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Mapa da Área Urbana de Chapadão do Céu - GO

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Atlas Geo-Ambiental <strong>de</strong> <strong>Chapadão</strong> <strong>do</strong> <strong>Céu</strong>, Goiás<br />

Pantanal<br />

O Pantanal, com uma extensão <strong>de</strong> 250 mil km 2 , é a<br />

maior área alagável <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. O Pantanal é uma<br />

imensa bacia intercontinental, <strong>de</strong>limita<strong>da</strong> pelo Planalto<br />

Brasileiro, ao leste, pelas Chapa<strong>da</strong>s Matogrossenses,<br />

ao norte, e também por uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> morros e terras<br />

altas <strong>do</strong> sopé Andino, a oeste. Portanto, ele po<strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>lta interno, on<strong>de</strong> se<br />

acumulam as águas <strong>do</strong> alto Paraguai e as <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> rios que <strong>de</strong>scem <strong>do</strong> Planalto. Através <strong>do</strong><br />

rio Paraguai, o Pantanal está intimamente liga<strong>do</strong> à<br />

gran<strong>de</strong> bacia <strong>do</strong> rio Paraná - rio <strong>da</strong> Prata. Conexões<br />

aquáticas difusas com afluentes amazônicos existem<br />

ao norte, especialmente com o rio Guaporé.<br />

A drenagem <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>lta interno pelo médio Paraguai,<br />

por meio <strong>da</strong> barra estreita e rasa <strong>do</strong> Fecho <strong>do</strong>s Morros<br />

<strong>do</strong> Sul, faz-se com muita dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>. Porém, enormes<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> água estagna<strong>da</strong> atrás <strong>de</strong>sta barragem<br />

tornam o Pantanal um labirinto imprevisível <strong>de</strong> águas<br />

para<strong>da</strong>s e correntes, temporárias ou permanentes,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>s através <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> termos<br />

específicos pelo homem pantaneiro. Nas len<strong>da</strong>s<br />

indígenas e nos primeiros mapas, o Pantanal é<br />

lembra<strong>do</strong> como um gran<strong>de</strong> lago cheio <strong>de</strong> ilhas, o “mar<br />

<strong>do</strong>s Xaraiés”.<br />

Em anos chuvosos, como em 1984 ou em 1995, o rio<br />

Paraguai expan<strong>de</strong>-se em uma faixa <strong>de</strong> até 20 km <strong>de</strong><br />

largura, invadin<strong>do</strong> os gran<strong>de</strong>s lagos <strong>da</strong> fronteira<br />

boliviana e a Ilha <strong>do</strong> Caracará, regeneran<strong>do</strong><br />

temporariamente o “mar <strong>do</strong>s Xaraiés” <strong>do</strong>s antigos<br />

climas chuvosos. O rio Paraguai e os outros rios<br />

pantaneiros apresentam pouca <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 20-30 cm por quilômetro, o que faz com que as<br />

águas que se acumulam nos perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> chuvas<br />

intensas escoem com muita lentidão. Em<br />

conseqüência, as enchentes, que são máximas ao norte<br />

nos meses <strong>de</strong> março e abril, chegam ao sul <strong>do</strong> Pantanal<br />

somente em julho e agosto. Enquanto isso, imensas<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> água, provavelmente centenas <strong>de</strong><br />

quilômetros cúbicos por ano, per<strong>de</strong>m-se por<br />

evaporação direta para a atmosfera. O Pantanal po<strong>de</strong><br />

ser, com justiça, consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a maior “janela” <strong>de</strong><br />

evaporação <strong>de</strong> água <strong>do</strong>ce <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

To<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> e a economia <strong>do</strong> Pantanal estão liga<strong>da</strong>s a<br />

este sistema <strong>de</strong> inun<strong>da</strong>ções. A região é um interessante<br />

para<strong>do</strong>xo aquático em uma área <strong>de</strong> clima continental<br />

semi-ári<strong>do</strong> ou mesmo ári<strong>do</strong>. Sem o abun<strong>da</strong>nte e raso<br />

lençol freático e os aluviões <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s pelas enchentes,<br />

a vegetação terrestre seria pareci<strong>da</strong> com a <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong><br />

ou com a <strong>do</strong> Chaco boliviano. Igualmente, a rica fauna<br />

<strong>de</strong> aves e mamíferos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, na sua gran<strong>de</strong> maioria,<br />

<strong>da</strong> alimentação aquática. O Pantanal po<strong>de</strong> ser visto,<br />

então, como uma gran<strong>de</strong> e dinâmica interface entre o<br />

mun<strong>do</strong> aquático e o terrestre.<br />

A vegetação aquática é fun<strong>da</strong>mental para a vi<strong>da</strong><br />

pantaneira. As plantas flutuantes são os principais<br />

produtores primários nas águas <strong>do</strong> Pantanal. Imensas<br />

áreas são cobertas por “batume”, que são plantas<br />

flutuantes, tais como o aguapé (Eichhornia) e a<br />

Salvinia, entre outras. Leva<strong>da</strong>s pelos rios, estas plantas<br />

constituem ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iras ilhas flutuantes, os camalotes.<br />

Após as inun<strong>da</strong>ções, a cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> lo<strong>do</strong> nutritivo<br />

permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma rica vegetação <strong>de</strong><br />

ervas. Numa região um pouco mais eleva<strong>da</strong>, já com<br />

áreas não inundáveis, há uma vegetação característica<br />

<strong>de</strong> cerra<strong>do</strong>. Há ain<strong>da</strong> no Pantanal áreas com mata<br />

<strong>de</strong>nsa e sombria (com Pipta<strong>de</strong>nia, Bombax, Magonia,<br />

Guazuma). Em torno <strong>da</strong>s margens mais eleva<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s<br />

rios aparece a palmeira acuri (Attalea principes),<br />

forman<strong>do</strong> uma floresta <strong>de</strong> galerias juntamente com<br />

outras árvores, como o pau-<strong>de</strong>-novato (Triplaris<br />

formicosa), a embaúba (Cecropia), o genipapo<br />

(Genipa) e as figueiras (Ficus). Em pontos altos <strong>do</strong>s<br />

morros aparece uma vegetação semelhante à <strong>da</strong><br />

caatinga, com a bromeliácea Dyckia e os cactos<br />

cansanção e man<strong>da</strong>caru (Cereus).<br />

O passa<strong>do</strong> geológico permitiu ao Pantanal constituirse<br />

no maior entroncamento <strong>do</strong>s intercâmbios <strong>da</strong> flora<br />

e <strong>da</strong> fauna aquática <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul. Atualmente é<br />

povoa<strong>do</strong> por uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos amazônicos<br />

e sulistas. Sen<strong>do</strong> principalmente um corre<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

intercâmbios, não abriga fauna endêmica rica, como<br />

a Amazônia, e são as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s e não as rari<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

que o caracterizam.<br />

O Pantanal oferece uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> paisagens<br />

abertas povoa<strong>da</strong>s por gran<strong>de</strong>s populações <strong>de</strong> animais,<br />

cuja alimentação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong> fase aquática. Assim,<br />

Pag.<br />

36<br />

nas lagoas, a microflora e a microfauna permitem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ricas populações <strong>de</strong> caramujos<br />

aruas e <strong>de</strong> conchas, que sustentam uma varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pre<strong>da</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong>stes moluscos, como aves e répteis.<br />

Entre os peixes abun<strong>da</strong>ntes, há o corumbatá, o pacú,<br />

o cascu<strong>do</strong>, o pinta<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>, o jaú e as piranhas.<br />

Entre os come<strong>do</strong>res <strong>da</strong> vegetação aquática <strong>de</strong>stacamse<br />

as gran<strong>de</strong>s populações <strong>de</strong> capivaras (Hydrochaeris,<br />

hydrochaeris) e <strong>de</strong> búfalos. A ariranha (Pteronura<br />

brasiliensis), importante pre<strong>da</strong><strong>do</strong>r piscívoro, outrora<br />

abun<strong>da</strong>nte, foi quase extermina<strong>da</strong> pelos caça<strong>do</strong>res.<br />

Destino semelhante po<strong>de</strong> ter o jacaré (Caiman<br />

crocodilus yacare) que têm papel importante nas<br />

águas pantaneiras, on<strong>de</strong> funcionam como pre<strong>da</strong><strong>do</strong>res<br />

“regula<strong>do</strong>res” <strong>da</strong> fauna piscícola e, às vezes, como<br />

agentes relevantes <strong>da</strong> ciclagem <strong>de</strong> nutrientes.<br />

As aves <strong>do</strong> Pantanal são um <strong>de</strong> seus maiores atrativos.<br />

Reuni<strong>da</strong>s em enormes concentrações, exploram os<br />

recursos alimentares aquáticos. O tuiuiú, a cabeçaseca<br />

e o colhereiro, além <strong>da</strong>s garças biguás e patos<br />

são os mais vistosos. Muitas espécies nidificam em<br />

áreas comuns, sobre <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s árvores,<br />

conheci<strong>da</strong>s como ninhais, que se <strong>de</strong>stacam na<br />

paisagem pantaneira.<br />

Animais típicos <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> também se concentram em<br />

gran<strong>de</strong> número no Pantanal, atraí<strong>do</strong>s pela fartura <strong>de</strong><br />

alimentos <strong>da</strong>s áreas alaga<strong>da</strong>s. O cervo-<strong>do</strong>-pantanal<br />

po<strong>de</strong> ser visto acompanha<strong>do</strong> por mais duas espécies<br />

<strong>de</strong> cervos <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong> e por outros mamíferos, como o<br />

cachorro-vinagre (Speothus vinaticus), a anta (Tapirus<br />

terrestris), o catetu (Tayassu tajacu) e a paca (Agouti<br />

paca). Encontram-se lá, ain<strong>da</strong>, o lobo-guará<br />

(Chrysocyon brachyurus) e o tamanduá-ban<strong>de</strong>ira<br />

(Myrmecophaga tri<strong>da</strong>ctyla), caça<strong>do</strong>s intensamente.<br />

Entre os primatas, o macaco-prego (Cebus apella) vive<br />

ali, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> bugio (Alouatta caraya). Assim como<br />

a onça (Panthera onca), vários outros felinos são<br />

atraí<strong>do</strong>s pela abundância <strong>de</strong> presas. O pre<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

topo na beira <strong>da</strong>s águas é a onça-pinta<strong>da</strong>, junto a<br />

outros felí<strong>de</strong>os e caní<strong>de</strong>os. Entre as aves, a ema (Rhea<br />

americana) e a seriema (Cariama cristata) são típicos<br />

habitantes <strong>do</strong> cerra<strong>do</strong>. Naturalmente, a rica fauna<br />

oferece muitas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s para as aves <strong>de</strong> rapina<br />

e para os come<strong>do</strong>res <strong>de</strong> carcaças.

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