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Marcelo Meira Amaral Bogaciovas - UFRB

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Para nossa sorte, o estudo dos Barros foi preocupação de um membro da família,<br />

o genealogista Pedro Taques, no título Vaz de Barros. 22 Além de fornecer diversas<br />

informações, mandou trasladar em livros da câmara de São Paulo algumas provanças<br />

que adiante serão utilizadas para elucidar a origem da família.<br />

Após minha defesa do mestrado, em 2006, voltei algumas vezes para Portugal,<br />

com passagens pela Espanha, Potosi (Bolívia) e Lima (Peru), sempre à busca de novos<br />

documentos para concluir minhas pesquisas sobre cristãos-novos em São Paulo. Além<br />

dos arquivos ibéricos, fiz novas diligências em arquivos de São Paulo e do Rio de<br />

Janeiro. Apoiado, agora, por ampla documentação, verifiquei que a família Barros tinha,<br />

comprovadamente, sangue cristão-novo. Muito diferente de afirmar sem comprovar...<br />

Narrativa histórica<br />

Um casal de meio cristãos-novos, Jerônimo Pedroso e Joana Vaz de Barros,<br />

ligavam-se à pequena nobreza do Reino e à gente de grosso trato da cidade de Lisboa.<br />

Haviam se casado cerca de 1566, provavelmente em Lisboa, onde tiveram os três<br />

primeiros filhos. Por volta de 1573 transferiram-se para o Algarve, região Sul de<br />

Portugal, na cidade de Faro, onde foi rendeiro do almoxarifado. Talvez já viúvo,<br />

Jerônimo Pedroso levou a família, mais ou menos em 1582, para a cidade de Tavira,<br />

onde foi negociante. Tornou-se clérigo e migrou para o Vice-Reino do Peru por volta de<br />

1583.<br />

De ser rendeiro do Almoxarifado de Faro há referências em alguns documentos.<br />

A saber, em 24 de maio de 1573, em 11 de maio de 1574 e em 20 de dezembro de<br />

1576. 23 Nesta última data, duas órfãs, Bárbara Filipe e Inês de Caminha, filhas de Isabel<br />

Gomes, tinham direito, por mercê que lhes fez Sua Magestade, de um foro de 1$700<br />

(mil e setecentos réis).<br />

Muito mais tarde, essas órfãs foram entregues aos cárceres do Tribunal do Santo<br />

Ofício da Inquisição de Lisboa, em 3 de outubro de 1588, pelo crime de judaísmo. A<br />

mais velha, Bárbara Filipe, era uma mulher de mais ou menos 30 anos de idade. Em seu<br />

22 LEME, Pedro Taques de Almeida Paes. Op. cit. Volume III: Pedrosos, Barros, Vazes, pp. 199-<br />

200.<br />

23 IAN/TT. Corpo Cronológico. Respectivamente: Parte I, Mc. 110, nº 104 (digitalizado na página:<br />

http://digitarq.dgarq.gov.pt?ID=3782070); Parte I, Mc. 110, nº 145 (digitalizado na página:<br />

http://digitarq.dgarq.gov.pt?ID=3782111); Parte I, Mc. 111, nº 18 (digitalizado na página:<br />

http://digitarq.dgarq.gov.pt?ID=3782135). Ela saiu no auto-da-fé de 17 de junho de 1590 em Lisboa.<br />

Simpósio Internacional de Estudos Inquisitoriais – Salvador, agosto 2011<br />

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