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RENASCIMENTO CULTURAL E CIENTÍFICO ... - dialetico.com

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<strong>RENASCIMENTO</strong> <strong>CULTURAL</strong> E <strong>CIENTÍFICO</strong><br />

Durante boa parte da Idade Média, na sociedade européia, as pessoas estavam presas a um status da hierarquia social. Servo<br />

ou senhor, vassalo ou suserano, mestre ou aprendiz, a posição de cada pessoa inseria-se numa estrutura rígida e verticalizada.<br />

Na Idade Moderna, os laços dessa estrutura de dependência e fidelidade romperam-se, abrindo espaço para que o<br />

indivíduo pudesse emergir. Os tempos modernos formularam um novo modelo de homem, caracterizado pela ambição,<br />

pelo individualismo e pela <strong>com</strong>petitividade. Alguém disposto a empregar suas energias na análise e na transformação do<br />

mundo em que vivia.<br />

Os novos valores<br />

Em substituição aos valores dominantes da Idade Média, a mentalidade moderna formulou novos princípios.<br />

Humanismo - em vez de um mundo centrado em Deus (teocêntrico), era preciso construir um mundo centrado no homem<br />

(antropocêntrico), desenvolvendo uma cultura humanista.<br />

Racionalismo - em vez de explicar o mundo pela fé, era preciso explicá-lo pela razão, desenvolvendo o racionalismo, principalmente<br />

nas ciências.<br />

Individualismo - em vez da ênfase no aspecto coletivo e fraternal da cristandade, era preciso reconhecer e respeitar as diferenças<br />

individuais dos homens livres, valorizando o individualismo, diretamente associado ao espírito de <strong>com</strong>petição e à<br />

concorrência <strong>com</strong>ercial.<br />

O Renascimento<br />

A cultura renascentista era leiga e humanista, e opunha-se à cultura religiosa e teocêntrica do mundo medieval.<br />

O Renascimento enfatizava uma cultura racional e científica, e inspirou-se na Antigüidade Clássica, sobretudo no antropocentrismo,<br />

a fim de resgatar valores que interessavam ao novo mundo urbano-<strong>com</strong>ercial.<br />

No conjunto da produção renascentista, <strong>com</strong>eçaram a sobressair valores modernos, burgueses. Mas o elemento central do<br />

Renascimento foi o humanismo, <strong>com</strong> a valorização do homem, da vida terrena e da natureza.<br />

Produção cultural urbana<br />

O Renascimento foi um movimento cultural urbano, que atingiu a elite das cidades prósperas. Caracterizou-se não apenas<br />

pela mudança na qualidade da obra intelectual, mas também pelo aumento na quantidade da produção cultural. Entre os<br />

fatores que influenciaram esse crescimento quantitativo destacam-se:<br />

Desenvolvimento da imprensa - o alemão Johann Gutenberg (1400-1468) desenvolveu o processo de impressão <strong>com</strong> tipos<br />

móveis de metais, dando-se assim um grande passo para a divulgação da literatura em maior escala. Surgiram vários impressores,<br />

que, através da publicação de obras, passaram a divulgar os ideais humanistas do Renascimento.<br />

Ação dos mecenas - homens ricos, conhecidos <strong>com</strong>o mecenas, estimularam e patrocinaram o trabalho de artistas e intelectuais<br />

renascentistas. Entre os grandes mecenas, encontravam-se banqueiros, monarcas e papas.<br />

Importância do humanismo<br />

O Renascimento não pode ser separado do humanismo (séculos XV e XVI), movimento pelo qual o homem torna-se o centro<br />

das preocupações intelectuais.<br />

A expressão humanista foi aplicada às pessoas (artistas, clérigos e intelectuais) inconformadas <strong>com</strong> a cultura medieval. Pessoas<br />

dispostas a construir um novo sistema de valores para uma época marcada pela <strong>com</strong>petição <strong>com</strong>ercial. Otimistas quanto<br />

ao futuro do homem, os humanistas acreditavam na construção de uma sociedade mais feliz, baseada no progresso das<br />

ciências e na difusão dos conhecimentos por meio da educação.<br />

Itália: o berço do Renascimento<br />

O Renascimento iniciou-se na península Itálica, espalhando-se, posteriormente, por outras regiões européias. Entre as cidades<br />

italianas onde se desenvolveu o Renascimento, destacam-se Florença, no século XV, Roma e Veneza, no século XVI. Muitos<br />

fatores colaboraram para que o Renascimento <strong>com</strong>eçasse na Itália:<br />

Desenvolvimento <strong>com</strong>ercial urbano<br />

Devido ao <strong>com</strong>ércio marítimo pelo Mediterrâneo, as cidades italianas apresentavam significativo desenvolvimento, sendo<br />

dirigidas por uma classe de mercadores. Esses mercadores, acumulando riquezas, adquiriram novos valores, <strong>com</strong>o o individualismo,<br />

o espírito de <strong>com</strong>petição, o racionalismo, que se chocavam <strong>com</strong> os valores medievais. Necessitavam, portanto, de<br />

um novo conjunto de idéias coerentes <strong>com</strong> a ótica capitalista, o que o pensamento renascentista refletia.<br />

<strong>RENASCIMENTO</strong> ARTÍSTICO


Nas artes, o Renascimento foi marcado por mudanças técnicas e temáticas. Inspirando-se na Antiguidade, os artistas criaram<br />

obras em que procuraram alcançar o equilíbrio e a elegância, substituindo a paixão da fé medieval e o espírito rude do feudalismo.<br />

Para captar a realidade do mundo físico, os pintores aperfeiçoaram a técnica da perspectiva (criando a ilusão de<br />

profundidade) e da pintura a óleo (misturando tintas, criavam-se cores vivas e atraentes).<br />

Além dos temas religiosos, a arte passou a explorar outros temas, <strong>com</strong>o mitologia, cenas do cotidiano etc. O corpo humano<br />

era exaltado na escultura e na pintura. Orgulhosos do seu talento individual, os artistas passaram a assinar suas obras,<br />

abandonando a humildade e o anonimato medieval.<br />

<strong>RENASCIMENTO</strong> <strong>CIENTÍFICO</strong><br />

Nas ciências, o Renascimento foi marcado pelo desenvolvimento do espírito crítico, racionalista, disposto a experimentar<br />

hipóteses e a examinar livremente os problemas, opondo-se às crenças religiosas baseadas na fé.<br />

O cientista deveria submeter o mundo a métodos de análise racionais. Antes de estabelecer crenças e de tirar conclusões,<br />

era preciso observar cuidadosamente, investigar, fazer experiências, medir.<br />

Entre os grandes nomes do Renascimento científico estão:<br />

Leonardo da Vinci — desenhou o primeiro mapa do mundo focalizando a América, enunciou os princípios da máquina a vapor,<br />

desenhou a anatomia do corpo humano e projetou diversos engenhos voadores e máquinas de guerra.<br />

Nicolau Copérnico — defendia que o universo era um todo infinito, cujo centro não estava em parte alguma. Afirmava que<br />

Deus deveria ser encarado <strong>com</strong>o o princípio inteligente que deu origem ao universo.<br />

Miguel Servet — descobriu o funcionamento da pequena circulação sangüínea. Desobedeceu à proibição medieval de dissecação<br />

de cadáveres. Foi condenado à fogueira, sendo queimado em Genebra.<br />

Galileu Galilei — desenvolveu o telescópio, confirmou a validade da teoria de Copérnico. Foi acusado por um tribunal da<br />

Inquisição. Viu-se obrigado a negar suas descobertas científicas.<br />

As mudanças<br />

O Renascimento retirou da Igreja o monopólio da explicação das coisas do mundo. Aos poucos, o método experimental<br />

passou a ser o principal meio de se alcançar o saber científico da realidade. A verdade racional precisava ser sempre <strong>com</strong>provada<br />

na prática, empiricamente.

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