Estações Meteorológicas Convencionais 1 – Introdução ... - cesnors
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<strong>Estações</strong> <strong>Meteorológicas</strong> <strong>Convencionais</strong><br />
1 <strong>–</strong> <strong>Introdução</strong><br />
Observação dos fenômenos meteorológicos que ocorrem na troposfera ao nível<br />
da superfície terrestre.<br />
Pode ser feita por instrumentos com leitura direta ou através de instrumentos<br />
registradores.<br />
As leituras devem ser sistemáticas, ou seja, padronizadas no tempo; uniformes<br />
ou seja, com pessoas treinadas e devem ser ininterruptas, ou seja, não falhar.<br />
No Brasil, na rede oficial as leituras são feitas às 9, 15 e 21 horas de Brasília que<br />
correspondem as 12,18 e 24 horas GMT.<br />
2 <strong>–</strong> Conceito<br />
Local onde é instalado convenientemente um conjunto de instrumentos que<br />
descrevem de maneira sucinta as condições meteorológicas ocorrentes no momento da<br />
observação.<br />
3 <strong>–</strong> Classificação das estações meteorológicas de superfície quanto à finalidade:<br />
a) Estação sinótica = objetiva a previsão do tempo. As medições realizadas são direção<br />
e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão<br />
atmosférica, nuvens, geadas. As leituras são realizadas as às 9, 15 e 21 horas.<br />
b) Estação climatológica = tem por finalidade obter dados para determinar o clima de<br />
uma região, após um histórico de no mínimo 30 anos de observação. As medições<br />
realizadas são direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar,<br />
chuva, pressão atmosférica, nuvens, geadas, temperatura do solo, evapotranspiração,<br />
orvalho, evaporação e radiação solar. As leituras são realizadas ás 9, 15 e 21 horas.<br />
c) Estação agroclimatológica = tem por finalidade fornecer informações para estudar a<br />
influencia do tempo (elementos meteorológicos) sobre as culturas, além de realizar<br />
observações que determinam o crescimento e desenvolvimento das culturas.<br />
4 <strong>–</strong> Instalação de uma estação meteorológica<br />
4.1 - Escolha do local <strong>–</strong> Deve ser representativo da região. Tem abrangência de cerca<br />
150 km 2 ao redor da estação. Requisitos da área: a) exposição aos ventos gerais da<br />
região, devendo-se para não instalar em fundo de vale; b) deve apresentar horizontes<br />
amplos, ou seja, não podem ter barreiras que impeçam a incidência da radiação solar ou<br />
que modifiquem o vento; c) distante de cursos d’água pois modificam o balanço de<br />
energia; d) o solo deve ser representativo da região, plano, que não acumulem água e<br />
deve ser gramada a fim de minimizar o efeitos das diferentes texturas.<br />
4.2 <strong>–</strong> Localização geográfica <strong>–</strong> Deve possuir as coordenadas geográfica ou seja, latitude,<br />
longitude e altitude.<br />
4.3 <strong>–</strong> Orientação: o acesso da estação deve ser voltado para o sul.<br />
4.4 <strong>–</strong> Montagem: a área que os aparelhos devem ocupar deve ser tal que evite o<br />
sombreamento ou interfer6encia de um equipamento sobre outro. A estação deve ser
cercada a fim de evitar animais na área. A tela deve ser de arame galvanizado com<br />
malha de 5cm e 1,5m de altura (OMM). O terreno deve ser plano, gramado e bem<br />
drenado. Junto a estação deve existir uma casa de alvenaria que tem por finalidade<br />
conter os instrumentos de medida de pressão, além do rádio amador.<br />
4.5 <strong>–</strong> Localização dos instrumentos: a finalidade é que um instrumento não interfira na<br />
medição do outro. Na porção norte devem ficar os instrumentos que não podem ser<br />
sombreados como o heliógrafo, actinógrafo, geotermômetros, tanques de evaporação,<br />
pluviômetros e evapotranspirômetros. Na porção central deve ser instalado o abrigo<br />
meteorológico, o qual deve ter a porta voltada para o sul. Na porção sul devem ser<br />
instalados os aparelhos mais altos como, por exemplo, o anemômetro.<br />
4.6 <strong>–</strong> Cuidados gerais<br />
A grama deve ser cortada periodicamente a fim de se manter a 10cm evitando-se<br />
o sombreamento de equipamentos como por exemplo o radiômetro de Gun-Belani. Os<br />
equipamentos devem ser calibrados periodicamente. Cercas e mourões devem ser<br />
pintados de branco e as portas da estação e do abrigo devem ser mantidas fechadas.<br />
5 <strong>–</strong> Instrumental<br />
5.1 <strong>–</strong> Heliógrafo<br />
Características gerais <strong>–</strong> mede o número de horas durante o dia que os raios solares<br />
atingem diretamente a superfície da terra num determinado local.<br />
Descrição <strong>–</strong> compõem-se de uma perfeita esfera de cristal suspensa em suporte<br />
semicircular, tendo por baixo uma armação metálica em forma de concha, na qual<br />
existem seis ranhuras onde são colocadas as tiras de papelão. A tira curva comprida é<br />
utilizada da metade de outubro até o fim de fevereiro. A tira reta é utilizada do princípio<br />
de março até o meado de abril e do princípio de setembro até a metade de outubro. A<br />
tira curva curta é utilizada da metade de abril até o fim de agosto.<br />
Instalação <strong>–</strong> pilar em alvenaria de 1,0 x 0,3 x 0,3m, rebocado e esboçado, devendo ser<br />
bem nivelado na sua base, as faces laterais devem ficar orientadas para o N,S,L,W. Os<br />
ajustes devem existir a fim da boa carbonização da fita, devendo estar em nível, ou seja,<br />
concentricidade, meridiano e latitude.<br />
Manejo <strong>–</strong> a tira curta é colocada na ranhura mais curta do aparelho; a tira reta na<br />
ranhura do centro e a tira comprida mais próxima ao pólo inferior do aparelho. A tira<br />
deve ser substituída na leitura das 21 horas.<br />
5.2 <strong>–</strong> Actinógrafo<br />
Características gerais: determina a quantidade de energia que atinge a superfície na terra<br />
(cal cm 2 dia -1 ). É denominada de radiação solar global.<br />
Descrição: o elemento sensível a radiação é protegido por uma cúpula de vidro que<br />
aciona um sistema de alavancas que registra a energia sobre um papel colocado sobre<br />
um tambor acionado por meio de relojoaria. A radiação é recebida por três placas<br />
bimetálicas uma enegrecida e duas brancas, que através de suas dilatações geram<br />
energia.
Instalação: mesmo do heliógrafo.<br />
Utilização - uma caloria = energia necessária para elevar 1 grau centígrado a<br />
temperatura de um grama de água em qualquer instante do dia. A troca de fase de um<br />
grama de água a 20 o C, requer 585 Kcal, conhecida como calor latente de evaporação.<br />
5.3 <strong>–</strong> Abrigo meteorológico<br />
Características gerais <strong>–</strong> tem por finalidade manter os instrumentos secos, livres da<br />
precipitação e insolação.<br />
Descrição <strong>–</strong> caixa de teto duplo, parede de venezianas com porta também de venezianas<br />
que deve estar na direção sul. Deve ser de madeira e pindado de branco.<br />
Instrumentos <strong>–</strong> termômetro de máxima, mínima, evaporímetro de piche, psicrômetro,<br />
termohigrômetro.<br />
Instalação: terreno plano, coberto de grama rasteira. A base deve ficara altura de 1,20m<br />
do solo. Deve ser nivelado sobre um cavalete ou pilar de alvenaria.<br />
a)Termômetro de máxima<br />
Características gerais <strong>–</strong> mede a temperatura máxima do dia à sombra.<br />
Descrição <strong>–</strong> o elemento sensível é um bulbo cheio de mercúrio ligado um tubo capilar<br />
que tem uma constrição nas proximidades da união com o bulbo. Aquecendo-se o<br />
mercúrio o capilar dilata-se. Resfriando-se tende a voltar mas fica restrito no capilar. A<br />
leitura é dada pela dilatação que registra a temperatura.<br />
Instalação <strong>–</strong> no abrigo meteorológico em posição horizontal, levemente inclinado, junto<br />
com o de mínima.<br />
Utilização <strong>–</strong> temperaturas extremas interferem no crescimento e desenvolvimento de<br />
plantas. A leitura é realizada às 21 horas.<br />
b)Termômetro de mínima<br />
Características gerais <strong>–</strong> mede a temperatura mínima do ar à sombra.<br />
Utilização <strong>–</strong> elemento sensível é o álcool. Dentro do álcool há uma pequena peça de<br />
material em forma de halter que se movimenta quando a coluna retrocede em direção ao<br />
bulbo. O halter deve estar junto ao menisco que se forma com o álcool. Por isso deve<br />
ser movimentado nas horas mais quentes do dia.<br />
Leitura <strong>–</strong> 9 horas.<br />
c) Termohigrógrafo<br />
Características gerais <strong>–</strong> registrar continuamente a temperatura do ar e umidade relativa<br />
do ar à sombra.<br />
Descrição <strong>–</strong> faixas de temperatura = -15 a +/- 40 o C, com resolução de 0,5 o C.<br />
Umidade relativa do ar: 0 <strong>–</strong> 100% com resolução de 3%, entre 20 e 80% nos extremos.<br />
Instalação <strong>–</strong> Abrigo meteorológico<br />
Manejo <strong>–</strong> calibração dos sensores, sendo cabelo humano para a umidade relativa e a<br />
temperatura do ar é medida por sistema bimetálico.<br />
d) Psicrômetro<br />
Descrição <strong>–</strong> aparelho constituído de dois termômetros. Um fluxo de ar pode ser forçado<br />
a passar nos bulbos dos termômetros <strong>–</strong> ventilação forçada. Um termômetro fornece a<br />
temperatura do ar (t). O segundo é coberto com uma gaze ou cadarço de algodão que é<br />
umedecido com água destilada (tw). O ar passa e retira a umidade.
Instalação dentro do abrigo meteorológico em suporte próprio.<br />
Utilização <strong>–</strong> Depressão psicrométrica = diferença entre (t <strong>–</strong> tw). Importante no cálculo<br />
de tensão de vapor do ar e umidade relativa do ar.<br />
∆Hgt<br />
Y = ----------<br />
(t-tw)<br />
Y = 0,485 mmHg/ o C (em média)<br />
Y = Constante psicrométrica<br />
d) Evaporímetro de Piche<br />
Considerações gerais: mede a evaporação potencial do ar a sombra.<br />
Descrição: tubo cilíndrico em vidro de 35cm de comprimento e 1,5cm de diâmetro<br />
externo. Graduado em 30cm3 com divisões a cada 0,1cm3. Apresenta uma extremidade<br />
fechada denominada olhal que tem por finalidade pendurar o instrumento. A outra<br />
extremidade, a inferior é aberta e dispõe de uma presilha para fechá-la por meio de um<br />
disco circular de papel absorvente com espessura de 30mm e 0,5mm de diâmetro,<br />
fixado por capilaridade e mantido pela presilha.<br />
Instalação <strong>–</strong> no abrigo meteorológico.<br />
Os dados coletados, ou seja, a evaporação medida não leva em consideração os valores<br />
de radiação solar. A evaporação é sensível a velocidade do vento e mantém relação<br />
inversa com a umidade relativa do ar e não apresenta nenhuma relação com a<br />
evapotranspiração.<br />
5.4 <strong>–</strong> Tanque classe A<br />
Características gerais <strong>–</strong> servem para determinar a capacidade evaporante da atmosfera a<br />
fim de medir a evaporação de uma superfície livre de água.<br />
Descrição <strong>–</strong> diâmetro de 1,219m por 25,4cm de altura <strong>–</strong> chapa galvanizada número 22.<br />
Assentado sobre caibros (estrado) nivelados com vãos cheios de terra. É constituído<br />
ainda por:<br />
Poço tranqüilizador: nivelado, onde se faz a leitura com aparelho chamado micrômetro<br />
de gancho assentado em cima do poço tranqüilizador.<br />
Em casos especiais deve-se colocar tela de arame hexagonal para evitar entrada de<br />
galhos, folhas e pássaros. Nesse caso deve-se fazer a correção da leitura. Outro tanque<br />
deve estar junto a fim de servir de depósito de água.<br />
No tanque principal deve-se ter um termômetro de máxima e mínima flutuando sobre a<br />
água do mesmo. Tornasse necessário um anemômetro para medir a velocidade do vento.<br />
Manejo e operação <strong>–</strong> enche-se o tanque até 5cm da borda superior . O nível de medida<br />
permitida é 7,5cm a partir da borda superior, ou seja, a cada 25mm de evaporação devese<br />
recolocar água no mesmo.<br />
O micrômetro tem precisão de 0,01 a 0,02mm.<br />
Horário da leitura <strong>–</strong> 9 horas.<br />
Utilização:<br />
ECA(n) dia = leitura (n-1) + precipitação (n)<br />
n = dia<br />
Fator de correção <strong>–</strong> 0,6 a 0,8<br />
5.5 <strong>–</strong> Pluviômetro<br />
Finalidade <strong>–</strong> determina a precipitação pluvial (mm).
A altura de chuva é dada pela razão entre o volume inicial e a superfície em questão<br />
Descrição <strong>–</strong> O mais comum é “Ville de Paris”. O recipiente é tronco cônico com área de<br />
captação e torneira na parte afunilada inferior.<br />
Instalação <strong>–</strong> em suporte a 1,5m em nível.<br />
Manejo <strong>–</strong> após a chuva coletar e medir em proveta.<br />
5.6 <strong>–</strong> Pluviôgrafo<br />
Finalidade <strong>–</strong> registrar a cada instante de tempo a precipitação pluvial, informando sobre<br />
o total de chuva e a intensidade (mm/h).<br />
Descrição <strong>–</strong> boca de captação de 200cm 2 que vai descarregar a água em um depósito<br />
que possui uma bóia. A medida que o depósito se enche de água, a bóia se eleva,<br />
acionando uma pena que registra a precipitação num gráfico acoplado em um tambor. O<br />
tamanho do depósito é limitado em 10mm. Na extremidade inferior possui um sifão<br />
para escoar a precipitação captada.<br />
Manejo - dar corda no sistema, trocar o gráfico, esgotamento do reservatório, trocar a<br />
pena e observar a tinta da pena.<br />
5.7 <strong>–</strong> Catavento<br />
Finalidade <strong>–</strong> dar a direção e sentido do vento. Alguns podem dar a velocidade expedita<br />
do mento (m/s).<br />
Descrição <strong>–</strong> vão metálico o qual tem em uma extremidade terminal em forma de cone<br />
que indica o sentido de onde vem o vento e na outra extremidade duas aletas separadas<br />
por um ângulo de 22 o . O conjunto é móvel juntamente com um ponteiro que indica<br />
sobre uma parte fixa a direção do vento. Na parte fixa estão os pontos cardeais e os<br />
números representativos da direção do vento.<br />
Instalação <strong>–</strong> canto sul a 8 <strong>–</strong> 10m.<br />
Tipos:<br />
1 <strong>–</strong> Biruta = dá o sentido, a direção do vento e ainda uma idéia de velocidade.<br />
2 <strong>–</strong> Catavento tipo Wild = superfície metálica que sempre está perpendicular à direção<br />
do vento. A velocidade é dada pela deflexão da superfície.<br />
5.8 <strong>–</strong> Anemômetro de concha ou caneca<br />
Descrição <strong>–</strong> três a quatro conchas, instaladas sobre um eixo vertical fixado a uma<br />
engrenagem que movimenta um mostrador. Os dados são acumulados e divididos pelo<br />
período.<br />
5.9 <strong>–</strong> Anemôgrafo universal<br />
Características gerais <strong>–</strong> registra continuamente a intensidade do vento bem como a<br />
direção e o sentido.<br />
Sensor dines = determina a velocidade instantânea do vento <strong>–</strong> rajadas.<br />
Robinson = integrador da trajetória.<br />
5.10 <strong>–</strong> Geotermômetro<br />
Características gerais <strong>–</strong> determina a temperatura do solo.<br />
Descrição <strong>–</strong> haste de vidro que apresenta uma saliência que é o ponto de referência que<br />
deve ficar na superfície da terra. É fixado em suporte específico. Apresenta um bulbo<br />
que deve ser enterrada no solo a profundidade desejada. As profundidades mais comuns<br />
são: 2,5; 10 e 20cm na disposição leste/oeste. A menor profundidade deve ser colocada<br />
no lado oeste. A extremidade superior da haste deve apontar para o norte. A variação da<br />
medição é de -13 a 60 o C, com subdivisões de 0,2 o C, podendo-se estimar até 0,1 o C.
5.11 <strong>–</strong> Lisímetros<br />
Considerações gerais <strong>–</strong> determina a evapotranspiração real das culturas.<br />
5.12 <strong>–</strong> Evapotranspirômetros<br />
Considerações gerais <strong>–</strong> determina a evapotranspiração potencial da cultura.