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Lula, o coordenador político.pdf - Arko Advice

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<strong>Lula</strong>, o <strong>coordenador</strong> <strong>político</strong> - NuevaMayoria.com<br />

NuevaMayoría.com<br />

El portal socio<strong>político</strong> de Iberoamérica<br />

<strong>Lula</strong>, o <strong>coordenador</strong> <strong>político</strong><br />

Abr -04-05 - por Murillo de Aragão<br />

Após a derrota de Greenhalgh, a reforma ministerial abortada e a confusão da MP 232, <strong>Lula</strong> resolveu assumir a<br />

coordenação política. Afinal, cercado de incompetentes, somente ele mesmo para salvar o seu governo. Ser á que<br />

é isso mesmo?<br />

O mais triste é que – além da incompetência – predominam interesses particulares sobre os interesses do<br />

governo. João Paulo e Jos é Sarney manipularam o governo em favor de suas respectivas reeleições. José Dirceu<br />

saiu sem sair da coordenação política para ser o homem forte do governo por conta de sua disputa com Antonio<br />

Palocci.<br />

<strong>Lula</strong> deve perceber que a maioria dos integrantes do governo joga por suas agendas, por seus partidos e por<br />

suas facções. Se ele não assumir o comando e avançar na organização do esforço <strong>político</strong> da administração, o<br />

custo de sua reeleição aumentar á significativamente.<br />

Objetivamente, <strong>Lula</strong> assume a coordenação com dois objetivos: reunir 260 deputados em uma base fiel e aprovar<br />

algumas propostas importantes. Por ém, 260 deputados não são suficientes para aprovar reformas<br />

constitucionais. O presidente deve buscar mais votos, caso contrário sua agenda n ão decolará.<br />

Jos é Dirceu tem um papel relevante nas negociações políticas do governo, sem ser necessariamente a<br />

coordenação política. A coordenação é executiva. A negociação é estratégica. Dirceu deve ser o homem que<br />

costura os apoios <strong>político</strong>s para <strong>Lula</strong> junto aos partidos, formadores de opinião, grandes empresários, academia,<br />

entre outros. <strong>Lula</strong> deveria transformar Dirceu em seu "promoter" visando canalizar energia política para o<br />

governo. Infelizmente o presidente ainda não encontrou o lugar certo para Dirceu.<br />

O fantasma da 232<br />

O governo teve que recuar diante da repulsa do setor <strong>político</strong> em especial e da sociedade em geral à MP 232/04.<br />

Na sexta -feira foi editada medida provisória apenas com o reajuste da tabela do imposto de renda de pessoas<br />

físicas (MP 243/05). O "lado ruim" da falecida MP será encaminhado via projeto de lei.<br />

Se a intenção do governo com o desmembramento era não entregar à oposição a bandeira em favor do reajuste<br />

da tabela do imposto de renda, esse objetivo pode ser até atingido em parte. Agora, se o governo acha que o<br />

desmembramento facilitará a aprovação do projeto de lei, est á muito enganado.<br />

Em primeiro lugar, haverá uma resistência quase biológica ao projeto de lei. Afinal, ele é a "costela de Adão" da<br />

MP 232/04. Em segundo lugar, a resistência no Congresso e na sociedade ao aumento de tributo continua muito<br />

alto. Assim, a tramitação do projeto tende a ser igualmente tumultuada, mesmo em se tratando de regime de<br />

urgência constitucional (cada casa tem 45 dias para analisar o projeto, caso contrário ele passará a trancar a<br />

pauta).<br />

Ainda que o governo consiga aprová-lo, terá que fazer concessões. Ou seja, é muito pouco prov ável que o<br />

projeto passe pelo Congresso sem alterações.<br />

Falta de produtividade e falta de foco<br />

Página 1 de 2<br />

Estamos no mês de abril e o governo, até hoje, não conseguiu por a casa em ordem. Em entrevista na semana<br />

passada, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha disse que ninguém se entende. O vice-líder do PSB,<br />

Beto Albuquerque, afirmou que é hora de quem é governo sair da toca e agir como aliado.<br />

O governo gastou todo o mês de fevereiro e março com três assuntos: eleição na Câmara, reforma ministerial e<br />

MP 232. Teve atuação desastrosa em todas as questões. Nesse contexto, fica muito fácil para o presidente da<br />

Câmara, Severino Cavalcanti, criar dificuldades para o Palácio do Planalto. Os líderes ficam envolvidos em<br />

embaraços criados pelo pr óprio governo, e ainda têm que apagar os focos de incêndio promovidos por<br />

Cavalcanti.<br />

Umas das conseqüências, é que o governo não consegue se empenhar numa agenda clara. Nem mesmo temas<br />

considerados prioritários pelo governo estão andando na velocidade adequada.<br />

Apenas para citar um exemplo da precariedade do encaminhamento de temas enviado pelo pr óprio governo ao<br />

Congresso, na semana passada, CUT e Força sindical se uniram para vencer as resistências à proposta de<br />

reforma sindical. Um escritório para o lobby, chamado comitê pró-reforma, será instalado em Brasília para entrar<br />

http://nuevamayoria.com/ES/ANALISIS/aragao/050404.html<br />

13/09/05


<strong>Lula</strong>, o <strong>coordenador</strong> <strong>político</strong> - NuevaMayoria.com<br />

em contato, de forma individual, com cada um dos 513 deputados. Uma tarefa que teria que ser desempenhada<br />

pelo governo e pela coordena ção política está caiu nas mãos das centrais sindicais. Vale lembrar que a PEC foi<br />

encaminhada no dia 2 de mar ço e até hoje sequer foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça.<br />

O quadro, a julgar pelos eventos de abril, não deve se alterar muito. O governo deve continuar batendo cabeça e<br />

tendo que se comportar de maneira reativa aos fatos.<br />

Focos de tensão em abril<br />

Em abril, o nível de tensão política deve permanecer relativamente alto. Existe um conjunto de temas que podem<br />

contribuir para manter o clima <strong>político</strong> tumultuado. Em primeiro lugar, continua o debate sobre a MP 232 e seus efeitos<br />

(nova MP reajustando a tabela e o projeto de lei que o governo pretende encaminhar para combater elis ão fiscal).Outro<br />

tema tradicional, mas que traz desgaste para o governo, é a questão do salário mínimo. O presidente já decidiu o<br />

tamanho do aumento. O valor subir á de R$ 260 para R$ 300 a partir de primeiro de maio. Entretanto, a oposição deve<br />

fazer barulho e propor um reajuste maior.Até o final do mês, o governo também deve encaminhar ao Congresso a Lei<br />

de Diretrizes Or çamentárias. Nela, são definidos os parâmetros de elaboração do Orçamento para 2006. Precisa ser<br />

aprovada até 30 de junho, caso contrário o Congresso não poderá entrar em recesso.Isso sem falar na pressão de<br />

governadores e prefeitos por mais recursos, na repetição do chamado "abril vermelho pelo MST" e na insist ência de<br />

Severino Cavalcanti em criar problemas para o governo, entre outros.<br />

Principais propostas da Fazenda para 2005<br />

Na semana passada, em audi ência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o ministro da<br />

Fazenda, Antonio Palocci, destacou que nas próximas semanas o governo encaminhar á ao Congresso projeto<br />

sobre Reforma do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e o Cadastro Positivo (estímulo às informações<br />

positivas para efeito de maior proteção ao crédito). Existem outros projetos considerados importantes pela<br />

Fazenda. A seguir, a situação de cada um deles:<br />

Proposta Objetivo Status<br />

Dispõe sobre o<br />

parcelamento de<br />

débitos tributários<br />

devedores em<br />

recuperação judicial<br />

Agências reguladoras<br />

Reforma do Mercado de<br />

Resseguros<br />

Reforma do Sistema<br />

Brasileiro de<br />

concorrência<br />

Cadastro Positivo<br />

Normas e Padrões<br />

Contábeis<br />

Parcelar em 72 meses e 84 meses débitos de<br />

devedores juntos à Receita Federal, INSS e<br />

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. O<br />

parcelamento respalda a Lei de Falências<br />

que entra em vigor em junho.<br />

Modificar regras aplic áveis às agências<br />

reguladoras, relativamente à sua gestão,<br />

organização e mecanismos de controle<br />

social.<br />

Abertura de mercado. Regulamentação.<br />

Estabelecer regras e competência para<br />

análise dos processos de fusões e<br />

aquisições.<br />

Normatização para estimular as informações<br />

positivas na proteção e melhora do ambiente<br />

de cr édito.<br />

Altera a Lei 6.404/76, para instituir novas<br />

regras de elaboração e demonstração<br />

contábeis.<br />

COPYRIGHT 2000-2004 © Nueva Mayoria.com<br />

Todos los derechos reservados.<br />

http://nuevamayoria.com/ES/ANALISIS/aragao/050404.html<br />

Projeto de autoria do senador Fernando<br />

Bezerra (PTB-RN), aguarda parecer do relator<br />

senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) na<br />

Comissão de Assuntos Econômicos do<br />

Senado, em caráter terminativo. Aprovado na<br />

Comissão vai à Câmara.<br />

Aguardando votação do parecer favorável,<br />

com substitutivo do relator, deputado<br />

Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Depois vai à<br />

plenário e, em seguida, ao Senado.<br />

A ser enviado ao Congresso nas próximas<br />

semanas.<br />

A ser enviado ao Congresso nas próximas<br />

semanas.<br />

A ser enviado ao Congresso nas próximas<br />

semanas.<br />

Aguarda votação na Comiss ão de Finanças e<br />

Tributação da Câmara. Em seguida, vai a<br />

Comissão de Constituição, Justiça e<br />

Cidadania e, depois, ao plenário da Câmara.<br />

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13/09/05

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