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PRONOMES (coesão textual)

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<strong>PRONOMES</strong> (<strong>coesão</strong> <strong>textual</strong>)<br />

1- Unifesp - Assinale a alternativa em que, segundo os preceitos da norma culta, haverá<br />

alteração na posição do pronome oblíquo se a frase for transposta para a forma<br />

negativa.<br />

a) Me declare tudo, franco ...<br />

b) Fosse lhe contar ...<br />

c) ....por estúrdio que me vejam ...<br />

d) Lhe agradeço!<br />

e) ... é alta mercê que me faz ...<br />

Resolução<br />

A posição do pronome oblíquo átono só será alterada na frase “Fosse lhe contar”.<br />

Passada para a forma negativa, tem-se: “Não lhe fosse contar” ou “não fosse contarlhe”.<br />

1Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem – ou é o homem<br />

arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum.<br />

Nenhum! – é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco – é alta mercê que me faz:<br />

e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam – é de minha certa<br />

importância.<br />

Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa<br />

dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela –<br />

já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço.<br />

Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi.<br />

Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o<br />

diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças –<br />

eu digo. Pois não é o ditado: “menino – trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na<br />

terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho...<br />

(Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)<br />

25 - A expressão Este caso, em destaque no texto, refere- se<br />

a) à existência do diabo.<br />

b) ao redemunho, reduto do diabo.<br />

c) à opinião do interlocutor.<br />

d) à velhice do narrador.<br />

e) ao estado preto do diabo.<br />

Resolução<br />

A expressão “Este caso” refere-se às reflexões feitas pelo narrador, no trecho anterior,<br />

sobre a existência do diabo.<br />

Senhor feudal<br />

Se Pedro Segundo<br />

Vier aqui<br />

Com história<br />

Eu boto ele na cadeia.<br />

2- Unifesp - De acordo com a norma padrão, o último verso assumiria a seguinte forma:<br />

(A) Eu boto-lhe na cadeia.<br />

(B) Boto-no na cadeia.<br />

(C) Eu o boto na cadeia.<br />

(D) Eu lhe boto na cadeia.<br />

(E) Lhe boto na cadeia.<br />

Meus oito anos<br />

Oh! que saudades que tenho<br />

Da aurora da minha vida,<br />

Da minha infância querida<br />

Que os anos não trazem mais!<br />

Que amor, que sonhos, que flores,<br />

Naquelas tardes fagueiras


À sombra das bananeiras,<br />

Debaixo dos laranjais!<br />

3- Unifesp- No primeiro verso, a palavra que antecede o substantivo saudades. Nesse<br />

contexto, ela só pode ser substituída por<br />

(A) muita.<br />

(B) quais.<br />

(C) quantas.<br />

(D) bastante.<br />

(E) algumas.<br />

E disse [Deus]: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua<br />

mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele.<br />

E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o<br />

costume das mulheres.<br />

Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver<br />

envelhecido, sendo também o meu senhor já velho?<br />

(...)<br />

E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que<br />

Deus lhe tinha falado.<br />

(www.bibliaonline.com.br, Gn 18, 10-12; 21, 2.)<br />

4- Unifesp – Em<br />

Assim, pois, riu-se Sara consigo...<br />

... que Deus lhe tinha falado.<br />

a conjunção pois tem valor ........... e o pronome lhe refere-se ao termo ............<br />

Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com<br />

(A) conclusivo e Abraão.<br />

(B) explicativo e Sara.<br />

(C) causal e Sara.<br />

(D) explicativo e Abraão.<br />

(E) condicional e Abraão.<br />

Unesp-<br />

Instrução:<br />

Por que estudar a linguagem? Há muitas respostas possíveis e, ao focalizar algumas<br />

delas, não pretendo, é claro, depreciar outras ou questionar sua legitimidade. Algumas<br />

pessoas, por exemplo, podem simplesmente achar os elementos da linguagem fascinantes em<br />

si mesmos e querer descobrir sua ordem e combinação, sua origem na história ou no indivíduo,<br />

ou os modos de sua utilização no pensamento, na ciência ou na arte, ou no intercurso social<br />

normal. Uma das razões para estudar a linguagem – e para mim, pessoalmente, a mais<br />

premente delas – é a possibilidade instigante de ver a linguagem como “um espelho do<br />

espírito”, como diz a expressão tradicional. Com isto não quero apenas dizer que os conceitos<br />

expressados e as distinções desenvolvidas no uso normal da linguagem nos revelam os<br />

modelos do pensamento e o universo do “senso comum” construídos pela mente humana. Mais<br />

intrigante ainda, pelo menos para mim, é a possibilidade de descobrir, através do estudo da<br />

linguagem, princípios abstratos que governam sua estrutura e uso, princípios que são<br />

universais por necessidade biológica e não por simples acidente histórico, e que decorrem de<br />

características mentais da espécie. Uma língua humana é um sistema de notável<br />

complexidade. Chegar a conhecer uma língua humana seria um feito intelectual extraordinário<br />

para uma criatura não especificamente dotada para realizar esta tarefa. Uma criança normal<br />

adquire esse conhecimento expondo-se relativamente pouco e sem treinamento específico. Ela<br />

consegue, então, quase sem esforço, fazer uso de uma estrutura intrincada de regras<br />

específicas e princípios reguladores para transmitir seus pensamentos e sentimentos aos<br />

outros, provocando nestes ideias novas, percepções e juízos sutis.<br />

(Noam Chomsky. Reflexões sobre a linguagem. Trad. Carlos Vogt. São Paulo:<br />

Editora Cultrix, 1980.)


5- Unesp -No terceiro período do texto, o autor emprega três vezes o possessivo “sua”.<br />

Considerando que os possessivos apresentam nos textos uma função anafórica, ou seja,<br />

fazem referência a um termo oracional anterior, aponte a alternativa que indica o núcleo desse<br />

termo:<br />

(A) elementos.<br />

(B) linguagem.<br />

(C) pessoas.<br />

(D) ordem.<br />

(E) ciência.<br />

6- ESPM-<br />

Leia o trecho:<br />

Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade.<br />

Chegue a deitar fora este livro, se o tédio já não o obrigou a isso antes; tudo é possível. Mas,<br />

se o não fez antes e só agora, fio que torne a pegar o livro e que o abra na mesma página,<br />

sem crer por isso na veracidade do autor.<br />

Todavia não há nada mais exato. Foi assim mesmo que Capitu falou, com tais palavras e<br />

maneiras.<br />

(Machado de Assis, D. Casmuro)<br />

As ocorrências do vocábulo o em negrito referem-se respectivamente a:<br />

a) você (leitor); deitar fora este livro; livro.<br />

b) deitar fora este livro; gesto; livro.<br />

c) você (leitor); gesto; livro.<br />

d) deitar fora este livro; gesto; você (leitor).<br />

e) você (leitor); deitar fora este livro; você (leitor).<br />

OBS: A alternativa “c” é a reconhecida pela ESPM, no entanto, quando falamos em<br />

referência, caso o termo referido estiver marcado no texto, é a ele que o pronome deve<br />

remeter, e não à idéia que ele expressa. Portanto, a alternativa “a” também está correta.<br />

7- Assinale a única alternativa em que o uso do vocábulo mesmo não é aceito pela norma<br />

culta:<br />

a) No ano, os alimentos já acumulam alta de 9,78%, quase o mesmo patamar registrado<br />

de janeiro a dezembro do ano passado.<br />

b) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado no andar.<br />

c) Eles têm de gastar mais mesmo, para melhorar a qualidade de ensino.<br />

d) Uma das cepas da bactéria - M. massiliense – envolvida nos surtos apresentou<br />

resistência ao produto, mesmo após dez horas de exposição.<br />

e) Novo Triunfo (334 km de Salvador) será o único município brasileiro com mais<br />

mulheres que homens na disputa por uma vaga na Câmara Municipal. Nas eleições<br />

passadas, o número de candidatos foi o mesmo.<br />

Insper<br />

O que as câmeras ainda não mostram<br />

Os bisbilhoteiros virtuais se refestelaram na semana passada, quando chegou ao Brasil o<br />

Google Street View, serviço que coloca na tela do computador fotos em 360 graus das ruas de,<br />

por enquanto, 51 municípios brasileiros. Em sua maioria, as primeiras pesquisas feitas por<br />

brasileiros se concentraram na busca do próprio endereço, da sede do trabalho, da casa da<br />

namorada. E houve também muita gente que passou horas procurando imagens bizarras ou<br />

engraçadas captadas pelo programa. Passada essa primeira onda de voyeurismo, comum em<br />

todos os países que já contam com o serviço, começam a aparecer outras utilidades. Num<br />

futuro não muito distante, o internauta brasileiro vai poder planejar suas férias, adquirir um<br />

imóvel ou visitar um museu por meio da ferramenta. O Street View faz parte de outro produto<br />

da empresa, o Google Maps. Bem mais detalhista que seu irmão maior, permite ao usuário<br />

navegar pelas ruas, com uma visão de todos os pontos cardeais, do chão e do céu. É como se<br />

você andasse até a porta de um prédio, admirasse sua fachada, comparasse com a dos<br />

vizinhos etc., num passeio em que o mouse cumpre a função das pernas. Lançada em maio de<br />

2007, a ferramenta originalmente cobria cinco grandes cidades nos EUA e seus arredores.<br />

Hoje, se estende a todo território americano, assim como à maior parte do Canadá, Japão,<br />

Austrália e vários países europeus. No Brasil, até agora apenas São Paulo, Rio de Janeiro,<br />

Belo Horizonte e cidades vizinhas dessas capitais foram fotografadas pelos carros do Google.


(...) Muitos varejistas se animaram com a possibilidade de ter seus estabelecimentos<br />

fotografados pelas poderosas câmeras do produto. Seria a chance de, num primeiro momento,<br />

o cliente fazer um passeio virtual para depois fechar uma compra real e feita de forma<br />

presencial. Atualmente isso esbarra em dois problemas. O primeiro é que o programa não é ao<br />

vivo. As imagens são coletadas em média um ano antes de irem ao ar. Ou seja, quando o<br />

visitante entrasse na loja, as prateleiras estariam desatualizadas. O outro problema é o fato de<br />

que, segundo a empresa, a produção de fotos de estabelecimentos comerciais não passa de<br />

mero boato. Bem mais acessível aos lojistas, pelo menos por enquanto, é a oferta de espaços<br />

publicitários nas ruas flagradas pelo Google. A empresa aposta tanto nisso que patenteou um<br />

sistema que automaticamente apaga as mensagens publicitárias estampadas em outdoors e<br />

cartazes. No lugar delas seriam colocados anúncios pagos. “As empresas americanas ainda<br />

não adotaram essa estratégia. Não tem nada de anúncio ali”, diz Pedro Sorrentino, professor<br />

da São Paulo Digital School e autor do vídeo “Obama Digital”. Em muitas áreas, o Street View<br />

ainda é uma ferramenta em busca de uma utilidade. (Istoé, edição 2135, 08/10/2010)<br />

8- Insper- O pronome demonstrativo “o”, presente no título, remete a<br />

(a) cenas degradantes.<br />

(b) visitas virtuais.<br />

(c) propagandas patrocinadas.<br />

(d) detalhes arquitetônicos.<br />

(e) informações geográficas.<br />

9- Insper - Considere as afirmações sobre a tirinha ao lado:<br />

I. O humor da charge decorre da presença da ambigüidade intencional no título, uma vez que a<br />

palavra “folha” pode se referir à samambaia ou à contabilidade da empresa.<br />

II. O recurso expressivo que produz efeito de humor é a utilização da expressão “preencher o<br />

espaço vazio”, interpretada de modo inusitado pelo chefe.<br />

III. Embora o uso do pronome oblíquo átono em posição inicial no período seja condenado<br />

pela gramática tradicional portuguesa, é de uso consagrado oralmente no Brasil, como pode<br />

ser verificado pela fala do funcionário na charge.<br />

IV. Se o funcionário optasse pelo tratamento “Vossa Senhoria” em vez de “senhor”, o verbo<br />

deveria ser alterado para “ireis preencher”.


(http://www2.uol.com.br/angeli)<br />

Está(ão) correta(s)<br />

(a) I, II, III e IV.<br />

(b) Apenas I e II.<br />

(c) Apenas III e IV.<br />

(d) Apenas II e III.<br />

(e) Apenas I e IV.<br />

Obs: A resposta desta questão foi revista no site do Insper. A resposta correta é a D.<br />

Virgília?<br />

Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois? ... A mesma; era<br />

justamente a senhora, que em 1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, muito<br />

antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações. Naquele tempo contava apenas<br />

uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com<br />

certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as<br />

mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e<br />

fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto<br />

nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele<br />

feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da<br />

criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns<br />

ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, — devoção, ou talvez medo; creio que<br />

medo. Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir<br />

mais tarde na minha vida e era aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva,<br />

quando estas páginas vierem à luz, — tu que me lês, Virgília amada, não reparas na diferença<br />

entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que era tão sincero<br />

então como agora; a morte não me tornou rabugento, nem injusto.<br />

— Mas, dirás tu, como é que podes assim discernir a verdade daquele tempo, e exprimi-la<br />

depois de tantos anos? Ah! indiscreta! ah! ignorantona! Mas é isso mesmo que nos faz<br />

senhores da Terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a instabilidade das nossas<br />

impressões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço<br />

pensante. Não é uma errata pensante, isso sim.<br />

Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a<br />

edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.<br />

Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas, 2 ed., São Paulo:<br />

FTD, 1992, p. 66-67. (Capítulo XXVII).<br />

10- Insper- Observe o emprego do pronome oblíquo lhe em:<br />

“Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, também não digo que lhe<br />

maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não.”<br />

Assinale a alternativa correta.<br />

(a) Na primeira ocorrência, o lhe exerce a função de objeto direto; na segunda, de<br />

complemento nominal.<br />

(b) Em ambas as ocorrências, o lhe apresenta o mesmo comportamento sintático, expressando<br />

relação de posse.<br />

(c) Na segunda ocorrência, o lhe refere-se ao substantivo “rosto” e expressa relação de posse.<br />

(d) Em ambas as ocorrências, o lhe exerce a função sintática de objeto indireto, pois se<br />

referem aos verbos.<br />

(e) Em ambas as ocorrências, o lhe apresenta a função sintática de complemento nominal.<br />

Resolução: O segundo pronome oblíquo constante do enunciado da questão (-lhe) desempenha papel sintático<br />

de adjunto adnominal do substantivo "rosto", possuindo valor de adjetivo possessivo e, portanto, exprimindo uma<br />

relação de posse com aquele. Alternativa C<br />

Utilize o excerto a seguir para responder aos testes 11 e 12.<br />

Assistir às "gostosas" do "Big Brother Brasil" foi uma das justificativas de um juiz do Rio para<br />

dar ganho de causa a um homem que ficou meses sem poder ver televisão. O juiz Cláudio<br />

Ferreira Rodrigues, 39, titular da Vara Cível de Campos dos Goytacazes (278 km do Rio),<br />

justificou sua sentença dizendo que procura "ser sempre o mais informal possível".<br />

Ao determinar o pagamento de indenização de R$ 6.000 por defeito em um aparelho de TV, o<br />

juiz afirmou na sentença: "Na vida moderna, não há como negar que um aparelho televisor,


presente na quase totalidade dos lares, é considerado bem essencial. Sem ele, como o autor<br />

poderia assistir às gostosas do ´Big Brother'?".<br />

(Folha de São Paulo, 03/02/ 2009.)<br />

11- Insper - A respeito do pronome presente em “justificou sua sentença”, é correto afirmar que<br />

(a) instaura o pressuposto de que a escolha lexical do juiz é incompatível com a linguagem<br />

jurídica.<br />

(b) é um anafórico que estabelece a <strong>coesão</strong> <strong>textual</strong> ao retomar a palavra “juiz”.<br />

(c) cria uma ambiguidade, já que pode se referir tanto ao juiz quanto ao homem que ganhou a<br />

causa.<br />

(d) é uma marca de oralidade que só pode empregada na linguagem coloquial.<br />

(e) pode ser substituído, sem alteração de sentido, pelo possessivo “tua”.<br />

ÁRIES (21 mar. a 20 abr.)<br />

Lunação em signo complementar destaca importância das relações em sua vida nas próximas<br />

semanas. Cuide de sua rede social, mostre-se atencioso com as pessoas.<br />

Seu sucesso é resultado disso também e agora essa questão tem importância suprema.<br />

Cultive o tato.<br />

Folha de S. Paulo, “Ilustrada”, astrologia,<br />

Barbara Abramo, 29 set. 2008.<br />

12- Insper- Em “Seu sucesso é resultado disso também e agora essa questão tem importância<br />

suprema.”, os termos “disso” e “essa”<br />

(a) referem-se a algo que ainda vai ser explicitado no texto.<br />

(b) referem-se aos termos citados anteriormente no texto, “sua rede social” e “atencioso com as<br />

pessoas”.<br />

(c) referem-se a algo que está próximo ao emissor do texto.<br />

(d) poderiam ser substituídos por “aquilo” e “aquela”, sem prejuízo de sentido para o texto.<br />

(e) poderiam ser substituídos por “isto” e “aquilo”, sem prejuízo de sentido para o texto.<br />

Os termos "disso" e "essa" retomam, anaforicamente, os termos "sua rede social" e "atencioso com as pessoas",<br />

anteriormente citados no texto. Alternativa B<br />

O enfermeiro<br />

Resmungou ainda muito tempo. Às onze horas passou pelo sono. Enquanto ele dormia, saquei<br />

um livro do bolso, um velho romance de d'Arlincourt, traduzido, que lá achei, e pus-me a lê-lo,<br />

no mesmo quarto, a pequena distância da cama; tinha de acordá-lo à meia-noite para lhe dar o<br />

remédio. Ou fosse de cansaço, ou do livro, antes de chegar ao fim da segunda página<br />

adormeci também. Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que<br />

parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, e acabou por lançar mão da moringa e<br />

arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face<br />

esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao<br />

pescoço, lutamos, e esganei-o.<br />

Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me ouviu.<br />

Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo à vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel<br />

morreu. Passei à sala contígua, e durante duas horas não ousei voltar ao quarto. Não posso<br />

mesmo dizer tudo o que passei, durante esse tempo. Era um atordoamento, um delírio vago e<br />

estúpido. Parecia-me que as paredes tinham vultos;<br />

escutava umas vozes surdas. Os gritos da vítima, antes da luta e durante a luta, continuavam a<br />

repercutir dentro de mim, e o ar, para onde quer que me voltasse, aparecia recortado de<br />

convulsões. Não creia que esteja fazendo imagens nem estilo; digo-lhe que eu ouvia<br />

distintamente umas vozes que me bradavam: assassino! assassino!<br />

(...)<br />

Antes do alvorecer curei a contusão da face. Só então ousei voltar ao quarto. Recuei duas<br />

vezes, mas era preciso e entrei; ainda assim, não cheguei logo à cama. Tremiam-me as<br />

pernas, o coração batia-me; cheguei a pensar na fuga; mas era confessar o crime, e, ao<br />

contrário, urgia fazer desaparecer os vestígios dele. Fui até a cama; vi o cadáver, com os olhos<br />

arregalados e a boca aberta, como deixando passar a eterna palavra dos séculos: "Caim, que<br />

fizeste de teu irmão?" Vi no pescoço o sinal das minhas unhas; abotoei alto a camisa e cheguei<br />

ao queixo a ponta do lençol. Em seguida, chamei um escravo, disse-lhe que o coronel<br />

amanhecera morto; mandei recado ao vigário e ao médico.


A primeira idéia foi retirar-me logo cedo, a pretexto de ter meu irmão doente, e, na verdade,<br />

recebera carta dele, alguns dias antes, dizendo-me que se sentia mal. Mas adverti que a<br />

retirada imediata poderia fazer despertar suspeitas, e fiquei. Eu mesmo amortalhei o cadáver,<br />

com o auxílio de um preto velho e míope. Não saí da sala mortuária; tinha medo de que<br />

descobrissem alguma coisa. Queria ver no rosto dos outros se desconfiavam; mas não ousava<br />

fitar ninguém.<br />

(Machado de Assis, Contos)<br />

13- Insper - Leia as afirmações abaixo e identifique a(s) correta(s), de acordo com o texto.<br />

I – Em “Tremiam-me as pernas”, ocorre ênclise porque, segundo a norma culta, não se iniciam<br />

frases com pronome oblíquo átono.<br />

II – No trecho “... urgia fazer desaparecer os vestígios dele.”, o pronome destacado refere-se<br />

ao cadáver.<br />

III – Em “Queria ver no rosto dos outros se desconfiavam”, o “se” é um pronome reflexivo.<br />

(a) Apenas I.<br />

(b) Apenas II.<br />

(c) Apenas III.<br />

(d) I e II.<br />

(e) I e III<br />

Texto para questões 14, 15 e 16.<br />

“O Brasil deixará de ter população rural em 2030, se continuarem sendo usados os critérios<br />

atuais para definir o grau de urbanização do país. Esse absurdo, teórico e prático, foi apontado<br />

ontem pelo pesquisador da USP, José Eli da Veiga, em palestra na 54ª Reunião anual da<br />

SBPC.”<br />

Folha de São Paulo<br />

14- Univan - Sobre o fragmento “Esse absurdo, teórico e prático” é correto afirmar que<br />

a) tem o efeito de influir argumentativamente no julgamento do leitor.<br />

b) compõe uma informação nova ao texto.<br />

c) apresenta uma informação imprescindível à compreensão do texto.<br />

d) apresenta características não correspondentes ao teor do discurso do palestrante.<br />

e) apresenta características subversivas quanto ao teor do discurso do palestrante.<br />

15- O pronome “esse”, no segundo período<br />

a) estabelece <strong>coesão</strong> endofórica, referindo-se ao vocábulo “absurdo”.<br />

b) estabelece <strong>coesão</strong> exofórica, referindo-se ao vocábulo “absurdo”.<br />

c) estabelece <strong>coesão</strong> catafórica, referindo-se aos vocábulos “absurdo, teórico e<br />

prático”.<br />

d) estabelece <strong>coesão</strong> anafórica, referindo-se à palavra “Brasil”.<br />

e) estabelece <strong>coesão</strong> anafórica, referindo-se à ideia de “deixar de ter população rural.”<br />

16- No texto acima é possível perceber uma construção ambígua. Assinale a<br />

alternativa que apresenta o termo responsável por essa ambigüidade:<br />

a) “Esse”.<br />

b) “deixar de”.<br />

c) “definir”.<br />

d) “absurdo”.<br />

e) “ontem”.<br />

17- Assinale a alternativa que está corretamente articulada.<br />

a- A China é mesmo um país fascinante, onde tudo é dimensionado em termos<br />

gigantescos. A China é uma civilização milenar. A China abriga, na terceira maior<br />

extensão territorial planetária (com 9 9060 547 km²), cerca de 1 bilhão e 100 mil<br />

habitantes , ou seja, um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que a<br />

China, um tanto misteriosa, tem de grande ocuparia também um espaço<br />

exagerado.


- A China é mesmo um país facinante, o qual tudo é dimensionado em termos<br />

gigantescos. Ela é uma civilização milenar. A mesma abriga, na terceira maior<br />

extensão territorial planetária (com 9 9060 547 km²), cerca de 1 bilhão e 100 mil<br />

habitantes , ou seja, um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que a<br />

China, um tanto misteriosa, tem de grande ocuparia também um espaço<br />

exagerado.<br />

c- A China é mesmo um país fascinante, no qual tudo é dimensionado em termos<br />

gigantescos. A mesma é uma civilização milenar que abriga, na terceira maior<br />

extensão territorial planetária (com 9 9060 547 km²), cerca de 1 bilhão e 100 mil<br />

habitantes , ou seja, um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que ela,<br />

um tanto misteriosa, tem de grande ocuparia também um espaço exagerado.<br />

d- A China é mesmo um país facinante, que tudo é dimensionado em termos<br />

gigantescos. Ela é uma civilização milenar a qual abriga, na terceira maior<br />

extensão territorial planetária (com 9 9060 547 km²), cerca de 1 bilhão e 100 mil<br />

habitantes, ou seja, um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que a<br />

mesma, um tanto misteriosa, tem de grande ocuparia também um espaço<br />

exagerado.<br />

e- A China é mesma um país facinante, aonde tudo é dimensionado em termos<br />

gigantescos. A mesma é uma civilização milenar. Ela abriga, na terceira maior<br />

extensão territorial planetária (com 9 9060 547 km²), cerca de 1 bilhão e 100 mil<br />

habitantes , ou seja, um quarto de toda a humanidade. Mencionar tudo o que ela,<br />

um tanto misteriosa, tem de grande ocuparia também um espaço exagerado.<br />

Épico Veríssimo<br />

“Relendo a obra<br />

Mais tarde, quase<br />

Sempre penso: “Não<br />

Era bem isto o que<br />

Queria dizer.”<br />

18- O pronome “isto”, presente no texto, como dêitico, tem um referencial. Qual é o<br />

referencial.<br />

R: Considerando que “isto “ é catafórico, não poderia retomar algo no texto acima, e<br />

sim apontar para algo que será apresentado. Seu referencial é o que será dito ou o que<br />

está sendo dito pelo eu-lírico.<br />

Daslu e o shopping-bunker<br />

1 A nova Daslu é o assunto preferido das conversas em São Paulo. Os ricos se<br />

entusiasmam com<br />

a criação de um local tão exclusivo e cheio de roupas e objetos sofisticados e internacionais.<br />

Os pequenoburgueses praguejam contra a iniciativa, indignados com tanta ostentação.<br />

Antes instalada num conjunto de casas na Vila Nova Conceição, região de classe alta,<br />

a loja que<br />

vende as grifes mais famosas e caras do mundo passará agora a funcionar num prédio<br />

monumental construído no bairro "nouveau riche" da Vila Olímpia e ao lado do infelizmente<br />

pútrido e mal cheiroso rio Pinheiros.<br />

A imprensa aproveita a mudança da Daslu para discorrer sobre as vantagens de uma<br />

vida luxuosa e exibir fotos exclusivas do interior da megaloja de quatro andares e seus salões<br />

labirínticos, onde praticamente não há corredores, pois, como diz a dona da loja, a idéia é que<br />

o consumidor se sinta em sua casa.<br />

Estranha casa, deve-se dizer. Para entrar nela é preciso fazer uma carteira de sócio,<br />

depois de deixar o carro num estacionamento que custa R$ 30,00 (a primeira hora).<br />

Obviamente, tudo isso tem por objetivo selecionar os consumidores e intimidar os pouco<br />

afortunados – os mesmos que, ao se aventurar na antiga loja, reclamavam da indiferença das<br />

vendedoras, as dasluzetes, muito mais solícitas com aqueles que elas já conheciam ou que<br />

demonstravam de cara seu poder de compra.<br />

As complicações na portaria visam também, embora não se diga com clareza, a<br />

proteger o local e dar segurança aos milionários de todo o país que certamente farão da nova<br />

Daslu um de seus "points" durante a estada em São Paulo, como já ocorria com a antiga casa.


A segurança é um item cada vez mais prioritário nos negócios hoje em dia – antes mesmo da<br />

inauguração, a loja teve um de seus caminhões de mudança roubado.<br />

As formalidades na entrada levam ainda em conta a privacidade do local de quase 20<br />

mil metros quadrados, não muito longe da favela Coliseu (sic). A reportagem de um site<br />

calculou, por falar nisso, que a soma da renda mensal de todas as famílias da favela (R$<br />

10.725, segundo o IBGE) daria para comprar apenas duas calças Dolce & Gabbana na loja.<br />

Tais fatores, digamos assim, sinistros da realidade brasileira é que impulsionam o<br />

pioneirismo da nova Daslu. Sim, a loja é uma empreitada verdadeiramente inédita. A Daslu,<br />

que desenvolveu no Brasil um certo tipo de atendimento exclusivo e personalizado para ricos,<br />

agora introduz, pela primeira vez no mundo, o modelo do shopping-bunker.<br />

Todos sabem como os shopping centers floresceram em São Paulo e nas capitais<br />

brasileiras, tanto pelas facilidades que propiciam para a gente que vive nos centros urbanos<br />

congestionados e tumultuados, quanto pela segurança. Ao longo dos anos, eles foram surgindo<br />

aqui e ali, alterando a sociabilidade e a paisagem das cidades. Acabaram se transformando em<br />

uma espécie de praça (fechada), onde as classes alta e média podiam circular com<br />

tranqüilidade, sem serem importunadas pela visão e a presença dos numerosos pobres e<br />

miseráveis, que, por sua vez, ocuparam as praças públicas (abertas), como a da República e a<br />

da Sé, em São Paulo. Dentro dos shoppings, os brasileiros sonhamos um mundo de riqueza,<br />

organização, limpeza, segurança, facilidades e sobretudo de distinção que lá fora, nas ruas,<br />

está agora longe de existir.<br />

Mas talvez os shoppings, mesmo os mais sofisticados, como o Iguatemi, tenham se<br />

tornado democráticos demais para o gosto da classe alta paulista. A cada pequeno entusiasmo<br />

econômico, logo a alvoroçada classe média da cidade resolve se intrometer aos bandos nas<br />

searas exclusivas dos muito ricos. [...]<br />

(http://www1.folha.uol.com.br<br />

19- Ita - Assinale a opção em que a palavra “que” NÃO funciona como pronome.<br />

A ( ) “a loja que vende as grifes mais famosas e caras do mundo” (linhas 4 e 5)<br />

B ( ) “os mesmos que, ao se aventurar na antiga loja reclamavam da indiferença das<br />

vendedoras” (linhas 14 e 15)<br />

C ( ) “Tais fatores, digamos assim, sinistros da realidade brasileira é que impulsionam o<br />

pioneirismo da nova Daslu.”(linhas 26 e 27)<br />

D ( ) “A Daslu, que desenvolveu no Brasil um certo tipo de atendimento exclusivo e<br />

personalizado para ricos” [...].(linhas 27 e 28)<br />

E ( ) “a presença dos numerosos pobres e miseráveis, que, por sua vez, ocuparam as praças<br />

públicas” (linhas 34 e 35)<br />

20- Ita- No início do sétimo parágrafo, a expressão "Tais fatores [...] sinistros" refere-se a<br />

A ( ) violência e desigualdade social.<br />

B ( ) proteção e segurança.<br />

C ( ) exclusividade e privacidade.<br />

D( ) sofisticação e luxo.<br />

E ( ) isolamento e indiferença.<br />

21- Ita- O segmento do texto em que a preposição “de” estabelece uma relação de<br />

posse é:<br />

A ( ) “no alto das montanhas”.<br />

B ( ) “cercados de muito verde”.<br />

C ( ) “a água cristalina brota da terra”.<br />

D( ) “águas de outras nascentes”.<br />

E ( ) “em busca do mar”.<br />

O ritual brasileiro do trote<br />

Estamos na época dos trotes em calouros de universidade, um ritual coletivo tão<br />

brasileirinho quanto oCarnaval e a carnavalização da Justiça nas CPIs.<br />

O trote é medieval como a universidade e quase deixou de existir em lugar civilizado.<br />

No Brasil, é um meio de reafirmar, na passagem para a vida adulta, que o jovem estudante<br />

pertence mesmo a uma sociedade autoritária, violenta e de privilégio.<br />

Submissão e humilhação são a essência do rito, mas expressivas mesmo são suas<br />

formas: o calouro é muita vez obrigado a assumir o papel de pobre brasileiro. A humilhação


também faz parte da iniciação universitária americana, embora nesse caso o rito marque a<br />

entrada na irmandade, sinal de exclusivismo e vivência de segredos de uma elite que se<br />

ressente da falta de aristocracia e de mistérios em sua sociedade ideologicamenteigualitária e<br />

laica.<br />

De início, como em muito ritual, o jovem é descaracterizado e marcado fisicamente. É<br />

sujo de tinta, de lama, até de porcarias excrementícias; raspam sua cabeça. Ao mesmo tempo<br />

que apaga simbolicamente sua identidade, a pichação do calouro lhe confere a marca do<br />

privilegiado universitário (são poucos e têm cadeia especial!). Pais e estudantes se orgulham<br />

da marca suja e da violência.<br />

Na mímica da humilhação dos servos, o jovem é colocado em fila, amarrado ou de<br />

mãos dadas, e conduzido pelas ruas, como se fazia com escravos, como a polícia faz com<br />

favelados. É jogado em fontes imundas, como garotos de rua. Deve esmolar para seu<br />

veterano-cafetão. Na aula-trote, o veterano vinga-se do professor autoritário ao encenar sua<br />

raiva e descarregá-la no calouro, com o que a estupidez se reproduz.<br />

Como universidade até outro dia era privilégio oligárquico, o trote nasceu na oligarquia,<br />

imitada pelos arrivistas. Da oligarquia veio ainda o ritual universitário do assalto a restaurantes<br />

(‘pindura’), rito de iniciação pelo qual certa elite indica que se exclui da ordem legal dos<br />

comuns.<br />

De vez em quando, ferem, aleijam ou matam um garoto na cretinice do trote. Ninguém<br />

é punido. Os oligarcas velhos relevam: ‘acidente’.<br />

Não, não: é tudo de propósito. (Vinicius Torres Freire. In: Folha de S. Paulo,<br />

13/02/2006.)<br />

Arrivista. Pessoa inescrupulosa, que quer vencer na vida a todo custo. (Dicionário Aurélio<br />

Eletrônico. Versão 2.0.)<br />

TEXTO 2 Vagabundagem universitária começa no trote<br />

Todo começo de ano é a mesma cena: calouros de universidades, as cabeças<br />

raspadas e as caras pintadas, incitados ou obrigados por veteranos, ocupam os sinais de<br />

trânsito pedindo dinheiro aos motoristas. É uma das formas do chamado ‘trote’, o mais artificial<br />

dos ritos de iniciação da mais artificial das instituições contemporâneas – a universidade.<br />

O trote nada mais é do que o retrato da alienação em que vivem esses adolescentes<br />

das classes favorecidas. Com tempo de sobra, eles não têm em que empregar tanta liberdade.<br />

Ou querem dizer que essas simples caras pintadas têm qualquer simbologia<br />

semelhante à das máscaras de dança das tribos primitivas estudadas por Lévi-Strauss?<br />

Para aquelas tribos índias, as máscaras eram o atestado da onipresença do<br />

sobrenatural e da pujança dos mitos. Mas esses adolescentes urbanos não têm tanta<br />

complexidade. Movido a MTV e shopping centers, o espírito deles vive nas trevas. A ausência<br />

de conhecimento e saber limita-lhes os desejos e as atitudes.<br />

Em tempos mais admiráveis, ou em sociedades mais ideais, essa massa de<br />

vagabundos estaria ajudando a cortar cana nos campos, envolvidos com a reforma agrária, em<br />

programas de assistência social nas favelas ou com crianças de rua, ou mesmo explorando os<br />

sertões e florestas do país, como faziam os estudantes do extinto projeto Rondon.<br />

Hoje, mais do que nunca, há uma tendência – característica da mentalidade das elites<br />

da economia capitalista – de adulação da adolescência, de excessivo prolongamento da<br />

mesma e da excessiva indulgência para com esse período tido como ‘de intensos processos<br />

conflituosos e persistentes esforços de auto-afirmação’.<br />

Desde adolescente, sempre olhei com desprezo esse tratamento que se pretende dar à<br />

adolescência (ou pelo menos a certa camada social adolescente): um cuidado especial,<br />

semelhante ao que se dá às mulheres grávidas. Pois é exatamente esse pisar em ovos da<br />

sociedade que acaba por transformar a adolescência num grande vazio, numa gravidez do<br />

nada, numa angustiante fase de absorção dos valores sociais e de integração social.<br />

Se os adolescentes se ocupassem mais, sofreriam menos – ou pelo menos<br />

amadureceriam de verdade, solidários, ocupados com o sofrimento real dos outros.<br />

Mas não, ficam vagabundando pelos semáforos das cidades, catando moedas para<br />

festas e outras leviandades. E o que é pior, sentindo-se deuses por terem conseguido decorar<br />

um punhado de fórmulas e datas e resumos de livros que os fizeram passar no teste para<br />

entrar na universidade.<br />

A mim – que trabalhava e estudava ao mesmo tempo desde os 15 anos – causava<br />

alarme o espírito de vagabundagem que, cultuado na adolescência, vi prolongar-se na<br />

realidade alienada de uma universidade pública.


Na Universidade de São Paulo, onde estudei, os filhos dos ricos ainda passam anos na<br />

hibernação adolescente sustentada pelo dinheiro público. (Marilene Felinto. In: Folha de S.<br />

Paulo, 25/02/1997.)<br />

22- Ita - No texto 2, segundo a autora, dois substantivos caracterizam a adolescência<br />

de classes favorecidas:<br />

A ( ) liberdade e notabilidade.<br />

B( ) liberdade e individualidade.<br />

C ( ) individualidade e ociosidade.<br />

D ( ) liberdade e ociosidade.<br />

E ( ) notabilidade e ociosidade.<br />

23- Ita- Em relação às pessoas do discurso, pode-se dizer que<br />

I. apesar de o Texto 1 se iniciar com “nós” (“Estamos”), é a forma impessoal que predomina;<br />

II. no Texto 2, embora predomine a forma impessoal, a autora desliza para a pessoalidade<br />

quando se reporta à sua experiência como estudante;<br />

III. nos Textos 1 e 2, os autores dialogam explicitamente com o leitor.<br />

Então, está(ao) correta(s):<br />

A ( ) apenas I.<br />

B ( ) apenas I e II.<br />

C ( ) apenas II e III<br />

D ( ) apenas III.<br />

E( ) todas<br />

Com um pouco de exagero, costumo dizer que todo jogo é de azar. Falo assim referindo-me ao<br />

futebol que, ao contrário da roleta ou da loteria, implica tática e estratégia, sem falar no<br />

principal, que é o talento e a habilidade dos jogadores. Apesar disso, não consegue eliminar o<br />

azar, isto é, o acaso.<br />

E já que falamos em acaso, vale lembrar que, em francês, “acaso” escreve-se<br />

“hasard”, como no célebre verso de Mallarmé, que diz: “um lance de dados jamais<br />

eliminará o acaso”. Ele está, no fundo, referindo-se ao fazer do poema que, emque pese<br />

a mestria e lucidez do poeta, está ainda assim sujeito ao azar, ou seja, ao acaso.<br />

Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores<br />

se movendo num campo de amplas dimensões. Se é verdade que eles jogam conforme<br />

esquemas de marcação e ataque, seguindo a orientação do técnico, deve-se no entanto<br />

levar em conta que cada jogador tem sua percepção da jogada e decide deslocar-se<br />

nesta ou naquela direção, ou manter-se parado, certo de que a bola chegará a seus pés.<br />

Nada disso se pode prever, daí resultando um alto índice de probabilidades, ou seja, de<br />

ocorrências imprevisíveis e que, portanto, escapam ao controle.<br />

Tomemos, como exemplo, um lance que quase sempre implica perigo de gol: o tiro<br />

de canto. Não é à toa que, quando se cria essa situação, os jogadores da defesa se<br />

afligem em anular as possibilidades que têm os adversários de fazerem o gol. Sentem-se<br />

ao sabor do acaso, da imprevisibilidade. O time adversário desloca para a área do que<br />

sofre o tiro de canto seus jogadores mais altos e, por isso mesmo, treinados para<br />

cabecear para dentro do gol. Isto reduz o grau de imprevisibilidade por aumentar as<br />

possibilidades do time atacante de aproveitar em seu favor o tiro de canto e fazer o gol.<br />

Nessa mesma medida, crescem, para a defesa, as dificuldades de evitar o pior. Mas<br />

nada disso consegue eliminar o acaso, uma vez que o batedor do escanteio, por mais<br />

exímio que seja, não pode com precisão absoluta lançar a bola na cabeça de<br />

determinado jogador. Além do mais, a inquietação ali na área é grande, todos os<br />

jogadores se movimentam, uns tentando escapar à marcação, outros procurando marcálos.<br />

Essa movimentação, multiplicada pelo número de jogadores que se movem,<br />

aumenta fantasticamente o grau de imprevisibilidade do que ocorrerá quando a bola for<br />

lançada. A que altura chegará ali? Qual jogador estará, naquele instante, em posição<br />

propícia para cabeceá-la, seja para dentro do gol, seja para longe dele? Não existe<br />

treinamento tático, posição privilegiada, nada que torne previsível o desfecho do tiro de<br />

canto. A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte,<br />

será gol ou não.


Não quero dizer com isso que o resultado das partidas de futebol seja apenas fruto<br />

do acaso, mas a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros,<br />

não se vai muito longe; jogadores, técnicos e torcedores sabem disso, tanto que todos<br />

querem se livrar do chamado “pé frio”. Como não pretendo passar por supersticioso,<br />

evito aderir abertamente a essa tese, mas quando vejo, durante uma partida, meu time<br />

perder “gols feitos”, nasce-me o desagradável temor de que aquele não é um bom dia<br />

para nós e de que a derrota é certa.<br />

Que eu, mero torcedor, pense assim, é compreensível, mas que dizer de técnicos<br />

de futebol que vivem de terço na mão e medalhas de santos sob a camisa e que, em<br />

face de cada lance decisivo, as puxam para fora, as beijam e murmuram orações? Isso<br />

para não falar nos que consultam pais-de-santo e pagam promessas a Iemanjá. É como<br />

se dissessem: treino os jogadores, traço o esquema de jogo, armo jogadas, mas,<br />

independentemente disso, existem forças imponderáveis que só obedecem aos santos e<br />

pais-de-santo; são as forças do acaso.<br />

Mas não se pode descartar o fator psicológico que, como se sabe, atua sobre os<br />

jogadores de qualquer esporte; tanto isso é certo que, hoje, entre os preparadores das<br />

equipes há sempre um psicólogo. De fato, se o jogador não estiver psicologicamente<br />

preparado para vencer, não dará o melhor de si.<br />

Exemplifico essa crença na psicologia com a história de um técnico inglês que,<br />

num jogo decisivo da Copa da Europa, teve um de seus jogadores machucado. Não era<br />

um craque, mas sua perda desfalcaria o time. O médico da equipe, depois de atender o<br />

jogador, disse ao técnico: “Ele já voltou a si do desmaio, mas não sabe quem é”. E o<br />

técnico: “Ótimo! Diga que ele é o Pelé e que volte para o campo imediatamente”.<br />

(Ferreira Gullar. Jogos de azar. Em: Folha de S. Paulo, 24/06/2007.)<br />

24- Ita- Assinale a opção em que a palavra em destaque permite duplo sentido.<br />

A ( ) Se no poema é assim, imagina numa partida de futebol, que envolve 22 jogadores se<br />

movendo num campo de amplas dimensões. (linhas 8 e 9)<br />

B ( ) [...] o batedor do escanteio, por mais exímio que seja, não pode com precisão absoluta<br />

lançar a bola na cabeça de determinado jogador. (linhas 20 a 22)<br />

C ( ) A bola pode cair ao alcance deste ou daquele jogador e, dependendo da sorte, será gol<br />

ou não. (linhas 27 e 28)<br />

D ( ) [...] a verdade é que, sem um pouco de sorte, neste campo, como em outros, não se vai<br />

muito longe [...] (linhas 29 e 30)<br />

E ( ) De fato, se o jogador não estiver psicologicamente preparado para vencer, não dará o<br />

melhor de si. (linhas 42 e 43)<br />

25- Ita- Qual dos advérbios terminados em -mente incide sobre o conteúdo de<br />

toda a frase?<br />

A ( ) fantasticamente (linha 24).<br />

B ( ) abertamente (linha 32).<br />

C ( ) independentemente (linha 39).<br />

D ( ) psicologicamente (linha 43).<br />

E ( ) imediatamente (linha 47).<br />

As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer para manter<br />

nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças americanas vão para a escola<br />

sozinhas hoje em dia. Mesmo quando vão de ônibus, são levadas pelos pais até a porta do<br />

veículo. Chegou a ponto de colocarem à venda vagas que dão o direito de o pai parar o carro<br />

bem em frente à porta na hora de levar e buscar os filhos. Os pais se acham ótimos porque<br />

gastam algumas centenas de dólares na segurança das crianças. Mas o que você realmente<br />

fez pelo seu filho? Se o seu filho está numa cadeira de rodas, você vai querer estacionar em<br />

frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos portadores de deficiência. Então,<br />

você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como um inválido. Isso é<br />

considerado um exemplo de paternidade hoje em dia. (IstoÉ, 22/07/2009)<br />

26- Ita- A palavra “isso”, na última linha do texto, retoma o fato de<br />

A ( ) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola.<br />

B ( ) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos.<br />

C ( ) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola.


D ( ) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da escola.<br />

E ( ) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os leva à escola.<br />

27- Fuvest- Jornalistas não deveriam fazer previsões, mas as fazem o tempo todo.<br />

Raramente se dão ao trabalho de prestar contas quando erram. Quando o<br />

fazem não é decerto com a ênfase e o destaque conferidos às poucas<br />

previsões que acertam.<br />

Marcelo Leite, Folha de S. Paulo.<br />

b) No trecho “Quando o fazem não é decerto com a ênfase (...)”, a que idéia se refere o termo<br />

grifado?<br />

________-----------------------------prestar contas quando erram---------------<br />

Fuvest-<br />

Para Pirandello, o cômico nasce de uma “percepção do contrário”, como no famoso exemplo<br />

de uma velha já decrépita que se cobre de maquiagem, veste-se como uma moça e pinta os<br />

cabelos. Ao se perceber que quela senhora velha é o oposto do que uma respeitável velha<br />

senhora deveria ser, produz-se o riso, que nasce da ruptura das expectativas, mas sobretudo<br />

do sentimento de superioridade. A “percepção do contrário” pode, porém, transformar-se num<br />

“sentimento do contrário” quando aquele que ri procura entender as razões pelas quais a<br />

velha se mascara, na ilusão de reconquistar a juventude perdida. Nesse passo, a velha da<br />

anedota não mais está distante do sujeito que percebe, porque este pensa que também<br />

poderia estar no lugar da velha e seu riso se mistura com a compreensão piedosa e se<br />

transforma num sorriso. Para passar da atitude cômica para a atitude humorística, é preciso<br />

renunciar ao distanciamento e ao sentimento de superioridade.<br />

Adaptado de Elias Thomé Saliba, Raízes do riso.<br />

b) “Ao se perceber que aquela senhora velha é o oposto do que uma respeitável velha senhora<br />

deveria ser, produz-se o riso (...)”.<br />

Sem prejuízo para o sentido do trecho acima, reescreva-o, substituindo “se perceber” e<br />

“produz-se” por formas verbais cujo sujeito seja nós e é o oposto por não corresponde. Faça<br />

as adaptações necessárias.<br />

Ao percebermos que aquela senhora velha não corresponde<br />

ao que uma respeitável velha senhora deveria ser, produzimos o riso.<br />

Ilusão Universitária<br />

Houve um tempo em que, ao ser admitido numa faculdade de direito, um jovem via seu futuro<br />

praticamente assegurado, como advogado, juiz ou promotor público. A situação, como se sabe,<br />

é hoje bastante diversa. Mudaram a universidade, o mercado de trabalho e os estudantes,<br />

muitos dos quais inadvertidamente compram a ilusão de que o diploma é condição necessária<br />

e suficiente para o sucesso profissional.<br />

A proliferação dos cursos universitários nos anos 90 e 2000 é a um só tempo sintoma e causa<br />

dessas mudanças. Um mercado de trabalho cada vez mais exigente passou a cobrar maior<br />

titulação dos jovens profissionais. Com isso, aumentou a oferta de cursos e caiu a qualidade.<br />

O fenômeno da multiplicação das faculdades e do declínio da qualidade acadêmica foi<br />

especialmente intenso no campo do direito. Trata-se, afinal, de uma carreira de prestígio, cujo<br />

ensino é barato. Não exige muito mais do que o professor, livros, uma lousa e o cilindro de giz.<br />

Existem hoje 762 cursos jurídicos no país. Em 1993, eles eram 183. A OAB (Ordem dos<br />

Advogados do Brasil) acaba de divulgar a lista das faculdades recomendadas. Das 215<br />

avaliadas, apenas 60 (28%) receberam o “nihil obstat”. A Ordem levou em conta conceitos do<br />

provão e os resultados do seu próprio exame de credenciamento de bacharéis.<br />

A verdade é que nenhum país do mundo é constituído apenas por advogados, médicos e<br />

engenheiros.<br />

Apenas uma elite chega a formar-se nesses cursos. No Brasil, contudo, criou-se a ilusão de<br />

que a faculdade abre todas as portas. Assim, alunos sem qualificação acadêmica para seguir<br />

essas carreiras pagam para obter diplomas que não lhes serão de grande valia. É mais<br />

sensato limitar os cursos e zelar por sua excelência, evitando paliativos como o exame da


Ordem, que é hoje absolutamente necessário para proteger o cidadão de advogados<br />

incompetentes – o que só confirma as graves deficiências do sistema educacional.<br />

(Folha de S. Paulo, 29/01/2004)<br />

TEXTO 2 A Universidade é só o começo<br />

Na última década, a universidade viveu uma espécie de milagre da multiplicação dos diplomas.<br />

O número de graduados cresceu de 225 mil no final dos anos 80 para 325 mil no levantamento<br />

mais recente do Ministério da Educação em 2000.<br />

A entrada no mercado de trabalho desse contingente, porém, não vem sendo propriamente<br />

triunfal como uma festa de formatura. Engenheiros e educadores, professores e<br />

administradores, escritores e sobretudo empresários têm sussurrado uma frase nos ouvidos<br />

dessas centenas de milhares de novos graduados: “O diploma está nu”.<br />

Passaporte tranqüilo para o emprego na década de 80, o certificado superior vem sendo<br />

exigido com cada vez mais vistos.<br />

Considerado um dos principais pensadores da educação no país, o economista Cláudio de<br />

Moura Castro sintetiza a relação atual do diploma com o mercado de trabalho em uma frase:<br />

“Ele é necessário, mas não suficiente”. O raciocínio é simples. Com o aumento do número de<br />

graduados no mercado, quem não tem um certificado já começa em desvantagem.<br />

Conselheiro-chefe de educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento durante anos,<br />

ele compara o sem-diploma a alguém “em um mato sem cachorro no qual os outros usam<br />

armas automáticas e você um tacape”. Por outro lado, o economista-educador diz que ter um<br />

fuzil, seja lá qual for, não garante tanta vantagem assim nessa floresta.<br />

Para Robert Wong, o diagnóstico é semelhante. Só muda a metáfora. Principal executivo na<br />

América do Sul da Korn/Ferry International, maior empresa de recrutamento de altos<br />

executivos do mundo, ele equipara a formação acadêmica com a potência do motor de um<br />

carro.<br />

Equilibrados demais acessórios, igualado o preço, o motor pode desempatar a escolha do<br />

consumidor.<br />

“Tudo sendo igual, a escolaridade faz a diferença.”<br />

Mas assim como Moura Castro, o head hunter defende a idéia de que um motor turbinado não<br />

abre automaticamente as portas do mercado. Wong conta que no mesmo dia da entrevista à<br />

Folha [Jornal Folha de S. Paulo] trabalhava na seleção de um executivo para uma<br />

multinacional na qual um dos principais candidatos não tinha experiência acadêmica. “É um<br />

self-made man.”<br />

Brasileiro nascido na China, Wong observa que é em países como esses, chamados “em<br />

desenvolvimento”, que existem mais condições hoje para o sucesso de profissionais como<br />

esses, de perfil empreendedor. (...)<br />

(Cassiano Elek Machado. A universidade é só o começo. Folha de S. Paulo, 27/07/2002.<br />

Disponível na Internet:<br />

http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse. Data de acesso: 24/08/2004)<br />

28- Ita - Assinale a opção em que a expressão com o pronome demonstrativo<br />

exige que sejam consideradas informações anteriores e posteriores para ser<br />

interpretada.<br />

A ( ) esses cursos (Texto 1, linha 16).<br />

B ( ) essas carreiras (Texto 1, linha 17).<br />

C ( ) essas centenas de milhares de novos graduados (Texto 2, linha 6).<br />

D ( ) esse contingente (Texto 2, linha 4).<br />

E ( ) profissionais como esses (Texto 2, linha 28).<br />

(...) defendemos a adoção de normas e o investimento na formação de brinquedistas*, pessoas<br />

bem mais preparadas para a função do que estagiários que têm jeito e paciência para cuidar<br />

de crianças. (Veja–SP, 13/08/2003)<br />

* brinquedistas – neologismo, que designa as pessoas que brincam com as crianças em<br />

creches, escolas e brinquedotecas.<br />

29- Ita- A ambigüidade desse texto deve-se<br />

A ( ) às expressões de comparação “bem mais” / “do que”.<br />

B ( ) à ausência de flexão do pronome relativo “que” em “que têm jeito”.<br />

C ( ) à distinção das funções sintáticas de “brinquedistas” e de “estagiários”.


D ( ) à ausência de vírgula após a palavra “estagiários”.<br />

E ( ) à ordem dos termos.<br />

30- Ita- O emprego de “o mesmo”, comumente criticado por gramáticos, é usado,<br />

muitas vezes, para evitar repetição de palavras ou ambigüidade. Aponte a<br />

opção em que o uso de “o mesmo” não assegura clareza na mensagem.<br />

A ( ) Esta agência possui cofre com fechadura eletrônica de retardo, não permitindo a abertura<br />

do mesmo fora dos horários programados. (Cartaz em uma agência dos Correios)<br />

B ( ) A reunião da Associação será na próxima semana. Peço a todos que confirmem a<br />

participação na mesma. (Mensagem, enviada por e-mail, para chamada dos associados para<br />

uma reunião)<br />

C ( ) Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo se encontra parado neste andar. (Lei<br />

9.502)<br />

D ( ) Após o preenchimento do questionário para levantamento de necessidade de treinamento,<br />

solicito a devolução do mesmo a este Setor. (Ofício de uma instituição pública)<br />

E ( ) A grama é colhida, empilhada e carregada sem contato manual, portanto a manipulação<br />

fica restrita à descarga do caminhão manualmente ao lado do mesmo. (Folheto de instruções<br />

para plantio de grama na forma de tapete de grama)<br />

31- Ita- Assinale a opção em que o uso do pronome relativo NÃO está de acordo<br />

com a norma padrão escrita. (Excertos extraídos e adaptados de Folha de S.<br />

Paulo, 1/11/1993.)<br />

A ( ) [O cineasta sofreu] um derrame, do qual não iria se recuperar mais.<br />

B ( ) [O rosto e a voz do cineasta] são aqueles os quais estamos acostumados, talvez um<br />

pouco mais cansados.<br />

C ( ) [Estar doente era] uma realidade sobre a qual [o cineasta] não sabia nada, sobre a qual<br />

jamais havia pensado.<br />

D ( ) [Com ele, o cinema] não é mais um meio; torna-se um fim, no qual o autor é a principal<br />

referência.<br />

E ( ) Depois das três cirurgias às quais se submetera, teve um ataque cardíaco.<br />

Texto para as questões 1 e 2:<br />

Blog da Dolly<br />

Vitor Knijnik 8 de setembro de 2010 às 17:09h<br />

Ovelha se lamenta por não ter se candidatado à deputada no Brasil.<br />

A lamúria veio depois de ter assistido ao horário eleitoral brasileiro. “Desfilaram na<br />

minha frente nada menos que Tiririca, Maguila, Ronaldo Esper, Kiko e Leandro do KLB, Frank<br />

Aguiar” e outros. “Essas candidaturas são baseadas em notoriedade adquirida fora ou longe da<br />

política. Suas promessas são genéricas…”<br />

Clone por clone os eleitores poderiam votar em Dolly, porque todos parecem ter sido<br />

clonados a partir da mesma célula de um mamífero adulto: o Homo absentis vergonhes. “Eu<br />

pelo menos sou o clone original”, diz.<br />

No post de estreia defende “deveríamos estender esse direito aos animais invertebrados.”<br />

Com esse blog, o que Dolly quer mesmo é aumentar o rebanho de seu curral eleitoral.<br />

(Revista Carta Capital)<br />

32- Univan -No penúltimo parágrafo do texto aparece o pronome demonstrativo<br />

“esse”. A qual fato ele retoma?<br />

R: Ao fato mencionado em “Essas candidaturas são baseadas em notoriedade<br />

adquirida fora ou longe da política. Suas promessas são genéricas…”<br />

33- Univan - No final do último parágrafo a expressão “curral eleitoral’ foi utilizada<br />

com sentido conotativo e denotativo. Explique cada um dos sentidos<br />

produzidos pela expressão dentro do texto.<br />

I- conotativo: aumentar literalmente o rebanho desse animal.<br />

II- denotativo: aumentar o número de eleitores que poderiam votar nela.

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