Slides-Budismo - estef
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BUDISMO<br />
O <strong>Budismo</strong> nasceu na Índia, em<br />
meio ao Hinduísmo no século VI<br />
a.C. como uma reforma dentro do<br />
Hinduísmo. No século XI d.C. quase<br />
desapareceu na Índia devido<br />
aos conflitos com o Hinduísmo e<br />
com o Islã. Hoje na Índia o <strong>Budismo</strong><br />
chega apenas a 1% da população.<br />
Atualmente o <strong>Budismo</strong><br />
está arraigado na China, no Jápão,<br />
na Coréia, no Tibete, etc.
BUDA<br />
Buda viveu entre 566-486 a.C. Oriundo<br />
do Nepal (Índia). Viveu vida de luxo<br />
entre os prazeres da vida, mas cedo<br />
percebeu que a felicidade terrena é efêmera.<br />
Descobriu, também, o sofrimento.<br />
Aos 20 anos, saindo furtivamente<br />
do palácio real, se depara com<br />
um ancião, com um doente e com um<br />
cadáver. Diante disto refletiu sobre a<br />
mísera condição humana. Encontrou,<br />
também, um asceta que parecia feliz.<br />
Já com 29 anos abandonou a esposa e<br />
o filho, bem como a vida de palácio e<br />
foi viver como pobre, fazendo rigorosa<br />
ascese em contínua itinerância.
BUDA<br />
Siddhartha Gautama fez uma primeira<br />
tentativa, experimentando a ascese e<br />
quase morreu de fome ao longo do processo.<br />
Mas, depois de aceitar leite e arroz<br />
de uma menina da vila, ele mudou<br />
sua abordagem. Concluiu que as práticas<br />
ascéticas extremas, como o jejum<br />
prolongado, respiração sem pressa e a<br />
exposição à dor trouxeram poucos benefícios,<br />
espirituais<br />
Deduziu então que as práticas eram prejudiciais aos praticantes. Ele<br />
abandonou o ascetismo, concentrando-se na meditação através<br />
da qual descobriu o que hoje os budistas chamam de caminho do<br />
meio: um caminho que não passa pela luxúria e pelos prazeres sensuais,<br />
mas que também não passa pelas práticas de mortificação<br />
do corpo. Conta a lenda que por um longo período se alimentava<br />
comendo um grão de arroz por dia.
BODH GAYA<br />
Buda sentou-se debaixo de uma<br />
árvore, prometendo não sair dali<br />
até descobrir a verdade. Ali ele<br />
foi tentado por Mara (demônio)<br />
sob a forma de uma cobra Naja<br />
que queria levá-lo para o nirvana.<br />
Buda percebeu que desta forma<br />
não passaria sua mensagem<br />
para os demais SHs. Preferiu ficar<br />
surdo diante de Mara. Numa<br />
noite enluarada ele despertou do<br />
sono e foi iluminado. “Experimentou<br />
a suprema verdade como<br />
suprema alegria, e encontrou<br />
o caminho para sair do sofrimento”.<br />
Poderia haver um certo paralelo<br />
com a serpente de Gn 3,1s?
MUDANÇA DE VIDA<br />
Aos 40 anos ele fundou uma ordem<br />
monástica. No mosteiro ele<br />
se tornou Buda, (desperto, ou<br />
iluminado). Neste mosteiro elaborou<br />
sua doutrina e depois<br />
saiu em peregrinação entre os<br />
povoados para divulgar a mesma.<br />
Sua doutrina se espalhou<br />
por toda a Índia, apesar da resistência<br />
dos Hindus. Morreu<br />
aos 80 anos. Depois de sua<br />
morte surgiram outros Budas (iluminados),<br />
mas ele é o Buda<br />
por excelência.
SUA DOUTRINA<br />
Após sua morte, seus discípulos compilaram<br />
seus ensinamentos, num concílio, em Tradição<br />
Oral que era memorizada e recitada, e somente<br />
cinco séculos mais tarde resultou em alguns<br />
livros, formando assim três partes do cânon<br />
budista.
HISTÓRIA DE BUDA<br />
Seu nome era Gaudama e apelidado<br />
de Siddharta (bem sucedido).<br />
Sua biografia é confusa. Nada deixou<br />
escrito. seu legado bibliográfico<br />
foi escrito uns cinco séculos após<br />
a sua morte, o que nos faz<br />
entender que o que se diz dele é<br />
mais tradição do que história. Buda<br />
não é considerado um deus, ou<br />
sobrenatural, mas apenas um SH<br />
que encontrou o verdadeiro caminho.<br />
Buda seria fruto de diversas reencarnações, quando teria se preparado,<br />
aprendendo com outros budas. Assim, ele seria uma<br />
síntese de vidas anteriores e de muitos outros budas. Aprendeu<br />
com suas próprias experiências anteriores e dos demais mestres.<br />
Buda seria a última encarnação de um longo processo. Foi para o<br />
nirvana e não precisou mais reencarnar.
DIVISÕES NO BUDISMO<br />
Um século após a morte de Buda já<br />
começaram as divisões entre seus<br />
seguidores. Um monge convocou um<br />
Concílio para preservar os ensinamentos<br />
de Buda. Neste concílio temtou-se<br />
formar um corpo de doutrina e<br />
práticas que orientariam as comunidades<br />
budistas. Assim se formou o<br />
que hoje é o cerne do <strong>Budismo</strong>.<br />
Formaram-se 18 escolas. Destas sobrevive ainda uma, chamada<br />
Teravada dominante no sudeste da Ásia. No século III<br />
a.C até o séc. II d.C. o <strong>Budismo</strong> teve grande expansão no<br />
mundo oriental, atingindo a China, o Japão, a Coréia, etc. No<br />
Tibete se tornou forte a partir do séc. VII d.C. Hoje o<br />
<strong>Budismo</strong> do Tibete é muito conhecido devido ao Dalai Lama,<br />
que é interpretado como a 14ª reencarnação
BUDISMO<br />
O budismo pode ser dividido em<br />
dois grandes ramos: Theravada<br />
(Doutrina dos Anciões) e o<br />
Mahayana ("O Grande Veículo"). O<br />
Theravada, [...], é o mais antigo<br />
ramo do budismo. É difundido nas<br />
regiões do Sri Lanka e sudeste da<br />
Ásia. O Mahayana, é encontrado<br />
em toda a Ásia Oriental e inclui,<br />
dentro de si, as tradições e escolas<br />
Terra Pura, Zen, etc..<br />
No ramo Teravada não se imagina perdão por uma ato, já<br />
que o carma é um processo impessoal de causa e efeito. Ao<br />
mal se retribuirá com o mal; ao bem, com o bem. Já na<br />
tradição Mahayana se conhece a purificação através de exercícios<br />
de piedade como pela récita de textos sagrados e<br />
de mantras.
REENCARNAÇÃO<br />
O <strong>Budismo</strong> conhece uma sequência<br />
de reencarnações,<br />
que são entendidas como<br />
rotação de uma vida para a<br />
outra. Entende-se que o SH<br />
nasce, envelhece, morre e<br />
renasce em outro corpo e<br />
repete o mesmo ciclo.<br />
O renascimento pode se dar sob a forma humana, divina, animal<br />
ou de identidade; ou se pode também renascer para<br />
ser punido no inferno. A natureza da reencarnação depende<br />
do carma, ou lei moral de retribuição. Quanto maior o mérito<br />
acumulado ao longo da vida, mais alto é o patamar do<br />
renascimento, e o inverso se aplica àqueles que acumularam<br />
mais pecados que méritos.
NADA É DEFINITIVO<br />
Antes de reencarnar os maus ficam<br />
em um inferno, onde se purificam.<br />
Os que mais são punidos são os<br />
parricidas e aqueles que mataram<br />
seus mestres. Tanto os que ardem<br />
nos infernos como aqueles que já<br />
chegaram ao nirvana podem mudar<br />
sua sorte. Nenhum estado é definitivo.<br />
Só pessoas muito puras podem renascer diretamente nos céus,<br />
sem a necessidade de retornar a outras reencarnações. Para isto,<br />
os budistas se esmeram na meditação. O próprio Buda é<br />
entendido como um SH que chegou ao Nirvana e nunca mais<br />
precisa reencarnar<br />
Alguns Budas deixaram poder em seus nomes. Por exemplo,<br />
quem ao morrer, pronunciar seu nome, renasceria na Terra Pura.
ESCRITOS BUDISTAS<br />
Buda não considera seu ensino como<br />
doutrina revelada, mas antes, como resultado<br />
lógico de sua iluminação. Ele<br />
não tem a pretensão de ensinar verdades<br />
absolutas, ele apenas quer ensinar<br />
o melhor caminho, nunca negando que<br />
outros caminhos possam existir. Uma<br />
vez que o SH tenha chegado ao nirvana,<br />
não precisa mais da doutrina.<br />
Seus ensinamentos são ofertas, não mandamentos. Revelação<br />
seria, então, a luz que ilumina Buda e seus grandes cooperadores,<br />
mestres que realçaram os ensinamentos de Buda. Ele nada escreveu.<br />
Seus discípulos compilaram seus ensinamentos, depois de<br />
sua morte. Mas ao longo de 45 anos de missão, anunciou 84.000<br />
instruções de seu caminho de salvação.
TRADIÇÃO ORAL<br />
Tudo era Tradição Oral, só 500 anos mais<br />
tarde se escreve os ensinamentos de Buda.<br />
Antes de serem livros, seus ensinamentos<br />
eram recitação oral pelos monges. O primeiro<br />
escrito vem do Pali: Cânon Páli (três<br />
cestos). Existem ainda fragmentos de assembleias<br />
de outras escolas antigas, sobretudo<br />
chinesas, bem como o Cânon Tibetano<br />
(108 volumes).<br />
Textos budistas são frequentemente recitados<br />
e copiados como ato de devoção, e é comum,<br />
especialmente na tradição mahayana,<br />
colocar textos em altares como objetos de<br />
adoração, junto com imagens de Buda, ou<br />
no lugar delas”.
DOUTRINA DE BUDA<br />
Buda não se apresenta como um Deus, nem sequer<br />
um enviado de Deus. Os fiéis fazem oferendas<br />
para as imagens de Buda. Isto, no entanto,<br />
não significa adoração. Antes, quer significar<br />
comunhão com os méritos de Buda. Na<br />
realidade, o <strong>Budismo</strong> não se entende apenas como<br />
uma religião, mas também como filosofia e ética<br />
que busca trazer o equilíbrio e superar o<br />
sofrimento.<br />
Para o <strong>Budismo</strong> os deuses não desempenham nenhum papel. Os<br />
deuses são seres que estão no topo dos ciclos das reencarnações.<br />
Buda deu pouco valor aos deuses. “ocupar-se com deuses<br />
e forças sobrenaturais apenas iria afastar do objetivo, que é<br />
iluminação”. Os deuses, segundo Buda, nada têm a ver com a<br />
situação humana, nem podem ajudar ao SH, uma vez que eles<br />
apenas estão cumprindo um ciclo.
DOUTRINA DE BUDA<br />
Buda nunca negou deuses e anjos, mas eles<br />
próprios estão dentro do jogo das reencarnações<br />
e por isto, podem sofrer e invejar o SH,<br />
mas para quem segue o caminho de Buda, os<br />
deuses e demônios não são nenhum perigo.<br />
Alguns demônios são também deuses. Os SHs<br />
que avançam muito na virtude, tornam-se<br />
bodisatvas (futuros budas) adquirem poderes<br />
celestes. Já poderiam ser budas e ir para o<br />
Nirvana, mas, por opção livre e por amor, adiam<br />
tal estado para poder guiar os humanos<br />
por mais tempo.<br />
Sua doutrina, o dharma, não é entendida como uma revelação<br />
divina, mas como um meio de superar o sofrimento. Por isto as<br />
diversas escolas budistas se relacionam com parcimônia, pois<br />
nenhuma escola encara seus ensinamentos como absolutos. O<br />
próprio Buda via suas instruções como meios apropriados e não<br />
como verdades absolutas.
DOUTRINA DE BUDA<br />
A primeira das percepções de Buda foi o<br />
conhecimento sobre seus nascimentos<br />
passados. Ela foi seguida pelo conhecimento<br />
do nascimento de todos os outros<br />
seres e, finalmente, pela compreensão<br />
das Quatro Nobres Verdades: a verdade<br />
do sofrimento, a verdade da origem do<br />
sofrimento, a verdade da cessação do<br />
sofrimento e a verdade do Caminho.<br />
O <strong>Budismo</strong> herdou do Hinduísmo a crença na Reencarnação.<br />
SH está num ciclo de reencarnações onde ele vai evoluindo,<br />
ou mesmo regredindo em vista de atos realizados<br />
em reencarnações anteriores, até chegar ao nível<br />
perfeito. O objetivo é romper este ciclo de reencarnações<br />
e chegar ao Nirvana, que quer dizer extinção, ou ainda,<br />
repouso indescritível.
DOUTRINA DE BUDA<br />
O <strong>Budismo</strong> é via média entre o luxo<br />
e a ascese excessiva;<br />
A vida é sofrimento: tudo é passageiro;<br />
A causa do sofrimento é o desejo<br />
Há um caminho óctuplo para<br />
superação do desejo/sofrimento:<br />
Não acredita num Ser Supremo, que premia<br />
os bons ou castiga os maus. Não sacrifica<br />
animais, nem aceita as castas. Ensinou<br />
quatro verdades: 1) tudo é dor, 2) a<br />
dor vem do desejo, 3) é preciso mitigar o<br />
desejo, 4) existe um caminho correto e<br />
justo para chegar à indiferença frente felicidade<br />
e à infelicidade, o que leva ao verdadeiro<br />
sentido da vida.<br />
Os princípios de sua doutrina podem ser assim descritos:<br />
Atitude interior: 1) reta<br />
contemplação, 2) reta decisão, 3)<br />
reto falar, 4) reto agir, 5) reto<br />
ganhar a vida 6) reto esforço, 7)<br />
reta atenção, 8) reto aprofundamento
DOUTRINA DE BUDA<br />
O desejo último do <strong>Budismo</strong> é acabar com<br />
o sofrimento e chegar à iluminação. Para<br />
isto o SH precisa penetrar na doutrina e<br />
assim se libertar da ilusão do eu. Em seguida<br />
vem a iluminação (experiência da<br />
alegria atemporal). Assim já se terá o nirvana<br />
antes da morte, apenas cumprindo o<br />
carma. Com a morte se chega ao nirvana<br />
absoluto.<br />
O SH está numa posição privilegiada sobre todas as demais<br />
criaturas, pois é o único que pode buscar a iluminação e<br />
interferir no ciclo das reencarnações, mudando a sorte. Pelos<br />
seus atos, o SH planta seu futuro de acordo com a lei da causa<br />
e efeito (karma).
DOUTRINA DE BUDA<br />
O Absoluto não é divino, é apenas o<br />
estado último das coisas, assim como<br />
as coisas são. O deuses fazem<br />
parte deste todo, ou seja, são também<br />
limitados dentro do todo. Ou ainda,<br />
o Absoluto está acima dos deuses.<br />
As diversas reencarnações são consequência dos atos de cada<br />
pessoa. Os atos estão debaixo do carma (causa e efeito). Algumas<br />
consequências dos atos são sentidos ainda nesta vida. Outras, só<br />
se farão sentir em próximas reencarnações. “Após a morte, a lei da<br />
causa e efeito nos obriga a continuar uma nova existência. Não há<br />
nenhuma instância superior que nos julgue, recompense ou perdoe:<br />
são nossas próprias decisões que nos julgam”. O que hoje eu faço,<br />
será colhido no futuro, talvez em outras reencarnações.
DOUTRINA DE BUDA<br />
A morte é a dissolução de uma pretensa pessoa, mas a lei<br />
da causa e efeito (carma) gera nova existência. Não é a alma<br />
que migra, mas a lei da causa e efeito que provoca isto.<br />
Existem sempre novos renascimentos, assim o sofrimento,<br />
a dor e a morte se perpetuam. Pode-se renascer<br />
como um ser infernal, animal ou mesmo deus.<br />
Os ensinamentos do budismo têm como<br />
estrutura a ideia de que o ser humano<br />
está condenado a reencarnar<br />
infinitamente após a morte e passar<br />
sempre pelos sofrimentos do mundo<br />
material. O que a pessoa fez durante<br />
a vida será considerado na próxima<br />
vida: carma. O espírito pode atingir o<br />
estado de nirvana (pureza espiritual)<br />
e chegar ao fim das reencarnações.
DOUTRINA DE BUDA<br />
Para os seguidores, ocorre também a reencarnação em animais.<br />
Desta forma, muitos seguidores adotam uma dieta vegetariana.<br />
A filosofia budista também define<br />
cinco comportamentos morais<br />
a seguir: não maltratar os<br />
seres vivos, pois eles são reencarnações<br />
do espírito, não roubar,<br />
ter uma conduta sexual respeitosa,<br />
não mentir, não caluniar<br />
ou difamar, evitar qualquer tipo<br />
de drogas ou estimulantes. Seguindo<br />
estes preceitos básicos,<br />
o ser humano conseguirá evoluir<br />
e melhorará o carma de uma<br />
vida seguinte.
REFORMAS BUDISTAS<br />
No <strong>Budismo</strong> as reformas são vistas<br />
apenas como deslocamento de enfoque<br />
das doutrinas de Buda. Por isto<br />
elas não representam maiores conflitos.<br />
O <strong>Budismo</strong> tem grande capacidade<br />
de adaptação às culturas e<br />
também às novas épocas. Nos primeiros<br />
séculos da era cristã, o <strong>Budismo</strong><br />
se expande sob duas formas:<br />
Mahaiana (veículo maior), e o<br />
Hinaiana (veículo menor).<br />
Existe um <strong>Budismo</strong> no Nepal, outro no Japão, no Sri Lanka,<br />
bem como na China e na Coréia, etc. Em cada país, ou cultura,<br />
o <strong>Budismo</strong> assume características próprias, às vezes<br />
distantes das demais. Inclusive as festas e liturgias variam<br />
muito de um país ao outro.
ÉTICA BUDISTA<br />
Para os Mahayanas o ideal ético é: cultivar<br />
a compaixão e a sabedoria. Todo Bodisatva<br />
faz profissão pública de assumi-los:<br />
“Que eu me torne um Buda para o bem de<br />
todos os seres”. Pela compaixão busca aliviar<br />
o sofrimento alheio. Quer ajudar os<br />
outros a atingir o Nirvana, ainda que, para<br />
isto, deve adiar a própria entrada nele. Pela<br />
sabedoria o fiel assume a contemplação<br />
em vista de desfazer os sofrimentos.<br />
Um discípulo de Buda, chamado Malunkyaputta questionou o<br />
mestre: “De que forma foi criado o mundo?” e “Buda existirá após a<br />
morte?”. O discípulo afirmou: “não vou escutar seus ensinamentos<br />
antes de me responder estas questões”. Buda responde ao curioso:<br />
Malunkyaputta é como um homem ferido por uma flecha envenenada.<br />
Só deixa o médico tirar a flecha se este lhe explicar qual o<br />
veneno da mesma e quem a lançou. Assim, a especulação só é<br />
válida se ajuda a tirar a flecha, se não ajudar, perde completamente<br />
o sentido.
PRINCÍPIOS BUDISTAS<br />
O <strong>Budismo</strong> se expressa em três princípios:<br />
Conduta ética – evitar o mal – evitar punição<br />
Disciplina mental – concentração – eliminam<br />
os desejos: sofrimentos.<br />
Conhecimento do eu e do mundo – destrói<br />
o falso senso do eu.<br />
O <strong>Budismo</strong> tem como ética<br />
cinco preceitoss:<br />
Não matar<br />
Não roubar,<br />
Não ter má conduta sexual<br />
Não mentir<br />
Não ingerir álcool<br />
Para os monges existem mais<br />
cinco preceitos:<br />
Não comer após o meio dia<br />
Não usar ornamentos - luxo<br />
Não participar de entretenimentos<br />
ou shows<br />
Não usar dinheiro<br />
Não usar camas macias
LOCAIS E FESTAS<br />
Buda pediu a seus seguidores que o<br />
cremassem espalhassem as cinzas em<br />
estupas (altares). Estes locais são considerados<br />
santos e o fiel pode fazer oferenda.<br />
Os mais antigos locais sagrados<br />
eram cavernas. Havia, sempre, estátuas<br />
de Buda ou estupas para fazer oferendas.<br />
Em certos locais até marcas nas<br />
rochas, ou vales abruptos são venerados<br />
como locais por onde Buda teria passado<br />
e deixado seus sinais.<br />
No Sri Lanka e em outros países teravadas do sudeste da Ásia, a<br />
festa budista mais importante é o Dia de Buda, que cai no dia da<br />
lua cheia no mês lunar (abril/maio), O festival comemora o nascimento,<br />
a iluminação e a morte de Buda. Nessa ocasião, os devotos<br />
visitam os mosteiros, veneram altares ou imagens de Buda e ouvem<br />
sermões tradicionais sobre sua vida.
FESTAS BUDISTAS<br />
Mas nem todos os Budistas celebram as mesmas festas. No Tibete<br />
as festas não coincidem com o Sri Lanka. Inclusive os acontecimentos<br />
celebrados são outros. Uns celebram a concepção de<br />
Buda, outros algum de seus ensinamentos, outros ainda, alguma<br />
relíquia, etc.<br />
Em Mianmar há um conjunto especial de ritos infantis que inclui<br />
as cerimônias da gravidez, do nascimento, da lavagem da cabeça,<br />
da escolha do nome, do furo da orelha das meninas e da raspagem<br />
dos cabelos dos meninos.<br />
Os funerais são bastante típicos. Geralmente<br />
os monges são chamados<br />
para estes momentos. Celebram atos<br />
anuais pelos mortos com oferendas,<br />
ou pela memória dos mortos. Com os<br />
ritos fúnebres pretende-se aumentar<br />
os méritos dos falecidos e ajuda-los<br />
numa próxima reencarnação.
BUDISMO, HOJE<br />
O <strong>Budismo</strong> tem quatro divisões: Monges, Monjas,<br />
leigos e leigas. Os monges vivem vida radical.<br />
Aos leigos cabe viver a vida cotidiana: família,<br />
trabalhos, mantém a ordem, etc. Os monges criaram<br />
mosteiros que são sustentados pelos reis e<br />
pelos ricos que lucram méritos nas reencarnações.<br />
Seus mosteiros tornaram-se centros de<br />
cultura: filosofia, artes, literatura, etc. Hoje, o<br />
grande monge, conhecido em todo mundo, é o<br />
Dalai Lama, prémio Nóbel da Paz.<br />
Mais de 500 milhões professam o <strong>Budismo</strong>. É forte na China. Lá o<br />
<strong>Budismo</strong> sofreu grande assimilação, incorporando elementos locais<br />
de religiões anteriores. Da China foi para o Tibet, Japão, Coréia,<br />
etc. onde conseguiu grande adesão do povo.<br />
No ocidente só se torna conhecido a partir de 1850. Um coronel<br />
americano, Henry Olcott e a uma mística russa, Helena Blavatski<br />
divulgaram na América e na Europa. Hoje tem raízes em quase todo<br />
mundo. No século XX os templos budistas começaram a surgir,<br />
também na Europa e nos EUA.
BUDISMO NO BRASIL<br />
No Brasil chegam a 215.000 pessoas,<br />
oriundos da imigração japonesa.<br />
Hoje existem mais de 100 templos<br />
budistas no Brasil. O mais<br />
próximo a nós é o Templo Budista de<br />
Três Coroas – RS<br />
Em 1991, Chagdud Tulku Rinpoche<br />
visitou o Brasil. Em 1994, foi convidado<br />
para vir ao Rio Grande do Sul.<br />
Em 1995, Rinpoche mudou-se para<br />
onde hoje está o Khadro Ling.<br />
A presença física de Rinpoche foi uma grande inspiração, porém<br />
sua morte não comprometeu a continuidade de suas atividades.<br />
Se o corpo partiu, sua energia se manteve impulsionando lamas<br />
e praticantes. Sua esposa, Chagdud Khadro, assumiu a direção<br />
espiritual do centro: ensinando, inspirando e realizando projetos.