Infernus # 25 - Associação Portuguesa de Satanismo
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da senda do silêncio hiperbóreo<br />
lastros <strong>de</strong>pressivos. Sht!<br />
mulher <strong>de</strong> negro 7 - é o mistério à<br />
luz total! misteriosa linguagem encantatória<br />
que vem do fundo dos tempos...<br />
o homem tropeça na sua própria roupa.<br />
(comtemplam os céus mas <strong>de</strong> repente<br />
ouvem-se grunhidos em aproximação.<br />
mulher <strong>de</strong> negro 3 - escutem... são<br />
os lestrigões do po<strong>de</strong>r, vamos! (fizeram<br />
uma breve dança e transformaram-se em<br />
arbustos.)<br />
(no momento em que entram vários<br />
lestrigões, cujo apontamento é a<br />
gravata, o coro <strong>de</strong> gregos suicidados,<br />
vai ganhando formas árboreas ainda<br />
que <strong>de</strong> tronco humano enverguem no<br />
lugar do crânio, raízes. com o avançar<br />
10 ~ <strong>Infernus</strong> XXV<br />
da acção ganham frutos e surgem marionetas<br />
<strong>de</strong> aves com os mais diversos<br />
cantos. um dos lestrigões é o lí<strong>de</strong>r. não<br />
usam a fala. têem gestos grotescos à<br />
mistura <strong>de</strong> um ou outro movimento<br />
<strong>de</strong> burocrata. entram em escaramuça<br />
e acabam por se <strong>de</strong>vorar uns aos outros.<br />
as mulheres <strong>de</strong> negro retomam o<br />
seu corpo em convulsões <strong>de</strong> riso. saem<br />
voando.)<br />
II acto<br />
criança - (dá a mão a outra das crianças,<br />
<strong>de</strong>spertam e procuram instalar-se no<br />
centro da roda.) nun t’ambergonhes cula<br />
mie pobreza, aprossima-te. se nun tubires<br />
muita fame cunto-t’ua stória,<br />
quieres? Assi se tu te çpuseres a oubir,<br />
ye cumo se a bibissemos, pus las sues<br />
palabras son mágicas. Lieban-te para<br />
ua outra possibelida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste mundo,<br />
adon<strong>de</strong> todos ne ls spressamos na<br />
mesma lhéngua, inda que cun códigos<br />
<strong>de</strong>frentes, pus ls cochino num pian nin<br />
las abes roncam! que çparate! (rebola <strong>de</strong><br />
riso e logo se compõe, com movimentos ritualísticos.)<br />
outra criança - <strong>de</strong>ixa-me arrumar<br />
ls planetas ne l bolso. (e surge uma carreirinha<br />
<strong>de</strong> berlin<strong>de</strong>s em forma <strong>de</strong> planeta,<br />
ou vice-versa, que ele mete ao bolso como<br />
se fosse uma rotina metódica e apressada.)<br />
anda, ampeça, que<strong>de</strong>i ansioso, pus yá<br />
stou hai milhones d’anhos a la spera!<br />
(rebola <strong>de</strong> riso e fica numa posição felina e<br />
muito atento.)<br />
criança - na mie minte han-<strong>de</strong> star<br />
siempre bibos ls nacidos <strong>de</strong> l suor, segunda<br />
raíç <strong>de</strong> la Ronda. bebian nun<br />
lugar chamado heiperbóreo !fúrun<br />
l’auga biba d’adon<strong>de</strong> brotou la cuncéncia.<br />
Todos nacemos <strong>de</strong>sse mesmo saco<br />
amniótico, <strong>de</strong>ssa inocéncia. Depuis ganhamos<br />
esta forma mortal i bertebrada.<br />
La matéria ye un momiento probísório,<br />
sabies?<br />
outra criança - saber, sabor... (ri.)<br />
sabe-me bien mas nun sei <strong>de</strong>zir-te.<br />
cuntinua...<br />
criança - guiában-se puls anstintos<br />
sprituales... a partir <strong>de</strong> cierto die,<br />
ampeçórun a quedar mais <strong>de</strong>nsos até<br />
qu’un puso un uobo! Ampeçórun a nacer<br />
<strong>de</strong> si mesmos mas d’outra forma!<br />
i fúrun estes heirmafroditas, Lemurianos,<br />
ls purmeiros a tener sexo! (ri.)<br />
fúrun eilhes que dórun ourige als gigantones<br />
<strong>de</strong> ls Atlantes! ls fundadores<br />
<strong>de</strong>sta raça cansada qu’anda pula Tierra<br />
agora...<br />
é o mistério à luz<br />
total! misteriosa<br />
linguagem encantatória<br />
que vem do<br />
fundo dos tempos...<br />
o homem tropeça na<br />
sua própria roupa.