Fisiologia do sistema reprodutor feminino - UFF
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Universidade <strong>do</strong> Minho SOF-<strong>Fisiologia</strong><br />
A melatonina é produzida pela glândula pineal em resposta às variações da luminosidade <strong>do</strong> meio. A<br />
secreção de melatonina, que inibe a produção de gona<strong>do</strong>trofinas, é suprimida pela luminosidade e<br />
estimulada pela escuridão. Nalgumas espécies, a melatonina funciona como media<strong>do</strong>r das variações<br />
sazonais da produção de gona<strong>do</strong>trofinas e da actividade <strong>reprodutor</strong>a. No homem, embora os níveis de<br />
melatonina se relacionem inversamente com a secreção de gona<strong>do</strong>trofinas, não está, ainda, bem<br />
esclareci<strong>do</strong> o papel deste media<strong>do</strong>r na regulação da função <strong>reprodutor</strong>a.<br />
A ansiedade e o stress físico e emocional influenciam reconhecidamente a função <strong>reprodutor</strong>a. Na mulher<br />
tem-se verifica<strong>do</strong> a perda da função menstrual e, no homem, a diminuição da produção de<br />
espermatozóides, efeitos que são, provavelmente, media<strong>do</strong>s pela Hormona Liberta<strong>do</strong>ra da Corticotrofina<br />
(CRH) que inibe a libertação de GnRH.<br />
As feromonas, partículas estimulantes ou inibitórias de natureza química, são registadas pelo olfacto e<br />
chegam ao hipotálamo através de conexões deste com o bolbo olfactivo. Transmitem, assim, ao Sistema<br />
Nervoso Central (SNC), sinais provenientes <strong>do</strong> meio e de outros indivíduos.<br />
A GnRH atinge a hipófise anterior (adeno-hipófise) através <strong>do</strong>s vasos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> porta hipofisário e ligase<br />
à membrana plasmática <strong>do</strong>s gona<strong>do</strong>tropos. Geram-se segun<strong>do</strong>s mensageiros (cálcio-calmodulina,<br />
fosfatidilinositol e deriva<strong>do</strong>s), estimulan<strong>do</strong>-se a exocitose <strong>do</strong>s grânulos de gona<strong>do</strong>trofinas.<br />
Uma infusão intravenosa de GnRH causa uma resposta bifásica na concentração plasmática de LH: há um<br />
pico inicial aos 30 minutos, segui<strong>do</strong> por uma subida gradual que se inicia aos 90 minutos e continua por<br />
várias horas. Relativamente às concentrações plasmáticas de FSH, a GnRH provoca um crescimento<br />
unifásico e progressivo.<br />
A pulsatilidade da secreção de LH mantém-se à custa da pulsatilidade da GnRH e não depende <strong>do</strong>s<br />
esteróides gonadais (os indivíduos eunucos e as mulheres pós-menopáusicas têm picos de LH). Por isso, a<br />
amplitude <strong>do</strong>s picos de LH aumenta durante a puberdade, primeiro apenas durante a noite e<br />
generalizan<strong>do</strong>-se às 24 horas ao fim de 1-2 anos de maturação.<br />
A característica fundamental da secreção de LH na mulher é a sua variação cíclica mensal. O ciclo<br />
menstrual resulta de uma complexa interacção entre o eixo hipotálamo-hipofisário e as alterações<br />
sequenciais na secreção de esteróides pelo ovário, como é descrito adiante.<br />
A infertilidade feminina pode resultar de perturbações na regulação hipotalámica levan<strong>do</strong> à incapacidade<br />
de produção de gona<strong>do</strong>trofinas e à impossibilidade de ocorrer ovulação. Administran<strong>do</strong> GnRH em pulsos,<br />
de amplitude e frequência semelhantes ao normal (a administração contínua de GnRH resulta em <strong>do</strong>wnregulation<br />
<strong>do</strong> receptor de GnRH nos gona<strong>do</strong>tropos e perda das funções gonadais), é possível restaurar a<br />
normalidade da ovulação e <strong>do</strong>s ciclos menstruais. A GnRH exógena é ainda utilizada no tratamento das<br />
<strong>do</strong>res menstruais em mulheres com en<strong>do</strong>metriose.<br />
Módulo reprodução e manutenção da espécie<br />
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