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Infernus # 25 - Associação Portuguesa de Satanismo

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Acheronta Movebo<br />

esses sons produzem sonhos agradáveis.<br />

Assim que o voluntário acordar<br />

<strong>de</strong>ve enviar uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada<br />

daquilo que sonhou para o arquivo da<br />

experiência. Não sei bem porquê, mas<br />

esta proposta ecoa na minha mente<br />

<strong>de</strong>sconfortáveis contornos distópicos<br />

assumidamente déja-vu, em enredos<br />

orwellianos e Philip K. Dickianos. Ao entrar<br />

no sítio da aplicação, somos ainda<br />

presenteados com a informação <strong>de</strong> que<br />

através da mesma e a partir <strong>de</strong> agora<br />

po<strong>de</strong>mos partilhar os nossos sonhos<br />

com toda a nossa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> amigos no<br />

Facebook…<br />

Incipit Vita Nova<br />

“O lugar da liberda<strong>de</strong> é completamente<br />

diferente da mera oposição, diferente também<br />

daquele que a fuga lhe po<strong>de</strong> oferecer.<br />

Chamamos-lhe fl oresta. Nesse lugar há recursos<br />

diferentes do traçar um Não, que se<br />

coloca no círculo para isso previsto.”<br />

Ernst Jünger<br />

Já no século XIII, Arnaud <strong>de</strong> Villeneuve,<br />

que para além <strong>de</strong> médico, foi<br />

um talentoso erudito que dominava o<br />

20 ~ <strong>Infernus</strong> XXV<br />

grego, o árabe, as matemáticas, a fi losofi<br />

a, e ainda outras disciplinas como<br />

a astrologia, oniromancia e a cabala,<br />

afi rmava no seu Tractatus Visionum que<br />

é necessário interpretar os sonhos do<br />

enfermo e fazer-lhe o horóscopo para<br />

se estabelecer o diagnóstico. Ciente <strong>de</strong><br />

que o diagnóstico ao Mundo Mo<strong>de</strong>rno,<br />

ainda que através <strong>de</strong> perspectivas<br />

distintas, já há muito foi estabelecido<br />

por fi guras como C.G. Jung, René<br />

Guenón, Julius Evola ou mesmo Anton<br />

Szandor La Vey, parece-me oportuno<br />

referir a possibilida<strong>de</strong> da adopção <strong>de</strong><br />

uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> não conformida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> anti-colaboracionismo com todas<br />

as formas tentaculares ao serviço das<br />

“hordas selvagens”.<br />

Permitam-me então que convoque<br />

aqui a fi gura do Desterrado tal como<br />

foi enunciada por Ernst Jünger, no seu<br />

livro O Passo da Floresta, que é consensualmente<br />

reconhecido como o ensaio<br />

obrigatório para todos os que querem<br />

penetrar no pensamento do autor, e<br />

on<strong>de</strong> se esclarece um problema e se<br />

indica uma estratégia para o <strong>de</strong>belar.<br />

Trata-se <strong>de</strong> propor um caminho a ser<br />

trilhado por cada Ser Humano individualmente.<br />

De sentir o ”chamamento e<br />

partir para a fl oresta” por passos lentos<br />

mas sólidos, como são sempre os <strong>de</strong><br />

um verda<strong>de</strong>iro Homem Livre…<br />

Nesta obra magna, Ernst Jünger<br />

traça o perfi l da que para ele, é uma<br />

das três maiores fi guras da nossa época<br />

– o Desterrado - aquele que adopta<br />

um Caminho e <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> lutar pela sua<br />

liberda<strong>de</strong> e in<strong>de</strong>pendência e dá “O<br />

passo da fl oresta”. Fá-lo numa época <strong>de</strong><br />

catástrofes on<strong>de</strong> mesmo em minoria os<br />

Homens po<strong>de</strong>m ser po<strong>de</strong>rosos, porque<br />

se encontram a si próprios na sua essência<br />

indivisível e in<strong>de</strong>strutível.<br />

Caberá a cada um <strong>de</strong>cidir se ainda<br />

quer continuar a fazer parte <strong>de</strong>ste cenário<br />

tragicómico “da vida das marionetas”<br />

ou então encontrar nos interstícios<br />

mais profundos da sua Individualida<strong>de</strong>,<br />

a prima matéria que encontramos<br />

nos diálogos <strong>de</strong> Morienus au roi Kalid:<br />

“Com efeito, essa coisa é <strong>de</strong> ti mesmo<br />

que tens <strong>de</strong> a extrair, porque tu és a mina<br />

on<strong>de</strong> ela se encontra.”<br />

Croca – Penafi el, Maio <strong>de</strong> 2012 era<br />

vulgaris

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