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os impactos da tecnologia de informação nas organizações - Unifenas

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OS IMPACTOS DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES:<br />

UMA VISÃO POLÍTICA<br />

RESUMO<br />

LUIZ GONZAGA RIBEIRO NETO (*)<br />

O presente estudo analisou o impacto <strong>de</strong> novas <strong>tecnologia</strong>s, principalmente o <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação, sobre<br />

o ambiente organizacional <strong>de</strong> empresas. Nesta análise, consi<strong>de</strong>rou-se as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r existentes na organização. Os<br />

objetiv<strong>os</strong> do estudo foram: a) i<strong>de</strong>ntificar quais <strong>os</strong> impact<strong>os</strong> percebid<strong>os</strong> quando <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação;<br />

b) analisar as influências <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação <strong>nas</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> organização. Este estudo justifica-se<br />

uma vez que a Tecnologia <strong>de</strong> Informação alterou drasticamente a realização do trabalho, que sua utilização está muito<br />

dissemina<strong>da</strong> em divers<strong>os</strong> ambientes, que além <strong>da</strong> abrangência <strong>de</strong> seus impact<strong>os</strong> ser muito ampla, o po<strong>de</strong>r é visto como<br />

elemento dotado <strong>de</strong> energia capaz <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>r e transformar as <strong>organizações</strong>, sendo, pois, necessário analisá-lo neste contexto.<br />

Foi realizado um estudo qualitativo, após um levantamento bibliográfico, buscando verificar as relações entre <strong>os</strong> <strong>da</strong>d<strong>os</strong><br />

obtid<strong>os</strong> em uma empresa <strong>da</strong> região do Sul <strong>de</strong> Mi<strong>nas</strong> em 1999 e a parte conceitual. Como conclusão, foram gera<strong>da</strong>s hipóteses<br />

explicativas, m<strong>os</strong>trando <strong>os</strong> fat<strong>os</strong> e fenômen<strong>os</strong> percebid<strong>os</strong> na empresa em questão.<br />

DESCRITORES: Novas <strong>tecnologia</strong>s, impacto <strong>de</strong> novas <strong>tecnologia</strong>s, <strong>tecnologia</strong> <strong>de</strong> <strong>informação</strong>, estrutura <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r <strong>nas</strong> <strong>organizações</strong>.<br />

SUMMARY<br />

THE IMPACT OF INFORMATION TECHNOLOGY ON THE BUSINESS ORGANISATION: A POLITICAL<br />

OVERVIEW<br />

This study presents an analysis of the impact of new technologies, especially the impact of the Information Technology<br />

on the business organization environment. In this study, the relationship of power within the companies was consi<strong>de</strong>red.<br />

The targets of this study were: a) i<strong>de</strong>ntify which impacts were noticed by the time the Information Technology was implemented;<br />

b) analyze the influences of Information Technology on the relationship of power within the enterprise. This study was ma<strong>de</strong><br />

once the Information Technology changed drastically the way the work was carried out; once the use of Information Technology<br />

is spread all over many environments; once its impact range is very wi<strong>de</strong>; and once the power is foreseen as an energy<br />

element able to cast and to transform business organizations. As a consequence, this study was carried out within this<br />

context. A qualitative study of <strong>da</strong>ta collect in a company located in the South of Mi<strong>nas</strong> Gerais, Brasil, in 99 was ma<strong>de</strong>, cr<strong>os</strong>s<br />

referring to a bibliographical research, in or<strong>de</strong>r to verify the real impact. As conclusion, hypotheses were stated, showing the<br />

facts and the phenomena perceived at the company were the <strong>da</strong>ta was collect.<br />

KEY WORDS: new technologies, impact of new technologies, Information Technology, power organization within<br />

business enterprises.<br />

1.INTRODUÇÃO<br />

A globalização e o avanço tecnológico<br />

trouxeram inúmer<strong>os</strong> obstácul<strong>os</strong> para as <strong>organizações</strong>.<br />

As empresas estão inseri<strong>da</strong>s em um ambiente altamente<br />

competitivo e turbulento, que se transforma a todo<br />

instante com uma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> alucinante, exigindo <strong>da</strong>s<br />

empresas um sistema <strong>de</strong> <strong>informação</strong> ágil que<br />

acompanhe o ritmo <strong>da</strong>s transformações. A busca por<br />

competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, através <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> cust<strong>os</strong> e ganh<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, está fazendo com que as<br />

<strong>organizações</strong> procurem por inovações tecnológicas que<br />

permitam uma vantagem competitiva.<br />

Neste contexto, a utilização <strong>de</strong> novas <strong>tecnologia</strong>s<br />

tem sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> vital para a sobrevivência <strong>da</strong><br />

organização, principalmente a utilização <strong>da</strong> Tecnologia<br />

<strong>de</strong> Informação (TI), que já está presente no dia-a-dia<br />

* Professor <strong>da</strong> UNIFENAS. C. P. 23, CEP 37130-000 Alfe<strong>nas</strong>-MG. E-mail: luizalter<strong>os</strong>a@zipmail.com.br<br />

95<br />

<strong>da</strong>s <strong>organizações</strong>, provocando mu<strong>da</strong>nças profun<strong>da</strong>s em<br />

to<strong>da</strong> a empresa, alterando a estrutura organizacional,<br />

as relações <strong>de</strong> trabalho, o perfil do trabalhador e a<br />

cultura <strong>da</strong> organização. Para Gonçalves (1993), <strong>de</strong>ntre<br />

as diversas <strong>tecnologia</strong>s que tiveram impacto na<br />

realização do trabalho recentemente, a informática é<br />

a que tem <strong>de</strong>spertado maior atenção, uma vez que sua<br />

utilização é muito dissemina<strong>da</strong> em divers<strong>os</strong> ambientes<br />

<strong>de</strong> trabalho e a abrangência <strong>de</strong> seus impact<strong>os</strong> é muito<br />

ampla. Para este mesmo autor (Gonçalves, 1994), a<br />

informática uniu-se às telecomunicações e a automação<br />

<strong>de</strong> escritóri<strong>os</strong> para <strong>da</strong>r lugar a Tecnologia <strong>da</strong><br />

Informação. Segundo Rodrigues (1988), a <strong>tecnologia</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>informação</strong> ou informática são term<strong>os</strong> comumente<br />

atribuíd<strong>os</strong> às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que envolvam processamento<br />

<strong>de</strong> <strong>informação</strong> e comunicação integra<strong>da</strong> através <strong>de</strong><br />

equipamento eletrônico. Porém, o êxito na implantação<br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999


96<br />

<strong>de</strong> uma nova <strong>tecnologia</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma análise <strong>de</strong><br />

seus impact<strong>os</strong> <strong>nas</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

O po<strong>de</strong>r é visto como elemento dotado <strong>de</strong> energia<br />

capaz <strong>de</strong> mol<strong>da</strong>r e transformar as <strong>organizações</strong>, sendo<br />

fun<strong>da</strong>mental sua análise no processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça<br />

organizacional, como afirmou Bertero (1989). Segundo<br />

Dahl (1957), o po<strong>de</strong>r é uma relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência,<br />

envolvendo a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> para se conseguir que outra<br />

pessoa faça alguma coisa que, <strong>de</strong> outra forma, não<br />

seria feita. Schein (1985) também se manifesta em<br />

relação ao po<strong>de</strong>r: “a atribuição principal do po<strong>de</strong>r é<br />

manter a harmonia e o equilíbrio no interior <strong>da</strong><br />

organização. O po<strong>de</strong>r or<strong>de</strong>na, na medi<strong>da</strong> em que é<br />

legítimo, e também porque estabelece as fronteiras,<br />

homologa <strong>os</strong> process<strong>os</strong> organizacionais e premia o que<br />

organizacionalmente é consi<strong>de</strong>rado bom <strong>de</strong>sempenho.”<br />

Neste contexto, este trabalho objetivou<br />

i<strong>de</strong>ntificar quais <strong>os</strong> impact<strong>os</strong> percebid<strong>os</strong> quando <strong>da</strong><br />

implantação <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação e analisar<br />

as influências <strong>de</strong>sta <strong>tecnologia</strong> <strong>nas</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

O levantamento bibliográfico inicial procurou <strong>de</strong>finir<br />

<strong>os</strong> principais tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> impact<strong>os</strong> <strong>da</strong>s novas <strong>tecnologia</strong>s<br />

e <strong>de</strong>terminar como estes impact<strong>os</strong> po<strong>de</strong>m influenciar<br />

as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r existentes. Assim, foi criado um<br />

quadro referencial para a pesquisa <strong>de</strong> campo em uma<br />

gran<strong>de</strong> empresa <strong>da</strong> região do Sul <strong>de</strong> Mi<strong>nas</strong> atuante no<br />

ramo agrícola.<br />

2.MATERIAL E MÉTODOS<br />

2.1 IMPACTOS DA NOVAS TECNOLOGIAS<br />

NAS ORGANIZAÇÕES<br />

O impacto <strong>da</strong>s novas <strong>tecnologia</strong>s <strong>nas</strong><br />

<strong>organizações</strong> tem sido um d<strong>os</strong> principais foc<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

estudo d<strong>os</strong> pesquisad<strong>os</strong> n<strong>os</strong> últim<strong>os</strong> an<strong>os</strong> <strong>de</strong>vido a sua<br />

rápi<strong>da</strong> disseminação no ambiente empresarial e gran<strong>de</strong><br />

repercussão na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, a qual recebe suas<br />

influências.<br />

Gonçalves(1993), realizou uma pesquisa<br />

bibliográfica sobre o impacto <strong>da</strong>s novas <strong>tecnologia</strong>s<br />

na realização do trabalho e estruturou a preocupação<br />

d<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> autores em gran<strong>de</strong>s grup<strong>os</strong> <strong>de</strong> temas que<br />

são o roteiro <strong>de</strong> n<strong>os</strong>sa análise, a saber:<br />

♦ IMPACTOS DAS NOVAS TECNOLOGIA<br />

NO TRABALHO<br />

Os impact<strong>os</strong> <strong>da</strong>s novas <strong>tecnologia</strong>s sobre o<br />

trabalho realizado <strong>nas</strong> empresas po<strong>de</strong>m ser percebid<strong>os</strong><br />

como mu<strong>da</strong>nças em diversas variáveis, como:<br />

− Conteúdo e natureza <strong>da</strong>s tarefas;<br />

− Skill requerid<strong>os</strong>;<br />

− Pressões e ritmo <strong>de</strong> trabalho;<br />

− Interação entre <strong>os</strong> operári<strong>os</strong>;<br />

− Quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> operári<strong>os</strong>;<br />

− Distribuição e localização d<strong>os</strong> operári<strong>os</strong>;<br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999<br />

L. G. RIBEIRO NETO<br />

− Horári<strong>os</strong> e duração <strong>da</strong>s jorna<strong>da</strong>s;<br />

As alterações no conteúdo e natureza <strong>da</strong>s<br />

tarefas, quando <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> utilizar métod<strong>os</strong> manuais e<br />

passam a eletrônic<strong>os</strong> ou utilização <strong>de</strong> escritóri<strong>os</strong><br />

virtuais, geram reações comportamentais como<br />

resistências e med<strong>os</strong>. Em relação às habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<br />

trabalhador, <strong>os</strong> impact<strong>os</strong> po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> maior ou menor<br />

grau, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do ramo <strong>da</strong> empresa, porém tod<strong>os</strong><br />

<strong>os</strong> trabalhadores <strong>de</strong>verão sofrer <strong>os</strong> impact<strong>os</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>tecnologia</strong>.<br />

Os efeit<strong>os</strong> <strong>da</strong> TI sobre o trabalho e o<br />

trabalhador são analisad<strong>os</strong> por Rodrigues (1988) que<br />

<strong>de</strong>staca:<br />

− A Tecnologia <strong>da</strong> Informação altera profun<strong>da</strong>mente<br />

as relações do trabalhador com seu trabalho. A<br />

principal mu<strong>da</strong>nça ocorre na natureza <strong>da</strong> tarefa, que<br />

antes era manual, com contato direto e físico, e agora<br />

eletrônico, abstrato e através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

<strong>informação</strong>.<br />

− A nova <strong>tecnologia</strong> po<strong>de</strong> provocar impact<strong>os</strong> sobre<br />

o nível <strong>de</strong> emprego, stress e satisfação no trabalho,<br />

além <strong>de</strong> exigir novas habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do trabalhador. Notase,<br />

também, mu<strong>da</strong>nças na gerência , com um controle<br />

maior <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho.<br />

♦ NÍVEL DE EMPREGO<br />

As evidências relativas à redução do numero<br />

<strong>de</strong> empreg<strong>os</strong> <strong>de</strong>vido à automatização <strong>de</strong> tarefas são<br />

contraditórias. As novas <strong>tecnologia</strong>s po<strong>de</strong>m gerar<br />

<strong>de</strong>semprego e, ao mesmo tempo, novas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que equilibram <strong>os</strong> empreg<strong>os</strong> perdid<strong>os</strong> até certo nível.<br />

Outra questão é o aumento na produção proporcionado<br />

pela nova <strong>tecnologia</strong>, minimizando a questão do<br />

<strong>de</strong>semprego, porém um aspecto é válido, o nível <strong>de</strong><br />

emprego preocupa to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e varia <strong>de</strong> setor<br />

para setor e empresa para empresa.<br />

♦ ESTRUTURA ORGANIZACIONAL<br />

A <strong>tecnologia</strong> po<strong>de</strong> alterar profun<strong>da</strong>mente as<br />

estruturas organizacionais, provocando mu<strong>da</strong>nças<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a forma <strong>de</strong> administração até o layout <strong>da</strong><br />

empresa. Um discussão importante seria se estas<br />

mu<strong>da</strong>nças <strong>nas</strong> estruturas seriam <strong>de</strong> baixo para cima<br />

ou <strong>de</strong> cima para baixo.<br />

Sobre o impacto <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação<br />

na estrutura e process<strong>os</strong> organizacionais, Rodrigues<br />

(1988), <strong>de</strong>staca feit<strong>os</strong> principais:<br />

− Alteração no processo <strong>de</strong> trabalho, on<strong>de</strong> cert<strong>os</strong><br />

tip<strong>os</strong> <strong>de</strong> tarefas diminuem ou cessam, criando-se<br />

outr<strong>os</strong>. Ex.: <strong>da</strong>tilografia / digitação;<br />

− Alteração na estrutura organizacional, eliminando<br />

p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> <strong>de</strong> supervisão e criando p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> <strong>de</strong> nível <strong>de</strong><br />

gerência;<br />

− Mu<strong>da</strong>nça no perfil <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, exigência <strong>de</strong><br />

novas especializações, habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e qualificação;


OS IMPACTOS DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES...<br />

− Burocratização <strong>da</strong> organização em função <strong>da</strong><br />

gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>informação</strong>, o que aumenta o<br />

número <strong>de</strong> relatóri<strong>os</strong>, procediment<strong>os</strong> e roti<strong>nas</strong>. A TI<br />

apresenta caráter <strong>de</strong> padronização e normatização<br />

organizacional;<br />

− Favorece a centralização <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões na direção,<br />

diminuindo a influência <strong>da</strong> gerência média, <strong>de</strong>vido a<br />

integração entre <strong>os</strong> <strong>de</strong>partament<strong>os</strong> proporciona<strong>da</strong> pelo<br />

sistema. Assim as informações estão disponíveis à<br />

direção <strong>de</strong> maneira rápi<strong>da</strong> e precisa sem a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intermediári<strong>os</strong>;<br />

− Diminuição d<strong>os</strong> níveis <strong>de</strong> supervisão, on<strong>de</strong> a<br />

própria máquina estabelece o ritmo <strong>de</strong> trabalho e<br />

controla <strong>os</strong> subordinad<strong>os</strong> registrando produção, err<strong>os</strong>,<br />

horas para<strong>da</strong>s, etc.<br />

♦ GERENCIAMENTO<br />

As novas <strong>tecnologia</strong>s exigirão novas formas<br />

<strong>de</strong> gerenciamento, provocando mu<strong>da</strong>nças <strong>nas</strong><br />

gerências, centralizando ou não o po<strong>de</strong>r, diminuindo a<br />

supervisão, etc.<br />

2.2 IMPACTOS DA NOVAS TECNOLOGIAS<br />

NAS ORGANIZAÇÕES: UMA VISÃO<br />

POLÍTICA<br />

A <strong>tecnologia</strong>, segundo Morgan (1996), tem<br />

servido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> história como instrumento<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, aumentando as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s huma<strong>nas</strong> <strong>de</strong><br />

manipular, controlar e impor-se sobre o ambiente.<br />

Segundo o mesmo autor, a introdução <strong>de</strong> uma nova<br />

<strong>tecnologia</strong> po<strong>de</strong> alterar o equilíbrio <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, fato que<br />

explica importantes conflit<strong>os</strong> entre administradores e<br />

empregad<strong>os</strong> e entre diferentes grup<strong>os</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong><br />

organização referentes às tentativas <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>r a<br />

<strong>tecnologia</strong>.<br />

Diante <strong>de</strong>ste contexto, apresentam<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />

impact<strong>os</strong> específic<strong>os</strong> <strong>da</strong> Informática sobre as pessoas<br />

(Gonçalves,1993) que, muitas vezes, levam <strong>os</strong><br />

trabalhadores a resistências <strong>de</strong>vido às alterações no<br />

jogo político estabelecido:<br />

− Padrões <strong>de</strong> comunicação entre as pessoas;<br />

− Skills exigid<strong>os</strong> <strong>da</strong>s pessoas para o <strong>de</strong>sempenho <strong>da</strong>s<br />

tarefas;<br />

− Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> influência <strong>da</strong> pessoas;<br />

− Nível <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas;<br />

− Acesso <strong>da</strong>s pessoas a <strong>informação</strong>;<br />

− Papéis <strong>de</strong>sempenhad<strong>os</strong> pelas pessoas;<br />

A implantação <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação<br />

po<strong>de</strong> alterar drasticamente as estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>da</strong>s<br />

<strong>organizações</strong>, cortando níveis hierárquic<strong>os</strong>,<br />

extinguindo a supervisão, centralizando o po<strong>de</strong>r na<br />

alta direção e provocar mu<strong>da</strong>nças <strong>nas</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

entre <strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> ou grup<strong>os</strong>, fortalecendo a influência<br />

<strong>de</strong> um e eliminando a fonte <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> outro.<br />

97<br />

Inovações tecnológicas po<strong>de</strong>m ser vistas como<br />

mu<strong>da</strong>nças ameaçadoras à p<strong>os</strong>ição estabeleci<strong>da</strong>,<br />

provocando polêmicas e resistências na sua<br />

implantação.<br />

As novas <strong>tecnologia</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong><br />

informações po<strong>de</strong>m gerar uma centralização <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

naqueles que estão a pont<strong>os</strong> periféric<strong>os</strong> <strong>de</strong>vido ao<br />

acesso <strong>de</strong> múltipl<strong>os</strong> pont<strong>os</strong> à base comum <strong>da</strong>d<strong>os</strong>,<br />

p<strong>os</strong>sibilitando, à distância, uma continua vigilância<br />

sobre o <strong>de</strong>sempenho do trabalhador.<br />

O controle e acesso à nova <strong>tecnologia</strong> também<br />

po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rad<strong>os</strong> fontes <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Como a<br />

Tecnologia <strong>da</strong> Informação altera a dinâmica do sistema<br />

<strong>de</strong> <strong>informação</strong> na empresa, fornecendo informações<br />

rápi<strong>da</strong>s e precisas a<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> pont<strong>os</strong> <strong>da</strong> organização,<br />

uma pessoa ou grupo que controla essas informações<br />

po<strong>de</strong>m influenciar a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s situações<br />

organizacionais e criar padrões <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência<br />

aumentando, assim, seu po<strong>de</strong>r. Segundo Morgan<br />

(1996), o po<strong>de</strong>r associado ao controle <strong>da</strong> <strong>tecnologia</strong><br />

torna-se mais visível <strong>nas</strong> confrontações e negociações<br />

que envolvem a mu<strong>da</strong>nça organizacional ou quando<br />

<strong>os</strong> grup<strong>os</strong> estão tentando melhorar seus <strong>de</strong>stin<strong>os</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>da</strong> organização.<br />

Outro aspecto consi<strong>de</strong>rável do sistema <strong>de</strong><br />

<strong>informação</strong> sobre as estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, é a p<strong>os</strong>se <strong>da</strong>s<br />

informações por pessoas ou grup<strong>os</strong> específic<strong>os</strong>,<br />

p<strong>os</strong>sível através do acesso exclusivo a <strong>da</strong>d<strong>os</strong>-chave<br />

ou a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar e sistematizar tais <strong>da</strong>d<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> maneira eficaz, conseguindo aumentar seu po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> organização. Neste sentido o Tecnologia <strong>da</strong><br />

Informação po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> para diluir estes foc<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS<br />

Na parte empírica do trabalho foi realiza<strong>da</strong> uma<br />

pesquisa que adotou a abor<strong>da</strong>gem qualitativa, pois este<br />

tipo <strong>de</strong> investigação procura gerar mais conheciment<strong>os</strong><br />

sobre o assunto, não se preocupando em quantificar<br />

<strong>os</strong> resultad<strong>os</strong>, mas ape<strong>nas</strong> <strong>de</strong>screver a reali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

encontra<strong>da</strong>. O foco <strong>da</strong> pesquisa foi uma empresa <strong>de</strong><br />

Alfe<strong>nas</strong>, atuante no ramo agrícola, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> para<br />

fins <strong>de</strong> estudo, ape<strong>nas</strong> por IPX. A empresa estu<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

foi escolhi<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido ao seu tamanho e complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seu sistema <strong>de</strong> <strong>informação</strong>, além <strong>de</strong> ter passado<br />

recentemente por um período <strong>de</strong> implantação <strong>da</strong><br />

Tecnologia <strong>de</strong> Informação.<br />

A prop<strong>os</strong>ta do estudo foi a <strong>de</strong> verificar as<br />

relações entre o conteúdo <strong>da</strong> parte conceitual e as<br />

informações obti<strong>da</strong>s em uma empresa <strong>da</strong> região.<br />

Utilizou-se <strong>de</strong> alguns métod<strong>os</strong> <strong>de</strong> investigação cultural<br />

sugeri<strong>da</strong> por Fleury (1989) para i<strong>de</strong>ntificar traç<strong>os</strong> <strong>da</strong>s<br />

relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, uma vez que estes são percebid<strong>os</strong><br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999


98<br />

como element<strong>os</strong> culturais, portanto muitas vezes<br />

inconscientes.<br />

A pesquisa realiza<strong>da</strong> se classifica como<br />

exploratória através do Estudo <strong>de</strong> Caso. O problema<br />

a ser respondido foi: “Quais <strong>os</strong> impact<strong>os</strong> percebid<strong>os</strong><br />

pela organização em função <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong><br />

Informação consi<strong>de</strong>rando as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r? “<br />

Foram realiza<strong>da</strong>s entrevistas semi-estrutura<strong>da</strong>s<br />

com membr<strong>os</strong> <strong>da</strong> organização e também com exfuncionári<strong>os</strong><br />

para uma melhor compreensão <strong>da</strong><br />

dinâmica organizacional. Portanto foram realiza<strong>da</strong>s:<br />

1. Entrevista em profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> com alguns membr<strong>os</strong>chave<br />

<strong>da</strong> organização ;<br />

2. Entrevista em profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> com alguns exmembr<strong>os</strong><br />

<strong>da</strong> organização ;<br />

3. Troca permanente com Insi<strong>de</strong>r.<br />

Quanto às hipóteses, esta pesquisa se caracteriza<br />

como exploratória utilizando o estudo <strong>de</strong> caso<br />

selecionado como já foi apresentado. Segundo Mattar<br />

(1996), este tipo <strong>de</strong> pesquisa objetiva gerar hipóteses<br />

e não verificá-las, p<strong>os</strong>sibilitando uma ampliação d<strong>os</strong><br />

conheciment<strong>os</strong> sobre o problema em estudo. Portanto,<br />

não se formulou hipóteses antecipa<strong>da</strong>mente para serem<br />

testa<strong>da</strong>s. To<strong>da</strong>via, elas foram formula<strong>da</strong>s no final do<br />

estudo, na tentativa <strong>de</strong> explicar <strong>os</strong> fat<strong>os</strong> e fenômen<strong>os</strong><br />

observad<strong>os</strong>.<br />

Quanto à am<strong>os</strong>tra e am<strong>os</strong>tragem, foi adotado<br />

uma abor<strong>da</strong>gem qualitativa, entrevistando alguns<br />

funcionári<strong>os</strong> que o pesquisador conjuntamente com o<br />

Insi<strong>de</strong>r julgaram importantes e viáveis, consi<strong>de</strong>rando<br />

<strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong> <strong>da</strong> investigação e a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

empresa. Portanto, o trabalho não objetivou buscar<br />

uma representabili<strong>da</strong><strong>de</strong> estatística <strong>da</strong> am<strong>os</strong>tra, e sim,<br />

aprofun<strong>da</strong>r <strong>os</strong> conheciment<strong>os</strong> sobre o assunto,<br />

entrevistando pessoas-chave <strong>da</strong> organização que<br />

pu<strong>de</strong>ram agregar informações à investigação.<br />

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.1 PERFIL DA EMPRESA IPX<br />

A empresa pesquisa<strong>da</strong> atua no setor agrícola,<br />

especificamente no plantio, beneficiamento e ven<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

café e está situa<strong>da</strong> no interior <strong>de</strong> Mi<strong>nas</strong> Gerais, na<br />

região <strong>de</strong> Alfe<strong>nas</strong>, com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste 1970. Ela é<br />

comp<strong>os</strong>ta por duas fazen<strong>da</strong>s que plantam e beneficiam<br />

café, ven<strong>de</strong>ndo-o ao mercado interno e externo. Porém,<br />

a administração <strong>de</strong>ssas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s é unifica<strong>da</strong>.<br />

Atualmente a direção é realiza<strong>da</strong> pela Administração<br />

Central situa<strong>da</strong> em uma <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s, conjuntamente<br />

com um escritório na outra fazen<strong>da</strong>. A pesquisa<br />

focalizou o impacto <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informação<br />

ape<strong>nas</strong> no âmbito administrativo, hoje com<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 40 pessoas, que são aqueles que<br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999<br />

L. G. RIBEIRO NETO<br />

receberam maior influência <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong><br />

Informação (TI).<br />

A administração <strong>da</strong> empresa é realiza<strong>da</strong> pelo<br />

Diretor Superinten<strong>de</strong>nte, Gerente Comercial, Gerente<br />

Administrativo e Gerentes <strong>da</strong>s Fazen<strong>da</strong>s, além <strong>de</strong><br />

divers<strong>os</strong> Departament<strong>os</strong> (Agrícola, Compras,<br />

Financeiro, Pessoal, Contábil, Centro <strong>de</strong><br />

Processamento <strong>de</strong> Dad<strong>os</strong> – CPD, Almoxarifado) e<br />

sub <strong>de</strong>partament<strong>os</strong>.<br />

4.2 ATUAL NÍVEL DE TECNOLOGIA DE<br />

INFORMAÇÃO E SUA IMPLANTAÇÃO<br />

A empresa, atualmente, p<strong>os</strong>sui tod<strong>os</strong> <strong>os</strong><br />

<strong>de</strong>partament<strong>os</strong> interligad<strong>os</strong> em re<strong>de</strong>. Utilizam<br />

comunicação via mo<strong>de</strong>m ape<strong>nas</strong> em seu<br />

relacionamento com banc<strong>os</strong>. Apresenta um centro <strong>de</strong><br />

processament<strong>os</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>d<strong>os</strong> (CPD) que coleta as<br />

informações <strong>de</strong> tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> setores, processando e<br />

armazenando-as.<br />

Os escritóri<strong>os</strong> <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s também utilizam a<br />

Informática, porém não são interliga<strong>da</strong>s com a<br />

Administração Central, como esta também não é com<br />

a matriz no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> trabalh<strong>os</strong> realizad<strong>os</strong> n<strong>os</strong> escritóri<strong>os</strong><br />

<strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s são enviad<strong>os</strong> para a direção através <strong>de</strong><br />

disquetes. As informações do campo são coleta<strong>da</strong>s<br />

pel<strong>os</strong> fiscais através <strong>de</strong> um equipamento próprio e que<br />

as <strong>de</strong>scarregam n<strong>os</strong> núcle<strong>os</strong> n<strong>os</strong> escritóri<strong>os</strong> <strong>da</strong>s<br />

fazen<strong>da</strong>s para, após, também serem transmiti<strong>da</strong>s para<br />

a Administração Central.<br />

4.3 IMPACTOS PERCEBIDOS EM FUNÇÃO<br />

DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO<br />

Os impact<strong>os</strong> percebid<strong>os</strong> po<strong>de</strong>m ser estruturad<strong>os</strong><br />

conforme sugestão <strong>de</strong> Gonçalves(1993), presente na<br />

parte conceitual:<br />

♦ IMPACTOS DA TECNOLOGIA NO<br />

TRABALHO<br />

A Tecnologia <strong>da</strong> Informação provocou uma<br />

transformação na natureza do trabalho que passou <strong>de</strong><br />

manual para eletrônico, alterando drasticamente o<br />

conteúdo <strong>da</strong>s tarefas, sendo o impacto mais forte<br />

percebido pela organização.<br />

Diminuindo-se o tempo <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> uma<br />

tarefa, ca<strong>da</strong> funcionário passou a ser mais cobrado<br />

sobre a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus serviç<strong>os</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

procediment<strong>os</strong>, práticas, relatóri<strong>os</strong> que foram p<strong>os</strong>síveis<br />

graças à TI, aumentando assim o ritmo <strong>de</strong> trabalho e<br />

as exigências.<br />

Em relação as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s d<strong>os</strong> funcionári<strong>os</strong>,<br />

muitas outras foram exigi<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> como utilizar o<br />

computador até o aprendizado <strong>de</strong> novas funções.


OS IMPACTOS DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES...<br />

Percebeu-se, também, o impacto <strong>de</strong>corrente <strong>da</strong><br />

implantação <strong>da</strong> TI na estrutura física <strong>da</strong> empresa<br />

<strong>de</strong>vido a evolução d<strong>os</strong> equipament<strong>os</strong>, aumento do<br />

número <strong>de</strong> máqui<strong>nas</strong> e mu<strong>da</strong>nças na estrutura<br />

organizacional.<br />

O impacto <strong>da</strong> TI foi avassalador, principalmente<br />

no início <strong>da</strong> implantação, provocando resistências d<strong>os</strong><br />

funcionári<strong>os</strong> <strong>de</strong> maneira geral que temiam pel<strong>os</strong> seus<br />

empreg<strong>os</strong>. O foco <strong>de</strong> resistência maior foi notado na<br />

informatização d<strong>os</strong> escritóri<strong>os</strong> <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s, on<strong>de</strong> o<br />

impacto no número <strong>de</strong> empreg<strong>os</strong> foi muito maior.<br />

♦ NÍVEL DE EMPREGO<br />

O impacto no nível <strong>de</strong> emprego também foi<br />

percebido em to<strong>da</strong> a organização, principalmente n<strong>os</strong><br />

escritóri<strong>os</strong> <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s. Os setores mais atingid<strong>os</strong><br />

foram aqueles on<strong>de</strong> se concentrava gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

trabalh<strong>os</strong> manuais, como preenchimento <strong>de</strong> cheques e<br />

relatóri<strong>os</strong>. Vári<strong>os</strong> níveis gerenciais, como será<br />

discutido adiante, foram eliminad<strong>os</strong> <strong>de</strong>vido à<br />

informatização, diminuindo p<strong>os</strong>t<strong>os</strong> <strong>de</strong> trabalho.<br />

♦ ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E<br />

GERENCIAMENTO<br />

A TI alterou profun<strong>da</strong>mente a estrutura<br />

organizacional em função <strong>da</strong> rapi<strong>de</strong>z <strong>da</strong>s informações<br />

e alteração no conteúdo <strong>da</strong>s tarefas, além <strong>da</strong> integração<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as áreas, permitindo acesso às informações<br />

em tempo real pela direção. Percebeu-se a criação <strong>de</strong><br />

nov<strong>os</strong> <strong>de</strong>partament<strong>os</strong>, como o CPD e eliminação <strong>de</strong><br />

outr<strong>os</strong>, principalmente a nível <strong>de</strong> supervisão.<br />

A TI p<strong>os</strong>sibilitou a centralização <strong>da</strong>s<br />

informações na Administração Central, eliminando<br />

níveis n<strong>os</strong> escritóri<strong>os</strong> <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>. Os relat<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong>monstram que vári<strong>os</strong> níveis <strong>da</strong> hierarquia foram<br />

eliminad<strong>os</strong> e outr<strong>os</strong> foram criad<strong>os</strong>, tanto na<br />

Administração Central como n<strong>os</strong> escritóri<strong>os</strong>. Antes <strong>da</strong><br />

implantação eram necessári<strong>os</strong> gerentes para ca<strong>da</strong> um<br />

d<strong>os</strong> <strong>de</strong>partament<strong>os</strong>. Com a chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> TI, o controle<br />

sobre o trabalho pô<strong>de</strong> ser unificado e,<br />

consequentemente, ape<strong>nas</strong> alguns gerentes passaram<br />

a controlar diversas áreas. Portanto a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

supervisão diminuiu, pois o próprio sistema previnia<br />

gran<strong>de</strong> parte d<strong>os</strong> err<strong>os</strong>. O trabalho integrado<br />

p<strong>os</strong>sibilitou um maior controle sobre o <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>da</strong>s pessoas e resultad<strong>os</strong> <strong>da</strong> organização.<br />

♦ IMPACTO DA INFORMÁTICA NO<br />

INDIVÍDUO<br />

A comunicação entre <strong>os</strong> indivídu<strong>os</strong> foi<br />

favoreci<strong>da</strong> pela implantação do novo sistema, pois com<br />

o corte <strong>de</strong> níveis hierárquic<strong>os</strong> intermediári<strong>os</strong>, houve<br />

uma aproximação hierárquica. Outra medi<strong>da</strong> que<br />

melhorou a comunicação foi a nova organização <strong>da</strong><br />

estrutura <strong>de</strong> trabalho que passou a ser em células,<br />

99<br />

alterando, assim, o layout <strong>da</strong> empresa. Notou-se,<br />

também, alteração no nível <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas.<br />

Mesmo com a maior facili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao acesso às<br />

informações em função do trabalho em re<strong>de</strong>, o fato <strong>de</strong><br />

alguns <strong>de</strong>partament<strong>os</strong> p<strong>os</strong>suírem informações restritas<br />

contribuiu para algumas pessoas ou <strong>de</strong>partament<strong>os</strong><br />

aumentarem sua influência.<br />

4.4 AS INFLUÊNCIAS DA TECNOLOGIA DE<br />

INFORMAÇÃO NAS RELAÇÕES DE PODER<br />

Foi observado n<strong>os</strong> relatad<strong>os</strong> que a Tecnologia<br />

<strong>de</strong> Informação alterou profun<strong>da</strong>mente o ambiente<br />

organizacional, principalmente a relação entre trabalho<br />

e trabalhador, e as relações entre pessoas e grup<strong>os</strong>.<br />

Parece claro que impact<strong>os</strong> sobre as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

entre as pessoas também foi alterado drasticamente.<br />

A Tecnologia <strong>de</strong> Informação como fonte <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r para aqueles que a controlam, como sugeriu<br />

Morgan (1996), não foi percebido na empresa. O CPD<br />

não <strong>de</strong>monstrou utilizar a <strong>tecnologia</strong> e as informações<br />

para aumentar sua influência, mesmo sendo um d<strong>os</strong><br />

pouc<strong>os</strong> <strong>de</strong>partament<strong>os</strong> que p<strong>os</strong>suíam acesso a to<strong>da</strong>s<br />

as informações. Merece <strong>de</strong>staque a contratação <strong>de</strong> uma<br />

assessoria externa para <strong>da</strong>r suporte ao sistema, este<br />

sim, gerando um relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência com <strong>os</strong><br />

funcionári<strong>os</strong>.<br />

Como já foi apresentado, a TI impactou sobre<br />

a estrutura e process<strong>os</strong> organizacionais e,<br />

consequentemente, afetou as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre<br />

pessoas e grup<strong>os</strong>. Po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> notar isso através <strong>de</strong> alguns<br />

fat<strong>os</strong>, principalmente, a nível gerencial:<br />

− A TI p<strong>os</strong>sibilitou que as informações chegassem<br />

diretamente à direção, sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> níveis<br />

médi<strong>os</strong>, abalando as relações entre gerentes e<br />

funcionári<strong>os</strong>;<br />

− A redução d<strong>os</strong> níveis hierárquic<strong>os</strong> com a<br />

aproximação d<strong>os</strong> <strong>de</strong>mais níveis favoreceu o contato<br />

direto entre alta direção e funcionári<strong>os</strong> sem a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> intermediári<strong>os</strong>, reduzindo, assim, a<br />

influência d<strong>os</strong> gerentes;<br />

− A nível gerencial, com a diminuição <strong>da</strong> supervisão,<br />

<strong>os</strong> gerentes per<strong>de</strong>ram relativo po<strong>de</strong>r por não mais<br />

controlar diretamente seus subordinad<strong>os</strong>, uma vez que<br />

o próprio computador e a direção se encarregavam <strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>sta função;<br />

− A TI p<strong>os</strong>sibilitou também a per<strong>da</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r d<strong>os</strong><br />

gerentes <strong>da</strong>s fazen<strong>da</strong>s que antes p<strong>os</strong>suíam o controle<br />

sobre to<strong>da</strong>s as informações do campo e, com a<br />

informatização, houve uma centralização <strong>da</strong>s<br />

informações na Administração Central, que passou a<br />

controlar muito mais o trabalho d<strong>os</strong> gerentes e <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong> a fazen<strong>da</strong>.<br />

− A matriz passou a exigir mais <strong>da</strong> empresa <strong>de</strong>vido<br />

a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informações forneci<strong>da</strong>s<br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999


100<br />

L. G. RIBEIRO NETO<br />

pela filial que passaram a ser mais precisas, seguras e pessoas, também influencia as relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre<br />

rápi<strong>da</strong>s.<br />

pessoas e grup<strong>os</strong>;<br />

• As resistências gera<strong>da</strong>s pelas inovações<br />

4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

tecnológicas estão intimamente relaciona<strong>da</strong>s com as<br />

mu<strong>da</strong>nças <strong>nas</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, quando vistas como<br />

ameaças às p<strong>os</strong>ições estabeleci<strong>da</strong>s;<br />

• A TI po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> ao mesmo tempo para<br />

facilitar o acesso às informações, eliminando fontes<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, e para prover ain<strong>da</strong> mais influência a cert<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong>partament<strong>os</strong> e pessoas isola<strong>da</strong>s que passam a <strong>de</strong>ter<br />

informações exclusivas;<br />

• A área <strong>de</strong> informática, quando fornece serviç<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> suporte, estabelece uma relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência com<br />

as pessoas e <strong>de</strong>partament<strong>os</strong>, po<strong>de</strong>ndo aumentar seu<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ssa forma;<br />

• A alta administração po<strong>de</strong> aumentar sua influência<br />

quando utiliza a TI, por ter acesso e fazer uso <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong>s as informações <strong>da</strong> empresa, po<strong>de</strong>ndo controlar,<br />

cobrar e exigir por melhores <strong>de</strong>sempenh<strong>os</strong> e resultad<strong>os</strong>;<br />

• A TI po<strong>de</strong> alterar a cultura <strong>da</strong> organização, através<br />

<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças profun<strong>da</strong>s em todo o ambiente<br />

organizacional, em favor d<strong>os</strong> interesses <strong>da</strong> coalizão<br />

hegemônica;<br />

• A TI também po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> para <strong>de</strong>struir foc<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> empresa, p<strong>os</strong>sibilitando uma maior<br />

disseminação <strong>da</strong> <strong>informação</strong>, mas sempre em direção<br />

a<strong>os</strong> interesses <strong>da</strong> coalizão dominante;<br />

Por seu caráter modificador na estrutura,<br />

<strong>de</strong>vido à alteração no forma <strong>de</strong> realização do trabalho,<br />

a TI po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>da</strong> como uma ferramenta para a<br />

direção exercer sua influência e fazer as alterações<br />

que julgue necessárias no ambiente organizacional.<br />

A implantação <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong> Informática<br />

foi um processo <strong>de</strong> transformação <strong>da</strong>s formas<br />

tradicionais <strong>de</strong> realizar o trabalho para novas formas<br />

automatiza<strong>da</strong>s. Os impact<strong>os</strong> <strong>da</strong> nova <strong>tecnologia</strong> foram<br />

percebid<strong>os</strong> na maneira <strong>de</strong> se realizar o trabalho, n<strong>os</strong><br />

aspect<strong>os</strong> físic<strong>os</strong> <strong>da</strong> organização e no aspecto<br />

psicológico <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s. Po<strong>de</strong>-se concluir<br />

que as teorias sobre <strong>os</strong> impact<strong>os</strong> <strong>da</strong> Tecnologia <strong>de</strong><br />

Informação cita<strong>da</strong>s na parte conceitual foram, em<br />

gran<strong>de</strong> parte, verifica<strong>da</strong>s na empresa pesquisa<strong>da</strong>.<br />

Partindo <strong>da</strong> visão que as empresas são re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pessoas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes com interesses divergentes que<br />

se juntam em função <strong>da</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> (Morgan, 1996),<br />

a pesquisa <strong>de</strong>monstrou que as mu<strong>da</strong>nças <strong>nas</strong> estruturas<br />

organizacionais <strong>de</strong>correntes <strong>da</strong>s novas <strong>tecnologia</strong>s,<br />

geram conflit<strong>os</strong> e resistências, uma vez que são vistas<br />

como ameaças a p<strong>os</strong>ições estabeleci<strong>da</strong>s. Neste sentido,<br />

também foi observado que <strong>os</strong> efeit<strong>os</strong> <strong>de</strong>stes impact<strong>os</strong>,<br />

muitas vezes não são esperad<strong>os</strong> ou planejad<strong>os</strong> pela<br />

empresa. Rodrigues (1998) já havia comentado que<br />

<strong>os</strong> efeit<strong>os</strong> <strong>da</strong> informatização não se limitam às<br />

estratégias traça<strong>da</strong>s, indo além d<strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong> previst<strong>os</strong><br />

pela empresa. Desta maneira fica claro que, as<br />

consequências <strong>da</strong> implantação <strong>de</strong> novas <strong>tecnologia</strong>s<br />

po<strong>de</strong>m provocar repercussões ain<strong>da</strong> mais drásticas<br />

em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> aspect<strong>os</strong> <strong>da</strong> organização.<br />

Vale ressaltar que a implantação <strong>da</strong> TI na<br />

empresa estu<strong>da</strong><strong>da</strong> foi caracteriza<strong>da</strong> pela imp<strong>os</strong>ição <strong>da</strong><br />

alta direção, <strong>de</strong> cima para baixo, ficando claro que a<br />

coalizão hegemônica p<strong>os</strong>suía enormes interesses em<br />

implantar a nova <strong>tecnologia</strong>. Merece <strong>de</strong>staque o fato<br />

d<strong>os</strong> funcionári<strong>os</strong> não terem participado <strong>nas</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

sobre a implantação. A maneira como foi conduzi<strong>da</strong><br />

a implantação <strong>da</strong> TI e seus reflex<strong>os</strong> na estrutura <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r explicam, em parte, o porque <strong>de</strong> tantas<br />

resistências e níveis <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> diferentes se<br />

comparado <strong>os</strong> escritóri<strong>os</strong> <strong>de</strong> fazen<strong>da</strong> à Administração<br />

Central.<br />

Este trabalho objetivou i<strong>de</strong>ntificar quais <strong>os</strong><br />

impact<strong>os</strong> percebid<strong>os</strong> quando <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong><br />

Tecnologia <strong>de</strong> Informação e analisar as influências<br />

<strong>de</strong>sta <strong>tecnologia</strong> <strong>nas</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Uma vez<br />

realizado um levantamento bibliográfico, foi<br />

apresentado <strong>os</strong> resultad<strong>os</strong> <strong>da</strong> pesquisa exploratória.<br />

Segundo Mattar(1996), em uma pesquisa exploratória,<br />

o importante é levantar interpretações p<strong>os</strong>síveis para<br />

o fenômeno investigado. Portanto, serão apresenta<strong>da</strong>s<br />

hipóteses explicativas do fenômeno observado:<br />

• A Tecnologia <strong>de</strong> Informação, além <strong>de</strong> alterar<br />

drasticamente o trabalho e o comportamento <strong>da</strong>s<br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999<br />

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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168p.<br />

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Organização. São Paulo: Ed. Atlas, 1996. 421p.<br />

FLEURY, M. T. L. O <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r a cultura <strong>de</strong> uma<br />

organização – uma discussão metodológica. In:<br />

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OS IMPACTOS DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES...<br />

GONÇALVES, J. E. L. Os impact<strong>os</strong> <strong>da</strong>s novas<br />

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Revista <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Empresas, São<br />

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MATTAR, F. N. Pesquisa <strong>de</strong> Marketing. v.1. São<br />

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no trabalho. Revista <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong><br />

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SCHEIN, E. H. apud BERTERO, C. O. Cultura<br />

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1989. 168p.<br />

101<br />

R. Un. Alfe<strong>nas</strong>, Alfe<strong>nas</strong>, 5:95-101, 1999

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