Primeiro capítulo - Integrare Editora
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L e i l a N a v a r r o e J o s é M a r í a G a s a l l a<br />
– Ele precisa, sim, atrever- se, abrir- se para novas realidades,<br />
querendo fazer diferente – opinou o professor. – O ser humano se<br />
assenta na homeostase e tende ao mimetismo. Ele se acomoda a<br />
situações conhecidas e costumes. E trata de imitar, sobretudo, os<br />
que estão “por cima”. A liberdade assusta e preferimos atuar com<br />
base em estereótipos. A verdadeira liderança exige a construção de<br />
caminhos adaptados a cada realidade específica, sem preconceitos,<br />
modelos prontos ou lugares- comuns. Conforme disse Leila, o chefe<br />
que delega torna- se mais vulnerável. Esse é o preço que se paga<br />
pela confiança no outro. A vantagem de delegar é que se criam novas<br />
responsabilidades. Amplia- se o espaço de interdependência entre<br />
chefe e colaborador.<br />
– É o triunfo do diferente e do singular – acrescentou Leila. –<br />
Quem delega habilita o outro a criar o diferente. Autoriza- o a sair<br />
do circo das imitações.<br />
– Sair do padrão assusta, e muito – emendou Gasalla, já se<br />
levantando para pegar sua jaqueta. – Contudo, a experimentação<br />
é fundamental para enfrentar esse mundo hostil e competitivo. É<br />
preciso viver novas situações, conhecer lugares, estabelecer relacionamentos<br />
com pessoas diferentes. É fundamental abrirmos novas<br />
janelas de percepção e cognição. A liderança é mais ser do que<br />
conhecer, é mais espírito e emoção do que experiência e matéria.<br />
– Bom, vamos embora porque está tarde. Pena não poder levar<br />
a gatinha comigo. Gostei dela – disse Leila, já em pé. – Enfim, para<br />
completar essa história, eu creio que, antes de liderar os outros, o<br />
líder precisa saber liderar a si mesmo. Não sei se o Genaro dessa<br />
história estava no comando de si próprio. Tanto é que, simbolicamente,<br />
deixou seu carro cair de uma ponte.