Avaliação do Desempenho Docente - Manual de Procedimentos
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Introdução ................................................................................................................................. 4<br />
SECÇÃO 1 ................................................................................................................. 5<br />
O Enquadramento <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong> ................. 5<br />
1.1. Quais as finalida<strong>de</strong>s e parâmetros <strong>de</strong> realização da avaliação? ................................... 6<br />
1.2. Quem são os intervenientes no processo <strong>de</strong> avaliação? .............................................. 6<br />
1.3. Qual o objecto da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ............................................... 7<br />
1.4. Quais são as fontes <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s? .................................................................... 8<br />
1.5. Qual a periodicida<strong>de</strong> da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho? ................................................... 8<br />
1.6. O que é o regime transitório <strong>de</strong> avaliação? .................................................................. 9<br />
SECÇÃO 2 ............................................................................................................... 11<br />
O Formulário e Relatório <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong> ....................... 11<br />
2.1. Qual o mo<strong>de</strong>lo para o relatório <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ................... 11<br />
2.2. Quais os princípios, objectivos e características <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> avaliação? .............. 11<br />
2.3. Quais são os <strong>do</strong>cumentos probatórios a seleccionar? ................................................ 12<br />
2.4. O que é o formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ................................... 13<br />
2.5. Qual o processo <strong>de</strong> classificação usa<strong>do</strong> nas partes A e B <strong>do</strong> formulário <strong>de</strong> avaliação<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ...................................................................................................... 13<br />
2.6. Quais são os itens que se constituem como objecto <strong>de</strong> avaliação na parte A <strong>do</strong><br />
formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ............................................................... 15<br />
2.7. Quais são os itens que se constituem como objecto <strong>de</strong> avaliação na parte B <strong>do</strong><br />
formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ............................................................... 18<br />
2.8. Quais são os itens que se constituem como objecto <strong>de</strong> avaliação na parte C <strong>do</strong><br />
formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ............................................................... 23<br />
2.9. Como se apresentam os resulta<strong>do</strong>s da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente? ............ 26<br />
SECÇÃO 3 ............................................................................................................... 27<br />
A Observação <strong>de</strong> Aulas. ........................................................................................................... 27<br />
3.1. Quan<strong>do</strong> ocorre a observação <strong>de</strong> aulas? ...................................................................... 27<br />
3.2. Quantas vezes são os <strong>do</strong>centes observa<strong>do</strong>s em contexto <strong>de</strong> aula? ........................... 27<br />
3.3. Quais os <strong>do</strong>centes que terão aulas observadas? ........................................................ 27<br />
3.4. Quem <strong>de</strong>sempenha o papel <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r/observa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> aulas? ............................... 28<br />
3.5. Como se processa a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas e em que<br />
situações ocorre? .................................................................................................................... 28<br />
3.6. Em que situações ocorre a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r? ....................... 29<br />
3.7. Como perspectivar a observação <strong>de</strong> aulas no processo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>do</strong>cente? .................................................................................................................................. 29<br />
2
3.8. Quais são as fases <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas? .................................................. 31<br />
3.9. O que é o encontro pré-observação e que aspectos <strong>de</strong>vem ser explora<strong>do</strong>s? ............ 31<br />
3.10. Que aspectos <strong>de</strong>vem ser respeita<strong>do</strong>s no momento da observação <strong>de</strong> aulas? ....... 32<br />
3.11. Quais os instrumentos a usar na observação <strong>de</strong> aulas? ......................................... 33<br />
3.12. Como proce<strong>de</strong>r à análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s por observação <strong>de</strong> aulas? ............ 33<br />
3.13. Que erros-tipo são inerentes à observação? .......................................................... 34<br />
3.14. O que é o encontro pós-observação e que aspectos <strong>de</strong>vem ser explora<strong>do</strong>s? ........ 35<br />
SECÇÃO 4 ............................................................................................................... 37<br />
Papéis e Responsabilida<strong>de</strong>s na Reunião <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong>. ................. 37<br />
4.1. Quem são os intervenientes na reunião <strong>de</strong> avaliação? .............................................. 37<br />
4.2. Qual o objectivo da reunião <strong>de</strong> avaliação e que estrutura <strong>de</strong>ve ter? ......................... 37<br />
4.3. Qual o papel <strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>res na reunião <strong>de</strong> avaliação? ............................................. 37<br />
4.4. Qual o papel <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> na reunião <strong>de</strong> avaliação? .................................................... 38<br />
SECÇÃO 5 ............................................................................................................... 39<br />
O Circuito <strong>do</strong>s Documentos <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong> ..................................... 39<br />
5.1. Qual a composição da comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação? ................................... 39<br />
5.2. Quais são as competências da comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação? ...................... 39<br />
5.3. A quem compete atribuir a classificação/menção ao <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>? .................. 40<br />
5.4. Como se expressa o resulta<strong>do</strong> final da avaliação? ...................................................... 40<br />
5.5. Quais os requisitos para a atribuição <strong>de</strong> Excelente?................................................... 40<br />
5.6. A quem compete homologar as classificações <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>s? ................... 41<br />
5.7. Há lugar a reclamação e recurso da classificação obtida? .......................................... 41<br />
5.8. Quais as garantias <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação? ............................................................ 41<br />
5.9. Quais os efeitos da avaliação na carreira <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente? ............................................... 41<br />
SECÇÃO 6 ............................................................................................................... 43<br />
Glossário – <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong> .................................................................... 43<br />
Referências bibliográficas ....................................................................................... 50<br />
3
Introdução<br />
Um sistema <strong>de</strong> ensino eficaz e <strong>de</strong> sucesso tem que procurar continuadamente formas<br />
<strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> da aprendizagem e <strong>do</strong> ensino. Acreditamos que na base <strong>de</strong>sta<br />
melhoria terá que existir um sistema eficiente <strong>de</strong> avaliação das escolas e <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes.<br />
Assim, enten<strong>de</strong>mos a avaliação como um tema nuclear no <strong>de</strong>bate sobre as questões<br />
da educação e como um instrumento essencial na procura <strong>de</strong> melhores resulta<strong>do</strong>s<br />
para os alunos e para a escola (Rodrigues & Peralta, 08). Esta avaliação processa-se a<br />
diferentes níveis e assume, <strong>de</strong> forma integrada, vários papéis, vértices <strong>de</strong> um mesmo<br />
triângulo que, necessariamente, temos que equacionar em paralelo: falamos da<br />
avaliação das aprendizagens <strong>do</strong>s alunos, da avaliação das escolas, quer na sua vertente<br />
<strong>de</strong> auto-avaliação regulada quer na vertente <strong>de</strong> avaliação externa <strong>de</strong> escolas e falamos<br />
também da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente.<br />
A avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente articula-se com o <strong>de</strong>senvolvimento profissional<br />
<strong>do</strong>s professores e o crescimento <strong>de</strong>stes é um factor <strong>de</strong>terminante para o sucesso<br />
escolar <strong>do</strong>s alunos. Este é, naturalmente, um círculo virtuoso <strong>de</strong> melhoria que<br />
queremos ver alargar-se. Um círculo em que a avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente<br />
promove o <strong>de</strong>senvolvimento profissional que, por sua vez, conduz ao sucesso escolar.<br />
Com o objectivo <strong>de</strong> orientar a implementação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>do</strong> pessoal <strong>do</strong>cente na região autónoma <strong>do</strong>s Açores, produzimos este <strong>Manual</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Procedimentos</strong>. Trata-se <strong>de</strong> um recurso orienta<strong>do</strong>r para a implementação <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho e não dispensa a leitura da legislação <strong>de</strong> suporte.<br />
O <strong>Manual</strong> está organiza<strong>do</strong> nas seguintes secções:<br />
Secção 1: enquadra o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente e a lógica<br />
avaliativa que o <strong>de</strong>termina.<br />
Secção 2: apresenta o <strong>do</strong>cumento - Formulário e Relatório <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong>, <strong>de</strong>screven<strong>do</strong> as partes que o integram e os<br />
diversos itens.<br />
Secção 3: <strong>de</strong>screve os processos inerentes à observação <strong>de</strong> aulas.<br />
Secção 4: clarifica os diferentes papéis e responsabilida<strong>de</strong>s na reunião <strong>de</strong><br />
avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente.<br />
Secção 5: expõe o circuito <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>do</strong>cente.<br />
Secção 6: consiste num glossário <strong>de</strong> conceitos da área da avaliação.<br />
4
SECÇÃO 1<br />
O Enquadramento <strong>do</strong> Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong><br />
Na tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o conceito <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong>, adiante<br />
<strong>de</strong>signa<strong>do</strong> ADD, citamos Rodrigues e Peralta para quem avaliar o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s<br />
professores é um processo que implica a observação, a <strong>de</strong>scrição, a análise, a<br />
interpretação da activida<strong>de</strong> profissional (…). Avaliar é saber, por inferência, através da<br />
observação da sua activida<strong>de</strong> no local <strong>de</strong> trabalho se, e em que medida, os professores<br />
adquiriram e <strong>de</strong>senvolveram as competências consi<strong>de</strong>radas como integran<strong>do</strong> os<br />
referentes da avaliação (…) como constam <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, <strong>do</strong> currículo<br />
nacional <strong>do</strong>s alunos, <strong>do</strong> projecto local <strong>de</strong> escola e <strong>do</strong> plano individual <strong>do</strong> professor<br />
(08:11).<br />
Socorremo-nos também <strong>de</strong> M. Scriven (67), uma referência clássica na área da<br />
avaliação, para salientar as características <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> lógica<br />
formativa, orienta<strong>do</strong> para o <strong>de</strong>senvolvimento profissional. Trata-se <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo que<br />
assenta na recolha e feedback <strong>de</strong> informação, realiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma sistemática no<br />
<strong>de</strong>curso <strong>de</strong> um processo, com vista à melhoria e ao <strong>de</strong>senvolvimento profissional.<br />
Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação tem, igualmente, uma finalida<strong>de</strong> sumativa que não<br />
preten<strong>de</strong>mos ocultar. Pacheco e Flores (99:175) afirmam que a avaliação respon<strong>de</strong> a<br />
uma dupla finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> progressão e certificação, em função <strong>do</strong> contexto <strong>de</strong> trabalho,<br />
e da melhoria da aprendizagem profissional, no âmbito <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento pessoal.<br />
Ambas as finalida<strong>de</strong>s se inter-relacionam num permanente diálogo <strong>de</strong> contrários, entre<br />
o formativo e o sumativo ou entre o julgamento e o <strong>de</strong>senvolvimento, direccionan<strong>do</strong>-o<br />
para a formação contínua (99:175).<br />
Sustentamo-nos ainda em C. Day (01) para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>cente<br />
evolutivo, dinâmico, apoia<strong>do</strong> em <strong>do</strong>cumentação simples, assisti<strong>do</strong> por formação e<br />
informação a<strong>de</strong>quada e sustenta<strong>do</strong> na organização das instituições. Privilegiamos a<br />
auto-avaliação e a avaliação formativa e regula<strong>do</strong>ra, acreditan<strong>do</strong> que este processo só<br />
contribuirá para a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino se for dada ênfase à auto-avaliação e à<br />
avaliação partilhada, se o mo<strong>de</strong>lo for orienta<strong>do</strong> para as necessida<strong>de</strong>s sentidas e<br />
manifestas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes nos contextos on<strong>de</strong> exercem funções, e se a avaliação<br />
proporcionar o <strong>de</strong>senvolvimento profissional <strong>do</strong>s professores, o sucesso <strong>do</strong>s alunos e a<br />
melhoria da escola.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista legislativo, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ADD enquadra-se no Sistema Integra<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> da Administração Pública Regional <strong>do</strong>s Açores (SIADAPRA),<br />
aprova<strong>do</strong> pelo Decreto Legislativo Regional nº 41/2008, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> Agosto, que prevê a<br />
avaliação da Função Pública e encontra o seu suporte normativo no Estatuto da<br />
Carreira <strong>Docente</strong> na Região Autónoma <strong>do</strong>s Açores, adiante <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> ECDRAA,<br />
aprova<strong>do</strong> pelo Decreto Legislativo Regional nº 21/2007/A, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Agosto, altera<strong>do</strong><br />
5
pelo Decreto Legislativo Regional nº 4/2009/A <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Abril e pelo Decreto Legislativo<br />
Regional nº 11/2009/A, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> Julho.<br />
O <strong>do</strong>cumento que permite operacionalizar este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação é O Formulário e<br />
Relatório <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong>, um <strong>do</strong>cumento<br />
normaliza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> carácter funcional, aprova<strong>do</strong> pelo Decreto Regulamentar Regional nº<br />
13/2009/A, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> Agosto.<br />
Do ECDRAA <strong>de</strong>stacamos os seguintes capítulos:<br />
Capítulo II – Direitos e <strong>de</strong>veres profissionais.<br />
Capítulo VII – Perfil geral <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho e respectivas dimensões funcionais.<br />
Capítulo VII – Conteú<strong>do</strong> funcional.<br />
Capítulo VIII – <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
1.1. Quais as finalida<strong>de</strong>s e parâmetros <strong>de</strong> realização da avaliação?<br />
No respeito pelo estipula<strong>do</strong> no ECDRAA, no seu artigo 66.º, a ADD visa:<br />
A melhoria da qualida<strong>de</strong> da educação e <strong>do</strong> ensino;<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento pessoal e profissional <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente;<br />
A a<strong>de</strong>quação da organização <strong>do</strong> sistema educativo às necessida<strong>de</strong>s da<br />
comunida<strong>de</strong>, no âmbito da educação.<br />
Preten<strong>de</strong>-se pois melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço presta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os aspectos <strong>de</strong><br />
or<strong>de</strong>m funcional até aos níveis conceptuais <strong>do</strong> sistema educativo, passan<strong>do</strong> sempre<br />
pelo investimento na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente.<br />
Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o mesmo artigo, a ADD realiza-se a partir <strong>de</strong> parâmetros<br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> por isso uma avaliação criterial, feita por referência a perfis <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>s ou <strong>de</strong>sempenhos alvo, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o contexto sócio-educativo<br />
em que o <strong>do</strong>cente <strong>de</strong>senvolve a sua activida<strong>de</strong> profissional. A importância <strong>do</strong> contexto,<br />
<strong>de</strong>termina que o mo<strong>de</strong>lo seja implementa<strong>do</strong> entre pares o que permite <strong>de</strong>volver às<br />
estruturas <strong>de</strong> chefia intermédia das escolas diferentes níveis <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> na<br />
i<strong>de</strong>ntificação, promoção e valorização <strong>do</strong> mérito profissional <strong>do</strong>s professores, bem<br />
como no reconhecimento <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> melhoria e na promoção <strong>de</strong> mudanças.<br />
1.2. Quem são os intervenientes no processo <strong>de</strong> avaliação?<br />
A ADD assume duas formas <strong>de</strong> avaliação distintas e complementares: a auto-avaliação,<br />
da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>, e a hetero-avaliação, que se concretiza pelo<br />
coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento curricular ou <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>r com competência<br />
<strong>de</strong>legada, pelo presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> conselho executivo e pela comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da<br />
avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho, adiante <strong>de</strong>signada CCA. Sublinha-se a co-responsabilização<br />
<strong>do</strong>s intervenientes e das diferentes estruturas das escolas que vêem assim o seu papel<br />
reforça<strong>do</strong> neste mo<strong>de</strong>lo.<br />
6
O acompanhamento e a monitorização <strong>do</strong> processo são assegura<strong>do</strong>s por diferentes<br />
entida<strong>de</strong>s:<br />
Inspecção Regional da Educação.<br />
Conselho Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Sistema Educativo, que proce<strong>de</strong> anualmente à<br />
análise global das menções obtidas.<br />
Comissão para o Acompanhamento e Monitorização da Implementação <strong>do</strong><br />
Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong>.<br />
Comissão <strong>de</strong> Acompanhamento da Implementação da <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong>, que exerce funções durante 2009/2010, ano<br />
<strong>de</strong> implementação.<br />
Conselho Científico para a <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong>,<br />
órgão consultivo da Secretaria Regional da Educação e Formação, <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
autonomia técnica e científica, composto por três especialistas em educação.<br />
1.3. Qual o objecto da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
A ADD <strong>de</strong>senvolve-se em quatro áreas e concretiza-se através da aferição <strong>do</strong>s padrões<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho profissional nas seguintes dimensões:<br />
Dimensão social e ética da acção <strong>do</strong>cente.<br />
Desenvolvimento <strong>do</strong> ensino e da aprendizagem.<br />
Participação na vida da escola e na relação com a comunida<strong>de</strong>.<br />
Desenvolvimento profissional ao longo da vida.<br />
Concretizan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA, a avaliação pelo coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento curricular inci<strong>de</strong> nos seguintes parâmetros classificativos:<br />
a) Preparação e organização das activida<strong>de</strong>s lectivas.<br />
b) Realização das activida<strong>de</strong>s lectivas.<br />
c) Grau <strong>de</strong> cumprimento das orientações curriculares e programáticas.<br />
d) Processo <strong>de</strong> avaliação das aprendizagens <strong>do</strong>s alunos.<br />
e) Participação nas activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento curricular.<br />
f) A<strong>de</strong>quação, fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> auto-avaliação.<br />
g) Participação em activida<strong>de</strong>s formativas.<br />
h) Partilha <strong>de</strong> práticas profissionais.<br />
i) Desenvolvimento <strong>de</strong> dinâmicas conducentes à melhoria <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
escolar <strong>do</strong>s alunos, ten<strong>do</strong> em conta o seu contexto escolar e sócio-educativo.<br />
A avaliação pelo conselho executivo recai nos seguintes indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> classificação:<br />
a) Nível <strong>de</strong> assiduida<strong>de</strong>, nos termos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelo Estatuto.<br />
b) Participação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente nas activida<strong>de</strong>s escolares e apreciação <strong>do</strong> seu trabalho<br />
colaborativo.<br />
c) Acções <strong>de</strong> formação contínua frequentadas ou dinamizadas.<br />
d) Exercício <strong>de</strong> cargos no âmbito da escola.<br />
e) Envolvimento em activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio aos alunos.<br />
7
f) Relação com os pais e encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> educação <strong>do</strong>s alunos a cargo, nos<br />
termos <strong>do</strong>s seus <strong>de</strong>veres profissionais.<br />
g) A<strong>de</strong>quação, fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> auto-avaliação.<br />
Note-se que o relatório ou análise crítica está integra<strong>do</strong> em cada um <strong>do</strong>s itens <strong>do</strong><br />
próprio formulário e é objecto <strong>de</strong> avaliação nos <strong>do</strong>is contextos. Contu<strong>do</strong>, como item <strong>de</strong><br />
avaliação <strong>do</strong> formulário ele surge integra<strong>do</strong> na parte A, avaliada pelo coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>partamento.<br />
1.4. Quais são as fontes <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s?<br />
Ainda <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA, são diversas as fontes <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong><br />
da<strong>do</strong>s:<br />
a) Relatórios certificativos <strong>de</strong> presença.<br />
b) Relatório <strong>de</strong> auto-avaliação.<br />
c) Observação <strong>de</strong> aulas.<br />
d) Análise <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> gestão curricular (i.e. projecto curricular <strong>de</strong> turma e<br />
<strong>de</strong> escola, projecto educativo da escola, projectos educativos individuais/por<br />
aluno).<br />
e) Instrumentos <strong>de</strong> avaliação pedagógica e seus resulta<strong>do</strong>s.<br />
f) Planificação <strong>de</strong> aulas e instrumentos <strong>de</strong> avaliação utiliza<strong>do</strong>s com os alunos.<br />
Consi<strong>de</strong>ra-se importante não a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s apresentada mas antes a<br />
diversificação <strong>de</strong>stas fontes <strong>de</strong> informação. Assim, sustenta<strong>do</strong>s numa breve revisão da<br />
literatura, apontamos três critérios que <strong>de</strong>vem presidir à selecção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos a<br />
apresentar como prova <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho:<br />
Relevância da informação: aten<strong>de</strong>r à utilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, evitan<strong>do</strong><br />
redundâncias.<br />
Credibilida<strong>de</strong> e fiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s: garantir o rigor e a valida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />
apresenta<strong>do</strong>s.<br />
Triangulação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s: assegurar o cruzamento da informação para reduzir o<br />
grau <strong>de</strong> subjectivida<strong>de</strong> das apreciações feitas.<br />
A selecção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos apresentada é da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente e é, ela<br />
mesma, um indica<strong>do</strong>r da qualida<strong>de</strong> da reflexão feita pelo <strong>do</strong>cente aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu<br />
processo avaliativo.<br />
1.5. Qual a periodicida<strong>de</strong> da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho?<br />
Para os <strong>do</strong>centes pertencentes aos quadros das escolas há sempre <strong>do</strong>is momentos<br />
distintos <strong>de</strong> avaliação em cada escalão. De cada um <strong>de</strong>les resulta uma menção <strong>de</strong><br />
avaliação. Assim:<br />
Para os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 1.º, no 2.º e no 3.º escalão, a avaliação ocorre<br />
no final <strong>do</strong> 2.º ano <strong>de</strong> permanência no escalão e no final <strong>do</strong> 5.º ano.<br />
8
Para os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 4.º e no 5.º escalão, a avaliação ocorre no final<br />
<strong>do</strong> 2.º ano <strong>de</strong> permanência no escalão e no final <strong>do</strong> 4.º ano.<br />
Para os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 6.º, no 7.º e no 8.º escalão, a avaliação ocorre<br />
no final <strong>de</strong> cada triénio.<br />
Recorda-se que o processo avaliativo se reporta sempre a anos escolares completos e<br />
anteriores. Para os professores <strong>do</strong> quadro a periodicida<strong>de</strong> da avaliação é <strong>de</strong> <strong>do</strong>is ou<br />
três anos escolares completos e para os <strong>do</strong>centes contrata<strong>do</strong>s é anual.<br />
Para efeitos <strong>de</strong> progressão na carreira é consi<strong>de</strong>rada a avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
relativa ao perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> duração <strong>do</strong> escalão, até 31 <strong>de</strong> Agosto <strong>do</strong> ano escolar anterior<br />
àquele em que o <strong>do</strong>cente complete o tempo <strong>de</strong> serviço necessário a tal progressão na<br />
carreira.<br />
1.6. O que é o regime transitório <strong>de</strong> avaliação?<br />
O regime transitório <strong>de</strong> avaliação está regulamenta<strong>do</strong> no artigo 3.º <strong>do</strong> Decreto<br />
Legislativo Regional n.º 4/2009/A, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Abril, que altera e republica o Decreto<br />
Legislativo Regional n.º 21/2007/A, <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Agosto, que aprova o Estatuto da Carreira<br />
<strong>Docente</strong> na Região Autónoma <strong>do</strong>s Açores.<br />
Este regime reporta-se ao ano escolar <strong>de</strong> 2008/09 e aplica-se a to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>centes,<br />
pertencentes ao quadro e contrata<strong>do</strong>s, em exercício <strong>de</strong> funções no Sistema Educativo<br />
Público Regional. A avaliação é efectuada pelo conselho executivo, ouvi<strong>do</strong> o<br />
coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, se necessário, e traduz-se na menção <strong>de</strong> Bom ou<br />
Insuficiente.<br />
O <strong>do</strong>cente <strong>de</strong>verá elaborar um relatório <strong>de</strong> auto-avaliação com o máximo <strong>de</strong> quinze<br />
páginas, no âmbito das seguintes dimensões funcionais <strong>do</strong> perfil <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho:<br />
1. Dimensão social e ética: refere-se à participação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente nas activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>partamento curricular, nível <strong>de</strong> assiduida<strong>de</strong> e exercício <strong>de</strong> cargos no âmbito<br />
da escola.<br />
2. Desenvolvimento <strong>do</strong> ensino e da aprendizagem: refere-se à preparação e<br />
realização das activida<strong>de</strong>s lectivas, cumprimento das orientações curriculares e<br />
processo <strong>de</strong> avaliação das aprendizagens <strong>do</strong>s alunos.<br />
3. Participação nas activida<strong>de</strong>s da escola e relação com a comunida<strong>de</strong> escolar:<br />
refere-se à participação nas activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> plano anual <strong>de</strong> escola e à<br />
dinamização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio aos alunos.<br />
4. Desenvolvimento profissional: refere-se à participação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente na formação<br />
contínua.<br />
Note-se que os <strong>do</strong>cumentos probatórios e <strong>de</strong> coadjuvação <strong>de</strong> análise que o <strong>do</strong>cente<br />
consi<strong>de</strong>re relevante apresentar não são contabiliza<strong>do</strong>s como parte das quinze páginas.<br />
9
Os <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> quadro que não reuniram os requisitos para progredir no <strong>de</strong>curso <strong>do</strong><br />
ano escolar 2009/10 integram a reflexão avaliativa feita sobre o ano escolar <strong>de</strong><br />
2008/09 no primeiro processo da sua próxima avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
10
SECÇÃO 2<br />
O Formulário e Relatório <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong> Pessoal <strong>Docente</strong><br />
No seu processo <strong>de</strong> avaliação, o <strong>do</strong>cente entrega ao coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento<br />
curricular o <strong>do</strong>cumento Formulário e Relatório <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>do</strong><br />
Pessoal <strong>Docente</strong>, preenchi<strong>do</strong> na parte que se lhe refere, até trinta dias antes da data<br />
em que complete o tempo <strong>de</strong> serviço necessário à progressão na carreira ou até trinta<br />
dias antes <strong>do</strong> termo <strong>do</strong> primeiro perío<strong>do</strong> avaliativo <strong>de</strong> cada escalão. A data <strong>de</strong> entrega<br />
para os <strong>do</strong>centes contrata<strong>do</strong>s é até 10 <strong>de</strong> Julho.<br />
2.1. Qual o mo<strong>de</strong>lo para o relatório <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> relatório <strong>de</strong> avaliação é <strong>de</strong> preenchimento obrigatório e está integra<strong>do</strong><br />
no formulário <strong>de</strong> avaliação normaliza<strong>do</strong>, isto é, formulário e relatório são um só<br />
<strong>do</strong>cumento. O formulário estrutura o relatório, haven<strong>do</strong> em cada parâmetro ou<br />
indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> classificação um espaço para análise crítica em que o <strong>do</strong>cente enquadra e<br />
justifica a sua auto-avaliação. Esse espaço não é limita<strong>do</strong>, estan<strong>do</strong> a versão Word <strong>do</strong><br />
formulário disponível no Portal da Educação. O conjunto das análises críticas<br />
apresentadas constitui o relatório <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente. O formulário <strong>de</strong> avaliação<br />
é acompanha<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos probatórios e <strong>de</strong> coadjuvação da análise que o<br />
<strong>do</strong>cente consi<strong>de</strong>re relevantes.<br />
A análise crítica apresentada em cada item <strong>do</strong> formulário assegura o registo<br />
continua<strong>do</strong> e reflexivo <strong>do</strong>s elementos que <strong>do</strong>cumentam o <strong>de</strong>sempenho profissional <strong>do</strong><br />
professor nas diferentes dimensões <strong>do</strong> seu perfil funcional. Trata-se da apreciação que<br />
o <strong>do</strong>cente faz <strong>do</strong> seu próprio <strong>de</strong>sempenho, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong>s para o seu<br />
<strong>de</strong>senvolvimento profissional. Sublinha-se o carácter continua<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta análise que se<br />
reporta a um, <strong>do</strong>is ou três anos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> <strong>do</strong>cente e a sua natureza crítica, reflexiva<br />
e analítica, sen<strong>do</strong> algo que ultrapassa o <strong>de</strong>scritivo.<br />
2.2. Quais os princípios, objectivos e características <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> avaliação?<br />
Sugerem-se alguns princípios a observar na elaboração das análises críticas:<br />
Referir os aspectos positivos <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>sempenho.<br />
I<strong>de</strong>ntificar necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhoria.<br />
Apontar necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação profissional.<br />
Enquadrar, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> o <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> à situação, e<br />
justificar a auto-avaliação apresentada.<br />
O relatório <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve ser visto numa perspectiva formativa e <strong>de</strong> melhoria<br />
profissional e tem como objectivos:<br />
Coligir as evidências <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente nas diferentes dimensões <strong>do</strong><br />
respectivo perfil profissional.<br />
I<strong>de</strong>ntificar o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente.<br />
11
Constituir um registo <strong>do</strong> percurso profissional <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente, numa perspectiva <strong>de</strong><br />
reflexão crítica e <strong>de</strong> auto-avaliação.<br />
O relatório <strong>de</strong> avaliação tem as seguintes características:<br />
Sistematiza e organiza informação/evidências <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente.<br />
Tem um valor formativo no âmbito <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento profissional <strong>do</strong>cente.<br />
Tem um carácter longitudinal, constituin<strong>do</strong>-se como uma narrativa da acção<br />
<strong>do</strong>cente.<br />
Tem uma natureza reflexiva, assente na auto-análise e auto-avaliação.<br />
Tem um carácter selectivo e <strong>do</strong>cumental.<br />
Permite <strong>do</strong>cumentar o processo <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente e resulta<strong>do</strong>s da sua<br />
acção.<br />
Abrange diversos tipos <strong>de</strong> informação.<br />
Tem um carácter emancipatório, uma vez que as opções tomadas na sua<br />
elaboração ou construção são da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente.<br />
Apresenta <strong>do</strong>cumentos que se reportam a situações significativas <strong>de</strong><br />
aprendizagem e avaliação.<br />
Apresenta registos <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes críticos ou episódios que suscitem reflexão e<br />
até teorização, levan<strong>do</strong> a um crescimento profissional e mudança <strong>de</strong> crenças,<br />
percepções ou atitu<strong>de</strong>s.<br />
Apresenta reflexões sobre as práticas, ao nível da planificação, execução e<br />
avaliação.<br />
2.3. Quais são os <strong>do</strong>cumentos probatórios a seleccionar?<br />
Sublinhan<strong>do</strong> que a selecção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos probatórios e <strong>de</strong> coadjuvação da análise<br />
crítica é da exclusiva responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong> e <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> <strong>de</strong> novo os<br />
critérios <strong>de</strong> selecção para a apresentação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, referi<strong>do</strong>s em 1.4., apresentamos<br />
uma listagem <strong>de</strong> sugestões <strong>de</strong>sses <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> sustentação:<br />
Actas <strong>de</strong> conselhos <strong>de</strong> turma/coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> ano (referência à acta ou excerto<br />
da mesma).<br />
Planificações <strong>de</strong> ano, <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong> projectos.<br />
Materiais didácticos produzi<strong>do</strong>s.<br />
Planos <strong>de</strong> recuperação, <strong>de</strong> acompanhamento, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das<br />
competências <strong>do</strong>s alunos.<br />
Planificações no âmbito da diferenciação pedagógica.<br />
Instrumentos <strong>de</strong> avaliação: matrizes, testes/provas, grelhas <strong>de</strong> classificação,<br />
grelhas <strong>de</strong> observação, listas <strong>de</strong> verificação ou outros.<br />
Grelhas <strong>de</strong> análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s escolares <strong>do</strong>s alunos.<br />
Projectos curriculares <strong>de</strong> turma.<br />
Relatórios <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> projectos ou activida<strong>de</strong>s.<br />
Registos <strong>de</strong> participação em eventos.<br />
Certifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> participação em acções <strong>de</strong> formação.<br />
Da<strong>do</strong>s administrativos.<br />
12
Com o objectivo <strong>de</strong> assegurar a harmonização <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada<br />
unida<strong>de</strong> orgânica e sustentar o processo <strong>de</strong> apreciação <strong>do</strong>s relatórios, as comissões<br />
coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ras da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho po<strong>de</strong>m, caso o entendam, construir<br />
grelhas <strong>de</strong> análise ou listas <strong>de</strong> verificação para enquadrar o processo <strong>de</strong> avaliação<br />
<strong>do</strong>cumental <strong>do</strong> relatório e <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos probatórios. Estes instrumentos <strong>de</strong> análise<br />
e registo <strong>de</strong>vem ter carácter utilitário, permitin<strong>do</strong> <strong>do</strong>cumentar a avaliação a que se<br />
reportam e anotar factores situacionais. Alguns itens <strong>de</strong> análise que apontamos como<br />
relevantes são, por exemplo, o rigor <strong>de</strong> linguagem, a qualida<strong>de</strong> da reflexão e a<br />
selecção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos probatórios.<br />
2.4. O que é o formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
O formulário <strong>de</strong> avaliação é um <strong>do</strong>cumento normaliza<strong>do</strong> e aprova<strong>do</strong> por Decreto<br />
Regulamentar Regional, da competência <strong>do</strong> Governo. Respeita as quatro dimensões<br />
funcionais <strong>do</strong> perfil profissional <strong>do</strong>cente, a saber: dimensão social e ética,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> ensino e da aprendizagem, participação nas activida<strong>de</strong>s da escola<br />
e relação com a comunida<strong>de</strong> escolar e o <strong>de</strong>senvolvimento profissional. Nele se <strong>de</strong>finem<br />
os factores que integram as componentes <strong>de</strong> competências e atitu<strong>de</strong>s pessoais <strong>do</strong><br />
professor, bem como a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> comportamento profissional que lhes<br />
correspon<strong>de</strong>. O formulário obe<strong>de</strong>ce a um sistema <strong>de</strong> pontuação fixa, num máximo <strong>de</strong><br />
200 pontos, contempla a auto e a hetero-avaliação e divi<strong>de</strong>-se em três partes.<br />
A primeira parte <strong>do</strong> formulário, parte A, é preenchida pelo coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>partamento curricular ou pelo avalia<strong>do</strong>r com competência <strong>de</strong>legada, cf. 3.6., e tem<br />
uma pontuação máxima <strong>de</strong> 115 pontos, correspon<strong>de</strong>nte a 57,5% da classificação final<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>cente. Se o <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong> for o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, o<br />
preenchimento será assegura<strong>do</strong> pelo conselho executivo.<br />
A segunda parte, parte B, é preenchida pelo conselho executivo e tem uma pontuação<br />
máxima <strong>de</strong> 65 pontos, correspon<strong>de</strong>nte a 32,5% da classificação final <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente.<br />
Note-se que as quatro dimensões funcionais <strong>do</strong> perfil profissional <strong>do</strong>cente são<br />
<strong>de</strong>s<strong>do</strong>bradas em diferentes itens nas partes A e B <strong>do</strong> formulário, permitin<strong>do</strong> que sejam<br />
objecto <strong>de</strong> avaliação sob perspectivas ou ângulos diferentes, sem contu<strong>do</strong> haver<br />
duplicação <strong>do</strong>s itens a avaliar.<br />
A terceira parte <strong>do</strong> formulário, parte C, D ou E, focaliza-se nas competências <strong>de</strong><br />
leccionação e é preenchida pelo observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r. A classificação faz-se por<br />
referência aos indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cada item em análise, haven<strong>do</strong> uma escala com três<br />
pontuações fixas por competência. Esta parte tem uma pontuação máxima <strong>de</strong> 200<br />
pontos, correspon<strong>de</strong>nte a 10% da classificação final <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente.<br />
2.5. Qual o processo <strong>de</strong> classificação usa<strong>do</strong> nas partes A e B <strong>do</strong> formulário <strong>de</strong><br />
avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
13
O processo <strong>de</strong> classificação usa<strong>do</strong> no formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente<br />
tem por referência três <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, haven<strong>do</strong> para cada <strong>de</strong>scritor uma<br />
pontuação fixa associada.<br />
Cada <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho caracteriza um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> comportamento ou perfil,<br />
recorren<strong>do</strong>, preferencialmente, a indica<strong>do</strong>res qualitativos. Trata-se <strong>de</strong> uma breve<br />
<strong>de</strong>scrição, que acompanha uma banda ou escala <strong>de</strong> classificação, que resume o grau<br />
<strong>de</strong> proficiência ou tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho espera<strong>do</strong>. Utiliza-se uma escala verbal <strong>de</strong><br />
classificação, que se apresenta através <strong>de</strong> <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho cujas diferenças<br />
se sustentam na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s ou situações, na adjectivação e no uso <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminantes qualitativos.<br />
Os três <strong>de</strong>scritores apontam três tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho que importa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já<br />
distinguir: o primeiro <strong>de</strong>scritor aponta sempre para uma situação <strong>de</strong> incumprimento<br />
ou para um <strong>de</strong>sempenho que fica aquém <strong>do</strong> estatuí<strong>do</strong> para profissão <strong>do</strong>cente, o<br />
<strong>de</strong>scritor intermédio caracteriza o <strong>de</strong>sempenho espera<strong>do</strong> e que é retrata<strong>do</strong> pelo<br />
ECDRAA, o terceiro <strong>de</strong>scritor representa um <strong>de</strong>sempenho que ultrapassa o perfil<br />
<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> para o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente. Assim, a atribuição reiterada <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>stes<br />
<strong>de</strong>scritores, com a pontuação que lhes está associada, tem as seguintes repercussões<br />
na progressão na carreira <strong>do</strong>cente:<br />
Obter, maioritariamente, a pontuação inferior nos diferentes itens significará a<br />
obtenção <strong>de</strong> uma menção <strong>de</strong> Insuficiente ou <strong>de</strong> Regular, com as consequências<br />
que se <strong>de</strong>screvem em 5.9.<br />
Obter, maioritariamente, a pontuação intermédia nos diferentes itens<br />
significará a obtenção <strong>de</strong> uma menção <strong>de</strong> Bom, o que assegura a progressão<br />
natural na carreira <strong>do</strong>cente com o tempo <strong>de</strong> permanência estabeleci<strong>do</strong> para<br />
cada escalão.<br />
Obter, maioritariamente, a pontuação superior nos diferentes itens significará<br />
a obtenção <strong>de</strong> uma menção <strong>de</strong> Muito Bom ou <strong>de</strong> Excelente, o que permite a<br />
progressão mais rápida na carreira <strong>do</strong>cente, reduzin<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong><br />
permanência estabeleci<strong>do</strong> para cada escalão, ou a atribuição <strong>de</strong> prémios <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho, cf. 5.9.<br />
No processo <strong>de</strong> avaliação e classificação <strong>de</strong>stacamos <strong>do</strong>is conceitos estruturantes na<br />
concepção <strong>do</strong>s diferentes <strong>de</strong>scritores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho:<br />
Inovação. Este conceito distingue-se pelo seu elemento <strong>de</strong> planificação ou<br />
intenção <strong>de</strong>liberada, remeten<strong>do</strong> sempre para uma operação completa, cujo<br />
objectivo é fazer instalar, aceitar e utilizar <strong>de</strong>terminada mudança, que <strong>de</strong>ve<br />
perdurar, ser amplamente utilizada e não per<strong>de</strong>r as suas características iniciais<br />
(Huberman, 73). A inovação comporta algo <strong>de</strong> novo para as pessoas que se<br />
confrontam com <strong>de</strong>terminada situação e implica mudanças nos<br />
comportamentos e crenças <strong>de</strong>ssas pessoas. Assim, a inovação resi<strong>de</strong> na<br />
implementação das mudanças (Fullan, 92).<br />
14
Eficácia. Este conceito remete para o grau <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> um output<br />
estabeleci<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, entendi<strong>do</strong> na sua vertente <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> ou<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço. A eficácia implica sempre a comparação entre os<br />
resulta<strong>do</strong>s ou efeitos obti<strong>do</strong>s e os objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s ou fixa<strong>do</strong>s, e afere-se<br />
pelo impacto, efeito da acção ou pelo resulta<strong>do</strong> obti<strong>do</strong>.<br />
Deste processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição resulta uma clara articulação entre os <strong>do</strong>is conceitos e a<br />
implicação <strong>de</strong> ambos que se traduz numa intenção <strong>de</strong>liberada, numa alteração <strong>de</strong><br />
práticas, num resulta<strong>do</strong> positivo e, consequentemente, em melhoria. Melhoria das<br />
aprendizagens <strong>do</strong>s alunos, melhoria <strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong>s órgãos <strong>de</strong> gestão<br />
intermédia ou <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> trabalho em que o <strong>do</strong>cente se envolva, melhoria das<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> formação profissional, melhoria da relação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente com a<br />
comunida<strong>de</strong> escolar.<br />
2.6. Quais são os itens que se constituem como objecto <strong>de</strong> avaliação na parte A <strong>do</strong><br />
formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
1. Dimensão Social e Ética<br />
1.1 Participação nas activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento curricular<br />
Este item refere-se às activida<strong>de</strong>s que o <strong>do</strong>cente <strong>de</strong>senvolveu no seio <strong>do</strong> seu<br />
<strong>de</strong>partamento, distinguin<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> item 3.1., que implica activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento<br />
que integram o plano anual <strong>de</strong> escola e que po<strong>de</strong>m envolver outros intervenientes.<br />
As activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento serão todas as que envolvem os <strong>do</strong>centes que<br />
integram este órgão, por exemplo: reflexão sobre temáticas ou práticas pedagógicas,<br />
elaboração <strong>de</strong> pareceres, concepção <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> trabalho, elaboração <strong>de</strong><br />
orientações curriculares, estabelecimento <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> trabalho, entre outros.<br />
A atribuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor com pontuação superior implica a apresentação, pelo<br />
<strong>do</strong>cente, <strong>de</strong> propostas inova<strong>do</strong>ras para o <strong>de</strong>senvolvimento das activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>partamento.<br />
1.2 A<strong>de</strong>quação, fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> relatório <strong>de</strong> auto-avaliação<br />
Este item é relativo à globalida<strong>de</strong> das análises críticas apresentadas, incidin<strong>do</strong>: na sua<br />
a<strong>de</strong>quação, isto é, no enquadramento que é feito e na sustentação que é apresentada;<br />
na sua qualida<strong>de</strong>, entendida no aspecto formal, nomeadamente, no rigor<br />
terminológico, e na dimensão da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>, em particular<br />
nos aspectos reflexivos e ainda na sua fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong>, isto é, no tipo <strong>de</strong> justificação que<br />
suporta a auto-avaliação, verifican<strong>do</strong>-se se é ou não merece<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> crédito.<br />
O <strong>de</strong>scritor com a pontuação mais elevada será atribuí<strong>do</strong> se o relatório, para além <strong>de</strong><br />
respeitar os atributos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação, fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>, apresentar uma<br />
sustentação teórica e bibliográfica que enquadre as práticas profissionais<br />
<strong>de</strong>senvolvidas no <strong>de</strong>sempenho da profissão.<br />
15
A análise crítica a apresentar neste item é facultativa.<br />
2. Desenvolvimento <strong>do</strong> Ensino e da Aprendizagem<br />
2.1 Preparação e organização das activida<strong>de</strong>s lectivas<br />
Este item avalia o mo<strong>do</strong> como o <strong>do</strong>cente prepara e organiza a sua activida<strong>de</strong> lectiva,<br />
sen<strong>do</strong> esta preparação articulada com as orientações <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento curricular e<br />
condicionada pelo grupo <strong>de</strong> alunos.<br />
O <strong>de</strong>scritor com a pontuação máxima envolve, além <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> aprendizagem<br />
inova<strong>do</strong>ras, isto é que provoquem mudança <strong>de</strong> práticas ou atitu<strong>de</strong>s e melhoria <strong>do</strong>s<br />
resulta<strong>do</strong>s, a articulação <strong>de</strong>stas activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem com dispositivos <strong>de</strong><br />
avaliação congruentes, ou seja, articula<strong>do</strong>s, váli<strong>do</strong>s e credíveis e também funcionais.<br />
Falamos <strong>de</strong> instrumentos cuja valida<strong>de</strong> seja aceite, que <strong>de</strong> facto avaliem ou meçam<br />
aquilo que o <strong>do</strong>cente se propõe avaliar ou medir. Isto pressupõe que, no processo <strong>de</strong><br />
concepção <strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> avaliação, sejam explicita<strong>do</strong>s os objectivos da<br />
aplicação <strong>do</strong> instrumento bem como as competências em avaliação e os diferentes<br />
patamares <strong>de</strong> proficiência, articula<strong>do</strong>s com os critérios <strong>de</strong> classificação.<br />
2.2 Realização das activida<strong>de</strong>s lectivas<br />
Este item reporta-se à totalida<strong>de</strong> das aulas leccionadas no perío<strong>do</strong> avaliativo,<br />
distinguin<strong>do</strong>-se da parte C, em que se avaliam, exclusivamente, as aulas observadas. A<br />
avaliação das activida<strong>de</strong>s lectivas <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente baseia-se na reflexão que é apresentada<br />
sobre esse processo, isto é, a partir da preparação e organização das activida<strong>de</strong>s<br />
lectivas, o <strong>do</strong>cente exerce a sua capacida<strong>de</strong> reflexiva, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> uma realização<br />
lectiva com correcção científica e pedagógica.<br />
A qualida<strong>de</strong> das experiências <strong>de</strong> aprendizagem promovidas é que irá <strong>de</strong>terminar a<br />
atribuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor com a pontuação mais alta. Essas aprendizagens <strong>de</strong>verão, <strong>do</strong><br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong>s alunos, ser significativas, inova<strong>do</strong>ras e eficazes. Ou seja, <strong>de</strong>vem ser<br />
motiva<strong>do</strong>ras, provocar a alteração <strong>de</strong> quadros cognitivos ou atitudinais e a construção<br />
<strong>do</strong> saber.<br />
2.3 Cumprimento das orientações curriculares<br />
Neste item está em avaliação o cumprimento <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos enquadra<strong>do</strong>res das<br />
activida<strong>de</strong>s lectivas, ou seja, as orientações curriculares, programáticas e os planos<br />
traça<strong>do</strong>s para to<strong>do</strong>s os alunos a cargo <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>. Estes <strong>de</strong>scritores apontam<br />
sempre um contexto específico, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> e condiciona<strong>do</strong> pelo conjunto <strong>de</strong> alunos<br />
a cargo <strong>do</strong> professor.<br />
Os <strong>do</strong>centes que, por alguma circunstância, só exercem a sua activida<strong>de</strong> lectiva em<br />
apoio a alunos, cumprem os planos educativos individuais traça<strong>do</strong>s para esses alunos,<br />
sen<strong>do</strong> essas as orientações curriculares a ter em conta.<br />
16
O <strong>de</strong>scritor com a pontuação mais elevada será atribuí<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cente, partin<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> contexto <strong>do</strong>s seus alunos, <strong>de</strong>senvolver um trabalho sistemático, <strong>de</strong> gestão e<br />
<strong>de</strong>senvolvimento curricular, cumprin<strong>do</strong> a totalida<strong>de</strong> das orientações curriculares e<br />
programáticas fixadas para os seus alunos.<br />
2.4. Processo <strong>de</strong> avaliação das aprendizagens <strong>do</strong>s alunos<br />
Este é o item relativo aos procedimentos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s alunos, concebi<strong>do</strong>s e<br />
aplica<strong>do</strong>s pelo <strong>do</strong>cente. Estes procedimentos <strong>de</strong>verão respeitar os <strong>do</strong>cumentos<br />
orienta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação das aprendizagens <strong>do</strong>s alunos, isto é, os<br />
referenciais curriculares e programáticos, o projecto curricular <strong>de</strong> escola, o projecto<br />
curricular <strong>de</strong> turma, os critérios uniformes <strong>de</strong> avaliação da unida<strong>de</strong> orgânica, os<br />
critérios <strong>de</strong> avaliação estabeleci<strong>do</strong>s pelo <strong>de</strong>partamento curricular e quaisquer outros<br />
<strong>do</strong>cumentos regula<strong>do</strong>res <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> alunos. Para além <strong>de</strong>ste<br />
alinhamento com os <strong>do</strong>cumentos orienta<strong>do</strong>res <strong>do</strong> processo, o <strong>do</strong>cente <strong>de</strong>verá a<strong>de</strong>quar<br />
os procedimentos <strong>de</strong> avaliação às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s seus alunos.<br />
O <strong>de</strong>scritor associa<strong>do</strong> à pontuação máxima prevê toda esta a<strong>de</strong>quação aliada a<br />
procedimentos globalmente inova<strong>do</strong>res e eficazes. Aponta-se, neste caso, para mo<strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong> actuação diferentes, que resultem em melhoria nas aprendizagens realizadas. A<br />
eficácia implica a diversificação <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> avaliação, a respectiva<br />
validação e concretização <strong>do</strong> objecto <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> cada instrumento e o respeito<br />
por diferentes estilos <strong>de</strong> aprendizagem.<br />
2.5 Desenvolvimento <strong>de</strong> práticas conducentes à melhoria <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho escolar,<br />
ten<strong>do</strong> em conta o contexto sócio-educativo <strong>do</strong> aluno<br />
Este item avalia as práticas <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente que <strong>de</strong>vem conduzir a melhores resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
alunos, reportan<strong>do</strong>-se a to<strong>do</strong>s os alunos a cargo. A evidência <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sempenho obriga<br />
a uma avaliação diagnóstica e prognóstica validada e fiável que possa servir <strong>de</strong><br />
referencial para <strong>de</strong>monstrar a progressão e avanço <strong>do</strong>s alunos, nas aprendizagens<br />
realizadas. A avaliação é sempre feita ten<strong>do</strong> em conta a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s alunos, o seu<br />
ponto <strong>de</strong> partida e a <strong>de</strong>sejável mais-valia que as práticas <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente representaram no<br />
processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> saberes <strong>de</strong>sses alunos.<br />
O <strong>de</strong>scritor com a pontuação mais elevada será atribuí<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se verificar uma<br />
melhoria significativa <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho escolar <strong>do</strong>s alunos, isto é, quan<strong>do</strong> ocorrer uma<br />
melhoria consistente, que não é pontual mas que se mantém, que é progressiva e<br />
continuada.<br />
3. Participação na Escola e Relação com a Comunida<strong>de</strong> Escolar:<br />
3.1 Participação nas activida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> plano anual da escola<br />
Este é o item relativo às activida<strong>de</strong>s propostas pelo <strong>de</strong>partamento curricular <strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>cente, que integram o plano anual <strong>de</strong> escola e que envolvem vários intervenientes<br />
da comunida<strong>de</strong> educativa.<br />
17
A atribuição <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor com pontuação mais alta conten<strong>de</strong> um trabalho com<br />
qualida<strong>de</strong> e relevância e o reconhecimento formal, isto é, em suporte escrito, <strong>de</strong>ssa<br />
qualida<strong>de</strong> e relevância, pela escola, através <strong>de</strong> órgãos como o conselho pedagógico,<br />
executivo ou a assembleia <strong>de</strong> escola.<br />
4. Desenvolvimento Profissional:<br />
4.1 Participação em activida<strong>de</strong>s formativas<br />
As activida<strong>de</strong>s formativas a pon<strong>de</strong>rar neste item são todas aquelas, validadas pela<br />
escola ou por outra entida<strong>de</strong> certificada, em que o <strong>do</strong>cente participa sem ser objecto<br />
<strong>de</strong> avaliação individual e sem obter unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crédito, distinguin<strong>do</strong>-se pois <strong>do</strong> item<br />
8.1., que diz respeito às acções <strong>de</strong> formação contínua frequentadas.<br />
A qualificação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente através <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor associa<strong>do</strong> à pontuação mais elevada<br />
obriga a que o mesmo organize ou participe na organização <strong>de</strong>stes eventos ou ainda<br />
que seja ele mesmo a dinamizar uma activida<strong>de</strong> formativa, validada pela escola ou por<br />
outra entida<strong>de</strong> legalmente certificada. Referimo-nos a workshops, apresentações,<br />
fóruns, mesas re<strong>do</strong>ndas, comunicações, palestras, entre outros.<br />
4.2 Partilha <strong>de</strong> práticas profissionais<br />
Neste item avalia-se a partilha, pelo <strong>do</strong>cente, <strong>de</strong> práticas educativas ou projectos<br />
profissionais. Esta partilha será sempre da iniciativa e responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> próprio.<br />
Importa verificar se a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> partilha não se constitui como activida<strong>de</strong><br />
formativa, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a que uma mesma activida<strong>de</strong> não seja objecto <strong>de</strong> avaliação em<br />
<strong>do</strong>is itens distintos.<br />
Para a obtenção da pontuação mais alta, associada ao <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
superior, será necessário que as boas práticas <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente sejam, formalmente,<br />
reconhecidas pela escola, através <strong>do</strong> conselho pedagógico, e divulgadas externamente,<br />
ou seja, através <strong>de</strong> publicações ou em eventos que envolvam outros intervenientes<br />
que não os da comunida<strong>de</strong> educativa <strong>de</strong> pertença <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente.<br />
2.7. Quais são os itens que se constituem como objecto <strong>de</strong> avaliação na parte B <strong>do</strong><br />
formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
5. Dimensão Social e Ética:<br />
5.1 Nível <strong>de</strong> assiduida<strong>de</strong><br />
Este item, pela sua natureza factual, não inclui análise crítica.<br />
Ao <strong>do</strong>cente que tiver uma ou mais faltas não equiparadas a serviço efectivo ser-lhe-á<br />
atribuída a pontuação mais baixa, associada ao primeiro <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
As faltas não equiparadas a serviço efectivo são:<br />
18
As faltas injustificadas;<br />
As faltas por prisão resultante <strong>de</strong> sentença;<br />
As faltas por pena <strong>de</strong> suspensão;<br />
As faltas por <strong>do</strong>ença para além <strong>do</strong>s trinta dias por ano escolar e até <strong>de</strong>zoito<br />
meses;<br />
As faltas com perda <strong>de</strong> vencimento.<br />
Enquadram-se no <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho intermédio os <strong>do</strong>centes que apenas<br />
registarem faltas equiparadas a serviço efectivo sem, contu<strong>do</strong>, reunirem os requisitos<br />
para serem avalia<strong>do</strong>s pelos padrões <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor associa<strong>do</strong> à pontuação mais elevada.<br />
As faltas equiparadas a serviço efectivo são:<br />
As faltas por <strong>do</strong>ença até trinta dias por cada ano escolar;<br />
As faltas por <strong>do</strong>ença até trinta dias <strong>de</strong> internamento;<br />
As faltas por <strong>do</strong>ença incapacitante até trinta e seis meses;<br />
As faltas por tratamento ambulatório, consulta e exames <strong>de</strong> diagnóstico <strong>do</strong><br />
próprio e <strong>de</strong> familiares;<br />
As faltas por assistência a menores <strong>de</strong> treze anos;<br />
As faltas por assistência a membro <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> familiar;<br />
As faltas por assistência a netos <strong>de</strong> filhos com menos <strong>de</strong> <strong>de</strong>zasseis anos;<br />
As faltas por assistência a pessoa com <strong>de</strong>ficiência ou <strong>do</strong>ença crónica;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença à Associação <strong>de</strong> Pais;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença à Assembleia <strong>de</strong> Escola;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença ao Conselho Pedagógico;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença ao Conselho <strong>de</strong> Turma;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença à Assembleia Municipal;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença ao Conselho <strong>de</strong> Educação;<br />
As faltas por activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> pertença, enquanto pai ou encarrega<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> educação, à Comissão <strong>de</strong> Protecção <strong>de</strong> Crianças e Jovens, ao nível municipal;<br />
As faltas ao abrigo <strong>do</strong> estatuto <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>r estudante;<br />
As faltas por exercício <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> pai ou encarrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> educação;<br />
As faltas por tuberculose;<br />
As faltas por casamento;<br />
As faltas por falecimento <strong>de</strong> familiar;<br />
As faltas ao abrigo <strong>do</strong> estatuto <strong>de</strong> bolseiro ou equipara<strong>do</strong>;<br />
As faltas por <strong>do</strong>ação <strong>de</strong> sangue;<br />
As faltas por socorrismo;<br />
As faltas por prisão preventiva;<br />
As faltas por cumprimento <strong>de</strong> obrigações legais;<br />
As faltas por prestação <strong>de</strong> provas <strong>de</strong> concurso público;<br />
As faltas por conta <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> férias;<br />
As faltas por motivos não imputáveis ao trabalha<strong>do</strong>r;<br />
As faltas por participação nos órgãos <strong>de</strong> administração e gestão <strong>do</strong>s<br />
estabelecimentos <strong>de</strong> ensino;<br />
19
As faltas por aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho ou <strong>do</strong>ença profissional.<br />
Importa ainda distinguir da noção <strong>de</strong> falta o conceito <strong>de</strong> licença. As licenças não são<br />
contabilizadas como faltas.<br />
Distinguimos as seguintes licenças:<br />
Por gravi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> risco;<br />
Por interrupção da gravi<strong>de</strong>z;<br />
Licença parental inicial, exclusiva da mãe;<br />
Licença parental inicial, com ou sem partilha;<br />
Licença parental inicial, sem partilha ou partilha livre;<br />
Licença parental inicial, partilhada segun<strong>do</strong> as condições legais exigidas;<br />
Licença parental inicial, partilhada;<br />
Licença parental inicial, <strong>de</strong> um progenitor em caso <strong>de</strong> impossibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> outro;<br />
Licença parental <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 30 dias por cada gémeo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da<br />
modalida<strong>de</strong> da licença;<br />
Licença parental, exclusiva <strong>do</strong> Pai (obrigatória);<br />
Licença parental, exclusiva <strong>do</strong> Pai (facultativa);<br />
Licença por a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> 15 anos;<br />
Licença parental complementar alargada;<br />
Licença parental complementar com trabalho a tempo parcial;<br />
Licença parental alargada e tempo parcial alternadamente;<br />
Licença sabática.<br />
Acrescenta-se ainda que o exercício <strong>do</strong> direito à greve é uma figura atípica, não<br />
consagrada na lei como falta, mas tida como ausência ao serviço, cuja única<br />
penalização é a perda <strong>de</strong> vencimento.<br />
A atribuição da pontuação mais alta, associada ao terceiro <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho,<br />
acontece na situação em que o <strong>do</strong>cente tem até 2% <strong>de</strong> faltas a activida<strong>de</strong>s lectivas, por<br />
ano escolar, equiparadas a serviço efectivo. Na contabilização <strong>de</strong>ste número <strong>de</strong> faltas<br />
exceptuam-se as seguintes situações, que por serem protegidas não têm efeitos para<br />
esta contagem:<br />
• Faltas por <strong>do</strong>ença até 30 dias;<br />
• Faltas por <strong>do</strong>ença incapacitante ou prolongada;<br />
• Faltas por assistência a filhos menores, em caso <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença ou aci<strong>de</strong>nte;<br />
• Faltas por assistência a filhos com <strong>de</strong>ficiência ou <strong>do</strong>ença crónica;<br />
• Faltas por falecimento <strong>de</strong> familiar;<br />
• Faltas por casamento;<br />
• Licença parental inicial;<br />
• Licença por a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> 15 anos.<br />
A avaliação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente com a pontuação máxima implica, ainda, a ausência <strong>de</strong> faltas<br />
por conta <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> férias.<br />
20
Salvaguardamos também todas as dispensas <strong>de</strong> serviço, não contabilizadas para a<br />
avaliação da assiduida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente:<br />
Dispensa para formação;<br />
Dispensa <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> trabalho por parte <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>ra grávida, puérpera<br />
ou lactente, por motivo <strong>de</strong> protecção da sua segurança e saú<strong>de</strong>;<br />
Dispensa <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> trabalho nocturno;<br />
Dispensa para consulta pré-natal;<br />
Dispensa para avaliação para a<strong>do</strong>pção;<br />
Dispensa para amamentação ou aleitação;<br />
Dispensa para activida<strong>de</strong> sindical (crédito <strong>de</strong> horas/dias);<br />
Dispensa para activida<strong>de</strong>s socioculturais ou <strong>de</strong>sportivas;<br />
Dispensa para campanha eleitoral – Assembleia da República;<br />
Dispensa para campanha eleitoral – Assembleia Legislativa Regional;<br />
Dispensa para campanha eleitoral – Parlamento Europeu;<br />
Dispensa para campanha eleitoral – Autarquias Locais;<br />
Dispensa <strong>do</strong>s eleitos locais;<br />
Dispensa <strong>de</strong> serviço <strong>do</strong>s membros <strong>de</strong> Assembleia <strong>de</strong> voto.<br />
5.2 Exercício <strong>de</strong> cargos<br />
Este item contempla a avaliação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente no âmbito <strong>do</strong> exercício <strong>de</strong> cargos<br />
previstos no Regime <strong>de</strong> Criação, Autonomia e Gestão das Unida<strong>de</strong>s Orgânicas <strong>do</strong><br />
Sistema Educativo Regional, aprova<strong>do</strong> pelo Decreto Legislativo Regional n.º<br />
12/2005/A, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Junho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto Legislativo<br />
Regional n.º 35/2006/A, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> Setembro e pelo Decreto Legislativo Regional n.º<br />
17/2010/A, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Abril.<br />
O <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho intermédio, e a pontuação que lhe está associada, aplicase<br />
nas seguintes situações:<br />
<strong>Docente</strong> não eleito ou escolhi<strong>do</strong> para o exercício <strong>de</strong> qualquer cargo.<br />
<strong>Docente</strong> que tenha, justificadamente, recusa<strong>do</strong> o exercício <strong>de</strong> cargo(s).<br />
<strong>Docente</strong> que exerceu, nos termos da legislação em vigor, o(s) cargo(s) para o(s)<br />
qual/quais foi eleito.<br />
A pontuação máxima será atribuída ao <strong>do</strong>cente que, no exercício <strong>do</strong> cargo,<br />
implemente propostas inova<strong>do</strong>ras, que sejam um contributo para a eficácia <strong>do</strong> órgão<br />
que coor<strong>de</strong>na e que motive a equipa <strong>de</strong> trabalho.<br />
6. Desenvolvimento <strong>do</strong> Ensino e da Aprendizagem:<br />
6.1 Competências <strong>de</strong> leccionação - Parte C/D/E<br />
Neste espaço, os <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>s e avalia<strong>do</strong>res/observa<strong>do</strong>res inscrevem a<br />
pontuação correspon<strong>de</strong>nte aos resulta<strong>do</strong>s das observações <strong>de</strong> aula realizadas. Essa<br />
pontuação regista-se numa escala <strong>de</strong> 0 a 20 e obtém-se fazen<strong>do</strong> a média <strong>do</strong>s totais das<br />
várias observações, multiplicada pelo factor 0,1 e arre<strong>do</strong>ndada às décimas.<br />
21
Os <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> 3.º ao 8.º escalão que não estejam abrangi<strong>do</strong>s pelo disposto no<br />
número 9 <strong>do</strong> artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA, isto é, que não tenham aulas observadas para<br />
efeitos <strong>de</strong> acesso à menção <strong>de</strong> Muito Bom ou Excelente, ou os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s<br />
nos 3.º, 4.º e 5.º escalões para quem a observação <strong>de</strong> aulas, ten<strong>do</strong> carácter<br />
obrigatório, não releva para efeitos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho, não preenchem este<br />
campo.<br />
7. Participação na Escola e Relação com a Comunida<strong>de</strong> Escolar:<br />
7.1 Participação nas activida<strong>de</strong>s da comunida<strong>de</strong> escolar e apreciação <strong>do</strong> trabalho<br />
colaborativo.<br />
Este item refere-se ao trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por equipas <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes e contempla<br />
áreas tão diversificadas quanto, por exemplo, o processo <strong>de</strong> auto-avaliação das<br />
escolas, através da equipa QUALIS, o processo <strong>de</strong> matrículas <strong>de</strong> alunos, a constituição <strong>de</strong><br />
turmas, a inventariação <strong>de</strong> material, a produção <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos orienta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />
ín<strong>do</strong>le curricular, os grupos <strong>de</strong> reflexão sobre temáticas <strong>de</strong> interesse para a<br />
comunida<strong>de</strong> educativa, entre outros.<br />
Para se enquadrar no <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho associa<strong>do</strong> à pontuação mais alta, o<br />
<strong>do</strong>cente terá que ver formalmente reconhecida pela escola, através <strong>do</strong>s seus órgãos, a<br />
qualida<strong>de</strong> e relevância <strong>do</strong> seu trabalho, num ou mais <strong>de</strong>sses grupos <strong>de</strong> trabalho.<br />
7.2 Relação com os pais e encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> educação <strong>do</strong>s alunos a cargo<br />
Este item reporta-se à totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s alunos a cargo e respectivos encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
educação e não se confina à situação <strong>de</strong> direcção <strong>de</strong> turma.<br />
O <strong>do</strong>cente será avalia<strong>do</strong> através <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor intermédio quan<strong>do</strong>, no cumprimento <strong>do</strong><br />
seu <strong>de</strong>ver, informar os encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> educação ou outras entida<strong>de</strong>s,<br />
nomeadamente o director <strong>de</strong> turma, <strong>de</strong> quaisquer situações que <strong>de</strong>terminem a sua<br />
intervenção.<br />
Quan<strong>do</strong>, para além das informações prestadas, o <strong>do</strong>cente estabelecer um tipo <strong>de</strong><br />
relacionamento que, por via da eficácia das suas estratégias, escola e família se<br />
orientem por finalida<strong>de</strong>s e objectivos comuns, o seu <strong>de</strong>sempenho será traduzi<strong>do</strong> pelo<br />
terceiro <strong>de</strong>scritor, associa<strong>do</strong> à pontuação mais elevada. Este quadro <strong>de</strong><br />
relacionamento exige uma caracterização aprofundada das turmas, das respectivas<br />
famílias e o estabelecimento <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> melhoria, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> áreas <strong>de</strong><br />
intervenção, acções a <strong>de</strong>senvolver e resulta<strong>do</strong>s a atingir.<br />
7.3 Dinamização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio aos alunos<br />
Este item respeita a to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>centes e concretiza-se <strong>de</strong>ntro e fora <strong>do</strong> espaço formal<br />
<strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula. Na sala <strong>de</strong> aula, as medidas <strong>de</strong> apoio traduzem-se em actuações <strong>de</strong><br />
22
diferenciação curricular, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a que o <strong>do</strong>cente dê resposta às necessida<strong>de</strong>s<br />
específicas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os alunos a cargo.<br />
Fora <strong>do</strong> espaço da sala <strong>de</strong> aula, a legislação prevê um conjunto <strong>de</strong> iniciativas das quais<br />
<strong>de</strong>stacamos: as sessões <strong>de</strong> apoio suplementar, as aulas <strong>de</strong> substituição, as salas <strong>de</strong><br />
estu<strong>do</strong> e encaminhamento disciplinar, os clubes temáticos, as oficinas, a leitura<br />
orientada, a pesquisa bibliográfica, a tutoria.<br />
Cada unida<strong>de</strong> orgânica terá <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> o seu projecto <strong>de</strong> apoio educativo que enquadra<br />
estas práticas e torna possível a sua maior eficácia.<br />
A pontuação máxima nesta área <strong>de</strong> actuação <strong>do</strong>cente, <strong>de</strong>corre da implementação <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> apoio aos alunos, <strong>de</strong>ntro ou fora <strong>do</strong> contexto da sala <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong> forma<br />
sistemática, estrategicamente planificada, com recurso a meto<strong>do</strong>logias inova<strong>do</strong>ras,<br />
que produzam resulta<strong>do</strong>s dura<strong>do</strong>uros e melhorias na qualida<strong>de</strong> das aprendizagens<br />
realizadas pelos alunos.<br />
8. Desenvolvimento Profissional:<br />
8.1 Acções <strong>de</strong> formação contínua frequentadas ou dinamizadas<br />
Este é o item em que se consi<strong>de</strong>ram as acções <strong>de</strong> formação contínua, com avaliação<br />
individual, frequentadas ou dinamizadas pelo <strong>do</strong>cente. Para efeitos <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />
avaliação, estas acções po<strong>de</strong>m ser na área específica <strong>de</strong> <strong>do</strong>cência ou centradas na<br />
escola e nos contextos profissionais <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong> professor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se encontrem<br />
creditadas nos termos legais e regulamentares aplicáveis.<br />
Note-se que, para efeitos <strong>de</strong> progressão na carreira <strong>do</strong>cente, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> duração<br />
<strong>do</strong> escalão o <strong>do</strong>cente <strong>de</strong>ve obter um número <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crédito igual ao número<br />
<strong>de</strong> anos <strong>de</strong> permanência no escalão, sen<strong>do</strong> 50% <strong>de</strong>ssa formação na área científica e<br />
nas didácticas específicas correspon<strong>de</strong>ntes às disciplinas que o <strong>do</strong>cente lecciona. Para<br />
efeitos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho é exigida a participação, com aproveitamento, em<br />
cada perío<strong>do</strong> avaliativo, em acções <strong>de</strong> formação contínua, não sen<strong>do</strong> relevante, para<br />
estes efeitos, a área <strong>de</strong> formação.<br />
O <strong>de</strong>scritor intermédio enquadra as situações em que o <strong>do</strong>cente participou, com<br />
aproveitamento, em acções <strong>de</strong> formação contínua e as situações em que, por motivos<br />
justifica<strong>do</strong>s, o <strong>do</strong>cente não as frequentou.<br />
O terceiro <strong>de</strong>scritor, associa<strong>do</strong> à pontuação máxima <strong>do</strong> item, <strong>de</strong>fine as situações em<br />
que o <strong>do</strong>cente foi forma<strong>do</strong>r em acções <strong>de</strong> formação contínua, nos termos <strong>do</strong> ECDRAA,<br />
e as situações em que o <strong>do</strong>cente, enquanto forman<strong>do</strong>, obteve classificação máxima no<br />
processo <strong>de</strong> avaliação individual da acção.<br />
2.8. Quais são os itens que se constituem como objecto <strong>de</strong> avaliação na parte C <strong>do</strong><br />
formulário <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
23
A terceira parte <strong>do</strong> formulário é uma ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas (parte C),<br />
existin<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo específico para a educação especial (parte D) e um mo<strong>de</strong>lo para<br />
o ensino artístico (parte E). Esta ficha focaliza-se nas competências <strong>de</strong> leccionação e é<br />
preenchida pelo observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r. A classificação faz-se por referência aos<br />
indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cada competência em análise, haven<strong>do</strong> uma escala com três<br />
pontuações fixas por competência. Os indica<strong>do</strong>res são os comportamentos, verifica<strong>do</strong>s<br />
por observação ou análise <strong>do</strong>cumental, que <strong>de</strong>finem o senti<strong>do</strong> da competência a que<br />
estão associa<strong>do</strong>s.<br />
A escala a utilizar é uma escala holística com três níveis. As escalas holísticas, por<br />
oposição às escalas analíticas, expressam uma apreciação global da competência <strong>do</strong><br />
avalia<strong>do</strong> num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio. São escalas a<strong>de</strong>quadas à tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões,<br />
<strong>de</strong>stinam-se a tornar o processo classificativo rápi<strong>do</strong> e flexível e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>do</strong> uso <strong>de</strong><br />
quantifica<strong>do</strong>res (Sari, 07). A cada apreciação da escala correspon<strong>de</strong> uma pontuação<br />
fixa <strong>de</strong> 0, 28 ou 40 pontos.<br />
A apreciação que correspon<strong>de</strong> à pontuação mais baixa, 0, é aplicada quan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cente<br />
não <strong>de</strong>monstra <strong>do</strong>minar os aspectos fundamentais da competência ou o faz <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />
inconsistente.<br />
A apreciação que correspon<strong>de</strong> à pontuação mais alta, 40, é aplicada quan<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cente<br />
correspon<strong>de</strong>, sem excepção, a to<strong>do</strong>s os indica<strong>do</strong>res da competência em análise e<br />
apresenta práticas inova<strong>do</strong>ras, ainda que não o faça sistematicamente.<br />
Por cada aula observada é preenchida uma ficha <strong>de</strong> registo. Note-se que, na situação<br />
<strong>de</strong> <strong>do</strong>is observa<strong>do</strong>res, resultará o preenchimento <strong>de</strong> uma só ficha.<br />
A média <strong>do</strong>s totais das várias observações é multiplicada pelo factor 0,1 e arre<strong>do</strong>ndada<br />
às décimas, sen<strong>do</strong> registada no item 6.1. da Parte B <strong>do</strong> formulário.<br />
Competências <strong>de</strong> Leccionação:<br />
1. Conhecimentos científicos e didácticos<br />
A primeira competência <strong>de</strong> leccionação em análise diz respeito ao saber científico e<br />
didáctico <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>. Estão em apreciação quatro indica<strong>do</strong>res relativos ao<br />
conhecimento <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s, à clareza das explicações <strong>de</strong>sses conteú<strong>do</strong>s, ao uso e<br />
promoção da língua portuguesa ou estrangeira a que correspon<strong>de</strong> o exercício lectivo e<br />
à promoção <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias que favoreçam o raciocínio e o pensamento articula<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s alunos, a sua integração, motivação e gosto pela escola e pelo saber e um<br />
relacionamento intra e interpessoal positivo.<br />
2. Promoção da aprendizagem<br />
A segunda competência <strong>de</strong> leccionação em análise focaliza-se na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o<br />
<strong>do</strong>cente promover, nos seus alunos, a aprendizagem. Há quatro indica<strong>do</strong>res que<br />
<strong>de</strong>finem esta competência: a utilização <strong>de</strong> estratégias promotoras da aprendizagem<br />
<strong>do</strong>s alunos, a sistematização <strong>de</strong> procedimentos e o comprometimento <strong>do</strong>s alunos em<br />
24
experiências <strong>de</strong> aprendizagem diversificadas, a criação <strong>de</strong> um clima <strong>de</strong> aula facilita<strong>do</strong>r<br />
da aprendizagem e a promoção da iniciativa e da reflexão crítica nos alunos. Caberá ao<br />
observa<strong>do</strong>r verificar até que ponto estas práticas promotoras da aprendizagem foram<br />
apropriadas pelos alunos e se tornaram rituais <strong>de</strong> funcionamento da turma.<br />
3. Gestão da aula<br />
A terceira competência <strong>de</strong> leccionação a avaliar compreen<strong>de</strong> três indica<strong>do</strong>res e diz<br />
respeito à clareza <strong>do</strong> discurso instrucional <strong>do</strong> professor, isto é o mo<strong>do</strong> como ele dá<br />
instruções aos alunos acerca das tarefas <strong>de</strong> aprendizagem a realizar. Estão ainda em<br />
apreciação a varieda<strong>de</strong> e a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong>s recursos didácticos usa<strong>do</strong>s e a uma correcta<br />
gestão <strong>do</strong> tempo que assegure que os objectivos da aula são cumpri<strong>do</strong>s. Distinguimos<br />
aqui objectivos <strong>de</strong> aula e sequência <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, já o <strong>do</strong>cente po<strong>de</strong>rá alterar a<br />
sequência <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, ou até mesmo não apresentar alguma <strong>de</strong>las, sem que, com<br />
essa opção, comprometa os objectivos <strong>de</strong> aprendizagem fixa<strong>do</strong>s para a aula. Trata-se<br />
<strong>de</strong> gerir o tempo em função <strong>de</strong> objectivos e metas <strong>de</strong> aprendizagem e não tanto por<br />
referência ao número <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s.<br />
4. Planificação<br />
A quarta competência <strong>de</strong> leccionação inclui três indica<strong>do</strong>res para análise e diz respeito<br />
à planificação da aula. Deverá verificar-se se o <strong>do</strong>cente planifica respeitan<strong>do</strong> os<br />
<strong>do</strong>cumentos orienta<strong>do</strong>res da acção educativa, nomeadamente os planos fixa<strong>do</strong>s para<br />
os alunos, o projecto curricular <strong>de</strong> turma e <strong>de</strong> escola, as orientações programáticas e<br />
curriculares nacionais e regionais. Deve ainda verificar-se se as situações <strong>de</strong><br />
aprendizagem propostas se articulam com o trabalho realiza<strong>do</strong> anteriormente e se a<br />
planificação se a<strong>de</strong>qua ao perfil <strong>de</strong> competências <strong>do</strong>s alunos. Avalia-se a flexibilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>cente em termos da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformulação e a<strong>de</strong>quação da aula aos<br />
ritmos <strong>de</strong> aprendizagem <strong>do</strong>s alunos.<br />
Caso a calendarização da aula observada não seja <strong>do</strong> conhecimento <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente, não<br />
ten<strong>do</strong> ocorri<strong>do</strong> o encontro pré-observação e a entrega da planificação, alguns <strong>de</strong>stes<br />
aspectos terão que ser equaciona<strong>do</strong>s numa fase posterior à observação realizada, em<br />
presença da planificação da aula.<br />
5. <strong>Avaliação</strong><br />
A quinta e última competência <strong>de</strong> leccionação em análise inclui três indica<strong>do</strong>res<br />
respeitantes aos procedimentos <strong>de</strong> avaliação das aprendizagens <strong>do</strong>s alunos. Deverá<br />
ser apreciada a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente para diagnosticar dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem<br />
nos seus alunos e apresentar estratégias <strong>de</strong> superação. Deverá também ser<br />
equacionada a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> práticas avaliativas e a sua a<strong>de</strong>quação à turma. Note-se<br />
que estas práticas não terão necessariamente que se traduzir na aplicação <strong>de</strong> um<br />
instrumento <strong>de</strong> avaliação com um suporte físico ou digital. O último indica<strong>do</strong>r remete<br />
para a integração da auto-avaliação e/ou hetero-avaliação como estratégias<br />
regula<strong>do</strong>ras da aprendizagem <strong>do</strong>s alunos. Trata-se <strong>de</strong> verificar se, e em que medida, o<br />
25
<strong>do</strong>cente varia e a<strong>de</strong>qua os mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> evidências <strong>de</strong> aprendizagem <strong>do</strong>s<br />
alunos, usan<strong>do</strong> a avaliação como processo regula<strong>do</strong>r da construção <strong>de</strong> saberes.<br />
2.9. Como se apresentam os resulta<strong>do</strong>s da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
No formulário, nos campos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à auto-avaliação e à hetero-avaliação serão<br />
regista<strong>do</strong>s os somatórios das partes A, B e A mais B. Depois, o total será multiplica<strong>do</strong><br />
pelo factor 0,05 e arre<strong>do</strong>nda<strong>do</strong> às décimas, nos termos <strong>do</strong> artigo 76.º, n.º1, <strong>do</strong><br />
ECDRAA.<br />
Os <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> 3.º ao 8.º escalão que não estejam abrangi<strong>do</strong>s pelo disposto no<br />
número 9 <strong>do</strong> artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA, isto é, que não tenham aulas observadas para<br />
efeitos <strong>de</strong> acesso à menção <strong>de</strong> Muito Bom ou Excelente, ou os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s<br />
nos 3.º, 4.º e 5.º escalões para quem a observação <strong>de</strong> aulas, ten<strong>do</strong> carácter<br />
obrigatório, não releva para efeitos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho, multiplicam o valor<br />
obti<strong>do</strong> na etapa anterior por 10/9.<br />
A menção a atribuir é assinalada na quadrícula correspon<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />
classificação obtida.<br />
Note-se que <strong>de</strong>verá ter-se em consi<strong>de</strong>ração o estipula<strong>do</strong> no artigo 76.º, número 1, e<br />
no artigo 72.º, números 10 e 11 <strong>do</strong> ECDRAA. Assim, no caso <strong>de</strong> o <strong>do</strong>cente não ter<br />
solicita<strong>do</strong> a observação <strong>de</strong> aulas para efeitos <strong>de</strong> acesso à menção <strong>de</strong> Muito Bom ou<br />
Excelente, a classificação obtida, ainda que seja superior a 7,9 valores, não<br />
correspon<strong>de</strong>rá à menção respectiva mas à menção Bom.<br />
26
SECÇÃO 3<br />
A Observação <strong>de</strong> Aulas<br />
No processo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas importa clarificar a noção <strong>de</strong> aula. Assim, <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com o número 6, <strong>do</strong> artigo 118.º <strong>do</strong> ECDRAA, cada aula po<strong>de</strong> ser constituída<br />
por um tempo lectivo <strong>de</strong> duração não inferior a 45 minutos ou por <strong>do</strong>is tempos que,<br />
no seu conjunto, não ultrapassem 110 minutos.<br />
A observação <strong>de</strong> duas aulas implica sempre <strong>do</strong>is momentos distintos, em dias<br />
diferentes, cf. número 4, artigo 72.º ECDRAA.<br />
Apenas os <strong>do</strong>centes que leccionam sempre em par pedagógico ou co-<strong>do</strong>cência serão<br />
observa<strong>do</strong>s neste regime. Nesta situação, aconselham-se <strong>do</strong>is observa<strong>do</strong>res para, em<br />
simultâneo, cada um observar um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes. Caso haja um par pedagógico<br />
constituí<strong>do</strong> por coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r e <strong>do</strong>cente, o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r será observa<strong>do</strong> pelo membro<br />
<strong>do</strong> conselho executivo, sen<strong>do</strong> a observação <strong>do</strong> outro professor <strong>de</strong>legada.<br />
3.1. Quan<strong>do</strong> ocorre a observação <strong>de</strong> aulas?<br />
A observação <strong>de</strong> aulas ocorre <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com um calendário fixa<strong>do</strong> pelo conselho<br />
executivo.<br />
Compete à comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação e ao conselho executivo <strong>de</strong>cidir da<br />
divulgação <strong>de</strong>sse calendário, sen<strong>do</strong> que essa divulgação po<strong>de</strong> ser um contributo para a<br />
construção <strong>de</strong> um diálogo colegial entre <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>res e avalia<strong>do</strong>s e para<br />
assegurar a lógica formativa <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação, permitin<strong>do</strong> a realização <strong>de</strong><br />
encontros pré-observação.<br />
3.2. Quantas vezes são os <strong>do</strong>centes observa<strong>do</strong>s em contexto <strong>de</strong> aula?<br />
Os <strong>do</strong>centes serão observa<strong>do</strong>s em contexto formal <strong>de</strong> aula pelo menos duas vezes por<br />
perío<strong>do</strong> avaliativo. Por solicitação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente, dirigida ao conselho executivo, a<br />
observação <strong>de</strong> aulas po<strong>de</strong> ser alargada a um máximo <strong>de</strong> quatro aulas.<br />
3.3. Quais os <strong>do</strong>centes que terão aulas observadas?<br />
Para os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 1.º e no 2.º escalão, a observação <strong>de</strong> aulas tem<br />
carácter obrigatório e releva para efeitos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
Para os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 3.º, 4.º e no 5.º escalão, a observação <strong>de</strong> aulas tem,<br />
igualmente, carácter obrigatório, mas não releva para efeitos <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho.<br />
Para os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 6.º, 7.º e no 8.º escalão, a observação <strong>de</strong> aulas não<br />
tem carácter obrigatório.<br />
27
As diferenças entre o tipo <strong>de</strong> avaliação efectua<strong>do</strong>, no que respeita à existência <strong>de</strong><br />
observação <strong>de</strong> aulas, fundamentam-se na valorização da experiência profissional<br />
<strong>do</strong>cente e na percepção, sustentada na revisão da literatura e em diferentes mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho, <strong>de</strong> que o <strong>do</strong>cente em início <strong>de</strong> carreira <strong>de</strong>verá beneficiar<br />
<strong>de</strong> um maior acompanhamento.<br />
Os <strong>do</strong>centes integra<strong>do</strong>s no 3.º escalão e seguintes serão avalia<strong>do</strong>s sumativamente<br />
através da observação <strong>de</strong> aulas no caso <strong>de</strong>:<br />
Indício <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s no âmbito da prática pedagógica;<br />
Preten<strong>de</strong>rem obter as menções <strong>de</strong> Muito bom ou Excelente.<br />
Para a obtenção das menções <strong>de</strong> Muito bom ou Excelente, o <strong>do</strong>cente tem <strong>de</strong>,<br />
formalmente, requerer até 15 <strong>de</strong> Setembro ao conselho executivo, na pessoa <strong>do</strong> seu<br />
presi<strong>de</strong>nte, a observação <strong>de</strong> aulas. Nesta situação, por perío<strong>do</strong> avaliativo, são<br />
observadas quatro aulas consecutivas, <strong>do</strong> mesmo grupo <strong>de</strong> alunos e não há<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> requerer a observação <strong>de</strong> aulas extra.<br />
3.4. Quem <strong>de</strong>sempenha o papel <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r/observa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> aulas?<br />
Sem prejuízo <strong>de</strong> todas as aulas po<strong>de</strong>rem ser observadas por <strong>do</strong>is<br />
avalia<strong>do</strong>res/observa<strong>do</strong>res, pelo menos uma <strong>de</strong>las será observada pelo coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>partamento curricular em que o <strong>do</strong>cente se insere, ou por um membro <strong>do</strong> conselho<br />
executivo ou ainda por ambos.<br />
As restantes observações, uma ou mais, po<strong>de</strong>m ser realizadas por um <strong>do</strong>cente <strong>do</strong><br />
quadro <strong>de</strong> nomeação <strong>de</strong>finitiva com competência <strong>de</strong>legada <strong>de</strong> observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r.<br />
Quan<strong>do</strong> o conselho executivo o consi<strong>de</strong>re necessário po<strong>de</strong> haver <strong>de</strong>legação <strong>de</strong><br />
competência <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas.<br />
3.5. Como se processa a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas e em<br />
que situações ocorre?<br />
A <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas é da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
conselho executivo e <strong>de</strong>verá ser publicitada nos termos legais previstos.<br />
De acor<strong>do</strong> com o artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA, a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> observação<br />
<strong>de</strong> aulas ocorre nos casos em que nenhum <strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>res/observa<strong>do</strong>res pertença ao<br />
mesmo grupo <strong>de</strong> <strong>do</strong>cência <strong>do</strong> professor avalia<strong>do</strong>. O conselho executivo, relativamente<br />
aos <strong>do</strong>centes que consi<strong>de</strong>re necessário, <strong>de</strong>legará a competência <strong>de</strong> observação <strong>de</strong><br />
aulas num <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong> nomeação <strong>de</strong>finitiva. O número 5 <strong>do</strong> artigo 72.º<br />
prevê que, em caso <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, essa <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência possa recair num<br />
professor <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong> nomeação <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong> outra unida<strong>de</strong> orgânica.<br />
28
A <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas significa que apenas é <strong>de</strong>legada a<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas e o preenchimento da parte C <strong>do</strong> formulário,<br />
relativo às competências <strong>de</strong> leccionação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>.<br />
3.6. Em que situações ocorre a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r?<br />
A <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r é da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>partamento, ouvi<strong>do</strong> o conselho executivo, e <strong>de</strong>verá ser publicitada nos termos legais<br />
previstos.<br />
De acor<strong>do</strong> com número 13 <strong>do</strong> artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA, a <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong><br />
avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve ocorrer nas situações em que o número <strong>de</strong> <strong>do</strong>centes a avaliar, por<br />
perío<strong>do</strong> avaliativo, num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento, seja igual ou superior a vinte ou<br />
quan<strong>do</strong> nenhum <strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>res pertença ao grupo <strong>de</strong> recrutamento <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente<br />
avalia<strong>do</strong>. Nestas circunstâncias, <strong>de</strong>ve o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, ouvi<strong>do</strong> o<br />
conselho executivo, relativamente aos <strong>do</strong>centes que consi<strong>de</strong>re necessário, <strong>de</strong>legar as<br />
suas funções <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r num <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong> nomeação <strong>de</strong>finitiva.<br />
A <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> competência <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r significa que é <strong>de</strong>legada toda a<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação acometida ao coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento, o que<br />
inclui a apreciação da parte A <strong>do</strong> formulário <strong>de</strong> avaliação, a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
observação <strong>de</strong> aulas e o preenchimento da parte C <strong>do</strong> formulário, relativo às<br />
competências <strong>de</strong> leccionação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>.<br />
Na <strong>de</strong>signação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes a quem seja <strong>de</strong>legada a competência <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve<br />
ser dada preferência a quem <strong>de</strong>tenha formação em supervisão pedagógica, formação<br />
especializada em avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho ou currículo relevante na formação inicial<br />
<strong>de</strong> professores, cf. artigo 69.º <strong>do</strong> ECDRAA.<br />
3.7. Como perspectivar a observação <strong>de</strong> aulas no processo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente?<br />
A acção <strong>do</strong>cente materializa-se, por excelência, na sala <strong>de</strong> aula, por isso, uma<br />
abordagem rigorosa da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente terá que incluir a<br />
observação <strong>do</strong> ensino e da aprendizagem. Só assim, po<strong>de</strong>mos ajudar as escolas a<br />
<strong>de</strong>senvolverem procedimentos eficazes <strong>de</strong> auto-avaliação e a melhorar os seus níveis<br />
académicos (Mathews et al, 09).<br />
A observação <strong>de</strong> aulas integra-se no princípio <strong>do</strong> acompanhamento científico,<br />
pedagógico e didáctico <strong>do</strong>s professores, contribui para fomentar o trabalho<br />
colaborativo na activida<strong>de</strong> <strong>do</strong>cente, reforçan<strong>do</strong> a cultura <strong>de</strong> avaliação inter-pares, e<br />
crian<strong>do</strong> condições para uma melhoria <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho profissional. Cremos que é<br />
tempo <strong>de</strong>, nas nossas escolas, iniciarmos práticas formativas <strong>de</strong> auto e hetero<br />
observação, com recurso à autoscopia e a colegas observa<strong>do</strong>res ou amigos críticos.<br />
29
A fase <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas está ligada ao conceito <strong>de</strong> Supervisão que, segun<strong>do</strong> E.<br />
Stones (84), é um processo <strong>de</strong> co-construção <strong>de</strong> uma visão e inclui:<br />
Introvisão (insight) – o observa<strong>do</strong>r pergunta: o que está a acontecer?<br />
Antevisão (foresight) – o observa<strong>do</strong>r pergunta: o que po<strong>de</strong>ria acontecer?<br />
Retrovisão (hindsight) – o observa<strong>do</strong>r pergunta: o que <strong>de</strong>veria ter aconteci<strong>do</strong>?<br />
Segunda-visão (second sight) – o observa<strong>do</strong>r pergunta: como fazer acontecer?<br />
O processo <strong>de</strong> supervisão/observação <strong>de</strong> professores po<strong>de</strong> <strong>de</strong>correr ten<strong>do</strong> como pano<br />
<strong>de</strong> fun<strong>do</strong> diversos cenários que assumem contornos distintos no que diz respeito ao<br />
papel <strong>do</strong> supervisor/observa<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> professor avalia<strong>do</strong>. Os diversos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
observação po<strong>de</strong>m ser mais directivos e prescritivos ou, pelo contrário, mais<br />
colaborativos e reflexivos. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Supervisão Clínica inscreve-se na corrente <strong>de</strong><br />
cenários supervisivos <strong>de</strong> natureza reflexiva e visa o aperfeiçoamento da prática<br />
<strong>do</strong>cente com base na observação e análise das situações reais <strong>de</strong> ensino.<br />
Relativamente ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Supervisão Clínica, Alarcão (94) <strong>de</strong>screve-o como:<br />
Focaliza<strong>do</strong> na sala <strong>de</strong> aula;<br />
Sem pretensões <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> princípios técnicos ou científicos;<br />
Caracteriza<strong>do</strong> pela colaboração entre professor avalia<strong>do</strong> e supervisor.<br />
É neste cenário <strong>de</strong> construção partilhada e crescimento profissional que se <strong>de</strong>ve<br />
<strong>de</strong>senvolver o processo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas e que se sustenta o seu valor<br />
formativo.<br />
Para a criação <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong> confiança e cooperação, no processo <strong>de</strong> observação<br />
<strong>de</strong> aulas, o Conselho Científico para a <strong>Avaliação</strong> <strong>de</strong> Professores (08) recomenda:<br />
Garantir um processo <strong>de</strong> acompanhamento científico, pedagógico, didáctico e<br />
<strong>de</strong> interacção entre avalia<strong>do</strong>res e avalia<strong>do</strong>s, centra<strong>do</strong> nas práticas educativas.<br />
Reflectir sobre os processos e resulta<strong>do</strong>s gerais da observação <strong>de</strong> aulas, no que<br />
respeita a aspectos específicos <strong>de</strong> natureza científica, pedagógica ou didáctica,<br />
respeitan<strong>do</strong> o princípio da confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> e visan<strong>do</strong> a melhoria <strong>do</strong>s processos<br />
e a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> melhoria.<br />
O observa<strong>do</strong>r, segun<strong>do</strong> Alarcão & Tavares (07), tem como função promover mudanças<br />
positivas, monitorizar, recomendar, colocar <strong>de</strong>safios e <strong>de</strong>senvolver capacida<strong>de</strong>s e<br />
atitu<strong>de</strong>s com vista à excelência e qualida<strong>de</strong>. A ele compete garantir uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
abertura, disponibilida<strong>de</strong>, flexibilida<strong>de</strong> e senti<strong>do</strong> crítico.<br />
Compete ao observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r:<br />
Prestar atenção e saber escutar;<br />
Compreen<strong>de</strong>r;<br />
Encontrar respostas a<strong>de</strong>quadas;<br />
Integrar as perspectivas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>s;<br />
30
Buscar a clarificação <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s;<br />
Comunicar verbal e não verbalmente.<br />
A sua acção, obe<strong>de</strong>cen<strong>do</strong> a um mo<strong>de</strong>lo colaborativo, <strong>de</strong>ve promover:<br />
O espírito <strong>de</strong> auto-formação/<strong>de</strong>senvolvimento;<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, aprofundar e integrar os saberes inerentes ao<br />
exercício da <strong>do</strong>cência;<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolver problemas e tomar <strong>de</strong>cisões;<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experimentar e inovar numa dialéctica entre a teoria e a<br />
prática;<br />
A capacida<strong>de</strong> reflexiva;<br />
O entusiasmo e empenhamento nas tarefas;<br />
O trabalho colaborativo.<br />
Perspectivan<strong>do</strong> a observação <strong>de</strong> aulas num cenário reflexivo e colaborativo, as<br />
relações interpessoais que se estabelecem terão que ser dinâmicas, encoraja<strong>do</strong>ras e<br />
facilita<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e aprendizagem consciente e<br />
comprometi<strong>do</strong>. Assim, a actuação <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r é importante na sua<br />
dimensão analítica, referente aos processos operativos <strong>de</strong> monitorização da prática<br />
pedagógica, mas é também fundamental na sua dimensão interpessoal, relativa aos<br />
processos <strong>de</strong> interacção entre os sujeitos envolvi<strong>do</strong>s.<br />
3.8. Quais são as fases <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas?<br />
O ciclo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas prevê quatro fases:<br />
Encontro pré-observação. Este primeiro momento <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> observação, não<br />
sen<strong>do</strong> obrigatório neste mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ADD, é recomenda<strong>do</strong> pelo seu valor<br />
formativo.<br />
Observação.<br />
Análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />
Encontro pós-observação, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como encontro <strong>de</strong> reflexão no número 4 <strong>do</strong><br />
artigo 72.º <strong>do</strong> ECDRAA.<br />
3.9. O que é o encontro pré-observação e que aspectos <strong>de</strong>vem ser explora<strong>do</strong>s?<br />
O Encontro pré-observação é um momento que se caracteriza por uma atmosfera <strong>de</strong><br />
trabalho colegial, <strong>de</strong> diálogo profissional entre pares, <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> requisitos,<br />
procedimentos e expectativas inerentes ao processo <strong>de</strong> observação. É também o<br />
momento <strong>de</strong> revisão da ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas, a parte C <strong>do</strong><br />
formulário, o momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> enfoque da observação e <strong>de</strong> conhecimento <strong>do</strong><br />
contexto <strong>de</strong> observação.<br />
Neste encontro <strong>de</strong>vem ser explora<strong>do</strong>s os seguintes aspectos:<br />
Discussão <strong>do</strong> esboço/plano da aula a observar.<br />
31
I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s objectivos da aula/competências a<br />
<strong>de</strong>senvolver/aprendizagens a realizar/conteú<strong>do</strong>s a abordar.<br />
Caracterização da turma/especificida<strong>de</strong>s.<br />
Definição mínima <strong>de</strong> estratégias a implementar: tarefas a propor, formas <strong>de</strong><br />
organização <strong>do</strong> trabalho, recursos, entre outros.<br />
Indicação <strong>do</strong>s procedimentos <strong>de</strong> avaliação das aprendizagens.<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s momentos/fases da aula.<br />
Explicitação das expectativas, previsão <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s e propostas <strong>de</strong><br />
resolução.<br />
Integração da aula na sequência <strong>de</strong> trabalho.<br />
Clarificação <strong>do</strong>s itens que caracterizam as cinco competências <strong>de</strong> leccionação.<br />
Motivação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente para a observação <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> nele uma postura<br />
pró-activa e reflexiva.<br />
Preten<strong>de</strong>-se instalar no <strong>do</strong>cente uma postura pró-activa relativamente ao seu exercício<br />
profissional, levan<strong>do</strong>-o a antecipar situações problema, a evitar os obstáculos e a<br />
contornar dificulda<strong>de</strong>s.<br />
3.10. Que aspectos <strong>de</strong>vem ser respeita<strong>do</strong>s no momento da observação <strong>de</strong> aulas?<br />
A observação ocorre num contexto <strong>de</strong> instrução formal, a aula.<br />
Na perspectiva <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r é importante recordar que:<br />
É uma observação orientada ou intencional que obe<strong>de</strong>ce a um protocolo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho previamente <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e traça<strong>do</strong> na parte C <strong>do</strong> formulário. Deste<br />
mo<strong>do</strong>, o observa<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve focalizar a sua atenção no <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente,<br />
em particular nas competências <strong>de</strong> leccionação caracterizadas pela ficha <strong>de</strong><br />
registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas.<br />
É uma observação não participante e, por isso, o(s) observa<strong>do</strong>r(es) não<br />
<strong>de</strong>ve(m) interferir no <strong>de</strong>curso da aula.<br />
Na perspectiva <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> observação é fundamental respeitar que:<br />
É uma observação instrumental que se apoia num instrumento <strong>de</strong> registo,<br />
constituí<strong>do</strong> pelas cinco competências <strong>de</strong> leccionação presentes na ficha C e<br />
pelos indica<strong>do</strong>res que as caracterizam.<br />
Na perspectiva <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> observação é importante saber que:<br />
É uma observação molar que preten<strong>de</strong> captar o processo global <strong>de</strong> ensino e<br />
aprendizagem e obter a significação <strong>do</strong>s factos observa<strong>do</strong>s pelo continuum.<br />
Opõe-se a uma observação <strong>de</strong> tipo molecular, extremamente analítica e que<br />
apresenta uma visão atomística da sala <strong>de</strong> aula e <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente.<br />
32
3.11. Quais os instrumentos a usar na observação <strong>de</strong> aulas?<br />
A ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas é utilizada como o referencial obrigatório da<br />
observação e nela se assinala a pontuação fixa <strong>de</strong> cada uma das cinco competências <strong>de</strong><br />
leccionação. Esta ficha <strong>de</strong>termina a orientação da observação e os indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cada<br />
competência <strong>de</strong> leccionação são os referentes <strong>do</strong> observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r.<br />
A observação po<strong>de</strong>rá ser operacionalizada por grelhas <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong><br />
aula criadas pela Comissão Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> e aprovadas pelo Conselho<br />
Pedagógico <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> orgânica. Estes instrumentos <strong>de</strong>vem ter um carácter<br />
utilitário, permitir <strong>do</strong>cumentar a avaliação a que se reportam e anotar factores<br />
situacionais. Falamos <strong>de</strong> gra<strong>de</strong>s criteriais abertas, nas quais o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong><br />
professor é perspectiva<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma holística e integrada e não <strong>de</strong> instrumentos com<br />
maior <strong>de</strong>talhe analítico que traçam uma visão mais atomística <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>do</strong>cente (Rodrigues & Peralta, 08).<br />
Recomenda-se uma observação naturalista, em que o observa<strong>do</strong>r toma notas,<br />
<strong>de</strong>screve os episódios, os factores situacionais e contextuais. As notas <strong>de</strong>vem permitir<br />
<strong>do</strong>cumentar a avaliação que posteriormente for discutida, sen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong><br />
professor perspectiva<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma holística e integrada.<br />
A literatura sugere-nos que as práticas <strong>de</strong> observação estruturada têm evoluí<strong>do</strong> no<br />
senti<strong>do</strong> da valorização <strong>de</strong> abordagens mais <strong>de</strong>scritivas, exploratórias e explicativas,<br />
visan<strong>do</strong> a compreensão <strong>de</strong> como se ensina e como se apren<strong>de</strong>. São abordagens<br />
centradas na relação professor - aluno e não apenas no primeiro interveniente (Vieira,<br />
93).<br />
3.12. Como proce<strong>de</strong>r à análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s por observação <strong>de</strong> aulas?<br />
Para se proce<strong>de</strong>r à análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, distinguimos três fases:<br />
1. A leitura <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> registo da observação para uma<br />
apreensão sincrética <strong>do</strong> seu significa<strong>do</strong>.<br />
2. A exploração <strong>de</strong>stes registos, <strong>de</strong> forma a criar estranheza e distância<br />
relativamente à informação, procuran<strong>do</strong> maior objectivida<strong>de</strong>.<br />
3. A análise da informação.<br />
No processo <strong>de</strong> análise, é importante <strong>de</strong>finir previamente uma gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitura da<br />
informação ou proce<strong>de</strong>r ao levantamento <strong>do</strong>s campos temáticos aborda<strong>do</strong>s,<br />
orientan<strong>do</strong> a análise da informação pelas competências e indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s na<br />
ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas. Recomenda-se o respeito pelas orientações<br />
gerais sobre análise <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> (Estrela, 86), procuran<strong>do</strong> o rigor sem impedir o<br />
exercício da intuição (Rodríguez Gómez et al, 95:27).<br />
Para a análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ve assegurar-se:<br />
33
A triangulação da informação, recorren<strong>do</strong> a fontes diversificadas <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong><br />
da<strong>do</strong>s com vista a uma objectivação <strong>de</strong>scritiva da situação.<br />
O preenchimento individual por cada avalia<strong>do</strong>r da ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong><br />
observação <strong>de</strong> aulas.<br />
O confronto interavalia<strong>do</strong>res e a construção <strong>de</strong> consensos.<br />
Salienta-se que, na situação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is observa<strong>do</strong>res, cada um preenche individualmente<br />
a sua ficha <strong>de</strong> registo e, posteriormente, são discuti<strong>do</strong>s os aspectos da observação e,<br />
por consenso, é preenchida uma só ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas.<br />
Esta prática da intersubjectivida<strong>de</strong> entre analistas é uma garantia <strong>de</strong> que o avalia<strong>do</strong>r<br />
não projecta a sua forma peculiar <strong>de</strong> olhar a realida<strong>de</strong>. Um bom índice <strong>de</strong><br />
concordância entre diferentes avalia<strong>do</strong>res po<strong>de</strong> ser consegui<strong>do</strong> pela discussão<br />
extensiva <strong>do</strong>s critérios e da sua aplicação à realida<strong>de</strong>.<br />
A revisão da literatura releva a noção <strong>de</strong> que a objectivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> mais da partilha<br />
intersubjectiva <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s vários indica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> que da selecção <strong>de</strong> indica<strong>do</strong>res<br />
pre<strong>do</strong>minantemente quantitativos (Rodrigues & Peralta, 08:15).<br />
3.13. Que erros-tipo são inerentes à observação?<br />
O observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve evitar erros-tipo inerentes ao acto <strong>de</strong> supervisão<br />
(Caetano, 08, cit Coelho & Rodrigues, 08). Destacamos:<br />
1. Erro <strong>de</strong> halo<br />
2. Tendência central<br />
3. Efeito <strong>de</strong> contraste<br />
4. Erro <strong>de</strong> brandura<br />
5. Erro <strong>de</strong> severida<strong>de</strong><br />
6. Efeito <strong>de</strong> recência<br />
7. Erro fundamental da atribuição causal<br />
Erro <strong>de</strong> Halo<br />
Tendência para que a opinião global sobre o avalia<strong>do</strong> influencie a apreciação pontual<br />
em cada atributo. Deve consi<strong>de</strong>rar-se cada atributo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong>s outros,<br />
partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> princípio que o avalia<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser bom em um aspecto e menos bom em<br />
outro.<br />
Tendência central<br />
Atracção pelos pontos médios da escala, o que impossibilita a diferenciação <strong>do</strong> mérito<br />
<strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>s. Para que a ficha <strong>de</strong> registo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas seja um instrumento<br />
váli<strong>do</strong> e fiável é necessário que se i<strong>de</strong>ntifiquem claramente os aspectos positivos e os<br />
aspectos a melhorar.<br />
34
Efeito <strong>de</strong> contraste<br />
Tendência para sobrevalorizar os comportamentos que mais se i<strong>de</strong>ntificam com as<br />
concepções ou com os padrões <strong>de</strong> comportamento <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>r, por comparação com<br />
o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> outros <strong>do</strong>centes. O avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve efectuar a avaliação com base<br />
nos critérios e padrões estipula<strong>do</strong>s e não com base no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> outros<br />
<strong>do</strong>centes observa<strong>do</strong>s.<br />
Erro <strong>de</strong> brandura<br />
Com o objectivo <strong>de</strong> não <strong>de</strong>spoletar possíveis reacções adversas por parte <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>,<br />
o avalia<strong>do</strong>r ten<strong>de</strong> a sobrevalorizar os níveis reais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
Erro <strong>de</strong> severida<strong>de</strong><br />
Subvalorização <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho real <strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>s, manifestan<strong>do</strong>-se uma tendência<br />
generalizada para uma classificação abaixo <strong>do</strong> ponto médio da escala.<br />
Efeito <strong>de</strong> recência<br />
Tendência para sobrevalorizar, negativa ou positivamente, os comportamentos<br />
observa<strong>do</strong>s mais perto <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> a que se reporta a avaliação. Para evitar este<br />
tipo <strong>de</strong> erro <strong>de</strong>vem <strong>do</strong>cumentar-se as apreciações.<br />
Erro fundamental da atribuição causal<br />
Tendência para estabelecer uma relação <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> entre o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong><br />
avalia<strong>do</strong> e factores internos a essa pessoa, ignoran<strong>do</strong>-se a influência <strong>do</strong> contexto.<br />
Na atribuição das pontuações por competência <strong>de</strong> leccionação <strong>de</strong>ve utilizar-se, com<br />
equilíbrio e justiça, toda a escala <strong>de</strong> classificação, ten<strong>do</strong> presente que os níveis<br />
extremos se aplicam a situações excepcionais. É importante garantir que o sistema <strong>de</strong><br />
avaliação seja um instrumento activo para evi<strong>de</strong>nciar o mérito e promover a melhoria.<br />
3.14. O que é o encontro pós-observação e que aspectos <strong>de</strong>vem ser explora<strong>do</strong>s?<br />
O encontro pós-observação <strong>de</strong>ve ser um momento <strong>de</strong> rigor, verda<strong>de</strong>, transparência,<br />
reflexão, construção <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s e encontro <strong>de</strong> opiniões. A importância <strong>de</strong>ste encontro<br />
reforça a dimensão formativa <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>cente e o<br />
seu contributo para o <strong>de</strong>senvolvimento profissional <strong>do</strong>s intervenientes.<br />
Embora se preveja que entre as fases <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong>corra tempo suficiente<br />
para reflexão, o encontro pós-observação entre o <strong>do</strong>cente e os<br />
observa<strong>do</strong>res/avalia<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ve ocorrer logo que possível, após a observação da aula.<br />
35
O tempo que me<strong>de</strong>ia as fases <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> observação po<strong>de</strong> ser estipula<strong>do</strong> pela<br />
comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação, por exemplo, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> um perío<strong>do</strong> limite<br />
máximo.<br />
O <strong>do</strong>cente observa<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve preparar-se para este encontro, reflectin<strong>do</strong> sobre a aula em<br />
função das competências <strong>de</strong> leccionação em análise. O <strong>do</strong>cente não po<strong>de</strong> ser um<br />
interveniente passivo e o observa<strong>do</strong>r/avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá requerer a sua participação<br />
activa através da análise, <strong>do</strong> confronto e <strong>do</strong> questionamento <strong>de</strong> concepções e práticas,<br />
numa perspectiva formativa. Deve-se procurar a reconstrução <strong>de</strong> teorias subjectivas<br />
acerca <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> ensinar e apren<strong>de</strong>r.<br />
No encontro pós-observação <strong>de</strong>ve evitar-se a pessoalização excessiva <strong>do</strong>s comentários<br />
críticos, a focalização excessiva no professor e a emissão <strong>de</strong> juízos <strong>de</strong> valor pouco<br />
fundamenta<strong>do</strong>s. O enfoque é no <strong>de</strong>sempenho profissional e não no <strong>do</strong>cente.<br />
Neste encontro sugere-se a exploração <strong>do</strong>s seguintes aspectos:<br />
Contextualização da observação.<br />
Discussão <strong>do</strong>s aspectos mais positivos da aula / razões explicativas.<br />
Relato <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes críticos (<strong>de</strong>scrição narrativa <strong>de</strong> situações particularmente<br />
relevantes).<br />
Discussão <strong>do</strong>s aspectos menos positivos da aula / razões explicativas.<br />
Reflexão sobre estratégias / meto<strong>do</strong>logias alternativas.<br />
I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> melhoria.<br />
Co-responsabilização <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente na sua formação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
profissional.<br />
É pertinente proce<strong>de</strong>r-se à análise <strong>do</strong> ciclo <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> aulas, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser<br />
feita a apreciação da eficácia <strong>do</strong> esquema <strong>de</strong> acompanhamento, monitorização e<br />
avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes, assim como o confronto <strong>de</strong> diferentes<br />
perspectivas e concepções relativas ao processo <strong>de</strong> ensinar, apren<strong>de</strong>r, observar e<br />
avaliar.<br />
Neste processo reflexivo haverá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reestruturar procedimentos e<br />
instrumentos, e apostar em estratégias <strong>de</strong> formação na área da avaliação <strong>do</strong>cente que<br />
possam conduzir à melhoria e à mudança.<br />
36
SECÇÃO 4<br />
Papéis e Responsabilida<strong>de</strong>s na Reunião <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong>.<br />
A reunião/entrevista é um momento <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> retorno sobre o <strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>do</strong> <strong>do</strong>cente através da análise da auto-avaliação apresentada, da comunicação da<br />
proposta <strong>de</strong> avaliação e da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> melhoria.<br />
4.1. Quem são os intervenientes na reunião <strong>de</strong> avaliação?<br />
Na reunião ou entrevista participam o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamento curricular, ou o<br />
<strong>do</strong>cente com competência <strong>de</strong>legada <strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r, o conselho executivo e o <strong>do</strong>cente<br />
avalia<strong>do</strong>.<br />
4.2. Qual o objectivo da reunião <strong>de</strong> avaliação e que estrutura <strong>de</strong>ve ter?<br />
O objectivo da reunião é analisar e avaliar o <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente, através da<br />
apresentação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> notação a atribuir em cada item.<br />
Neste âmbito, a literatura sugere-nos uma <strong>de</strong>terminada estrutura <strong>de</strong> entrevista.<br />
Sublinha-se a importância <strong>do</strong> espaço <strong>de</strong> palavra <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong> que,<br />
recomendamos, <strong>de</strong>ve surgir antes <strong>de</strong> qualquer retorno <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>r. Este<br />
procedimento compromete o <strong>do</strong>cente na sua própria avaliação, tornan<strong>do</strong>-o coresponsável<br />
neste processo.<br />
Sugestão da estrutura da entrevista (Caetano, 08, cit Coelho & Rodrigues, 08):<br />
1. Clarificar os objectivos da entrevista.<br />
2. Ouvir o avalia<strong>do</strong> na apreciação <strong>do</strong> seu <strong>de</strong>sempenho.<br />
3. Dar feedback sobre esse <strong>de</strong>sempenho, salientan<strong>do</strong> os aspectos positivos e<br />
i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> os que <strong>de</strong>vem ser melhora<strong>do</strong>s.<br />
4. Acordar propostas para os níveis <strong>de</strong> classificação.<br />
4.3. Qual o papel <strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>res na reunião <strong>de</strong> avaliação?<br />
Cabe aos avalia<strong>do</strong>res conduzir a entrevista e apresentar as respectivas apreciações.<br />
Sublinha-se a importância das competências <strong>de</strong> comunicação e negociação <strong>do</strong>s<br />
avalia<strong>do</strong>res. As apreciações <strong>de</strong>vem ser sempre numa perspectiva forma<strong>do</strong>ra, <strong>de</strong>vem<br />
restringir-se ao <strong>de</strong>sempenho profissional <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente, absten<strong>do</strong>-se o avalia<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />
emitir juízos revela<strong>do</strong>res <strong>de</strong> inferências sobre a personalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>.<br />
De novo se clarifica que, neste processo, se avaliam os <strong>de</strong>sempenhos e não as pessoas.<br />
Há alguns aspectos a consi<strong>de</strong>rar, nomeadamente:<br />
Assegurar o tempo necessário para a entrevista e não permitir<br />
interrupções.<br />
Dispor <strong>de</strong> toda a informação necessária.<br />
37
Comunicar claramente os objectivos e os resulta<strong>do</strong>s da entrevista.<br />
A<strong>do</strong>ptar uma atitu<strong>de</strong> dialogante e saber escutar.<br />
Ser construtivo relativamente a qualquer crítica.<br />
Analisar as apreciações apresentadas pelo avalia<strong>do</strong>.<br />
Estimular uma atitu<strong>de</strong> positiva no avalia<strong>do</strong>.<br />
A questão da duração da entrevista po<strong>de</strong>rá ser objecto <strong>de</strong> regulamentação por parte<br />
da comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação, através <strong>de</strong> uma directiva que estipule uma<br />
duração mínima e máxima.<br />
O feedback <strong>do</strong>s avalia<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ve:<br />
Focalizar-se nas dimensões <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho e na sua relação com os<br />
resulta<strong>do</strong>s;<br />
Sistematizar os aspectos positivos e as áreas <strong>de</strong> melhoria;<br />
Ser o mais <strong>de</strong>scritivo possível;<br />
Consubstanciar as apreciações em evidências.<br />
O que não <strong>de</strong>ve ser feito:<br />
Realizar a entrevista sem o formulário <strong>de</strong> avaliação preenchi<strong>do</strong>.<br />
Dirigir a entrevista numa posição superior não permitin<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong><br />
avalia<strong>do</strong>.<br />
Assinalar só os aspectos negativos.<br />
Ignorar assuntos complica<strong>do</strong>s ou problemas graves.<br />
Criar falsas expectativas.<br />
4.4. Qual o papel <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> na reunião <strong>de</strong> avaliação?<br />
A preparação <strong>de</strong>ste encontro, por parte <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>, irá <strong>de</strong>terminar o valor<br />
formativo <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> maximizar este potencial formativo ou,<br />
pelo contrário, torná-lo menos rico <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> crescimento profissional <strong>do</strong><br />
professor.<br />
Nesta perspectiva <strong>de</strong> co-avaliação, compete ao <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>:<br />
Apreciar o seu <strong>de</strong>sempenho, ten<strong>do</strong> em conta as dimensões em análise.<br />
Salientar os aspectos positivos.<br />
I<strong>de</strong>ntificar as áreas <strong>de</strong> melhoria.<br />
Basear a sua auto-avaliação centran<strong>do</strong>-se no seu <strong>de</strong>sempenho e não em<br />
expectativas futuras.<br />
Não estabelecer comparações com os seus pares.<br />
Evitar apreciações que não sejam passíveis <strong>de</strong> ser ilustradas com evidências.<br />
O <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong> po<strong>de</strong>, se assim o enten<strong>de</strong>r, registar a sua posição relativamente à sua<br />
avaliação em <strong>de</strong>claração escrita a apensar ao formulário <strong>de</strong> avaliação.<br />
38
SECÇÃO 5<br />
O Circuito <strong>do</strong>s Documentos <strong>de</strong> <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong><br />
A comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho, CCA (cf. 1.2.), recebe toda a<br />
<strong>do</strong>cumentação referente à avaliação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes da sua unida<strong>de</strong> orgânica, analisa-a e<br />
<strong>de</strong>volve-a ao conselho executivo, acompanhada das <strong>de</strong>liberações que, sobre essa<br />
<strong>do</strong>cumentação, entenda tomar.<br />
5.1. Qual a composição da comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação?<br />
Em cada unida<strong>de</strong> orgânica <strong>do</strong> sistema educativo funciona uma CCA composta por um<br />
presi<strong>de</strong>nte, obrigatoriamente o <strong>do</strong>cente que exerce as funções <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />
conselho pedagógico e quatro vogais, eleitos entre os <strong>do</strong>centes com nomeação<br />
<strong>de</strong>finitiva, com um mínimo <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> serviço. Quan<strong>do</strong> o presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Conselho<br />
Pedagógico seja membro <strong>do</strong> conselho executivo ou seu assessor, é substituí<strong>do</strong> na<br />
presidência da CCA por um <strong>do</strong>cente especificamente eleito para tal, <strong>de</strong> entre os<br />
<strong>do</strong>centes com nomeação <strong>de</strong>finitiva, com um mínimo <strong>de</strong> cinco anos <strong>de</strong> serviço.<br />
5.2. Quais são as competências da comissão coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra da avaliação?<br />
Compete à comissão:<br />
1. Garantir o rigor <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> avaliação, <strong>de</strong>signadamente através da emissão<br />
<strong>de</strong> directivas para a sua aplicação e da validação ou confirmação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />
constantes das fichas <strong>de</strong> avaliação.<br />
2. Validar as menções qualitativas <strong>de</strong> Excelente, Muito bom ou Insuficiente.<br />
3. Proce<strong>de</strong>r à avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho nos casos <strong>de</strong> impedimento ou ausência<br />
<strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>r e propor as medidas <strong>de</strong> acompanhamento e correcção <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho insuficiente.<br />
4. Atribuir a classificação final <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho.<br />
As directivas da CCA são orientações que fixam um resulta<strong>do</strong> aos seus <strong>de</strong>stinatários,<br />
permitin<strong>do</strong> que cada um escolha os meios mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s, no âmbito das suas<br />
competências. São orientações <strong>de</strong> implementação que são submetidas a parecer <strong>do</strong><br />
conselho pedagógico e ratificação <strong>do</strong> conselho executivo.<br />
Sugere-se que a comissão proceda à auscultação prévia <strong>do</strong>s <strong>de</strong>partamentos<br />
curriculares relativamente às directivas, sugere-se também que clarifique<br />
atempadamente os procedimentos e que, se assim o enten<strong>de</strong>r, proceda à construção<br />
<strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> análise <strong>do</strong>cumental, <strong>de</strong> observação <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s lectivas e não<br />
lectivas e <strong>de</strong> listas <strong>de</strong> verificação que aju<strong>de</strong>m a objectivar a avaliação. Estes<br />
procedimentos po<strong>de</strong>m contribuir para tranquilizar os professores em avaliação e<br />
credibilizar o processo.<br />
A comissão <strong>de</strong>libera por maioria e sempre na presença <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os seus membros.<br />
39
Depois <strong>de</strong> analisada toda a <strong>do</strong>cumentação referente aos <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>s, a CCA<br />
<strong>de</strong>volve ao conselho executivo os <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> avaliação, acompanha<strong>do</strong>s das<br />
<strong>de</strong>liberações que sobre eles entenda tomar.<br />
Compete à CCA confirmar os processos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> Regular e Bom e validar os<br />
processos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> Insuficiente, Muito bom e Excelente.<br />
A validação das propostas <strong>de</strong> avaliação implica confirmação formal <strong>do</strong> cumprimento<br />
<strong>do</strong>s requisitos correspon<strong>de</strong>ntes e assinatura <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os membros da comissão.<br />
5.3. A quem compete atribuir a classificação/menção ao <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>?<br />
Compete à CCA a atribuição da classificação/menção ao <strong>do</strong>cente avalia<strong>do</strong>. Esta é uma<br />
competência formal já que esta atribuição correspon<strong>de</strong> ao somatório das pontuações<br />
obtidas em cada item, converti<strong>do</strong> para uma escala <strong>de</strong> 0 a 10, arre<strong>do</strong>ndada por excesso<br />
à décima mais próxima.<br />
Note-se que não compete à CCA alterar as pontuações atribuídas pelos avalia<strong>do</strong>res,<br />
po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, contu<strong>do</strong>, tomar as <strong>de</strong>cisões que entenda a<strong>de</strong>quadas, remeten<strong>do</strong>-as ao<br />
conselho executivo.<br />
5.4. Como se expressa o resulta<strong>do</strong> final da avaliação?<br />
O resulta<strong>do</strong> final da avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho traduz-se nas seguintes menções<br />
qualitativas:<br />
1. Excelente – <strong>de</strong> 9,0 a 10 valores.<br />
2. Muito bom – <strong>de</strong> 8,0 a 8,9 valores.<br />
3. Bom – <strong>de</strong> 6,5 a 7,9 valores.<br />
4. Regular – <strong>de</strong> 5,0 a 6,4 valores.<br />
5. Insuficiente – <strong>de</strong> 0,0 a 4,9 valores.<br />
5.5. Quais os requisitos para a atribuição <strong>de</strong> Excelente?<br />
A atribuição da menção <strong>de</strong> Excelente pressupõe uma fundamentação da menção pelos<br />
avalia<strong>do</strong>res e implica:<br />
Especificação <strong>do</strong>s contributos relevantes proporciona<strong>do</strong>s pelo avalia<strong>do</strong> à<br />
escola.<br />
Inclusão <strong>de</strong>sses contributos numa base <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s sobre boas práticas.<br />
Publicação no Jornal Oficial por <strong>de</strong>spacho <strong>do</strong> director regional competente em<br />
matéria <strong>de</strong> administração educativa (cf. número 4, art.º 76.º ECDRAA).<br />
A confirmação da atribuição da menção <strong>de</strong> Excelente cabe a uma comissão<br />
especializada, constituída por um <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> recrutamento <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>,<br />
indica<strong>do</strong> por este, um <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> ensino superior na área das Ciências da Educação,<br />
40
<strong>de</strong>signa<strong>do</strong> pelo director regional e uma individualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconheci<strong>do</strong> mérito na área<br />
da educação, também <strong>de</strong>signada pelo director regional.<br />
À comissão especializada cabe analisar to<strong>do</strong> o processo <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente,<br />
analisar a fundamentação apresentada pelos avalia<strong>do</strong>res e proce<strong>de</strong>r, caso o entenda, à<br />
audição <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>.<br />
5.6. A quem compete homologar as classificações <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>s?<br />
Cabe ao presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> conselho executivo proce<strong>de</strong>r à homologação das classificações<br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes avalia<strong>do</strong>s.<br />
A classificação é dada a conhecer ao professor avalia<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> assinatura<br />
presencial ou através <strong>do</strong> envio, por correio regista<strong>do</strong> com aviso <strong>de</strong> recepção, <strong>de</strong> cópia<br />
<strong>do</strong> formulário <strong>de</strong> avaliação.<br />
5.7. Há lugar a reclamação e recurso da classificação obtida?<br />
No prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias úteis, após a notificação, o <strong>do</strong>cente po<strong>de</strong> apresentar reclamação<br />
escrita da classificação obtida, em requerimento dirigi<strong>do</strong> ao presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> conselho<br />
executivo.<br />
No prazo <strong>de</strong> cinco dias úteis, após a notificação, o <strong>do</strong>cente po<strong>de</strong> apresentar recurso<br />
hierárquico, com efeito suspensivo, dirigin<strong>do</strong>-se ao director regional competente na<br />
matéria.<br />
5.8. Quais as garantias <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> avaliação?<br />
O processo <strong>de</strong> avaliação tem carácter confi<strong>de</strong>ncial, fican<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os intervenientes<br />
obriga<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> sigilo.<br />
O <strong>do</strong>cente tem o direito <strong>de</strong> examinar to<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> processo, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>-lhe<br />
ser facultada cópia gratuita.<br />
O <strong>do</strong>cente a quem tenha si<strong>do</strong> atribuída menção inferior a Bom, po<strong>de</strong> requerer, no<br />
prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias, em requerimento dirigi<strong>do</strong> ao conselho executivo, uma avaliação<br />
intercalar a realizar no final <strong>de</strong>sse mesmo ano escolar ou <strong>do</strong> seguinte.<br />
A avaliação é consi<strong>de</strong>rada para progressão na carreira, concessão <strong>de</strong> prémios <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho e conversão da nomeação provisória em nomeação <strong>de</strong>finitiva no termo<br />
<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> probatório.<br />
5.9. Quais os efeitos da avaliação na carreira <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente?<br />
A atribuição da menção <strong>de</strong> Excelente durante <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s consecutivos <strong>de</strong> avaliação<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho permite a redução <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos no tempo exigi<strong>do</strong> para progressão na<br />
carreira.<br />
41
A atribuição da menção <strong>de</strong> Muito bom durante três perío<strong>do</strong>s consecutivos <strong>de</strong> avaliação<br />
<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho permite a redução <strong>de</strong> um ano no tempo exigi<strong>do</strong> para progressão na<br />
carreira.<br />
A atribuição da menção <strong>de</strong> Bom <strong>de</strong>termina que seja consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o tempo a que<br />
respeita para progressão na carreira.<br />
A atribuição da menção <strong>de</strong> Regular implica a contagem <strong>do</strong> tempo avalia<strong>do</strong> para efeitos<br />
<strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>.<br />
A atribuição da menção <strong>de</strong> Insuficiente implica a não contagem <strong>do</strong> tempo a que<br />
respeita para efeitos <strong>de</strong> progressão e é fundamento para a não renovação <strong>do</strong> contrato<br />
<strong>de</strong> trabalho, cf. artigo 78º <strong>do</strong> ECDRAA.<br />
Há ainda prémios pecuniários <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, regula<strong>do</strong>s no artigo 89.º <strong>do</strong> ECDRAA:<br />
por cada quatro perío<strong>do</strong>s avaliativos consecutivos <strong>de</strong> serviço efectivamente presta<strong>do</strong><br />
com avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> Excelente, o <strong>do</strong>cente tem direito a um prémio <strong>de</strong><br />
montante equivalente ao <strong>de</strong> quatro vezes o valor mensal da retribuição a que tenha<br />
direito.<br />
42
SECÇÃO 6<br />
Glossário – <strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>Desempenho</strong> <strong>Docente</strong><br />
Aferir Definir normas ou padrões.<br />
<strong>Avaliação</strong><br />
<strong>Avaliação</strong> criterial<br />
<strong>Avaliação</strong> <strong>de</strong><br />
competências<br />
<strong>Avaliação</strong><br />
diagnóstica<br />
<strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sempenho<br />
<strong>Avaliação</strong> externa<br />
<strong>Avaliação</strong><br />
formativa<br />
Juízo <strong>de</strong> valor. Recolha sistemática <strong>de</strong> informação com o objectivo <strong>de</strong><br />
tomar <strong>de</strong>cisões. Conjunto <strong>de</strong> processos sistemáticos que permitem<br />
revelar em que medida os avalia<strong>do</strong>s alcançam os objectivos propostos.<br />
<strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong> aluno por referência a objectivos <strong>de</strong><br />
aprendizagem. <strong>Avaliação</strong> cujo quadro <strong>de</strong> referência é constituí<strong>do</strong> por<br />
objectivos ou <strong>de</strong>sempenhos alvo.<br />
Implica observar o aluno [neste caso o professor], directa ou<br />
indirectamente, na realização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s, tão próximas quanto<br />
possível <strong>de</strong> situações autênticas (...) usan<strong>do</strong> para tal um conjunto <strong>de</strong><br />
instrumentos que permitam a recolha <strong>de</strong> evidências sobre o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento (parcial ou geral) das competências <strong>do</strong> aluno ou<br />
sobre a sua <strong>de</strong>monstração em situação (Peralta, 2002).<br />
<strong>Avaliação</strong> que, efectuada antes <strong>de</strong> uma acção <strong>de</strong> formação ou <strong>de</strong> uma<br />
sequência <strong>de</strong> aprendizagem, tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir informações<br />
que permitem orientar o apren<strong>de</strong>nte para uma área específica<br />
a<strong>de</strong>quada ao seu perfil, ou <strong>de</strong> ajustar esse perfil.<br />
Abordagem avaliativa em que as tarefas <strong>de</strong> avaliação estão<br />
intimamente relacionadas com o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> e se<br />
<strong>de</strong>senrolam num contexto autêntico. Na realização <strong>de</strong> tarefas reais o<br />
professor constrói respostas, cria produtos ou faz apresentações –<br />
evi<strong>de</strong>ncia os seus conhecimentos ou competências.<br />
Implica a utilização <strong>de</strong> técnicas e instrumentos <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong><br />
informação no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> (aula, reunião com os<br />
encarrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> educação, etc.) e a utilização <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong><br />
registo e análise apropria<strong>do</strong>s.<br />
Provas organizadas e classificadas por júris in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das escolas,<br />
à escala local, regional ou nacional.<br />
<strong>Avaliação</strong> que se <strong>de</strong>stina a <strong>de</strong>terminar os progressos realiza<strong>do</strong>s<br />
relativamente aos objectivos, em diferentes momentos <strong>de</strong> uma acção<br />
ou <strong>de</strong> um projecto. <strong>Avaliação</strong> que procura guiar o apren<strong>de</strong>nte para lhe<br />
facilitar os progressos. <strong>Avaliação</strong> centrada na gestão das<br />
aprendizagens.<br />
43
<strong>Avaliação</strong> holística Abordagem à avaliação com base numa apreciação global.<br />
<strong>Avaliação</strong><br />
normativa<br />
<strong>Avaliação</strong><br />
sumativa<br />
Avaliar<br />
Classificação<br />
Classificação<br />
analítica<br />
Competência<br />
<strong>Avaliação</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> cada apren<strong>de</strong>nte por referência ao<br />
<strong>de</strong>sempenho médio <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> que faz parte.<br />
<strong>Avaliação</strong> pela qual se faz um inventário <strong>de</strong> competências adquiridas,<br />
ou um balanço, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma sequência ou activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formação<br />
ou aprendizagem, <strong>de</strong> duração mais ou menos longa.<br />
Apreciar, julgar. Dizer o valor <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> em referência a uma<br />
exigência particular.<br />
Manifestação <strong>de</strong> uma avaliação, expressa por uma menção<br />
quantitativa ou qualitativa.<br />
Apreciação hierárquica <strong>de</strong> respostas ou <strong>de</strong>sempenhos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />
classes pre<strong>de</strong>finidas.<br />
Apreciação separada <strong>de</strong> cada componente <strong>de</strong> uma resposta ou<br />
<strong>de</strong>sempenho, com base nos respectivos <strong>de</strong>scritores.<br />
O termo adquire vários senti<strong>do</strong>s:<br />
Associa<strong>do</strong> à tradição utilitarista ou à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> comportamento<br />
observável e sinónimo <strong>de</strong> saber-fazer, opon<strong>do</strong>-se, assim, competência<br />
a conhecimento.<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> recursos cognitivos<br />
(saberes, capacida<strong>de</strong>s, informações, etc.) para resolver com<br />
pertinência e eficácia uma série <strong>de</strong> situações, não se opon<strong>do</strong>,<br />
portanto, a conhecimento.<br />
Capacida<strong>de</strong> para respon<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> forma positiva, a uma exigência, tarefa<br />
ou problema complexo, mobilizan<strong>do</strong> e combinan<strong>do</strong> recursos pessoais<br />
e <strong>de</strong> contexto.<br />
Saber em acção, em uso.<br />
O opera<strong>do</strong>r competente é aquele que é capaz <strong>de</strong> mobilizar (pôr em<br />
acção <strong>de</strong> forma eficaz) as diferentes funções <strong>de</strong> um sistema em que<br />
intervêm recursos tão diversos como operações <strong>de</strong> raciocínio,<br />
conhecimentos, activações da memória, as avaliações, capacida<strong>de</strong>s<br />
relacionais ou esquemas comportamentais. Esta alquimia permanece<br />
ainda largamente uma terra <strong>de</strong>sconhecida (Le Boterf, 1994).<br />
Um sistema <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong>clarativos (o quê), processuais<br />
(como) e condicionais (quan<strong>do</strong> e porquê), organiza<strong>do</strong>s em esquemas<br />
44
Concertação<br />
Critério<br />
Da<strong>do</strong>s<br />
Descritor<br />
<strong>Desempenho</strong><br />
Dispositivo<br />
operatórios e que permitem, no interior <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong> situações,<br />
não só a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> problemas mas também a sua resolução<br />
através <strong>de</strong> uma acção eficaz (Tardif, 1996).<br />
Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agir eficazmente num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> situação,<br />
apoiada em conhecimentos, mas sem se limitar a eles. Uma<br />
competência pressupõe a existência <strong>de</strong> recursos mobilizáveis mas não<br />
se confun<strong>de</strong> com eles (…) Ela acrescenta o valor <strong>de</strong> uso <strong>do</strong>s recursos<br />
mobilizáveis (Perrenoud, 1997).<br />
Harmonização na aplicação <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> avaliação.<br />
Formulação que serve para discriminar, para distinguir os êxitos <strong>do</strong>s<br />
fracassos ou para emitir um juízo <strong>de</strong> valor. Uma realização específica<br />
que estabelece uma ou mais formas <strong>de</strong> operacionalizar o sucesso na<br />
consecução <strong>de</strong> um objectivo ou no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um produto.<br />
Observações registadas, geralmente em forma numérica ou textual.<br />
Breve <strong>de</strong>scrição que acompanha uma banda ou escala <strong>de</strong> classificação<br />
que resume o grau <strong>de</strong> proficiência ou tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho espera<strong>do</strong>.<br />
Termo ou expressão que caracteriza um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objecto sem<br />
recorrer à quantificação; para alguns é equipara<strong>do</strong> a um indica<strong>do</strong>r<br />
qualitativo.<br />
Activida<strong>de</strong> concretamente realizada por um indivíduo, observável e<br />
susceptível <strong>de</strong> ser analisada.<br />
Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma organização ou <strong>de</strong> uma<br />
intervenção num certo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo.<br />
Duas concepções distintas, conforme se salientam os meios ou os fins.<br />
Quan<strong>do</strong> se salientam os meios, o <strong>de</strong>sempenho correspon<strong>de</strong> aos<br />
comportamentos que o indivíduo manifesta quan<strong>do</strong> realiza as tarefas<br />
que lhe competem. Quan<strong>do</strong> se salientam os fins, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />
um indivíduo resi<strong>de</strong> na contribuição que os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s seus<br />
comportamentos têm para a consecução <strong>do</strong>s objectivos da<br />
organização.<br />
Conjunto coerente e articula<strong>do</strong> <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong><br />
informações construí<strong>do</strong> em função <strong>do</strong>s objectivos <strong>de</strong> avaliação.<br />
Dupla classificação Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> classificar em que <strong>do</strong>is indivíduos, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente,<br />
avaliam um <strong>de</strong>sempenho.<br />
45
Efeito <strong>de</strong> halo<br />
Efeito <strong>de</strong> recência<br />
Correlação elevada entre os atributos que são avalia<strong>do</strong>s numa pessoa,<br />
a qual po<strong>de</strong> revelar que o avalia<strong>do</strong>r se baseou numa apreciação geral<br />
da pessoa para classificar cada um <strong>do</strong>s atributos.<br />
Verifica-se quan<strong>do</strong> o avalia<strong>do</strong>r baseia os seus julgamentos em<br />
situações ocorridas nos meses ou semanas que antece<strong>de</strong>m<br />
imediatamente o momento da avaliação, apesar <strong>de</strong> esta incidir sobre<br />
um perío<strong>do</strong> muito mais vasto.<br />
Eficácia Relação entre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e os objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s.<br />
Eficiência Relação entre os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s e os recursos envolvi<strong>do</strong>s.<br />
Equida<strong>de</strong><br />
Erro <strong>de</strong> brandura<br />
Erro <strong>de</strong> contraste<br />
Erro <strong>de</strong> severida<strong>de</strong><br />
Erro <strong>de</strong> tendência<br />
central<br />
Erro <strong>do</strong>s<br />
estereótipos<br />
Erro fundamental<br />
da atribuição<br />
causal<br />
Garantia <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s em função <strong>de</strong> situações<br />
específicas.<br />
Tendência <strong>de</strong> alguns avalia<strong>do</strong>res para classificarem os atributos ou os<br />
comportamentos <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> acima <strong>do</strong> ponto médio da escala ou,<br />
mais propriamente, para os classificarem acima <strong>do</strong> que seria requeri<strong>do</strong><br />
pelo seu <strong>de</strong>sempenho.<br />
Manifesta-se quan<strong>do</strong> o avalia<strong>do</strong>r ten<strong>de</strong> a apreciar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />
um colabora<strong>do</strong>r por comparação com o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> outro<br />
colabora<strong>do</strong>r, em vez <strong>de</strong> o fazer comparan<strong>do</strong> com os critérios e<br />
padrões estipula<strong>do</strong>s, o que po<strong>de</strong> levar, por exemplo, a consi<strong>de</strong>rar<br />
como Regular um Bom <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um colabora<strong>do</strong>r numa<br />
unida<strong>de</strong> em que pre<strong>do</strong>minam <strong>de</strong>sempenhos Excelentes.<br />
É o oposto <strong>do</strong> erro <strong>de</strong> brandura. Tendência <strong>de</strong> alguns avalia<strong>do</strong>res para<br />
classificarem os atributos ou os comportamentos <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> abaixo<br />
<strong>do</strong> ponto médio da escala ou, mais propriamente, para os<br />
classificarem abaixo <strong>do</strong> que seria requeri<strong>do</strong> pelo seu <strong>de</strong>sempenho.<br />
Exprime o pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> classificações em torno <strong>do</strong> ponto médio da<br />
escala, evitan<strong>do</strong>-se assim efectuar distinções entre os colabora<strong>do</strong>res,<br />
por receio <strong>de</strong> o fazer, por incompetência <strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>r ou por outras<br />
razões <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> contexto organizacional.<br />
Manifesta-se na avaliação quan<strong>do</strong> os julgamentos emiti<strong>do</strong>s se baseiam<br />
mais no facto <strong>de</strong> a pessoa pertencer a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s grupos <strong>do</strong> que ao<br />
seu <strong>de</strong>sempenho específico.<br />
Tendência para se atribuir as causas <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong> uma<br />
pessoa a factores disposicionais internos a essa pessoa, ignoran<strong>do</strong> a<br />
influência que os factores situacionais po<strong>de</strong>m ter ti<strong>do</strong> nesse<br />
comportamento.<br />
46
Escala<br />
Evidência Prova.<br />
Fiabilida<strong>de</strong><br />
Fonte<br />
Gestão curricular<br />
Impacto<br />
Indica<strong>do</strong>r<br />
Inovação<br />
Categorização <strong>de</strong> uma métrica. Instrumento que serve para medir<br />
competências, capacida<strong>de</strong>s, atributos ou <strong>de</strong>sempenhos <strong>de</strong> um<br />
indivíduo.<br />
Medida da consistência e estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s. Consistência <strong>de</strong><br />
medida. Grau <strong>de</strong> concordância entre classifica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> mesmo teste<br />
ou <strong>de</strong>sempenho.<br />
Pessoa, <strong>do</strong>cumento, artefacto que fornece informação acerca <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objecto.<br />
A gestão curricular envolve to<strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> processos e<br />
procedimentos através <strong>do</strong>s quais se tomam as <strong>de</strong>cisões necessárias<br />
quanto aos mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> implementação e organização <strong>de</strong> um currículo<br />
proposto, no quadro <strong>de</strong> uma instituição escolar. Incluem-se nestes<br />
processos, por exemplo, (...) o <strong>de</strong>senvolvimento das diferentes<br />
componentes curriculares, a sequência temática a a<strong>do</strong>ptar, as<br />
meto<strong>do</strong>logias a privilegiar, os projectos a <strong>de</strong>senvolver, as modalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> integração (Roldão, 1999).<br />
Efeito sustentável das intervenções ou projectos, isto é, das<br />
consequências <strong>do</strong>s mesmos junto <strong>do</strong>s seus públicos-alvo. O impacto<br />
po<strong>de</strong> ser positivo ou negativo, espera<strong>do</strong> ou não espera<strong>do</strong>.<br />
Termo que admite vários entendimentos:<br />
É uma estatística directa e válida que dá informação sobre o esta<strong>do</strong> ou<br />
as mudanças <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e natureza <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> objecto, ao<br />
longo <strong>do</strong> tempo. Opõe-se, assim, a <strong>de</strong>scritor.<br />
Expressão quantitativa ou qualitativa da realida<strong>de</strong> observada. Nesta<br />
perspectiva, indica<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>scritor são coinci<strong>de</strong>ntes.<br />
Distingue-se pelo seu elemento <strong>de</strong> planificação ou <strong>de</strong> intenção<br />
<strong>de</strong>liberada, qualquer que seja o seu objecto, constituin<strong>do</strong> uma<br />
operação completa em si mesma, cujo objectivo é fazer instalar,<br />
aceitar e utilizar <strong>de</strong>terminada mudança, que <strong>de</strong>ve perdurar, ser<br />
amplamente utilizada e não per<strong>de</strong>r as suas características iniciais<br />
(Huberman, 1973).<br />
É qualquer coisa que é novo para as pessoas que se confrontam com<br />
ela e que implica mudanças nos seus comportamentos e crenças, para<br />
que essas mudanças sejam implementadas, residin<strong>do</strong> nelas o<br />
problema-chave da implementação da inovação (Fullan, 1992).<br />
Uma acção que tem na sua origem a intenção <strong>de</strong> produzir uma<br />
47
Instrumento <strong>de</strong><br />
avaliação<br />
Li<strong>de</strong>rança<br />
Meta<br />
Monitorização<br />
Mudança<br />
mudança no interior <strong>de</strong> um contexto existente (Cros, 1996).<br />
Suporte que serve <strong>de</strong> base à recolha <strong>de</strong> informação: questionário,<br />
guião <strong>de</strong> entrevista, grelha <strong>de</strong> observação, grelha <strong>de</strong> análise <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>cumentos escritos já existentes, etc.<br />
É o papel que se <strong>de</strong>fine pela frequência com que uma pessoa<br />
influencia ou dirige o comportamento <strong>de</strong> outros membros <strong>do</strong> grupo<br />
(McDavid e Herrara, s/d).<br />
É a capacida<strong>de</strong> para promover a acção coor<strong>de</strong>nada, com vista ao<br />
alcance <strong>do</strong>s objectivos organizacionais (Gomes e colabs., 2000).<br />
É um fenómeno <strong>de</strong> influência interpessoal exercida em <strong>de</strong>terminada<br />
situação através <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> comunicação humana, com vista à<br />
comunicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s objectivos (Fachada, 1998).<br />
Processo <strong>de</strong> influência e <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> uma função grupal<br />
orientada para a consecução <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, aceites pelos membros<br />
<strong>do</strong>s grupos. Li<strong>de</strong>rar é pilotar a equipa, o grupo, a reunião, é prever,<br />
<strong>de</strong>cidir, organizar (Parreira, 2000).<br />
Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> influenciar pessoas para que se envolvam<br />
voluntariamente em tarefas para a concretização <strong>de</strong> objectivos<br />
comuns.<br />
O resulta<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> <strong>de</strong> um projecto ou intervenção/actuação; <strong>de</strong>ve<br />
ser objecto <strong>de</strong> quantificação para facilitar a sua medição por<br />
indica<strong>do</strong>res.<br />
Acto <strong>de</strong> avaliação, cuja finalida<strong>de</strong> é regular e acompanhar a acção.<br />
É muitas vezes involuntária, apresentan<strong>do</strong>-se como a evolução<br />
natural, um movimento objectivo <strong>de</strong> modificação da realida<strong>de</strong> (Cros,<br />
1996).<br />
Nível <strong>de</strong> proficiência Medida ou <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um apren<strong>de</strong>nte, com base<br />
numa escala.<br />
Objectivo Descrição <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s da acção pedagógica.<br />
Objectivo<br />
operacional<br />
Pertinência<br />
Objectivo que menciona um comportamento observável, as condições<br />
em que esse comportamento se <strong>de</strong>ve manifestar e os critérios que<br />
permitem apreciá-lo.<br />
Grau <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> uma intervenção ou projecto às necessida<strong>de</strong>s<br />
i<strong>de</strong>ntificadas; verifica a a<strong>de</strong>quação entre o projecto e as suas medidas,<br />
48
Projecto curricular<br />
Projecto curricular<br />
<strong>de</strong> turma<br />
Referencial<br />
acções e activida<strong>de</strong>s e os problemas que procura resolver.<br />
Forma particular como, em cada contexto, se reconstrói e se apropria<br />
um currículo face a uma situação real, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> opções e<br />
intencionalida<strong>de</strong>s próprias, e construin<strong>do</strong> mo<strong>do</strong>s específicos <strong>de</strong><br />
organização e gestão curricular, a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s à consecução das<br />
aprendizagens que integram o currículo, para os alunos concretos<br />
daquele contexto.<br />
É a forma particular como, em cada turma, se reconstrói e se apropria<br />
um currículo face a uma situação real (Roldão, 1999).<br />
Conjunto <strong>de</strong> referentes; produto resultante <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />
referencialização.<br />
Referencialização Processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> referentes.<br />
Referente<br />
Situação i<strong>de</strong>al, com a qual vai ser compara<strong>do</strong> o referi<strong>do</strong> (situação real);<br />
faz parte <strong>do</strong> referencial.<br />
Referi<strong>do</strong> Situação real a confrontar com o referente (situação i<strong>de</strong>al), faz parte<br />
<strong>do</strong> referencial.<br />
Resulta<strong>do</strong>s<br />
Supervisão<br />
Técnicas <strong>de</strong><br />
recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />
Valida<strong>de</strong><br />
Efeitos directos e imediatos produzi<strong>do</strong>s por uma acção, individual ou<br />
colectiva, ou por um projecto.<br />
Ambiente formativo estimula<strong>do</strong>r (conceito), que visa apoiar e regular o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento (finalida<strong>de</strong>), através <strong>de</strong> feedback, questionamento,<br />
apoio/encorajamento, sugestões/recomendações, sínteses/balanços,<br />
esclarecimentos conceptuais (estratégias). Foca-se na reflexão acerca<br />
da prática (focagem) e tem relevância.<br />
O exercício realiza<strong>do</strong> para recolher informação. Entre as técnicas mais<br />
comuns contam-se a observação, o inquérito (por entrevista ou por<br />
questionário) e a análise <strong>do</strong>cumental.<br />
Extensão em que a informação recolhida diz respeito ao que se<br />
preten<strong>de</strong> avaliar.<br />
Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um instrumento que lhe permite medir o que preten<strong>de</strong><br />
medir e que exprime o que tem por função exprimir.<br />
49
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