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Relacionamento@amoroso.com.br - Curso de Psicologia da FACCAT.

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RESUMO<<strong>br</strong> />

RELACIONAMENTO@AMOROSO.COM.BR 1<<strong>br</strong> />

Karla Rafaela Haack 2<<strong>br</strong> />

Mariana Gonçalves Boeckel 3<<strong>br</strong> />

A Internet é uma gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>com</strong>putadores interligados, que permite a interação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

duas ou mais pessoas, facilitando a <strong>com</strong>unicação, possibilitando até que elas encontrem seu<<strong>br</strong> />

par amoroso. Percebe-se que o tema é <strong>com</strong>umente veiculado na mídia, e que há um número<<strong>br</strong> />

crescente <strong>de</strong> pessoas que buscam relacionamentos amorosos por esse meio. Dessa forma, vêse<<strong>br</strong> />

que a tecnologia está influenciando o dia-a-dia <strong>da</strong>s pessoas, transformando as relações<<strong>br</strong> />

sociais que no passado eram pratica<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> seu uso. Com isso, a <strong>Psicologia</strong> tem<<strong>br</strong> />

buscado investigar os fatores envolvidos nesses avanços tecnológicos. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo<<strong>br</strong> />

foi conhecer e <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r as variáveis envolvi<strong>da</strong>s na opinião dos usuários <strong>de</strong> Internet so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

o relacionamento amoroso mediado por ela. Participaram quarenta e duas pessoas <strong>de</strong> ambos<<strong>br</strong> />

os sexos, <strong>com</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s que variaram <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito a quarenta e cinco anos. Foi aplicado um<<strong>br</strong> />

questionário ela<strong>br</strong>orado <strong>com</strong> questões semiestrutura<strong>da</strong>s, por meio <strong>de</strong> um site especializado em<<strong>br</strong> />

pesquisas on-line e, para alcançar os objetivos propostos, os <strong>da</strong>dos foram examinados por<<strong>br</strong> />

análise <strong>de</strong>scritiva e por análise <strong>de</strong> conteúdo. Os resultados indicam que a Internet tornou-se<<strong>br</strong> />

uma ferramenta importante para a busca <strong>de</strong> relacionamentos amorosos e tem servido <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

instrumento auxiliar para os indivíduos mais introvertidos e <strong>com</strong> pouca disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

tempo, bem <strong>com</strong>o para os que estão separados geograficamente. Porém, é necessário atentar<<strong>br</strong> />

para que aspectos sociais e psicológicos não sejam mascarados no uso <strong>de</strong>ssa tecnologia.<<strong>br</strong> />

Palavras-chave: Relacionamento amoroso. Internet. Ciberespaço.<<strong>br</strong> />

INTRODUÇÃO<<strong>br</strong> />

Nos últimos anos, é perceptível a intensa repercussão <strong>da</strong> tecnologia nos<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>portamentos humanos. Percebe-se isso pela facili<strong>da</strong><strong>de</strong> que ela nos proporciona: as<<strong>br</strong> />

refeições po<strong>de</strong>m ser entregues em casa, as <strong>com</strong>pras são realiza<strong>da</strong>s pelo telefone e as i<strong>da</strong>s ao<<strong>br</strong> />

cinema frequentemente substituí<strong>da</strong>s por ví<strong>de</strong>os e, mais recentemente, por DVDs. A<<strong>br</strong> />

terceirização <strong>de</strong> serviços possibilitou que mais pessoas trabalhem em casa <strong>com</strong>unicando-se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o mundo por meio <strong>de</strong> seu próprio <strong>com</strong>putador, tornando a socialização ca<strong>da</strong> vez mais<<strong>br</strong> />

difícil, inclusive em <strong>de</strong>corrência do medo <strong>da</strong> violência que assola a população nas ruas. Em<<strong>br</strong> />

virtu<strong>de</strong> disso, para suprir a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> contato intelectual, social e afetivo, muitas pessoas<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

Artigo <strong>de</strong> pesquisa apresentado ao <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> <strong>da</strong>s Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Taquara, <strong>com</strong>o requisito<<strong>br</strong> />

parcial para aprovação na disciplina Trabalho <strong>de</strong> Conclusão II.<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

Acadêmica do <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> <strong>da</strong> <strong>FACCAT</strong>. En<strong>de</strong>reço Postal: Rua Venâncio Aires, 1786, Taquara,RS.<<strong>br</strong> />

Email: karla@faccat.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

3<<strong>br</strong> />

Psicóloga, Mestre em <strong>Psicologia</strong> Social e <strong>da</strong> Personali<strong>da</strong><strong>de</strong> (PUCRS). Docente do <strong>Curso</strong> <strong>de</strong> <strong>Psicologia</strong> <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

<strong>FACCAT</strong> e Orientadora do Trabalho <strong>de</strong> Conclusão. En<strong>de</strong>reço Postal: Rua Corte Real, 555/602, Porto Alegre-RS.<<strong>br</strong> />

Email: mariana_boeckel@yahoo.<strong>com</strong>.<strong>br</strong><<strong>br</strong> />

1


têm se utilizado <strong>de</strong> recursos tecnológicos <strong>com</strong>o uma nova maneira <strong>de</strong> se <strong>com</strong>unicar e <strong>de</strong> fazer<<strong>br</strong> />

novas amiza<strong>de</strong>s (GUIMARÃES, 2002).<<strong>br</strong> />

A Internet escusa qualquer tipo <strong>de</strong> apresentação <strong>de</strong> suas funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, pois, além <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

auxiliar a <strong>com</strong>unicação e a troca <strong>de</strong> informações, é ti<strong>da</strong> <strong>com</strong>o uma importante ferramenta <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

contato social. Em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> seu uso, os indivíduos mais introvertidos citam a re<strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

principalmente através dos chats (<strong>com</strong>unicadores instantâneos), <strong>com</strong>o um importante recurso<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> aju<strong>da</strong> (ABREU et al., 2008).<<strong>br</strong> />

A gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> surge <strong>com</strong>o um instrumento <strong>de</strong> mediação social, apesar <strong>de</strong> seu caráter<<strong>br</strong> />

obscuro por facilitar e/ou dificultar as relações interpessoais. O assunto tem um viés difuso,<<strong>br</strong> />

uma vez que a<strong>br</strong>e margens para controvérsias e polêmicas (PEREZ, 2006). Dessa forma, a<<strong>br</strong> />

<strong>Psicologia</strong> procura <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r e se aproximar dos fenômenos tecnológicos a<strong>com</strong>panhando<<strong>br</strong> />

seus avanços e sua influência no cotidiano.<<strong>br</strong> />

Conforme Nicolaci-<strong>da</strong>-Costa (1998), a <strong>com</strong>unicação, a prestação <strong>de</strong> serviços, a troca<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> informações, bem <strong>com</strong>o o número <strong>de</strong> usuários do ciberespaço, apontam o crescimento<<strong>br</strong> />

acelerado <strong>de</strong>sse meio, tornando essencial o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas que <strong>de</strong>screvam os<<strong>br</strong> />

novos processos <strong>de</strong> interação social e suas possíveis consequências. Pois, <strong>com</strong>o se observa, o<<strong>br</strong> />

ciberespaço nota<strong>da</strong>mente po<strong>de</strong> afetar a experiência amorosa <strong>de</strong> diversos modos. Partindo<<strong>br</strong> />

disso, o objetivo central <strong>de</strong>sta investigação foi conhecer a opinião dos usuários so<strong>br</strong>e o tema<<strong>br</strong> />

relacionamento amoroso mediado pela Internet. Para tal, será apresenta<strong>da</strong> uma revisão teórica<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e ciberespaço, suas influências e prováveis repercussões nos <strong>com</strong>portamentos e interações<<strong>br</strong> />

humanas; assim <strong>com</strong>o, a metodologia, resultados, discussão e consi<strong>de</strong>rações acerca <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

presente pesquisa.<<strong>br</strong> />

1 O ciberespaço: <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong> on-line?<<strong>br</strong> />

Lévy (1999) afirma que o vocábulo ciberespaço 4 foi inventado por William Gibson em<<strong>br</strong> />

sua o<strong>br</strong>a <strong>de</strong> ficção científica “Neuromante”. No livro, o termo significa o universo <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

digitais e é <strong>de</strong>scrito <strong>com</strong>o um campo <strong>de</strong> batalhas, palco <strong>de</strong> conflitos mundiais e nova fronteira<<strong>br</strong> />

econômica e cultural. Pierre Lévy <strong>de</strong>screve o ciberespaço <strong>com</strong>o um ambiente <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação<<strong>br</strong> />

aberto pela interconexão mundial dos <strong>com</strong>putadores e <strong>da</strong>s suas memórias. Para Tajra (2002)<<strong>br</strong> />

as <strong>com</strong>unicações digitais dão subsídios para o ciberespaço, sendo a Internet a re<strong>de</strong> <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s e,<<strong>br</strong> />

atualmente, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> o gran<strong>de</strong> espaço <strong>de</strong> interações entre os seres humanos.<<strong>br</strong> />

4 Cabe ressaltar que os termos ciberespaço, Internet e re<strong>de</strong> serão utilizados <strong>com</strong>o sinônimos ao longo <strong>de</strong>ste<<strong>br</strong> />

artigo.<<strong>br</strong> />

2


A Internet surgiu no fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1950, utiliza<strong>da</strong> <strong>com</strong>o estratégia militar, <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Agência <strong>de</strong> Projetos <strong>de</strong> Pesquisa Avança<strong>da</strong> (ARPA), que anunciaria a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> Era <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Informação. A primeira re<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>com</strong>putadores, a ARPANET, passou a funcionar no dia 1º <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

setem<strong>br</strong>o <strong>de</strong> 1969, aberta somente para centros <strong>de</strong> pesquisa, mas <strong>com</strong> o passar do tempo<<strong>br</strong> />

tornou-se <strong>com</strong>plicado discernir a pesquisa para fins militares <strong>da</strong>s <strong>com</strong>unicações científicas e<<strong>br</strong> />

pessoais Com a crescente expansão <strong>da</strong> re<strong>de</strong>, surgiram outras re<strong>de</strong>s que usavam a ARPANET<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o espinha dorsal do sistema <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação. Durante a déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, a re<strong>de</strong> <strong>da</strong>s re<strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

passou a se chamar ARPANET-INTERNET, que mais tar<strong>de</strong>, passou a se chamar Internet. A<<strong>br</strong> />

ARPANET encerrou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em 1990 <strong>da</strong>ndo espaço à criação <strong>da</strong> NSFNET, porém,<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> a pressão <strong>com</strong>ercial e o crescimento <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empresas, ela encerrou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

em 1995 prenunciando a privatização <strong>da</strong> Internet. Privatiza<strong>da</strong>, a Internet não contava <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

nenhuma autori<strong>da</strong><strong>de</strong> supervisora, diversas instituições e mecanismos assumiram a<<strong>br</strong> />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> informal por sua configuração técnica e <strong>de</strong>mais atribuições (CASTELLS,<<strong>br</strong> />

2002).<<strong>br</strong> />

Atualmente, conforme a ComScore (2009), o número <strong>de</strong> usuários na Internet acaba <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ultrapassar a marca <strong>de</strong> um bilhão <strong>de</strong> pessoas, mas o número po<strong>de</strong> ser ain<strong>da</strong> maior, <strong>de</strong> acordo<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o Internet Usage World Stats (2009), o número estaria em torno <strong>de</strong> um bilhão e meio <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

usuários, o que significaria aproxima<strong>da</strong>mente 20% <strong>da</strong> população mundial.<<strong>br</strong> />

A Internet é uma imensa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s que se esten<strong>de</strong> por todos os lados. Seus meios<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ligação variam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o rádio e linhas telefônicas até as linhas digitais, satélites ou fi<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

ópticas. Com base na interação humano-máquina, as pessoas concebem, implementam e usam<<strong>br</strong> />

sistemas interativos <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação eletrônica, ao mesmo tempo em que os <strong>com</strong>putadores<<strong>br</strong> />

afetam indivíduos, organizações e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> (FERNANDES, 2002).<<strong>br</strong> />

Partindo do conceito <strong>de</strong> <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> forma geral, Scarparo e Guareschi (2007) a<<strong>br</strong> />

enten<strong>de</strong>m <strong>com</strong>o mais um lugar imprevisível, on<strong>de</strong> as pessoas <strong>com</strong>partilham seus cotidianos e<<strong>br</strong> />

se relacionam, traduzindo as formas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesse sentido, traçando um<<strong>br</strong> />

paralelo ao espaço virtual, Fernan<strong>de</strong>s (2002) <strong>com</strong>preen<strong>de</strong> o Ciberespaço <strong>com</strong>o uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

convivência digital, na qual são <strong>com</strong>partilha<strong>da</strong>s reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s virtuais. Essas reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

reproduzem o conceito <strong>de</strong> <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois a interação <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> entre os participantes<<strong>br</strong> />

nesse ambiente faz <strong>com</strong> que a frequência dos encontros crie uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> grupal.<<strong>br</strong> />

Bauman (2003) busca problematizar o conceito <strong>de</strong> <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, salientando o termo<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o o paraíso perdido que se <strong>de</strong>seja ansiosamente retomar. Nesse sentido, questiona-se, na<<strong>br</strong> />

contemporanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, quais são as tentativas <strong>de</strong> resgate <strong>de</strong> relações <strong>com</strong>unitárias, ou ain<strong>da</strong>, se a<<strong>br</strong> />

Internet po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong> on-line.<<strong>br</strong> />

3


Segundo Tajra (2002, p. 37), o termo <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s virtuais foi criado em 1993, <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

seguinte significado: "(...) agregações sociais que surgem <strong>da</strong> Internet, quando pessoas<<strong>br</strong> />

suficientes mantêm suficientes <strong>de</strong>bates públicos, <strong>com</strong> suficiente sentimento humano, para<<strong>br</strong> />

formar teias <strong>de</strong> relacionamento no ciberespaço". A origem <strong>da</strong>s <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s virtuais,<<strong>br</strong> />

conforme Castells (2003), está muito associa<strong>da</strong> aos movimentos <strong>de</strong> contracultura e às<<strong>br</strong> />

maneiras alternativas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> que emergiram no final dos anos 60. Além disso, <strong>com</strong> o advento<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong> Internet, essas <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s se tornaram instrumento essencial para arquivar, informar e<<strong>br</strong> />

trocar conhecimento no mundo corporativo, reproduzindo <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s reais típicas, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

vizinhanças, clubes ou associações (TURBAN; KING, 2004).<<strong>br</strong> />

Sabe-se que a <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong> on-line propicia a busca rápi<strong>da</strong> <strong>de</strong> interação <strong>com</strong> outras<<strong>br</strong> />

pessoas. Nela é possível o estabelecimento <strong>de</strong> relações e i<strong>de</strong>ntificações, atuando <strong>com</strong>o uma<<strong>br</strong> />

esfera social <strong>de</strong> gratificação e bem-estar. Por outro lado, a Internet po<strong>de</strong> não permitir que o<<strong>br</strong> />

sujeito enfrente as barreiras inibidoras, suas insatisfações, limitações e frustrações (DELA<<strong>br</strong> />

COLETA et al., 2008).<<strong>br</strong> />

Atualmente, po<strong>de</strong>mos lançar uma informação em tempo real para qualquer parte do<<strong>br</strong> />

mundo que possua acesso à Internet, através <strong>de</strong> satélites e aparelhos eletrônicos, bem <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>mos receber e trocar informações, fazer <strong>com</strong>pras, efetuar pagamentos <strong>de</strong> contas, <strong>com</strong>prar,<<strong>br</strong> />

e tudo isso <strong>com</strong> um simples clique no mouse. Des<strong>de</strong> o seu surgimento, a Internet facilitou e<<strong>br</strong> />

tornou veloz qualquer tipo <strong>de</strong> busca, o que levou a uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamento, pois<<strong>br</strong> />

qualquer busca tornou-se fácil e rápi<strong>da</strong>, sendo possível procurar pessoas ou assuntos <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

certa facili<strong>da</strong><strong>de</strong> (CASTELLS, 2004).<<strong>br</strong> />

Na Internet, o tempo parece voar, e a percepção que temos é a <strong>de</strong> que alguns dias <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

convívio são suficientes para nos sentirmos íntimos e estabelecer relações bastante intensas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

amiza<strong>de</strong> ou mesmo <strong>de</strong> amor, que po<strong>de</strong>m durar ou dissipar-se na mesma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>com</strong> que<<strong>br</strong> />

se estabeleceram (DELA COLETA et al., 2008). Para Castells (2004), a era <strong>da</strong> Internet tem<<strong>br</strong> />

sido anuncia<strong>da</strong> <strong>com</strong>o o fim <strong>da</strong> geografia. Fernan<strong>de</strong>s (2002) afirma que, na virtualização, as<<strong>br</strong> />

pessoas estão ao mesmo tempo aqui e lá, sendo assim, obtêm novos espaços e adquirem novas<<strong>br</strong> />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Não <strong>de</strong>sencarnam, reencarnam-se a partir <strong>da</strong> (re)construção <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>,<<strong>br</strong> />

assumindo uma "quase presença".<<strong>br</strong> />

2 Relacionamentos amorosos mediados pela Internet<<strong>br</strong> />

Atualmente, vivemos uma crise <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, na qual o sujeito, sociológico ou<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>rno, se <strong>com</strong>põe a partir <strong>de</strong> um grupo, classe, gênero, profissão, entre outros, passando a<<strong>br</strong> />

se constituir em um momento <strong>de</strong> profun<strong>da</strong> transformação econômica e social. Com o<<strong>br</strong> />

4


surgimento <strong>da</strong>s indústrias e <strong>de</strong> novas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a interação social tornou-se mais<<strong>br</strong> />

intensa. As relações sociais, familiares e trabalhistas mu<strong>da</strong>ram (CIVILETTI; PEREIRA,<<strong>br</strong> />

2002).<<strong>br</strong> />

No fim dos anos 60, meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70, surge <strong>com</strong>o nova estrutura social<<strong>br</strong> />

dominante a “socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em re<strong>de</strong>”, no período que coinci<strong>de</strong> <strong>com</strong> a revolução <strong>da</strong> tecnologia <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

informação, a crise econômica do capitalismo e o apogeu <strong>de</strong> movimentos sociais e culturais.<<strong>br</strong> />

Com ela, surge uma nova economia - a economia informacional/global - e uma nova cultura -<<strong>br</strong> />

a cultura <strong>da</strong> virtuali<strong>da</strong><strong>de</strong> real. Inaugura-se então a Era <strong>da</strong> Informação (CASTELLS, 1999).<<strong>br</strong> />

Através <strong>da</strong> re<strong>de</strong> mundial, atualmente, presenciamos o surgimento <strong>de</strong> uma nova forma<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> se relacionar. O homem atual vive em um <strong>de</strong>samparo em sua existência, <strong>de</strong>terminado por<<strong>br</strong> />

diversas crises, <strong>com</strong>o econômicas, sociais e familiares (PEREZ, 2006). A Internet é, portanto,<<strong>br</strong> />

uma revolucionária ferramenta <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação, ca<strong>da</strong> vez mais utiliza<strong>da</strong> em todo o mundo, os<<strong>br</strong> />

sites <strong>de</strong> relacionamento <strong>com</strong>o Orkut, Blogs, Fotologs e <strong>com</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s virtuais, <strong>de</strong>spontam<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o diferentes formas <strong>de</strong> contemplar as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>de</strong> exposição e rompimento dos espaços<<strong>br</strong> />

privados advindos <strong>da</strong> cultura vigente (SPIZZIRRI, 2008).<<strong>br</strong> />

Hoje em dia, o contato <strong>com</strong> o <strong>com</strong>putador <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser ocasional, pois as tecnologias<<strong>br</strong> />

têm invadido a rotina <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos indivíduos. O número <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s media<strong>da</strong>s pela Internet<<strong>br</strong> />

cresce <strong>de</strong> maneira significativa, assim <strong>com</strong>o a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acessos e o tempo <strong>de</strong> utilização<<strong>br</strong> />

pela população <strong>br</strong>asileira (ABREU et al., 2008).<<strong>br</strong> />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse crescimento, surgem os chamados “net<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes”, usuários que<<strong>br</strong> />

fazem uso nocivo <strong>da</strong> Internet, e que, pela per<strong>da</strong> <strong>de</strong> controle, apresentam sintomas cognitivos,<<strong>br</strong> />

emocionais e fisiológicos, que causam prejuízos a sua vi<strong>da</strong> pessoal e profissional.<<strong>br</strong> />

Para Perez (2006), o homem contemporâneo experimenta um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo em<<strong>br</strong> />

sua existência configurado por crises <strong>de</strong> diversas or<strong>de</strong>ns, <strong>com</strong>o: as crises na economia, as<<strong>br</strong> />

consequências <strong>da</strong> globalização, o alto nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego, as crescentes diferenças sociais,<<strong>br</strong> />

as mu<strong>da</strong>nças no conceito <strong>de</strong> trabalho, a fragilização <strong>da</strong>s figuras <strong>de</strong> autori<strong>da</strong><strong>de</strong>, o gran<strong>de</strong> índice<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> violência, as alterações nas relações e estruturas familiares, a explosão do mundo virtual,<<strong>br</strong> />

entre outras.<<strong>br</strong> />

Durante a vi<strong>da</strong> adquirimos bagagem cognitiva e experiência que criam conceitos e<<strong>br</strong> />

preconceitos que interferem em nossos julgamentos e percepções. Assim, o ser humano é um<<strong>br</strong> />

animal racional que necessita viver em socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e interagir socialmente. Dessa forma, criam-<<strong>br</strong> />

se laços e i<strong>de</strong>ntificações entre os indivíduos (MOSCOVICI, 2002). A busca por um<<strong>br</strong> />

relacionamento mediado pela Internet se configura <strong>com</strong>o uma nova representação <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><<strong>br</strong> />

contemporânea, on<strong>de</strong> as fronteiras entre o real e o virtual se emaranham conce<strong>de</strong>ndo espaço<<strong>br</strong> />

5


para a busca i<strong>de</strong>aliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> um amor romântico (PEREZ, 2006). A Internet surge, então, <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, a qual se <strong>com</strong>põe no papel <strong>de</strong> mediadora do amor e do prazer (OLIVEIRA,<<strong>br</strong> />

2006).<<strong>br</strong> />

A tecnologização <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> nos seduz, fazendo-nos sentir temporariamente sublimes e<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>rosos. Geralmente, muitos indivíduos não conseguem imaginar sua so<strong>br</strong>evivência sem<<strong>br</strong> />

essas facili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Porém, a tecnologia falha e nos leva a nossa condição ontológica <strong>de</strong> seres<<strong>br</strong> />

falíveis e impotentes diante do que não se tem controle; portanto, ficamos expostos à ilusão <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

controle e à imprevisibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, configura<strong>da</strong>s pelas panes do sistema, pelos servidores fora do<<strong>br</strong> />

ar, que geram, muitas vezes, situações <strong>de</strong> revolta, sensação <strong>de</strong> tempo perdido, saudosismo,<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scontrole, entre outros (PEREZ, 2006).<<strong>br</strong> />

A gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> permite que se estabeleçam relações sociais que po<strong>de</strong>m gerar laços<<strong>br</strong> />

fortes ou fracos. Os laços fracos seriam aqueles <strong>de</strong>senvolvidos <strong>com</strong> indivíduos que não<<strong>br</strong> />

possuem ligação forte <strong>com</strong> o sujeito em foco, e os laços sociais fortes aqueles estabelecidos<<strong>br</strong> />

profun<strong>da</strong>mente, gerando sentimento <strong>de</strong> confiança (RECUERO, 2007).<<strong>br</strong> />

Perez (2006) sugere que a maioria dos casos <strong>de</strong> encontros on-line envolve apelos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

cunho sexual, sedução intelectual, jogo <strong>de</strong> mistério, i<strong>de</strong>alização do outro, fantasias sexuais; ou<<strong>br</strong> />

seja, etapas semelhantes às <strong>de</strong> um encontro real. Porém, a Internet po<strong>de</strong> propiciar um ponto <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

encontro para “aventuras sexuais”, reduto para fantasias consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s “proibi<strong>da</strong>s”, espaço<<strong>br</strong> />

livre e sem fronteiras e, portanto, propício aos mais variados tipos <strong>de</strong> projeções, perversões,<<strong>br</strong> />

pornografias, entre outros elementos tidos <strong>com</strong>o “inconfessáveis”.<<strong>br</strong> />

Muitos usuários utilizam a Internet <strong>com</strong>o um recurso para a liberação <strong>de</strong> opressões e<<strong>br</strong> />

preconceitos sociais, pois o ambiente não o o<strong>br</strong>iga a utilizar sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> “real”. A<strong>de</strong>mais, o<<strong>br</strong> />

sujeito se permite ser quem quiser, sem que isso lhe acarrete <strong>da</strong>nos (<strong>de</strong> um modo geral) a sua<<strong>br</strong> />

vi<strong>da</strong> no mundo off-line (Recuero, 2007).<<strong>br</strong> />

Para Recuero (2007), outro fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na i<strong>de</strong>ntificação do sujeito virtual é a<<strong>br</strong> />

linguagem. Ela po<strong>de</strong>rá contribuir para a construção <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual do usuário, pois as<<strong>br</strong> />

características <strong>da</strong> linguagem, seja ela <strong>com</strong>posta <strong>de</strong> emoticons, a<strong>br</strong>eviações, gírias, estilos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

escrita, cores, entre outras, po<strong>de</strong>m também ser adota<strong>da</strong>s e aceitas pelos <strong>de</strong>mais usuários, que<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong>m imitá-lo, propagando uma idéia, reconheci<strong>da</strong> <strong>com</strong>o sendo interessante pelo grupo.<<strong>br</strong> />

A aceitação social pela Internet po<strong>de</strong> nos remeter um fator sério e importante<<strong>br</strong> />

relacionado ao uso abusivo <strong>da</strong> re<strong>de</strong>, a fuga <strong>da</strong> "reali<strong>da</strong><strong>de</strong> real", quando usuários i<strong>de</strong>alizam o<<strong>br</strong> />

que po<strong>de</strong> nunca se tornar real. O uso <strong>da</strong> Internet já foi <strong>com</strong>parado por Griffiths ao uso <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

cocaína (apud NICOLACI-DA-COSTA, 1998), em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> semelhança dos sintomas<<strong>br</strong> />

apresentados pelos viciados em ambas às <strong>de</strong>pendências, <strong>com</strong>o palpitações, tremores, som<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

6


diante dos olhos, confusão mental, <strong>com</strong>o também sintomas fracamente psicóticos <strong>com</strong> <strong>de</strong>lírios<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> ciúmes, alucinações e i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> perseguição (DELA COLETA et al., 2008).<<strong>br</strong> />

O apogeu <strong>da</strong> “liber<strong>da</strong><strong>de</strong> sem fronteiras” (mesmo restrita em seu espaço físico) permite<<strong>br</strong> />

que seus usuários experimentem uma <strong>de</strong>pendência psicológica intensa (<strong>com</strong>pulsão para estar<<strong>br</strong> />

conectado à re<strong>de</strong>) (PEREZ, 2006). Existe crescente preocupação quanto ao tipo <strong>de</strong> uso <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Internet nas próximas gerações, visto que, nosso país bate recor<strong>de</strong>s em sua utilização<<strong>br</strong> />

(SPIZZIRRI, 2008).<<strong>br</strong> />

O ser humano tem ao seu alcance umas <strong>da</strong>s mais po<strong>de</strong>rosas criações dos últimos<<strong>br</strong> />

tempos e <strong>com</strong> ela um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> intimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, almejando quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> histórias para contar e<<strong>br</strong> />

encantar. Ele tem o <strong>de</strong>sejo, não sendo mais suficiente apertar a tecla “<strong>de</strong>lete” para não sentir,<<strong>br</strong> />

não amar, pois o simples fato <strong>de</strong> querer <strong>de</strong>letar, expõe seu envolvimento. A Internet exige<<strong>br</strong> />

tempo, dinheiro e cui<strong>da</strong>dos, possibilita que os usuários sintam, vejam, toquem, nutram e<<strong>br</strong> />

construam para além <strong>da</strong> virtuali<strong>da</strong><strong>de</strong>; ela encurta distâncias, cria novas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, constrói<<strong>br</strong> />

novos espaços <strong>de</strong> trocas e a<strong>br</strong>e espaço para polêmicas, para a <strong>de</strong>pendência, para o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>sconhecido, para a troca <strong>de</strong> experiências inéditas. No entanto, po<strong>de</strong> causar risco <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

dispersão e fragilização dos laços humanos. O ciberespaço revela diversas facetas, que variam<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o propósito e o olhar <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> usuário, sendo consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s prazerosas ou não, arrisca<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />

ou não (PEREZ, 2006).<<strong>br</strong> />

3 METODOLOGIA<<strong>br</strong> />

O presente artigo é constituído <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> natureza qualitativa, baseando-se<<strong>br</strong> />

em uma investigação indutiva e <strong>de</strong>scritiva, <strong>de</strong>senvolvendo conceitos, idéias e entendimentos a<<strong>br</strong> />

partir dos padrões encontrados nas informações pesquisa<strong>da</strong>s, utilizando procedimentos<<strong>br</strong> />

interpretativos, <strong>com</strong> valorização dos pressupostos relativistas e a representação dos <strong>da</strong>dos<<strong>br</strong> />

(NEVES, 1996).<<strong>br</strong> />

3.1 Participantes<<strong>br</strong> />

Participaram quarenta e dois sujeitos maiores <strong>de</strong> 18 anos (vinte e um, do sexo<<strong>br</strong> />

masculino e vinte e um, do sexo feminino) selecionados por conveniência, por convite<<strong>br</strong> />

enviado por e-mail e em sites <strong>de</strong> relacionamentos.<<strong>br</strong> />

3.2 Instrumentos<<strong>br</strong> />

O estudo foi <strong>de</strong>senvolvido por meio <strong>de</strong> um questionário <strong>com</strong>posto <strong>de</strong> dois<<strong>br</strong> />

instrumentos <strong>de</strong> pesquisa:<<strong>br</strong> />

7


a) Perfil Sociobio<strong>de</strong>mográfico (Ver apêndice A): que serviu para o mapeamento dos<<strong>br</strong> />

participantes, no qual foram coletados <strong>da</strong>dos, <strong>com</strong>o por exemplo: i<strong>da</strong><strong>de</strong>, sexo, estado civil,<<strong>br</strong> />

entre outros.<<strong>br</strong> />

b) Instrumento referente ao relacionamento amoroso mediado pela Internet (Ver<<strong>br</strong> />

apêndice B): ferramenta <strong>com</strong>posta por diversas questões semiestrutura<strong>da</strong>s, cujo objetivo era<<strong>br</strong> />

saber a opinião dos usuários <strong>de</strong> Internet so<strong>br</strong>e o referido tema.<<strong>br</strong> />

Cabe ressaltar que o questionário foi aplicado virtualmente, através do site<<strong>br</strong> />

especializado em questionários <strong>de</strong> pesquisa: www.encuestafacil.<strong>com</strong>. Essa metodologia<<strong>br</strong> />

a<strong>com</strong>panha a atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tornando-se muito importante o <strong>de</strong>senvolvimento e o aprimoramento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> pesquisas e métodos que incluam ciberespaço (HINE, 2008).<<strong>br</strong> />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r ou não o questionário <strong>da</strong> pesquisa foi exclusivamente dos<<strong>br</strong> />

usuários, que <strong>de</strong>cidiram se fariam ou não parte <strong>da</strong> amostra, assinalando “Sim” ou “Não” ao<<strong>br</strong> />

serem perguntados se aceitavam participar <strong>da</strong> pesquisa, concor<strong>da</strong>ndo <strong>com</strong> o Termo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Consentimento Livre e Esclarecido. Cabe ressaltar que os usuários po<strong>de</strong>riam abandonar a<<strong>br</strong> />

pesquisa a qualquer momento, clicando no botão “Abandonar”, sem que isso lhes gerasse<<strong>br</strong> />

qualquer prejuízo.<<strong>br</strong> />

3.3 Procedimentos para coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<<strong>br</strong> />

Com o intuito <strong>de</strong> conhecer mais a respeito do tema, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inicio até a conclusão <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

pesquisa, foi realiza<strong>da</strong> uma investigação bibliográfica em publicações avulsas, livros, jornais,<<strong>br</strong> />

revistas, artigos, bem <strong>com</strong>o base <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos on-line, entre outros. Os achados serviram para<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>por um apanhado geral so<strong>br</strong>e os principais trabalhos científicos que já trataram do tema<<strong>br</strong> />

escolhido e que são revestidos <strong>de</strong> importância por serem capazes <strong>de</strong> fornecer <strong>da</strong>dos<<strong>br</strong> />

atualizados e relevantes (LUNA, 1999).<<strong>br</strong> />

Após a aprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> as normas <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Resolução nº 196/96 so<strong>br</strong>e Pesquisas Envolvendo Seres Humanos, do Conselho Nacional <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Saú<strong>de</strong> (2006), ocorreu a aplicação do estudo piloto do questionário <strong>de</strong> pesquisa, para verificar<<strong>br</strong> />

se as questões norteadoras estavam <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> os objetivos propostos. Após essa<<strong>br</strong> />

verificação, foi enviado, através do link <strong>da</strong> pesquisa, um convite informando aos usuários os<<strong>br</strong> />

objetivos e procedimentos <strong>da</strong> pesquisa, bem <strong>com</strong>o <strong>da</strong> confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>da</strong>dos e do<<strong>br</strong> />

anonimato <strong>de</strong> sua colaboração. Esses convites foram enviados por e-mail e através <strong>de</strong> recados<<strong>br</strong> />

em sites <strong>de</strong> relacionamentos. Uma vez aceito o convite, o participante respon<strong>de</strong>u ao<<strong>br</strong> />

questionário on-line.<<strong>br</strong> />

8


3.4 Procedimentos para análise <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos<<strong>br</strong> />

Os <strong>da</strong>dos coletados no instrumento do “Perfil Sociobio<strong>de</strong>mográfico” foram analisados<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scritivamente pelo levantamento <strong>da</strong>s frequências. O Instrumento referente ao<<strong>br</strong> />

relacionamento amoroso mediado pela Internet foi interpretado por meio <strong>da</strong> Análise <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Conteúdo (BARDIN, 1977; OLABUÉNAGA, 1999).<<strong>br</strong> />

A técnica <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos utiliza<strong>da</strong> na Análise <strong>de</strong> Conteúdo foi a <strong>da</strong> análise<<strong>br</strong> />

temática, que “consiste em <strong>de</strong>sco<strong>br</strong>ir os ‘núcleos <strong>de</strong> sentido’ que <strong>com</strong>põem a <strong>com</strong>unicação e<<strong>br</strong> />

cuja presença, ou frequência <strong>de</strong> aparição po<strong>de</strong> significar alguma coisa para o objetivo<<strong>br</strong> />

analítico escolhido” (BARDIN, 1977, p.105). Dessa forma, o “núcleo <strong>de</strong> sentido” é visto<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> significação no conjunto <strong>de</strong> uma <strong>com</strong>unicação (BARDIN, 1977).<<strong>br</strong> />

Mediante a análise temática, também se po<strong>de</strong> caminhar na direção <strong>da</strong> “<strong>de</strong>scoberta do que está<<strong>br</strong> />

por trás dos conteúdos manifestos, indo além <strong>da</strong>s aparências do que está sendo <strong>com</strong>unicado”<<strong>br</strong> />

(GOMES, 1994, p.74).<<strong>br</strong> />

Nessa perspectiva, o material coletado na investigação foi analisado qualitativamente,<<strong>br</strong> />

sendo necessário retomar os objetivos <strong>da</strong> pesquisa para <strong>de</strong>linear claramente os elementos<<strong>br</strong> />

trazidos na investigação, buscando relacioná-los <strong>com</strong> os achados bibliográficos, para assim<<strong>br</strong> />

interpretar os <strong>da</strong>dos e <strong>com</strong>por os resultados.<<strong>br</strong> />

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<<strong>br</strong> />

4.1 Análise <strong>de</strong>scritiva<<strong>br</strong> />

Participaram quarenta e dois sujeitos, <strong>com</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s que variaram <strong>de</strong> 18 a 45 anos <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ambos os sexos (vinte e um, do masculino e vinte e um, do femininio) (DP: 6,31). A maioria<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong> amostra <strong>de</strong>clarou, no período <strong>da</strong> aplicação, estar solteiro (a) (45%), namorando (43%) e,<<strong>br</strong> />

casado(a)/morando junto (12%). Os sujeitos referiram que acessam a Internet em casa (98%),<<strong>br</strong> />

no trabalho (50%), <strong>da</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong> (38%), na casa <strong>de</strong> amigos (26%), <strong>da</strong> lan house (5%), na<<strong>br</strong> />

escola (2%) e, outros (2%). Ressalta-se ain<strong>da</strong>, que 90% dos participantes do estudo possuem<<strong>br</strong> />

perfil em sites <strong>de</strong> relacionamento, e 95% utiliza salas ou programas <strong>de</strong> bate papo.<<strong>br</strong> />

Dentre os fins para os quais os sujeitos utilizam a Internet, <strong>de</strong>stacam-se: <strong>com</strong>unicar-se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> amigos (93%); <strong>com</strong>unicar-se <strong>com</strong> colegas <strong>de</strong> aula (73%); <strong>com</strong>unicar-se <strong>com</strong> familiares<<strong>br</strong> />

que moram longe (63%); fazer e conhecer novos amigos (39%); realizar seu trabalho (29%);<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unicar-se <strong>com</strong> pessoas <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s (7%); procurar namorado(a) (5%) e; <strong>com</strong>unicar-se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> namorado que mora longe (2%).<<strong>br</strong> />

9


Os <strong>da</strong>dos revelam que a maior parte dos participantes possui acesso à Internet<<strong>br</strong> />

resi<strong>de</strong>ncial, e que a gran<strong>de</strong> maioria utiliza a re<strong>de</strong> <strong>com</strong>o uma ferramenta para se <strong>com</strong>unicar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> os amigos. Contribuindo <strong>com</strong> esses achados, uma pesquisa realiza<strong>da</strong> <strong>com</strong> adolescentes<<strong>br</strong> />

aponta que quase um terço (29%) <strong>de</strong>les, <strong>com</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> 10 a 17 anos, prefere conversar <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

amigos e familiares pelo <strong>com</strong>putador do que pessoalmente (IBOPE MÍDIA, 2009).<<strong>br</strong> />

Prosseguindo na investigação acerca do uso <strong>da</strong> Internet, a tabela a seguir <strong>de</strong>staca<<strong>br</strong> />

quantas horas semanais esses usuários ficam conectados realizando ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer.<<strong>br</strong> />

Tabela 1. Horas semanais on-line<<strong>br</strong> />

Horas on-line<<strong>br</strong> />

executando ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> lazer<<strong>br</strong> />

Variáveis Frequência Percentual<<strong>br</strong> />

Até 10 horas<<strong>br</strong> />

De 11 a 20 horas<<strong>br</strong> />

De 21 a 30 horas<<strong>br</strong> />

De 31 a 40 horas<<strong>br</strong> />

De 41 a 50 horas<<strong>br</strong> />

De 51 a 60 horas<<strong>br</strong> />

De 61 a 70 horas<<strong>br</strong> />

16<<strong>br</strong> />

8<<strong>br</strong> />

8<<strong>br</strong> />

4<<strong>br</strong> />

2<<strong>br</strong> />

0<<strong>br</strong> />

1<<strong>br</strong> />

40%<<strong>br</strong> />

21%<<strong>br</strong> />

21%<<strong>br</strong> />

10%<<strong>br</strong> />

5%<<strong>br</strong> />

0%<<strong>br</strong> />

3%<<strong>br</strong> />

Os <strong>da</strong>dos mostram que 40% dos usuários ficam até 10 horas on-line; 21%, <strong>de</strong> 11 a 20<<strong>br</strong> />

horas; 21%, <strong>de</strong> 21 a 30 horas; 10%, <strong>de</strong> 41 a 50 horas e 3%, <strong>de</strong> 61 a 70 horas semanais<<strong>br</strong> />

executando ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>com</strong>o trocar e-mails, <strong>com</strong>unicar-se através <strong>de</strong> programas ou salas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

bate papo, entre outros. Segundo o Ibope Nielsen Online (2009), a categoria <strong>de</strong> acesso que<<strong>br</strong> />

mais cresce no Brasil é a do Entretenimento (13,3%), segui<strong>da</strong> dos Buscadores, Portais e<<strong>br</strong> />

Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>com</strong> 10,8%, e Tele<strong>com</strong>unicações e Serviços <strong>de</strong> Internet, <strong>com</strong> 9,5%. A<<strong>br</strong> />

categoria Mensagens instantâneas atingiu o maior tempo médio, chegando a 7 horas e 49<<strong>br</strong> />

minutos por pessoa, ao crescer 8% em julho <strong>de</strong> 2009; segui<strong>da</strong> por Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em que se<<strong>br</strong> />

classificam as re<strong>de</strong>s sociais, que chegou a 4 horas e 57 minutos por pessoa, <strong>com</strong> crescimento<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> 15% no mês.<<strong>br</strong> />

Percebe-se na presente investigação o quanto a tecnologia tem invadido o cotidiano<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong>s pessoas, promovendo uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamento, na qual é possível <strong>com</strong>unicar-se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> amigos, familiares e amores, através <strong>de</strong> uma tela, um mouse e um teclado, bem <strong>com</strong>o,<<strong>br</strong> />

ocupar as horas <strong>de</strong> lazer e contribuir para a expansão do ciclo social dos participantes.<<strong>br</strong> />

4.2 Análises <strong>de</strong> Conteúdo e <strong>de</strong> Frequências<<strong>br</strong> />

As questões abertas do questionário foram examina<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> Análise <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Conteúdo (BARDIN, 1977; OLABUÉNAGA, 1999). Partindo disso, foram cria<strong>da</strong>s categorias<<strong>br</strong> />

e subcategorias, que expressam os conteúdos eluci<strong>da</strong>tivos referentes às respostas dos<<strong>br</strong> />

10


participantes, as quais são apresenta<strong>da</strong>s e discuti<strong>da</strong>s a seguir (Tabela 2). Con<strong>com</strong>itantemente<<strong>br</strong> />

às questões abertas, foram realiza<strong>da</strong>s perguntas fecha<strong>da</strong>s, as quais, também serão <strong>de</strong>scritas e<<strong>br</strong> />

discuti<strong>da</strong>s ao longo do texto a partir <strong>da</strong> Análise <strong>de</strong> Frequências.<<strong>br</strong> />

Tabela 2. Descrição <strong>da</strong>s categorias e subcategorias referentes aos relacionamentos amorosos<<strong>br</strong> />

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS<<strong>br</strong> />

1. Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s durante o namoro sem<<strong>br</strong> />

mediação <strong>de</strong> Internet<<strong>br</strong> />

Refere-se aos tipos <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos<<strong>br</strong> />

entrevistados <strong>com</strong> relação ao<<strong>br</strong> />

relacionamento sem mediação <strong>de</strong> Internet<<strong>br</strong> />

2. A Internet <strong>com</strong>o meio para se<<strong>br</strong> />

relacionar amorosamente<<strong>br</strong> />

Refere-se aos motivos pelos quais a Internet<<strong>br</strong> />

po<strong>de</strong> ser um meio para se relacionar<<strong>br</strong> />

amorosamente<<strong>br</strong> />

3. A Internet não é um meio para se<<strong>br</strong> />

relacionar amorosamente<<strong>br</strong> />

Motivos pelos quais a Internet não po<strong>de</strong> ser<<strong>br</strong> />

um meio para se relacionar amorosamente<<strong>br</strong> />

4. Diferenças<<strong>br</strong> />

Refere-se às diferenças entre e o<<strong>br</strong> />

relacionamento mediado e o relacionamento<<strong>br</strong> />

não mediado pela Internet<<strong>br</strong> />

5. Viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>/inviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do namoro<<strong>br</strong> />

1. Distância Física<<strong>br</strong> />

● ¨A distância, pois moramos em ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s diferentes¨.<<strong>br</strong> />

2. Inibição<<strong>br</strong> />

● ¨Tenho dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para falar fora <strong>da</strong> Internet¨.<<strong>br</strong> />

3. Tempo<<strong>br</strong> />

● ¨A principal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> é a falta <strong>de</strong> tempo¨.<<strong>br</strong> />

1. Facilita interação<<strong>br</strong> />

● ¨É <strong>com</strong>o uma festa, acaba-se <strong>da</strong>ndo um jeito <strong>de</strong> interagir¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Permite que converse <strong>com</strong> mais <strong>de</strong> uma pessoa¨.<<strong>br</strong> />

2. Conhecer novas pessoas<<strong>br</strong> />

● ¨Po<strong>de</strong> ser um meio para conhecer uma pessoa nova¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Encontra-se gente que nunca viu na vi<strong>da</strong>¨.<<strong>br</strong> />

3. Diminui distâncias<<strong>br</strong> />

● ¨Principalmente quando um dos dois for viajar¨.<<strong>br</strong> />

4. Timi<strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

● ¨Para pessoas tími<strong>da</strong>s é bom¨.<<strong>br</strong> />

5. Facilita i<strong>de</strong>ntificações<<strong>br</strong> />

● ¨Po<strong>de</strong>-se encontrar pessoas que fechem <strong>com</strong> o seu perfil¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Encontrar pessoas <strong>com</strong> as mesmas i<strong>de</strong>ias e pensamentos<<strong>br</strong> />

que os meus¨.<<strong>br</strong> />

6. Falta tempo<<strong>br</strong> />

● ¨É uma solução para quem não tem tempo¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Em função <strong>da</strong> correria do dia a dia¨.<<strong>br</strong> />

7. Não julgamento pela aparência<<strong>br</strong> />

● ¨Não é só o físico que conta¨.<<strong>br</strong> />

1. Falta contato físico<<strong>br</strong> />

● ¨Em um namoro é essencial o contato físico¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Não existe troca <strong>de</strong> olhares, carinhos...¨.<<strong>br</strong> />

2. Artificialismo<<strong>br</strong> />

● ¨Acredito que seja uma relação muito artificial¨.<<strong>br</strong> />

● ¨As pessoas não exprimem sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong>¨.<<strong>br</strong> />

3. Não é confiável<<strong>br</strong> />

● ¨Eu nunca senti que fosse um meio confiável¨.<<strong>br</strong> />

1. Contato físico<<strong>br</strong> />

● ¨Não há a troca <strong>de</strong> olhares¨.<<strong>br</strong> />

● ¨O carinho, o toque¨.<<strong>br</strong> />

2. Transparência<<strong>br</strong> />

● ¨Você jamais conhecerá ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iramente uma pessoa pela<<strong>br</strong> />

Internet¨.<<strong>br</strong> />

3. Distância física<<strong>br</strong> />

● ¨Diferenças impostas pela distância física¨.<<strong>br</strong> />

4. Fantasia<<strong>br</strong> />

● ¨Tudo po<strong>de</strong> ser mais fantasioso na Internet¨.<<strong>br</strong> />

5. Confiança<<strong>br</strong> />

● ¨A confiança ten<strong>de</strong> a ser maior nos relacionamentos não<<strong>br</strong> />

mediados pela Internet¨.<<strong>br</strong> />

6. Comunicação<<strong>br</strong> />

● ¨A conversa é diferente¨.<<strong>br</strong> />

● ¨A Internet é uma ferramenta fria <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação¨.<<strong>br</strong> />

1. Depen<strong>de</strong> dos envolvidos<<strong>br</strong> />

● ¨Depen<strong>de</strong> <strong>da</strong> paciência e <strong>da</strong> mente <strong>da</strong>s pessoas¨.<<strong>br</strong> />

11


pela Internet<<strong>br</strong> />

Refere-se aos motivos pelos quais o namoro<<strong>br</strong> />

pela Internet po<strong>de</strong>, ou não, <strong>da</strong>r certo<<strong>br</strong> />

6. Procura ou envolvimento<<strong>br</strong> />

Refere-se aos motivos pelos quais as<<strong>br</strong> />

pessoas procuram o relacionamento<<strong>br</strong> />

mediado pela Internet ou nele se envolvem<<strong>br</strong> />

7. Aspectos<<strong>br</strong> />

Refere-se aos aspectos relativos ao(s)<<strong>br</strong> />

interesse(s) ou atração em relação a alguém<<strong>br</strong> />

que conheciam exclusivamente através <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

● ¨Depen<strong>de</strong> <strong>da</strong> maturi<strong>da</strong><strong>de</strong> do casal¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Tudo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambas as partes¨.<<strong>br</strong> />

2. Serve <strong>com</strong>o <strong>com</strong>plemento<<strong>br</strong> />

● “Se usa<strong>da</strong> <strong>com</strong>o ferramenta <strong>de</strong> auxílio¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Caso não fique restrito ao uso <strong>da</strong> Internet¨.<<strong>br</strong> />

3. Comparação <strong>com</strong> os outros tipos <strong>de</strong> relacionamento<<strong>br</strong> />

● ¨O namoro sem Internet também po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r errado, não é?!¨.<<strong>br</strong> />

4. Pessoas já tiveram êxito<<strong>br</strong> />

● ¨Creio que po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r certo, pois é uma forma <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

relacionamento em que muitas pessoas já obtiveram êxito¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Já soube <strong>de</strong> casos que <strong>de</strong>ram certo¨.<<strong>br</strong> />

5. Aproxima pessoas<<strong>br</strong> />

● ¨Porque po<strong>de</strong> haver interesse pelo outro mesmo pela<<strong>br</strong> />

distância ¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Permite que você conheça melhor a pessoa antes <strong>de</strong> um<<strong>br</strong> />

encontro pessoal¨.<<strong>br</strong> />

6. Comunicação<<strong>br</strong> />

● ¨As pessoas fazem mais uso do diálogo pela Internet¨.<<strong>br</strong> />

7. Sem perspectivas futuras<<strong>br</strong> />

● ¨A Internet não traz perspectivas <strong>de</strong> futuro para a relação¨.<<strong>br</strong> />

8. Ausência <strong>de</strong> julgamento dos aspectos físicos<<strong>br</strong> />

● ¨Na Internet não se <strong>de</strong>scarta a pessoa pela sua aparência¨<<strong>br</strong> />

1. Timi<strong>de</strong>z<<strong>br</strong> />

● ¨É mais fácil, algumas vezes, vencer os limites <strong>da</strong> timi<strong>de</strong>z¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Por algumas pessoas serem muito tími<strong>da</strong>s¨.<<strong>br</strong> />

2. Facili<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

● ¨As ferramentas <strong>da</strong> Internet ampliam o leque <strong>de</strong> opções¨.<<strong>br</strong> />

3. Meio <strong>de</strong> conhecer pessoas<<strong>br</strong> />

● ¨Conhecer melhor alguém antes <strong>de</strong> se relacionar¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Facilita encontrar alguém interessante¨.<<strong>br</strong> />

4. Segurança<<strong>br</strong> />

● ¨Por se sentirem mais seguros¨.<<strong>br</strong> />

● ¨As pessoas se sentem mais seguras, utilizando a Internet<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o barreira <strong>de</strong> proteção¨.<<strong>br</strong> />

5. Comodi<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

● ¨Acredito que por uma questão <strong>de</strong> <strong>com</strong>odi<strong>da</strong><strong>de</strong>¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Porque é mais cômodo¨.<<strong>br</strong> />

6. Carência<<strong>br</strong> />

● ¨Por estar se sentindo sozinha, carente¨.<<strong>br</strong> />

7. Facilita a expressão <strong>de</strong> sentimentos<<strong>br</strong> />

● ¨Por ser mais fácil expressar os sentimentos¨.<<strong>br</strong> />

8. Falta <strong>de</strong> tempo<<strong>br</strong> />

● ¨Devido a falta <strong>de</strong> tempo para sair¨.<<strong>br</strong> />

9. Distância<<strong>br</strong> />

● ¨Para manter relacionamento a distancia¨.<<strong>br</strong> />

10. Controle<<strong>br</strong> />

● ¨Po<strong>de</strong> haver um controle do nível <strong>de</strong> envolvimento¨.<<strong>br</strong> />

● ¨Controle <strong>com</strong> o que queremos ou não nos relacionar¨.<<strong>br</strong> />

11. Curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

● ¨No meu caso foi curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>¨.<<strong>br</strong> />

12. Avanço tecnológico<<strong>br</strong> />

● ¨O avanço tecnológico transformou as pessoas em<<strong>br</strong> />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> Internet¨.<<strong>br</strong> />

13. Busca <strong>de</strong> uma nova i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

● ¨Há espaço para criarmos uma nova i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>¨.<<strong>br</strong> />

1. I<strong>de</strong>ntificação<<strong>br</strong> />

● ¨São semelhanças <strong>de</strong> objetivos, idéias...¨.<<strong>br</strong> />

2. Atração<<strong>br</strong> />

● ¨Sabia que era o tipo que me atraía¨.<<strong>br</strong> />

3. Carência<<strong>br</strong> />

12


Internet<<strong>br</strong> />

8. Consequências<<strong>br</strong> />

Refere-se às consequências relativas aos<<strong>br</strong> />

interesses ou atrações em relação a alguém<<strong>br</strong> />

que conheciam apenas através <strong>da</strong> Internet<<strong>br</strong> />

9. Desfecho do relacionamento<<strong>br</strong> />

Refere-se ao <strong>de</strong>sfecho do(s)<<strong>br</strong> />

relacionamento(s) dos participantes <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

relação às suas vivências <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

relacionamento amoroso mediado pela<<strong>br</strong> />

Internet<<strong>br</strong> />

10. Mu<strong>da</strong>nças<<strong>br</strong> />

Refere-se às mu<strong>da</strong>nças causa<strong>da</strong>s pelo<<strong>br</strong> />

relacionamento mediado pela Internet,<<strong>br</strong> />

relata<strong>da</strong>s pelos participantes em relação ao<<strong>br</strong> />

seu <strong>com</strong>portamento nas relações não<<strong>br</strong> />

media<strong>da</strong>s pela Internet, fora <strong>da</strong> Internet<<strong>br</strong> />

11. Interferências<<strong>br</strong> />

Refere-se às interferências <strong>de</strong> quem já teve,<<strong>br</strong> />

ao mesmo tempo, um relacionamento<<strong>br</strong> />

mediado e um não mediado pela Internet<<strong>br</strong> />

● ¨...aliados muitas vezes à carência que sentia¨.<<strong>br</strong> />

4. Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se expressar<<strong>br</strong> />

● ¨...a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> que tinha pra me expressar pra alguém que<<strong>br</strong> />

gostava¨.<<strong>br</strong> />

5. Ciúmes<<strong>br</strong> />

● ¨Eu tinha ciúmes, ela também¨.<<strong>br</strong> />

6. Medo<<strong>br</strong> />

● ¨Tive medo <strong>de</strong> levar adiante¨.<<strong>br</strong> />

1. Nos relacionamos<<strong>br</strong> />

● ¨Tivemos um relacionamento”.<<strong>br</strong> />

2. Ficamos amigos<<strong>br</strong> />

● ¨Somos amigos¨.<<strong>br</strong> />

3. Vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer pessoalmente<<strong>br</strong> />

● ¨Veio a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer pessoalmente¨.<<strong>br</strong> />

4. Não o(a) veria<<strong>br</strong> />

● ¨Sabia que nunca veria ela¨.<<strong>br</strong> />

1. Complemento para relacionamento sem mediação <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Internet<<strong>br</strong> />

● ¨Internet servia para os dias que não podíamos nos ver¨.<<strong>br</strong> />

2. Semelhante aos não mediados<<strong>br</strong> />

● ¨Do mesmo modo que os relacionamentos não mediados¨.<<strong>br</strong> />

3. Namoro sem contato pessoal<<strong>br</strong> />

● ¨Não gostava <strong>de</strong> ficar apenas na frente do <strong>com</strong>putador¨.<<strong>br</strong> />

4. Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trazê-lo para o contato pessoal<<strong>br</strong> />

● ¨Acabamos por nos encontrar¨.<<strong>br</strong> />

5. Ansie<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

● ¨Normalmente a tônica é a ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>¨.<<strong>br</strong> />

6. Mediado pela Internet diferente dos não mediados<<strong>br</strong> />

● ¨Ao nos encontrarmos pessoalmente parecíamos que não<<strong>br</strong> />

tínhamos a mesma intimi<strong>da</strong><strong>de</strong>¨.<<strong>br</strong> />

7. Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para negociar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s individuais<<strong>br</strong> />

● ¨Brigávamos porque eu queria sair ela não gostava¨.<<strong>br</strong> />

1. Exercício para ser aceito<<strong>br</strong> />

● ¨ Tento ser a pessoa mais transparente e extroverti<strong>da</strong><<strong>br</strong> />

possível, para que ao me conhecerem pessoalmente as pessoas<<strong>br</strong> />

gostem <strong>de</strong> mim e saibam que virtualmente sou aquilo que<<strong>br</strong> />

realmente sou ao vivo¨ .<<strong>br</strong> />

2. Amadurecimento<<strong>br</strong> />

● ¨Amadurecimento¨.<<strong>br</strong> />

3. Transparência<<strong>br</strong> />

● ¨Tento ser a pessoa mais transparente possível”.<<strong>br</strong> />

4. Diminuição <strong>da</strong> frequência <strong>de</strong> interação social não<<strong>br</strong> />

media<strong>da</strong> pela Internet<<strong>br</strong> />

●¨Deixar <strong>de</strong> sair <strong>com</strong> os amigos...¨.<<strong>br</strong> />

5. Estar só versus não estar só<<strong>br</strong> />

● ¨Ao mesmo tempo que estava sozinha, eu tinha um<<strong>br</strong> />

namorado¨.<<strong>br</strong> />

6. Desinibição<<strong>br</strong> />

● ¨Como sou muito inibi<strong>da</strong> acabo usando a Internet para me<<strong>br</strong> />

aju<strong>da</strong>r a ficar <strong>de</strong>sinibi<strong>da</strong>¨.<<strong>br</strong> />

7. Tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

● ¨Fez <strong>com</strong> que eu me tornasse mais tranquilo.<<strong>br</strong> />

1. Culpa<<strong>br</strong> />

● ¨Sensação <strong>de</strong> culpa porque sabia que estava fazendo algo<<strong>br</strong> />

errado¨.<<strong>br</strong> />

2. Percepção <strong>de</strong> que o relacionamento não mediado pela<<strong>br</strong> />

Internet não era satisfatório<<strong>br</strong> />

●¨Me ajudou a reconhecer que meu relacionamento não<<strong>br</strong> />

mediado não estava me fazendo bem¨.<<strong>br</strong> />

13


Percebe-se, a partir <strong>da</strong> tabela acima, no que tange à categoria dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s durante o<<strong>br</strong> />

namoro sem mediação <strong>de</strong> Internet, que apareceram informações <strong>com</strong>o: distância física,<<strong>br</strong> />

inibição e tempo. Nesse sentido, Silva et al. (2002) <strong>de</strong>staca que a vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rna tem facilitado<<strong>br</strong> />

às i<strong>da</strong>s e vin<strong>da</strong>s dos casais, a qualquer horário, através dos meios <strong>de</strong> transporte ca<strong>da</strong> vez mais<<strong>br</strong> />

mo<strong>de</strong>rnos e rápidos. Porém a distância ain<strong>da</strong> é uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para os casais que se<<strong>br</strong> />

encontram geograficamente distantes, <strong>com</strong>o <strong>de</strong>monstram os resultados <strong>da</strong> presente pesquisa.<<strong>br</strong> />

A in<strong>de</strong>pendência <strong>da</strong> mulher e as crescentes conquistas no mundo do trabalho fizeram <strong>com</strong> que<<strong>br</strong> />

a busca pela profissionalização para ambos os sexos aumentasse, assim <strong>com</strong>o a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> horas <strong>de</strong> lazer, passeios e viagens para afastar sintomas <strong>com</strong>o os <strong>de</strong> estresse, o que exige<<strong>br</strong> />

tempo (SILVA et al., 2002).<<strong>br</strong> />

Ain<strong>da</strong> conforme Silva, as várias opções <strong>de</strong> lugares para sair, <strong>de</strong> vestimenta e <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

moradia, bem <strong>com</strong>o as rápi<strong>da</strong>s inovações dos meios <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação alteraram<<strong>br</strong> />

significativamente, através dos anos, os padrões <strong>da</strong>s atitu<strong>de</strong>s sexuais e amorosas, e também as<<strong>br</strong> />

preliminares ao namoro, o próprio namoro e o casamento. Desta forma, os relacionamentos<<strong>br</strong> />

amorosos se mostram não aprisionados ou parados em um <strong>de</strong>terminado momento histórico<<strong>br</strong> />

(SILVA et al., 2002).<<strong>br</strong> />

Com relação à análise <strong>de</strong> Frequências, evi<strong>de</strong>ncia-se que os participantes do estudo, ao<<strong>br</strong> />

serem questionados se sentiam alguma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>com</strong>eçar um namoro sem mediação<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong> Internet, relatam que: 19% possuíam algum tipo <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>, e 81% não possuíam.<<strong>br</strong> />

Além disso, 17% referiram ter ou sentir algum tipo <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> durante um namoro sem<<strong>br</strong> />

mediação <strong>da</strong> Internet, já 83% dos usuários dizem que não. A partir disso, po<strong>de</strong>-se pensar que<<strong>br</strong> />

os participantes que <strong>de</strong>screvem sentir dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em iniciar um namoro vão ao encontro ao<<strong>br</strong> />

que Bauman (2004) evi<strong>de</strong>ncia, ou seja, que vivemos em uma época marca<strong>da</strong> por sinais<<strong>br</strong> />

confusos, predispostos a mu<strong>da</strong>r <strong>com</strong> extrema rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> modo imprevisível, o que se torna<<strong>br</strong> />

fatal para nossa capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amar a nós mesmos, ao <strong>com</strong>panheiro (a) e ao próximo. O autor<<strong>br</strong> />

enfatiza os laços humanos diluídos em uma mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> “líqui<strong>da</strong>”, on<strong>de</strong> o fracasso dos<<strong>br</strong> />

relacionamentos seria frequentemente atribuído ao fracasso na <strong>com</strong>unicação.<<strong>br</strong> />

No que tange a frequência referente à opinião dos usuários <strong>de</strong> Internet so<strong>br</strong>e o fato <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ela ser um meio para se relacionar amorosamente, 43% afirmaram que sim, 14% que não,<<strong>br</strong> />

40% talvez e 2% não souberam respon<strong>de</strong>r. Esses <strong>da</strong>dos corroboram a tendência <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

contemporanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, on<strong>de</strong> a virtualização <strong>da</strong>s relações se faz presente (LÉVY, 1999). A<<strong>br</strong> />

segun<strong>da</strong> categoria (A Internet <strong>com</strong>o meio para se relacionar amorosamente) evi<strong>de</strong>ncia os<<strong>br</strong> />

motivos pelos quais a Internet po<strong>de</strong> ser um meio para se relacionar amorosamente. Nota-se<<strong>br</strong> />

que os participantes acreditam que ela facilita interações, sendo um meio para conhecer novas<<strong>br</strong> />

14


pessoas, diminuir distâncias, auxiliando nos casos <strong>de</strong> timi<strong>de</strong>z, facilitando i<strong>de</strong>ntificações,<<strong>br</strong> />

aju<strong>da</strong>ndo na falta <strong>de</strong> tempo e evitando o julgamento pela aparência. Segundo Perez (2006),<<strong>br</strong> />

por trás <strong>de</strong> qualquer relacionamento, <strong>de</strong>paramo-nos <strong>com</strong> um <strong>de</strong>sejo que regressa aos<<strong>br</strong> />

primórdios <strong>da</strong> civilização: a busca <strong>da</strong> realização pessoal, através do amor e do sexo. A<<strong>br</strong> />

sociologia clássica afirma que os relacionamentos mediados pela Internet produzem uma<<strong>br</strong> />

inversão <strong>da</strong>s relações sociais, nas quais necessitariam <strong>de</strong> materiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, diferentemente do<<strong>br</strong> />

ciberespaço, que não condiciona a relação social ao contato físico, mas a um sentimento<<strong>br</strong> />

coletivo, à lógica do estar junto, mesmo em um espaço <strong>de</strong>sterritorializado (CASTRO, 1999).<<strong>br</strong> />

Para Rocha (2009) os relacionamentos sofreram mu<strong>da</strong>nças consi<strong>de</strong>ráveis <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

proliferação <strong>da</strong> Internet, pelas quais diversos mecanismos criados permitiram que as pessoas<<strong>br</strong> />

falassem <strong>com</strong> outras, estando distantes ou não. Isso torna possível trocar experiências <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

colegas distantes, conversar <strong>com</strong> pessoas <strong>com</strong> quem ain<strong>da</strong> não se teve contato ou mesmo<<strong>br</strong> />

iniciar um relacionamento amoroso.<<strong>br</strong> />

Se <strong>de</strong> um lado o avanço tecnológico facilitou a <strong>com</strong>unicação, expandiu fronteiras e<<strong>br</strong> />

diminuiu distâncias; por outro, gerou indivíduos que, em vez <strong>de</strong> utilizarem a tecnologia a seu<<strong>br</strong> />

préstimo, tornaram-se vítimas ou escravos <strong>de</strong>la (PEREZ, 2006). A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se<<strong>br</strong> />

relacionar <strong>de</strong> maneira rápi<strong>da</strong> através <strong>de</strong>sse espaço faz <strong>com</strong> que as pessoas se sintam íntimas <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

maneira a estabelecer relações muito intensas, que po<strong>de</strong>m durar ou terminar na mesma<<strong>br</strong> />

veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e no contexto em que tiveram início (SILVA, 2000).<<strong>br</strong> />

Como se observa na categoria 3 (A Internet não é um meio para se relacionar<<strong>br</strong> />

amorosamente), os usuários relatam <strong>com</strong>o motivos pelos quais a Internet não po<strong>de</strong> ser um<<strong>br</strong> />

meio para se relacionar amorosamente a falta <strong>de</strong> contato físico, o artificialismo e que a re<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

não é um meio confiável. Nesse sentido, Storch (1995) sugere que, nas relações media<strong>da</strong>s pela<<strong>br</strong> />

Internet, as pessoas procuram <strong>com</strong>panhia, cumplici<strong>da</strong><strong>de</strong> e carinho, sem se importarem <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

sexo ou situação financeira, os limites físicos (corporais e <strong>de</strong> distância) não existem. O<<strong>br</strong> />

mesmo autor ain<strong>da</strong> refere que, algumas pessoas criam um personagem para tirar vantagem do<<strong>br</strong> />

anonimato que a re<strong>de</strong> proporciona, porém isso nem sempre significa uma mentira, muitas<<strong>br</strong> />

vezes a pessoa mostra-se <strong>com</strong>o gostaria <strong>de</strong> ser, expondo assim, seu lado reprimido.<<strong>br</strong> />

Verificou-se, também, que 64% dos usuários acreditam que existe diferença entre o<<strong>br</strong> />

relacionamento mediado e o não mediado pela Internet, contra 36% dos que não acreditam.<<strong>br</strong> />

Entre as diferenças mencionas pelos participantes <strong>da</strong> pesquisa na categoria 4 (Diferenças), em<<strong>br</strong> />

relação aos relacionamentos mediados e não mediados, aparecem: o contato físico, a<<strong>br</strong> />

transparência, a distância física, as fantasias, a confiança e a <strong>com</strong>unicação. Para Porto (1999),<<strong>br</strong> />

o mundo mediado pela Internet não traz na<strong>da</strong> <strong>de</strong> novo, apenas se forma na repetição <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

15


imagens, valores e textos do espaço não mediado. Perez (2006) <strong>de</strong>staca que a Internet surge<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o ferramenta para ampliar o círculo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>s, elevar a autoestima, ou mesmo <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

um instrumento para encontrar um par amoroso. Porém, quando utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma excessiva<<strong>br</strong> />

ou ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> acentuar tendências <strong>de</strong>pressivas, promover isolamento social, causar<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>pendência psicológica, ocasionar per<strong>da</strong>s nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas, <strong>com</strong>prometimento <strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />

relações familiares e conjugais, prejuízos financeiros por conta do tempo e dos custos <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

conexão, problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pelos esforços repetitivos, entre outros.<<strong>br</strong> />

Percebe-se, ain<strong>da</strong>, que 50% dos participantes <strong>da</strong> pesquisa acreditam que o namoro pela<<strong>br</strong> />

Internet po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r certo; 48% acreditam que talvez possa <strong>da</strong>r certo, contra 2% dos sujeitos que<<strong>br</strong> />

não acreditam. Além disso, os usuários relatam, conforme a categoria 5, qual a<<strong>br</strong> />

viabili<strong>da</strong><strong>de</strong>/inviabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um relacionamento mediado pela Internet. Nesse sentido,<<strong>br</strong> />

verificou-se que: <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos envolvidos; serve <strong>com</strong>o <strong>com</strong>plemento; <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />

outros tipos <strong>de</strong> relacionamento; pessoas já tiveram êxito; aproxima pessoas; <strong>com</strong>unicação;<<strong>br</strong> />

sem perspectivas futuras; ausência <strong>de</strong> julgamento dos aspectos físicos.<<strong>br</strong> />

Corroborando esses achados, Rogers (1997) e Nicolaci-<strong>da</strong>-Costa (1998) acreditam que<<strong>br</strong> />

as relações media<strong>da</strong>s pela gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> são tão fortes e duradouras que po<strong>de</strong>m gerar<<strong>br</strong> />

casamentos reais. Já Bauman (2004) contesta as relações media<strong>da</strong>s pela Internet, porém relata<<strong>br</strong> />

que eles servem <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para os relacionamentos não mediados, e por isso, atualmente o<<strong>br</strong> />

mundo torna-se menos solitário, e os relacionamentos, mais superficiais.<<strong>br</strong> />

Os usuários <strong>de</strong> Internet ain<strong>da</strong> respon<strong>de</strong>ram quais os motivos pelos quais as pessoas<<strong>br</strong> />

procuram ou se envolvem no relacionamento mediado por esse espaço, conforme indica a<<strong>br</strong> />

categoria 6 (Procura ou envolvimento). Os motivos que apareceram foram: timi<strong>de</strong>z;<<strong>br</strong> />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong>; meio <strong>de</strong> conhecer pessoas; segurança; <strong>com</strong>odi<strong>da</strong><strong>de</strong>; carência; facili<strong>da</strong><strong>de</strong> na<<strong>br</strong> />

expressão <strong>de</strong> sentimentos; falta <strong>de</strong> tempo; distância; controle; curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, avanço tecnológico<<strong>br</strong> />

e busca <strong>de</strong> uma nova i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Nesse sentido, McKenna e Green (2002) relatam que a<<strong>br</strong> />

exposição dos usuários <strong>de</strong> Internet, principalmente quando estão interagindo em grupo, faz<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> que adotem uma i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, acarretando consequentemente um maior conhecimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

si e dos outros. Corroborando, Spizzirri (2008) diz que, a <strong>com</strong>unicação através do ciberespaço<<strong>br</strong> />

reproduz uma forma <strong>de</strong> ampliação <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ela po<strong>de</strong> ocorrer em conjunto à exposição<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong> intimi<strong>da</strong><strong>de</strong>, tornando públicos aspectos íntimos dos indivíduos em sites <strong>de</strong> relacionamento<<strong>br</strong> />

e salas <strong>de</strong> bate papo. Esse fato torna-se ca<strong>da</strong> vez mais <strong>com</strong>um no universo dos internautas,<<strong>br</strong> />

principalmente entre os adolescentes.<<strong>br</strong> />

Dos sujeitos pesquisados, 60% revelaram já terem sentido interesse ou atração por<<strong>br</strong> />

alguém que conheciam apenas através <strong>da</strong> Internet, e relataram ain<strong>da</strong> quais foram os principais<<strong>br</strong> />

16


aspectos envolvidos nessa situação, conforme <strong>de</strong>monstra a categoria 7: i<strong>de</strong>ntificação, atração,<<strong>br</strong> />

carência, dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se expressar, ciúmes e medo. Sendo assim, o ciberespaço aproxima<<strong>br</strong> />

pessoas, expondo afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s, trocando elogios, buscando um(a) parceiro(a) i<strong>de</strong>al, fantasiando<<strong>br</strong> />

e intermediando o sexo, estimulando o pensamento <strong>da</strong> i<strong>de</strong>alização construí<strong>da</strong> e obtendo disso<<strong>br</strong> />

tudo uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> prazerosa e <strong>de</strong> lazer (PEREZ, 2006). A atrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física,<<strong>br</strong> />

relaciona<strong>da</strong> <strong>com</strong> a gratificação pessoal, imaginária ou real, é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> importante nas<<strong>br</strong> />

relações <strong>de</strong> namoro, porém as pessoas interessam-se pelo namoro <strong>de</strong>sejando uma satisfação<<strong>br</strong> />

mútua <strong>da</strong>s próprias necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (sexuais, emocionais e afetivas) (DELA COLETA et al.,<<strong>br</strong> />

2008).<<strong>br</strong> />

Ain<strong>da</strong> conforme indica a categoria 8, os sujeitos pesquisados revelam quais as<<strong>br</strong> />

consequências <strong>de</strong>sse interesse ou atração em relação a alguém que conheciam apenas através<<strong>br</strong> />

<strong>da</strong> Internet: nos relacionamos; ficamos amigos; temos vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer pessoalmente e<<strong>br</strong> />

não o(a) veríamos. Esses achados vão ao encontro <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ias <strong>com</strong>enta<strong>da</strong>s acima por Rogers<<strong>br</strong> />

(1997) e Nicolaci-<strong>da</strong>-Costa (1998), quando <strong>de</strong>stacam a re<strong>de</strong> <strong>com</strong>o uma fonte importante <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

relacionamentos, evi<strong>de</strong>nciando-se, ao mesmo tempo, o <strong>de</strong>sejo do contato pessoal. Já Freitas<<strong>br</strong> />

(1996) refere que nas relações media<strong>da</strong>s pela Internet, um <strong>de</strong>sconhecido se <strong>com</strong>unica <strong>com</strong> o<<strong>br</strong> />

outro, sem jamais se verem. Além disso, po<strong>de</strong>-se pensar em uma correlação entre o uso <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Internet e a constituição emocional do indivíduo, especialmente <strong>com</strong>o um meio <strong>de</strong> linguagem<<strong>br</strong> />

que se manifesta a partir <strong>de</strong> experiências e significados construídos no processo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento. Essa linguagem po<strong>de</strong> se manifestar tanto na esfera individual quanto na<<strong>br</strong> />

familiar e social. Assim, a re<strong>de</strong> se configura <strong>com</strong>o a mais po<strong>de</strong>rosa ferramenta <strong>de</strong> expressão e<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>unicação entre as pessoas, sendo um meio para se relacionar amorosamente e fazer<<strong>br</strong> />

amigos (SPIZZIRRI, 2008).<<strong>br</strong> />

Também foi investigado se os usuários <strong>de</strong> Internet tinham ou já tiveram<<strong>br</strong> />

relacionamentos amorosos mediados pela Internet. Os resultados apontaram que 64% tinham<<strong>br</strong> />

ou já tiverem, e 36%, não. Desses usuários, 66% tiveram relacionamentos apenas uma vez;<<strong>br</strong> />

24%, duas vezes; 5%, cinco vezes e 5%, mais <strong>de</strong> cinco vezes. Os que procuraram esse tipo <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

relacionamento são 21%, dizem “aconteceu por acaso”, 61% e 18% não especificaram <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />

esse relacionamento ocorreu. Dos que já tiveram relações, 33% já se conheciam pessoalmente<<strong>br</strong> />

e 67% <strong>de</strong>les não se conheciam. Na categoria <strong>de</strong>sfecho do relacionamento, os usuários que<<strong>br</strong> />

mencionaram já terem se relacionado via Internet relataram que o <strong>de</strong>senlace nessa situação: é<<strong>br</strong> />

um <strong>com</strong>plemento para relacionamento sem mediação <strong>de</strong> Internet; é semelhante aos não<<strong>br</strong> />

mediados; é um namoro sem contato pessoal; há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> trazê-lo para o contato<<strong>br</strong> />

17


pessoal; há ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>; o mediado pela Internet é diferente dos não mediados e que há<<strong>br</strong> />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para negociar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s individuais.<<strong>br</strong> />

Nesse sentido, <strong>de</strong>staca-se que, na busca por interações <strong>com</strong> grupos que possuem<<strong>br</strong> />

afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s na Internet, são elaborados vínculos e situações <strong>de</strong> interação, que crescem e<<strong>br</strong> />

diminuem <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a percepção do indivíduo. Como a correria do dia-a-dia a interação<<strong>br</strong> />

social tem se tornado ca<strong>da</strong> vez mais difícil, os indivíduos têm buscado o isolamento social<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> o objetivo <strong>de</strong> fugir <strong>da</strong> violência, prezando por sua segurança e tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>, recorrendo<<strong>br</strong> />

assim à interação “segura” e virtual (ROCHA, 2009).<<strong>br</strong> />

Perez (2006) expõe que a atuali<strong>da</strong><strong>de</strong> está marca<strong>da</strong> por uma forte mu<strong>da</strong>nça nos<<strong>br</strong> />

processos <strong>de</strong> subjetivação, isto é, por transformações no modo <strong>com</strong>o o homem dá significado<<strong>br</strong> />

para as suas experiências. A subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> parece permea<strong>da</strong> por uma cultura<<strong>br</strong> />

narcisista/individualista caracteriza<strong>da</strong> por uma crise <strong>de</strong> valores, que parece estimular e<<strong>br</strong> />

fortalecer o surgimento <strong>de</strong> novas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do homem <strong>da</strong>r sentido às suas angústias e à<<strong>br</strong> />

solidão.<<strong>br</strong> />

Ao serem questionados se o relacionamento mediado pela Internet fez <strong>com</strong> que<<strong>br</strong> />

mu<strong>da</strong>ssem <strong>de</strong> <strong>com</strong>portamento fora <strong>de</strong>la, 20% dos usuários referiram que sim e 80%, que não.<<strong>br</strong> />

As principais mu<strong>da</strong>nças que apareceram conforme indica a categoria 10 foram: exercício para<<strong>br</strong> />

ser aceito, amadurecimento, transparência, diminuição <strong>da</strong> frequência <strong>de</strong> interação social não<<strong>br</strong> />

media<strong>da</strong> pela Internet, estar só versus não estar só, <strong>de</strong>sinibição e, tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<<strong>br</strong> />

Recuero (2007) <strong>de</strong>staca que ao buscarem uma aceitação social no mundo virtual, os<<strong>br</strong> />

indivíduos enquadram-se em grupos almejando o reconhecimento e buscando a aceitação<<strong>br</strong> />

social cria<strong>da</strong>, muitas vezes, em conjunto <strong>com</strong> conceitos e preconceitos provenientes <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

globalização. O ambiente virtual tem contribuído para a multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois<<strong>br</strong> />

através do ciberespaço o usuário permite a si mesmo <strong>de</strong>smem<strong>br</strong>ar sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> em várias, o<<strong>br</strong> />

que lhe possibilita vivenciar novas i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> suas fantasias e <strong>de</strong>sejos<<strong>br</strong> />

(TURKLE, 1997). Recuero (2007) sugere que as pessoas recriam seu “eu” através <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

convergência em ambientes virtuais. Sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> virtual, muitas vezes difere <strong>de</strong> sua<<strong>br</strong> />

i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> real. Portanto, na gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong>, ca<strong>da</strong> usuário po<strong>de</strong> se reconstruir à sua maneira.<<strong>br</strong> />

Quando questionados so<strong>br</strong>e a experiência con<strong>com</strong>itante <strong>de</strong> um relacionamento<<strong>br</strong> />

mediado e um não mediado pela Internet, 16% respon<strong>de</strong>ram que sim, e 84%, que não. Os<<strong>br</strong> />

usuários que respon<strong>de</strong>ram que sim, foram questionados se um interferia no outro. A meta<strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>les disse que sim, e o restante, que não. As interferências relata<strong>da</strong>s pelos usuários são<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>scritas na categoria 11, sendo elas: culpa e percepção <strong>de</strong> que o relacionamento não mediado<<strong>br</strong> />

pela Internet não era satisfatório.<<strong>br</strong> />

18


Kümpel (2005) relata que na prática os relacionamentos <strong>com</strong>eçam <strong>com</strong> um simples<<strong>br</strong> />

bate papo e se transformam, muitas vezes, em um relacionamento sério e duradouro,<<strong>br</strong> />

acarretando o <strong>com</strong>promisso <strong>de</strong> casamento ou união estável, porém, em outros casos, torna-se<<strong>br</strong> />

apenas um encontro casual e irresponsável. Corroborrando esse fato, Maheu e Subotnik<<strong>br</strong> />

(2001) referem que às infi<strong>de</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s no ciberespaço também são fortes o suficiente para<<strong>br</strong> />

romper relacionamentos presenciais. Gonçalves (2000), por sua vez, <strong>de</strong>staca o fato <strong>de</strong> que<<strong>br</strong> />

amores virtuais sempre existiram, vão continuar existindo, e que eles, assim <strong>com</strong>o os <strong>de</strong>mais<<strong>br</strong> />

tipos <strong>de</strong> relacionamentos amorosos, têm seus aspectos positivos e negativos.<<strong>br</strong> />

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<<strong>br</strong> />

A presente investigação evi<strong>de</strong>ncia que ca<strong>da</strong> vez mais os usuários têm empregado seu<<strong>br</strong> />

tempo <strong>de</strong> lazer para usufruir dos benefícios <strong>da</strong> Internet. Além disso, há muito ela <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

ser refúgio específico para as pessoas <strong>com</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>com</strong>portamentais e <strong>com</strong> problemas<<strong>br</strong> />

amorosos, tornando-se um meio para aquelas pessoas que nunca sentiram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para<<strong>br</strong> />

namorar.<<strong>br</strong> />

O crescimento <strong>de</strong>senfreado <strong>de</strong> usuários vinculado à correria do dia a dia tem feito <strong>da</strong><<strong>br</strong> />

Internet um importante meio para os relacionamentos amorosos. A gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> é i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o uma facilitadora <strong>de</strong> interações.<<strong>br</strong> />

O ciberespaço aproxima pessoas, servindo <strong>de</strong> mediador para os relacionamentos<<strong>br</strong> />

amorosos, inclusive para os geograficamente distantes e <strong>com</strong> falta <strong>de</strong> tempo. Também serve<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o ferramenta <strong>de</strong> auxílio aos indivíduos que possuem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em expressar<<strong>br</strong> />

sentimentos, servindo inclusive <strong>com</strong>o encorajador. Além disso, possibilita a <strong>com</strong>unicação e a<<strong>br</strong> />

liberação <strong>da</strong>s fantasias, servindo também <strong>de</strong> <strong>com</strong>plemento para os relacionamentos que<<strong>br</strong> />

exigem a presença física do sujeito.<<strong>br</strong> />

Um aspecto bastante relevante na presente investigação refere-se ao fato <strong>de</strong> que,<<strong>br</strong> />

surgiram muito mais pontos favoráveis ao uso <strong>da</strong> Internet para a busca ou envolvimento em<<strong>br</strong> />

um relacionamento amoroso, do que pontos <strong>de</strong>sfavoráveis, o que corrobora <strong>com</strong> o pressuposto<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong> que a tecnologia tem feito parte do cotidiano <strong>de</strong> muitas pessoas, influenciando e<<strong>br</strong> />

modificando as relações humanas.<<strong>br</strong> />

A Internet trouxe consigo uma transformação cultural, a qual exigiu uma<<strong>br</strong> />

reconfiguração <strong>da</strong>s relações dos indivíduos perante a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, porém não se po<strong>de</strong> concluir<<strong>br</strong> />

se essas transformações foram positivas ou negativas, pois tal inferência é muito subjetiva,<<strong>br</strong> />

pois cabe somente aos sujeitos, estando ou não envolvido nessas transformações, <strong>de</strong>finir se as<<strong>br</strong> />

19


elações media<strong>da</strong>s pela Internet são, ou não, saudáveis. Porém, fica claro que ela tem se<<strong>br</strong> />

tornado um po<strong>de</strong>roso instrumento para encontrar um amor, sendo necessário ter cui<strong>da</strong>do <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

os aspectos afetivos e sociais que po<strong>de</strong>m ser mascarados através <strong>de</strong>la, não permitindo que o<<strong>br</strong> />

sujeito enfrente essas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Sendo assim, a gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>da</strong> <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

cui<strong>da</strong>do, uma vez que, se usa<strong>da</strong> <strong>de</strong> forma exacerba<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> prejudicar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que precisam ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s através do convívio <strong>com</strong> o outro.<<strong>br</strong> />

Por outro lado cabe <strong>de</strong>stacar as idéias <strong>de</strong> Féres-Carneiro (1998), para quem a<<strong>br</strong> />

contemporanei<strong>da</strong><strong>de</strong> trouxe uma nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> nos relacionamentos afetivos, seja pela<<strong>br</strong> />

questão <strong>da</strong> individuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, seja <strong>com</strong>o pela disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo para investimento. Dessa<<strong>br</strong> />

forma, po<strong>de</strong>-se <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r a Internet <strong>com</strong>o mais uma ferramenta para li<strong>da</strong>r <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, sendo reflexo <strong>da</strong>s relações sociais e, simultaneamente,<<strong>br</strong> />

transformando-as.<<strong>br</strong> />

Como limitação <strong>de</strong>ste estudo, ressalta-se que, tendo em vista ser uma pesquisa<<strong>br</strong> />

qualitativa, atingiu-se um número reduzido <strong>de</strong> usuários, neste sentido, sugere-se o<<strong>br</strong> />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estudos quantitativos acerca <strong>da</strong> temática. Acredita-se ser pertinente,<<strong>br</strong> />

também, investigações so<strong>br</strong>e populações que não fazem uso <strong>de</strong>sta tecnologia <strong>com</strong> o intuito <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r as possíveis repercussões indiretas ou, ain<strong>da</strong>, <strong>com</strong>parar as influências <strong>com</strong> as<<strong>br</strong> />

pessoas que utilizam a Internet cotidianamente.<<strong>br</strong> />

A presente investigação propôs conhecer a opinião dos usuários so<strong>br</strong>e o tema<<strong>br</strong> />

relacionamento amoroso mediado pela Internet; <strong>de</strong>sta forma, expôs a opinião dos usuários <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Internet so<strong>br</strong>e os relacionamentos amorosos e preten<strong>de</strong>u colaborar para a <strong>com</strong>preensão <strong>de</strong>ste<<strong>br</strong> />

fenômeno tecnológico e suas implicações no dia-a-dia <strong>da</strong>s pessoas. A gran<strong>de</strong> re<strong>de</strong> surgiu na<<strong>br</strong> />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, contribuindo <strong>com</strong> novas formas <strong>de</strong> <strong>com</strong>unicação, possibilitando uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira<<strong>br</strong> />

revolução, uma vez que popularizou a <strong>com</strong>unicação, encurtou distâncias e aproximou as<<strong>br</strong> />

pessoas.<<strong>br</strong> />

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23


Apêndice A - Perfil Sociobio<strong>de</strong>mográfico<<strong>br</strong> />

2. Qual sua i<strong>da</strong><strong>de</strong>?<<strong>br</strong> />

3. Sexo:<<strong>br</strong> />

Masculino<<strong>br</strong> />

Feminino<<strong>br</strong> />

4. Estado civil:<<strong>br</strong> />

Solteiro(a)<<strong>br</strong> />

Namorando<<strong>br</strong> />

Casado(a) ou morando junto<<strong>br</strong> />

Separado(a) ou divorciado(a)<<strong>br</strong> />

Viúvo (a)<<strong>br</strong> />

5. Tem filhos?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

APÊNDICES<<strong>br</strong> />

6. Se sim, quantos filhos tens? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 5]<<strong>br</strong> />

Um<<strong>br</strong> />

Dois<<strong>br</strong> />

Três<<strong>br</strong> />

Quatro<<strong>br</strong> />

Cinco<<strong>br</strong> />

Seis<<strong>br</strong> />

Sete<<strong>br</strong> />

Oito ou mais<<strong>br</strong> />

7. A partir <strong>de</strong> que lugares você acessa a Internet normalmente? (Permite mais <strong>de</strong> uma<<strong>br</strong> />

resposta)<<strong>br</strong> />

De casa<<strong>br</strong> />

Do trabalho<<strong>br</strong> />

24


Da escola<<strong>br</strong> />

Da universi<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Do cibercafé<<strong>br</strong> />

Da Lan House<<strong>br</strong> />

Da casa <strong>de</strong> amigos<<strong>br</strong> />

Outro (Por favor especificar)<<strong>br</strong> />

8. Possui perfil em algum site <strong>de</strong> relacionamento? (orkut, myspace, facebook, parperfeito,<<strong>br</strong> />

mell, etc...)<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

9. Utiliza programas ou salas <strong>de</strong> bate-papo (MSN, Google talk, Yahoo Messenger, UOL,<<strong>br</strong> />

Terra, etc.)?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

10. Para que utiliza esse tipo <strong>de</strong> serviço? (Permite mais <strong>de</strong> uma resposta)<<strong>br</strong> />

Por causa do trabalho<<strong>br</strong> />

Para fazer/conhecer novos amigos<<strong>br</strong> />

Para procurar um(a) namorado(a)<<strong>br</strong> />

Para me <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong> amigos<<strong>br</strong> />

Para me <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong> colegas <strong>da</strong> escola/universi<strong>da</strong><strong>de</strong><<strong>br</strong> />

Para me <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong> familiares que moram longe<<strong>br</strong> />

Para me <strong>com</strong>unicar <strong>com</strong> pessoas <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s<<strong>br</strong> />

Outro (Por favor especificar)<<strong>br</strong> />

11. Quanto tempo você costuma ficar on-line na Internet POR SEMANA para executar<<strong>br</strong> />

ATIVIDADES DE LAZER (<strong>com</strong>o trocar email´s pessoais, entrar em sites <strong>de</strong><<strong>br</strong> />

relacionamentos e bater papo)?<<strong>br</strong> />

25


Apêndice B - Pesquisa so<strong>br</strong>e o Relacionamento Amoroso Mediado pela Internet<<strong>br</strong> />

12. Você tem alguma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>com</strong>eçar um namoro sem mediação <strong>de</strong> Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

13. Você sente alguma(s) dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>(s) durante o namoro sem mediação <strong>de</strong> Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

14. Se sim, que tipo(s) <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>(s)? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 13]<<strong>br</strong> />

15. Para você a Internet é, ou po<strong>de</strong>ria ser, um meio pelo qual você po<strong>de</strong> se relacionar<<strong>br</strong> />

amorosamente?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

Talvez<<strong>br</strong> />

Outro (Por favor especificar)<<strong>br</strong> />

16. Por quê? [Continuação pergunta 15]<<strong>br</strong> />

17. Na sua opinião, existe diferença entre o relacionamento não mediado pela Internet e o<<strong>br</strong> />

relacionamento mediado pela Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

26


18. Se sim, que diferença(s) seria(m) essa(s)? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 17]<<strong>br</strong> />

19. Na sua opinião, o namoro pela Internet po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r certo?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

Talvez<<strong>br</strong> />

20. Por quê? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 19]<<strong>br</strong> />

21. Por que você acha que as pessoas procuram este tipo <strong>de</strong> relacionamento ou nele se<<strong>br</strong> />

envolvem (mediado pela Internet)?<<strong>br</strong> />

22. Você já sentiu atração ou interesse por alguém que conhecia apenas através <strong>da</strong> Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

23. Se sim, <strong>com</strong>o foi isso? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 22]<<strong>br</strong> />

24. Você tem ou já teve relacionamentos amorosos mediados pela Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

27


25. Se sim, quantas vezes? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 24]<<strong>br</strong> />

26. Se sim, você procurou ou foi por acaso? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 24]<<strong>br</strong> />

Eu procurei<<strong>br</strong> />

Foi por acaso<<strong>br</strong> />

Outro (Por favor especificar)<<strong>br</strong> />

27. Se sim, você já o(a) conhecia pessoalmente? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 24]<<strong>br</strong> />

Já o(a) conhecia<<strong>br</strong> />

Não o(a) conhecia<<strong>br</strong> />

28. Se sim, <strong>com</strong>o foi (foram)? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 24]<<strong>br</strong> />

29. Você acha que o seu relacionamento mediado pela Internet fez <strong>com</strong> que você mu<strong>da</strong>sse<<strong>br</strong> />

seu <strong>com</strong>portamento fora <strong>da</strong> Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

30. Se sim, em que sentido? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 29]<<strong>br</strong> />

31. Você tem ou já teve, ao mesmo tempo, um relacionamento amoroso mediado pela<<strong>br</strong> />

internet e outro não mediado pela Internet?<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

28


32. Se sim, um interfere <strong>com</strong> o outro? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 31]<<strong>br</strong> />

Sim<<strong>br</strong> />

Não<<strong>br</strong> />

33. Se sim, <strong>com</strong>o interfere? [Continuação <strong>da</strong> pergunta 32]<<strong>br</strong> />

34. Se <strong>de</strong>sejar, por favor, <strong>com</strong>ente so<strong>br</strong>e sua experiência ou algum caso <strong>de</strong> relacionamento<<strong>br</strong> />

amoroso mediado pela Internet que conheça:<<strong>br</strong> />

29

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