Baixar - Brasiliana USP

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E a longa estirpe, não me cabe a lenda;
Disse-os a fama por ventura outr'ora —
Foi-lhes gloria talvez em outros dias; •
Mas deslustra um brasão infâmia eterna
Valente embora em perpassados tempos;
Nem os roubos da heráldica aos sepulchros,
Da prosa as flores, falsos méis das rhymas
Podem manchas doirar, sagrar um crime.
E a historia mesma daquelle suicida, que inspirou ao
romancista de Esmeralda a Cigana o X o canto do Crepúsculo
:
Nem vinte annos havia — e desflorára
Tudo que amar, polluir, romper é dado;
Tudo empanára com as mãos sem brio.
Macilenta a volúpia ao rastro erguida,
Ia por elle, do bordel impuro,
Quando a sombra nos muros lhe corria.
A seiba, dia e noite, em orgias fora,
Qual cera ardente no queimar dos cirios;
Caçando o estío — o inverno recuryava
Sobre Gluck ou Mozart no braço a face:
Nem mergulhava nunca a fronte em ondas,
Que Homero o Grego e Shakspeare derramão.
Em nada cria, nem jamais sonhava :
la-lhe tédio á cabeceira morna!
Sempre zombando e árido — infecundo,
Latia a encolce de façanhas nobres,
Comprava amor — e Deos vendido houvera!
V terra, o céu azul, o mar e estrellas,
Ventos a que alma sempre velas incha,
Nada lhe á sombra susurrava ao seio,
E nem os campos, nem a mãi queria!
Ebrio emfim — enervado — em ócio frouxo
— Sem ódio! sem amor! miséria!... e sempre