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CAPÍTULO 2 CÁLCULO VECTORIAL

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<strong>CAPÍTULO</strong> 2<br />

<strong>CÁLCULO</strong> <strong>VECTORIAL</strong><br />

2.1. Grandezas escalares e vectoriais.<br />

Noção de Vector.<br />

As grandezas físicas podem ser escalares ou vectoriais.<br />

As grandezas massa, comprimento, tempo ficam completamente<br />

definidas pelo seu valor numérico e por uma unidade: 22 kg, por<br />

exemplo. São grandezas escalares. As grandezas escalares combinamse<br />

de acordo com as regras de álgebra ordinária.<br />

Pelo contrário, a acção de um corpo sobre outro (uma força) só fica<br />

caracterizada pelas suas intensidade, direcção e pelo seu sentido.<br />

Trata-se de uma grandeza vectorial.<br />

Os vectores são definidos como entes matemáticos que possuem<br />

intensidade, direcção e sentido, e que se combinam segundo certas<br />

regras específicas: a álgebra vectorial.<br />

Representação gráfica<br />

Considere-se o sistema<br />

ortonormado representado na<br />

figura. Os vectores representam-se<br />

graficamente por segmentos<br />

orientados.<br />

Nos diagramas, escolhida uma<br />

escala, o comprimento de um vector é proporcional ao seu módulo; a<br />

direcção e o sentido do vector representam a direcção e o sentido da<br />

grandeza em causa.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 10<br />

ˆk<br />

ˆj<br />

î<br />

r <br />

P( xyz , , )


Vector livre / vector aplicado<br />

Um vector utilizado para<br />

representar uma força que actua<br />

num determinado ponto material tem<br />

bem definido o seu ponto de<br />

aplicação, o ponto material. É um<br />

vector aplicado; não pode ser<br />

deslocado sem modificar as<br />

condições do problema.<br />

Outras grandezas físicas, e.g. os momentos, são representadas por<br />

vectores que se podem deslocar paralelamente a si mesmos,<br />

livremente no espaço. São vectores livres.<br />

Finalmente, há ainda outras grandezas físicas, e.g. as forças actuantes<br />

em corpos rígidos, que são representadas por vectores que se podem<br />

deslocar ao longo da sua linha de acção. São vectores deslizantes.<br />

Dois vectores P e P ’ de mesma intensidade, direcção e sentido são<br />

ditos iguais quer tenham ou não o mesmo ponto de aplicação.<br />

O vector oposto ou simétrico de um determinado vector P é definido<br />

como sendo um vector com a mesma intensidade e direcção de P , e<br />

sentido oposto ao de P . Representa-se por – P . Os vectores P e – P <br />

são designados vectores directamente opostos.<br />

A soma de dois vectores directamente opostos é o vector nulo, 0 .<br />

P + (- P ) = 0 <br />

Estática 2003/04 – Pág. 11


2.2. Método gráfico de adição de vectores.<br />

A adição de vectores efectuase<br />

segundo a regra do<br />

paralelogramo.<br />

O vector soma é a diagonal do<br />

paralelogramo.<br />

Propriedades<br />

Como o paralelogramo<br />

construído com os vectores P e Q não depende da ordem segundo a<br />

qual são tomados, verifica-se que a<br />

adição de dois vectores é comutativa:<br />

P + Q = Q + P <br />

Ou alternativamente pela regra do<br />

triângulo.<br />

O vector soma obtem-se unindo a origem de<br />

um vector com a extremidade do outro. (Propr. Comutativa)<br />

Subtrair um vector é somar ao<br />

primeiro vector o oposto do<br />

segundo vector.<br />

P - Q = P + (-Q )<br />

Adição de três ou mais vectores<br />

A adição de três ou mais vectores pode ser obtida pela aplicação<br />

repetida da regra do paralelogramo ou do triângulo aos sucessivos<br />

pares de vectores, até que todos os vectores tenham sido<br />

substituídos por um único vector. Se os vectores iniciais forem<br />

coplanares (i.e., contidos no mesmo plano), será facil obter a sua soma<br />

graficamente.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 12


A adição de três vectores P , Q e S será, por definição, obtida pela<br />

adição inicial dos vectores P e Q e, adicionando posteriormente S <br />

ao vector P + Q <br />

Aplicação sucessiva da regra do triângulo: regra do<br />

polígono para a adição de vectores.<br />

O resultado permanece inalterado se os vectores Q e S forem<br />

substituídos pela sua soma Q + S , o que exprime o facto da adição<br />

vectorial ser uma operação associativa:<br />

P + Q + S = ( P + Q ) + S = P + ( Q + S )<br />

A ordem pela qual os vários vectores são somados é irrelevante.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 13


Produto de um escalar por um vector<br />

Define-se o produto kP , de um escalar k por um vector P , como<br />

um vector com:<br />

a mesma direcção e sentido de P (se k for positivo)<br />

ou<br />

direcção igual e sentido oposto ao de P (se k for negativo),<br />

e em qualquer caso, a intensidade igual ao produto de P pelo valor<br />

absoluto de k.<br />

As propriedades e os resultados<br />

apresentadas para vectores são<br />

válidos para qualquer sistema de<br />

vectores, em particular para os<br />

vectores que representam forças.<br />

Na sequência utilizaremos forças<br />

físicas em vez de vectores com o<br />

objectivo de tornar este curso mais intuitivo.<br />

Resultante de várias forças concorrentes<br />

Considere-se um ponto material A sujeito à acção de diversas forças.<br />

Como todas elas passam pelo ponto A, são chamadas forças<br />

concorrentes.<br />

Pela utilização repetida da regra do paralelogramo (regra do polígono)<br />

obtém-se o vector R , que representa a força resultante das forças<br />

concorrentes, i.e. uma força única que produz o mesmo efeito que as<br />

forças originais sobre o ponto material A.<br />

regra do polígono<br />

Estática 2003/04 – Pág. 14<br />

ordem irrelevante


2.3. Componentes cartesianas de vectores.<br />

Sistema de coordenadas cartesianas. Versores.<br />

Se duas ou mais forças actuantes sobre um ponto material<br />

podem ser substituídas por uma única força resultante,<br />

reciprocamente, uma única força F que actua sobre um ponto<br />

material pode ser substituída por duas ou mais forças que,<br />

juntas, tenham o mesmo efeito sobre o ponto material. A estas<br />

forças chamamos componentes da força original F , e este<br />

processo de substituição denomina-se decomposição da força<br />

F em componentes.<br />

Facilmente se verifica que para cada força F existe um número<br />

infinito de conjuntos possíveis de componentes.<br />

Contudo, na maioria dos problemas é conveniente decompor a<br />

força em componentes normais entre si, que são as mais<br />

utilizadas: as componentes rectangulares, onde um vector se<br />

exprime como a soma de dois vectores perpendiculares entre si.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 15


Forças no Plano (2 dimensões):<br />

A força F é decomposta nas componentes x F , segundo o eixo<br />

Ox, e Fy , segundo o eixo Oy, no caso bidimensional. O<br />

paralelogramo desenhado para obtenção das duas componentes<br />

é um rectângulo, e x F e y F são denominadas componentes<br />

cartesianas.<br />

Nos casos que envolvem apenas duas dimensões (i.e., podem ser<br />

formulados e resolvidos num plano) os eixos Ox e Oy são<br />

escolhidos segundo duas direcções perpendiculares quaisquer,<br />

escolhidas convenientemente para cada problema. Ao sistema<br />

ortogonal de eixos chama-se Sistema de Coordenadas<br />

Cartesianas 2-D.<br />

Se definirmos agora dois vectores de intensidade ou módulo 1,<br />

orientados respectivamente segundo os eixos Ox e Oy; são<br />

denominados vectores unitários ou versores, e representados por<br />

î e jˆ , respectivamente.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 16


Relembrando a definição do produto de um escalar por um vector<br />

podemos então escrever <br />

Fx <br />

= Fxiˆ<br />

= F ˆj<br />

e então temos<br />

onde os escalares x F e F y podem ser positivos ou negativos,<br />

dependendo do sentido dos vectores Fx e y F coincidir ou não com<br />

o sentido do vector unitário (i.e., do eixo) correspondente. Os<br />

valores absolutos de x F e F y são respectivamente iguais às<br />

intensidades das forças componentes Fx e y F .<br />

Não esquecer: F x e F y componentes escalares da força F <br />

Fx e y F componentes vectoriais de F <br />

Denominando F a intensidade da força F e θ o ângulo entre F <br />

e o eixo Ox , medido sempre a partir do semi-eixo positivo e no<br />

sentido anti-horário, as componentes escalares de F <br />

exprimimem-se como<br />

e tem-se que<br />

Fy y<br />

<br />

F = Fx<br />

+ Fy<br />

= Fxiˆ<br />

+ F ˆ<br />

y j<br />

F x = F cos θ e F y = F sin θ<br />

2 2 2<br />

F = Fx+ Fy<br />

e tanq = Fy Fx<br />

As relações obtidas são válidas para quaisquer ângulos θ entre<br />

0º e 360º, que definem os sinais e os valores absolutos das<br />

componentes escalares F x e F y .<br />

Estática 2003/04 – Pág. 17


Forças no Espaço (3 dimensões):<br />

Consideremos agora a força F aplicada na origem O do Sistema de<br />

Coordenadas Cartesianas 3-D, x, y e z. Para definir a direcção de F ,<br />

considera-se o plano OBAC que contém simultaneamente F e um eixo,<br />

neste caso, o eixo vertical. O ângulo φ, que o plano OBAC forma com o<br />

plano xOy, define a orientação do plano OBAC, enquanto que a direcção<br />

de F nesse plano é definida pelo ângulo θy, que F forma com o eixo<br />

Oy.<br />

A força F é decomposta numa componente vertical y F , e numa<br />

componente horizontal Fh . Temos uma força no plano OBAC, e<br />

podemos escrever as componentes escalares<br />

F y = F cos θy<br />

F h = F sen θy<br />

Mas Fh encontra-se no plano xOz, pelo que pode ser decomposta<br />

em duas componentes cartesianas Fx e Fz , segundo os eixos<br />

Ox e Oz, respectivamente. Tem-se então<br />

F x = F h cos φ = F sen θy cos φ<br />

F z = F h sen φ = F sen θy sen φ<br />

Estática 2003/04 – Pág. 18


Aplicando o Teorema de Pitágoras aos triângulos OAB e OCD, pode<br />

escrever-se<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2 2 2<br />

F = ( OA)<br />

= ( OB)<br />

+ ( BA)<br />

= Fy<br />

+ Fh<br />

2<br />

F h<br />

donde se obtem<br />

= OC = OD + DC = F + F<br />

2<br />

2<br />

2 2 2<br />

( ) ( ) ( ) x z<br />

F = F + F + F<br />

Denominando θx e θz respectivamente os<br />

ângulos que F forma com os eixos Ox e Oz,<br />

podemos escrever<br />

2<br />

x<br />

2<br />

y<br />

Estática 2003/04 – Pág. 19<br />

2<br />

z<br />

F x = F cos θx<br />

F y = F cos θy<br />

F z = F cos θz<br />

Os três ângulos θx, θy e θz definem a direcção da força F . Os cosenos<br />

de θx, θy e θz são conhecidos por cosenos directores da força F , e<br />

obtém-se como<br />

cos θx = x F F cos θy = y<br />

Introduzindo os vectores î , jˆ e kˆ ,<br />

orientados segundo os eixos Ox, Oy e Oz,<br />

respectivamente, a força F escreve-se<br />

<br />

<br />

F = Fx<br />

+ Fy<br />

+ Fz<br />

= Fxiˆ<br />

+ F ˆ<br />

y j + Fzkˆ<br />

onde as componentes escalares x F , F y<br />

e F z são definidas atrás.<br />

Substituindo as componentes escalares<br />

F x , F y e F z obtemos<br />

<br />

F = F(<br />

cosθ iˆ<br />

cosθ<br />

ˆj<br />

cosθ<br />

kˆ<br />

) F ˆ<br />

x + y + z = λ com<br />

ˆ λ = cosθ<br />

ˆ + cosθ<br />

ˆj<br />

+ cosθ<br />

kˆ<br />

xi<br />

y<br />

z<br />

Força como produto de escalar F por vector<br />

unitário da direcção de F .<br />

F F cos θz = FzF triedro positivo de eixos<br />

ortogonais


2.4. Método analítico de adição de vectores<br />

Quando pretendemos adicionar três ou mais forças, torna-se<br />

complicado obter uma solução gráfica, pelo que convém utilizar uma<br />

solução analítica, através da decomposição de cada força nas suas<br />

componentes cartesianas.<br />

Se considerarmos, por exemplo, a acção de três forças complanares<br />

sobre um ponto material, A.<br />

Determinaremos a sua resultante, definida por i<br />

i <br />

pela soma das suas componentes cartesianas. R = Rx+ Ry.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 20<br />

<br />

R = F = P+ Q+ S<br />

Decompondo cada força nas suas componentes cartesianas, temos<br />

ou seja<br />

<br />

R = Rx + Ry = R ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ<br />

xi + Ry j = Pi x + Py j + Qi x + Qy j + Si x + Sy j =<br />

= P + Q + S iˆ+ P + Q + S ˆj<br />

Â<br />

( x x x) ( y y y)<br />

R = P + Q + S<br />

R = P + Q + S<br />

x x x x<br />

y y y y<br />

ou, de forma compacta, para o caso bidimensional,<br />

RxFx R = Â<br />

F<br />

= Â y y<br />

,


Genericamente, no espaço tridimensional, as componentes escalares<br />

Rx, Ry e Rz da resultante R de várias forças que actuam sobre um<br />

ponto material obtém-se pela adição algébrica das correspondentes<br />

componentes escalares das forças iniciais.<br />

( F i + F ˆj<br />

+ F kˆ<br />

) = ( F ) iˆ<br />

+ ( F ) ˆj<br />

+ ( F )kˆ<br />

<br />

R<br />

<br />

= Rx<br />

<br />

+ Ry<br />

<br />

+ Rz<br />

= ∑ ˆ<br />

x y z ∑ x ∑ y ∑ z<br />

ou seja<br />

R x = Fx<br />

R y = ∑ Fy<br />

R z = ∑ Fz<br />

∑<br />

O módulo da resultante R e os ângulos θx, θy e θz formados com os<br />

eixos coordenados são obtidos analogamente:<br />

2 2<br />

R = Rx<br />

+ Ry<br />

+ R<br />

e os cosenos directores da resultante R <br />

cos θx = x R R cos θy = y<br />

2.5. Produto escalar ou interno de dois vectores<br />

O produto escalar ou interno de dois vectores, P e Q , é definido<br />

como sendo o produto dos módulos de P e Q pelo coseno do ângulo θ<br />

formado por P e Q (θ ≤180º).<br />

Estática 2003/04 – Pág. 21<br />

2<br />

z<br />

R R cos θz = z<br />

P • Q =<br />

<br />

PQ cosθ<br />

R R<br />

Muito importante: o resultado não é um vector, mas<br />

um escalar.


Em termos das suas componentes cartesianas, o produto escalar de<br />

dois vectores, P e Q , escreve-se<br />

( Pxiˆ<br />

+ P ˆ<br />

y j + Pz<br />

kˆ<br />

) • ( Qxiˆ<br />

+ Q ˆ<br />

y j + Qzkˆ<br />

) = PxQ<br />

x + PyQ<br />

y PzQ<br />

z<br />

<br />

P • Q =<br />

+<br />

e.g.<br />

Estática 2003/04 – Pág. 22<br />

(prop. distrib)<br />

O produto escalar de dois vectores é comutativo, i.e.,<br />

<br />

P • Q = Q • P<br />

O produto escalar é também distributivo, i.e.,<br />

<br />

P •<br />

<br />

( Q1<br />

+ Q2<br />

) = P • Q1<br />

+ P • Q2<br />

Determinação do ângulo formado por dois vectores<br />

Dados os mesmos vectores P e Q ,<br />

escritos em termos das suas componentes:<br />

<br />

= P iˆ<br />

+ P ˆj<br />

+ P kˆ<br />

<br />

= Q iˆ<br />

+ Q ˆj<br />

+ Q kˆ<br />

P x y z<br />

Q x y z<br />

igualando as expressões obtidas atrás para o seu produto escalar,<br />

tem-se<br />

que nos permite escrever<br />

iˆ<br />

• iˆ<br />

= 1<br />

iˆ<br />

• ˆj<br />

= 0<br />

<br />

P • Q = PQcosθ<br />

= P Q + P Q + P Q<br />

x<br />

cos<br />

θ =<br />

ˆj<br />

• ˆj<br />

= 1<br />

ˆj<br />

• kˆ<br />

= 0<br />

x<br />

y<br />

y<br />

kˆ<br />

• kˆ<br />

= 1<br />

kˆ<br />

• iˆ<br />

= 0<br />

Px Qx<br />

+ PyQ<br />

y + PzQ<br />

z<br />

PQ<br />

z<br />

z


Projecção de um vector sobre um eixo<br />

Consideremos um vector P que forma um<br />

ângulo θ com um eixo ou recta orientada<br />

OL. A projecção de P sobre o eixo OL é<br />

definida como sendo o escalar<br />

POL = P cosθ<br />

.<br />

Se considerarmos que o vector Q está<br />

orientado segundo o eixo OL, o produto<br />

escalar entre P e Q escreve-se<br />

de onde se deduz<br />

ou ainda<br />

<br />

P • Q = PQcosθ<br />

= POLQ<br />

OL<br />

P<br />

OL<br />

<br />

P • Q PxQ<br />

= =<br />

Q<br />

x<br />

+ PyQ<br />

Q<br />

Estática 2003/04 – Pág. 23<br />

x<br />

x<br />

y<br />

y<br />

+ P Q<br />

P = P • ˆ λ = P cosθ<br />

+ P cosθ<br />

+ P cosθ<br />

<br />

2.6. Produto vectorial ou externo de dois vectores<br />

O produto vectorial ou externo de<br />

dois vectores, P e Q , representado<br />

pela expressão matemática<br />

V = P ×Q <br />

é definido como sendo o vector V <br />

que satisfaz as seguintes condições:<br />

y<br />

z<br />

z<br />

z<br />

z


1. A linha de acção de V é perpendicular ao plano que contém os<br />

vectores, P e Q ;<br />

2. O módulo de V é o produto dos módulos de<br />

P e Q pelo seno do ângulo θ formado<br />

por P e Q (θ ≤180º).<br />

Estática 2003/04 – Pág. 24<br />

V =<br />

PQsenθ<br />

3. O sentido de V é tal que uma pessoa colocada na extremidade de<br />

V observará como sendo anti-horária a rotação θ que traz o vector<br />

P sobre o vector Q . Os três vectores P , Q e V formam um<br />

triedro positivo ou directo.<br />

NOTA: Se P e Q não tiverem,<br />

inicialmente, o mesmo ponto<br />

de aplicação, deverão ser<br />

colocados com as origens no<br />

mesmo ponto.<br />

Determinemos os produtos vectoriais dos diversos pares possíveis de<br />

vectores unitários î , jˆ e k ˆ .<br />

iˆ<br />

× iˆ<br />

= 0<br />

iˆ<br />

× ˆj<br />

= kˆ<br />

iˆ<br />

× kˆ<br />

= − ˆj<br />

ˆj<br />

× iˆ<br />

= −kˆ<br />

ˆj<br />

× ˆj<br />

= 0<br />

ˆj<br />

× kˆ<br />

= iˆ<br />

kˆ<br />

× iˆ<br />

=<br />

ˆj<br />

kˆ<br />

× ˆj<br />

= −iˆ<br />

kˆ<br />

× kˆ<br />

= 0


Determinação do sinal do produto vectorial ou<br />

externo de dois vectores unitários: será positivo<br />

se se seguirem um ao outro no sentido antihorário<br />

e negativo em caso contrário.<br />

Em termos das suas componentes cartesianas, o<br />

produto vectorial de dois vectores, P e Q , escreve-se<br />

( ˆ ˆ ˆ) ( ˆ ˆ ˆ<br />

x y z x y z )<br />

<br />

V = P¥ Q= Pi + P j + Pk ¥ Qi + Q j + Qk =<br />

( ) ( ) ( ) ˆ<br />

P ˆ ˆ<br />

yQz PQ z y i PQ z x PQ x z j PQ x y PQ y x k<br />

= - + - + -<br />

(prop. distrib)<br />

As componentes cartesianas do produto<br />

vectorial V são então:<br />

Estática 2003/04 – Pág. 25<br />

V<br />

V<br />

V<br />

x<br />

y<br />

z<br />

=<br />

P<br />

y<br />

z<br />

x<br />

Q<br />

z<br />

= P Q<br />

x<br />

= P Q<br />

y<br />

− P Q<br />

z<br />

− P Q<br />

x<br />

− P<br />

O produto vectorial V pode ser expresso através de um determinante.<br />

Da 3ª condição resulta que o produto vectorial não é comutativo:<br />

<br />

Q × P = −<br />

<br />

( P × Q)<br />

A propriedade associativa também não se verifica no produto<br />

vectorial. Em geral,<br />

por exemplo:<br />

<br />

( P × Q)<br />

× S ≠ P × ( Q × S )<br />

( iˆ<br />

× ˆj<br />

) × ˆj<br />

≠ iˆ<br />

× ( ˆj<br />

× ˆj<br />

)<br />

Mas o produto vectorial é distributivo, i.e., verifica-se a seguinte<br />

relação, de extrema importância neste curso de Estática:<br />

<br />

P ×<br />

<br />

( Q1<br />

+ Q2<br />

) = P × Q1<br />

+ P × Q2<br />

y<br />

Q<br />

y<br />

z<br />

x


2.7. Produto misto de três vectores<br />

O produto misto de três vectores, S , P e Q , é definido como sendo<br />

o produto escalar de S pelo produto vectorial de P e Q ; é dado pela<br />

expressão<br />

<br />

( P × Q)<br />

PQ cosθ<br />

<br />

S • =<br />

Estática 2003/04 – Pág. 26

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