ESCOLA “SÃO DOMINGOS”
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Noites de além, remotas, que eu recordo.<br />
Noites da solidão, noites remotas<br />
Que nos azuis da fantasia bordo,<br />
Vou constelando de visões ignotas.<br />
Sutis palpitações à luz da Lua,<br />
Anseio dos momentos mais saudosos,<br />
Quando lá choram na deserta rua<br />
As cordas vivas dos violões chorosos.<br />
Quando os sons dos violões vão soluçando,<br />
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,<br />
E vão dilacerando e deliciando,<br />
Rasgando as almas que nas sombras tremem. [...]<br />
Cruz e Sousa<br />
Violoncelo<br />
Chorai, arcadas<br />
Do violoncelo!<br />
Convulsionadas,<br />
Pontes aladas<br />
De pesadelo...<br />
De que esvoaçam,<br />
Brancos, os arcos...<br />
Por baixo passam,<br />
Se despedaçam,<br />
No rio, os barcos.<br />
Fundas, soluçam<br />
Caudais de choro...<br />
Que ruínas, (ouçam)!<br />
Se se debruçam,<br />
Que sorvedouro!...<br />
Trêmulos astros...<br />
Solidões lacustres...<br />
— Lemes e mastros...<br />
E os alabastros<br />
Dos balaústres!<br />
Urnas quebradas!<br />
Blocos de gelo...<br />
— Chorai, arcadas,<br />
Despedaçadas,<br />
Do violoncelo.<br />
Camilo Pessanha<br />
8. Da leitura desses poemas é correto afirmar que:<br />
a) ambos são simbolistas, uma vez que procuram expressar as imagens captadas pela visão e pela audição,<br />
fundindo-as num lamento choroso musical.<br />
b) o primeiro poema é simbolista e o segundo, romântico, ainda que versem sobre a mesma idéia, centrada no<br />
soluçar musical dos violões/violoncelo.<br />
c) ambos são simbolistas, pois procuram caracterizar o ―eu-lírico‖ com o espírito anárquico da rebeldia e do<br />
inconformismo.<br />
d) o primeiro poema é simbolista e o segundo, romântico, haja vista o tom melodioso e nacionalista do ―eu-lírico‖ que<br />
canta seu choro pungente.<br />
e) ambos são simbolistas, dada a obediência à métrica e ao verso rimado, o que os caracteriza como os maiores<br />
representantes do movimento, tanto no Brasil, quanto em Portugal.<br />
9. (UEPA/PA) Sobre Alphonsus de Guimaraens, afirma Alfredo Bosi, na História concisa da literatura brasileira, ―[...]<br />
foi o poeta de um só tema: a morte da amada‖.<br />
Essa obsessão faz a natureza cúmplice permanente de suas dores, como se vê na seguinte estrofe desse poema:<br />
a) ―Ontem, à meia-noite, estando junto<br />
A uma igreja, lembrei-me de ter visto<br />
Um velho que levava às costas isto:<br />
Um caixão de defunto.‖