Fisiologia do sistema reprodutor feminino - UFF
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Universidade <strong>do</strong> Minho SOF-<strong>Fisiologia</strong><br />
To<strong>do</strong>s estes acontecimentos podem ser desencadea<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> uma hipótese recente, pela placenta,<br />
através da secreção da hormona liberta<strong>do</strong>ra da corticotrofina (CRH). A CRH estimula a adenohipófise,<br />
que produz hormona adrenocorticotrófica (ACTH) que vai estimular a supra-renal fetal. A CRH pode<br />
também actuar directamente em receptores para a CRH, localiza<strong>do</strong>s na supra-renal fetal. A estimulação,<br />
directa ou indirecta, <strong>do</strong> córtex da supra-renal fetal, resulta na secreção de cortisol e DHEA-S.<br />
O cortisol estimula a maturação pulmonar fetal, aumenta as reservas de glicogénio, induz enzimas<br />
digestivas e <strong>sistema</strong>s de transporte intestinais e promove o encerramento <strong>do</strong> canal arterial. Também<br />
participa num mecanismo de feedback positivo, estimulan<strong>do</strong> a síntese placentar de CRH, aumentan<strong>do</strong>,<br />
assim, a produção de DHEA-S e <strong>do</strong> próprio cortisol. O DHEA-S é converti<strong>do</strong> em estriol que aumenta,<br />
como já se referiu, a sensibilidade uterina às prostaglandinas e oxitocina.<br />
As prostaglandinas promovem a entrada de cálcio nas células miometriais, desencadean<strong>do</strong> as contracções<br />
uterinas. Relativamente à oxitocina, embora os seus níveis plasmáticos possam não aumentar, a sua<br />
síntese local (pela decídua e membranas fetais) e os seus receptores aumentam muito no termo da<br />
gravidez. A oxitocina reforça as contracções <strong>do</strong> parto e maximiza, particularmente, as contracções que se<br />
seguem à expulsão <strong>do</strong> feto, minimizan<strong>do</strong> as perdas hemorrágicas maternas.<br />
As contracções uterinas também podem ser moduladas pelas catecolaminas: a estimulação α-adrenérgica<br />
promove as contracções uterinas e a estimulação β-adrenérgica (e os agonistas β, como a ritodrina,<br />
terbutalina e salbutamol) inibe as contracções.<br />
Em termos hormonais, assim que se dá a expulsão da placenta to<strong>do</strong>s os seus produtos desaparecem <strong>do</strong><br />
plasma, de acor<strong>do</strong> com as respectivas semi-vidas. Em geral, 48 a 72 horas após o nascimento, as<br />
hormonas esteróides e os peptídeos hormonais regressam aos níveis anteriores à gravidez.<br />
LACTAÇÃO<br />
Desenvolvimento da mama<br />
Cada glândula mamária é composta por 15-20 lobos, envolvi<strong>do</strong>s por teci<strong>do</strong> adiposo. A quantidade de<br />
teci<strong>do</strong> adiposo determina o tamanho e forma da mama, mas é independente da capacidade de<br />
amamentação. Cada lobo subdivide-se em lóbulos, que contêm os alvéolos (glândulas) que segregam o<br />
leite para os túbulos secundários. Estes convergem nos ductos mamários que, por sua vez, confluem no<br />
canal galactóforo que se abre no mamilo.<br />
Durante toda a gravidez, as enormes quantidade de estrogénios produzi<strong>do</strong>s pela placenta estimulam o<br />
crescimento e ramificação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> ductal. A insulina, o cortisol, a tiroxina, hormonas modula<strong>do</strong>ras <strong>do</strong><br />
metabolismo proteico, são também importantes no crescimento <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> de ductos (figura 27).<br />
Módulo reprodução e manutenção da espécie<br />
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