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Primeiro capítulo - Integrare Editora

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guardadas vão minando a nossa autoconfiança. Por vezes, não fa-<br />

zemos perguntas necessárias e depois temos de caminhar às cegas.<br />

Por vezes, não emitimos opiniões que teriam sido valiosas. Nas<br />

empresas, isso é comum. O operário do chão de fábrica pensa,<br />

desde o início, que aquele modelo de solda em série não vai dar<br />

certo. Mas ele se cala diante do poderoso engenheiro de produção.<br />

Depois de um mês, há um monte de produtos inutilizados e uma<br />

máquina caríssima fora de ação. E aí esse cara se pergunta: “Por<br />

que eu não avisei?”<br />

– Exato – disse Gasalla. – No entanto, esse dizer não é tão simples.<br />

O funcionário, nesse caso, precisa saber que vai ser ouvido.<br />

Depois, ele tem como desafio construir um discurso convincente,<br />

com evidências de que está certo. Ele precisa ter educação, sensibilidade<br />

e mostrar que sua opinião é legítima, que o objetivo é contribuir<br />

para o sucesso coletivo.<br />

– Sim, não há dúvida – concordou Nelson. – Porém, a maior<br />

parte das empresas não tem essa cultura. Muitos executivos não<br />

ouvem nem mesmo os diretores que estão logo abaixo na escala<br />

hierárquica. Difícil imaginar que possam ouvir torneiros mecânicos<br />

ou soldadores.<br />

– Aí está o “x” da questão – adiantou- se Leila, respirando fundo.<br />

– Um líder autoconfiante é capaz de praticar a modéstia, a humildade.<br />

Se ele quer mesmo executar um bom trabalho, vai ouvir as<br />

pessoas a seu redor, os que realmente sabem como a coisa funciona.<br />

Ele nunca vai se sentir ameaçado porque um operador de prensa<br />

deu uma contribuição valiosa para aumentar a produtividade.<br />

– É bem por aí – emendou Gasalla, arqueando- se para buscar a<br />

xícara do chá que Sofia, a simpática faz- tudo de Nelson, acabara de<br />

colocar sobre a mesinha de centro.

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