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USO DO PASTEJO ROTACIONADO PARA PRODUÇÃO DE OVINOS<br />

INTRODUÇÃO<br />

José Neuman Miranda Neiva<br />

A zona s<strong>em</strong>i-árida perfaz <strong>de</strong> 60 a 65% da área total do Nor<strong>de</strong>ste (LIRA et al.,<br />

1990) e é caracterizada por áreas <strong>de</strong> solos rasos e pedregosos, baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

retenção <strong>de</strong> água, elevada evaporação, potencialida<strong>de</strong> para erosão, altas t<strong>em</strong>peraturas e<br />

irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição das chuvas (DUQUE, 1980). Essas características,<br />

associadas a um manejo ina<strong>de</strong>quado, contribu<strong>em</strong> para os baixos índices zootécnicos<br />

observados na região.<br />

Manejar corretamente pastagens é uma das tarefas mais árduas que os técnicos ou<br />

os produtores encontram numa fazenda <strong>de</strong> pecuária. De uma maneira geral alguns<br />

objetivos pretendidos pelos produtores são difíceis <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> atingidos simultaneamente.<br />

Os objetivos principais do manejo <strong>de</strong> pastagens são: a) manter elevada a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

populacional das espécies mais palatáveis e aceitáveis pelos animais ao longo do t<strong>em</strong>po;<br />

b) equilibrar o fator produção e qualida<strong>de</strong> do pasto <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma faixa razoável para<br />

ambos, uma vez que estes não po<strong>de</strong>m ser maximizados simultaneamente; c) fornecer<br />

nutrientes <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong> suficiente para os animais <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar<strong>em</strong> suas funções<br />

produtivas como crescimento e produção <strong>de</strong> carne, lã e leite; d) tornar a produção das<br />

pastagens sustentável ao longo dos anos e acima <strong>de</strong> tudo mantendo o equilíbrio do<br />

ecossist<strong>em</strong>a; e) manter relação harmônica entre solo, planta, animal e meio ambiente.


O objetivo <strong>de</strong>sta palestra será discutir os princípios básicos <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> pastagens<br />

<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as intensivos <strong>de</strong> produção. Será enfatizado principalmente o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo<br />

rotacionado e irrigado com ovinos.<br />

TERMINOLOGIA SOBRE SISTEMAS DE PASTEJO<br />

-Manejo do pastejo - É a manipulação do animal <strong>em</strong> pastejo <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> um<br />

objetivo <strong>de</strong>finido <strong>em</strong> termos do animal, da planta, solo ou mesmo respostas econômicas.<br />

- Método <strong>de</strong> pastejo - São os procedimentos <strong>de</strong>finidos ou técnicas <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong><br />

pastejo estabelecidas para que se consiga atingir objetivos específicos.<br />

- Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo - É a maneira a qual os períodos <strong>de</strong> utilização e <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso<br />

das pastagens são arranjados <strong>de</strong>ntro da estação <strong>de</strong> crescimento, tanto <strong>de</strong>ntro como entre<br />

os anos. Na verda<strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo é uma combinação <strong>de</strong>finida e integrada do<br />

animal, da planta, do solo e <strong>de</strong> outros componentes do ambiente e o(s) método(s) <strong>de</strong><br />

pastejo pelo(s) qual(is) o sist<strong>em</strong>a é manejado para atingir resultados ou objetivos<br />

específicos.<br />

-Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corte ou pastejo - É <strong>de</strong>terminada pela altura <strong>de</strong> corte ou pastejo da<br />

planta. Quanto mais alto o corte ou pastejo, menor é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> r<strong>em</strong>ovida<br />

por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planta, e consequent<strong>em</strong>ente menor é a intensida<strong>de</strong>.<br />

-Freqüência <strong>de</strong> corte ou pastejo - Refere-se ao intervalo <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po entre cortes ou<br />

pastejos sucessivos.<br />

-Persistência - É a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma planta - É a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong><br />

sobreviver numa pastag<strong>em</strong>


-Disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> ou forrag<strong>em</strong> disponível presente numa pastag<strong>em</strong> e<br />

que está disponível para os animais.<br />

Período <strong>de</strong> ocupação- É o período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po que uma área específica é ocupada<br />

por um grupo <strong>de</strong> animais ou por dois ou mais grupos <strong>de</strong> animais <strong>em</strong> sucessão.<br />

Período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso - É o período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que não se permite a utilização <strong>de</strong><br />

uma área <strong>de</strong> pastag<strong>em</strong>, ou seja, permite-se o <strong>de</strong>scanso da área.<br />

Taxa <strong>de</strong> lotação - É a relação entre o número <strong>de</strong> animais e a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área<br />

utilizada durante um período especificado <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po.<br />

Densida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lotação ou animal - É a relação entre o número <strong>de</strong> animais e a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área específica que está sendo pastejada <strong>em</strong> qualquer momento.<br />

Pressão <strong>de</strong> pastejo - É a relação entre o número ou peso vivo dos animais <strong>em</strong><br />

pastejo e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> disponível na pastag<strong>em</strong>.<br />

Capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte - É a taxa <strong>de</strong> lotação máxima que irá permitir <strong>de</strong>terminado<br />

nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho animal <strong>em</strong> um método <strong>de</strong> pastejo especificado, o qual po<strong>de</strong>rá ser<br />

aplicado durante um período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>finido s<strong>em</strong> causar <strong>de</strong>terioração do sist<strong>em</strong>a.<br />

Super-pastejo - Caracteriza-se pelo pastejo intensivo e freqüente das pastagens,<br />

acarretando danos à vegetação, com possíveis perdas <strong>de</strong> espécies forrageiras valiosas.<br />

Sub-pastejo - O pastejo se realiza a uma baixa pressão, o que permite a seleção da<br />

dieta pelo animal e o acúmulo <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>.<br />

Manejo do pastejo - É a manipulação do animal <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> um objetivo <strong>de</strong>finido.<br />

Método <strong>de</strong> pastejo - É o procedimento <strong>de</strong>finido ou técnica <strong>de</strong> pastejo estabelecido<br />

para atingir objetivos específicos. Dentro <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo po<strong>de</strong>m ser utilizados<br />

um ou mais métodos <strong>de</strong> pastejo.


Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo - É a combinação <strong>de</strong>finida e integrada do animal, da planta, do<br />

solo e <strong>de</strong> outros componentes do ambiente e o(s) método (s) <strong>de</strong> pastejo pelo (s) qual (is) o<br />

sist<strong>em</strong>a é manejado para atingir resultados ou objetivos específicos.<br />

LOTAÇÃO CONTÍNUA OU ROTACIONAL<br />

O manejo do pastejo implica um grau <strong>de</strong> controle tanto sobre o animal como do<br />

pasto. O pastejo contínuo e o rotacional representam os dois extr<strong>em</strong>os no manejo do<br />

pastejo.<br />

O pastejo contínuo é caracterizado pela presença contínua e irrestrita <strong>de</strong> animais <strong>em</strong><br />

uma área específica durante o ano ou estação <strong>de</strong> pastejo. O pastejo contínuo normalmente<br />

é utilizado <strong>em</strong> pastagens nativas ou naturais on<strong>de</strong> se obtém menores taxas <strong>de</strong> produção,<br />

<strong>de</strong>stacando-se entretanto que o mesmo po<strong>de</strong> ser <strong>em</strong> muitos casos intensificado assim<br />

como o é o pastejo rotacionado. Outro aspecto que <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>stacado é que mesmo num<br />

sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo contínuo não se admite a ausência total das cercas divisórias pois os<br />

animais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser separados <strong>em</strong> categorias (ida<strong>de</strong>, sexo, espécies e etc).<br />

Por outro lado, o pastejo rotacionado é caracterizado pela subdivisão das pastagens<br />

e utilização por períodos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po limitado, seguido <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso.<br />

Exist<strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s divergências sobre qual método <strong>de</strong> pastejo utilizar. Embora a<br />

literatura seja rica <strong>em</strong> informações, os resultados são contraditórios (MANNETJE et al<br />

1976; MORLEY, 1981; BLASER, 1982; THOMAS e ROCHA,1985; MARASCHIN,<br />

1994; RODRIGUES e REIS,1997).<br />

Segundo GARDNER e ALVIM (1985), essa divergência não <strong>de</strong>veria existir, uma<br />

vez que o pastejo a ser adotado está condicionado a alguns fatores como tipo <strong>de</strong> planta a<br />

ser utilizada, clima da região, espécie a ser utilizada e tipo <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>ntre outros.


RODRIGUES e REIS (1997) comentaram que qualquer sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo po<strong>de</strong>rá<br />

resultar <strong>em</strong> ótimo <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho animal, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do consumo <strong>de</strong> energia, o qual está<br />

relacionado com a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>, proporção <strong>de</strong> folhas na pastag<strong>em</strong>,<br />

digestibilida<strong>de</strong> e consumo. Já BLASER (1982) afirma que a produção animal por hectare<br />

obtida <strong>em</strong> diferentes métodos <strong>de</strong> pastejo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características morfológicas das<br />

plantas e da freqüência, da Intensida<strong>de</strong> e da época <strong>de</strong> utilização das pastagens.<br />

Nas condições do nor<strong>de</strong>ste brasileiro, poucos trabalhos foram feitos comparando os<br />

vários métodos <strong>de</strong> pastejo. MANNETJE et al (1976) revisaram os resultados <strong>de</strong> 12<br />

experimentos <strong>de</strong> pastejo nos trópicos e verificaram que <strong>em</strong> 8 experimentos o pastejo<br />

contínuo foi superior, enquanto nos <strong>de</strong>mais experimentos os resultados se ass<strong>em</strong>elharam.<br />

Segundo GARDNER e ALVIM (1985) para que o pastejo rotacionado resulte <strong>em</strong><br />

aumento da produção animal, e consequent<strong>em</strong>ente se obtenha maior lucro, é necessário<br />

que haja aumentos na produção ou na qualida<strong>de</strong> das pastagens, aumento no consumo<br />

animal, maior Persistência das espécies forrageiras ou melhor controle <strong>de</strong> parasitas no<br />

animal. Os referidos pesquisadores afirmam que com baixas taxas <strong>de</strong> lotação,<br />

provavelmente, não haverá aumentos <strong>de</strong> produção <strong>em</strong> função do pastejo rotacionado.<br />

Também MORLEY (1981) afirma que a pesquisa mundial t<strong>em</strong> encontrado pequenas<br />

vantagens <strong>em</strong> favor do pastejo rotacionado apenas <strong>em</strong> altas lotações.<br />

Este fato foi observado por RIEWE (1985), que <strong>de</strong>tectou uma interação entre a taxa<br />

<strong>de</strong> lotação e o método <strong>de</strong> pastejo. Com taxa <strong>de</strong> lotação leve ou mo<strong>de</strong>rada o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

animal sob pastejo contínuo po<strong>de</strong> ser igual ou superior ao obtido <strong>em</strong> pastejo rotacionado.<br />

Por outro lado, o pastejo rotacionado favoreceria o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho animal <strong>em</strong> pastagens<br />

on<strong>de</strong> se utilizam taxas <strong>de</strong> lotação mais altas.


Nas condições do s<strong>em</strong>i-árido nor<strong>de</strong>stino, on<strong>de</strong> o período <strong>de</strong> produção das pastagens<br />

é curto e as espécies utilizadas apresentam potencial <strong>de</strong> produção relativamente baixo, a<br />

utilização do método <strong>de</strong> pastejo rotacionado intensivo <strong>de</strong>ve ser impl<strong>em</strong>entado somente<br />

quando as limitações edafo-climáticas for<strong>em</strong> superadas e gramíneas mais produtivas<br />

introduzidas. O elevado custo para construção e manutenção <strong>de</strong> cercas divisórias<br />

certamente contribuirão para elevação do custo <strong>de</strong> produção, principalmente se utilizar-se<br />

as espécies caprina e ovina, que exig<strong>em</strong> cercas mais elaboradas.<br />

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA USO DO PASTEJO ROTACIONADO<br />

O uso do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo rotacionado implica <strong>em</strong> intensificação <strong>em</strong><br />

intensificação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> produção. Desta forma fica claro que <strong>de</strong>ve haver condições<br />

naturais ou artificiais para se intensificar a produção <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong>. O produtor que optar<br />

pelo pastejo rotacionado <strong>em</strong> sua proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r que para intensificar a<br />

produção algumas condições <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser atendidas. A seguir comentar<strong>em</strong>os os principais<br />

pontos a ser<strong>em</strong> observados pelos produtores na implantação <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> ovinos com pastejo rotacionado nas pastagens.<br />

PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA<br />

Para se adotar o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo rotacionado a região <strong>de</strong>ve apresentar<br />

precipitação pluvial b<strong>em</strong> distribuída e <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong> que permita o uso das pastagens <strong>em</strong><br />

pelo menos cinco meses do ano. Caso não haja tais condições climáticas <strong>de</strong>ve se avaliar a<br />

possibilida<strong>de</strong> do uso da irrigação.<br />

É importante que o produtor assuma que havendo baixa produção <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> e<br />

principalmente produção <strong>de</strong>scontínua não haverá produção animal suficiente para pagar<br />

os custos <strong>de</strong> implantação do sist<strong>em</strong>a que é relativamente alto (construção <strong>de</strong> cercas).


FERTILIDADE DOS SOLOS<br />

Como o uso do pastejo rotacionado se baseia <strong>em</strong> altas taxas <strong>de</strong> lotação animal,<br />

obviame que <strong>de</strong>verá ocorrer altas produções <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> e obviamente gran<strong>de</strong> r<strong>em</strong>oção<br />

<strong>de</strong> nutrientes, mesmo consi<strong>de</strong>rando a reposição oriunda das fezes, urina e pasto não<br />

consumido. Sendo assim, ao instalar tais sist<strong>em</strong>as, a análise do solo pré-implantação é<br />

obrigatória para que se inicie o sist<strong>em</strong>a <strong>em</strong> pastagens com altas produções.<br />

Após a implantação do sist<strong>em</strong>a o acompanhamento da fertilida<strong>de</strong> do solo <strong>de</strong>ve<br />

ser constante, sendo aconselhado pelo menos uma análise <strong>de</strong> solo por ano <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as<br />

que utilizam as pastagens apenas durante o período chuvoso e duas análises para sist<strong>em</strong>as<br />

que utilizam as pastagens irrigadas e durante todo ano.<br />

Dentre as várias práticas utilizadas e indispensáveis para manejar corretamente<br />

uma pastag<strong>em</strong>, o acompanhamento da fertilida<strong>de</strong> dos solos via análise físico-química é<br />

das que apresentam maior relação custo-benefício. O uso incorreto da adubação por falta<br />

<strong>de</strong> informações causa prejuízos que dariam para pagar análises <strong>de</strong> solo por vários anos<br />

seguidos.<br />

Vale ressaltar que o sist<strong>em</strong>a rotacionado implica <strong>em</strong> uso <strong>de</strong> adubação <strong>em</strong> doses<br />

muito mais elevadas que o uso convencional. O uso <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a s<strong>em</strong> a correta adubação<br />

só leva a um resultado: prejuízo.<br />

QUALIDADE DOS ANIMAIS<br />

O uso intensivo das pastagens não implica <strong>em</strong> uso <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> alta linhag<strong>em</strong><br />

genética. Há que se enten<strong>de</strong>r entretanto que tal sist<strong>em</strong>a não se sustenta se for utilizada<br />

com animais oriundos <strong>de</strong> criações on<strong>de</strong> não se adota um bom manejo sanitário. Os


animais utilizados nesse sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar <strong>em</strong> plenas condições <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r à boa<br />

condição nutricional a que são submetidos.<br />

É necessário que o produtor, ao adotar o manejo intensivo das pastagens<br />

abandone o hábito <strong>de</strong> analisar a sua proprieda<strong>de</strong> pelo número <strong>de</strong> animais possui e passe a<br />

trabalhar com produtivida<strong>de</strong> por hectare, <strong>de</strong>sfrute e etc. Dev<strong>em</strong> ser abandonados alguns<br />

conceitos antigos como o que relaciona alta produção com gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> terra.<br />

O produtor, adotando esse sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ve priorizar a saú<strong>de</strong> dos animais para que<br />

haja respostas às boas condições nutricionais a que são submetidos. Um número menor <strong>de</strong><br />

animais, b<strong>em</strong> alimentados, <strong>em</strong> boas condições sanitários e ambientais po<strong>de</strong>m são mais<br />

rentáveis que um gran<strong>de</strong> número <strong>em</strong> condições precárias.<br />

USO DE GRAMÍNEAS PRODUTIVAS<br />

Num sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo rotacionado intensivo <strong>de</strong>ve se ter <strong>em</strong> mente que todas as<br />

exigências da gramínea <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser atendidas. Assim sendo o produtor <strong>de</strong>ve,<br />

preferencialmente excluir <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a alguns espécies que se adaptam b<strong>em</strong> às condições<br />

<strong>de</strong> sequeiro e que apresent<strong>em</strong> baixa produtivida<strong>de</strong>. Dois ex<strong>em</strong>plos que po<strong>de</strong>mos citar são<br />

os capins buffel (Cenchrus ciliaris) e o corrente (Urochloa mosambisensis), os quais são<br />

excelentes para se formar pastagens <strong>em</strong> regiões s<strong>em</strong>i-áridas porém não apresentam<br />

produção compatível com sist<strong>em</strong>as intensivos e irrigados.<br />

A seguir citar<strong>em</strong>os <strong>de</strong> forma sucinta algumas características que as gramíneas<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> apresentar para ser<strong>em</strong> utilizadas <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo rotacionado intensivo.<br />

1- Em função <strong>de</strong> diminuir a infestação <strong>de</strong> helmintos, <strong>de</strong>ve-se na medida do<br />

possível utilizar gramíneas cespitosas (touceiras). O uso <strong>de</strong> gramíneas cespitosas permite<br />

uma maior insolação e favorec<strong>em</strong> a inativação <strong>de</strong> larvas seja pela <strong>de</strong>ssecação das larvas e


ovos dos helmintos, seja pela <strong>de</strong>ssecação das larvas pela diminuição da umida<strong>de</strong> pela<br />

ação da radiação ultravioleta (CUNHA et al 2000).<br />

2- A gramínea <strong>de</strong>ve apresentar porte <strong>de</strong> médio a baixo que permit<strong>em</strong> maior<br />

acesso dos ovinos à forrag<strong>em</strong>. Gramíneas <strong>de</strong> porte alto po<strong>de</strong>rão, eventualmente, ser<strong>em</strong><br />

utilizadas, porém há riscos <strong>de</strong> ocorrer áreas com macega <strong>de</strong> altura elevada, levando à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> constantes roços <strong>de</strong> uniformização.<br />

3-A gramínea <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r eficient<strong>em</strong>ente à adubação, uma vez que nesse<br />

sist<strong>em</strong>a se preconiza uso <strong>de</strong> altas doses <strong>de</strong> adubo químico.<br />

4- A gramínea <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ve apresentar facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação. Normalmente<br />

gramíneas que se propagam vegetativamente apresentam custo <strong>de</strong> implantação mais<br />

elevado que aquelas que se propagam por s<strong>em</strong>entes. Há que se <strong>de</strong>stacar ainda que o<br />

ress<strong>em</strong>eio natural que ocorre com estas espécies garant<strong>em</strong> uma maior persistência no caso<br />

<strong>de</strong> ocorrer aci<strong>de</strong>ntes como fogo, pragas ou na impossibilida<strong>de</strong> eventual <strong>de</strong> irrigação<br />

(regiões s<strong>em</strong>i-áridas).<br />

5- A gramínea <strong>de</strong>ve apresentar bom perfilhamento e tolerar <strong>de</strong>sfolha intensa. Os<br />

ovinos são bastante eficientes <strong>em</strong> colher forrag<strong>em</strong> e exerc<strong>em</strong> intensa r<strong>em</strong>oção da<br />

forrag<strong>em</strong> disponível. Assim sendo a gramínea <strong>de</strong>ve apresentar intensa rebrota após o<br />

pastejo para que se consiga menores períodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso.<br />

6- A gramínea <strong>de</strong>ve apresentar elevado valor nutritivo e aceitabilida<strong>de</strong> pelos<br />

animais, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong>v<strong>em</strong> apresentar alto rendimento por área. Normalmente não se<br />

consegue maximizar todas as características <strong>de</strong>sejáveis porém <strong>de</strong>ve-se pelo menos<br />

aliminar aquelas que apresent<strong>em</strong> limitações mais sérias.


Nas condições do Nor<strong>de</strong>ste brasileiro exist<strong>em</strong> poucas espécies testadas<br />

efetivamente. Basicamente o capim gramão (Cynodon dactylon) e o Tanzânia (Panicum<br />

maximum) foram estudados pela EMBRAPA-Caprinos. Entretanto <strong>em</strong> outras regiões,<br />

espécies como os TIFTON (Cynodon spp), o capim aruana (Panicum maximum), coast-<br />

cross (Cynodon dactylon) já foram testados com relativo sucesso.<br />

Conforme citado anteriormente um gran<strong>de</strong> entrave para o uso <strong>de</strong> algumas<br />

espécies é o método <strong>de</strong> propagação. Espécies propagadas por mudas (gramão, coast-cross,<br />

tifton, estrelas) t<strong>em</strong> dificultado a formação <strong>de</strong> áreas mais extensas. Assim sendo, caso não<br />

haja gran<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudas para formação <strong>de</strong> áreas com tais espécies o melhor<br />

é optar pelo uso <strong>de</strong> espécie que se propague por s<strong>em</strong>entes. Vale l<strong>em</strong>brar que <strong>em</strong> um<br />

sist<strong>em</strong>a intensivo <strong>de</strong> produção a pasto não se po<strong>de</strong> formar áreas com baixa população <strong>de</strong><br />

plantas <strong>em</strong> função da economia <strong>de</strong> mudas no plantio. As chances <strong>de</strong> resposta econômica,<br />

nessas áreas é mínima.<br />

Há gran<strong>de</strong> interesse por parte dos produtores nas gramíneas do gênero<br />

Brachiaria. O produtor <strong>de</strong>ve evitar o uso <strong>de</strong>ssas espécies, uma vez que <strong>em</strong> função do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do fungo Pythomyces chartarum nessas plantas t<strong>em</strong> sido observado<br />

ocorrência <strong>de</strong> fotossensibilida<strong>de</strong> nos ovinos. A fotossensibilida<strong>de</strong> caracterizada pelo<br />

aparec<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> e<strong>de</strong>mas nas orelhas e face, b<strong>em</strong> como uma intensa irritação.<br />

No <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Pesquisa <strong>em</strong> <strong>Forragicultura</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Ceará<br />

uma área <strong>de</strong> 1 hectare formada com Brachiaria <strong>de</strong>cumbens está sendo utilizada por<br />

ovinos. Após ocorrer vários casos <strong>de</strong> fotossensibilida<strong>de</strong> o probl<strong>em</strong>a foi parcialmente<br />

contornado com o uso <strong>de</strong> pastejo noturno e com maior taxa <strong>de</strong> lotação que provoca um<br />

intenso rebaixamento da pastag<strong>em</strong> e cria condições <strong>de</strong>sfavoráveis para o crescimento do


fungo. Deve se <strong>de</strong>stacar entretanto que o uso do pastejo noturno é limitado pois <strong>em</strong><br />

condições extensivas e <strong>de</strong> fazendas essa prática aumentaria a perda <strong>de</strong> animais por<br />

predadores.<br />

Pelos probl<strong>em</strong>as citados acima não se recomenda o uso <strong>de</strong> gramíneas do gênero<br />

brachiária para ovinos. Caso o produtor já tenha pastagens com essas espécies <strong>de</strong>ve se<br />

precaver para evitar os probl<strong>em</strong>as com a fotossensibilida<strong>de</strong>.<br />

ASSISTÊNCIA TÉCNICA<br />

O produtor rural é acima <strong>de</strong> tudo um gran<strong>de</strong> observador e por isso mesmo<br />

conhece b<strong>em</strong> a sua proprieda<strong>de</strong>. Entretanto quando se faz a introdução <strong>de</strong> uma nova<br />

técnica na proprieda<strong>de</strong>, a qual ele <strong>de</strong>sconhece, não se po<strong>de</strong> pensar <strong>em</strong> fazer testes para<br />

saber como usa-la. Tal prática <strong>de</strong>ve ser orientada por um técnico já experiente e que evite<br />

probl<strong>em</strong>as corriqueiros e que já estão dominados pelo conhecimento.<br />

Assim sendo, há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acompanhamento técnico <strong>em</strong> todas as etapas <strong>de</strong><br />

implantação do sist<strong>em</strong>a. Uma das principais causas do insucesso no uso do pastejo<br />

rotacionado irrigado é o dimensionamento ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> piquetes e do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

irrigação. Esses erros aliados ao manejo ina<strong>de</strong>quado da fertilida<strong>de</strong> dos solos e pastag<strong>em</strong><br />

são <strong>de</strong>terminantes para o fracasso do <strong>em</strong>preendimento.<br />

CONTROLE DE VERMINOSES<br />

O uso <strong>de</strong> altas taxas <strong>de</strong> lotação no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo rotacionado intensivo<br />

aumenta consi<strong>de</strong>ravelmente a infestação por helmintos (vermes). Muitos acreditam que o<br />

sist<strong>em</strong>a por adotar a rotação <strong>de</strong> pastag<strong>em</strong> quebraria o ciclo dos helmintos, porém como o<br />

período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso é curto (25-35 dias) não há t<strong>em</strong>po suficiente para que haja<br />

eliminação das larvas infestantes. CUNHA et al (2000).alerta que o período <strong>de</strong> ocupação


não <strong>de</strong>veria ser superior a 5 dias para que se minimize a exposição dos animais às larvas<br />

infestantes (L3) eclodidas naquele mesmo ciclo <strong>de</strong> pastejo (auto-infestação). Segundo os<br />

autores, quando a população <strong>de</strong> larvas infestantes é significativa os animais já estão <strong>em</strong><br />

outros piquetes.<br />

Há qu<strong>em</strong> sugira a entrada dos animais nos piquetes apenas após a secag<strong>em</strong> do<br />

orvalho, pois nesse momento as larvas infestantes migram para as partes mais baixas do<br />

relvado procurando melhores condições ambientais e os animais sofreriam menores<br />

infestações. Essa prática precisa ser melhor avaliada na região nor<strong>de</strong>ste pois <strong>em</strong> função da<br />

alta radiação solar e t<strong>em</strong>peratura predominantes po<strong>de</strong> haver comprometimento do<br />

consumo <strong>de</strong> forrag<strong>em</strong> pelos animais <strong>em</strong> função do <strong>de</strong>sconforto ambiental nas horas mais<br />

quentes do dia.<br />

Quanto ao uso <strong>de</strong> anti-helmínticos não existe na literatura um roteiro para<br />

controle <strong>de</strong> verminose <strong>de</strong> ovinos criados <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> pastejo rotacionado intensivo na<br />

região nor<strong>de</strong>ste. No <strong>Núcleo</strong> <strong>de</strong> Pesquisa <strong>em</strong> <strong>Forragicultura</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Ceará t<strong>em</strong> se adotado o exame <strong>de</strong> fezes periódico do rebanho (amostras coletadas <strong>em</strong> 10 a<br />

20% do rebanho) e uso do anti-helmíntico quando o nível <strong>de</strong> OPGs (ovos por grama)<br />

ultrapassa 10000. Esse método t<strong>em</strong> permitido intervalo entre vermifugações <strong>de</strong> até 120<br />

dias. No futuro, mais pesquisas precisam ser impl<strong>em</strong>entadas para que se elabore um bom<br />

roteiro para controle <strong>de</strong> verminose nesses sist<strong>em</strong>as.<br />

DIMENSIONAMENTO DE UM MÓDULO DE PASTEJO ROTACIONADO<br />

O dimensionamento <strong>de</strong> um módulo para uso do pastejo rotacionado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

várias situações existentes na proprieda<strong>de</strong>.


O primeiro ponto a ser discutido é relacionado à gramínea existente ou a ser<br />

implantada. Gramíneas cespitosas(touceiras) normalmente expõe os pontos <strong>de</strong><br />

crescimento e sofr<strong>em</strong> mais com a <strong>de</strong>sfolha feita pelos animais. Para essas espécies é<br />

necessário um maior período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso para retornar com os animais.Normalmente o<br />

período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso está <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> 30 a 40 dias.<br />

Já as gramíneas estoloníferas, as quais se enraízam a partir do contato do caule<br />

com o solo, expõ<strong>em</strong> menos os pontos <strong>de</strong> crescimento e sofr<strong>em</strong> menos com o pastejo, se<br />

recuperando mais rapidamente após a saída dos animais. Para essas espécies um período<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso <strong>de</strong> 25 a 30 dias é suficiente para que os animais possam retornar aos<br />

piquetes.<br />

Outro ponto importante a ser <strong>de</strong>terminado é o período que o grupo <strong>de</strong> animais irá<br />

permanecer <strong>em</strong> cada piquete. Quanto maior o período <strong>de</strong> ocupação menor o número <strong>de</strong><br />

piquetes necessários. Para se calcular o número <strong>de</strong> piquetes é usada a seguinte fórmula:<br />

N= (PD/PO) + X, on<strong>de</strong>:<br />

N= Número <strong>de</strong> piquetes necessários,<br />

PD= Período <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso,<br />

PO= Período <strong>de</strong> ocupação,<br />

X= Número <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> animais.<br />

Como po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>duzido pela fórmula, quanto menor for o período <strong>de</strong> ocupação<br />

maior será o número <strong>de</strong> piquetes necessários.<br />

Quanto ao período <strong>de</strong> ocupação não se recomenda mais que 5 dias pois no quinto<br />

dia os animais po<strong>de</strong>rão colher as rebrotas oriundas dos perfilhos pastejados no primeiro<br />

dia <strong>de</strong> utilização do piquete. O uso <strong>de</strong> 1 dia <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ve ser utilizado apenas por


produtores que domin<strong>em</strong> bastante o manejo das pastagens pois o curto período <strong>de</strong><br />

ocupação torna difícil o ajuste no sist<strong>em</strong>a.<br />

Outro aspecto que <strong>de</strong>ve ser levado <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração é lotação instantânea quando<br />

se utiliza apenas um dia <strong>de</strong> ocupação. Se pensarmos numa pastag<strong>em</strong> <strong>de</strong> capim gramão<br />

(Cynodon dactylon) <strong>de</strong> 1 hectare on<strong>de</strong> se utiliza 1 dia <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> 29 dias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scanso, teríamos, segundo a fórmula acima 30 piquetes. Cada piquete terá uma área <strong>de</strong><br />

333,3 m 2 . Se utilizarmos a área com borregos <strong>de</strong>smamados na lotação <strong>de</strong> 80 animais por<br />

hectare, cada animal terá disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apenas 4,16 m 2 por dia. Essa pequena<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área por animal, associada com o sentido gregário dos ovinos po<strong>de</strong>rá<br />

levar a um intenso acamamento da forrag<strong>em</strong> por pisoteio.<br />

Vale l<strong>em</strong>brar ainda que quanto maior o número <strong>de</strong> piquetes, maior o gasto com<br />

cercas divisórias. No it<strong>em</strong> cercas, o produtor <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r que pelo caráter intensivo<br />

<strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> exploração das pastagens, não se concebe mais o uso <strong>de</strong> cercas com<br />

arame farpado. Além do alto custo, os estragos que esse tipo <strong>de</strong> cerca, causa à pele dos<br />

animais, torna o uso <strong>de</strong>ssa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca inviável.<br />

Atualmente recomenda-se o uso cercas elétricas ou <strong>de</strong> tela campestre. A escolha<br />

entre as duas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> particularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada proprieda<strong>de</strong>. A tela campestre <strong>em</strong>bora<br />

apresente custos <strong>de</strong> implantação mais elevados t<strong>em</strong> a vantag<strong>em</strong> <strong>de</strong> não necessitar <strong>de</strong><br />

manutenção constante. Já no caso da cerca elétrica, o custo <strong>de</strong> implantação é baixo,<br />

porém há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza periódica para se evitar que partes das plantas entr<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> contato com a cerca e provoqu<strong>em</strong> perdas <strong>de</strong> corrente. Em proprieda<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> não há<br />

energia elétrico o uso <strong>de</strong> placas <strong>de</strong> energia solar t<strong>em</strong> sido feito com sucesso.


PROJETANDO O SISTEMA DE IRRIGAÇÃO<br />

Como já foi dito anteriormente, um projeto <strong>de</strong> irrigação b<strong>em</strong> feito é a chave do<br />

sucesso do manejo das pastagens. Esse projeto só <strong>de</strong>ve ser feito por um técnico<br />

competente e idôneo. As falhas nos projetos, vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> dimensionamentos acima das<br />

reais necessida<strong>de</strong>s, o que onera o custo dos equipamentos e eleva os gastos com energia<br />

elétrica, até o uso <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong> e ina<strong>de</strong>quados.<br />

O produtor que <strong>de</strong>sejar implantar um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pastejo rotacionado irrigado<br />

<strong>de</strong>verá pois, se cercar <strong>de</strong> pessoas habilitadas e principalmente visitar algum sist<strong>em</strong>a já<br />

implantado para que possa se orientar sobre alguns procedimentos básicos a ser<strong>em</strong><br />

adotados.<br />

CONCLUSÕES<br />

Dentre as várias tecnologias existentes para a produção intensiva <strong>de</strong> ovinos ao<br />

uso intensivo das pastagens t<strong>em</strong> se <strong>de</strong>stacado. Os produtores do Nor<strong>de</strong>ste po<strong>de</strong>rão elevar<br />

<strong>de</strong> forma significativa a lucrativida<strong>de</strong> das proprieda<strong>de</strong>s se adotar o manejo intensivo <strong>de</strong><br />

pastagens, porém, <strong>de</strong>ve se enten<strong>de</strong>r que o uso <strong>de</strong> tal tecnologia é restrito a um pequeno<br />

percentual das proprieda<strong>de</strong>s existentes.<br />

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