Iraí mostra potencialidades - Folha do Noroeste
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8 <strong>Folha</strong> <strong>do</strong> <strong>Noroeste</strong> 29 de junho de 2012<br />
Frederico Westphalen<br />
População denuncia<br />
atendimento precário e falta<br />
de remédios na Secretaria de Saúde<br />
Mesmo com incremento de 90 para 300 itens da lista básica, ainda há falta de medicamentos<br />
Nem sempre manter a<br />
saúde em ordem é tarefa<br />
fácil para quem precisa<br />
<strong>do</strong> atendimento e <strong>do</strong>s serviços<br />
ofereci<strong>do</strong>s pelo Sistema Único de<br />
Saúde (SUS) e da Secretaria de<br />
Saúde de Frederico Westphalen.<br />
Em entrevista, ao <strong>Folha</strong> <strong>do</strong> <strong>Noroeste</strong><br />
três pacientes denunciaram o<br />
atendimento precário e a falta de<br />
medicamentos básicos e de uso<br />
contínuo para a população.<br />
Caso 1<br />
Com 59 anos, o agricultor Antônio*<br />
sofre de Mal de Parkinson,<br />
há seis anos, mas em 2009 a <strong>do</strong>ença<br />
agravou-se. De acor<strong>do</strong> com<br />
Com 59 anos, Antônio* sofre com as consequências relacionadas ao<br />
Mal de Parkinson<br />
o agricultor, a enfermidade tem<br />
causas emocionais em função de<br />
perdas de familiares.<br />
Desde que soube da <strong>do</strong>ença,<br />
Antônio* recebia o medicamento<br />
da Secretaria de Saúde gratuitamente,<br />
mas quan<strong>do</strong> concedeu<br />
entrevista ao <strong>Folha</strong> <strong>do</strong> <strong>Noroeste</strong>, já<br />
estava há <strong>do</strong>is meses sem receber o<br />
fármaco e sem ingerir o remédio.<br />
Segun<strong>do</strong> Antônio* o medicamento<br />
(Stalevo) custa caro para<br />
o padrão de vida <strong>do</strong> agricultor,<br />
mais de R$ 190 por caixa. Para<br />
manter-se com a saúde física e<br />
mental em equilíbrio o agricultor<br />
consome duas caixas <strong>do</strong> fármaco<br />
mensalmente, acarretan<strong>do</strong> em<br />
um custo total de mais de R$ 380<br />
mensais. Caso deixe de ingerir o<br />
medicamento, o agricultor perde<br />
gradativamente os movimentos,<br />
encontran<strong>do</strong> dificuldades até para<br />
realizar a higiene corporal.<br />
Com a renda de R$ 566,02,<br />
obtida através <strong>do</strong> Auxílio Doença,<br />
<strong>do</strong> Instituto Nacional de Seguridade<br />
Social (INSS) é difícil manter<br />
os gastos com a residência, alimentação<br />
e vestimentas e ainda<br />
adquirir o remédio.<br />
O agricultor relatou ainda<br />
que uma ação de medicamentos<br />
foi iniciada para que o remédio<br />
fosse forneci<strong>do</strong> sem custos ao<br />
paciente e mesmo com to<strong>do</strong>s os<br />
<strong>do</strong>cumentos necessários o médico<br />
que o atende pelo sistema priva<strong>do</strong><br />
negou-se em fornecer o lau<strong>do</strong> necessário.<br />
“A Secretaria de Saúde<br />
deveria ter outro profissional<br />
especialista para atender esse tipo<br />
de caso, mas não tem então a população<br />
acaba refém”, disse com<br />
lágrimas nos olhos o paciente.<br />
Finalizan<strong>do</strong>, o agricultor disse<br />
que faltou um pouco de “boa<br />
vontade” da Secretaria de Saúde<br />
no auxílio para conseguir os medicamentos.<br />
Entre idas e vindas até a Secretaria<br />
de Saúde, o paciente continua<br />
sem receber o medicamento.<br />
Caso 2<br />
Depois de dedicar praticamente<br />
uma vida ao cuida<strong>do</strong> com os<br />
filhos, um casal de agricultores<br />
se dispôs a ser o responsável pela<br />
criação de um neto. Chama<strong>do</strong><br />
de filho-neto, pela vovó Ana*, o<br />
a<strong>do</strong>lescente Vinícius*, 14 anos,<br />
luta contra as consequências da<br />
Distrofia Muscular.<br />
Aos 4 anos, Vinícius foi diagnostica<strong>do</strong><br />
com a <strong>do</strong>ença e passou<br />
a ser trata<strong>do</strong> com Deflazacort. Até<br />
os 6 anos <strong>do</strong> menino a família<br />
custeava o medicamento, mas a<br />
partir de então o remédio passou<br />
a ser forneci<strong>do</strong> pela Secretaria<br />
de Saúde. Depois de dez anos<br />
receben<strong>do</strong> a medicação gratuitamente,<br />
a família passou a adquirir<br />
o remédio a cerca de <strong>do</strong>is meses,<br />
pois a secretaria não tem mais o<br />
medicamento à disposição.<br />
Para manter-se sem perder os<br />
movimentos <strong>do</strong> corpo, alia<strong>do</strong> ao<br />
medicamento Vinícius* pratica<br />
exercícios físicos para fortalecer<br />
a musculatura. Cada caixa <strong>do</strong><br />
remédio custa em média R$ 100<br />
e o a<strong>do</strong>lescente usa pelo menos<br />
Fotos: Priscila Nhoatto/FN<br />
Geanmarcos Garcia, 18 anos,<br />
denuncia falta de atendimento de<br />
médico especializa<strong>do</strong><br />
três caixas mensais.<br />
Em 27 de outubro de 1999,<br />
o então prefeito de Frederico<br />
Westphalen, Orlan<strong>do</strong> Girardi<br />
sancionou a Lei 2.349 que prevê<br />
assistência farmacêutica, com<br />
fornecimento de medicamentos<br />
de uso contínuo às pessoas com<br />
deficiência, que seria o caso de<br />
Vinícius*. No entanto, o a<strong>do</strong>lescente<br />
não está sen<strong>do</strong> beneficia<strong>do</strong><br />
pela legislação.<br />
Caso 3<br />
Estudante <strong>do</strong> Curso de Relações<br />
Públicas – Ênfase em Multimídia,<br />
Geanmarcos Garcia, 18<br />
anos, precisou de atendimento<br />
de um médico especialista. Após<br />
passar por to<strong>do</strong>s os trâmites –