Download da revista - Sindicato dos Bancários do ABC
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Tecelagem Ipiranguinha<br />
Greves e patrões<br />
A mentali<strong>da</strong>de <strong><strong>do</strong>s</strong> patrões na déca<strong>da</strong> de 1960 era<br />
retrógra<strong>da</strong>, era gente que se valia <strong>da</strong> repressão política<br />
pra combater os sindicalistas. Hoje é diferente, mas<br />
também não existe mais aquele sindicalismo que era o<br />
nosso sonho. Com raras exceções, há sindicatos que ain<strong>da</strong><br />
atuam. Quem generaliza um conceito comete injustiça,<br />
pois tem as exceções. Os sindicalistas<br />
jovens ain<strong>da</strong> lutam de alguma forma.<br />
Dentro <strong>do</strong> contexto de agora as coisas<br />
estão muito mais fáceis para os<br />
sindicalistas, a mentali<strong>da</strong>de mu<strong>do</strong>u.<br />
Antes era muito difícil conversar com<br />
o patrão. O sindicalista sempre tinha<br />
comissão de recepção: a repressão<br />
policial. Chegava à porta de fábrica<br />
para uma greve e a polícia estava<br />
lá antes. Porque a mentali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />
patrão era assim. To<strong>da</strong>s as greves<br />
<strong>da</strong> categoria bancária tiveram apoio<br />
material <strong><strong>do</strong>s</strong> metalúrgicos. Inclusive<br />
ajudei a panfletar. Tinha apoio moral<br />
e na condução <strong>da</strong> greve apresentávamos<br />
sugestão, a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de era<br />
total. Mas uma categoria engravata<strong>da</strong><br />
é mais difícil de organizar, porque<br />
muitas vezes o próprio trabalha<strong>do</strong>r<br />
Livro de Jorge Ama<strong>do</strong><br />
com possível citação ao<br />
presidente <strong>do</strong> sindicato<br />
<strong><strong>do</strong>s</strong> metalúrgicos<br />
de Santo André<br />
se sente superior ao outro... Até a déca<strong>da</strong> de 1960 não<br />
se conheciam os <strong>do</strong>nos <strong><strong>do</strong>s</strong> bancos. Eram como zumbis,<br />
ninguém sabia quem eram. Depois é que se foi saber que<br />
eram os Simonsen, os Safra. Aí os bancos foram sen<strong>do</strong><br />
envolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> pelas corporações multinacionais, e hoje <strong>do</strong>minam<br />
o mun<strong>do</strong>.<br />
Antiga sede de Utinga <strong>do</strong> <strong>Sindicato</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> Metalúrgicos de Santo André<br />
MARÇO 2009 • REVISTA DOS BANCÁRIOS DO <strong>ABC</strong> • 9