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ISSN 2179-7455<br />

ano 8 nº 45 janeiro/fevereiro/março/abril de 2011<br />

Uma publicação<br />

da <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

de São Paulo<br />

Nossa razão de ser


Plural<br />

Boletim informativo da <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

Diretor<br />

Mário Luiz Sarrubbo<br />

diretoria@esmp.sp.gov.br<br />

Assessores<br />

Everton Luiz Zanella<br />

José Mário Buck Marzagão Barbuto<br />

Maria Silva Garcia de Alcaraz Reale Ferrari<br />

Susana Henriques da Costa<br />

assessoria@esmp.sp.gov.br<br />

Jornalista responsável:<br />

Rosana Sanches (MTB: 17.993)<br />

imprensa@esmp.sp.gov.br<br />

Fotos<br />

Rosana Sanches<br />

Maurício Neto<br />

Antonio Carlos Carreta<br />

Direção de arte<br />

Guen Yokoyama<br />

Editora de arte<br />

Vanessa Merizzi<br />

Diagramação<br />

Teresa Lucinda Ferreira de Andrade<br />

Revisor de texto<br />

Sárvio Nogueira Holanda<br />

CTP, impressão e acabamento<br />

Imprensa Oficial <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

Tiragem<br />

3 mil<br />

Periodicidade<br />

Trimestral<br />

<strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

Rua 13 de Maio, 1259<br />

Bela Vista – São Paulo/SP<br />

Telefone: (11) 3017-7990<br />

www.esmp.sp.gov.br<br />

ISSN 2179-7455<br />

editorial<br />

A assunção ao cargo de diretor <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional<br />

- <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, por um promotor de justiça, pela<br />

primeira vez na história da instituição, aflora a ideia de redemocratização.<br />

Essa nova fase vivenciada no <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> exige a participação efetiva<br />

<strong>do</strong> CEAF/ESMP no processo de evolução institucional, com vistas a afastar as<br />

ameaças existentes no status social, adquiri<strong>do</strong> na Constituição Federal de 1988,<br />

após clamor social e luta incessante de diversos colegas.<br />

Esse processo evolucional também se presta a coibir os focos de resistência à<br />

instituição, volta<strong>do</strong>s a nos calar e a nos reduzir a mero auxiliar <strong>do</strong> Poder Executivo,<br />

retroceden<strong>do</strong> a um passa<strong>do</strong> não tão remoto.<br />

Nessa esteira de raciocínio, notamos o importante desafio desta gestão: a criação<br />

de uma <strong>do</strong>utrina institucional, que fortaleça o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>. A rediscussão de<br />

algumas funções, tais como o poder investigatório <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, a atuação<br />

nos interesses difusos e coletivos, a participação nos processos legislativos, o relacionamento<br />

com a imprensa, a democratização institucional e a rediscussão e<br />

revalorização da segunda instância, são motes exemplifica<strong>do</strong>res.<br />

Para a concretização dessas ideias e ideais, o CEAF/ESMP buscou realizar – e<br />

programar – diversos cursos e eventos, que fortalecem essas concepções, sem<br />

se olvidar de outras atividades essenciais – que justificam a criação e a manutenção<br />

desse órgão auxiliar –, tais como, a realização de Concurso de Estagiários<br />

(número recorde de inscrições!), o Curso de Adaptação <strong>do</strong>s Assistentes Jurídicos<br />

(primeira turma a ingressar na instituição) e o Curso de Adaptação para<br />

os Promotores de Justiça Substitutos <strong>do</strong> 87 o Concurso de Ingresso na Carreira<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> – matéria de capa.<br />

Nos primeiros meses deste ano, também demos início ao curso “O <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> na Constituição e nas Leis Orgânicas”, contan<strong>do</strong> com a preciosa colaboração<br />

<strong>do</strong> Prof. Emérito Hugo Nigro Mazzilli bem como ao curso de extensão<br />

em Biodireito, além <strong>do</strong>s eventos paralelos: o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> na Constituição<br />

Federal; A Lei da Ficha Limpa; Colóquio Internacional de Direito Processual<br />

Penal; Direito Europeu <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r; Lei Orgânica da Assistência Social; Planejamento<br />

nas obras públicas; 20 anos <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r; o<br />

Simpósio de Política Nacional de Resíduos, dentre<br />

outros.<br />

Essas pequenas realizações apenas indicam o início<br />

de um longo percurso, no qual a colaboração<br />

<strong>do</strong>s colegas será indispensável e essencial, especialmente<br />

para reafirmar os valores alça<strong>do</strong>s pela<br />

nossa instituição.<br />

Que Deus nos abençoe nessa jornada.<br />

Um abraço<br />

Mário Luiz Sarrubbo


índice<br />

artigo Renato Marcão<br />

Casa de Prostituição. O crime <strong>do</strong> art. 229 <strong>do</strong> Código Penal 4<br />

seminário<br />

Antonio Baldin<br />

Valores 8<br />

entrevista Entrevista:<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques 12<br />

capa Um mês de emoção e muito trabalho 18<br />

concurso Recorde de inscritos no Concurso de Estagiários 23<br />

cursos Primeiro curso para Assistentes Jurídicos <strong>do</strong> MP 25<br />

ESMP promove curso de extensão em Biodireito 28<br />

Mazzilli: um especialista para ensinar sobre o MP 29<br />

Homenagem aos autores nos 20 anos <strong>do</strong> CDC 30<br />

Lei da Ficha Limpa para as eleições municipais de 2012 33


seminário<br />

Consumo europeu é tema para Mário e Ângela Frota 35<br />

palestra Debate sobre a Lei orgânica da Assistência Social<br />

lota auditório 36<br />

Novo Código de Processo Civil é tema da aula inaugural<br />

na ESMP 37<br />

Para entender a Avaliação da Conformidade 38<br />

posse Promotor Mário Luiz Sarrubbo é empossa<strong>do</strong> na ESMP 42<br />

simpósio Novas regras para resíduos sóli<strong>do</strong>s 45<br />

livros<br />

PROCEL<br />

Eletrobrás<br />

INMETRO<br />

ESTE PRODUTO CONSOME MENOS ENERGIA<br />

ESMP discute a importância <strong>do</strong> planejamento<br />

em obras públicas 34<br />

notas Evento no Núcleo Regional de Franca 48<br />

47


4<br />

artigo<br />

Casa de<br />

Prostituição. O<br />

crime <strong>do</strong> art. 229<br />

<strong>do</strong> Código Penal<br />

Renato Marcão<br />

Membro <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de São Paulo. Mestre em Direito. Professor<br />

convida<strong>do</strong> no curso de pós-graduação em<br />

Ciências Criminais da Rede Luiz Flávio Gomes<br />

e em cursos de pós-graduação em diversas<br />

<strong>Escola</strong>s <strong>Superior</strong>es de <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e da<br />

Magistratura. Membro <strong>do</strong> Conselho Nacional<br />

de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP.<br />

Membro da Association Internationale de<br />

Droit Pénal (AIDP). Membro Associa<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Instituto Brasileiro de Ciências Criminais<br />

(IBCCrim), <strong>do</strong> Instituto de Ciências Penais<br />

(ICP) e <strong>do</strong> Instituto Brasileiro de Execução<br />

Penal (IBEP).<br />

A prostituição, como é voz corrente, talvez seja a<br />

mais antiga das profissões. 1<br />

Prestar favores sexuais, mercadejar o corpo e dis-<br />

tribuir os prazeres da carne podem constituir opção<br />

para alguns e destino para outros.<br />

Manter estabelecimento em que ocorra exploração<br />

sexual, conforme a lei penal vigente, constitui<br />

crime que está previsto no art. 229 <strong>do</strong> Código<br />

Penal, grafa<strong>do</strong> nos seguintes termos: “Manter,<br />

por conta própria ou de terceiro, estabelecimento<br />

em que ocorra exploração sexual, haja, ou não,<br />

intuito de lucro ou mediação direta <strong>do</strong> proprietá-<br />

1 Renato Marcão e Plínio Gentil, Crimes Contra a Dignidade<br />

Sexual, São Paulo, Saraiva, 2011.


io ou gerente: pena – reclusão, de <strong>do</strong>is a cinco<br />

anos, e multa.<br />

Antes da vigência da Lei 12.015/2009, o artigo 229<br />

se referia de forma expressa à conduta consistente<br />

em “manter, por conta própria ou de terceiro, casa<br />

de prostituição ou lugar destina<strong>do</strong> a encontros para<br />

fim libidinoso (...)”, haven<strong>do</strong> perfeita correlação com<br />

o nomen juris empresta<strong>do</strong> à tipificação em testilha<br />

pelo Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940<br />

(Código Penal).<br />

Hoje, mesmo se referin<strong>do</strong> o dispositivo a “estabelecimento<br />

em que ocorra exploração sexual”, quer<br />

nos parecer que a denominação jurídica <strong>do</strong> tipo, que<br />

persiste, não exigia mesmo ser alterada.<br />

Muito embora o legisla<strong>do</strong>r tenha opta<strong>do</strong> por uma<br />

linguagem mais atualizada para compor o preceito<br />

primário, em verdade e em última análise está a<br />

se referir, ainda, aos locais em que exercitada a<br />

prostituição ou outra forma de exploração sexual,<br />

daí não ser de to<strong>do</strong> desajustada a manutenção<br />

<strong>do</strong> nomen juris – casa de prostituição –, como<br />

designativo <strong>do</strong> tipo, pois assim se revelam os<br />

“estabelecimentos” que à prática proscrita se<br />

destinam/dedicam.<br />

A prostituição, a seu turno, acompanha a história<br />

da humanidade e é citada até mesmo em passagens<br />

bíblicas, como dão mostras, por exemplo, escritos <strong>do</strong><br />

Novo Testamento a respeito de Maria Madalena, sobre<br />

“So<strong>do</strong>ma e Gomorra” etc.<br />

Não se trata de, ao contrário <strong>do</strong> que disse nelson<br />

Hungria, 2 até certo ponto, constituir um mal necessá-<br />

rio, por revelar uma função preventiva na entrosagem<br />

da máquina social.<br />

Venci<strong>do</strong> o tempo das reflexões lançadas pelo<br />

admirável penalista, já não podemos concordar com<br />

suas afirmações no senti<strong>do</strong> de que – “sem querer<br />

2 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Forense,<br />

1956, v. VIII, p. 268.<br />

fazer-lhe elogio” –, ressalvava cautelosamente,<br />

constitui a prostituição “uma válvula de escapamento<br />

à pressão de irrecusável instinto, que jamais se<br />

apaziguou na fórmula social da monogamia, e<br />

reclama satisfação antes mesmo que o homem<br />

atinja a idade civil <strong>do</strong> casamento ou a suficiente<br />

aptidão para assumir os encargos da formação de<br />

um lar. Anular o meretrício, se isso fora possível,<br />

seria inquestionavelmente orientar a imoralidade<br />

para o recesso <strong>do</strong>s lares e fazer referver a libi<strong>do</strong> para<br />

a prática de to<strong>do</strong>s os crimes sociais”. 3<br />

O modelo social <strong>do</strong>s dias que correm não mais se<br />

ajusta ao pensamento exposto, que em verdade buscava<br />

salvaguardar a família e a sociedade <strong>do</strong>s malefícios<br />

que a ausência de opção para os reclamos que<br />

a satisfação da libi<strong>do</strong> exige, por vezes arriscam e até<br />

insistem em proporcionar.<br />

Os sistemas parciais4 que integram a sociedade<br />

contemporânea prescindem de tais favores para seu<br />

fortalecimento.<br />

A realidade atual tornou superada a visão poética<br />

e por vezes romântica que enxergava nos prostíbulos<br />

o primeiro acesso para a prática da masculinidade<br />

sexual; para a iniciação da virilidade explícita<br />

melhor protagonizada por célebres e prometidas<br />

merca<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> amor.<br />

As sessões de iniciação tantas vezes patrocinadas<br />

por algum familiar próximo, que com alguma<br />

satisfação se dispunha a levar o jovem de escassa<br />

penugem para o congresso carnal com prostitutas<br />

experimentadas já não encontra correspondência<br />

no presente. Tais entrevistas de amor, que de amor<br />

nada tinham, se tornaram estampa fora de moda<br />

para o teci<strong>do</strong> social hodierno.<br />

3 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Forense,<br />

1956, v. VIII, p. 268.<br />

4 Niklas Luhmann, Sociologia <strong>do</strong> Direito I, Rio de Janeiro,<br />

Biblioteca Tempo Universitário, tradução de Gustavo<br />

Bayer, 1983, p. 168.<br />

5


6<br />

Onde remanescem, as denominadas “zona de me-<br />

retrício” se tornaram opção de abrigo para criminosos<br />

e ponto de frequência para alguns poucos, não mais<br />

desfrutan<strong>do</strong> das conotações e <strong>do</strong> colori<strong>do</strong> de que no<br />

passa<strong>do</strong> se impregnara.<br />

Mas a prostituição, livre pelas ruas ou confinada<br />

em estabelecimentos luxuosos, jamais deixou de existir.<br />

Ao contrário, aproveitan<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> desejo atávico de<br />

desafogo da sexualidade, se expande como “negócio<br />

lucrativo” e se moderniza com oferta qualificada de<br />

“peças e serviços”, como se faz explícito em to<strong>do</strong>s os<br />

meios de informação.<br />

Ignorada, tolerada, regulamentada ou proibida,<br />

também disse nelson Hungria, 5 a prostituição “sempre<br />

existiu e há de existir sempre”.<br />

Conformemo-nos.<br />

Em si considerada, contu<strong>do</strong>, a prostituição não configura<br />

ilícito penal. E nem poderia, por recair tal conduta<br />

dentro de limites ampara<strong>do</strong>s pelo livre-arbítrio.<br />

Não bastasse a real impossibilidade de se punir<br />

criminalmente a livre disposição <strong>do</strong>s impulsos<br />

sexuais na forma acima preconizada; de se tentar<br />

frear no campo penal a assegurada possibilidade<br />

de se distribuir favores sexuais a quem desejar e<br />

na forma que se pretender, mediante consenso, há<br />

ainda que se ressaltar a inviabilidade de se pretender<br />

a moralização <strong>do</strong> homem pela via coercitiva <strong>do</strong><br />

jus puniendi.<br />

eugênio raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli<br />

proferem valiosa lição a respeito quan<strong>do</strong> asseveram:<br />

“Sob nenhum ponto de vista a moral em senti<strong>do</strong> estrito<br />

pode ser considerada um bem jurídico. A ‘moral<br />

pública’ é um sentimento de pu<strong>do</strong>r, que se supõe ter o<br />

direito de tê-la, e que é bom que a população a tenha,<br />

mas se alguém carece de tal sentimento, não se pode<br />

obrigar a que o tenha, nem que se comporte como se<br />

5 Comentários ao Código Penal, 3. ed., Rio de Janeiro, Forense,<br />

1956, v. VIII, p. 274.<br />

o tivesse, na medida em que não lesionem o sentimento<br />

daqueles que o têm”. 6<br />

Tratan<strong>do</strong> da racionalidade ética na legislação pe-<br />

nal, José luis díeZ riPollés traz importante lição, que<br />

seguramente comporta destaque neste ponto das<br />

reflexões atuais, e o faz nos seguintes termos: “A<br />

identificação daquilo cuja danosidade social afeta de<br />

mo<strong>do</strong> grave os pressupostos imprescindíveis à convivência<br />

externa precisa de um ponto de referência.<br />

Essa referência é obtida através da remição ao interesse<br />

público. Com isso se quer dizer que os comportamentos<br />

ante os quais deve intervir o Direito Penal<br />

devem afetar as necessidades <strong>do</strong> sistema social em<br />

seu conjunto”. 7<br />

Segun<strong>do</strong> o escólio de Claus roxin, 8 “o legisla<strong>do</strong>r<br />

não possui competência para, em absoluto, castigar<br />

pela sua imoralidade condutas não lesivas de bens<br />

jurídicos”. E segue: “A moral, ainda que amiúde se<br />

suponha o contrário, não é nenhum bem jurídico –<br />

no senti<strong>do</strong> em que temos precisa<strong>do</strong> tal conceito, deduzin<strong>do</strong>-o<br />

<strong>do</strong> fim <strong>do</strong> direito penal. Se uma ação não<br />

afecta o âmbito de liberdade de ninguém, nem tampouco<br />

pode escandalizar directamente os sentimentos<br />

de algum especta<strong>do</strong>r porque é mantida oculta na<br />

esfera privada, a sua punição deixa de ter um fim de<br />

proteção no senti<strong>do</strong> atrás exposto. Evitar condutas<br />

meramente imorais não constitui tarefa <strong>do</strong> direito<br />

penal”. 9<br />

6 Manual de Direito Penal Brasileiro: parte geral, São Paulo,<br />

Revista <strong>do</strong>s Tribunais, 1997, p. 467.<br />

7 A racionalidade das leis penais, São Paulo, Revista <strong>do</strong>s<br />

Tribunais, tradução de Luiz Regis Pra<strong>do</strong>, 2005, p. 153.<br />

8 Problemas fundamentais de Direito Penal, Lisboa, Vega,<br />

tradução de Ana Paula <strong>do</strong>s Santos Luís Natscheradetz,<br />

1986, p. 29/30.<br />

9 Luiz Flávio Gomes tratou da matéria com profundidade<br />

em seus livros: Norma e bem jurídico no Direito Penal,<br />

São Paulo, Revista <strong>do</strong>s Tribunais, Série “As Ciências Criminais<br />

no século XXI”, v. 5, 2002; e, Princípio da ofensividade<br />

no Direito Penal, São Paulo, Revista <strong>do</strong>s Tribunais,<br />

Série “As Ciências Criminais no século XXI”, v. 6, 2002


Disso decorre afirmarmos ser destoante e ilógica<br />

a opção <strong>do</strong> legisla<strong>do</strong>r ao insistir em manter no sistema<br />

penal vigente o disposto no art. 229 <strong>do</strong> Código<br />

Penal, quan<strong>do</strong> não se tem por criminosa a prática da<br />

prostituição nem assim pode ser considerada toda e<br />

qualquer exploração sexual. 10<br />

A propósito, diz andré estefaM: “Com o advento da<br />

Constituição Federal e a alteração <strong>do</strong> valor protegi<strong>do</strong><br />

nos arts. 213 a 234, que passam a ser crimes contra<br />

a ‘dignidade sexual’, não mais se justifica a própria<br />

subsistência <strong>do</strong> tipo penal. Num esta<strong>do</strong> democrático<br />

de direito, calca<strong>do</strong> na dignidade<br />

da pessoa humana, que pressupõe<br />

a liberdade de autodeterminação,<br />

não se pode considerar<br />

criminosa uma atividade que, em<br />

seu bojo, não envolve práticas ilícitas<br />

(somente imorais)”. 11<br />

Bem por isso o acerto das<br />

oportunas observações lança-<br />

das por guilHerMe de souZa nuCCi<br />

quan<strong>do</strong> revela sua indignação nos seguintes termos:<br />

“Em lugar de descriminalizar o óbvio, eliminan<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

cenário <strong>do</strong> Código Penal o art. 229, altera-se uma expressão<br />

por outra análoga, geran<strong>do</strong> a expectativa de<br />

aplicação da norma, o que fatalmente, não ocorrerá.<br />

Se a prostituição tanto incomoda, somente para<br />

argumentar, crie-se o tipo penal apropria<strong>do</strong>, criminalizan<strong>do</strong>-a.<br />

Somente assim teria senti<strong>do</strong> buscar a<br />

punição por quem a pratica ou quem mantém lugar<br />

destina<strong>do</strong> à prática desse crime. Porém, não constituin<strong>do</strong><br />

delito, de nada importa existir uma infração<br />

penal, pretenden<strong>do</strong> punir o <strong>do</strong>no de um lugar onde<br />

ocorra ato não criminoso. Se a prostituição é práti-<br />

10 No mesmo senti<strong>do</strong> apreendi<strong>do</strong> por Guilherme de Souza<br />

Nucci, in, Crimes contra a dignidade sexual, São Paulo,<br />

Revista <strong>do</strong>s Tribunais, 2009, p. 80.<br />

11 Crimes sexuais, São Paulo, Saraiva, 2009, p. 118.<br />

Manter estabelecimento<br />

em que ocorra exploração<br />

sexual, conforme a lei<br />

penal vigente, constitui<br />

crime que está previsto no<br />

art. 229 <strong>do</strong> Código Penal<br />

ca imoral, lembremos que a corrupção também é,<br />

aliás, além de imoral é crime. E não consta existir<br />

tipo penal punin<strong>do</strong> quem mantenha estabelecimento<br />

onde ocorra corrupção”. 12<br />

Há que se buscar um sistema de regulamentação<br />

criminal menos hipócrita possível, onde não<br />

exista espaço para a proteção de valores puramente<br />

morais, 13 sem que isso traduza qualquer aplauso ou<br />

condescendência em relação a condutas marcadas<br />

por revela<strong>do</strong> desprezo à moral vigorante.<br />

Discorren<strong>do</strong> sobre os critérios de legitimação da<br />

criminalização, Jorge de figuei-<br />

re<strong>do</strong> dias e Manoel Costa andrade<br />

ensinam: “Segun<strong>do</strong> o entendimento<br />

unânime, só assumem<br />

dignidade penal as condutas que<br />

lesem bens jurídicos ou, noutros<br />

termos, que sejam socialmente<br />

danosas. Segun<strong>do</strong>, por exemplo,<br />

a sugestiva formulação de Morris<br />

e Hawkins, ‘a função primordial <strong>do</strong><br />

direito criminal é proteger as pessoas e os bens (...).<br />

Sempre que o direito criminal invade as esferas da<br />

moralidade ou <strong>do</strong> bem-estar social, ultrapassa os<br />

seus próprios limites em detrimento das suas tarefas<br />

primordiais (...). Pelo menos <strong>do</strong> ponto de vista<br />

<strong>do</strong> direito criminal, a to<strong>do</strong>s os homens assiste o inalienável<br />

direito de irem para o inferno à sua própria<br />

maneira, contanto que não lesem diretamente”. 14<br />

Como se vê, errou o legisla<strong>do</strong>r ao manter a tipificação<br />

penal em comento.<br />

12 Crimes contra a dignidade sexual, São Paulo, Revista<br />

<strong>do</strong>s Tribunais, 2009, p. 80.<br />

13 Sobre a matéria, conferir o excelente livro de Alice<br />

Bianchini: Pressupostos materiais mínimos da tutela penal,<br />

São Paulo, Revista <strong>do</strong>s Tribunais, Série “As Ciências<br />

Criminais no século XXI”, v. 7, 2002.<br />

14 Criminologia – O homem delinquente e a sociedade<br />

criminógena, 2 a reimpressão, Coimbra, Coimbra Editora,<br />

1997, p. 405/406.<br />

7


8<br />

artigo<br />

Levantamento divulga<strong>do</strong> pelo Instituto Brasi-<br />

leiro de Planejamento Tributário (IBPT) indica que,<br />

nos últimos 20 anos, foram editadas aproximadamente<br />

34 normas tributárias por dia. Dos 365 dias<br />

<strong>do</strong> ano, 148 são destina<strong>do</strong>s ao pagamento de tributos,<br />

que são reverti<strong>do</strong>s para o bem comum, através<br />

de investimentos em estradas, portos, aeroportos,<br />

casas populares e custeio de bens e serviços públicos,<br />

como saúde, segurança e educação. Temos<br />

saúde, segurança e educação? Para onde vai tanto<br />

dinheiro arrecada<strong>do</strong>?<br />

A corrupção tem um custo médio anual para o<br />

Brasil entre R$ 41,5 e R$ 69,1 bilhões, segun<strong>do</strong> revelou<br />

o ministro Antonio Herman de Vasconcellos<br />

e Benjamin, <strong>do</strong> <strong>Superior</strong> Tribunal de Justiça, na<br />

palestra de encerramento <strong>do</strong> I Congresso <strong>do</strong> Patrimônio<br />

<strong>Público</strong> e Social <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São<br />

Paulo, no dia 21 de agosto de 2010. Temos escândalos<br />

os mais diversos publica<strong>do</strong>s pela imprensa e<br />

não se vê punição alguma. Aliás, os envolvi<strong>do</strong>s se<br />

comportam como se nada aconteceu e até são lisonjea<strong>do</strong>s<br />

pela nossa sociedade. Vemos a mentira,<br />

lamentavelmente, transformar-se em verdade!<br />

Antonio Baldin<br />

VALORES<br />

É oportuno fazermos uma<br />

reflexão da nossa situação<br />

atual, para que possamos<br />

estabelecer um projeto de vida.<br />

O crime organiza<strong>do</strong> hoje é uma realidade e não<br />

se pode falar que exista soberania absoluta no Brasil,<br />

tal qual reza o art. 1o , inc. I, da Constituição. Há<br />

determinadas regiões nas quais quem governa são<br />

os bandi<strong>do</strong>s, que usam parte <strong>do</strong> dinheiro arrecada<strong>do</strong><br />

ilicitamente para a manutenção <strong>do</strong> crime, pagamento<br />

de propinas e outra parte, considerada como<br />

lucro, é investida em atividades lícitas, através <strong>do</strong><br />

processo de transformação <strong>do</strong> dinheiro ilegal em<br />

dinheiro legal, por meio da “lavagem”. As organizações<br />

criminosas são respeitadas e temidas pelo<br />

poder de fogo, ou seja, o grau de violência, estan<strong>do</strong><br />

muito mais bem aparelhada que as polícias. Aliás,<br />

reportagem especial <strong>do</strong> Jornal da Record de 12 de<br />

setembro de 2010, mostrou <strong>do</strong>is assaltos, um em<br />

Minas Gerais e outro em Mato Grosso, onde os assaltantes<br />

apareciam diante das câmaras portan<strong>do</strong><br />

armas privativas <strong>do</strong> exército e atiran<strong>do</strong> a esmo, para<br />

mostrar o poder de fogo que eram capazes de exercitar<br />

e a lei a ser seguida.<br />

O tráfico de drogas vem exterminan<strong>do</strong> as famílias<br />

brasileiras. A Lei no 11.343/06 desprisionou os<br />

usuários de entorpecentes e tornou até mais bran-


“ É preciso estabelecer quais valores a<strong>do</strong>taremos para nossas<br />

vidas. To<strong>do</strong>s somos condiciona<strong>do</strong>s a valores!<br />

”<br />

Antonio Baldin, Promotor de Justiça aposenta<strong>do</strong> de<br />

São José <strong>do</strong> Rio Preto-SP<br />

da a punição <strong>do</strong> traficante, se comparada com a<br />

anterior, de no 6.368/76, cuja pena mínima era de<br />

três anos e, agora, passou a ser de 1 ano e 8 meses,<br />

admitin<strong>do</strong> até, segun<strong>do</strong> o STF, a substituição<br />

por penas alternativas. Antes, não era permitida a<br />

progressão ao autor de crime hedion<strong>do</strong> e hoje ela<br />

é admitida, deixan<strong>do</strong> a pena sem utilidade alguma,<br />

pois se tornou uma chacota para os infratores. O<br />

usuário, que dá sustentáculo ao tráfico, é apena<strong>do</strong><br />

com advertência e prestação de serviços à comunidade,<br />

mas se disser que não vai cumprir a pena,<br />

ficará por isso mesmo, sem punição alguma. Há<br />

previsão de que até 2012, 33.400 jovens sejam assassina<strong>do</strong>s<br />

no Brasil.<br />

A violência existente aqui foi classificada como<br />

“bastante grave” em comparação com o cenário<br />

internacional, ocupan<strong>do</strong> o sexto lugar entre os países<br />

mais violentos. Esta informação foi prestada<br />

pelo secretário executivo da Secretaria de Assuntos<br />

Estratégicos, Luiz Alberto Salomão, em palestra<br />

durante seminário no QG <strong>do</strong> Exército, intitula<strong>do</strong><br />

Segurança Internacional: perspectivas brasileiras.<br />

Segun<strong>do</strong> ele, a violência é um <strong>do</strong>s fatores de vul-<br />

nerabilidade à segurança interna e ao atual desenvolvimento<br />

brasileiro. Na tabela apresentada,<br />

com base em da<strong>do</strong>s colhi<strong>do</strong>s entre 2004 a 2007,<br />

mostrou-se que o Brasil é um país quatro vezes<br />

mais violento que os EUA (27o lugar) e está atrás<br />

da Guiana (9o ), <strong>do</strong> Paraguai (12o ), da África <strong>do</strong> Sul<br />

(16o ), <strong>do</strong> México (19o ), Chile (28o ), Argentina (32o ) e<br />

Uruguai (35o ).<br />

O Decreto no 678, de 06/11/92, que promulgou<br />

a Convenção Americana sobre Direitos Humanos<br />

(Pacto de São José da Costa Rica), a famosa Convenção<br />

Americana sobre Direitos Humanos, prega,<br />

com todas as letras, que “Toda pessoa tem o<br />

direito de que se respeite sua vida” e que esse<br />

“direito deve ser protegi<strong>do</strong> pela lei, em geral,<br />

desde o momento da concepção. Ninguém pode<br />

ser priva<strong>do</strong> da vida arbitrariamente” (art. 4o ). Seu<br />

art. 5o ressalta o direito à integridade pessoal, enquanto<br />

o art. 7o recita o direito à liberdade, dan<strong>do</strong><br />

especial destaque ao seguinte enuncia<strong>do</strong>: “Toda<br />

pessoa tem direito à liberdade e à segurança<br />

pessoais”. Ainda, são referenciadas a proteção da<br />

família, da propriedade e, mais, à honra e digni-<br />

9


dade, da livre circulação pelas ruas das cidades butos e não recebem contraprestação por parte<br />

etc. É cumprida a Lei <strong>do</strong>s Direitos Humanos? Ela <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. É a impunidade e complacência com a<br />

é universal!<br />

violência, geran<strong>do</strong> a inversão de valores. É humi-<br />

Quan<strong>do</strong> uma vítima é assaltada, há violação lhante ver o reconhecimento de invalidez de quem<br />

<strong>do</strong>s direitos humanos! Quan<strong>do</strong> uma propriedade é váli<strong>do</strong>!<br />

particular é invadida, há violação <strong>do</strong>s direitos hu- No dia 22 de setembro de 2010, nas escadarias<br />

manos! Quan<strong>do</strong> uma pessoa passa a noite na fila da Faculdade de Direito <strong>do</strong> Largo São Francisco<br />

<strong>do</strong>s hospitais para atendimento médico, há trans- da USP, foi lança<strong>do</strong> um manifesto fazen<strong>do</strong> críticas<br />

gressão <strong>do</strong>s Direitos Humanos! A propósito, é co- ao comportamento <strong>do</strong> governo em episódios como<br />

nhecida alguma luta ou exigência de que se cum- a quebra <strong>do</strong> sigilo fiscal de pessoas, sem obserpra<br />

o enuncia<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Direitos<br />

vância das normas legais,<br />

Humanos? Alguém assistiu,<br />

exigin<strong>do</strong>-se a observância<br />

percebeu ou ouviu algum pro- A violência existente<br />

<strong>do</strong>s limites da lei para impetesto<br />

pelo descumprimento aqui foi classificada<br />

dir os abusos e pedin<strong>do</strong> que<br />

<strong>do</strong>s Direitos Humanos <strong>do</strong>s homens<br />

de bem?<br />

Infelizmente, no Brasil,<br />

glorificam-se criminosos e<br />

como “bastante grave”<br />

em comparação com o<br />

cenário internacional,<br />

se puna com eficácia quem<br />

os está pratican<strong>do</strong>, alertan<strong>do</strong><br />

que, numa democracia,<br />

nenhum <strong>do</strong>s poderes é so-<br />

se pune a sociedade ordeira, ocupan<strong>do</strong> o sexto lugar berano. Soberana é a Cons-<br />

que é compungida a arcar entre os países mais<br />

tituição, pois é ela que dá<br />

com pesa<strong>do</strong>s tributos, para o<br />

funcionamento de uma má-<br />

violentos.<br />

corpo e alma à soberania <strong>do</strong><br />

povo. Assinaram o manifesquina<br />

estatal ineficaz, em-<br />

Luiz Alberto Salomão<br />

Secretário-executivo da Secretaria de<br />

to 58 pessoas, poden<strong>do</strong> ser<br />

perrada e corrompida.<br />

Assuntos Estratégicos<br />

cita<strong>do</strong> Dom Paulo Evaristo<br />

Anualmente, com uma<br />

Arns, Hélio Bicu<strong>do</strong>, procu-<br />

canetada, sem base alguma<br />

ra<strong>do</strong>r de justiça aposenta<strong>do</strong>,<br />

em processos ou elementos probatórios, nossos o ex-ministro <strong>do</strong> STF Carlos Velloso, o professor<br />

presidentes baixam decretos de indulto, per<strong>do</strong>- Renê Ariel Dotti e o economista Mailson da Nóan<strong>do</strong><br />

a pena de criminosos já condena<strong>do</strong>s irrebrega, entre outros.<br />

corrivelmente, em total menosprezo à sociedade É difícil digerir o desrespeito que vem sen<strong>do</strong> imple-<br />

ordeira e a to<strong>do</strong>s que trabalharam nos procesmenta<strong>do</strong> aos Direitos Humanos <strong>do</strong>s honestos trabasos<br />

que geraram as condenações, vilipendian<strong>do</strong> lha<strong>do</strong>res. Neste momento crucial, a união <strong>do</strong>s povos é<br />

policiais, delega<strong>do</strong>s, promotores, juízes, advo- imprescindível, para que, irmana<strong>do</strong>s num único objega<strong>do</strong>s,<br />

cartorários, homens íntegros que pagam tivo, possamos pleitear mais seriedade na aplicação<br />

tributos etc.<br />

<strong>do</strong>s nossos direitos assegura<strong>do</strong>s na Constituição Fe-<br />

Não comungamos com a recompensa que se deral e leis extravagantes. Jamais poderemos perder<br />

dá aos criminosos. Isto significa falta de morali- os sonhos de habitarmos um mun<strong>do</strong> melhor porque<br />

dade e de respeito para com as pessoas honestas, a esperança está depositada naquelas pessoas cons-<br />

que trabalham para o pagamento de pesa<strong>do</strong>s tricienciosas, que lutam com dignidade, respeitam os li-<br />

10


mites legais, amam a Pátria e não desanimam com as<br />

inconsequências hoje expostas à vista de to<strong>do</strong>s.<br />

Será que a sociedade precisa se preparar melhor<br />

diante das enfermidades e intransigências<br />

sociais que estão surgin<strong>do</strong>? Não vale a pena um<br />

esforço maior para termos melhor qualidade de<br />

vida? Que herança queremos deixar para os que<br />

hão de vir? Deveremos continuar escravos <strong>do</strong>s<br />

valores corrompi<strong>do</strong>s de desonestos e irresponsáveis?<br />

Seremos eternos serviçais das disfunções<br />

<strong>do</strong>s criminosos? Daremos espaço para os que estão<br />

diziman<strong>do</strong> as famílias? A impunidade e o perdão<br />

a bandi<strong>do</strong>s devem prevalecer numa sociedade<br />

legitimamente organizada? Ainda há homens de<br />

bem? Por que não agir?<br />

Disse Sócrates, filósofo grego, que “nunca sabemos<br />

se uma linha é torta até que colocamos uma<br />

linha reta a seu la<strong>do</strong>”. Será que a transformação<br />

moralmente condenável e totalmente reprovável<br />

por que passa a sociedade brasileira não está sen<strong>do</strong><br />

perceptível? A verdade deve ser substituída pela<br />

ambiguidade moral? Deveremos aceitar passivamente<br />

a prisão <strong>do</strong>miciliar imposta aos homens de<br />

bem e a liberdade plena oferecida apenas aos infratores<br />

da lei? Não se esqueçam nunca que a verdade<br />

pode ser mostrada também num uivo de protesto,<br />

como este que faço agora!<br />

A respiração rui<strong>do</strong>sa da agonia precisa ser recuperada.<br />

A harmonia, justiça, paz, seriedade, moralidade,<br />

integralização de valores ainda podem ser<br />

encontradas, seguin<strong>do</strong> a bússola da virtude, que<br />

aponta sempre na mesma direção, qualquer que<br />

seja a moda ou a tendência. To<strong>do</strong> conceito de verdade<br />

pode ser extraí<strong>do</strong> de quem aprendeu a arte<br />

de construir uma vida digna. Nosso caráter e nossa<br />

discriminação ética são desenvolvi<strong>do</strong>s com base em<br />

nossas pequenas decisões, que não estamos a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>.<br />

São os pequenos insetos que derrubam as<br />

grandes árvores quan<strong>do</strong> não erradica<strong>do</strong>s de pronto!<br />

Nunca sabemos se uma linha<br />

é torta até que colocamos uma<br />

linha reta a seu la<strong>do</strong>.<br />

Sócrates<br />

Filósofo grego<br />

Precisamos fazer uma revolução para espalharmos<br />

em todas as direções valores e mais valores<br />

que enalteçam e otimizem os seres humanos<br />

para a luta por um mun<strong>do</strong> melhor! Estamos<br />

passan<strong>do</strong> pela crise, também, da virtude. Hoje<br />

em dia, um número grande de pessoas tem condições<br />

de viver muito bem, mas carece de uma<br />

razão para se viver bem! Por que existimos? Qual<br />

a finalidade de viver?<br />

É preciso estabelecer quais valores a<strong>do</strong>taremos<br />

para nossas vidas. To<strong>do</strong>s somos condiciona<strong>do</strong>s a<br />

valores! O corrupto tem seus valores. O assaltante<br />

está condiciona<strong>do</strong> e atua motiva<strong>do</strong> por valores.<br />

O mesmo acontece com o mata<strong>do</strong>r de mulheres<br />

e de homens, com o ladrão, os honestos etc. É de<br />

se indagar quais valores queremos seguir. Não<br />

podemos esquecer que tu<strong>do</strong> na vida são escolhas<br />

e nossas escolhas têm consequências pela vida<br />

afora, pela história afora e, assim por diante, por<br />

toda a eternidade. Muitos não aceitam esta verdade<br />

e passam dan<strong>do</strong> explicações para suas fraquezas,<br />

lamentan<strong>do</strong>-se ou culpan<strong>do</strong> outros por suas deficiências.<br />

Nossas escolhas vão muito além <strong>do</strong> que<br />

imaginamos. O que queremos escolher diante de<br />

nossa atualidade?<br />

Antonio Baldin,<br />

Promotor de Justiça aposenta<strong>do</strong> de São José <strong>do</strong> Rio Preto-SP<br />

11


12<br />

entrevista<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques<br />

Primeiro ouvi<strong>do</strong>r no<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques ingressou no MP em setembro de 1972. Foi<br />

promotor de Justiça substituto em Bauru, Duartina, Itapecerica da Serra<br />

e na capital. Atuou ainda nas comarcas de Agu<strong>do</strong>s, Piratininga, Pirajuí,<br />

Garça e Campinas. Na capital, atuou nas varas distritais da Vila<br />

Maria e da Lapa. No foro central atuou nas 2a e 4a Cura<strong>do</strong>rias de Família,<br />

na 1a Cura<strong>do</strong>ria de Registros <strong>Público</strong>s e na Cura<strong>do</strong>ria de Massas<br />

Falidas, bem como nas 7a , 8a , 21a e 27a varas criminais, além de ter<br />

integra<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is anos a equipe de promotores de justiça que atuavam<br />

perante a 2a Vara <strong>do</strong> Júri. Em dezembro de 1983, foi promovi<strong>do</strong> a<br />

procura<strong>do</strong>r de Justiça, passan<strong>do</strong> a atuar sempre na área criminal. No<br />

primeiro semestre de 1993, estagiou na Seção Internacional da <strong>Escola</strong><br />

Nacional da Magistratura Francesa, em Paris. Foi eleito duas vezes<br />

para compor o Órgão Especial <strong>do</strong> Colégio de Procura<strong>do</strong>res de Justiça<br />

e é membro nato desse colegia<strong>do</strong> desde fevereiro de 2000. No biênio<br />

2006-2007, foi membro <strong>do</strong> Conselho <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>,<br />

perío<strong>do</strong> em que foi o substituto legal <strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r-geral de Justiça.<br />

No biênio 2009-2010 foi designa<strong>do</strong> pelo Órgão Especial como o substituto<br />

legal <strong>do</strong> correge<strong>do</strong>r geral <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>. Foi vice-secretário<br />

executivo da Procura<strong>do</strong>ria Criminal nos anos de 2009 e 2010 e<br />

atualmente é o 4o Procura<strong>do</strong>r de Justiça da Procura<strong>do</strong>ria Criminal.


plural – Como é ser o primeiro ouvi<strong>do</strong>r no MP de<br />

São Paulo?<br />

– Em primeiro lugar, é uma honra. Ao mesmo<br />

tempo, é um grande desafio porque o primeiro tem<br />

que montar a estrutura, dar os rumos. Quan<strong>do</strong> aceitei<br />

ser candidato e fiz a campanha, pesquisei em outros<br />

MPs e vi que em vários a Ouvi<strong>do</strong>ria se confunde com a<br />

Correge<strong>do</strong>ria. Não acho que seja esse o nosso papel,<br />

que considero mais amplo e mais nobre. A Ouvi<strong>do</strong>ria é<br />

o canal de comunicação com a sociedade.<br />

plural – O que realmente pretende a nossa Ouvi<strong>do</strong>ria?<br />

– Pretende ser esse canal de comunicação. Muitas<br />

vezes, a pessoa já fez queixa e não sabe mais como<br />

proceder; em outras, reclamou em local erra<strong>do</strong>. Ontem,<br />

por exemplo, recebi advoga<strong>do</strong>s e empresários<br />

que trouxeram grave representação ao <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> e que não sabem como agir. A Ouvi<strong>do</strong>ria tem<br />

condição de ajudar as pessoas com esse tipo de problema,<br />

que envolve ação policial de alto nível. As pessoas<br />

não têm acesso direto a outros órgãos públicos.<br />

plural – A Ouvi<strong>do</strong>ria orienta e encaminha essa<br />

pessoa?<br />

– Sim. Também tivemos casos de reclamação por<br />

interesses contraria<strong>do</strong>s. Há queixa contra o promotor,<br />

mas, pela própria experiência, a gente percebe o real<br />

“ Fiquei feliz em ser escolhi<strong>do</strong><br />

na primeira eleição totalmente<br />

informatizada. Para mim, foi um<br />

presente... uma recompensa por, na<br />

segunda instância, ter si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s<br />

pioneiros no uso da informática.<br />

”<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques<br />

4 o Procura<strong>do</strong>r de Justiça da Procura<strong>do</strong>ria Criminal<br />

motivo. Como a Ouvi<strong>do</strong>ria não está presa nem aos<br />

códigos processuais, nem às normas procedimentais<br />

da Correge<strong>do</strong>ria, atuamos de forma desburocratizada.<br />

Em outro exemplo, liguei para um promotor,<br />

ele estava ocupa<strong>do</strong> e retornou no dia seguinte. Por<br />

telefone, ficou clara a veracidade de minha percepção<br />

inicial: a queixa era por interesses contraria<strong>do</strong>s.<br />

O promotor, que é <strong>do</strong> interior, ficou de me passar os<br />

<strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> caso – que ele afirmou já ter encaminha<strong>do</strong><br />

cópias para todas as partes – e o reclamante<br />

vai recebê-los através da ouvi<strong>do</strong>ria.<br />

plural – Como a Ouvi<strong>do</strong>ria vai agir quan<strong>do</strong> houver<br />

procedência na queixa?<br />

– A Ouvi<strong>do</strong>ria não tem a função de apurar, nem de<br />

penalizar. Vai repassar para a Correge<strong>do</strong>ria.<br />

plural – Dizem que o ouvi<strong>do</strong>r precisa ser calmo.<br />

É o seu caso?<br />

– Sim. E por isso me candidatei. As pessoas me<br />

incentivavam e o resulta<strong>do</strong> confirmou o grande apoio<br />

que eu sentia durante a campanha. Muita gente falava<br />

que precisava ser um procura<strong>do</strong>r antigo, que<br />

conhecesse bem a instituição. É meu caso: fui conselheiro,<br />

substituto <strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r geral, substituto <strong>do</strong><br />

correge<strong>do</strong>r. Sou procura<strong>do</strong>r de justiça desde antes da<br />

Constituição de 1988, que deu várias competências ao<br />

MP. Eu não havia atua<strong>do</strong> na área de interesses difu-<br />

13


sos, mas, como conselheiro, fui<br />

relator de vários processos e tive<br />

que estudar a área cível.<br />

plural – O senhor considera<br />

que a criação <strong>do</strong> cargo foi para<br />

cumprir imposição <strong>do</strong> Conselho<br />

Nacional <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

(CNMP) ou foi consequência de<br />

projetos de administrações anteriores?<br />

– Foi para cumprir determinação<br />

da Constituição. Na sociedade.<br />

Reforma <strong>do</strong> Judiciário, a Constituição<br />

determinou que to<strong>do</strong>s<br />

os <strong>Ministério</strong>s <strong>Público</strong>s estaduais criassem o cargo<br />

de ouvi<strong>do</strong>r. Mais tarde, o CNMP passou a cobrar essa<br />

providência. O dr. Rodrigo César Rebello Pinho, quan<strong>do</strong><br />

procura<strong>do</strong>r geral, man<strong>do</strong>u o projeto para a Assembleia<br />

e o dr. Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira fez força para que<br />

ele fosse aprova<strong>do</strong>.<br />

plural – A primeira Ouvi<strong>do</strong>ria de MP <strong>do</strong> Brasil foi<br />

criada em Curitiba. O MP paulista, tão presente e pioneiro<br />

em outras ações, é um <strong>do</strong>s últimos a ter Ouvi<strong>do</strong>ria.<br />

Como se explica isso?<br />

– Acho que é porque to<strong>do</strong>s nós – e me incluo aí<br />

– desconhecíamos o papel que a ouvi<strong>do</strong>ria poderia<br />

representar para o MP. Quan<strong>do</strong> me candidatei, conversei<br />

com colegas que trabalham ou trabalharam<br />

fora da instituição, em empresas e em secretarias<br />

de esta<strong>do</strong> onde já existia o ouvi<strong>do</strong>r. Eles me convenceram<br />

da importância <strong>do</strong> cargo e <strong>do</strong> fato de que a<br />

Ouvi<strong>do</strong>ria pode ajudar – e muito – a Administração.<br />

Também fiz um paralelo com a França, onde estagiei<br />

na <strong>Escola</strong> de Magistratura, por seis meses, em<br />

1993. Lá a Justiça é organizada de forma diferente.<br />

O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> faz parte da Magistratura. To<strong>do</strong>s<br />

são magistra<strong>do</strong>s, só que uns são juízes e outros<br />

são promotores, poden<strong>do</strong> se inverter essas posições.<br />

Não há separação. Lá não existe poder judiciário, to-<br />

14<br />

Fernan<strong>do</strong> Marques não<br />

nega: foi atrás dessas<br />

experiências, para<br />

ter o maior número<br />

possível de acertos<br />

aqui em São Paulo e<br />

realmente transformar<br />

a ouvi<strong>do</strong>ria em um canal<br />

de comunicação com a<br />

<strong>do</strong>s são funcionários que obedecem<br />

ao ministro da justiça.<br />

É um regime parlamentarista.<br />

Nas campanhas políticas, os<br />

candidatos se referem às metas<br />

que pretendem atingir na<br />

justiça. Como o presidente <strong>do</strong><br />

tribunal e o correge<strong>do</strong>r são nomea<strong>do</strong>s<br />

pelo ministro, a Justiça<br />

cumpre metas. Os políticos<br />

ouvem o que a população quer<br />

e repassam esse anseio para a<br />

chefia <strong>do</strong> judiciário. Aqui, nós,<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, sabemos<br />

sobre a existência <strong>do</strong> promotor da cidadania, <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so<br />

etc., mas a população desconhece isso. Saben<strong>do</strong><br />

que tem ouvi<strong>do</strong>ria, ela vem reclamar aqui. Sen<strong>do</strong> da<br />

alçada <strong>do</strong> MP, repassamos para o promotor com essas<br />

atribuições. Não podemos exigir que a população<br />

conheça essas divisões se nós mesmos, quan<strong>do</strong> se<br />

trata principalmente da área cível, as desconhecemos.<br />

Quan<strong>do</strong> o ouvi<strong>do</strong>r repassa o caso para o setor<br />

certo, há um retorno muito positivo para o MP.<br />

plural – A pessoa se sente amparada porque teve<br />

uma resposta...<br />

– É também uma forma de a Ouvi<strong>do</strong>ria agir<br />

como relações públicas, um tanto quanto passivamente.<br />

O ouvi<strong>do</strong>r também faz o atendimento “miú<strong>do</strong>”<br />

e é aí que entra a paciência. Outro dia, recebi<br />

uma reclamação contra uma promotora. No<br />

meio da conversa, a pessoa reclamou contra outro<br />

promotor da comarca e falou porque estava reclaman<strong>do</strong>:<br />

teve interesses contraria<strong>do</strong>s. Se ela reclamasse<br />

na Correge<strong>do</strong>ria, obrigatoriamente se abriria<br />

um protocola<strong>do</strong> e se mandaria um ofício para o<br />

promotor. O promotor, que tem as atribuições de<br />

seu cargo, teria que parar para responder ao ofício,<br />

juntar <strong>do</strong>cumentos, correr atrás <strong>do</strong> malote. É<br />

uma chateação.


“ Vou conversar com o<br />

correge<strong>do</strong>r para estabelecermos<br />

um modus operandi, para que<br />

a ouvi<strong>do</strong>ria não sobrecarregue<br />

a correge<strong>do</strong>ria, mas para que<br />

também o ouvi<strong>do</strong>r não seja<br />

omisso, um engaveta<strong>do</strong>r de<br />

reclamações. ”<br />

plural – A gente deduz, então, que a Ouvi<strong>do</strong>ria é<br />

um filtro?<br />

– Também serve como filtro. Há coisas que têm<br />

relação com a Correge<strong>do</strong>ria. Vou conversar com o<br />

correge<strong>do</strong>r, extraoficialmente, para estabelecermos<br />

um modus operandi, para que a Ouvi<strong>do</strong>ria não sobrecarregue<br />

a Correge<strong>do</strong>ria com coisas desnecessárias,<br />

mas para que também o ouvi<strong>do</strong>r não seja omisso, um<br />

engaveta<strong>do</strong>r de reclamações.<br />

plural – Por que só procura<strong>do</strong>r pode ser ouvi<strong>do</strong>r?<br />

– O promotor participar da administração <strong>do</strong> MP<br />

é uma discussão antiga. Historicamente, nossa associação<br />

era administrada por promotores. Eles passaram<br />

a não querer cuidar mais da associação e ultimamente<br />

só procura<strong>do</strong>res tomam conta da associação.<br />

E não é que os promotores perdem as eleições, eles<br />

nem se candidatam. Particularmente, acho que é uma<br />

carreira. Os cargos relaciona<strong>do</strong>s com a administração<br />

<strong>do</strong> MP devem ser ocupa<strong>do</strong>s por procura<strong>do</strong>res. Em outros<br />

esta<strong>do</strong>s, com poucos procura<strong>do</strong>res, até se pode<br />

discutir a questão, mas, em São Paulo, com 300 procura<strong>do</strong>res,<br />

não há discussão. Houve uma paralisação<br />

na carreira, por um tempo, fruto da reforma da previdência,<br />

mas o fluxo de renovação está sen<strong>do</strong> retoma<strong>do</strong>.<br />

Este ano já tivemos inúmeras aposenta<strong>do</strong>rias, teremos<br />

diversas nos próximos dias e meses, haverá a<br />

renovação natural da segunda instância e promoções.<br />

Aí os novos poderão se candidatar a to<strong>do</strong>s os cargos. E<br />

também há o aspecto da experiência.<br />

plural – Alguns promotores se aposentam promotores.<br />

Eles não acumulam experiência?<br />

– Acumulam na primeira instância, mas não na segunda.<br />

É lógico que se o cargo fosse ocupa<strong>do</strong> por um<br />

promotor, ele teria acesso, por exemplo, ao secretário<br />

de segurança. Mas sen<strong>do</strong> um procura<strong>do</strong>r de justiça, o<br />

acesso é maior. No Tribunal de Justiça, por exemplo,<br />

é outro tratamento. Não acho que haja discriminação<br />

aos promotores. É uma questão política, não no senti<strong>do</strong><br />

partidário e sim em termos de relacionamento de<br />

autoridades. A grande maioria <strong>do</strong>s procura<strong>do</strong>res fica<br />

circunscrita a dar pareceres, mas esse é um <strong>do</strong>s papéis<br />

<strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r. Os 20 mais antigos são membros<br />

natos <strong>do</strong> Órgão Especial e participam da administração<br />

superior. E outros podem ser eleitos. Fui eleito duas vezes<br />

até que assumi por antiguidade. O procura<strong>do</strong>r participa<br />

de câmaras, de julgamento no tribunal, conhece<br />

melhor o trato com as autoridades em nível diferente<br />

<strong>do</strong> promotor. Também fui promotor. Quan<strong>do</strong> se exercem<br />

cargos no Conselho, passa-se a ter outra visão da<br />

instituição. O Órgão Especial cria cargos, abre concursos.<br />

Especificamente com relação ao cargo de ouvi<strong>do</strong>r,<br />

muitos colegas, durante a campanha, disseram que<br />

tínhamos outros bons candidatos, e que pelo menos o<br />

primeiro ouvi<strong>do</strong>r deveria ser bastante experiente. Veja<br />

15


o caso das reclamações que já citei.<br />

Eu poderia encaminhar direto<br />

para o correge<strong>do</strong>r – essa é uma<br />

forma de trabalho. Poderia arquivar,<br />

sem maiores consequências,<br />

ou falar com o promotor. Num<br />

mandato de <strong>do</strong>is anos, posso fazer<br />

muita política.<br />

plural – O ouvi<strong>do</strong>r tem muito<br />

poder.<br />

– Por isso o Órgão Especial<br />

aumentou a quarentena para aparecem.<br />

<strong>do</strong>is anos. O ouvi<strong>do</strong>r tem um<br />

poder político muito grande,<br />

pode eventualmente fazer política externa, dizen<strong>do</strong><br />

que pede coisas para o correge<strong>do</strong>r, para o procura<strong>do</strong>r<br />

geral, e que eles não tomam providências. Dá<br />

para torpedear essas duas autoridades, até porque<br />

independe delas. Mas, na minha visão, a Ouvi<strong>do</strong>ria,<br />

independentemente de quem seja o ouvi<strong>do</strong>r, o procura<strong>do</strong>r<br />

geral ou o correge<strong>do</strong>r, pode ajudar a administração<br />

superior porque tem as estatísticas <strong>do</strong> volume<br />

de reclamações e saberá sugerir atuações mais firmes<br />

em determinadas áreas. Hoje, o procura<strong>do</strong>r geral<br />

toma essas atitudes acatan<strong>do</strong> sua assessoria, os<br />

centros de apoio, mas as pessoas que estão nessas<br />

posições gostam desses temas, trabalham na área.<br />

A Ouvi<strong>do</strong>ria engloba todas as áreas.<br />

plural – Como foram as primeiras reclamações<br />

que chegaram?<br />

– A primeira não tinha nada a ver com o MP, tinha<br />

a ver com a prefeitura e a Secretaria de Segurança<br />

Pública. Tivemos reclamações de toda a ordem nesse<br />

curto espaço de tempo. Há quem incentive as pessoas<br />

a denunciar promotor. Acho que ouvir essas denúncias<br />

não é o papel da Ouvi<strong>do</strong>ria. Para mim, a função é<br />

mais nobre. A Ouvi<strong>do</strong>ria não é concorrente da Correge<strong>do</strong>ria,<br />

não dita normas aos promotores. Mas, conforme<br />

a reclamação, os promotores podem se orien-<br />

16<br />

Fã da desburocratização<br />

e <strong>do</strong> uso da informática,<br />

Fernan<strong>do</strong> Marques se<br />

confessa feliz por isso<br />

e começa a cumprir as<br />

promessas de campanha,<br />

focan<strong>do</strong> no computa<strong>do</strong>r<br />

e no telefone as soluções<br />

para os problemas que<br />

tar para tomar certa cautela e<br />

evitar que o problema aconteça<br />

novamente.<br />

plural – De to<strong>do</strong>s os cargos-chave<br />

no MP, ouvi<strong>do</strong>r é<br />

o único que precisa cumprir<br />

quarentena?<br />

– Não. É o único com quarentena<br />

por lei. Mas já tem<br />

havi<strong>do</strong>, por decisão <strong>do</strong> CNMP,<br />

quarentena de quem esteve<br />

fora da carreira.<br />

plural – Dois anos de quarentena<br />

é um bom prazo?<br />

– Sim, para evitar que o ouvi<strong>do</strong>r faça de certos<br />

acontecimentos um trampolim político para ocupar<br />

cargos na administração superior. Eu mesmo votei<br />

a favor dessa quarentena. A Ouvi<strong>do</strong>ria não pode ter<br />

uso político nem de uma pessoa, nem de um grupo.<br />

plural – O ouvi<strong>do</strong>r tem mais liberdade para procurar<br />

autoridades e cobrar atuação?<br />

– O ouvi<strong>do</strong>r não carrega o peso <strong>do</strong> cargo de um<br />

procura<strong>do</strong>r geral, que teria que encaminhar o problema<br />

mais formalmente.<br />

plural – Qual é a infraestrutura aqui?<br />

– Ainda pequena: <strong>do</strong>is funcionários, duas salas.<br />

Não há motivo para exigir um monte de funcionários<br />

de início, quan<strong>do</strong> os próprios procedimentos mudam<br />

de um dia para o outro porque é tu<strong>do</strong> novo, estamos<br />

nos adaptan<strong>do</strong>. O CTIC nos ofereceu uma atuação<br />

toda informatizada, digitalizada, e eu, apesar de ser<br />

<strong>do</strong>s mais antigos membros <strong>do</strong> MP em atividade, sou<br />

totalmente aberto ao uso da tecnologia. Detesto burocracia<br />

e a<strong>do</strong>rei começar de forma desburocratizada.<br />

Esse foi o mote de minha campanha e está mais desburocratiza<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> que eu pensava que fosse possível.<br />

plural – Como foi participar da primeira eleição<br />

totalmente eletrônica <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>?<br />

– Como eu e o Álvaro Pinto de Arruda, procura<strong>do</strong>r há


muito aposenta<strong>do</strong>, fomos os primeiros procura<strong>do</strong>res a<br />

usar computa<strong>do</strong>r (cheguei a ouvir discurso de procura<strong>do</strong>res,<br />

à época, contra o uso da informática no MP), fiquei<br />

feliz por ser o escolhi<strong>do</strong> na primeira eleição totalmente<br />

informatizada. Foi um presente. Comecei a usar computa<strong>do</strong>r<br />

em julho de 1984. E já pensava em banco de da<strong>do</strong>s,<br />

essas coisas. Hoje tenho ainda em meu computa<strong>do</strong>r um<br />

banco de da<strong>do</strong>s com mais de 14 mil ementas. Nos primeiros<br />

computa<strong>do</strong>res, a gente escrevia em português,<br />

mas não conseguia imprimir. Só se imprimia em inglês.<br />

Então, era preciso montar um driver. E eu fazia isso para<br />

to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que começava a usar computa<strong>do</strong>r. Brincava<br />

com os colegas que nasci saben<strong>do</strong> por que meu pai foi<br />

um <strong>do</strong>s primeiros programa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Brasil. O Win<strong>do</strong>ws<br />

acabou com essa minha “carreira” porque reconhecia a<br />

impressora automaticamente. Vencer a primeira eleição<br />

eletrônica no MP foi, para mim, como uma recompensa<br />

por na segunda instância ter si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s pioneiros no<br />

uso da informática.<br />

plural – Já dá pra saber em qual área há mais reclamação?<br />

– Das cerca de 50 que chegaram às minhas mãos,<br />

a maioria é de interesses difusos. Saúde, corrupção,<br />

educação... é bem pulveriza<strong>do</strong>. Já teve reclamação<br />

contra promotor, mas também já chegou elogio.<br />

A Ouvi<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, criada pela<br />

Lei Complementar no 1.127, de 29 de novembro<br />

de 2010, tem como objetivo fortalecer a cidadania<br />

e elevar, continuamente, os padrões de<br />

transparência, presteza e segurança das atividades<br />

desenvolvidas pela instituição. Para<br />

atingir esse objetivo, a Ouvi<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> recebe comunicações da população<br />

pelos seguintes canais:<br />

- pela internet, preferencialmente através <strong>do</strong><br />

formulário;<br />

- pelo e-mail: ouvi<strong>do</strong>ria@mp.sp.gov.br<br />

- por carta ou pessoalmente no endereço:<br />

Ouvi<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> M. P. <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

Rua Riachuelo, 115 – 2o andar – sala 221 –<br />

Centro – São Paulo – CEP 01007-904<br />

- por telefone: (11) 3119-9700<br />

17


18<br />

capa<br />

Um mês de emoção e<br />

muito trabalho<br />

Durante to<strong>do</strong> o mês de abril, a ESMP recebeu os 73 promotores substitutos<br />

aprova<strong>do</strong>s no 87 o Concurso de Ingresso na Carreira <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, para o curso de adaptação. Entre<br />

palestras e aulas práticas, distribuídas das 8h30 às 18h30, eles conheceram<br />

a instituição da qual agora fazem parte e se familiarizaram<br />

com o trabalho que terão daqui pra frente. “Foi um perío<strong>do</strong> essencial”,<br />

consideraram os novos membros <strong>do</strong> MP, ao término <strong>do</strong> curso.<br />

Encerramento oficial feito pelo procura<strong>do</strong>r geral de justiça Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira


Monitoria na ESMP<br />

Com um coquetel no hall de entrada <strong>do</strong> audi-<br />

tório “Júlio Fabbrini Mirabete”, na sede da <strong>Escola</strong><br />

<strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo, terminou<br />

dia 29 de abril o curso de adaptação para os<br />

73 promotores de justiça substitutos aprova<strong>do</strong>s no<br />

87o concurso de ingresso na carreira <strong>do</strong> MP, que<br />

teve 6.219 candidatos inscritos e foi realiza<strong>do</strong> em<br />

três fases: Prova preambular, prova escrita I, prova<br />

escrita II e exame oral, aplicadas de maio de 2010<br />

a março deste ano.<br />

Após um dia de intensa atividade, inicia<strong>do</strong> com<br />

palestra sobre a história <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, feita<br />

pelo procura<strong>do</strong>r de justiça aposenta<strong>do</strong> Hugo Nigro<br />

Mazzilli, passan<strong>do</strong> por um bate-papo informal com<br />

a procura<strong>do</strong>ra de justiça Lídia Helena Ferreira da<br />

Costa Passos, por explanação <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>r <strong>do</strong> MP,<br />

Fernan<strong>do</strong> José Marques, por palestras <strong>do</strong>s promotores<br />

Augusto Eduar<strong>do</strong> de Souza Rossini e Luiz<br />

Henrique Car<strong>do</strong>so Dal Poz, e por considerações finais<br />

da Correge<strong>do</strong>ria e da Associação Paulista <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, foi feito o anúncio das designações,<br />

quan<strong>do</strong> os promotores substitutos finalmente<br />

souberam seus destinos no mês de maio.<br />

A cerimônia de encerramento, logo a seguir,<br />

teve duas etapas: a primeira, feita pelo diretor da<br />

ESMP, Mário Luiz Sarrubbo, a partir das 17h15,<br />

mais informal e emocionante, já que foi ele o responsável<br />

por toda a organização <strong>do</strong> curso de adaptação;<br />

e a segunda, solene, feita pelo procura<strong>do</strong>r<br />

geral de justiça, Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira.<br />

19


Monitoria no fórum da Barra Funda<br />

20<br />

O curso de adaptação, ministra<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong><br />

o mês de abril, na ESMP, foi considera<strong>do</strong> “essencial<br />

para o início de atividades”, nas palavras da<br />

promotora de justiça substituta Bianca Reis D’Ávila<br />

Faria, que já tinha a informação de que passaria<br />

por esse perío<strong>do</strong> ao ser aprovada no concurso.<br />

“Correspondeu totalmente à minha expectativa”,<br />

disse.<br />

Para Pedro André Pica<strong>do</strong> Alonso, “deu para conhecer<br />

bem a instituição. As monitorias foram o<br />

que houve de mais produtivo”, considerou, assim<br />

como Fabiana Lima Vidal, para quem o sal<strong>do</strong> foi<br />

extremamente positivo: “Digo até que o curso poderia<br />

durar mais <strong>do</strong>is meses...”, falou.<br />

Outro <strong>do</strong>s substitutos, Alexandre de Oliveira<br />

Daruge mostrou-se à vontade para falar, segun<strong>do</strong><br />

ele acredita, em nome da maioria <strong>do</strong>s colegas:<br />

“Foi uma experiência bastante válida e edificante.<br />

A parte prática, principalmente nas monitorias em<br />

que a gente manipulou o processo, foi primorosa.<br />

Como crítica construtiva, o aspecto prático poderia<br />

ser mais enfatiza<strong>do</strong>, sem embargo das palestras<br />

para deixar a gente a par da instituição”.<br />

Suas palavras são corroboradas – e completadas<br />

– por mais <strong>do</strong>is promotores substitutos: a primeira<br />

colocada no concurso, Manuela Schreiber<br />

Silva e Souza, para quem “o curso foi muito interessante<br />

– a gente se sente amparada, é um momento<br />

de acolhida quan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> é muito novo ainda”,<br />

e por Gabriel Rodrigues Alves, que considerou


Qual foi a sua avaliação <strong>do</strong><br />

curso de adaptação?<br />

“ Foi uma experiência bastante válida e edificante. ”<br />

Alexandre de Oliveira Daruge, promotor de justiça substituto<br />

“ Correspondeu totalmente à minha expectativa. ”<br />

Bianca Reis D’Ávila Faria, promotora de justiça substituta<br />

“ Gabriel Rodrigues Alves, promotor de justiça substituto<br />

Muito produtivo. A única decepção foi não ter feito o júri. ”<br />

“ O curso de adaptação poderia durar mais <strong>do</strong>is meses. ”<br />

Fabiana Lima Vidal, promotora de justiça substituta<br />

21


Diretor e assessoria da ESMP<br />

o mês, “muito produtivo. O curso é bastante váli<strong>do</strong><br />

para nos preparar para o exercício profissional. A<br />

única decepção que tive foi não ter feito o júri, por<br />

conta <strong>do</strong> falecimento <strong>do</strong> réu”, lamentou.<br />

Pela programação <strong>do</strong> curso de adaptação para<br />

os promotores substitutos <strong>do</strong> 87o Concurso de Ingresso<br />

na Carreira <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de São Paulo, todas as áreas <strong>do</strong> MP estiveram representadas.<br />

Além de palestras para que os promotores<br />

conhecessem cada setor da instituição,<br />

vários temas foram aborda<strong>do</strong>s, intercala<strong>do</strong>s com<br />

aulas práticas em que eles tiveram a monitoria de<br />

colegas mais experientes.<br />

22<br />

O Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional<br />

– <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

(CEAF/ESMP) está previsto em nossa lei orgânica<br />

estadual como um <strong>do</strong>s órgãos auxiliares <strong>do</strong> MP de<br />

São Paulo, ten<strong>do</strong> por finalidade o aprimoramento<br />

profissional e cultural de seus membros, auxiliares<br />

e servi<strong>do</strong>res. Após mais de 20 anos de existência,<br />

com seus eventos pontuais, seus cursos de<br />

extensão e pós-graduação, simpósios e ciclos de<br />

estu<strong>do</strong>s é, hoje, referência nacional. Mas jamais se<br />

esquece de sua essência e razão de ser: foi concebida<br />

para o curso de adaptação de promotores de<br />

justiça substitutos.


concurso<br />

O 16 o Concurso de Credenciamento de Estagiá-<br />

rios <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, para provimento de 545<br />

vagas iniciais e das que vierem a ocorrer até a abertura<br />

de novo concurso, ao longo de 2011, atraiu o número<br />

recorde de 4.293 estudantes de Direito, que se<br />

submeteram à prova no dia 20 de março, das 10 às<br />

12 horas, no prédio da Faculdade de Comunicação e<br />

Marketing da Fundação Arman<strong>do</strong> Álvares Pentea<strong>do</strong><br />

Recorde de inscritos no<br />

concurso de estagiários<br />

Tradicional porta de entrada para o <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, o concurso de<br />

estagiários de 2011 atraiu 4.293 estudantes para<br />

a disputa de 545 vagas oferecidas inicialmente.<br />

– FAAP, em Higienópolis, na Capital, e em mais nove<br />

regiões no interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />

Tradicional porta de entrada para o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo (são muitos os estagiários<br />

que depois se tornam promotores de justiça), o<br />

concurso proporciona bolsa de R$ 630,00, para uma<br />

jornada de trabalho de 20 horas semanais.<br />

O estágio não confere vínculo empregatício com o<br />

23


esta<strong>do</strong>, mas é considera<strong>do</strong> tempo de serviço público<br />

para to<strong>do</strong>s os fins e o tempo de prorrogação, após<br />

a conclusão <strong>do</strong> curso de bacharela<strong>do</strong> em Direito, é<br />

considera<strong>do</strong> atividade jurídica.<br />

Cinco por cento das vagas existentes em cada região<br />

são reservadas aos candidatos com deficiência,<br />

sen<strong>do</strong>-lhes garantidas condições especiais necessárias<br />

à sua participação no concurso.<br />

A prova teve duração de duas horas, com ques-<br />

24<br />

tões de múltipla escolha sobre as matérias constantes<br />

no programa divulga<strong>do</strong> em edital.<br />

O preenchimento das vagas existentes e das que<br />

vierem a ocorrer, até o perío<strong>do</strong> de validade <strong>do</strong> concurso,<br />

será efetua<strong>do</strong> por ato <strong>do</strong> Procura<strong>do</strong>r Geral<br />

de Justiça, designan<strong>do</strong> o local de exercício <strong>do</strong> estagiário,<br />

ten<strong>do</strong> em vista a localização da Faculdade de<br />

Direito, a escolha manifestada e a ordem obtida no<br />

concurso regional.


cursos<br />

Primeiro curso para<br />

assistentes jurídicos <strong>do</strong> MP<br />

Assistentes jurídicos na primeira fase <strong>do</strong> curso de adaptação, com aulas presenciais obrigatórias<br />

Com aulas presenciais obrigatórias e a distância,<br />

através de webcast, de acor<strong>do</strong> com a opção <strong>do</strong><br />

aluno, a ESMP ministrou em fevereiro, pela primeira<br />

vez, o “Curso de Adaptação aos Assistentes<br />

Jurídicos <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de<br />

São Paulo”, dirigi<strong>do</strong> aos analistas de promotoria<br />

aprova<strong>do</strong>s em concurso público e nomea<strong>do</strong>s pelo<br />

procura<strong>do</strong>r geral.<br />

As aulas presenciais obrigatórias foram nos<br />

dias 14 e 15 (para assistentes <strong>do</strong> interior) e nos<br />

dias 16 e 17 (para os da capital), das 8h30 às<br />

18h30, no auditório <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento<br />

Funcional/<strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong> e compuseram o I Módulo. Como<br />

objetivo, apresentar instituição aos novos servi<strong>do</strong>res,<br />

com exposições sobre os órgãos da administração<br />

superior, sobre a estrutura <strong>do</strong> MP,<br />

o SISMP e o CTIC, além da rotina administrativa,<br />

na parte da manhã. À tarde, práticas de redação<br />

e apresentação sobre as rotinas de trabalho das<br />

procura<strong>do</strong>rias e das promotorias de justiça.<br />

No segun<strong>do</strong> dia, uma exposição sobre o tema<br />

“Diligências” encerrou os trabalhos após a complementação<br />

das apresentações das promotorias,<br />

feitas pela manhã e à tarde.<br />

O II módulo, ministra<strong>do</strong> com aulas presenciais<br />

e a distância, visou à elaboração de peças práticas<br />

e reuniu os alunos em turma única.<br />

25


Veja a programação completa e os palestrantes e professores que<br />

participaram <strong>do</strong> curso para 132 alunos <strong>do</strong> Interior e mais 132 da Capital<br />

1o MÓDULO: Presencial. Apresentação <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

TURMA I – Interior<br />

Dia 14 de fevereiro de 2011<br />

8h30–9h: Abertura e apresentação da diretoria da ESMP<br />

9h–10h30: Apresentação <strong>do</strong>s órgãos da administração<br />

superior, estrutura <strong>do</strong> MP/SP, SISMP e CTIC. MICHEL<br />

BENTEJANE ROMANO.<br />

10h30 – 11h30: Exposição sobre a rotina administrativa: direitos<br />

e deveres <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> MP. MARTA ELISABETE<br />

DE ARAUJO (DG).<br />

11h30 – 13h: Almoço.<br />

13h – 14h: Práticas de redação. THAIS MONTENEGRO<br />

CHINELATTO<br />

14h–16h: Apresentação das rotinas de trabalho das procura<strong>do</strong>rias.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres nas respectivas<br />

áreas. JÚLIO CESAR DE TOLEDO PIZA (Procura<strong>do</strong>ria<br />

Criminal); MARCO ANTONIO GARCIA BAZ (Procura<strong>do</strong>ria de<br />

HC); PEDRO LUIZ DE MELO (Procura<strong>do</strong>ria Cível); e MARCO<br />

ANTONIO ZANELLATO (Procura<strong>do</strong>ria de Interesses Difusos).<br />

16h –16h15 – Intervalo<br />

16h15–17h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuições cíveis e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres. ERONIDES<br />

APARECIDO RODRIGUES DOS SANTOS e MARIA STELLA<br />

CAMARGO MILANI.<br />

17h30–18h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuição na área da Infância e Juventude (carentes, infratores<br />

e interesses difusos) e exposição sobre suas rotinas de<br />

trabalho. Noções sobre oitiva formal e elaboração de peças.<br />

FRANCISMAR LAMENZA.<br />

Dia 15 de fevereiro de 2011<br />

8h30–11h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuição na área de interesses difusos e coletivos (Meio-<br />

Ambiente; Habitação e Urbanismo; Direitos Humanos -<br />

Saúde, I<strong>do</strong>sos, PPD, inclusão social; Consumi<strong>do</strong>r; Patrimônio<br />

<strong>Público</strong> e Social) e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções práticas sobre a elaboração de peças. MARCELO<br />

DUARTE DANELUZZI.<br />

26<br />

11h30 – 13h: almoço<br />

13h – 17h30 (com quinze minutos de intervalo – das 16h às<br />

16h15): Apresentação das Promotorias com atribuições na<br />

esfera criminal e exposições de cada uma delas sobre suas<br />

rotinas de trabalho. Noções práticas de elaboração de peças.<br />

EDNILSON ANDRADE ARRAES DE MELO (Promotoria<br />

Criminal); AIRTON BUZZO ALVES (Promotoria <strong>do</strong> JECRIM);<br />

MARCOS HIDEKI IHARA (Promotoria <strong>do</strong> Júri) e PEDRO DE<br />

JESUS JULIOTTI (Promotoria de Execuções Criminais).<br />

17h30 – 18h30: Exposição sobre o tema “diligências”. JOAQUIM<br />

PASTOURELO KFOURI (GAECO); e MÁRCIO ALEXANDRE DE<br />

MÉO (GAECO).<br />

1o MÓDULO: Presencial. Apresentação <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo<br />

TURMA II – Capital<br />

Dia 16 de fevereiro de 2011<br />

8h30 – 9h: Abertura e apresentação da Diretoria da ESMP<br />

9h – 10h30: Apresentação <strong>do</strong>s órgãos da administração<br />

superior, estrutura <strong>do</strong> MP/SP, SISMP e CTIC. MICHEL<br />

BENTEJANE ROMANO<br />

10h30 – 11h30: Exposição sobre a rotina administrativa:<br />

Direitos e Deveres <strong>do</strong>s servi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> MP. MARTA ELISABETE<br />

DE ARAUJO (DG).<br />

11h30 – 13h: Almoço.<br />

13h – 14h: Práticas de redação. THAIS MONTENEGRO<br />

CHINELATTO<br />

14h–16h: Apresentação das rotinas de trabalho das procura<strong>do</strong>rias.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres nas respectivas<br />

áreas. JÚLIO CESAR DE TOLEDO PIZA (Procura<strong>do</strong>ria<br />

Criminal); MARCO ANTONIO GARCIA BAZ (Procura<strong>do</strong>ria de<br />

HC); PEDRO LUIZ DE MELO (Procura<strong>do</strong>ria Cível) e MARCO<br />

ANTONIO ZANELLATO (Procura<strong>do</strong>ria de Interesses Difusos).<br />

16h – 16h15 – Intervalo<br />

16h15 – 17h30: Apresentação das Promotorias de Justiça<br />

com atribuições cíveis e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções sobre elaborações de pareceres. ERONIDES<br />

APARECIDO RODRIGUES DOS SANTOS e MARIA STELLA<br />

CAMARGO MILANI.<br />

17h30 – 18h30: Apresentação das Promotorias de Justiça


com atribuição na área da Infância e Juventude (carentes,<br />

infratores e interesses difusos) e exposição sobre suas rotinas<br />

de trabalho. Noções sobre oitiva formal e elaboração de<br />

peças. FRANCISMAR LAMENZA.<br />

Dia 17 de fevereiro de 2011<br />

8h30 –11h30: Apresentação das Promotorias de Justiça com<br />

atribuição na área de interesses difusos e coletivos (Meio<br />

Ambiente; Habitação e Urbanismo; Direitos Humanos -<br />

Saúde, I<strong>do</strong>sos, PPD, inclusão social; Consumi<strong>do</strong>r; Patrimônio<br />

<strong>Público</strong> e Social) e exposição sobre suas rotinas de trabalho.<br />

Noções práticas sobre a elaboração de peças. MARCELO<br />

DUARTE DANELUZZI.<br />

11h30 – 13h: almoço<br />

13h – 17h30 (com quinze minutos de intervalo – das 16h às<br />

16h15): Apresentação das Promotorias com atribuições na<br />

esfera criminal e exposições de cada uma delas sobre suas<br />

rotinas de trabalho. Noções práticas de elaboração de peças.<br />

EDNILSON ANDRADE ARRAES DE MELO (Promotoria<br />

Criminal); AIRTON BUZZO ALVES (Promotoria <strong>do</strong> JECRIM);<br />

MARCOS HIDEKI IHARA (Promotoria <strong>do</strong> Júri) e PEDRO DE<br />

JESUS JULIOTTI (Promotoria de Execuções Criminais).<br />

17h30 – 18h30: Exposição sobre o tema “diligências”.<br />

JOAQUIM PASTOURELO KFOURI (GAECO) e MÁRCIO<br />

ALEXANDRE DE MÉO (GAECO).<br />

2o MÓDULO. Presencial ou à distância. Curso para elaboração<br />

de peças práticas<br />

TURMA ÚNICA (capital e interior)<br />

I – OBJETIVO: Propiciar atualização e aperfeiçoamento <strong>do</strong>s<br />

analistas no que tange à elaboração de peças processuais e<br />

o uso de elementos e regras gramaticais responsáveis pela<br />

construção de senti<strong>do</strong> em situações formais de comunicação.<br />

II – ESTRUTURA: O módulo ELABORAÇÃO DE PEÇAS<br />

PROCESSUAIS terá a duração de 7 semanas. Em cada uma<br />

das semanas, o aluno deverá reservar 3 horas para acompanhar<br />

a aula por Webcast, no site www.apmp.com.br ou<br />

presencialmente no Auditório da Associação Paulista <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> – APMP, situa<strong>do</strong> no Largo São Francisco,<br />

n. 34, 13o andar, Centro, São Paulo e 3 horas para a redação<br />

da peça processual na Plataforma Moodle, da <strong>Escola</strong> Virtual.<br />

III – AVALIAÇÃO: A avaliação <strong>do</strong> aproveitamento será pelo<br />

acompanhamento das aulas e pela elaboração das peças<br />

processuais. Será conferi<strong>do</strong> certifica<strong>do</strong> ao aluno que cumprir,<br />

no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento) da carga<br />

horária, que será verificada pela presença ou acesso, bem<br />

como pela elaboração das peças processuais.<br />

IV – DINÂMICA: Toda semana, haverá aula expositiva que<br />

poderá ser acompanhada presencialmente no Auditório da<br />

APMP ou por Webcast, conforme a opção feita pelo aluno.<br />

O fluxo de trabalho no curso se desenvolverá da seguinte<br />

maneira: o professor, promotor de justiça fornece as orientações<br />

jurídicas necessárias e um caso prático hipotético<br />

para a elaboração da peça processual; o aluno redige a peça<br />

processual e a envia pela plataforma Moodle; a professora<br />

Thais Montenegro Chinelatto analisa as peças e, com base<br />

nas dificuldades de redação apresentadas pelos alunos, organiza<br />

sua aula. As peças processuais não serão corrigidas<br />

individualmente, mas sim de forma coletiva. Ressalta-se,<br />

ainda, que os participantes deverão acompanhar as aulas<br />

em tempo simultâneo para que a presença seja considerada.<br />

V – CONTEÚDO: 25/2/2011 – das 9h às 12h (presencial ou<br />

webcast) - Tema: Denúncia, arquivamento e memorial .<br />

Professor Ednilson Andrade Arraes de Melo; 28/2/2011<br />

– Prazo para a entrega da peça processual na plataforma<br />

Moodle.<br />

4/3/2011 – das 9h às 12h (Presencial ou Webcast) - Tema:<br />

Recursos em senti<strong>do</strong> estrito e outros recursos. Professor<br />

Ednilson Andrade Arraes de Melo; 7/3/2011 – Prazo para a<br />

entrega da peça processual na plataforma Moodle.<br />

11/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) -<br />

Retextualização: Denúncia, arquivamento e memorial –<br />

Professora Thais Montenegro Chinelatto. 14/3/2011 – (plataforma<br />

Moodle) - Tema: Retextualização: Recursos em senti<strong>do</strong><br />

estrito e outros recursos. Professora Thais Montenegro<br />

Chinelatto. 18/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast)<br />

– Tema: Portaria de instauração de PPIC e IC e termo<br />

de ajustamento de conduta e instrução de IC. Professor<br />

Marcelo Duarte Daneluzzi; 21/3/2011 – Prazo para entrega<br />

da peça processual na plataforma Moodle.<br />

25/3/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) – Tema:<br />

Inicial da ação civil pública e arquivamento de IC. Professor<br />

Marcelo Duarte Daneluzzi. 28/3/2011 – Prazo para entrega<br />

da peça processual na plataforma Moodle.<br />

01/4/2011 – das 9h às 12h (presencial ou webcast) –<br />

Tema: Retextualização: Portaria de instauração de PPIC<br />

e IC e termo de ajustamento de conduta. Professora Thais<br />

Montenegro Chinelatto; 8/4/2011 – (plataforma Moodle)<br />

– Tema: Retextualização: Inicial da ação civil pública –<br />

Professora Thais Montenegro Chinelatto.<br />

Coordenação geral – Mário Luiz Sarrubbo – Promotor de<br />

Justiça Diretor <strong>do</strong> CEAF-ESMP<br />

Everton Luiz Zanella, José Mário Buck Marzagão Barbut,<br />

Maria Silvia Garcia de Alcaraz Reale Ferrari e Susana<br />

Henriques da Costa - promotores de justiça Assessores <strong>do</strong><br />

CEAF/ESMP<br />

27


O Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional/<strong>Escola</strong><br />

<strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo promove Curso de Extensão em Biodireito<br />

desde 29 de março até 28 de junho, sempre<br />

às terças-feiras, das 19 às 22 horas, no auditório<br />

da sede da ESMP (Rua Treze de Maio, 1259).<br />

O curso é destina<strong>do</strong> aos membros, servi<strong>do</strong>res<br />

e demais funcionários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, magistra<strong>do</strong>s, demais<br />

28<br />

cursos<br />

ESMP promove curso de<br />

extensão em Biodireito<br />

opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, médicos e profissionais<br />

da Saúde, com a finalidade de trazer ao debate<br />

questões interdisciplinares, em especial as ligadas<br />

à bioética e à medicina social, esclarecen<strong>do</strong><br />

e desmistifican<strong>do</strong> temas que muitas vezes envolvem<br />

os profissionais das duas áreas simultaneamente<br />

– as aulas serão ministradas sempre por<br />

<strong>do</strong>is palestrantes: um da área jurídica e outro da<br />

área médica.


cursos<br />

Com a presença <strong>do</strong> procura<strong>do</strong>r geral de justiça<br />

Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira, o diretor da ESMP, Mário<br />

Luiz Sarrubbo, abriu o curso “O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

na Constituição e nas Leis Orgânicas”, ministra<strong>do</strong><br />

pelo professor, jurista e procura<strong>do</strong>r de Justiça aposenta<strong>do</strong><br />

Hugo Nigri Mazzilli.<br />

Inicia<strong>do</strong> em 14 de março, o curso tem duração<br />

de 16 semanas, com aulas presenciais, no auditório<br />

da Associação Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, no<br />

Largo São Francisco, e também por webcast.<br />

Embora aposenta<strong>do</strong> há cerca de 10 anos, Hugo Nigro<br />

Mazzilli confessou-se emociona<strong>do</strong> com o convite<br />

para ser professor neste curso destina<strong>do</strong> aos membros,<br />

servi<strong>do</strong>res e estagiários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

de São Paulo, advoga<strong>do</strong>s e bacharéis em Direito em<br />

geral e estudantes <strong>do</strong> Direito a partir <strong>do</strong> 5o semestre.<br />

Mas ninguém melhor <strong>do</strong> que ele: Hugo Nigro<br />

Mazzilli é um profun<strong>do</strong> estudioso e conhece<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

assunto – o programa inclui a evolução institucio-<br />

Mazzilli: um especialista<br />

para ensinar sobre o MP<br />

nal <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, o MP na Constituição de<br />

1988, a Lei Orgânica Nacional <strong>do</strong> MP, Lei Orgânica<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> da União, Lei Orgânica <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, funções<br />

típicas e atípicas <strong>do</strong> MP, ação penal pública; ação<br />

civil pública e inquérito civil; ações de inconstitucionalidade<br />

e interventivas, e controle externo da atividade<br />

policial.<br />

“Algumas pessoas poderiam se perguntar sobre<br />

o motivo desse curso, já que acham que conhecem<br />

o MP. Mas o MP é, primeiramente, uma instituição<br />

ética. E estamos aqui não para conhecer e sim para<br />

compreender os princípios, os fundamentos, o funcionamento,<br />

as garantias, os deveres e as funções<br />

da instituição. Teremos os próximos meses para<br />

isso”, disse, saudan<strong>do</strong> os presentes no auditório e –<br />

completamente à vontade diante das câmeras – os<br />

cerca de 100 alunos de to<strong>do</strong> o Brasil, inscritos para<br />

acompanharem as aulas a distância.<br />

29


30<br />

seminário<br />

Homenagem aos autores<br />

nos 20 anos <strong>do</strong> CDC<br />

Com apoio cultural da Faculdade de Direito da<br />

Universidade de São Paulo, <strong>do</strong> Departamento Jurídico<br />

<strong>do</strong> XI de Agosto, da <strong>Escola</strong> Paulista de Advocacia<br />

<strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo, da<br />

Editora Atlas, <strong>do</strong> Instituto de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r<br />

(IDEC) e <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s da Procura<strong>do</strong>ria Geral<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo promoveu<br />

o seminário “20 Anos de Vigência <strong>do</strong> Código de<br />

Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r – 1991-2011”, nos dias 15 e<br />

16 de março, no salão nobre da Faculdade de Direito<br />

da Universidade de São Paulo, no Largo São<br />

Francisco. O seminário serviu ainda como homenagem<br />

aos juristas que contribuíram para a consolidação<br />

<strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r no Brasil.<br />

A ESMP comemora a lei “que pegou” porque foram<br />

vários os setores da sociedade que se articularam<br />

e promoveram um esforço conjunto para esse fim.<br />

Afinal, somos to<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res!<br />

No dia 15, a participação <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> MP<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo na elaboração <strong>do</strong> Código<br />

de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r foi amplamente exposta<br />

por José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno e Paulo Salva<strong>do</strong>r<br />

Frontini, ambos autores <strong>do</strong> Anteprojeto <strong>do</strong> CDC, que<br />

tiveram Marco Antonio Zanellato como debate<strong>do</strong>r.<br />

Os avanços, retrocessos e as perspectivas <strong>do</strong> código<br />

foram aborda<strong>do</strong>s por Nélson Nery Júnior (dia<br />

15) e Daniel Roberto Fink (dia 16). A promotora de<br />

justiça Adriana Borghi Fernandes Monteiro, assessora<br />

da Correge<strong>do</strong>ria Geral <strong>do</strong> MP, fez o contraponto,<br />

com Marcelo Gomes Sodré, professor da PUC<br />

e ex-diretor <strong>do</strong> Procon. Daniel Roberto Fink, José<br />

Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno, Nélson Nery Júnior, Paulo<br />

Salva<strong>do</strong>r Frontini, Ada Pellegrini Grinover, Antonio<br />

Antonio Magalhães Gomes Filho, diretor<br />

da Faculdade de Direito da USP


Foto acima: Vidal Serrano, Antonio Magalhães, Susana Henriques, Mário Luiz Sarrubbo, Marco Antonio Zanellato e Silmara de<br />

Abreu Chinellato. Foto abaixo: Mesa de abertura <strong>do</strong> seminário em comemoração às duas décadas de existência <strong>do</strong> CDC<br />

31


Aula magna com Herman Benjamin, ministro <strong>do</strong> <strong>Superior</strong><br />

Tribunal de Justiça<br />

Herman de Vasconcellos e Benjamin, Antonio Junqueira<br />

de Azeve<strong>do</strong> (homenagem póstuma), Carlos<br />

Alberto Bittar (homenagem póstuma) e Kazuo<br />

Watanabe foram os homenagea<strong>do</strong>s no seminário,<br />

como antigos professores da Faculdade de Direito<br />

da USP e membros <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> que contribuíram<br />

para a consolidação <strong>do</strong> Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r<br />

no Brasil.<br />

A aula magna sobre o assunto foi dada por Antonio<br />

Herman de Vasconcellos e Benjamin, ministro<br />

<strong>do</strong> <strong>Superior</strong> Tribunal de Justiça, ex-procura<strong>do</strong>r de<br />

Justiça <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo e um <strong>do</strong>s autores <strong>do</strong><br />

anteprojeto <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r na<br />

abertura <strong>do</strong>s trabalhos, no dia 16.<br />

Mário Luiz Sarrubbo e Marco Antonio Zanellato <strong>Público</strong> prestigia o evento<br />

32<br />

Newton De Lucca, desembarga<strong>do</strong>r federal e professor da<br />

Faculdade de Direito da USP<br />

Silmara Juny de Abreu Chinellato e o desembarga<strong>do</strong>r<br />

federal Newton De Lucca, professores da<br />

Faculdade de Direito da USP, falaram sobre a implantação<br />

da disciplina “Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r” na<br />

Faculdade, ten<strong>do</strong> como debate<strong>do</strong>res os professores<br />

José Fernan<strong>do</strong> Simão e Arman<strong>do</strong> Carlos Morato,<br />

também um <strong>do</strong>s organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> evento.<br />

To<strong>do</strong>s os palestrantes insistiram em que, duas<br />

décadas depois de implantada, se pode dizer que a<br />

lei “pegou” porque foram vários os setores da sociedade<br />

que se articularam e promoveram um esforço<br />

conjunto para esse fim. A lei veio, para ficar,<br />

porque atendeu os chama<strong>do</strong>s interesses individuais<br />

homogêneos, já que to<strong>do</strong>s somos consumi<strong>do</strong>res.


seminário<br />

Lei da Ficha Limpa para as<br />

eleições municipais de 2012<br />

Seminário atrai público eclético, representante<br />

da sociedade civil, para o auditório “Queiroz<br />

Filho”, na sede <strong>do</strong> MP.<br />

Mais de 100 pessoas, representantes da socie-<br />

dade civil, participaram <strong>do</strong> seminário “A lei da Ficha<br />

Limpa e as eleições municipais de 2012”, promovi<strong>do</strong><br />

pela ESMP, pela Assessoria Eleitoral e o Movimento<br />

de Combate à Corrupção Eleitoral no Esta<strong>do</strong> de São<br />

Paulo, em conjunto com a Procura<strong>do</strong>ria Regional<br />

Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Eleitoral,<br />

no dia 1o de abril, na sede <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo.<br />

Vidal Serrano Nunes Júnior, coordena<strong>do</strong>r da<br />

Assessoria Eleitoral da Procura<strong>do</strong>ria Geral de<br />

Justiça, e Carmen Cecília de Souza Amaral, <strong>do</strong><br />

Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral no<br />

esta<strong>do</strong> de São Paulo, abriram o evento, que teve<br />

o tema “Ficha Limpa: novo paradigma jurídico<br />

eleitoral” exposto pelo desembarga<strong>do</strong>r Antonio<br />

Carlos Mathias Coltro e pelo presidente da<br />

Abramppe, Marlon Jacinto Reis.<br />

O jurista e professor Hélio Bicu<strong>do</strong> e o procura<strong>do</strong>r<br />

regional eleitoral Pedro Barbosa Pereira Neto<br />

falaram sobre “Mobilização cidadã pela lisura das<br />

eleições”, enquanto “Considerações sobre a aplicação<br />

da Lei Complementar 135/10 nas eleições<br />

de 2010” reuniu Dom Milton Kenan Junior, bispo<br />

auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, Francisco<br />

Whitaker, um <strong>do</strong>s funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Movimento de<br />

Combate à Corrupção Eleitoral e Jeferson Moreira<br />

de Carvalho, juiz <strong>do</strong> Tribunal Regional Eleitoral.<br />

Vidal Serrano Nunes Júnior, coordena<strong>do</strong>r da Assessoria<br />

Eleitoral da Procura<strong>do</strong>ria Geral de Justiça<br />

33


34<br />

seminário<br />

Mesa com representantes <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e <strong>do</strong> SINAENCO<br />

ESMP discute a importância <strong>do</strong><br />

planejamento em obras públicas<br />

A ESMP realizou seminário, presencial e por<br />

webcast, no auditório da sede social da Associação<br />

Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, no dia 25 de março,<br />

para discutir o tema “A importância <strong>do</strong> Planejamento<br />

nas Obras Públicas: projeto básico e executivo”.<br />

Paulo Sérgio Puerta, diretor geral <strong>do</strong> MP, representan<strong>do</strong><br />

Fernan<strong>do</strong> Grella Vieira, procura<strong>do</strong>r<br />

geral de justiça, presidiu a mesa de trabalhos em<br />

que foram debatidas questões referentes à importância<br />

<strong>do</strong> projeto no planejamento da obra pública e<br />

o gerenciamento da execução da obra contratada –<br />

como maneira de se evitarem fraudes e corrupção,<br />

além de garantir segurança, qualidade e baixo custo<br />

às obras. Licitação, entraves orçamentários e fiscalização<br />

da obra também foram pontos discuti<strong>do</strong>s.<br />

Os engenheiros civis João Alberto Viol, presi-<br />

dente <strong>do</strong> Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura<br />

e da Engenharia Consultiva, José Roberto<br />

Bernasconi e Antonio Moreira Salles Neto, vice-<br />

-presidente de Gestão e Assuntos Institucionais,<br />

expuseram como membros <strong>do</strong> SINAENCO.<br />

Pelo <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, participaram <strong>do</strong> evento<br />

o subprocura<strong>do</strong>r geral de Justiça de Gestão, Márcio<br />

Fernan<strong>do</strong> Elias Rosa, os promotores de justiça<br />

Adriana Ribeiro Soares de Morais e Otávio Ferreira<br />

Garcia, coordena<strong>do</strong>res da área de Patrimônio <strong>Público</strong><br />

e Social <strong>do</strong> Centro de Apoio Cível e de Tutela<br />

Coletiva, e Everton Zanella, promotor de justiça, assessor<br />

da ESMP, além de outros inscritos, promotores<br />

de justiça da capital e <strong>do</strong> interior, servi<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, que acompanharam o seminário<br />

on-line.


palestra<br />

Consumo europeu é tema<br />

para Mário e Ângela Frota<br />

Dirigida não apenas a membros, servi<strong>do</strong>res e<br />

estagiários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo, <strong>do</strong>s<br />

<strong>Ministério</strong>s <strong>Público</strong>s Estaduais e <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

da União, magistra<strong>do</strong>s, advoga<strong>do</strong>s e demais<br />

opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, mas também aberta ao público<br />

em geral, a palestra “Direito Europeu <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r”,<br />

dia 22 de março, das 9 às 12 horas, no<br />

Auditório <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento<br />

Funcional “Júlio Fabbrini Mirabete” (na Rua Treze<br />

de Maio, 1259, Bela Vista), trouxe de volta ao Brasil<br />

o casal português Ângela Maria Marini Simão Portugal<br />

Frota e Mário Ângelo Leitão Frota, especialistas<br />

em direito <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r.<br />

A palestra sobre as comemorações da ESMP<br />

pelos 20 anos <strong>do</strong> Código <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r foi subdi-<br />

vidida em <strong>do</strong>is temas: “A Teoria Geral <strong>do</strong>s Contratos<br />

de Consumo”, que teve como expositor o professor<br />

Mário Frota, e “Educação para a Segurança Alimentar”,<br />

desenvolvida por Ângela Frota.<br />

Ambos conferencistas nacionais e internacionais,<br />

Mário Frota é professor da Universidade Lusíada <strong>do</strong><br />

Porto e da Universidade de Paris XII, presidente da<br />

Associação Portuguesa de Direito <strong>do</strong> Consumo-APDC<br />

(Coimbra), funda<strong>do</strong>r e presidente da Comissão de<br />

Instalação <strong>do</strong> Instituto de Direito <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r da<br />

Comunidade de Povos de Língua Portuguesa; Ângela<br />

Frota é especialista em Educação para o Consumo e<br />

em Segurança Alimentar, cofunda<strong>do</strong>ra da Sociedade<br />

Portuguesa de Direito <strong>do</strong> Consumo (APDC) e da Associação<br />

de Consumi<strong>do</strong>res de Portugal (ACOP).<br />

Interessa<strong>do</strong>s no tema “Direito Europeu <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r” Mário Frota, Éverton Luiz Zanella e Ângela Frota<br />

35


36<br />

palestra<br />

Debate sobre a Lei Orgânica da<br />

Assistência Social lota auditório<br />

Lota<strong>do</strong>, o auditório Queiroz Filho (no prédio-sede<br />

<strong>do</strong> MP, na Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 35) recebeu,<br />

no dia 23 de março, das 9h30 às 12h30, membros,<br />

servi<strong>do</strong>res e estagiários <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo, magistra<strong>do</strong>s, advoga<strong>do</strong>s e as entidades<br />

parceiras para a palestra sobre “A Lei Orgânica da<br />

Assistência Social – História, Atualidade e Desafios”,<br />

ministrada por Aldaíza Sposati, professora da PUC-<br />

-SP, pós-<strong>do</strong>utorada pela Faculdade de Economia da<br />

Universidade de Coimbra e <strong>do</strong>utora em Serviço Social<br />

pela PUC-SP.<br />

O Objetivo era refletir sobre a Lei Orgânica de<br />

Assistência Social-LOAS consideran<strong>do</strong> sua im-<br />

O auditório “Queiroz Filho”, completamente<br />

toma<strong>do</strong> pelo público<br />

portância para a sociedade e, ao mesmo tempo,<br />

debater o papel <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> na sua implementação<br />

e melhoria. O encontro teve, como<br />

debate<strong>do</strong>r, o promotor de justiça que atua na Promotoria<br />

de Direitos Humanos da capital, Eduar<strong>do</strong><br />

Ferreira Valério.<br />

A iniciativa foi da ESMP, em conjunto com o<br />

Centro de Apoio Operacional das Promotorias de<br />

Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva – Área de Direitos<br />

Humanos e com a Coordena<strong>do</strong>ria de Estu<strong>do</strong>s<br />

e Desenvolvimento de Projetos Especiais da<br />

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-<br />

-CEDPE/PUC.<br />

Aldaíza Sposati (de vermelho) comanda a palestra sobre a Lei<br />

Orgânica de Assistência Social


palestra<br />

Novo Código de Processo Civil é<br />

tema da aula inaugural na ESMP<br />

O ano letivo começou em 16 de fevereiro, com aula<br />

ministrada pelo desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Tribunal de Justiça<br />

José Roberto <strong>do</strong>s Santos Bedaque<br />

Com 75 participantes (67 inscritos e oito autori-<br />

dades), a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de<br />

São Paulo abriu o ano letivo de 2011 com a palestra<br />

“O Novo Código de Processo Civil”, proferida pelo<br />

desembarga<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Tribunal de Justiça de São Paulo<br />

José Roberto <strong>do</strong>s Santos Bedaque, professor titular<br />

da Faculdade de Direito da Universidade de São<br />

Paulo, na noite de 16 de fevereiro, no auditório da<br />

Rua Treze de Maio, 1.259.<br />

O evento teve como público-alvo os membros<br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo, <strong>do</strong>s <strong>Ministério</strong>s<br />

<strong>Público</strong>s Estaduais e <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong><br />

da União, estagiários e servi<strong>do</strong>res dessas<br />

instituições e magistra<strong>do</strong>s, aberto também aos<br />

demais opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, professores e estudantes.<br />

Além <strong>do</strong> palestrante, <strong>do</strong> diretor da ESMP e seus<br />

assessores, estiveram presentes Franscisco Stella<br />

Junior, subprocura<strong>do</strong>r geral de justiça de relações<br />

externas, representan<strong>do</strong> o procura<strong>do</strong>r geral de<br />

justiça; Álvaro Augusto Fonseca de Arruda, procura<strong>do</strong>r<br />

de justiça, membro <strong>do</strong> Conselho <strong>Superior</strong> <strong>do</strong><br />

MP; o procura<strong>do</strong>r de justiça, ex-diretor da ESMP,<br />

Mário de Magalhães Papaterra Limongi; Vânia Maria<br />

Ruffini Pentea<strong>do</strong> Balera, procura<strong>do</strong>ra de justiça,<br />

representante <strong>do</strong> Conselho Cura<strong>do</strong>r <strong>do</strong> CEAF/<br />

ESMP; Moacir Tonani Júnior, promotor de justiça<br />

assessor <strong>do</strong> CAO Criminal, representan<strong>do</strong> Gianpaolo<br />

Poggio Smânio; Darci Ribeiro, procura<strong>do</strong>r de<br />

justiça, coordena<strong>do</strong>r geral <strong>do</strong>s grupos de estu<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> MP/SP; e o ex-procura<strong>do</strong>r geral de justiça Paulo<br />

Salva<strong>do</strong>r Frontini.<br />

37


38<br />

palestra<br />

Para entender a<br />

Avaliação da Conformidade<br />

O evento teve o objetivo de apresentar o papel <strong>do</strong> INMETRO na<br />

sociedade brasileira e a importância da regulamentação técnica<br />

de produtos, serviços e profissionais para a saúde e segurança <strong>do</strong><br />

consumi<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

A manhã da quarta-<br />

-feira, 23 de fevereiro,<br />

reuniu técnicas <strong>do</strong> IN-<br />

METRO e interessa<strong>do</strong>s<br />

no “Programa de Capacitação<br />

em Avaliação<br />

da Conformidade”,<br />

no auditório da ESMP,<br />

em evento com o objetivo<br />

de fazer com que<br />

os inscritos compreendessem<br />

o papel <strong>do</strong><br />

INMETRO na sociedade<br />

brasileira, bem como a<br />

importância da regulamentação<br />

técnica de<br />

produtos, serviços e<br />

profissionais para a saúde e segurança <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r<br />

e <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

A iniciativa, conjunta entre a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> de São Paulo e o Centro de Apoio<br />

Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis e de<br />

Tutela Coletiva, trouxe para a ESMP as expositoras<br />

Ana Valéria de Freitas<br />

Silva, física, mestre<br />

em Física de Laser,<br />

e Juliana Azeve<strong>do</strong><br />

de Souza, advogada,<br />

analista de Relações<br />

Internacionais, mestre<br />

em Gestão Social<br />

e pós-graduada em<br />

Direito Penal e Processo<br />

Penal – ambas<br />

técnicas da Divisão de<br />

Orientação e Incentivo<br />

à Qualidade da Diretoria<br />

da Qualidade <strong>do</strong><br />

Instituto Nacional de<br />

Metrologia, Normalização<br />

e Qualidade Industrial (INMETRO), que dividiram<br />

suas exposições em <strong>do</strong>is módulos: O INME-<br />

TRO e a Qualidade (1) e Normas e Regulamentos<br />

Técnicos (2).<br />

Pela complexidade de suas atribuições, o IN-<br />

METRO atua com forte envolvimento <strong>do</strong>s diferentes


segmentos sociais interessa<strong>do</strong>s nos programas<br />

de avaliação de conformidade a serem desenvolvi<strong>do</strong>s.<br />

Dois <strong>do</strong>cumentos constituem a base de um<br />

programa: uma norma técnica ou um regulamento<br />

técnico definem o que deve ser avalia<strong>do</strong> e outro<br />

<strong>do</strong>cumento, a Instrução Normativa de Avaliação<br />

da Conformidade, define como deve ser feita essa<br />

avaliação. To<strong>do</strong> o programa é desenvolvi<strong>do</strong>, implementa<strong>do</strong><br />

e acompanha<strong>do</strong> por comissões técnicas<br />

especialmente constituídas para esse fim de assessoramento<br />

ao INMETRO.<br />

A advogada Juliana Azeve<strong>do</strong> de Souza<br />

No Brasil, a fiscalização no merca<strong>do</strong> de produtos<br />

regulamenta<strong>do</strong>s com conformidade avaliada<br />

compulsoriamente é conduzida por uma rede de<br />

órgãos públicos, através de delegação <strong>do</strong> INME-<br />

TRO, que tem competência para interditar, apreender<br />

os produtos ou ainda multar fabricantes e/ou<br />

comerciantes em desacor<strong>do</strong> com as normas. Mas<br />

uma das mais importantes atividades de acompanhamento<br />

<strong>do</strong>s produtos regulamenta<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong><br />

é a verificação da conformidade, em caráter<br />

A física Ana Valéria de Freitas Silva<br />

preventivo, que consiste em recolher amostras,<br />

periodicamente, nos pontos de venda, para analisar<br />

se preservam as características básicas pelas<br />

quais obtiveram a licença para uso da marca de<br />

conformidade.<br />

O promotor de justiça Celso Fróes Brocchetto<br />

39


Avaliação da Conformidade<br />

1. O que é Avaliação da Conformidade?<br />

40<br />

As principais definições, com significa<strong>do</strong>s seme-<br />

lhantes, são:<br />

Definição da ABNT NBR ISO/IEC 17000:2005:<br />

“demonstração de que os requisitos especifica<strong>do</strong>s<br />

relativos a um produto, processo, sistema,<br />

pessoa ou organismo são atendi<strong>do</strong>s”. Definição da<br />

OMC – Acor<strong>do</strong> sobre Barreiras Técnicas, Anexo 1:<br />

“qualquer procedimento utiliza<strong>do</strong>, direta ou indiretamente,<br />

para determinar que as prescrições pertinentes<br />

de regulamentos técnicos ou normas são<br />

cumpridas”. Definição <strong>do</strong> Inmetro : “procedimento<br />

que objetiva prover adequa<strong>do</strong> grau de confiança<br />

em um determina<strong>do</strong> produto, mediante o atendimento<br />

de requisitos defini<strong>do</strong>s em normas ou regulamentos<br />

técnicos”.<br />

2. O que seria “um adequa<strong>do</strong> grau de confiança”?<br />

A definição <strong>do</strong> adequa<strong>do</strong> grau de confiança implica<br />

a necessidade de associá-lo ao preço a ser<br />

pago pela sociedade. Quanto maior o grau de confiança,<br />

maior o custo <strong>do</strong> produto final e, consequentemente,<br />

maior o preço. O desafio é estabelecer a<br />

melhor relação confiança x preço, sem inviabilizar<br />

a competitividade <strong>do</strong> produto nacional ou torná-lo<br />

inacessível ao consumi<strong>do</strong>r.Uma analogia simplista<br />

poderia ser feita, usan<strong>do</strong> um exemplo <strong>do</strong> setor automobilístico,<br />

entre um carro popular 1.0 e um modelo<br />

de luxo. Ambos devem possuir requisitos mínimos<br />

de segurança, mas os desempenhos, no que<br />

diz respeito à proteção oferecida, não podem ser<br />

compara<strong>do</strong>s. Melhor exemplifican<strong>do</strong>: ambos possuem<br />

cinto de segurança. Entretanto, o modelo de<br />

luxo, além <strong>do</strong> cinto de segurança, possui também<br />

“air-bag”, o que faz com que ele ofereça um nível<br />

maior de segurança, mas seja coloca<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong><br />

com um preço mais eleva<strong>do</strong>. Ambos, porém, tanto<br />

o carro popular quanto o modelo de luxo, atendem<br />

aos requisitos mínimos de segurança defini<strong>do</strong>s na<br />

legislação brasileira.Outro exemplo, ainda no setor<br />

automobilístico, diz respeito ao carro blinda<strong>do</strong>.<br />

Ele é obviamente muito mais seguro <strong>do</strong> que o não<br />

blinda<strong>do</strong>. Mas a opção pela blindagem, em muitos<br />

casos, praticamente <strong>do</strong>bra o seu preço.<br />

3. Qual é o papel <strong>do</strong> Inmetro ao estabelecer Programas<br />

de Avaliação da Conformidade?<br />

O Inmetro define as regras em <strong>do</strong>cumentos<br />

específicos (o que e como avaliar cada produto),<br />

promove o desenvolvimento da infra estrutura<br />

para avaliação (laboratórios de calibração e de<br />

ensaios, padrões metrológicos, organismos de<br />

certificação acredita<strong>do</strong>s, normas técnicas, etc.),<br />

implementa a avaliação e dá assistência às partes<br />

interessadas, em especial às micro e pequenas<br />

empresas. Além disso, faz o acompanhamento <strong>do</strong><br />

produto no merca<strong>do</strong>, estabelecen<strong>do</strong> penalidades,<br />

quan<strong>do</strong> identificadas não conformidades, intencionais<br />

ou aperfeiçoan<strong>do</strong> o Programa de Avaliação<br />

da Conformidade, quan<strong>do</strong> identificadas não<br />

conformidades sistemáticas.<br />

4. Qual a razão de ser da presença <strong>do</strong> Inmetro nos<br />

programas de certificação?<br />

O Inmetro, na condição de entidade neutra de<br />

governo, e atuan<strong>do</strong> com isenção, transparência e<br />

imparcialidade, agrega confiança e credibilidade<br />

aos produtos com conformidade avaliada, ou seja,<br />

que ostentam o seu selo. Um corpo técnico altamente<br />

capacita<strong>do</strong>, um moderno sistema de gestão<br />

e a a<strong>do</strong>ção de práticas internacionais usadas nos<br />

países mais evoluí<strong>do</strong>s conferem credibilidade às<br />

certificações no merca<strong>do</strong> interno e reconhecimento<br />

nos fóruns internacionais mais exigentes, o que<br />

facilita a aceitação <strong>do</strong>s produtos pelos diferentes<br />

merca<strong>do</strong>s.


5. O Inmetro certifica os produtos que levam o<br />

seu selo?<br />

A resposta à pergunta é não. O Inmetro não<br />

certifica o produto. A certificação é feita por um<br />

organismo acredita<strong>do</strong> pelo Inmetro. A acreditação<br />

é palavra da língua portuguesa, de uso recente no<br />

Brasil. Assim, é fundamental o entendimento de<br />

que acreditação não é delegação de competência.<br />

Ao acreditar o organismo, com base em critérios<br />

internacionalmente aceitos, o Inmetro o reconhece<br />

tecnicamente competente para efetuar a avaliação<br />

da conformidade de um determina<strong>do</strong> produto. Adicionalmente,<br />

cabe destacar que a certificação é o<br />

mecanismo de Avaliação da Conformidade mais<br />

pratica<strong>do</strong> no Brasil, mas não é o único. Existem outras,<br />

como a declaração <strong>do</strong> fornece<strong>do</strong>r e a inspeção.<br />

6. A acreditação assegura a atuação tecnicamente<br />

correta <strong>do</strong> organismo certifica<strong>do</strong>r?<br />

A acreditação reconhece a competência <strong>do</strong> certifica<strong>do</strong>r,<br />

ou seja, que ele demonstrou ser capaz de<br />

avaliar a conformidade <strong>do</strong> produto, obedecen<strong>do</strong> às<br />

regras estabelecidas pelo Inmetro. Ela pauta-se<br />

em uma relação de confiança. De qualquer forma,<br />

as auditorias periódicas nos organismos certifica<strong>do</strong>res<br />

e as ações de acompanhamento no merca<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong>s produtos certifica<strong>do</strong>s, avaliam o desempenho<br />

<strong>do</strong> certifica<strong>do</strong>r, após a acreditação.<br />

7. A presença <strong>do</strong> selo <strong>do</strong> Inmetro garante a qualidade<br />

<strong>do</strong> produto?<br />

Não. Quem garante a qualidade <strong>do</strong> produto é seu<br />

fornece<strong>do</strong>r (fabricante, importa<strong>do</strong>r ou vende<strong>do</strong>r,<br />

conforme defini<strong>do</strong> no Código de Proteção e Defesa<br />

<strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r). O selo de identificação da conformidade<br />

indica que normas ou regulamentos desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

para aquela categoria de produto foram<br />

observa<strong>do</strong>s na sua concepção/fabricação/colocação<br />

no merca<strong>do</strong>. Portanto, os programas de Avaliação da<br />

Conformidade estabelecem os requisitos mínimos<br />

de segurança aos quais os produtos de uma mesma<br />

categoria devem atender. Entretanto, isso não significa<br />

dizer que são similares. Pelo contrário, a Avaliação<br />

da Conformidade estimula a busca contínua pelo<br />

fornece<strong>do</strong>r <strong>do</strong> aperfeiçoamento <strong>do</strong> produto, no senti<strong>do</strong><br />

de definir diferencial competitivo e, consequentemente,<br />

conquistar a preferência <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r. Os<br />

programas de Avaliação da Conformidade desenvolvi<strong>do</strong>s<br />

pelo Inmetro têm como foco a segurança e a<br />

saúde <strong>do</strong> cidadão e a proteção <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

PROCEL<br />

Eletrobrás<br />

ESTE PRODUTO CONSOME MENOS ENERGIA<br />

INMETRO<br />

Selo <strong>do</strong> Inmetro<br />

8. O que faz o Inmetro depois que o produto – que<br />

tem sua conformidade avaliada – é disponibiliza<strong>do</strong><br />

no merca<strong>do</strong> para os consumi<strong>do</strong>res?<br />

O Inmetro, através da Rede Brasileira de Metrologia<br />

Legal e Qualidade – Inmetro (RBMLQ-I) – presente<br />

em to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s da Federação – acompanha o<br />

produto no merca<strong>do</strong>, em particular através de ações<br />

de fiscalização, realiza verificações de conformidade<br />

periódicas (retirada de amostras no merca<strong>do</strong> seguida<br />

da realização de ensaios em laboratórios) e aperfeiçoa<br />

o programa, sempre que necessário.<br />

Fonte: Cartilha da Rede Brasileira de Metrologia Legal e<br />

Qualidade.<br />

41


42<br />

posse<br />

Promotor Mário Luiz Sarrubbo<br />

é empossa<strong>do</strong> na ESMP<br />

Eleito por unanimidade pelo Conselho Cura<strong>do</strong>r da ESMP Sarrubbo é o primeiro<br />

promotor de justiça a ocupar o cargo.<br />

Em emocionante cerimônia realizada no Auditó-<br />

rio Queiroz Filho, na sede <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> de São Paulo, no dia 18 de fevereiro, Mário<br />

Luiz Sarrubbo foi solenemente empossa<strong>do</strong> diretor<br />

<strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional<br />

– <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> MP, para cumprir um mandato<br />

de três anos, em substituição à procura<strong>do</strong>ra de<br />

justiça Eloisa de Sousa Arruda, que desde janeiro<br />

assumiu a Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Justiça e da Defesa<br />

da Cidadania – atenden<strong>do</strong> a um convite <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r<br />

Geral<strong>do</strong> Alckmin.<br />

Eleito por unanimidade, pelo Conselho Cura<strong>do</strong>r<br />

da ESMP, Sarrubbo é o primeiro promotor de justiça<br />

a ocupar o cargo.<br />

O procura<strong>do</strong>r de justiça Washington Epaminondas<br />

Medeiros Barra, presidente da Associação<br />

Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, foi o primeiro<br />

a discursar, lembran<strong>do</strong> a importância da ESMP<br />

para os promotores, principalmente os substitutos,<br />

que têm o primeiro encontro efetivo com<br />

a instituição durante o Curso de Adaptação ministra<strong>do</strong><br />

na <strong>Escola</strong>. Fez questão, ainda, de falar<br />

Momento da execução <strong>do</strong> Hino Nacional Auditório repleto de membros <strong>do</strong> MP


Familiares e amigos também prestigiaram a solenidade Mesa da cerimônia de posse <strong>do</strong> novo diretor<br />

sobre a competência <strong>do</strong> novo diretor e colocar a<br />

Associação à disposição dele para parcerias, “assim<br />

como ocorreu em outras ocasiões, com outros<br />

diretores”, ressaltou.<br />

Também fizeram uso da palavra, na sequência,<br />

a procura<strong>do</strong>ra de justiça Eloisa de Sousa Arruda,<br />

que aproveitou a oportunidade para agradecer a<br />

colaboração de sua equipe no ano em que dirigiu<br />

a ESMP, e o procura<strong>do</strong>r geral de justiça, Fernan<strong>do</strong><br />

Grella Vieira, que reafirmou sua crença na competência<br />

<strong>do</strong> novo diretor da ESMP, baseada na profícua<br />

carreira <strong>do</strong> promotor no MP desde o ano de<br />

seu ingresso, em 1989.<br />

Em seu emociona<strong>do</strong> discurso de posse, Mário<br />

Luiz Sarrubbo citou a necessidade de formulação<br />

de uma nova <strong>do</strong>utrina institucional, para reafirmar<br />

“a nossa vocação de um <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> vibrante,<br />

desbrava<strong>do</strong>r, destemi<strong>do</strong>, valente e valoroso, sempre<br />

sensível aos movimentos, anseios e necessidades da<br />

nação brasileira” e prometeu valorizar ainda mais a<br />

segunda instância. Após os agradecimentos ao apoio<br />

de sua família em to<strong>do</strong>s os anos e passos de sua carreira,<br />

foi aplaudi<strong>do</strong>, em pé, pelos presentes.<br />

Sarrubbo também foi homenagea<strong>do</strong> por seus<br />

alunos da Faculdade de Direito da FAAP. Através<br />

de um texto elabora<strong>do</strong> para ser li<strong>do</strong> na posse, eles<br />

confessaram o desejo de entrar para o <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong>, como influência <strong>do</strong> professor ao externar<br />

sua paixão pela instituição nas salas de aula.<br />

Pessoas ilustres compareceram à posse: além<br />

de familiares e amigos <strong>do</strong> novo diretor, prestigiaram<br />

a solenidade o desembarga<strong>do</strong>r Arman<strong>do</strong> Sérgio<br />

Pra<strong>do</strong> de Tole<strong>do</strong>, presidente em exercício <strong>do</strong><br />

Tribunal de Justiça e diretor da <strong>Escola</strong> Paulista da<br />

Magistratura; Nelson Gonzaga de Oliveira, correge<strong>do</strong>r<br />

geral <strong>do</strong> MP; José de Arruda Silveira Filho,<br />

secretário <strong>do</strong> Órgão Especial <strong>do</strong> Colégio de Procura<strong>do</strong>res;<br />

Antonio Carlos da Ponte, secretário <strong>do</strong><br />

Conselho <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> MP; Antonio Ferreira Pinto,<br />

secretário da Segurança Pública; Felipe Locke Cavalcanti,<br />

membro <strong>do</strong> Conselho Nacional de Justiça;<br />

João Grandino Rodas, reitor da Universidade de<br />

São Paulo (USP); Dirceu de Mello, reitor da Pontifícia<br />

Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP);<br />

Elival da Silva Ramos, procura<strong>do</strong>r geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;<br />

Ivan Francisco Pereira Agostinho, chefe de gabinete<br />

da Secretaria Estadual de Logística e Transportes,<br />

representan<strong>do</strong> o secretário Saulo de Castro<br />

Abreu Filho; Antonio Magalhães Gomes Filho,<br />

diretor da Faculdade de Direito da USP; Sergei Cobra<br />

Arbex, secretário geral da Caixa de Assistência<br />

<strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo, representan<strong>do</strong> o<br />

presidente da Ordem <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo,<br />

Luiz Flávio Borges D’Urso; Valdira Câmara Torres<br />

43


Pinheiro Costa, coordena<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Centro de Estu<strong>do</strong>s<br />

e Aperfeiçoamento Funcional <strong>do</strong> MP <strong>do</strong> Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Norte; Sérgio Dário Macha<strong>do</strong>, diretor <strong>do</strong> Centro<br />

de Estu<strong>do</strong>s e Aperfeiçoamento Funcional <strong>do</strong> MP <strong>do</strong><br />

Espírito Santo e vice-presidente <strong>do</strong> colégio de diretores<br />

de <strong>Escola</strong>s <strong>do</strong>s MP’s; Ivete Senise Ferreira,<br />

presidente <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong>s Advoga<strong>do</strong>s de São Paulo;<br />

Mariangela Sarrubbo Fragata, chefe <strong>do</strong> Centro<br />

de Estu<strong>do</strong>s da Procura<strong>do</strong>ria Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>;<br />

Elaine Moraes Ruas Souza, diretora da Defensoria<br />

Pública <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, representan<strong>do</strong> a defensora pública<br />

geral, Daniela Sollberger Cembranelli; Carla<br />

Abrantkoski Rister, diretora da Associação <strong>do</strong>s<br />

Juízes Federais <strong>do</strong> Brasil, representan<strong>do</strong> o presidente<br />

Gabriel de Jesus Tedesco Wedi; Luis Antonio<br />

44<br />

Em seu discurso de posse,<br />

Mário Luiz Sarrubbo citou a<br />

necessidade de formulação de<br />

uma nova <strong>do</strong>utrina institucional<br />

e prometeu valorizar ainda mais<br />

a segunda instância.<br />

Foram muitas as pessoas ilustres que compareceram à posse solene<br />

Martinez Vidal, chefe de gabinete da Federação das<br />

Indústrias <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de São Paulo, representan<strong>do</strong><br />

o presidente Paulo Skaf; Marco Antônio Ribeiro de<br />

Campos, diretor da Academia de Polícia Civil de São<br />

Paulo; Álvaro Villaça Azeve<strong>do</strong>, diretor da Faculdade<br />

de Direito da Fundação Arman<strong>do</strong> Álvares Pentea<strong>do</strong>;<br />

Hubert Alquéres, presidente <strong>do</strong> Conselho Estadual<br />

de Educação, além <strong>do</strong>s subprocura<strong>do</strong>res gerais de<br />

Justiça Márcio Fernan<strong>do</strong> Elias Rosa (Gestão), Wilson<br />

Alencar Dores (Institucional), Sérgio Turra Sobrane<br />

(Jurídico) e Francisco Stella Junior (Relações<br />

Externas), membros <strong>do</strong> Órgão Especial <strong>do</strong> Colégio<br />

de Procura<strong>do</strong>res de Justiça e <strong>do</strong> Conselho <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> MP, procura<strong>do</strong>res, promotores de justiça e funcionários<br />

da ESMP.


simpósio<br />

Novas regras para resíduos sóli<strong>do</strong>s<br />

A grande novidade da nova lei foi a criação da “logística reversa”, que obriga os<br />

fabricantes, distribui<strong>do</strong>res e vende<strong>do</strong>res a recolher embalagens usadas.<br />

Numa iniciativa conjunta entre a <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e o CAO Cível e de Tutela Coletiva,<br />

cinco expositores especialistas no tema estiveram<br />

no auditório “Júlio Fabbrini Mirabete”, na<br />

ESMP, dia 24 de fevereiro, para tirar todas as dúvidas<br />

<strong>do</strong>s inscritos no simpósio “Política Nacional de<br />

Resíduos Sóli<strong>do</strong>s e sua Regulamentação”.<br />

Em agosto <strong>do</strong> ano passa<strong>do</strong>, após 21 anos de tramitação<br />

no Congresso, o ex-presidente Lula sancionou<br />

a Política Nacional <strong>do</strong>s Resíduos Sóli<strong>do</strong>s, com o<br />

objetivo de incentivar a reciclagem de lixo e o correto<br />

manejo de produtos usa<strong>do</strong>s com alto potencial<br />

de contaminação. A grande novidade da nova lei foi<br />

Carlos Silva Filho Roberto Varjabedian<br />

Alexandra Facciolli Martins<br />

André Vilhena<br />

a criação da “logística reversa”, que obriga os fabricantes,<br />

distribui<strong>do</strong>res e vende<strong>do</strong>res a recolher<br />

embalagens usadas. A medida vale para materiais<br />

agrotóxicos, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes,<br />

lâmpadas e eletroeletrônicos.<br />

Alexandra Facciolli Martins, promotora de justiça<br />

de Santa Bárbara D’Oeste, mestre em Direito Ambiental<br />

pela Universidade Metodista de Piracicaba,<br />

e Roberto Varjabedian, assistente técnico de promotoria<br />

(MP/SP), biólogo, mestre em Ciências pelo<br />

Departamento de Ecologia Geral da USP, expuseram<br />

pela manhã, sobre “A Lei n° 12.305/10 e o Decreto<br />

Federal n° 7.404/10: Exposição Comentada”.<br />

Washington Novaes com Alexandra Facciolli e Éverton<br />

Luiz Zanella<br />

45


46<br />

À tarde, o jornalista Washington Novaes, colunis-<br />

ta de “O Esta<strong>do</strong> de S. Paulo” e “O Popular”, de Goiânia,<br />

supervisor geral <strong>do</strong> programa “Repórter Eco”<br />

da TV Cultura de São Paulo, tratou sobre os aspectos<br />

positivos e negativos <strong>do</strong> marco regulatório, segui<strong>do</strong><br />

por André Vilhena (“Perspectivas e Responsabilidade<br />

na Área de Reciclagem”), diretor executivo <strong>do</strong> CEM-<br />

PRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem;<br />

e por Carlos Silva Filho (“Perspectivas em relação à<br />

destinação <strong>do</strong>s resíduos”), diretor executivo da Associação<br />

Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e<br />

de Resíduos Especiais – ABRELPE.<br />

DECOMPOSIçãO DO LIxO<br />

Papel: 3 a 6 meses<br />

Jornal: 6 meses<br />

Palito de madeira: 6 meses<br />

Toco de cigarro: 20 meses<br />

Náilon: mais de 30 anos<br />

Chicletes: 5 anos<br />

Pedaços de pano: 6 meses a 1 ano<br />

Fralda descartável biodegradável: 1 ano<br />

Fralda descartável comum: 450 anos<br />

Lata e copos de plástico: 50 anos<br />

Lata de aço: 10 anos<br />

Tampas de garrafa: 150 anos<br />

Isopor: 8 anos<br />

Plástico: 100 anos<br />

Garrafa plástica: 400 anos<br />

Pneus: 600 anos<br />

Vidro: 4.000 anos<br />

A nova legislação também determina que as<br />

pessoas façam a separação <strong>do</strong>méstica nas cidades<br />

onde há coleta seletiva. Cata<strong>do</strong>res e a indústria de<br />

reciclagem receberão incentivos da União. Além<br />

disso, os municípios só receberão recursos <strong>do</strong> governo<br />

federal para projetos de limpeza pública e<br />

manejo de resíduos depois de aprovarem planos de<br />

gestão. O objetivo das novas regras é estabelecer a<br />

responsabilidade compartilhada entre a sociedade,<br />

empresas, governos estaduais, a União e prefeituras<br />

no manejo correto <strong>do</strong> lixo.<br />

TEMPO DE DECOMPOSIçãO DE<br />

RESíDUOS EM OCEANOS<br />

Papel Toalha: 2 a 4 semanas;<br />

Caixa de Papelão: 2 meses;<br />

Palito de Fósforo: 6 meses;<br />

Restos de Frutas: 1 ano;<br />

Jornal: 6 meses;<br />

Fralda Descartável: 450 anos;<br />

Fralda Descartável Biodegradável: 1 ano;<br />

Lata de Aço: 10 anos;<br />

Lata de Alumínio: não se corrói;<br />

Bituca de Cigarro: 2 anos;<br />

Copo Plástico: 50 anos;<br />

Garrafa Plástica: 400 anos;<br />

Camisinha: 300 anos;<br />

Pedaço de Madeira Pintada: 13 anos;<br />

Boia de Isopor: 80 anos;<br />

Linha de Náilon: 650 anos;<br />

Vidro: tempo indetermina<strong>do</strong>;<br />

Lixo radioativo: 250 anos ou mais<br />

Fonte: www.compam.com.br


livros<br />

20 ANOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR: Estu<strong>do</strong>s em Homenagem<br />

ao professor José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno<br />

Organiza<strong>do</strong>r(a): Antonio Carlos Morato e Paulo de Tarso<br />

Neri Autor(a): Ada Pellegrini Grinover, Adriana Borghi<br />

Fernandes Monteiro, Alberto <strong>do</strong> Amaral Júnior, Belisário<br />

<strong>do</strong>s Santos Junior, Brunno Pan<strong>do</strong>ri Giancoli, Daniel<br />

Roberto Fink, Edgard Moreira da Silva, Eunice Aparecida<br />

de Jesus Prudente, Fabio Ulhoa Coelho, Fátima<br />

Nancy Andrighi, Gladston Mamede, Glauber Moreno Talavera,<br />

Hamilton Rangel Junior, João Batista de Almeida,<br />

José Fernan<strong>do</strong> Simão, José Ricar<strong>do</strong> de Bastos, Josué<br />

Rios, Liliana Minardi Paesani, Luiz Antonio Scavone Junior,<br />

Luiz Otávio de Oliveira Amaral, Maíra Feltrin Alves,<br />

Marco Antonio Zanellato, Mário Frota, Miguel Augusto<br />

Macha<strong>do</strong> de Oliveira, Nehemias Domingos de Melo, Paulo<br />

Hamilton Siqueira Jr., Priscila Senise Lisboa, Ricar<strong>do</strong><br />

Algarve Gregorio, Ricar<strong>do</strong> de Moraes Cabezón, Rizzato<br />

Nunes, Roberto Augusto Castellanos Pfeiffer, Roberto<br />

Grassi Neto, Roberto Senise Lisboa, Ro<strong>do</strong>lfo de Camargo<br />

Mancuso, Silmara Juny de Abreu Chinellato, Sílvio<br />

Luís Ferreira da Rocha, Vidal Serrano Nunes, Vicent Lamanda, Vicent Vigneau, Vitor Morais<br />

de Andrade, Winston Neil Bezerra de Alencar e Zelmo Denari<br />

1 a edição (2010) Páginas: 688 páginas<br />

Esta obra foi organizada para comemorar os 20 anos de aprovação <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong><br />

Consumi<strong>do</strong>r (Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990) e homenagear o professor José Geral<strong>do</strong><br />

Brito Filomeno, que desempenhou importantíssimo papel como vice-presidente da comissão<br />

responsável pelo anteprojeto de lei. Por meio <strong>do</strong> reconhecimento ao trabalho <strong>do</strong> homenagea<strong>do</strong><br />

e da comissão que elaborou o anteprojeto <strong>do</strong> Código de Defesa <strong>do</strong> Consumi<strong>do</strong>r, não só os<br />

opera<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Direito, mas toda a sociedade brasileira agradecem a consolidação da proteção<br />

ao consumi<strong>do</strong>r e, em última análise, da própria democracia ao proteger os mais fracos diante<br />

<strong>do</strong>s mais fortes, recordan<strong>do</strong> a célebre frase de Lacordaire no senti<strong>do</strong> de que “entre o fraco e<br />

o forte a liberdade escraviza e a lei liberta”. A organização desta obra coletiva teve o imediato<br />

retorno <strong>do</strong>s mais renoma<strong>do</strong>s juristas brasileiros, o que denota o respeito e – sobretu<strong>do</strong> – a<br />

afeição de que desfruta o prof. José Geral<strong>do</strong> Brito Filomeno.<br />

47


Evento no Núcleo Regional<br />

de Franca<br />

48<br />

notas<br />

MP e a Educação e Violência <strong>Escola</strong>r<br />

Promovi<strong>do</strong> pela <strong>Escola</strong> <strong>Superior</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, em conjunto com o Centro de Apoio Operacional das<br />

Promotorias de Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva – Área da Educação e com o Centro de Apoio Criminal –<br />

CAO Criminal, o evento “O <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e a Educação” aconteceu das 9 horas ao meio-dia, no dia 18<br />

de março, na Sede Regional da Associação Paulista <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> (Rua Arthur Marangoni, n o 2411),<br />

em Franca. Luiz Antonio Miguel Ferreira, promotor de Justiça, coordena<strong>do</strong>r da Área da Educação – CAO<br />

Cível e de Tutela Coletiva, foi o expositor.<br />

Volta<strong>do</strong> especialmente aos promotores de Justiça que atuam nas áreas da infância e da juventude e criminal<br />

da região de Franca, o evento teve ainda exposição sobre “Violência <strong>Escola</strong>r”, feita por Gianpaolo<br />

Poggio Smanio, procura<strong>do</strong>r de Justiça, coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> CAO Criminal. Na coordenação local, o promotor de<br />

Justiça Carlos Henrique Gasparoto, Coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> 7 o Núcleo Regional da ESMP – Franca.<br />

Luiz Antonio Miguel Ferreira, coordena<strong>do</strong>r da Área de Educação <strong>do</strong> Centro de<br />

Apoio Operacional Cível e de Tutela Coletiva <strong>do</strong> MP


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