5 a 10 dias após o parto para<br />

evitar a contaminação <strong>do</strong> ambiente pelas larvas “a<strong>do</strong>rmecidas”<br />

(hipobióticas).<br />

Vermifugação estratégica aos 30, 60 e 75 dias de vida,<br />

independentemente <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> OPG<br />

Desmame Vermifugar mãe e filhote ao desmame.<br />

A ESCOLHA DO VERMÍFUGO<br />

Existem no merca<strong>do</strong> diversos produtos com princípios ativos que diferem quanto ao espectro de<br />

ação sobre os parasitas. A <strong>escolha</strong> <strong>do</strong> <strong>vermífugo</strong> pode se basear no conhecimento geral da sensibilidade<br />

de cada espécie de verme aos princípios ativos, o que normalmente consta da bula <strong>do</strong>s<br />

produtos. Porém, existe enorme diferença de sensibilidade <strong>do</strong>s parasitas de uma região para outra<br />

ou, até, de uma propriedade para outra situada na mesma região. Em outras palavras, o fenômeno<br />

de resistência parasitária contribui para que a <strong>escolha</strong> <strong>do</strong> <strong>vermífugo</strong> ao acaso tenha uma chance<br />

razoável de insucesso. Por isso, sempre que possível, recomenda-se testar um <strong>vermífugo</strong> em um<br />

pequeno número de indivíduos antes de utilizá-lo em to<strong>do</strong>s os animais da propriedade. No Quadro<br />

3 descreve-se como realizar o teste de redução de contagem de ovos nas fezes para ovinos e<br />

caprinos.<br />

Quadro 3 – TESTE DE REDUÇÃO DE CONTAGEM DE OVOS NAS FEZES PARA<br />

OVINOS E CAPRINOS<br />

1) Escolha para o teste animais jovens (3 a 6 meses) ou mais velhos desde que o<br />

OPG seja superior a 150.<br />

2) Divida os animais em 2 grupos, cada qual com pelo menos 10 animais (se<br />

possível). Um <strong>do</strong>s grupos será trata<strong>do</strong> e o outro permanecerá sem tratamento<br />

durante o teste.<br />

3) Colha amostras de fezes diretamente <strong>do</strong> reto de cada animal (cerca de 3 a<br />

5 g/animal) e encaminhe ao laboratório o mais rapidamente possível para<br />

determinar o OPG. Vale ressaltar que as amostras devem acondicionadas em<br />

refrigeração e encaminhadas em isopor com gelo até o local em que o exame<br />

coproparasitológico será realiza<strong>do</strong>.<br />

4) Administre aos animais de um <strong>do</strong>s grupos o <strong>vermífugo</strong> conforme as orientações<br />

<strong>do</strong> fabricante. Não se esqueça de pesar os animais antes de vermifugar.<br />

5) Colha amostras de fezes de to<strong>do</strong>s os animais após o tratamento. Essa amostra<br />

deve se colhida após 3 a 7 dias se for utiliza<strong>do</strong> o levamisol, 8 a 10 dias se for<br />

utiliza<strong>do</strong> um benzimidazol e 14 a 17 dias se for utilizada uma lactona macrocíclica<br />

(família das avermectinas)<br />

6) A eficácia <strong>do</strong> <strong>vermífugo</strong> pode ser calculada pela seguinte fórmula:<br />

Eficácia = média de OPG <strong>do</strong> grupo não-trata<strong>do</strong> – média de OPG <strong>do</strong> grupo trata<strong>do</strong> x 100<br />

média de OPG <strong>do</strong> grupo não-trata<strong>do</strong><br />

7) De forma simplificada, considera-se que a eficácia é satisfatória quan<strong>do</strong> é<br />

superior a 95 %<br />

Se o <strong>vermífugo</strong> seleciona<strong>do</strong> tiver eficácia maior que 95%, poderá ser utiliza<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os animais<br />

<strong>do</strong> rebanho. Caso contrário, outro princípio ativo deverá ser testa<strong>do</strong> da mesma maneira. Quan<strong>do</strong><br />

existe eficácia <strong>do</strong> <strong>vermífugo</strong> <strong>do</strong>cumentada na propriedade, ele poderá ser utiliza<strong>do</strong> indefinidamente<br />

até perder sua capacidade de matar os vermes (Exemplo 1). Uma alternativa, caso exista<br />

receio <strong>do</strong> desenvolvimento de resistência parasitária com essa prática, é a rotação <strong>do</strong>s <strong>vermífugo</strong>s<br />

emprega<strong>do</strong>s na propriedade. No entanto, a rotação deve ser lenta (Exemplo 2), ou seja, o perío<strong>do</strong><br />

para substituir um <strong>vermífugo</strong> que esteja funcionan<strong>do</strong> por outro nunca dever ser menor que 1 ano<br />

(no máximo 8 tratamentos/ano).


Exemplo 1 – Uso hipotético de <strong>escolha</strong> de <strong>vermífugo</strong> e meses sugeri<strong>do</strong>s para programa de vermifugação<br />

em um rebanho de pequenos ruminantes – situação 1.<br />

Ano<br />

Exemplo 2 - Uso hipotético de <strong>escolha</strong> de <strong>vermífugo</strong> e meses sugeri<strong>do</strong>s para programa de vermifugação<br />

em um rebanho de pequenos ruminantes – situação 2.<br />

Ano<br />

Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro<br />

1 Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel<br />

2 Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel Albendazole Albendazole<br />

3 Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole<br />

Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro<br />

1 Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel Closantel<br />

2 Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole Albendazole<br />

3 Ivermectina Ivermectina Ivermectina Ivermectina Ivermectina Ivermectina Ivermectina<br />

COMO VERMIFUGAR ?<br />

Algumas medidas são extremamente importantes para que a vermifugação seja eficiente:<br />

• Pesar to<strong>do</strong>s os animais antes de calcular o volume <strong>do</strong> <strong>vermífugo</strong>. Se não for possível pesar<br />

to<strong>do</strong>s, separar por lotes e pesar alguns animais representativos <strong>do</strong> grupo.<br />

• Fazer jejum de água e comida de 12 horas antes de vermifugar. Uma boa prática é retirar a<br />

água e comida ao final da tarde e vermifugar na manhã <strong>do</strong> dia seguinte. Após administrar o<br />

<strong>vermífugo</strong>, é aconselhável manter os animais somente com água por mais 6 horas. Devem ser<br />

excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> jejum os animais fracos, <strong>do</strong>entes e fêmeas prenhes próximo ao parto.<br />

Outras medidas complementares que devem ser observadas são:<br />

• Evitar o pastejo ao amanhecer (antes das 9 horas) e ao entardecer (após as 16 horas) porque<br />

nesses perío<strong>do</strong>s a umidade e a temperatura favorecem a subida das larvas no capim. Esta<br />

prática diminui a entrada de larvas <strong>do</strong>s parasitas nos animais.<br />

• Evitar pastagens muito baixas e a superpopulação de animais.<br />

• Alternar agricultura e pecuária na pastagem. Por exemplo, em um ano um determina<strong>do</strong> lote de<br />

terra pode receber a criação de ovinos e caprinos e, no ano seguinte, servir para a plantação.<br />

Essa medida propicia e redução das larvas na pastagem de um ano para o outro, o que ajuda<br />

no controle da verminose. Um efeito semelhante pode ser obti<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se alterna a criação<br />

de ovinos e caprinos com a criação de eqüinos e bovinos, uma vez que os vermes dessas espécies<br />

são diferentes.<br />

• Excluir os indivíduos mais sensíveis às verminoses. Dentro de um grupo de animais, sempre<br />

existem aqueles mais frágeis que constantemente requerem tratamentos. A seleção <strong>do</strong>s ovinos<br />

e caprinos mais resistentes permite um melhor controle da verminose na propriedade.<br />

PARASITAS EXTERNOS<br />

Os principais parasitas externos de ovinos e caprinos são os piolhos (Bovicola caprae – Figura 4<br />

e Linognathus stenopsis) e os ácaros causa<strong>do</strong>res de sarna. Os piolhos podem ser classifica<strong>do</strong>s<br />

Mês<br />

4 Albendazole Albendazole Albendazole Doramectina Doramectina Doramectina Doramectina Figura 4 – Piolhos<br />

(Bovicola caprae) em<br />

Mês<br />

em suga<strong>do</strong>res ou lambe<strong>do</strong>res. Os primeiros são mais importantes porque são capazes de retirar<br />

sangue <strong>do</strong>s animais e, na dependência da quantidade de parasitas, podem levar a anemia. Os<br />

piolhos desenvolvem to<strong>do</strong> o seu ciclo evolutivo na pele e pêlos <strong>do</strong>s animais, ao contrário <strong>do</strong>s carrapatos<br />

e vermes que podem ser encontra<strong>do</strong>s no ambiente. A transmissão ocorre pelo contato<br />

direto entre os animais infesta<strong>do</strong>s ou por meio de instrumentos utiliza<strong>do</strong>s na manipulação <strong>do</strong>s<br />

animais. As sarnas são causadas por ácaros microscópicos que se localizam na superfície da pele.<br />

Os animais infecta<strong>do</strong>s apresentam coceira e falhas no pêlo.<br />

caprinos.<br />

As sarnas são altamente contagiosas e podem acometer rapidamente to<strong>do</strong>s os animais <strong>do</strong> rebanho. O<br />

tratamento das infestações por piolhos e das sarnas é feito com produtos aplica<strong>do</strong>s sobre a pele (pouron<br />

ou pulverização) ou então ivermectinas injetáveis em to<strong>do</strong>s os animais <strong>do</strong> rebanho, mesmo que não<br />

apresentem lesões. A prevenção é feita por meio <strong>do</strong> exame <strong>do</strong>s animais antes da compra, no retorno de<br />

exposições, no momento das vermifugações e na época da tosquia.<br />

As miíases ou bicheiras se desenvolvem quan<strong>do</strong> moscas (chamadas varejeiras) depositam os seus ovos<br />

nas feridas <strong>do</strong>s animais. Esses ovos dão origem a larvas que aumentam de tamanho e se alimentam <strong>do</strong>s<br />

teci<strong>do</strong>s ao re<strong>do</strong>r. Uma bicheira não-tratada atrai novas moscas, que depositam os seus ovos na ferida,<br />

dan<strong>do</strong> continuidade a um processo que pode levar à perda <strong>do</strong>s teci<strong>do</strong>s e à morte <strong>do</strong>s animais. Além disso,<br />

nas bicheiras não-tratadas instalam-se infecções secundárias por bactérias, o que é outro agravante.<br />

O tratamento das bicheiras baseia-se no uso de medicações de aplicação local para matar as larvas,<br />

repelir novas moscas, controlar infecções por bactérias e cicatrizar a lesão. A prevenção é feita com o<br />

tratamento adequa<strong>do</strong> de qualquer ferida para que não sejam atraídas moscas. Nas cirurgias ou casos de<br />

feridas abertas, as ivermectinas injetáveis são indicadas para prevenir a infecção.


DOENÇAS INFECCIOSAS<br />

Além das verminoses, ovinos e caprinos são suscetíveis a várias <strong>do</strong>enças infecciosas causadas<br />

por protozoários, vírus e bactérias. Algumas <strong>do</strong>enças são comuns a ambas as espécies, outras<br />

são específicas. Segue uma descrição resumida das principais enfermidades infecciosas encontradas<br />

em ovinos e caprinos no Brasil.<br />

Coccidiose<br />

A coccidiose, também conhecida como eimeriose, é causada por protozoários que parasitam o<br />

intestino delga<strong>do</strong>. Na coccidiose, observa-se um quadro de diarréia, muitas vezes com a presença<br />

de sangue, acompanhada ou não de desidratação <strong>do</strong>s animais. A coccidiose é mais comum<br />

em ovinos e caprinos jovens, principalmente quan<strong>do</strong> cria<strong>do</strong>s no sistema intensivo. Os animais<br />

adultos podem ter a infecção sem apresentar sintomas de <strong>do</strong>ença, mas mantêm a eliminação<br />

<strong>do</strong>s parasitas no ambiente. O diagnóstico baseia-se no encontro <strong>do</strong>s oocistos <strong>do</strong>s parasitas pelo<br />

exame de fezes. O tratamento é feito com medicações específicas (coccidiostáticos) como o amprólio,<br />

as sulfas e o decoquinato. Medicamentos preventivos como a monensina, a salinomicina<br />

e a lasalocida podem ser mistura<strong>do</strong>s à ração ou à água de bebida para prevenir a infecção nas<br />

criações intensivas com grande número de animais. Para evitar essa <strong>do</strong>ença, é preciso dar atenção<br />

à limpeza das baias, cochos de comida, paredes e pisos durante to<strong>do</strong> o ano e especialmente<br />

antes <strong>do</strong> parto. O uso da vassoura de fogo e os desinfetantes fenólicos são indica<strong>do</strong>s para a<br />

limpeza das instalações.<br />

Broncopneumonia<br />

A broncopneumonia é uma enfermidade causada, na maioria das vezes, por bactérias<br />

secundárias, em especial a Mannheimia haemolytica e a Pasteurela multocida. Estes agentes<br />

infecciosos estão presentes na cavidade oronasal de animais sadios. No entanto, qualquer fator<br />

que desencadeie a queda da imunidade <strong>do</strong>s animais pode favorecer a invasão e colonização<br />

das porções craniais <strong>do</strong>s pulmões por esses agentes, geran<strong>do</strong> assim quadro infeccioso e inflamatório.<br />

Tais fatores podem ser alterações de manejo (desmame, condução por longas distâncias,<br />

descola de cauda, castração e introdução de animais novos sem ter passa<strong>do</strong> pela quarentena<br />

na propriedade), infecções primárias (vírus, bactérias ou fungos) e problemas ambientais<br />

(entrada no confinamento, privação nutricional e desconforto térmico). Os pulmões acometi<strong>do</strong>s<br />

apresentam-se consolida<strong>do</strong>s e com aspecto de fíga<strong>do</strong>, e o resulta<strong>do</strong> indireto da infecção é a<br />

redução de 5 a 10% no ganho de peso diário, com consequente retar<strong>do</strong> no desenvolvimento de<br />

cordeiros e cabritos.<br />

Os sinais clínicos observa<strong>do</strong>s nos animais <strong>do</strong>entes são: febre alta, secreção nasal de característica<br />

muco-esverdeada, tosse, dificuldade na respiração (aspecto de “batedeira”), crostas<br />

secas ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> focinho e narinas e, nos casos mais graves, até morte súbita. O tratamento<br />

da broncopneumonia consiste na aplicação de antimicrobianos injetáveis à base de florfenicol ou<br />

tetraciclina e anti-inflamatório. Nos casos graves, é indica<strong>do</strong> associar os antimicrobianos com<br />

mucolíticos e broncodilata<strong>do</strong>res.<br />

Enterotoxemia<br />

A enterotoxemia é uma infecção grave ocasionada por uma bactéria chamada Clostridium perfringens,<br />

que habita o intestino de animais normais. Essa infecção é precipitada por mudanças<br />

muito bruscas de alimentação ou situações de estresse. Os sintomas envolvem diarreia aguda, a<br />

qual pode determinar a morte <strong>do</strong>s animais em poucas horas. Para evitar essa <strong>do</strong>ença, todas as<br />

trocas de alimentação de volumoso para ração, concentra<strong>do</strong>s ou silagem devem ser feitas gradativamente.<br />

A necessidade de vacinação depende da avaliação e orientação <strong>do</strong> Médico Veterinário.<br />

Ectima contagioso<br />

O ectima (“boqueira”) é causa<strong>do</strong> por um vírus que afeta os epitélios, principalmente <strong>do</strong>s animais<br />

jovens. As lesões da <strong>do</strong>ença são bolhas e crostas que podem ser vistas na transição entre a pele e<br />

a mucosa <strong>do</strong>s lábios, nariz, gengivas, vulva, mamas e tetos. O vírus é altamente contagioso, sen<strong>do</strong><br />

transmiti<strong>do</strong> de um animal ao outro pelo contato direto entre os animais, pelo contato indireto<br />

por meio de instrumentos de lida ou, ainda, durante a ordenha. É necessário que os trata<strong>do</strong>res<br />

e ordenha<strong>do</strong>res usem luvas para se proteger porque esses vírus podem afetar também os seres<br />

humanos. Não existe tratamento específico e as lesões desaparecem após um perío<strong>do</strong> de 2 a 4<br />

semanas. O uso de soluções para limpeza e pomadas cicatrizantes podem ajudar. A prevenção é<br />

feita com vacinas.<br />

Linfadenite caseosa<br />

Essa <strong>do</strong>ença (“mal-<strong>do</strong>-caroço”) é caracterizada pelo acometimento <strong>do</strong>s linfono<strong>do</strong>s (gânglios) externos<br />

e internos em vista da infecção por uma bactéria chamada Corynebacterium pseu<strong>do</strong>tuberculosis.<br />

Nos animais infecta<strong>do</strong>s, os linfono<strong>do</strong>s (“caroços”) mostram-se aumenta<strong>do</strong>s de tamanho e<br />

podem se abrir, drenan<strong>do</strong> uma secreção purulenta. O tratamento envolve a drenagem <strong>do</strong>s linfono<strong>do</strong>s<br />

acometi<strong>do</strong>s realizan<strong>do</strong> lavagem com soluções antissépticas à base de io<strong>do</strong>. Deve-se evitar<br />

que as moscas depositem os seus ovos sobre as feridas, geran<strong>do</strong> bicheiras. Os animais <strong>do</strong>entes<br />

precisam ser afasta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s demais para evitar a infecção de to<strong>do</strong> o rebanho, uma vez que a contaminação<br />

ambiental é extremamente importante na disseminação <strong>do</strong> quadro em to<strong>do</strong> rebanho.<br />

Podridão <strong>do</strong>s cascos<br />

Também conhecida como po<strong>do</strong>dermatite necrótica ou “foot-rot”, a podridão <strong>do</strong>s cascos ocorre<br />

pela infecção por bactérias, principalmente o Fusobacterium necrophorum e Bacteroides no<strong>do</strong>sus.<br />

A <strong>do</strong>ença é mais comum durante as épocas de chuva, em que os cascos se tornam mais moles,<br />

permitin<strong>do</strong> a entrada das bactérias. O principal sintoma <strong>do</strong>s animais acometi<strong>do</strong>s é a manqueira,<br />

que pode levar à perda de apetite e redução <strong>do</strong> peso. Os cascos ficam avermelha<strong>do</strong>s, incha<strong>do</strong>s e<br />

com o<strong>do</strong>r féti<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> associa<strong>do</strong>s a infecções secundárias. Bicheiras frequentemente desenvolvem-se<br />

nas feridas <strong>do</strong>s cascos como complicação. Dentro <strong>do</strong> rebanho, cerca de um terço <strong>do</strong>s<br />

animais é resistente (porta<strong>do</strong>res assintomáticos), aproximadamente um terço desenvolve quadro<br />

clínico com resolução gradativa e o terço restante é considera<strong>do</strong> sempre suscetível (animais constantemente<br />

<strong>do</strong>entes), o que irá exigir medidas preventivas e tratamentos de to<strong>do</strong> o rebanho.<br />

Para evitar a podridão, os cascos precisam ser apara<strong>do</strong>s sempre que necessário ou pelo menos<br />

a cada 30 dias, principalmente nos animais que passam grande parte <strong>do</strong> tempo em baias. Além<br />

disso, pedilúvios (com formol, sulfato de cobre ou sulfato de zinco) e antimicrobianos injetáveis<br />

(como o florfenicol e as tetraciclinas) são indica<strong>do</strong>s e, nos casos de miíase secundária, o uso de<br />

repelente e larvicidas.<br />

Ceratoconjuntivite<br />

A ceratoconjuntivite é causada por várias espécies de bactérias. Os animais <strong>do</strong>entes apresentam<br />

secreção ocular, lacrimejamento, avermelhamento de conjuntivas e, ocasionalmente, bicheiras nos<br />

olhos afeta<strong>do</strong>s. Por se tratar de uma enfermidade muito contagiosa, é preciso evitar a introdução<br />

de animais <strong>do</strong>entes no rebanho e separar para o tratamento os indivíduos acometi<strong>do</strong>s. As tetraciclinas<br />

são os antimicrobianos de <strong>escolha</strong> para o uso tópico (no olho) ou injetável (tetraciclinas).<br />

Artrite-encefalite caprina<br />

A artrite-encefalite caprina tem como agente um vírus transmiti<strong>do</strong> durante a amamentação <strong>do</strong>s<br />

cabritos, ordenha das cabras positivas ou mesmo pelo uso de agulhas contaminadas. Muitos ani-


mais abrigam o vírus sem manifestar sintomas. Nos animais jovens (3 a 4 meses de idade),<br />

a <strong>do</strong>ença pode ocasionar sintomas <strong>do</strong> sistema nervoso (dificuldade em andar, incoordenação)<br />

que geralmente levam o animal à morte. Nos animais adultos, verifica-se o acometimento<br />

e aumento das articulações (juntas) <strong>do</strong>s joelhos, progredin<strong>do</strong> para os jarretes,<br />

ombro e articulações <strong>do</strong> pescoço. Em casos mais graves, os animais perdem peso, podem<br />

desenvolver mastites, broncopneumonias e, em alguns casos, morrem em vista dessas<br />

complicações infecciosas.<br />

O controle da artrite-encefalite caprina baseia-se na eliminação <strong>do</strong>s animais <strong>do</strong> rebanho<br />

<strong>do</strong>entes ao longo <strong>do</strong> tempo. Quan<strong>do</strong> isso não for possível, recomenda-se separar os cabritos<br />

de fêmeas <strong>do</strong>entes logo ao nascimento, oferecen<strong>do</strong>-lhes o colostro de cabras não–infectadas<br />

e leite de vaca. Também é necessário descartar as agulhas após o seu uso, desinfetar<br />

as mãos <strong>do</strong> trata<strong>do</strong>r ou tatua<strong>do</strong>r e ordenhar primeiro os animais sadios.<br />

OUTRAS DOENÇAS<br />

Urolitíase<br />

A urolitíase é uma enfermidade que ocorre com frequência em pequenos ruminantes, principalmente<br />

em animais que recebem grande quantidade de concentra<strong>do</strong>s energéticos, em<br />

especial os grãos (milho, sorgo, trigo, arroz, soja etc.), pois estes são ricos em fósforo,<br />

mineral essencial para a formação <strong>do</strong> cálculo urinário nessas espécies. Quan<strong>do</strong> ocorre<br />

grande ingestão de fósforo na dieta (grãos) em níveis acima de 0,8%, há aumento <strong>do</strong> fósforo<br />

na circulação e, consequentemente, na urina, favorecen<strong>do</strong> a formação <strong>do</strong>s cálculos.<br />

A urolitíase ocorre com maior incidência em machos, que apresentam menor diâmetro da<br />

uretra em relação as fêmeas, haven<strong>do</strong> maior predisposição para os ovinos da raça Texel.<br />

Normalmente, os locais de obstrução são o processo uretral (apêndice vermiforme) e a<br />

flexura sigmoide, a qual corresponde ao “S” peniano. Os cálculos geralmente são forma<strong>do</strong>s<br />

por sais de cálcio ou fosfato, sen<strong>do</strong> comum encontrar cálculos de estruvita e de<br />

fosfatos. Animais com urolitíase podem apresentar bruxismo (“ranger <strong>do</strong>s dentes”), <strong>do</strong>r ao<br />

urinar, contrações ab<strong>do</strong>minais constantes, urinar em “gotas”, presença de sangue na urina<br />

e cristais nos pelos ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> prepúcio, semelhantes a areia. O tratamento deve ser feito<br />

exclusivamente por um médico veterinário, uma vez que o risco de ruptura de uretra ou<br />

bexiga é grande nestes casos. Para evitar o surgimento de urolitíase, recomenda-se o uso<br />

de cloreto de amônio para acidificar a urina, prevenin<strong>do</strong> o surgimento <strong>do</strong>s cálculos.<br />

Toxemia da prenhez<br />

É uma <strong>do</strong>ença de caráter nutricional e metabólico que ocorre em casos extremos de alimentação<br />

(excesso ou carência). Durante a prenhez, animais obesos acumularão gordura<br />

no fíga<strong>do</strong>, ao passo que os magros mobilizarão as gorduras de suas reservas para sobreviver.<br />

Em ambos os casos, como consequência da produção de energia, ocorrerá também<br />

a produção de certas sustâncias tóxicas, que determinam a ocorrência <strong>do</strong> quadro clínico.<br />

A toxemia da prenhez também está ligada ao número de fetos, sen<strong>do</strong> frequente em gestações<br />

gemelares, em associação a distúrbios nutricionais. Os sintomas observa<strong>do</strong>s são o<strong>do</strong>r<br />

de cetona na respiração, cegueira, preensão da cabeça contra objetos, tremores, tetania,<br />

coma e morte. O tratamento deverá ser feito por um médico veterinário para amenizar os<br />

sintomas; a cesariana deverá ser realizada rapidamente no caso de risco de óbito para a<br />

ovelha, a cabra ou os fetos.<br />

VACINAÇÕES<br />

O Quadro 4 resume as principais vacinas para ovinos e caprinos. É importante lembrar que<br />

o esquema de vacinação ideal deve ser determina<strong>do</strong> pelo Médico Veterinário, com base nas<br />

características <strong>do</strong> clima, <strong>do</strong> rebanho e da incidência das <strong>do</strong>enças na região. Não existem<br />

vacinas consideradas obrigatórias para essas espécies. A vacina contra a febre aftosa não<br />

é mais obrigatória segun<strong>do</strong> o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Portaria<br />

nº 713 de 12 de novembro de 1995). A vacina anti-rábica deve ser feita somente nas<br />

áreas onde são diagnostica<strong>do</strong>s casos da <strong>do</strong>ença (Instrução normativa nº 5 de 1 de março<br />

de 2002). As vacinas devem ser mantidas em refrigeração (2ºC a 8ºC) e nunca congeladas.<br />

Quadro 4 – VACINAÇÕES PARA OVINOS E CAPRINOS*<br />

Doença Protocolo de vacinação<br />

Clostridioses<br />

(enterotoxemia e tétano)<br />

Linfadenite caseosa<br />

Linfadenite caseosa<br />

Ceratoconjuntivite<br />

Ectima contagioso<br />

Raiva<br />

Animais não-vacina<strong>do</strong>s: 2 <strong>do</strong>ses de vacina com intervalo<br />

de 4 a 6 semanas entre as vacinações.<br />

Animais já vacina<strong>do</strong>s: reforço anualmente.<br />

Em fazendas com alta incidência, o reforço poderá<br />

ser a cada 6 meses.<br />

Fêmeas prenhes: 4 a 6 semanas (terço final) antes <strong>do</strong><br />

parto.<br />

Filhotes de mães não-vacinadas: 2 <strong>do</strong>ses, sen<strong>do</strong> a<br />

primeira a partir da 3ª semana de idade e desmame.<br />

Filhotes de mães vacinadas: 2 <strong>do</strong>ses, sen<strong>do</strong> a primeira<br />

a partir da 9ª semana de idade (3 meses de vida e<br />

reforço com 2ª <strong>do</strong>se após 30 dias).<br />

Animais não-vacina<strong>do</strong>s: 2 <strong>do</strong>ses de vacina com intervalo<br />

de 4 semanas, sen<strong>do</strong> a primeira <strong>do</strong>se aos 30 dias.<br />

Vacinar as fêmeas gestantes em terço final de gestação<br />

e revacinar cordeiras após o desmame<br />

Vacinar rebanhos anualmente que tenham alta incidêcia<br />

desta <strong>do</strong>enças<br />

Dose única para cordeiros e cabritos após 30 a 60<br />

dias de vida. Repetir nas fêmeas prenhes no terço<br />

final da gestação.<br />

Animais não-vacina<strong>do</strong>s: 2 <strong>do</strong>ses com intervalo de 4<br />

semanas, a partir <strong>do</strong>s 3 meses de idade.<br />

Animais já vacina<strong>do</strong>s: reforços anualmente


REFERÊNCIAS<br />

• ANUALPEC – Anuário da Pecuária Brasileira. Agra FNP Pesquisas Ltda: São Paulo, 2009.<br />

• Anuário Brasileiro de Caprinos e Ovinos. Revista O Berro, n.131, março/2010. p.106-109.<br />

• Plantão médico – Você pergunta e a Dra Kiky responde. Revista O Berro. n.130, fevereiro/2010,<br />

p.80<br />

• CHAGAS, A. C. S. Práticas de controle da verminose em ovinos e caprinos. Embrapa Caprinos,<br />

Comunica<strong>do</strong> Técnico 63 On-line, 2005.<br />

• CHAGAS, A. C. S.; VIEIRA, L. S.; CAVALCANTE, A. C. R.; MARTINS, L. A. Controle<br />

de verminose em pequenos ruminantes adapta<strong>do</strong> para a região da Zona da Mata/MG e<br />

região Serrana <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Embrapa Caprinos, Circular Técnica 30 On-line, 2005.<br />

• COLES, G. C.; JACKSON, F.; POMROY, W. E. et al. The detection of anthelmintic resistance<br />

in nematodes of veterinary importance. Veterinary Parasitology, v. 136, p. 167-<br />

185, 2006.<br />

• Instrução normativa nº 5 de 1 de março de 2002 – Normas técnicas para controle da raiva<br />

<strong>do</strong>s herbívoros <strong>do</strong>mésticos.<br />

• Portaria nº 713 de 12 de novembro de 1995 – Normas para produção, controle e emprego<br />

de vacinas contra febre aftosa.<br />

• Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde <strong>Animal</strong> (http://www.sindan.org.<br />

br/sd/sindan/index.html), acessa<strong>do</strong> em 12.02.2008 às 17h 36min.<br />

• TRALDI, A. S. Enfermidades de caprinos e ovinos – formas de controle e erradicação.<br />

Anais da III FEINCO, 2006.<br />

• VECHIATO; T.A.F.; HARTMAN, M.; DELLA LIBERA, A.M.M.P. Pasteurelose em pequenos<br />

ruminantes. Revista Ruminantes , n.5, ano 1, Nov/dez 2008. p.8-13.<br />

• VECHIATO, T.A.F.; ORTOLANI, E.L. Dieta de alto grão VS urolitíase em pequenos ruminantes.(http://www.farmpoint.com.br/dieta-de-alto-grao-vs-urolitiase-em-pequenosruminantes_noticia_49582_3_31_.aspx)<br />

acessa<strong>do</strong> em 09.02.2010 as 17:20h.<br />

• VIEIRA, L. S. En<strong>do</strong>parasitoses gastrintestinais em caprinos e ovinos. Embrapa Caprinos,<br />

Documentos 58 On-line, 2005.


DIVISÃO SAÚDE ANIMAL DA UNIÃO QUÍMICA<br />

FARMACÊUTICA NACIONAL S/A<br />

DDG: 0800 701 1799<br />

www.agener.com.br<br />

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