CULTURA DAS TRANSGRESSõES NO BRASIL - Editora Saraiva
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Dos Princípios, Meios e Fins | xv<br />
Marcílio Marques Moreira<br />
De fato, o seu artigo 37, sem ressalvas e da forma mais abran-<br />
gente possível, reza o seguinte:<br />
Artigo 37. A Administração Pública direta e indireta de<br />
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito<br />
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade,<br />
impessoalidade, moralidade, publicidade (transparência)<br />
e eficiência”.<br />
A busca da eficiência em gestão, isto é, a garantia de<br />
governabi li dade, há, pois, que atender também, aos outros quatro<br />
preceitos cons titucionais, para não se tornar viciada e, afinal,<br />
contraproducente.<br />
Há ainda que observar que o gestor privado, embora não<br />
ex pressamente atingido pelo artigo 37, tem, do ponto de vista<br />
ético, de subordinar-se aos mesmos valores. Eis que, como já referido,<br />
éti ca e economia não podem viver divorciadas, seja qual for<br />
o regime político que normatize as relações econômicas – capitalismo,<br />
socia lis mo, solidarismo ou comunismo.<br />
Há apenas que lembrar que, tanto em Aristóteles quanto nos<br />
pensadores escolásticos como Antonino de Florença e Bernardino<br />
de Siena, ou em Adam Smith, a economia surgiu, inicialmente,<br />
como ramo da ética, relação estreita perdida durante o auge do<br />
“capitalismo selvagem”, mas hoje, felizmente, sendo reencontrada<br />
pelos em preendedores modernos, de que é exemplo o trabalho<br />
do ETCO e de muitos outras associações empresariais congêneres,<br />
dedicadas ao tema do comportamento ético das empresas e dos<br />
empresários.<br />
Toda empresa não pode prescindir do lucro, da mesma maneira<br />
que nós precisamos respirar para viver. Mas nós não vivemos<br />
para respirar e, da mesma forma, a empresa e o empresário não<br />
vivem para lucrar. O lucro deve servir a empresa e não a empresa