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Proposição de Unidades de Conservação na Região dos ... - ICMBio

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<strong>Proposição</strong> <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>Conservação</strong> <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>dos</strong><br />

Abrolhos<br />

Documento-Base<br />

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE<br />

Instituto Chico Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> da Biodiversida<strong>de</strong> - <strong>ICMBio</strong><br />

Diretoria <strong>de</strong> Criação e Manejo <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> – DIMAN<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção Geral <strong>de</strong> Criação, Planejamento e Avaliação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> - CGCAP<br />

Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Criação <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> – COCUC<br />

abril/2012


Sumário<br />

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................... 3<br />

CARACTERÍSTICAS GERAIS .................................................................................................................................................................. 3<br />

PROPOSIÇÃO DE AMPLIAÇÃO DA ÁREA PROTEGIDA ..................................................................................................................... 7<br />

PROPOSTA DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS ABROLHOS .......................................................................................... 12<br />

PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL MARINHO DOS ABROLHOS .................................................................. 14<br />

PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BALEIA JUBARTE ..................................................................... 19<br />

PROPOSTA DE CRIAÇÃO DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA FOZ DO RIO DOCE ........................ 21<br />

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................................................................ 23<br />

2


APRESENTAÇÃO<br />

O presente documento trata das propostas <strong>de</strong> criação/ampliação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação<br />

(UCs) localizadas <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos como estratégia para ampliar a proteção da maior área recifal e<br />

com a maior biodiversida<strong>de</strong> do Atlântico Sul. Ele sintetiza informações obtidas no âmbito do Projeto<br />

“I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Áreas Prioritárias para a <strong>Conservação</strong> da Biodiversida<strong>de</strong> no Banco <strong>dos</strong> Abrolhos”<br />

<strong>de</strong>senvolvido pelo <strong>ICMBio</strong> em cooperação técnica com a <strong>Conservação</strong> Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No referido Projeto,<br />

um consultor contratado pelo <strong>ICMBio</strong> reuniu informações <strong>de</strong> pesquisadores que trabalham <strong>na</strong> região, <strong>de</strong><br />

organizações não-gover<strong>na</strong>mentais, <strong>de</strong> representantes do setor da pesca artesa<strong>na</strong>l, bem como da<strong>dos</strong> da<br />

literatura. Estas informações foram a<strong>na</strong>lisadas por um método <strong>de</strong> planejamento sistemático para<br />

conservação, que gera cenários capazes <strong>de</strong> alcançar metas <strong>de</strong> conservação propostas, com o menor<br />

custo para ativida<strong>de</strong>s huma<strong>na</strong>s existentes. O objetivo do documento é apresentar as melhores propostas<br />

<strong>de</strong> criação/ampliação <strong>de</strong> UCs para a região, buscando proteger sua biodiversida<strong>de</strong> e garantir a<br />

sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s como a pesca, o turismo e outras que possam se <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong> forma<br />

harmônica. O documento a<strong>na</strong>lisa, portanto, a proposta <strong>de</strong> limites e categorias para a criação/ampliação <strong>de</strong><br />

UCs <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos bem como os encaminhamentos necessários para a conclusão <strong>dos</strong> mesmos.<br />

CARACTERÍSTICAS GERAIS<br />

A <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos, entre o sul do Estado da Bahia e o norte do Espírito Santo, compreen<strong>de</strong><br />

uma expansão da plataforma continental <strong>de</strong> até 200 km, cobrindo aproximadamente 56.000 km 2 incluindo<br />

o Banco Royal Charlotte e o Banco <strong>dos</strong> Abrolhos (Castro & Pires 2001, Leão et al. 2003), esten<strong>de</strong>ndo-se<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a foz do rio Jequitinhonha (15° 50' <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul) até a foz do rio Doce (19° 40' <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul). A<br />

profundida<strong>de</strong> média ao longo do Banco é <strong>de</strong> aproximadamente 30 metros e to<strong>dos</strong> os recifes conheci<strong>dos</strong><br />

estão localiza<strong>dos</strong> a uma distância entre 5 e 65 km da linha <strong>de</strong> costa (Castro & Pires 2001, Dutra et al.<br />

2006a). Este complexo <strong>de</strong> recifes <strong>de</strong> coral é o maior e concentra a maior biodiversida<strong>de</strong> marinha<br />

registrada no Atlântico Sul (Leão 1999, Castro & Pires 2001, Kikuchi et al. 2003, Leão & Kikuchi 2005,<br />

3


Dutra et al. 2006a). A região é um mosaico <strong>de</strong> hábitats incluindo manguezais, bancos <strong>de</strong> algas calcárias,<br />

fun<strong>dos</strong> inconsolida<strong>dos</strong> e recifes <strong>de</strong> corais. Estes ambientes formam estruturas significativamente diferentes<br />

<strong>dos</strong> mais bem conheci<strong>dos</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> recifes <strong>de</strong> coral do mundo, tais como: (i) crescimento em forma <strong>de</strong><br />

cogumelos que origi<strong>na</strong>m estruturas conhecidas por “chapeirões”; (ii) a fau<strong>na</strong> <strong>de</strong> corais é caracterizada por<br />

pouca diversida<strong>de</strong>, mas rica em espécies endêmicas, on<strong>de</strong> os principais bioconstrutores são formas<br />

arcaicas, remanescentes <strong>de</strong> uma fau<strong>na</strong> <strong>de</strong> corais antiga, datada do período Terciário; (iii) presença <strong>de</strong><br />

algas coralíneas incrustantes que apresentam um papel importante <strong>na</strong> construção da estrutura recifal; (iv)<br />

bancos <strong>de</strong> recifes próximos à costa circunda<strong>dos</strong> e algumas vezes até preenchi<strong>dos</strong> por sedimentos<br />

siliciclásticos (Leão & Dominguez 2000, Leão & Kikuchi 2005). Das 21 espécies <strong>de</strong> corais i<strong>de</strong>ntificadas até<br />

o momento para os recifes brasileiros, 19 são encontradas <strong>na</strong> região <strong>dos</strong> Abrolhos (Leão et al. 2003, Dutra<br />

et al. 2006a). Levantamentos realiza<strong>dos</strong> por um Programa <strong>de</strong> Avaliação Biológica Rápida compila<strong>dos</strong> com<br />

da<strong>dos</strong> da literatura registraram cerca <strong>de</strong> 1300 espécies distribuídas em oito grupos biológicos: 39<br />

antozoários, 266 peixes, 100 algas, 90 poliquetas, 293 moluscos e 535 crustáceos (Dutra et al. 2006a). s<br />

Devido à alta diversida<strong>de</strong> e singularida<strong>de</strong> das comunida<strong>de</strong>s biológicas e formações recifais, o primeiro<br />

Parque Nacio<strong>na</strong>l Marinho do Brasil foi estabelecido <strong>na</strong> região em 1983. Entretanto, a área limitada <strong>de</strong>sta<br />

área protegida (879,6 km 2 ) não contém a varieda<strong>de</strong> completa <strong>de</strong> espécies e hábitats encontra<strong>dos</strong> no<br />

complexo total <strong>de</strong> ecossistemas costeiros e marinhos. Por exemplo, recifes mais profun<strong>dos</strong>, localiza<strong>dos</strong> <strong>na</strong><br />

parte exter<strong>na</strong> do Banco <strong>dos</strong> Abrolhos e bancos <strong>de</strong> algas calcárias não estão representa<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

reservas (Dutra et al. 2006a). Outras áreas protegidas <strong>na</strong> região incluem reservas extrativistas localizadas<br />

<strong>na</strong> região costeira e que permitem a utilização <strong>de</strong> seus recursos pelas comunida<strong>de</strong>s da pesca artesa<strong>na</strong>l.<br />

O Banco <strong>dos</strong> Abrolhos, propriamente dito, é um alargamento da plataforma continental brasileira,<br />

que <strong>na</strong> latitu<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Caravelas-BA apresenta uma largura excepcio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200 km.<br />

Esten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 16 o 40' S, <strong>na</strong> altura do município <strong>de</strong> Prado (BA) até 19 o 40' S, <strong>na</strong> altura da foz do rio<br />

Doce (ES), numa extensão aproximada <strong>de</strong> 409 km <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> costa (das quais aproximadamente 257 km<br />

estão no litoral baiano e 152 km fazem parte do litoral capixaba) (Marchioro et al. 2005). O Banco Royal<br />

Charlotte, localizado ao norte do Banco <strong>dos</strong> Abrolhos, localiza-se entre o município do Prado (16° 40' <strong>de</strong><br />

latitu<strong>de</strong> sul) e a foz do rio Jequitinhonha (15° 50' <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul), apresentando um formato quase<br />

retangular, com sua dimensão maior no sentido leste-oeste, <strong>de</strong> aproximadamente 100 km, e a menor no<br />

sentido norte-sul, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 50 km. Possui superfície pla<strong>na</strong>, cortada por ca<strong>na</strong>is com profundida<strong>de</strong>s entre<br />

30 e 40 m.<br />

4


O clima <strong>na</strong> costa leste do Brasil é úmido, com uma média <strong>de</strong> temperatura que varia entre 24 o C no<br />

inverno e 27 oC no verão. A média anual <strong>de</strong> precipitação <strong>na</strong> região costeira em frente à área <strong>de</strong> Abrolhos é<br />

<strong>de</strong> 1.750mm. A região <strong>dos</strong> Abrolhos está localizada <strong>na</strong> parte sul da área <strong>de</strong> atuação <strong>dos</strong> ventos alísios.<br />

Esse sistema <strong>de</strong> ventos tem duas direções principais: nor<strong>de</strong>ste e leste durante a primavera e o verão<br />

(outubro a março) e su<strong>de</strong>ste durante o outono e o inverno (abril a setembro). Existem duas frentes <strong>de</strong><br />

ondas principais inci<strong>de</strong>ntes <strong>na</strong> área, as quais coinci<strong>de</strong>m com o regime <strong>dos</strong> ventos. As ondas que ocorrem<br />

durante a primavera/verão (outubro a fevereiro) são dirigidas pelos ventos <strong>de</strong> nor<strong>de</strong>ste/leste e chegam a<br />

alcançar altura <strong>de</strong> 1m e perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> 5 segun<strong>dos</strong> (Leão 1999). Esta seqüência <strong>de</strong> ondas provoca um<br />

transporte <strong>de</strong> sedimento por <strong>de</strong>riva litorânea, com sentido para sul <strong>na</strong> parte norte da Ponta da Baleia.<br />

Os impactos sobre a <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos são sérios o suficiente para justificar a ampliação <strong>dos</strong><br />

esforços <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong>stes ecossistemas frágeis e singulares. Atuais pressões antrópicas são<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> mudanças no uso do solo <strong>na</strong> planície costeira (levando a taxas elevadas <strong>de</strong> sedimentação<br />

e eutrofização das águas costeiras) e ativida<strong>de</strong>s subaquáticas incluindo sobrepesca e visitação excessiva<br />

(Leão & Kikuchi 2005). Ameaças <strong>na</strong>turais também contribuíram para aumentar os distúrbios. De acordo<br />

com Leão & Kikuchi (2005) flutuações do nível do mar no fi<strong>na</strong>l do Quaternário expôs os recifes à erosão<br />

marinha no momento em que as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> corais vivendo sob os topos <strong>dos</strong> recifes intermareais<br />

ficaram sujeitos à alta radiação UV e elevada sedimentação. Os recifes costeiros brasileiros têm crescido<br />

por mais <strong>de</strong> 3.000 anos sob significativos fluxos <strong>de</strong> sedimentos terrígenos, entretanto, eles têm estado<br />

claramente sob alto estresse nos últimos anos <strong>de</strong>vido às alterações nos processos hidrológicos<br />

responsáveis pelo incremento no transporte <strong>de</strong> sedimentos para o mar (Dutra et al. 2006b). Estas<br />

alterações têm efeitos negativos sobre a vitalida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> recifes (Leão & Kikuchi 2005, Dutra et al. 2006b) e<br />

resultam principalmente do <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> áreas costeiras e conversão <strong>de</strong> áreas <strong>na</strong>turais para a<br />

agricultura e produção industrial <strong>de</strong> celulose (Leão 1996). Uma taxa média <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> sedimentos<br />

maior que >10 mg/cm 2/dia parece ser o limite crítico para a manutenção da saú<strong>de</strong> <strong>dos</strong> corais e hidrocorais<br />

<strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> recifal <strong>dos</strong> Abrolhos e algumas áreas já tem alcançado este limite (Leão & Kikuchi 2005,<br />

Dutra et al. 2006b). Além disso, a ocorrência <strong>de</strong> doenças nos corais do Banco <strong>dos</strong> Abrolhos cresceu <strong>de</strong><br />

níveis pouco significativos para níveis alarmantes nos últimos anos; tal fato <strong>de</strong>ve estar relacio<strong>na</strong>do a<br />

efeitos sinergéticos <strong>de</strong> múltiplas causas, incluindo anomalias <strong>na</strong> temperatura superficial do mar (Francini-<br />

Filho et al. 2008).<br />

5


Os recifes da região <strong>dos</strong> Abrolhos estão distribuí<strong>dos</strong> em dois arcos aproximadamente paralelos à<br />

linha da costa (Leão et al., 2003). O arco costeiro, localizado entre 10 e 20 km da costa, é formado por um<br />

complexo <strong>de</strong> bancos recifais e pináculos coralinos isola<strong>dos</strong> <strong>de</strong> dimensões variadas. Quando os chapeirões<br />

estão muito próximos uns <strong>dos</strong> outros, pináculos adjacentes fun<strong>de</strong>m-se pelos seus topos, formando<br />

estruturas compostas chamadas <strong>de</strong> bancos recifais. Os bancos menores resultam da fusão <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s<br />

alguns poucos chapeirões, enquanto que as estruturas maiores, como o recife da Pedra Gran<strong>de</strong> no Parcel<br />

das Pare<strong>de</strong>s – com 17km <strong>de</strong> extensão, formaram se em <strong>de</strong>corrência da coalescência <strong>de</strong> numerosos<br />

chapeirões e o preenchimento <strong>dos</strong> espaços vazios <strong>dos</strong> seus topos por sedimento <strong>de</strong> origem biogênica,<br />

produzido no próprio recife. Nas partes inferiores <strong>de</strong>sses recifes, ca<strong>na</strong>is estreitos persistem on<strong>de</strong> não<br />

houve coalescência lateral das estruturas. Estes recifes não formam as estruturas clássicas conhecidas<br />

como recifes em barreira, sendo bancos isola<strong>dos</strong>, rasos e com formas e dimensões variadas. O arco<br />

externo, que bor<strong>de</strong>ja o lado leste das ilhas <strong>de</strong> Abrolhos, está localizado a cerca <strong>de</strong> 70 km da costa e é<br />

formado por pináculos coralinos gigantes em águas com profundida<strong>de</strong>s superiores a 25 m. Cerca <strong>de</strong> 5 km<br />

a leste do arquipélago <strong>de</strong> Abrolhos, pináculos coralinos gigantes são abundantes, constituindo o Parcel<br />

<strong>dos</strong> Abrolhos, que se esten<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15 km <strong>na</strong> direção norte-sul e 5 km <strong>na</strong> direção leste-oeste (Leão et<br />

al., 2003). Esses recifes são forma<strong>dos</strong> por chapeirões isola<strong>dos</strong> em águas com profundida<strong>de</strong>s superiores a<br />

25 m. Ao contrário do que ocorre no arco costeiro, os pináculos do arco externo não formam bancos<br />

recifais a partir do coalescimento lateral. A distribuição vertical <strong>dos</strong> corais <strong>na</strong>s pare<strong>de</strong>s laterais <strong>de</strong>sses<br />

chapeirões é caracterizada pela presença <strong>de</strong> espécies fotófilas (aquelas que necessitam <strong>de</strong> maior<br />

luminosida<strong>de</strong>) <strong>na</strong>s partes mais altas das colu<strong>na</strong>s recifais e <strong>de</strong> espécies ciáfilas (as que vivem em<br />

ambientes sombrea<strong>dos</strong>) <strong>na</strong>s suas porções inferiores.<br />

As algas incrustantes (algas vermelhas calcárias) estão entre os principais organismos<br />

construtores <strong>dos</strong> recifes em Abrolhos. Segundo Figueiredo (1997) sua abundância entre os organismos<br />

bentônicos <strong>dos</strong> recifes do arquipélago, varia entre 32% e 79% e os principais representantes são os<br />

seguintes gêneros: Lithothamnion, Lithophyllum, Sporolithon e Porolithon. Na construção <strong>de</strong> recifes do<br />

arco costeiro, o percentual <strong>de</strong>ssas algas alcança até 20%, como observado em um testemunho do recife<br />

da Coroa Vermelha (Leão, 1982). Das mais <strong>de</strong> 300 espécies <strong>de</strong> macroalgas listadas para a costa<br />

brasileira, 70% são especialmente referenciadas para o estado da Bahia (Nunes, 2005).<br />

6


A <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos abrigam também populações <strong>de</strong> aproximadamente 45 espécies<br />

consi<strong>de</strong>radas ameaçadas, segundo a União Mundial para a Natureza – IUCN (IUCN, 2003) e o MMA<br />

(Ibama 2003, 2004). Entre as espécies ameaçadas <strong>de</strong> peixes, com ocorrência registrada <strong>na</strong> região,<br />

<strong>de</strong>stacam-se quatro espécies <strong>de</strong> peixes cartilaginosos (Ginglymostoma cirratum, Negaprion brevirostris,<br />

Carcharhinus sig<strong>na</strong>tus e C. porosus) e <strong>de</strong>z <strong>de</strong> peixes ósseos (Hippocampus reidi, H. erectus, Elacatinus<br />

figaro, Gramma brasiliensis, Lutjanus a<strong>na</strong>lis, Scarus trispinosus, Ocyurus chrysurus, Epinephelus itajara,<br />

Mycteroperca bo<strong>na</strong>ci e M. interstitialis).<br />

PROPOSIÇÃO DE AMPLIAÇÃO DA ÁREA PROTEGIDA<br />

O Brasil é um <strong>dos</strong> países sig<strong>na</strong>tários da Convenção da Diversida<strong>de</strong> Biológica das Nações Unidas<br />

(CDB) e, tendo aprovado o Programa <strong>de</strong> Trabalho sobre Áreas Protegidas da CDB em 2004, tem como<br />

compromisso estabelecer e manter o sistema <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> áreas protegidas terrestres e marinhas que<br />

sejam abrangentes, efetivamente manejadas e ecologicamente representativas, até 2010 e 2015,<br />

respectivamente, com o objetivo <strong>de</strong> reduzir significativamente o ritmo atual <strong>de</strong> perda da diversida<strong>de</strong><br />

biológica, reduzir a pobreza e promover o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

A biodiversida<strong>de</strong> marinha não está suficientemente representada no atual sistema global <strong>de</strong> áreas<br />

protegidas. As áreas protegidas marinhas representam 4,3% do número total existente e cobrem menos<br />

do que 1% da superfície do globo (aproximadamente 3,1 milhões <strong>de</strong> km 2 ) (IUCN & UNEP-WCMC, 2010).<br />

No Brasil, as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação marinhas cobrem 1,52% das águas sob jurisdição brasileira<br />

(Zo<strong>na</strong> Econômica Exclusiva). O Plano Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Áreas Protegidas (PNAP), estabelecido pelo Decreto<br />

5758 <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2006, traz orientações para o estabelecimento e ampliação do Sistema Nacio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong>, recomendando que sejam utiliza<strong>dos</strong> neste processo os resulta<strong>dos</strong> da<br />

i<strong>de</strong>ntificação das áreas prioritárias para a conservação e <strong>de</strong> análises <strong>de</strong> lacu<strong>na</strong>s <strong>de</strong> proteção existentes.<br />

Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> planejamento para a conservação têm sido amplamente <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> (Kirkpatrick<br />

1983; Pressey et al. 1994; Margules & Pressey 2000; Margules et al. 2002; Brooks et al. 2006) e<br />

aplica<strong>dos</strong> em várias regiões e escalas espaciais e (e.g. Noss et al. 2002; Cowling et al. 2003). O<br />

planejamento sistemático para a conservação (PSC) (Margules & Pressey 2000) é um <strong>de</strong>sses méto<strong>dos</strong> e<br />

7


utiliza critérios quantitativos, transparentes e replicáveis para o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> cenários <strong>de</strong> conservação. As<br />

opções espaciais (insubstituibilida<strong>de</strong>) e temporais para a conservação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da área são<br />

consi<strong>de</strong>radas nesse processo.<br />

O PSC é baseado <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> alvos e metas <strong>de</strong> conservação. Os alvos po<strong>de</strong>m ser espécies<br />

(ameaçadas, endêmicas, <strong>de</strong> importância comercial, etc), grupos funcio<strong>na</strong>is, hábitats ou outros<br />

indicadores da biodiversida<strong>de</strong>. Para os casos em que os da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> espécies não forem<br />

suficientes po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>dos</strong> outros substitutos como, por exemplo, a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hábitats<br />

(surrogates). As metas <strong>de</strong> conservação são <strong>de</strong>finidas como a porcentagem da área ou número <strong>de</strong><br />

ocorrências <strong>dos</strong> alvos que <strong>de</strong>vem estar representa<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ntro do sistema. Para tal são <strong>de</strong>finidas<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento (UP’s) que são unida<strong>de</strong>s arbitrárias que subdivi<strong>de</strong>m a área <strong>de</strong> estudo em<br />

células passíveis <strong>de</strong> estarem presente em qualquer cenário <strong>de</strong> conservação. Neste estudo foram criadas<br />

11.611 UP’s distribuídas ao longo <strong>de</strong> toda região <strong>dos</strong> Abrolhos com área <strong>de</strong> 9 Km 2 cada. O tamanho e o<br />

número <strong>de</strong> UP’s foram <strong>de</strong>fini<strong>dos</strong> com base no nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhamento <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong> e das informações<br />

disponíveis que foram empregadas no mo<strong>de</strong>lo.<br />

O PSC utiliza sistemas <strong>de</strong> suporte a <strong>de</strong>cisões que automatizam o processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> áreas,<br />

facilitando o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> cenários <strong>de</strong> conservação. Alguns sistemas <strong>de</strong> suporte a <strong>de</strong>cisões como o ´C-<br />

Plan` (Pressey et al., 2005), ´Marxan` (Game e Grantham, 2008) e ´Marxan with Zones` calculam<br />

medidas <strong>de</strong> importância (insubstituibilida<strong>de</strong> ou complementarida<strong>de</strong>) em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento. Para<br />

a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> cenários <strong>de</strong> conservação são também consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os custos associa<strong>dos</strong> à restrição do<br />

uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da área. Estes custos po<strong>de</strong>m ser o custo <strong>de</strong> manejo ou custos <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>. Neste<br />

estudo, foram sistematizadas informações que refletem o nível <strong>de</strong> conhecimento técnico-científico <strong>de</strong><br />

toda a região. As variáveis incluídas <strong>na</strong> análise são:<br />

• Gradiente batimétrico<br />

• Tipos <strong>de</strong> fundo<br />

• Localização <strong>de</strong> “buracas”<br />

• Área <strong>de</strong> ocorrência da Baleia Jubarte<br />

• Área <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> Sotalia guianensis<br />

8


• Distribuição <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> peixes (espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção, endêmicas, sobrexplotadas,<br />

<strong>de</strong> interesse comercial e/ou com gran<strong>de</strong> especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hábitat)<br />

• Áreas <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> aves<br />

• Pesca artesa<strong>na</strong>l (linha, espinhel, mergulho e re<strong>de</strong>)<br />

• Localização <strong>dos</strong> bancos camaroneiros<br />

• Pesca Industrial - Rastreamento <strong>de</strong> Embarcações Pesqueiras por Satélite<br />

• Pontos <strong>de</strong> dragagem e rotas das embarcações das empresas <strong>de</strong> celulose (Fíbria e Veracel)<br />

• Blocos das rodadas <strong>de</strong> licitações da Agência Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />

• Mineração<br />

• Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> existentes<br />

Com os cenários <strong>de</strong> conservação produzi<strong>dos</strong> pelo software <strong>na</strong> etapa anterior (Figura 1), foram<br />

realizadas reuniões com comunida<strong>de</strong> científica, organizações não gover<strong>na</strong>mentais e setor da pesca<br />

artesa<strong>na</strong>l <strong>na</strong> etapa <strong>de</strong> pós-seleção ou validação <strong>dos</strong> mesmos. Após a seleção das UP’s que<br />

representaram a melhor combi<strong>na</strong>ção espacial das áreas que garantem o alcance das metas para to<strong>dos</strong> os<br />

alvos <strong>de</strong> conservação, conjuntamente com aquelas que apresentaram os menores custos, foi traçada as<br />

propostas <strong>de</strong> limites da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> consi<strong>de</strong>rando quatro aspectos: (i) a ocorrência do maior<br />

número possível <strong>de</strong> UP’s que foram selecio<strong>na</strong>das por apresentarem freqüência maior que 50% <strong>na</strong>s 100<br />

soluções ótimas do programa <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> <strong>de</strong> Proteção Integral; (ii) a<br />

exclusão <strong>de</strong> áreas consi<strong>de</strong>radas imprescindíveis pelas comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca artesa<strong>na</strong>l da Bahia; (iii) a<br />

inclusão <strong>de</strong> áreas indicadas como ‘áreas para exclusão à pesca’ ou que apresentaram baixo nível <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> pesqueira em consonância com as ofici<strong>na</strong>s realizadas com setor da pesca<br />

artesa<strong>na</strong>l; (iv) a incorporação <strong>de</strong> áreas eventualmente não selecio<strong>na</strong>das ou indicadas pelo programa mas<br />

que garantiriam a conectivida<strong>de</strong> entre ambientes ou facilitariam a gestão integrada das futuras Unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> <strong>Conservação</strong>; e (v) a incorporação da proposta <strong>de</strong> uma Reserva <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável<br />

<strong>de</strong>mandada por comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Linhares <strong>na</strong>s adjacências da extremida<strong>de</strong> sul do Banco <strong>dos</strong> Abrolhos e<br />

da foz do Rio Doce. De modo que a proposição da ampliação da área protegida em Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>Conservação</strong> no Banco <strong>dos</strong> Abrolhos é consolidada e apresentada <strong>na</strong> Fig. 2.<br />

9


Figura 1. Cenário fi<strong>na</strong>l gerado pelo Marxan para a <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos<br />

10


Figura 2. Propostas <strong>de</strong> ampliação da área protegida <strong>na</strong> região do Banco <strong>dos</strong> Abrolhos<br />

11


PROPOSTA DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS ABROLHOS<br />

A proposta da Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental <strong>dos</strong> Abrolhos compreen<strong>de</strong> toda a região <strong>de</strong>finida no<br />

texto acima como <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos (que inclui o Banco <strong>dos</strong> Abrolhos, o Banco Royal Charlotte e áreas<br />

profundas adjacentes) – Figura 3. A região apresenta a mesma gênese, tendo sido origi<strong>na</strong>da pelo<br />

alargamento da plataforma continental em direção às montanhas submari<strong>na</strong>s formadas por ativida<strong>de</strong>s<br />

vulcânicas anteriores. Tal alargamento foi proporcio<strong>na</strong>do pelo retrabalhamento <strong>dos</strong> sedimentos do Grupo<br />

Barreiras ao longo das oscilações do nível do mar ocorridas a cerca <strong>de</strong> 3 a 4 milhões <strong>de</strong> anos atrás. Ela<br />

abrange ainda os montes submarinos Minerva e Hotspur e parte norte do Bes<strong>na</strong>rd, proporcio<strong>na</strong>ndo a<br />

representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ambientes que possivelmente possuíram intima ligação à gênese do Banco <strong>dos</strong><br />

Abrolhos e Royal Charlotte.<br />

O principal objetivo da APA <strong>dos</strong> Abrolhos é or<strong>de</strong><strong>na</strong>r as ativida<strong>de</strong>s econômicas em toda sua<br />

extensão, garantindo o uso sustentável <strong>dos</strong> recursos <strong>na</strong>turais. Entre estas ativida<strong>de</strong>s, a <strong>de</strong>staca-se a<br />

pesca que é praticada por mais <strong>de</strong> 20.000 profissio<strong>na</strong>is e gera mais <strong>de</strong> R$ 100 milhões por ano,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo a cerca <strong>de</strong> 10% do valor gerado pela pesca marinha no Brasil. Além disso, a Unida<strong>de</strong><br />

cumprirá o papel <strong>de</strong> garantir o <strong>de</strong>senvolvimento or<strong>de</strong><strong>na</strong>do <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s econômicas incluindo o<br />

turismo, o transporte marítimo, e servirá como instrumento fundamental <strong>de</strong> gestão integrada <strong>de</strong> todas as<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> propostas e existentes.<br />

A APA também <strong>de</strong>verá garantir a manutenção <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os outros bens e serviços gera<strong>dos</strong> pela<br />

completa diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ecossistemas presentes <strong>na</strong> região, tais como os provenientes do banco <strong>de</strong><br />

rodolitos <strong>de</strong> Abrolhos. A área é consi<strong>de</strong>rado um sumidouro <strong>de</strong> carbo<strong>na</strong>to <strong>de</strong> cálcio e um amortecedor<br />

(buffer) para oscilações do pH da água do mar no Oceano Atlântico Sul, o que apresenta extrema<br />

relevância diante do cenário atual <strong>de</strong> mudanças climáticas globais. Ele representa aproximadamente 5%<br />

da extensão do banco <strong>de</strong> carbo<strong>na</strong>tos do mundo e 50% do banco <strong>de</strong> carbo<strong>na</strong>tos do Oceano Atlântico.<br />

Além disso, a Unida<strong>de</strong> cumprirá o papel <strong>de</strong> garantir o <strong>de</strong>senvolvimento or<strong>de</strong><strong>na</strong>do <strong>de</strong> outras<br />

ativida<strong>de</strong>s econômicas incluindo o turismo e servirá como instrumento fundamental <strong>de</strong> gestão integrada <strong>de</strong><br />

todas as Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> propostas e existentes. O limite leste da APA Banco <strong>dos</strong> Abrolhos é a<br />

isóbata <strong>de</strong> 3.500 metros e o limite oeste é a linha <strong>de</strong> costa (consi<strong>de</strong>rada neste documento como a linha<br />

média <strong>de</strong> preamar). O mapa que ilustra o limite da APA Banco <strong>dos</strong> Abrolhos encontra-se <strong>na</strong> Figura 3. A<br />

12


área <strong>de</strong>sta Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> é <strong>de</strong> aproximadamente 9.249.661 hectares, o que aumentaria a<br />

representativida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> ecossistemas marinhos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> áreas protegidas <strong>de</strong> 1,52% para pouco mais <strong>de</strong><br />

3% da ZEE. Ressalta-se que fica excluída <strong>de</strong>sta área a porção coinci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sta UC com a Reserva<br />

Extrativista <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>vieiras e as totalida<strong>de</strong>s da Reserva Extrativista Marinha Corumbau, Reserva<br />

Extrativista Cassurubá e do Parque Nacio<strong>na</strong>l Marinho <strong>dos</strong> Abrolhos bem como as áreas das UCs<br />

propostas.<br />

Figura 3. Proposta <strong>de</strong> limites para a criação da APA Banco <strong>dos</strong> Abrolhos<br />

13


PROPOSTA DE AMPLIAÇÃO DO PARQUE NACIONAL MARINHO DOS ABROLHOS<br />

O Parque Nacio<strong>na</strong>l Marinho (PARNAMAR) <strong>dos</strong> Abrolhos representa, atualmente, 100% da meta<br />

<strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> 19 <strong>dos</strong> 116 alvos a<strong>na</strong>lisa<strong>dos</strong> neste estudo. Isto <strong>de</strong>monstra a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o<br />

novo limite da UC possa incorporar espécies e ambientes que não estão presentes em seus limites<br />

origi<strong>na</strong>is, tais como os recifes mais profun<strong>dos</strong> localiza<strong>dos</strong> próximos a quebra da plataforma. Os novos<br />

limites do PARNAMAR Abrolhos contribuem significativamente para o alcance das metas <strong>de</strong> conservação<br />

estabelecidas para os recifes intermareais plataforma, chapeirões, fun<strong>dos</strong> <strong>de</strong> rodolitos, sedimentos<br />

inconsolida<strong>dos</strong> e talu<strong>de</strong> superior, além <strong>de</strong> cumprir integralmente a meta para conservação das ‘buracas’ 1.<br />

Estes ambientes são extremamente importantes para a produtivida<strong>de</strong> pesqueira (através do spillover) e<br />

oferecem ainda novas opções para mergulho quando localiza<strong>dos</strong> em áreas mais rasas. Vinte e seis<br />

espécies <strong>de</strong> peixes utilizadas <strong>na</strong>s mo<strong>de</strong>lagens também apresentam gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> suas metas<br />

representadas <strong>na</strong>s áreas incluídas nesta proposta <strong>de</strong> ampliação (alcance maior que 50% da meta <strong>de</strong><br />

conservação). Neste cenário, o PARNAMAR Abrolhos passaria a cumprir quase meta<strong>de</strong> <strong>dos</strong> 116 alvos <strong>de</strong><br />

conservação avalia<strong>dos</strong>.<br />

É crescente a dissemi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> que as áreas protegidas marinhas são essenciais para conservar<br />

a biodiversida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> oceanos, e que também servem para manter a sustentabilida<strong>de</strong>, especialmente <strong>dos</strong><br />

estoques pesqueiros. Vários estu<strong>dos</strong> realiza<strong>dos</strong> em diferentes partes do mundo apontam que o<br />

estabelecimento <strong>de</strong> áreas marinhas protegidas que funcio<strong>na</strong>m como áreas <strong>de</strong> exclusão à pesca contribui<br />

para a recuperação <strong>de</strong> estoques colapsa<strong>dos</strong> ou consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> ameaça<strong>dos</strong>, servindo como berçário e fonte<br />

<strong>de</strong> exportação <strong>de</strong> indivíduos maduros, ovos e larvas para as áreas adjacentes e, conseqüentemente,<br />

gerando benefícios diretos à pesca (Roberts & Polunin, 1993; Roberts, 1997; Russ, 1996; Bohnsack, 1998;<br />

Lubchenco et al., 2003; Francini-Filho & Moura, 2008b). Os efeitos <strong>de</strong> áreas protegidas em águas tropicais<br />

foram <strong>de</strong>monstra<strong>dos</strong> pela Associação para Estu<strong>dos</strong> Interdiscipli<strong>na</strong>res <strong>dos</strong> Oceanos Costeiros (2008) ao<br />

avaliarem que, <strong>de</strong>ntro das reservas marinhas localizadas <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> e Caribe, houve incremento<br />

1 As “buracas” são ambientes <strong>de</strong>scritos unicamente para Abrolhos. Representam <strong>de</strong>pressões circulares no fundo marinho,<br />

localizadas em áreas com profundida<strong>de</strong>s variando <strong>de</strong> 20 a 50 metros. As buracas po<strong>de</strong>m variar <strong>de</strong> 15 a 70 metros <strong>de</strong> diâmetro e<br />

ter até 20 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. Em seu interior normalmente são observadas algas e outros tipos <strong>de</strong> matéria orgânica, e<br />

costumam atrair gran<strong>de</strong> abundância <strong>de</strong> vida ao seu redor.<br />

14


<strong>dos</strong> seguintes parâmetros: 446% <strong>na</strong> biomassa <strong>de</strong> organismos, 166% <strong>na</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, 28% no tamanho <strong>dos</strong><br />

peixes e 21% <strong>na</strong> diversida<strong>de</strong> biológica.<br />

Estu<strong>dos</strong> semelhantes foram realiza<strong>dos</strong> recentemente no Brasil, comprovando também aqui que as<br />

reservas marinhas são importantes para a manutenção da pesca <strong>na</strong>s áreas adjacentes. Um estudo<br />

realizado em área <strong>de</strong> exclusão à pesca no litoral <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco i<strong>de</strong>ntificou um aumento <strong>de</strong> quatro vezes<br />

<strong>na</strong> abundância <strong>de</strong> espécies que são alvo da ativida<strong>de</strong> (Ferreira & Maida, 2007). O mesmo estudo<br />

<strong>de</strong>monstrou que, ao se a<strong>na</strong>lisar espécies isoladamente em locais específicos abertos e fecha<strong>dos</strong> à pesca,<br />

o aumento foi <strong>de</strong> até onze vezes, como no caso <strong>dos</strong> indivíduos da família Lutjanidae. Outros dois estu<strong>dos</strong>,<br />

realiza<strong>dos</strong> no próprio Banco <strong>dos</strong> Abrolhos, também <strong>de</strong>monstraram os benefícios das áreas fechadas para<br />

a produção pesqueira. Estes benefícios incluem o aumento <strong>de</strong> biomassa <strong>de</strong> espécies alvo em áreas<br />

fechadas pela criação do PARNAMAR Abrolhos, particularmente para pequenos carnívoros, e incremento<br />

<strong>de</strong> trinta vezes <strong>na</strong> biomassa <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> garoupa em duas áreas fechadas durante o período do<br />

estudo (entre 2001 e 2005) (Francini-Filho & Moura, 2008a). Além disso, Francini-Filho & Moura 2008b<br />

registraram evidências <strong>de</strong> spillover (i.e. exportação <strong>de</strong> biomassa das áreas <strong>de</strong> reservas para locais não<br />

protegi<strong>dos</strong> próximos <strong>de</strong> seus limites) para espécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância econômica, em área fechada<br />

para a pesca <strong>na</strong> Reserva Extrativista Marinha do Corumbau (Figura 04).<br />

Figura 04. Efeito <strong>de</strong> spillover observado para o ba<strong>de</strong>jo (Mycteroperca bo<strong>na</strong>ci) após o fechamento da<br />

área <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> pesca <strong>na</strong> RESEX Corumbau, entre os anos <strong>de</strong> 2001 e 2004. Extraído <strong>de</strong><br />

Francini-Filho & Moura 2008b.<br />

Estes estu<strong>dos</strong> mostraram também uma forte relação entre a biomassa <strong>de</strong> peixes e a proximida<strong>de</strong><br />

da quebra da plataforma continental on<strong>de</strong> existem recifes mais profun<strong>dos</strong> (Francini-Filho & Moura, 2008a),<br />

15


ecentemente mapea<strong>dos</strong> (Klein et al. 2008). Isso indica que a pesca artesa<strong>na</strong>l realizada <strong>na</strong>s áreas mais<br />

próximas da costa (recifes mais sobrepesca<strong>dos</strong>) está sendo mantida pela exportação <strong>de</strong> biomassa <strong>dos</strong><br />

recifes mais profun<strong>dos</strong>, que cada vez mais são alvo <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca predatórias, como a caça<br />

submari<strong>na</strong> com o uso <strong>de</strong> compressor. A expansão do PARNAMAR para parte <strong>de</strong>stas áreas garantirá a<br />

proteção <strong>de</strong> parte das populações <strong>de</strong> peixes e outros organismos <strong>de</strong> importância comercial, contribuindo<br />

<strong>de</strong> maneira significativa para a sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> pesqueira em todo o Banco <strong>dos</strong> Abrolhos.<br />

Além <strong>dos</strong> benefícios acima mencio<strong>na</strong><strong>dos</strong>, a ampliação do PARNAMAR Abrolhos intensificaria a<br />

vocação da região para o turismo. Atualmente o PARNAMAR recebe uma média <strong>de</strong> 6700 visitantes/ano.<br />

Com a ampliação, novas oportunida<strong>de</strong>s e alter<strong>na</strong>tivas <strong>de</strong> mergulho seriam criadas tais como: (a) aumento<br />

da área <strong>de</strong> recifes rasos para o mergulho contemplativo; (b) novas opções para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mergulho<br />

que exigem maior experiência como o mergulho <strong>na</strong>s “buracas”; (c) criação <strong>de</strong> novos pontos <strong>de</strong> saída <strong>de</strong><br />

embarcações para o PARNAMAR movimentando as economias locais. Com estas vantagens, é esperado<br />

que o PARNAMAR Abrolhos possa receber mais turistas, com geração <strong>de</strong> mais emprego e renda.<br />

A concessão das ativida<strong>de</strong>s turísticas em um Parque Nacio<strong>na</strong>l também contribui para a melhoria<br />

da gestão: uma quantia equivalente a 1/3 da arrecadação com a venda <strong>de</strong> ingressos para visitação é<br />

revertida diretamente para melhoria da gestão da Unida<strong>de</strong>. O PARNAMAR Abrolhos recebeu um público<br />

<strong>de</strong> 4.591 pessoas no ano <strong>de</strong> 2009, por exemplo, e arrecadou R$ 275.278,00 que são investi<strong>dos</strong> <strong>na</strong><br />

estrutura física da Unida<strong>de</strong>. Além disso, o aumento do recurso arrecadado permite estabelecer roti<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> fiscalização com maior freqüência.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista biológico, a ampliação do PARNAMAR representará um importante aumento da<br />

representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> hábitats sob proteção integral <strong>na</strong> <strong>Região</strong> <strong>dos</strong> Abrolhos. Hábitats praticamente não<br />

representa<strong>dos</strong> <strong>na</strong> atual re<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas marinhas protegidas da região, como os Bancos <strong>de</strong> Algas<br />

Calcárias e as Buracas, passariam a ser protegi<strong>dos</strong>. Como mencio<strong>na</strong>do anteriormente neste relatório, os<br />

Bancos <strong>de</strong> Algas Calcárias representam um importante <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> carbono, e a proteção integral <strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>ste hábitat seria <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor para a realização <strong>de</strong> pesquisas científicas sobre seu papel <strong>na</strong><br />

fixação <strong>de</strong> carbono e <strong>na</strong> redução <strong>dos</strong> efeitos das mudanças climáticas. As buracas, por outro lado, são<br />

ambientes <strong>de</strong>scritos unicamente para Abrolhos. Funcio<strong>na</strong>m como gran<strong>de</strong>s armadilhas no fundo<br />

marinhas, retendo gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algas e outros tipos <strong>de</strong> matéria orgânica e atraindo gran<strong>de</strong><br />

abundância <strong>de</strong> vida ao seu redor.<br />

16


A proposta <strong>de</strong> ampliação do PARNAMAR Abrolhos tor<strong>na</strong> a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> dividida em<br />

dois setores (Figura 5): Setor I - Incluindo o Arquipélago e o Parcel <strong>dos</strong> Abrolhos, que compreen<strong>de</strong> a maior<br />

porção do Parque se esten<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong> limites origi<strong>na</strong>is em direção leste, passando a incluir gran<strong>de</strong> parte<br />

<strong>dos</strong> recifes mais profun<strong>dos</strong> recentemente mapea<strong>dos</strong> e maioria das “buracas” i<strong>de</strong>ntificadas <strong>na</strong> região; Setor<br />

II – Recife das Timbebas, que compreen<strong>de</strong> área <strong>de</strong> recifes rasos se esten<strong>de</strong>ndo <strong>dos</strong> limites origi<strong>na</strong>is para<br />

incluir outros recifes rasos como o recife <strong>de</strong> Areia. A nova configuração espacial do PARNAMAR Abrolhos<br />

é subsidiada pelo exercício <strong>de</strong> planejamento sistemático da conservação realizado e ofici<strong>na</strong>s com setor da<br />

pesca. Entre os dois setores, o Setor I causa mínima influência com a ativida<strong>de</strong> pesqueira artesa<strong>na</strong>l<br />

praticada pela frota costeira da Bahia conforme indicações realizadas pelas comunida<strong>de</strong>s pesqueiras da<br />

região. O Setor II é apontado como área <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> pesqueira artesa<strong>na</strong>l da frota da<br />

Bahia. Os recifes <strong>de</strong> Areia e Sebastião Gomes fazem parte <strong>dos</strong> limites da APA Estadual Ponta da<br />

Baleia/Abrolhos, sob a gestão do Governo do Estado da Bahia. A área atual do PARNAMAR Abrolhos<br />

passaria <strong>de</strong> 87.943,25 hectares para 891.972 hectares, o que passaria a representar mais <strong>de</strong> 9% da<br />

região <strong>dos</strong> Abrolhos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> <strong>de</strong> Proteção Integral.<br />

17


Figura 5. Proposta <strong>de</strong> limites para a ampliação do PARNAMAR <strong>dos</strong> Abrolhos.<br />

18


PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BALEIA JUBARTE<br />

A proposta <strong>de</strong> criação Refúgio <strong>de</strong> Vida Silvestre Baleia Jubarte (área <strong>de</strong> 763.580 hectares)<br />

localiza-se <strong>na</strong> porção sul do Banco <strong>dos</strong> Abrolhos – Figura 6 (entre as coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das 39°12’ e 38°18’ <strong>de</strong><br />

longitu<strong>de</strong> oeste e 19°19’ e 18°34’ <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul) que apresenta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> relativa máxima da espécie<br />

Megaptera novaeangliae. O objetivo mais específico da proposta <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> é proteger<br />

esta espécie migratória que, com a chegada do inverno, se <strong>de</strong>sloca para as áreas <strong>de</strong> reprodução ao longo<br />

<strong>de</strong> continentes ou ilhas ou sobre bancos submersos <strong>de</strong> águas rasas em latitu<strong>de</strong>s tropicais (Baker et al.<br />

1995), freqüentemente associadas a ambientes coralíneos. O fato da principal área <strong>de</strong> reprodução da<br />

espécie no Brasil ser o Banco <strong>dos</strong> Abrolhos está bem documentado (Engel, 1996; Martins et al., 2001,<br />

Morete et al., 2003, Andriolo et al. 2006, 2010). Estimativas populacio<strong>na</strong>is realizadas pelo Instituto Baleia<br />

Jubarte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Rio Gran<strong>de</strong> do Norte até o Rio <strong>de</strong> Janeiro estimaram cerca <strong>de</strong> 6404 baleias em 2005<br />

(Andriolo et al. 2010) e 9330 baleias em 2008 (We<strong>de</strong>kin et al. 2010), das quais respectivamente 5973<br />

(93,26%) e 8531(91,4%) foram avistadas no Banco <strong>dos</strong> Abrolhos (Engel, com.pes.). Esta elevada<br />

concentração das jubartes brasileiras no Banco <strong>dos</strong> Abrolhos também as tor<strong>na</strong> particularmente vulneráveis<br />

a ativida<strong>de</strong>s econômicas impactantes que possam se estabelecer <strong>na</strong> região. O estabelecimento <strong>de</strong> uma<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Conservação</strong> voltada para a espécie vai contribuir para proteger a população <strong>de</strong> baleias<br />

jubarte brasileiras durante a fase mais vulnerável <strong>de</strong> suas vidas, a reprodução e cria <strong>de</strong> filhotes.<br />

A criação da RVS Baleia Jubarte contribui significativamente para o alcance das metas <strong>de</strong><br />

conservação estabelecidas para baleia jubarte, talu<strong>de</strong> superior e sedimentos inconsolida<strong>dos</strong>, além <strong>de</strong><br />

contribuir significativamente para o alcance das metas <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> 29 espécies <strong>de</strong> peixe utilizadas<br />

<strong>na</strong>s análises (alcance maior que 50% da meta <strong>de</strong> conservação). Estas áreas contribuem para o alcance<br />

das metas <strong>de</strong> 32 alvos <strong>de</strong> conservação, o que representa aproximadamente quase 30% <strong>dos</strong> alvos. Na<br />

área do Refúgio <strong>de</strong>verão ocorrer restrições temporárias para as artes <strong>de</strong> pesca que comprovadamente<br />

interagem <strong>de</strong> forma negativa com a espécie M. novaeangliae praticadas por re<strong>de</strong> “boeira” (re<strong>de</strong> <strong>de</strong> emalhe<br />

<strong>de</strong> superfície que fica à <strong>de</strong>riva), re<strong>de</strong> “raieira” e “feiticeira” (re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emalhe <strong>de</strong> fundo que ficam<br />

ancoradas).<br />

19


Figura 6. Proposta <strong>de</strong> limites para a criação da RVS Baleia Jubarte.<br />

20


PROPOSTA DE CRIAÇÃO DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />

(RDS) DA FOZ DO RIO DOCE<br />

A solicitação para criação <strong>de</strong> uma Reserva <strong>de</strong> Desenvolvimento Sustentável (RDS) costeiro-<br />

marinha <strong>na</strong> região da foz do Rio Doce partiu da Associação <strong>de</strong> Pescadores <strong>de</strong> Regência (ASPER) e da<br />

Associação <strong>de</strong> Pescadores e Assemelha<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Povoação (APAP), ambas no Município <strong>de</strong> Linhares/ES,<br />

acompanhada <strong>de</strong> abaixo-assi<strong>na</strong>do, entregue ao Ibama em 27/08/2007. A proposta foi construída no<br />

contexto <strong>de</strong> elaboração do Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento Integrado e Sustentável para as comunida<strong>de</strong>s do<br />

Entorno da Rebio <strong>de</strong> Comboios, com objetivos principais <strong>de</strong> proteger as comunida<strong>de</strong>s tradicio<strong>na</strong>is<br />

pesqueiras e cacaueiras <strong>de</strong> Regência e Povoação.<br />

Muitas reuniões foram realizadas <strong>na</strong> região <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, com gran<strong>de</strong> apoio do Centro<br />

Tamar/<strong>ICMBio</strong>, bem como foi realizado um estudo socioambiental em 2009. A área proposta tem<br />

aproximadamente 43.420 hectares, sendo 20% em terra e 80% no mar, nos municípios <strong>de</strong> Linhares e<br />

Aracruz. É limítrofe à Reserva Biológica (Rebio) Comboios e à Terra Indíge<strong>na</strong> Comboios (Fig. 7).<br />

O estudo físico indicou a presença <strong>de</strong> um sistema complexo <strong>de</strong> paisagens e ambientes, além <strong>de</strong><br />

abundância consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> recursos hídricos representada por rios, lagoas e áreas alagadas no Delta do<br />

Rio Doce. O Rio Doce apresenta característica ímpar <strong>na</strong> sua foz: um estuário projetado sobre a área<br />

marinha contígua, sem a ocorrência <strong>de</strong> manguezais <strong>na</strong> sua porção inter<strong>na</strong>, dada a gran<strong>de</strong> vazão do rio, o<br />

que dificulta a penetração <strong>de</strong> água do mar. Esta condição proporcio<strong>na</strong> a ocorrência <strong>de</strong> uma diversificada<br />

fau<strong>na</strong> aquática e gran<strong>de</strong> estoque pesqueiro. Entretanto, é necessário estabelecer um or<strong>de</strong><strong>na</strong>mento<br />

pesqueiro <strong>na</strong> região para garantir a conservação <strong>de</strong>sses estoques, o acesso da população tradicio<strong>na</strong>l aos<br />

recursos e a redução das capturas aci<strong>de</strong>ntais das tartarugas marinhas e mamíferos aquáticos.<br />

A vegetação da região é típica <strong>de</strong> restinga, incluindo a fisionomia <strong>de</strong> mata seca, com número<br />

significativo <strong>de</strong> espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção, endêmicas e úteis. Aspecto interessante e importante é<br />

a presença <strong>de</strong> matas <strong>de</strong> cabruca, que são cultivos <strong>de</strong> cacau sob espécies <strong>na</strong>tivas da Mata Atlântica, para<br />

proporcio<strong>na</strong>r sombreamento. Este tipo <strong>de</strong> agricultura sustentável ajuda a manter as matas ciliares <strong>na</strong>s<br />

margens do Rio Doce e precisa ser apoiada. Infelizmente, o avanço do <strong>de</strong>smatamento e o uso i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado<br />

do solo têm contribuído para a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> algumas áreas, o que reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

proteção e or<strong>de</strong><strong>na</strong>mento do uso do solo.<br />

21


Figura 7. Proposta <strong>de</strong> limites para a RDS da Foz do Rio Doce<br />

22


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