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prospecção fenotípica de genótipos de soja resistentes ao ...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL<br />

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA<br />

PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA<br />

PROSPECÇÃO FENOTÍPICA DE GENÓTIPOS DE SOJA<br />

RESISTENTES AO NEMATOIDE RENIFORME<br />

Acadêmica: Wan<strong>de</strong>rléia Rodrigues dos Santos<br />

Aquidauana-MS<br />

Maio-2011


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL<br />

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE AQUIDAUANA<br />

PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA<br />

PROSPECÇÃO FENOTÍPICA DE GENÓTIPOS DE SOJA<br />

RESISTENTES AO NEMATOIDE RENIFORME<br />

Acadêmico: Wan<strong>de</strong>rléia Rodrigues dos Santos<br />

Orientador: Carlos Lasaro Pereira <strong>de</strong> Melo<br />

Co-orientador: Guilherme Lafourca<strong>de</strong> Asmus<br />

“Dissertação apresentada <strong>ao</strong> programa <strong>de</strong><br />

pós-graduação em Agronomia, área <strong>de</strong><br />

concentração em Produção Vegetal, da<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do<br />

Sul, como parte das exigências para a<br />

obtenção do título <strong>de</strong> Mestre em Agronomia<br />

(Produção Vegetal)”.<br />

Aquidauana – Mato Grosso do Sul - Brasil<br />

Maio <strong>de</strong> 2011.<br />

ii


S237p<br />

Santos, Wan<strong>de</strong>rléia Rodrigues dos<br />

Prospecção <strong>fenotípica</strong> <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong><br />

<strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme / Wan<strong>de</strong>rléia<br />

Rodrigues dos Santos. Aquidauana, MS: UEMS, 2011.<br />

94p.; 30cm<br />

Dissertação (Mestrado) - Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

Mato Grosso do Sul, Unida<strong>de</strong> Universitária <strong>de</strong><br />

Aquidauana, 2011.<br />

Orientador: Carlos Lasaro Pereira <strong>de</strong> Melo.<br />

Co-orientador: Guilherme Lafourca<strong>de</strong> Asmus.<br />

1. Glycine max. 2. Rotylenchulus reniformis. 3.<br />

Melhoramento-Genético. 4. Resistência-Nematoi<strong>de</strong>. 5.<br />

Produtivida<strong>de</strong>-Grãos. I. Título.<br />

iii


Seja Seja Seja Seja Sempre Sempre Sempre Sempre Você Você Você Você<br />

Não espere um sorriso para ser gentil.<br />

Não espere ser amado para amar.<br />

Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor <strong>de</strong> quem está do seu lado.<br />

Não espere ficar <strong>de</strong> luto para reconhecer quem hoje é importante para você.<br />

Não espere a queda para lembrar-se do conselho.<br />

Não espere a enfermida<strong>de</strong> para reconhecer quão frágil é a vida.<br />

Não espere ter dinheiro <strong>ao</strong>s montes para então contribuir.<br />

Não espere por pessoas perfeitas para então se apaixonar.<br />

Não espere a mágoa para pedir perdão.<br />

Não espere a separação para buscar a reconciliação.<br />

Não espere elogios para acreditar em si mesmo.<br />

Não espere a dor para acreditar em oração.<br />

Não espere o dia <strong>de</strong> sua morte sem antes amar a vida!<br />

Seja sempre você, autêntico e único!<br />

v<br />

(autor <strong>de</strong>sconhecido)


À Deus que nos <strong>de</strong>u o Amor<br />

À minha fi<strong>de</strong>líssima família<br />

Especialmente a avó Marisete Rodrigues dos Santos pelos conselhos, apoio e ajuda<br />

incondicional.<br />

À minha mãe Antonia <strong>de</strong> Fátima Rodrigues dos Santos,<br />

Que mesmo distante, torna-se presente através do seu carinho e <strong>de</strong> sua fé que me<br />

engran<strong>de</strong>ce.<br />

Ao vozão Otacílio Pereira dos Santos<br />

(in memorian)<br />

À meus Tios Maria José e Adão Gregório que me ensinaram o significado <strong>de</strong> toda<br />

<strong>de</strong>dicação.<br />

À Léia Carla, minha eterna irmã e companheira<br />

vi<br />

Dedico com todo o meu amor


AGRADECIMENTOS<br />

À Deus, pela perseverança e pelo amor.<br />

A Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul, MS.<br />

Ao meu orientador Prof. Dr. Carlos Lasaro Pereira <strong>de</strong> Melo, pela oportunida<strong>de</strong>,<br />

orientação e <strong>de</strong>dicação durante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Ao meu co-orientador, pela orientação, pela atenção recebida e por sempre<br />

mostrar caminhos otimistas em um mar <strong>de</strong> atropelos.<br />

À Pró-Reitoria <strong>de</strong> Pesquisa e Pós-Graduação (PROPP), a CAPES -<br />

Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong> Nível Superior pela<br />

concessão da bolsa.<br />

Ao coor<strong>de</strong>nador do curso, Prof. Dr. Eloi Panachuki por acreditar em nosso<br />

potencial.<br />

Ao Prof. Dr. Marcos Antonio Camacho da Silva, por sua <strong>de</strong>dicação a turma<br />

pioneira e “difícil”.<br />

Aos Professores da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul – UEMS, Dr.<br />

Celso Dornelas, Dr. Sérgio Roberto Rodrigues, Dr. Edilson Costa, Dr. Adriano<br />

da Silva Lopes, entre outros que me ensinaram muito mais do que foi<br />

lecionado.<br />

Às pessoas que realmente fazem a imagem da UEMS: Kátia, Maria Luiza,<br />

Adriana Barros, Wagnes Nantes, Luis Carlos Salamene, Aurora, Isaura,<br />

Simone, Bica, Cícero, Gilberto e Alex, que dividiram comigo momentos <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s, alegrias e dificulda<strong>de</strong>s por todos esses anos.<br />

vii


Ao amigo laboratorista da Embrapa Alex Vicentin, e <strong>ao</strong> amigo Biólogo Tiago<br />

Teles, responsáveis pelas intermináveis horas <strong>de</strong> extrações <strong>de</strong> paciência,<br />

alegrias e risos.<br />

Aos colegas <strong>de</strong> campo da Embrapa, Luiz Nelson e Paulinho, pelo apoio nos<br />

campos experimentais.<br />

Aos colaboradores do projeto: Kelly e Edson, pelo auxilio na execução do<br />

experimento.<br />

Aos colegas do mestrado, Maira, Cristiane, Cássia, Érica, Gilmar, Ellen<br />

Cristina, James, Marion, Fádhua, Laura e Antonino.<br />

À minha linda família, que sempre esteve presente, em especial Avó Marisete,<br />

que nunca per<strong>de</strong>u o dom <strong>de</strong> ensinar e educar.<br />

À minha eterna e fiel companheira, Léia Lindynha, pelo apoio constante.<br />

À minha mãezinha linda, por sua alegria contagiante. Aos meus irmãos Vivian<br />

Mayara, Aline Muriel, Adalto Junior e Gabriella, pelo apoio constante.<br />

Aos tios que são exemplo <strong>de</strong> luta e persistência, Adão Gregório e Maria José.<br />

Aos tios que me ensinaram o significado do respeito, Marlene, Marlete, João<br />

Rodrigues e Aparecido.<br />

Aos anjos Jheniffer, Maria Eduarda e Victor Hugo, pelo seus encantos <strong>de</strong><br />

criança. Aos primos do coração, em especial a Caroline, Any Muriel, Jhonatan,<br />

Karina, Dener, Adonis Marlon e Alexsis Michel.<br />

Ao cunhado, Luciano Larson, por sempre ajudar nos momentos <strong>de</strong> crise.<br />

Aos amigos Adriano, Artur, Aline, Olga, Bia, Glaucia, Andréia, Maurício, Nego<br />

Areia, César, Francisco e Doroty, pela alegre convivência.<br />

E por fim, à minha “estrela” preferida, que sempre brilha nos momentos que<br />

mais preciso.<br />

Para todos aqueles que seguraram em minhas mãos, enxugaram minhas<br />

lágrimas no momento <strong>de</strong> minha maior perda até hoje, está aqui a prova da<br />

minha gratidão.<br />

Obrigada!!!<br />

viii


SUMÁRIO<br />

ix<br />

página<br />

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................... xi<br />

LISTA DE TABELAS ......................................................................................... xii<br />

RESUMO ......................................................................................................... xiv<br />

ABSTRACT ....................................................................................................... xv<br />

CAPITULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................... 1<br />

1.1 Importância da Cultura da Soja ................................................................. 1<br />

1.2 Problemas fitossanitários da cultura da <strong>soja</strong> ............................................. 2<br />

1.3 Nematoi<strong>de</strong> Reniforme .................................................................................. 3<br />

1.3.1 Agente causal ........................................................................................... 3<br />

1.3.2 Biologia e ciclo <strong>de</strong> vida .............................................................................. 4<br />

1.3.3 Histórico, distribuição e hospe<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis ......... 5<br />

1.3.4 Ação e sintomatologia <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis ............................... 6<br />

1.3.5 Fatores que afetam o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis ........... 7<br />

1.3.6 Principais manejos <strong>de</strong> controle para o nematoi<strong>de</strong> reniforme .................. 8<br />

1.4 Melhoramento Genético Visando à Resistência <strong>ao</strong>s Nematoi<strong>de</strong>s ........... 10<br />

1.5 Referências ............................................................................................. 12<br />

CAPITULO 2 - FENOTIPAGEM DE GENÓTIPOS DE SOJA QUANTO À<br />

RESISTÊNCIA AO NEMATOIDE RENIFORME EM CONDIÇÕES<br />

CONTROLADAS ............................................................................................. 18<br />

RESUMO ......................................................................................................... 18<br />

ABSTRACT ...................................................................................................... 19<br />

2.1 Introdução .................................................................................................. 20<br />

2.2 Material e Métodos .................................................................................. 22<br />

2.2.1 Delineamento experimental e semeadura ............................................ 22<br />

2.2.2 Obtenção do inóculo e inoculação ....................................................... 22<br />

2.2.3 Avaliação do ensaio ............................................................................. 23


2.3 Resultados e Discussão .......................................................................... 26<br />

2.4 Conclusões ............................................................................................. 36<br />

2.5 Referências ............................................................................................. 37<br />

CAPITULO 3 – SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA RESISTENTES AO<br />

NEMATOIDE RENIFORME E COM ALTO DESEMPENHO PRODUTIVO ..... 41<br />

RESUMO ......................................................................................................... 41<br />

ABSTRACT ...................................................................................................... 42<br />

3.1 Introdução ............................................................................................... 43<br />

3.2 Material e Métodos .................................................................................. 45<br />

3.2.1 Caracterização do local do ensaio .......................................................... 45<br />

3.2.2 Características dos <strong>genótipos</strong> avaliados .............................................. 46<br />

3.2.3 Semeadura e características agronômicas avaliadas .......................... 47<br />

3.2.4 Delineamento experimental e análises estatísticas .............................. 51<br />

3.3 Resultados e Discussão .......................................................................... 55<br />

3.4 Conclusões ............................................................................................. 76<br />

3.5 Referências ............................................................................................. 76<br />

x


CAPÍTULO 2<br />

LISTA DE FIGURAS<br />

xi<br />

página<br />

FIGURA 1. Histograma dos dados <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme em 88 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento I. Embrapa Agropecuária<br />

Oeste, Dourados-ms..........................................................................................27<br />

Figura 2. Histograma dos dados do fator <strong>de</strong> reprodução do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme em 115 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento II. Embrapa Agropecuária<br />

Oeste, Dourados-MS.........................................................................................28<br />

CAPÍTULO 3<br />

Figura 1. Croqui da área <strong>de</strong> plantio naturalmente infestada por R. reniformis.53<br />

Figura 2. Histograma dos dados <strong>de</strong> rendimento <strong>de</strong> grãos (kg ha -1 ) em 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento em campo experimental. Embrapa<br />

Agropecuária Oeste, Dourados-MS...................................................................59<br />

Figura 3. Histograma do número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (dados<br />

originais) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento em campo experimental.<br />

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS...................................................60<br />

Figura 4. Histograma do número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (dados<br />

transformados em log10(x+1)) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento em<br />

campo experimental. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS................60<br />

Figura 5. Histograma dos dados <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> resistência (índice obtido através<br />

do vigor e da uniformida<strong>de</strong> das parcelas) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> -<br />

Experimento em campo experimental. Embrapa Agropecuária Oeste,<br />

Dourados-MS.....................................................................................................61<br />

Figura 6. Histograma dos dados <strong>de</strong> nota <strong>de</strong> resistência (NR) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>soja</strong> – Experimento em campo experimental. Embrapa Agropecuária Oeste,<br />

Dourados-MS.....................................................................................................61<br />

Figura 7. Histograma dos dados <strong>de</strong> razão média entre alturas (RAZ) <strong>de</strong> 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> – Experimento em campo experimental. Embrapa<br />

Agropecuária Oeste, Dourados-MS...................................................................62


CAPÍTULO 1<br />

LISTA DE TABELAS<br />

xii<br />

página<br />

Tabela 1. Cruzamentos, número <strong>de</strong> linhagens e gerações dos <strong>genótipos</strong><br />

avaliados quanto a resistência a R. reniformis em casa <strong>de</strong> vegetação -<br />

Experimentos I e II. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 2009.........24<br />

Tabela 2. Quadrados médios, médias gerais e coeficiente <strong>de</strong> variação (CV) dos<br />

199 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> avaliados quanto à resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong><br />

Rotylenchulus reniformis, em experimento em condições <strong>de</strong> campo. Embrapa<br />

Agropecuária Oeste, 2009.................................................................................26<br />

Tabela 3. Comparação <strong>de</strong> médias <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR) e número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR) <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis em 88<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, avaliados em casa <strong>de</strong> vegetação (Experimento I) na<br />

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, Outubro/2009.......................... 30<br />

Tabela 4. Comparação <strong>de</strong> médias <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR) e número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR) <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis em 115<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, avaliados em casa <strong>de</strong> vegetação (Experimento II) na<br />

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, Janeiro/2010............................32<br />

Tabela 5. Cruzamentos que originaram linhagens <strong>resistentes</strong> (FR


<strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis, em experimento em condições <strong>de</strong><br />

campo. Embrapa Agropecuária Oeste...............................................................56<br />

Tabela 4. Comparação <strong>de</strong> médias do rendimento <strong>de</strong> grãos (kg ha -1 ), número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR), índice <strong>de</strong> resistência (IR), nota <strong>de</strong><br />

resistência (NR) e razão entre menor e maior altura <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> avaliados quanto à resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> Rotylenchulus<br />

reniformis, em campo experimental, na Embrapa Agropecuária Oeste,<br />

Dourados-MS.....................................................................................................64<br />

Tabela 5. Relação <strong>de</strong> coincidências das classes <strong>de</strong> resistência obtidas por<br />

meio do índice <strong>de</strong> resistência (IR) e da nota <strong>de</strong> resistência (NR) <strong>de</strong> 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> quanto a resistência <strong>ao</strong> R. reniformis...................................72<br />

Tabela 6. Coeficientes <strong>de</strong> correlação <strong>fenotípica</strong> linear <strong>de</strong> Pearson das variáveis<br />

observadas consi<strong>de</strong>rando somente as testemunhas (MSOY 8001 e BRS 239),<br />

e com todos os <strong>genótipos</strong> avaliados..................................................................74<br />

xiii


RESUMO<br />

Os fitonematoi<strong>de</strong>s prejudicam as plantas com danos diretos, reduzindolhes<br />

o crescimento e po<strong>de</strong>ndo torná-las totalmente improdutivas, ou<br />

indiretamente, com a interação com outros patógenos <strong>de</strong> solo (fungos ou<br />

bactérias), facilitando-lhes a entrada nos sistemas radiculares parasitados. A<br />

estratégia mais eficaz e econômica <strong>de</strong> controle dos fitonematoi<strong>de</strong>s em plantas<br />

é por meio da resistência genética do hospe<strong>de</strong>iro. Em Mato Grosso do Sul,<br />

tem-se observado a presença do nematoi<strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis nas<br />

principais áreas produtoras <strong>de</strong> <strong>soja</strong> e algodão da região Centro-Sul do estado.<br />

Com isso, essa dissertação é composto por 3 capítulos. O capítulo 1 foi<br />

composto por uma revisão <strong>de</strong> literatura englobando a importância da cultura da<br />

<strong>soja</strong> para o Brasil; aspectos gerais e relevância do nematoi<strong>de</strong> reniforme,<br />

principalmente em Mato Grosso do Sul, e os aspectos sobre o melhoramento<br />

<strong>de</strong> <strong>soja</strong> visando sua resistência <strong>ao</strong> reniforme. No capitulo 2 foram realizados<br />

dois experimentos em casa <strong>de</strong> vegetação, on<strong>de</strong> 199 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> foram<br />

caracterizados quanto a resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme. O experimento<br />

que constituiu o capitulo 3 foi conduzido em condições <strong>de</strong> campo infestado pelo<br />

R. reniformis; 162 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> foram testados, sendo que estes também<br />

foram caracterizados no capítulo 2, na Embrapa Agropecuária Oeste. Os<br />

resultados <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> vegetação permitiram a elucidação <strong>de</strong> 65 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>soja</strong> <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, i<strong>de</strong>ntificando promissoras fontes <strong>de</strong><br />

resistência para ser prontamente utilizadas nos programas <strong>de</strong> melhoramento.<br />

Os genitores Custer, PI 437654, Fayette, BRSGO Ipameri, BRSMT Pintado,<br />

BRS 262 e Forrest originaram a maioria das linhagens <strong>resistentes</strong>. A maioria<br />

dos caracteres avaliados em campo foram estatisticamente significativos,<br />

evi<strong>de</strong>nciando variabilida<strong>de</strong> dos <strong>genótipos</strong> quanto às variáveis rendimento <strong>de</strong><br />

grãos, número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong> por grama <strong>de</strong> raiz, índice <strong>de</strong> resistência, nota <strong>de</strong><br />

resistência e razão. A avaliação da resistência realizada através da nota <strong>de</strong><br />

resistência e do índice <strong>de</strong> resistência são métodos práticos que <strong>de</strong>monstraram<br />

resultados para seleção <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> em área infestada pelo Rotylenchulus<br />

reniformis.<br />

Palavras-chave: Glycine max, Rotylenchulus reniformis, melhoramento<br />

genético, resistência a nematoi<strong>de</strong>, produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos.<br />

xiv


ABSTRACT<br />

The nemato<strong>de</strong>s damage plants with direct damage, reducing their<br />

growth and can make them totally unproductive, or indirectly through interaction<br />

with other soil pathogens (fungi or bacteria), facilitating their entry into the<br />

infected root systems. The most effective strategy and economic control of<br />

nemato<strong>de</strong>s in plants is through genetic resistance of the host. In Mato Grosso<br />

do Sul, has seen the presence of nemato<strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis in the<br />

main producing areas of soybean and cotton of the South-Central region of the<br />

state. Thus, this dissertation consists of three chapters. Chapter 1 consisted of<br />

a literature review covering the importance of soybeans to Brazil; general<br />

aspects and relevance of the reniform nemato<strong>de</strong>, especially in Mato Grosso do<br />

Sul, and on improving aspects of soybean resistance to reniform or<strong>de</strong>r. In<br />

chapter 2 two experiments were conducted in a greenhouse, where 199<br />

genotypes were analyzed for resistance to reniform nemato<strong>de</strong>. The experiment<br />

which was the third chapter was conducted un<strong>de</strong>r field conditions infested by<br />

R. reniformis, 162 genotypes were tested, and these were also characterized in<br />

Chapter 2, Embrapa. The results of the greenhouse allow the elucidation of 65<br />

soybean genotypes resistant to the reniform nemato<strong>de</strong>, i<strong>de</strong>ntifying promising<br />

sources of resistance to be readily used in breeding programs. The parents<br />

Custer, PI 437654, Fayette, BRSGO Ipameri, BRSMT Pintado, BRS 262 and<br />

Forrest led most of the resistant strains. Most of the characters evaluated in the<br />

field were statistically significant, indicating variability of genotypes for the<br />

variables grain yield, number of nemato<strong>de</strong>s per gram of root, resistance in<strong>de</strong>x,<br />

note the resistance and reason. The evaluation of resistance held by the note of<br />

strength and resistance in<strong>de</strong>x are practical methods that have shown results for<br />

selection of genotypes in an area infested by Rotylenchulus reniformis.<br />

Keywords: Glycine max, Rotylenchulus reniformis, breeding, nemato<strong>de</strong><br />

resistance, grain yield.<br />

xv


CAPITULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

1.1 Importância da Cultura da Soja<br />

A <strong>soja</strong> (Glycine max L. Merril) é importante por suas características<br />

nutritivas e industriais, por sua potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cultivo e pela sua<br />

adaptabilida<strong>de</strong> a diferentes latitu<strong>de</strong>s, solos e condições climáticas (JULIATT et<br />

al., 2004). Hoje, esta cultura é uma das principais commodities mundiais e seu<br />

preço <strong>de</strong>terminado pela negociação nas principais bolsas <strong>de</strong> mercadoria,<br />

movimentando aproximadamente US$ 215 bilhões/ano na agroindústria<br />

(TECNOLOGIAS..., 2010).<br />

A cultura da <strong>soja</strong> obteve na safra 2009/10 uma produção <strong>de</strong> 67,86<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> grãos, representando um aumento <strong>de</strong> 18,7% ou 10,7<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas em relação <strong>ao</strong>s 57,17 milhões <strong>de</strong> toneladas colhidas na<br />

safra 2008/09. Contabiliza-se um aumento na área <strong>de</strong> plantio, com ganho <strong>de</strong><br />

697,1 mil hectares, e um crescimento <strong>de</strong> 3,54 milhões <strong>de</strong> toneladas, atingindo<br />

uma produção recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 72,23 milhões <strong>de</strong> toneladas na safra 2010/11. Este<br />

volume é 5% ou 3,54 milhões <strong>de</strong> toneladas superiores à safra 2009/10<br />

(CONAB, 2010, 2011).<br />

O estado <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul produziu na safra 2009/10 5,22<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, com redução na área plantada, mas um<br />

aumento na produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos (CONAB, 2010). A safra <strong>de</strong> 2010/11<br />

apresentou um aumento na área plantada da cultura, passando <strong>de</strong> 2805,9<br />

(safra 2009/10) para 2905,6 mil hectares, reduziu 494,9 mil toneladas na<br />

produção, e 280 kg ha -1 na produtivida<strong>de</strong> (CONAB, 2011).


Esta redução é justificada pelo excesso <strong>de</strong> chuvas observado no final<br />

do mês <strong>de</strong> fevereiro, que acabou prejudicando a colheita da <strong>soja</strong> precoce com<br />

perdas pontuais em lavouras que foram <strong>de</strong>ssecadas e não pu<strong>de</strong>ram ser<br />

colhidas pela continuida<strong>de</strong> das precipitações, bem como pela elevação do<br />

percentual <strong>de</strong> grãos ardidos em razão do aumento <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> dos grãos<br />

colhidos (CONAB, 2011).<br />

Nos últimos anos a cultura tem se expandido em diversas áreas com<br />

características edafoclimáticas distintas, tendo como conseqüência o aumento<br />

da incidência <strong>de</strong> doenças, que se manifesta tanto em números, como em<br />

intensida<strong>de</strong> (FERREIRA, 2007). No Brasil são listadas cerca <strong>de</strong> 50 doenças na<br />

cultura da <strong>soja</strong>, e no mundo mais <strong>de</strong> 100 doenças foram relatadas (JULIATT et<br />

al., 2004).<br />

1.2 Problemas fitossanitários da cultura da <strong>soja</strong><br />

As doenças na cultura da <strong>soja</strong> são um dos principais fatores que<br />

limitam a obtenção <strong>de</strong> altos rendimentos em <strong>soja</strong>. Mais <strong>de</strong> 100 doenças são<br />

listadas em todo mundo, e no Brasil 50 doenças causadas por fungos,<br />

bactérias, nematoi<strong>de</strong>s e vírus já foram i<strong>de</strong>ntificadas. Os danos anuais <strong>de</strong><br />

produção causadas por doenças são estimados em cerca <strong>de</strong> 15% a 20%, e<br />

outras doenças em associação com fatores abióticos po<strong>de</strong>m ocasionar perdas<br />

<strong>de</strong> quase 100% (YONINORI, 2002; JULIATTI et al., 2004; TECNOLOGIAS...,<br />

2010).<br />

Com a expansão da cultura em novas áreas, novos patógenos nativos<br />

foram se associando com a <strong>soja</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo novos patossistemas. O<br />

monocultivo em áreas extensas aliado <strong>ao</strong>s plantios sucessivos, negligenciando<br />

a rotação <strong>de</strong> culturas, causou um aumento expressivo dos problemas<br />

fitossanitários na cultura da <strong>soja</strong> (JULIATTI et al., 2004; FERREIRA, 2007).<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cultivares <strong>resistentes</strong> à doenças foi uma das<br />

maiores contribuições do melhoramento da <strong>soja</strong> (SEDIYAMA et al., 1999). As<br />

doenças <strong>de</strong> parte aérea, como mancha olho-<strong>de</strong>-rã, morte em reboleira, cancro<br />

da haste e oídio, além do nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto, são os exemplos mais marcantes<br />

<strong>de</strong> epi<strong>de</strong>mias ocorridas no Brasil, no período <strong>de</strong> 1970/71 a 1998/99, as quais<br />

foram praticamente erradicadas graças <strong>ao</strong>s trabalhos <strong>de</strong> introgressão <strong>de</strong> genes<br />

2


<strong>de</strong> resistência nas novas cultivares (MARTINS FILHO et al., 2002; YONINORI,<br />

2002; JULIATTI et al., 2006; TECNOLOGIAS..., 2010).<br />

O risco <strong>de</strong> ocorrerem novas doenças <strong>de</strong> <strong>soja</strong> é contínuo, pois há uma<br />

gran<strong>de</strong> variação da intensida<strong>de</strong> e ocorrência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong> ano para ano, <strong>de</strong><br />

uma região para outra, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições climáticas, po<strong>de</strong>ndo surgir<br />

novas raças ou novos fitopatógenos (JULIATTI et al., 2004; TECNOLOGIAS...,<br />

2010).<br />

Os principais fitonematoi<strong>de</strong>s que causam doenças na <strong>soja</strong> são:<br />

Hetero<strong>de</strong>ra glycines, o nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong> (NCS); três espécies <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s formadores <strong>de</strong> galhas, Meloidogyne javanica, M. incognita (raças 1,<br />

2, 3 e 4) e M. arenaria; o Pratylenchus brachyurus, o nematoi<strong>de</strong>-das-lesões, e o<br />

Rotylenchulus reniformis conhecido como nematoi<strong>de</strong> reniforme (VERNETTI;<br />

VERNETTI JUNIOR, 2009; TECNOLOGIAS..., 2010;). Os nematoi<strong>de</strong>s<br />

prejudicam as plantas com danos diretos, reduzindo-lhes o crescimento e<br />

po<strong>de</strong>ndo torná-las totalmente improdutivas, ou indiretamente, com interação<br />

com outros patógenos <strong>de</strong> solo (fungos ou bactérias), facilitando-lhes a entrada<br />

nos sistemas radiculares parasitados.<br />

Atualmente, o nematoi<strong>de</strong> reniforme é consi<strong>de</strong>rado o fitonematoi<strong>de</strong> mais<br />

importante para a cultura na região Centro-Sul do estado <strong>de</strong> Mato Grosso do<br />

Sul, que em condições favoráveis, altas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais po<strong>de</strong>m<br />

ocasionar perdas superiores a 30% (ASMUS, 2004a; ASMUS, 2008).<br />

1.3 Nematoi<strong>de</strong> Reniforme<br />

1.3.1 Agente causal<br />

Pertencentes <strong>ao</strong> Reino Animal, os nematoi<strong>de</strong>s são vermes redondos ou<br />

achatados com simetria bilateral. Sua cavida<strong>de</strong> geral on<strong>de</strong> se alojam todos os<br />

órgãos não é revestida por um tecido especializado. Vivem no solo, <strong>de</strong>ntro das<br />

raízes ou sobre elas. A palavra nematoi<strong>de</strong> vem do grego e significa “em forma<br />

<strong>de</strong> fio”. Nematoi<strong>de</strong> é o nome utilizado para nematoi<strong>de</strong> parasitas <strong>de</strong> plantas. As<br />

fêmeas em estágio <strong>de</strong> se<strong>de</strong>ntarismo adquirem a conformação <strong>de</strong> um rim,<br />

justificando a nomeação <strong>de</strong>ste “reniforme” (reni=rim, forme=forma; forma <strong>de</strong><br />

rim) (LORDELO, 1981).<br />

3


O nematoi<strong>de</strong> reniforme, Rotylenchulus reniformis, <strong>de</strong>scrito por Linford e<br />

Oliveira em 1940, pertence à família Hoplolaimidae. É consi<strong>de</strong>rado um<br />

ectoparasita se<strong>de</strong>ntário <strong>de</strong> maior importância econômica, <strong>de</strong>ntre as <strong>de</strong>z<br />

espécies conhecidas do gênero Rotylenchulus. Foi observada pela primeira vez<br />

no Havaí, parasitando diversas culturas, e sua primeira ocorrência no País foi<br />

em São Paulo em 1957, parasitando raízes <strong>de</strong> <strong>soja</strong>; logo <strong>de</strong>pois raízes <strong>de</strong><br />

tomateiro. A presença do nematoi<strong>de</strong> reniforme é associada <strong>ao</strong> sintoma “carijó”<br />

das folhas (LORDELO, 1981; ROBINSON et al. 1997).<br />

1.3.2 Biologia e ciclo <strong>de</strong> vida<br />

O nematoi<strong>de</strong> reniforme é parasito obrigatório, uma vez que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />

tecido vivo da planta para sua alimentação, seu <strong>de</strong>senvolvimento e sua<br />

reprodução. De acordo com o modo <strong>de</strong> parasitismo, o reniforme é classificado<br />

como ectoparasiras se<strong>de</strong>ntários, nos quais somente a parte anterior do corpo<br />

penetra na raiz. A reprodução é por fecundação cruzada por partenogênese e<br />

apenas as fêmeas parasitam a raiz. A duração do ciclo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> ovo a ovo é<br />

variável, <strong>de</strong> acordo com a temperatura durante a produção da cultura da <strong>soja</strong><br />

(FERRAZ et al., 2010).<br />

O ciclo <strong>de</strong> vida inicia com o ovo, <strong>de</strong>ntro do qual é formado o primeiro<br />

juvenil, a partir do <strong>de</strong>senvolvimento embrionário, <strong>de</strong>nominado juvenil <strong>de</strong><br />

primeiro estádio, ou J1, e se caracteriza por não apresentar sistema<br />

reprodutivo completo. Este juvenil sofre a primeira ecdise, ainda no interior do<br />

ovo, on<strong>de</strong> troca a cutícula e a parte cônica do estilete (cavida<strong>de</strong> bucal provida<br />

<strong>de</strong> canal interno). Após a ecdise, forma-se o juvenil <strong>de</strong> segundo estádio, ou J2,<br />

que com ajuda do estilete, perfura a casca para sair do ovo (ROBINSON et al.,<br />

1997; FERRAZ et al., 2010).<br />

O juvenil <strong>de</strong> segundo estádio movimenta-se no solo a procura da planta<br />

hospe<strong>de</strong>ira. Em condições <strong>de</strong> parasitismo, o J2 passa por mais duas ecdises,<br />

formando os juvenis <strong>de</strong> terceiro e quarto estádios (J3 e J4), on<strong>de</strong> a forma<br />

adulta, macho ou fêmea é originada após o J4 sofrer a última ecdise. As<br />

fêmeas iniciam a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> ovos cerca <strong>de</strong> nove dias após terem penetrado<br />

a raiz, <strong>de</strong>positando cerca <strong>de</strong> 60 a 200 ovos no interior <strong>de</strong> uma substância<br />

gelatinosa, que forma a massa responsável por uma proteção adicional <strong>ao</strong>s<br />

4


ovos. Os ovos exigem 8 dias para a eclosão (ROBINSON et al., 1997; WANG,<br />

2001; FERRAZ et al., 2010).<br />

Para se alimentarem, as fêmeas <strong>de</strong> R. reniformis <strong>de</strong>stroem as células<br />

da epi<strong>de</strong>rme e, <strong>de</strong>sta ação, são observadas necrose no floema e no<br />

parênquima das raízes, o que resulta em uma redução drástica do sistema<br />

radicular, que afeta diretamente o <strong>de</strong>senvolvimento das plantas e a<br />

translocação <strong>de</strong> água e nutrientes para as folhas. Devido à ausência <strong>de</strong><br />

sintomas externos nas raízes, torna-se necessário a análise <strong>de</strong> solo e raízes<br />

em laboratório para quantificação da população do nematoi<strong>de</strong> em centímetros<br />

cúbicos <strong>de</strong> solo (cc) ou em grama <strong>de</strong> raiz (LORDELLO, 1981).<br />

Segundo Robinson et al. (1997), a duração dos eventos envolvidos no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento varia com a espécie <strong>de</strong> Rotylenchulus, temperatura e<br />

hospe<strong>de</strong>iro, havendo relato que o ciclo <strong>de</strong> vida po<strong>de</strong> ser menor que três<br />

semanas ou maior que dois anos se o hospe<strong>de</strong>iro não estiver presente e o solo<br />

permanecer seco. Em quiabeiro (Hibiscus esculentus L.), o ciclo <strong>de</strong> R.<br />

reniformis <strong>de</strong> ovo a ovo requer 24 a 29 dias, em algodoeiro 17 a 23 dias, e em<br />

<strong>soja</strong> 19 dias a temperatura média <strong>de</strong> 29,5 °C (SCHMIT T; NOEL, 1984).<br />

1.3.3 Histórico, distribuição e hospe<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis<br />

O nematoi<strong>de</strong> reniforme está amplamente distribuído em países<br />

tropicais e subtropicais, e em zonas temperadas quente, na América do Sul,<br />

América do Norte, Bacia do Caribe, África, Sul da Europa, Oriente Médio, Ásia<br />

e na Austrália (AYALA; RAMIREZ, 1964).<br />

Este nematoi<strong>de</strong> foi encontrado pela primeira vez em raízes <strong>de</strong> feijão-<br />

caupi no Havaí, em seguida foi <strong>de</strong>scrito parasitando algodão na Geórgia, e<br />

tomate na Florida. Hoje ele é encontrado em todo sul dos Estados Unidos<br />

(LORDELLO, 1981; ROBINSON et al., 1997; WANG, 2007). O nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme, atualmente é encontrado em 38 países (VERNETTI; VERNETTI<br />

JUNIOR, 2009). Esta espécie possui uma ampla distribuição geográfica<br />

po<strong>de</strong>ndo causar danos em cerca <strong>de</strong> 140 espécies vegetais, sendo que 57 são<br />

<strong>de</strong> importância econômica (ROBINSON et al., 1997; SOARES et al., 2003;<br />

TORRES et al., 2006b).<br />

5


Em áreas produtoras <strong>de</strong> <strong>soja</strong> da região Sul dos Estados Unidos o<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme é consi<strong>de</strong>rado um dos maiores problemas fitossanitários<br />

(ROBBINS et al., 1994). Este nematoi<strong>de</strong> está amplamente disseminado no<br />

Brasil, parasitando raízes <strong>de</strong> abacaxizeiro, bananeira, cafeeiro, mamoneira,<br />

maracujazeiro, tomateiro e em maiores danos, o algodoeiro e a <strong>soja</strong> (ROBBINS<br />

et al., 2002; ASMUS; ISHIMI, 2009).<br />

Nos anos agrícolas <strong>de</strong> 2001/2002, e 2002/2003, Asmus (2004b)<br />

realizou um levantamento em 184 áreas <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> algodoeiro <strong>de</strong> Mato<br />

Grosso do Sul, e finalizou que o R. reniformis estava presente em 16,8% das<br />

amostras analisadas, on<strong>de</strong> as maiores <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais foram<br />

<strong>de</strong>tectadas em municípios com prevalência <strong>de</strong> solos argilosos.<br />

O autor afirma que este nematoi<strong>de</strong> está disseminado em praticamente<br />

todas as importantes regiões <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> grãos do Estado, e as<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais encontradas, que foram superiores a 1000<br />

nematoi<strong>de</strong>s/200 centímetros cúbicos <strong>de</strong> solo, foram nas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Aral<br />

Moreira, Deodápolis, Dourados, Douradina, Maracajú e Rio Brilhante, que<br />

correspon<strong>de</strong>m por 29,1% da área <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> <strong>soja</strong> do Estado.<br />

1.3.4 Ação e sintomatologia <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis<br />

A ação dos nematoi<strong>de</strong>s sobre as plantas hospe<strong>de</strong>iras se manifesta <strong>de</strong><br />

três maneiras: ação traumática, que advêm das injurias mecânicas resultantes<br />

da movimentação <strong>de</strong> certos nematoi<strong>de</strong>s nos tecidos vegetais; pela ação<br />

espoliadora, resultado das substâncias nutritivas que são <strong>de</strong>sviadas para o<br />

sustento do organismo do nematoi<strong>de</strong> parasito, e pela ação tóxica, que são<br />

substâncias secretadas pelos nematoi<strong>de</strong>s, sendo as duas últimas ações<br />

características do nematoi<strong>de</strong> reniforme (LORDELLO, 1981).<br />

A ausência <strong>de</strong> sintomas visíveis nas plantas parasitadas torna a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> plantas parasitadas, pelo nematoi<strong>de</strong> reniforme, dificultada.<br />

Devido à falsa informação <strong>de</strong> que nematoi<strong>de</strong> sempre está ligado com sintomas<br />

<strong>de</strong> galhas nas raízes, como as que ocorrem em nematoi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> galha<br />

(Meloidogyne spp.), o nematoi<strong>de</strong> reniforme foi consi<strong>de</strong>rado um problema <strong>de</strong><br />

pouca importância (ASMUS, 2008; TECNOLOGIAS..., 2010).<br />

6


FERRAZ et al. (2010), cita que os danos causados por fitonematoi<strong>de</strong>s<br />

nas raízes das plantas são refletidos em sua parte aérea, na forma <strong>de</strong> clorose<br />

nas folhas, sub<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> plantas, <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong> do plantel,<br />

po<strong>de</strong>ndo ocasionar a morte da planta. Sabe-se que o sintoma clássico do<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme são as <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong>s na altura das plantas,<br />

geralmente ocasionados pelo sub<strong>de</strong>senvolvimento das plantas infectadas.<br />

Estes sintomas são confundidos com problemas <strong>de</strong> compactação <strong>de</strong> solo,<br />

encharcamento, ou mesmo <strong>de</strong>ficiência nutricional (ASMUS, 2008;<br />

TECNOLOGIAS..., 2010).<br />

Como característica dos sintomas diretos, os sistemas radiculares<br />

mostram-se mais pobres e rasos. As radicelas <strong>de</strong> tomateiro, maracujazeiro,<br />

algodoeiro e <strong>de</strong> <strong>soja</strong> infestadas pelo nematoi<strong>de</strong> reniforme adquirem tonalida<strong>de</strong><br />

clara, po<strong>de</strong>ndo-se observar a presença <strong>de</strong> uma típica camada <strong>de</strong> solo a<strong>de</strong>rente<br />

às massas <strong>de</strong> ovos externas formadas pelas fêmeas (FERRAZ; MONTEIRO,<br />

1995).<br />

1.3.5 Fatores que afetam o ciclo <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis<br />

A temperatura, umida<strong>de</strong> e textura do solo são os fatores que mais<br />

influenciam a ativida<strong>de</strong> dos fitonematoi<strong>de</strong>s. A temperatura ótima para estes<br />

organismos varia <strong>de</strong> 15 a 30 °C, po<strong>de</strong>ndo tornar-se i nativos nas temperaturas<br />

que variam entre 5 e 15 °C e 30 e 40 °C. Temperatur as fora <strong>de</strong>sses limites<br />

po<strong>de</strong>m ser letais <strong>ao</strong>s nematoi<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tempo <strong>de</strong> exposição. Os<br />

efeitos da temperatura sobre o <strong>de</strong>senvolvimento embrionário po<strong>de</strong>m ser um<br />

dos fatores relevantes para a distribuição do nematoi<strong>de</strong> reniforme, no entanto,<br />

o tempo térmico necessário para a embriogênese ainda não são conhecidos<br />

(TORRES et al., 2006b; LEACH et al., 2009; FERRAZ et al., 2010).<br />

Os nematoi<strong>de</strong>s sobrevivem e se movimentam na solução do solo, on<strong>de</strong><br />

a presença da água é essencial. Solos muitos saturados, com baixa<br />

concentração <strong>de</strong> oxigênio são <strong>de</strong>sfavoráveis. A umida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada ótima<br />

para suas ativida<strong>de</strong>s varia entre 40 e 60% da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (TORRES<br />

et al., 2006a; FERRAZ et al. 2010).<br />

Para o nematoi<strong>de</strong> reniforme, não há registros que sua ocorrência seja<br />

limitada pela textura do solo, ocorrendo tanto em solos argilosos, quanto em<br />

7


solos arenosos. E não raro, os danos são comuns em áreas <strong>de</strong> boa fertilida<strong>de</strong><br />

(TECNOLOGIAS..., 2010; FERRAZ et al., 2010).<br />

Um estudo realizado por Netscher e Sikora (1990), mostrou que o<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme po<strong>de</strong> sobreviver na ausência da planta hospe<strong>de</strong>ira por<br />

sete meses em solo úmido, e por seis em solo seco, sendo também relatado<br />

pelos referidos autores sobrevivência após 29 meses na ausência da<br />

hospe<strong>de</strong>ira. A sobrevivência <strong>de</strong> R. reniformis em solo seco é garantida por<br />

meio da anidrobiose, mecanismo <strong>de</strong> natureza fisiológica pelo qual, a escassez<br />

<strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, induz o nematoi<strong>de</strong> a reduzir drasticamente o metabolismo,<br />

permanecendo em estado <strong>de</strong> quase ametabolismo. Este mecanismo em<br />

regiões semi-áridas garante a existência <strong>de</strong> inóculo viável no solo após<br />

períodos <strong>de</strong> condições ambientais adversas (TORRES et al. 2006a).<br />

1.3.6 Principais manejos <strong>de</strong> controle para o nematoi<strong>de</strong> reniforme<br />

O reniforme é um nematoi<strong>de</strong> edáfico, geralmente disseminado por meio<br />

<strong>de</strong> veículos, implementos e ferramentas agrícolas, erosão hídrica ou eólica <strong>de</strong><br />

solo, calçados e animais. A inserção <strong>de</strong> práticas diárias e simples no manejo,<br />

como a limpeza <strong>de</strong> rodados <strong>de</strong> veículos e implementos após o trabalho em<br />

áreas infestadas são <strong>de</strong> extremo valor. Talhões ou áreas sem a contaminação<br />

<strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser sempre cultivados primeiro que os infestados.<br />

Embora a distribuição do nematoi<strong>de</strong> reniforme seja costumeiramente mais<br />

uniforme que <strong>de</strong> outras espécies, há clara concentração <strong>de</strong> altas populações<br />

em <strong>de</strong>terminadas áreas ou talhões (ASMUS, 2008).<br />

Asmus (2008) <strong>de</strong>screve que os principais manejos para o controle do<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme são a prevenção da introdução ou disseminação na<br />

proprieda<strong>de</strong>; o uso <strong>de</strong> varieda<strong>de</strong>s <strong>resistentes</strong> ou tolerantes; e um constante<br />

manejo da área visando à diminuição da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional no solo. O<br />

autor ainda explica que a rotação e a sucessão com culturas não hospe<strong>de</strong>iras<br />

são alternativas <strong>de</strong> manejo do nematoi<strong>de</strong> reniforme. Gramíneas como milheto,<br />

sorgo, braquiária e o Panicum permitem a redução <strong>de</strong>ste fitonematoi<strong>de</strong> no<br />

campo (ASMUS, 2008; TECNOLOGIAS..., 2010, ASMUS; RICHETTI, 2010).<br />

Sereia et al. (2007) cita que em Dourados-MS, o sistema plantio direto<br />

(<strong>soja</strong>-milho, no verão; e trigo-aveia-nabo forrageiro, no inverno), a integração<br />

8


lavoura pecuária (rotação <strong>soja</strong>-braquiária a cada dois anos) ou o cultivo<br />

contínuo <strong>de</strong> braquiária reduziram, em média, em mais <strong>de</strong> 99% a população <strong>de</strong><br />

R. reniformis, em comparação com o monocultivo <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, <strong>ao</strong>s oito anos após a<br />

implantação dos sistemas. As culturas não hospe<strong>de</strong>iras foram responsáveis<br />

pela redução da população no solo.<br />

O manejo <strong>de</strong> fitonematoi<strong>de</strong>s com nematicidas é possível, entretanto<br />

sua eficiência tem se mostrado muito variável (INOMOTO et al., 2007) e não<br />

substitui outras estratégias <strong>de</strong> manejo (TIHOHOD, 1993). No Brasil, os<br />

nematicidas disponíveis são <strong>de</strong> natureza sistêmica dos grupos químicos<br />

carbamatos e organofosforados, o que implica em período <strong>de</strong> carência <strong>de</strong> 60 a<br />

90 dias, classe toxicológica I (extremamente tóxico) e alta periculosida<strong>de</strong><br />

ambiental (periculosida<strong>de</strong> II - muito perigoso), po<strong>de</strong>ndo ser tóxico para peixes e<br />

aves. A escolha <strong>de</strong> um ou outro produto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do sistema <strong>de</strong><br />

produção utilizado e das condições climáticas, tendo em vista as diferenças na<br />

solubilida<strong>de</strong> entre os mesmos (ASMUS, 2005).<br />

Nos Estados Unidos, o controle químico <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s tem sido<br />

realizado com até 60% <strong>de</strong> insucesso, <strong>de</strong>vido à alta solubilida<strong>de</strong> do aldicarb<br />

aliado a diferentes regimes pluviométricos e texturas <strong>de</strong> solo, além das sérias<br />

restrições ambientais que envolvem o uso <strong>de</strong>ssa molécula. A confirmação <strong>de</strong><br />

que os produtos nematicidas não erradicam o nematoi<strong>de</strong>, apenas reduzem-lhe<br />

as populações temporariamente, foi feita por Ferraz (2006), que salienta a<br />

ocorrência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> aplicações sistemáticas nas áreas<br />

infestadas.<br />

É preferível prevenir a disseminação do nematoi<strong>de</strong> a tratar áreas já<br />

infestadas, justificado a dificulda<strong>de</strong> do controle após a infecção da área, sendo<br />

sua erradicação consi<strong>de</strong>rada praticamente impossível, on<strong>de</strong> a adoção <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> controle apenas reduziria sua população, permitindo<br />

temporariamente o uso <strong>de</strong> cultivares suscetíveis (FERRAZ et al., 2010). Para<br />

ASMUS (2008), a forma mais prática e eficiente <strong>de</strong> controle do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme após a contaminação em <strong>de</strong>terminada proprieda<strong>de</strong> é o uso <strong>de</strong><br />

cultivares <strong>resistentes</strong> ou tolerantes.<br />

9


1.4 Melhoramento Genético Visando à Resistência <strong>ao</strong>s Nematoi<strong>de</strong>s<br />

O uso <strong>de</strong> cultivares <strong>resistentes</strong> é o método mais eficaz e econômico <strong>de</strong><br />

controle <strong>de</strong> doenças em plantas (TIHOHOD, 1993; YORINORI, 1997). Harville<br />

(1985) relata que para o controle do nematoi<strong>de</strong> reniforme, os cultivares<br />

avaliados como <strong>resistentes</strong> mostraram resultados otimistas, mas a<br />

indisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas cultivares não permite que este seja mais amplamente<br />

utilizado.<br />

Uma planta é resistente a um nematoi<strong>de</strong> quando uma série <strong>de</strong> atributos<br />

que ela possui atua em <strong>de</strong>trimento do parasito, inviabilizando, por exemplo, a<br />

sua penetração ou o seu <strong>de</strong>senvolvimento no interior dos tecidos ou mesmo<br />

impedindo que ele se reproduza (SILVA, 2001; ROBERTS, 2002). Já o termo<br />

tolerância, retrata a capacida<strong>de</strong> da planta se <strong>de</strong>senvolver satisfatoriamente,<br />

apesar da infestação do nematoi<strong>de</strong>. Anos ou décadas <strong>de</strong> pesquisas são<br />

necessários para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> plantas <strong>resistentes</strong> a nematoi<strong>de</strong>, sendo<br />

uma busca constante por pesquisadores <strong>de</strong> empresas públicas e privadas <strong>de</strong><br />

todo o mundo (SILVA, 2001; ROBERTS, 2002; FERRAZ et al., 2010).<br />

O mecanismo <strong>de</strong> resistência é baseado na hipersensibilida<strong>de</strong>, a qual<br />

<strong>de</strong>termina a morte <strong>de</strong> células infectadas e bloqueia o ciclo <strong>de</strong> vida do<br />

nematoi<strong>de</strong>. Existem espécies vegetais que produzem algumas substâncias que<br />

<strong>ao</strong> serem liberadas no solo por meio <strong>de</strong> exsudados radiculares possuem efeito<br />

repelente ou nematicida, impedindo o nematoi<strong>de</strong> a parasitar a raiz, resultando<br />

em imunida<strong>de</strong> das plantas (PIPOLO; FERRAZ, 1999; FERRAZ et al., 2010).<br />

Segundo Oostenbrink (1966), a resistência <strong>de</strong> plantas <strong>ao</strong>s nematoi<strong>de</strong>s<br />

po<strong>de</strong> ser avaliada com base na capacida<strong>de</strong> ou taxa <strong>de</strong> reprodução dos<br />

nematoi<strong>de</strong>s nas plantas testadas. A reprodução dos nematoi<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> ser<br />

mensurada proce<strong>de</strong>ndo-se a contagem dos nematoi<strong>de</strong>s (ovos, juvenis e/ou<br />

adultos, conforme o gênero envolvido) extraídos do sistema radicular da planta<br />

e do substrato, <strong>de</strong>terminando-se o índice <strong>de</strong> reprodução ou fator <strong>de</strong> reprodução<br />

do patógeno (FR), indicando plantas hospe<strong>de</strong>iras favoráveis (FR>1) ou más<br />

hospe<strong>de</strong>iras do nematoi<strong>de</strong> (FR


nematoi<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos incluir o gene Mi, que confere resistência as plantas<br />

<strong>de</strong> tomate <strong>ao</strong> Meloidogyne incognita, M. javanica e M. arenaria (monogênica).<br />

Em <strong>soja</strong>, a resistência a Hetero<strong>de</strong>ra glycines e R. reniformis é dada por um<br />

gene em comum. Pelo menos 4 alelos recessivos e um ou mais alelos<br />

dominantes controlam a herança <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong>.<br />

Cada um <strong>de</strong>sses alelos po<strong>de</strong> apresentar ligações gênicas e alelos múltiplos<br />

(REBOIS et al., 1970; ROBBINS et al., 1994; ROBBINS e RAKES, 1996;<br />

COOK, 1997; HA et al., 2007).<br />

De maneira separada e diferenciada, os atributos <strong>de</strong> resistência e<br />

tolerância po<strong>de</strong>m ser herdados, pois os mesmos são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes. O modo<br />

como a resistência a nematoi<strong>de</strong> é herdada é importante na <strong>de</strong>finição da<br />

estratégia a ser adotada para incorporá-la em cultivares comerciais <strong>de</strong> <strong>soja</strong>. Na<br />

maioria dos casos, a resistência <strong>de</strong> plantas a nematoi<strong>de</strong>s apresentou controle<br />

monogênico (BOERMA; HUSSEY, 1992).<br />

Os genes <strong>de</strong> resistência também po<strong>de</strong>m ser classificados com base em<br />

seus efeitos na expressão <strong>de</strong>sta característica, sendo que os genes maiores<br />

apresentam gran<strong>de</strong> efeito e os genes menores, pequenos efeitos (SILVA,<br />

2001). A resistência po<strong>de</strong> ser vertical (raça específica, qualitativa),<br />

diferenciando variantes interespecíficas do patógeno, ou horizontal (raça não-<br />

especifica, quantitativa), efetiva contra todos os variantes do patógeno. A<br />

resistência vertical é usualmente conferida por um ou poucos genes maiores,<br />

enquanto a resistência horizontal é conferida por vários genes menores<br />

(poligênica), com pequenos efeitos aditivos e com herança quantitativa<br />

(VANDERPLANK’S, 1978 citado por GOMES, 2006).<br />

Em todo o mundo, a maioria das varieda<strong>de</strong>s <strong>resistentes</strong> é <strong>de</strong>stinada <strong>ao</strong><br />

controle <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong> endoparasitos se<strong>de</strong>ntários, a exemplo <strong>de</strong> Meloidogyne,<br />

Hetero<strong>de</strong>ra e Globo<strong>de</strong>ra, ou <strong>de</strong> semi-endoparasitas se<strong>de</strong>ntários, como<br />

Rotylenchulus e Tylenchulus (ROBERTS, 2002). Os <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> Forrest<br />

e Custer, são os mais adotados como padrões <strong>de</strong> resistência em trabalhos <strong>de</strong><br />

avaliação à resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> R. reniformis no País. Estas duas<br />

cultivares são norte americanas e possuem alta resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme (HA et al., 2007). Os <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> Pickett, Hartwig, PI<br />

437654, Peking, Centenial, PI 90763 e Cor<strong>de</strong>ll são os materiais mais utilizados<br />

11


em pesquisas que visam analisar a resistência do H. glicynes e do R.<br />

reniformis.<br />

No Brasil foi comprovada a resistência <strong>de</strong> plantas <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme nas cultivares <strong>de</strong> <strong>soja</strong> BRS Invernada, BRS Jiripoca, BRS Valiosa<br />

RR, BRSMG 68 (Vencedora), BRSMG 250 (Nobreza), CD 201, M-SOY 8001,<br />

TMG 113 RR, TMG 115 RR e TMG 121 RR (ASMUS, 2008, ASMUS;<br />

SCHIRMANN, 2004). A maioria <strong>de</strong>stas cultivares já foram caracterizadas como<br />

<strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong>, principalmente às raças 1 e 3<br />

(TECNOLOGIAS..., 2010).<br />

Cabe ressaltar que, na região Centro-Sul <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul,<br />

atualmente há poucas opções <strong>de</strong> cultivares com resistência comprovada <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme, como a cultivar M-SOY 8001 e CD 201. Como estratégia<br />

<strong>de</strong> maior eficiência e sucesso a ser utilizada pelos programas <strong>de</strong><br />

melhoramento, no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cultivares <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> R. reniformis,<br />

alguns autores recomendam a avaliação <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> oriundos <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong><br />

resistência <strong>ao</strong> H. glycines, excetuando-se a PI 88788 (HA et al., 2007; ASMUS,<br />

2008).<br />

A PI 88788 e seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes foram utilizados pelos Estados Unidos,<br />

nos programas <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong> <strong>soja</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong>, mas<br />

estes não possuem níveis consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme<br />

(ROBBINS; RAKES, 1996).<br />

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17


CAPITULO 2 - FENOTIPAGEM DE GENÓTIPOS DE SOJA QUANTO À<br />

RESISTÊNCIA AO NEMATOIDE RENIFORME EM CONDIÇÕES<br />

CONTROLADAS<br />

RESUMO - O presente trabalho teve como objetivo caracterizar <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>soja</strong> oriundos <strong>de</strong> 48 cruzamentos com pelo menos um genitor resistente a<br />

Rotylenchulus reniformis, Hetero<strong>de</strong>ra glicynes, ou ambos, quanto à resistência<br />

<strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme. Dois experimentos foram conduzidos em casa <strong>de</strong><br />

vegetação na Embrapa Agropecuária Oeste, em <strong>de</strong>lineamento experimental<br />

inteiramente casualizado, totalizando 199 <strong>genótipos</strong> com cinco repetições. Os<br />

padrões <strong>de</strong> resistência e suscetibilida<strong>de</strong> utilizados foram as cultivares M-SOY<br />

8001 e a BRS 239, respectivamente. Cada genótipo foi inoculado<br />

individualmente com 1000 ovos e formas larvais do nematoi<strong>de</strong>. Decorrido 60<br />

dias da inoculação, os nematoi<strong>de</strong>s foram extraídos das raízes e os <strong>genótipos</strong><br />

avaliados quanto <strong>ao</strong> número <strong>de</strong> ovos e formas larvais por grama <strong>de</strong> raiz (NGR)<br />

e <strong>ao</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR). Sessenta e cinco <strong>genótipos</strong> foram consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>resistentes</strong> (FR


CHAPTER 2 - PHENOTYPING OF SOYBEAN GENOTYPES FOR<br />

RESISTANCE RENIFORM NEMATODE UNDER CONTROLLED<br />

CONDITIONS<br />

ABSTRACT - This study aimed to characterize soybean genotypes originating<br />

from 48 crosses with at least one parent resistant Rotylenchulus reniformis,<br />

Hetero<strong>de</strong>ra glicynes, or both, for resistance to reniform nemato<strong>de</strong>. Two<br />

experiments were conducted in a greenhouse at Embrapa, in a completely<br />

randomized a total of 199 genotypes with five replicates. Patterns of resistance<br />

and susceptibility of the cultivars used were M-SOY 8001 and BRS 239,<br />

respectively. Each genotype was inoculated individually with 1000 eggs and<br />

larval forms of the nemato<strong>de</strong>. After 60 days of inoculation, the nemato<strong>de</strong>s were<br />

extracted from the roots and the genotypes on the number of eggs and larval<br />

forms per gram of root (NGR) and the reproduction factor (FR). Sixty-five<br />

genotypes were resistant (FR


2.1 Introdução<br />

O nematoi<strong>de</strong> reniforme é encontrado em 38 países, dos quais a maioria<br />

tem clima tropical ou subtropical (VERNETTI; VERNETTI JUNIOR, 2009). Esta<br />

espécie possui uma ampla distribuição geográfica po<strong>de</strong>ndo causar danos em<br />

cerca <strong>de</strong> 140 espécies vegetais, sendo que 57 são <strong>de</strong> importância econômica<br />

(ROBINSON et al., 1997; SOARES et al., 2003; TORRES et al., 2006b).<br />

Em áreas produtoras <strong>de</strong> <strong>soja</strong> da região Sul dos Estados Unidos o<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme é relatado um dos maiores problemas fitossanitários<br />

(ROBBINS et al., 1994a). Consi<strong>de</strong>rado um semi-endoparasita polífago, este<br />

nematoi<strong>de</strong> tem uma consi<strong>de</strong>rável disseminação no Brasil, parasitando raízes<br />

<strong>de</strong> espécies anuais e perenes. É encontrado infestando principalmente raízes<br />

<strong>de</strong> abacaxizeiro, bananeira, cafeeiro, mamoneira, maracujazeiro, tomateiro e<br />

em maiores danos, o algodoeiro e a <strong>soja</strong> (ROBBINS et al., 2002; ASMUS;<br />

ISHIMI, 2009).<br />

Des<strong>de</strong> 2002, em Mato Grosso do Sul foi relatada a presença do<br />

nematoi<strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis nas principais áreas produtoras <strong>de</strong> <strong>soja</strong><br />

(ASMUS; RODRIGUES, 2003; ASMUS, 2005). Na cultura do algodão, altas<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais <strong>de</strong>ste fitonematoi<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ocasionar danos<br />

superiores a 60% (ASMUS, 2003).<br />

Devido <strong>ao</strong> seu potencial <strong>de</strong> dano, é fundamental o uso <strong>de</strong> estratégias<br />

<strong>de</strong> manejo; como uso <strong>de</strong> cultivares <strong>resistentes</strong>, rotação <strong>de</strong> culturas, uso <strong>de</strong><br />

plantas <strong>de</strong> cobertura não hospe<strong>de</strong>iras, controle <strong>de</strong> plantas daninhas e o uso <strong>de</strong><br />

nematicida (FERRAZ et al., 2010).<br />

A utilização <strong>de</strong> cultivares <strong>resistentes</strong> para o controle do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme é um dos métodos <strong>de</strong> controle mais eficiente e econômico que<br />

proporciona indiretamente um aumento na estabilida<strong>de</strong> e no período <strong>de</strong> adoção<br />

<strong>de</strong>ssas cultivares (HARVILLE, 1985). Além disso, é consi<strong>de</strong>rado um método <strong>de</strong><br />

fácil assimilação pelos produtores, que reduz impactos ambientais pela<br />

minimização no uso <strong>de</strong> insumos. Desse modo, compreen<strong>de</strong>-se a importância<br />

dos programas <strong>de</strong> melhoramento para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> <strong>soja</strong><br />

<strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> R. reniformis.<br />

Estudos mostram que os genes que conferem resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme estão próximos àqueles que conferem resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

20


cisto da <strong>soja</strong>, principalmente em <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> Forrest, Custer,<br />

Pickett, Hartwig, PI 437654, Peking, Centennial, PI 90763 e Cor<strong>de</strong>ll (REBOIS et<br />

al., 1970; ROBBINS et al., 1994b; ROBBINS; RAKES, 1996; HA et al., 2007). A<br />

maioria <strong>de</strong>sses autores sugere que genes comuns e/ou genes ligados são<br />

responsáveis pela resistência tanto <strong>ao</strong> Hetero<strong>de</strong>ra glycines quanto <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis.<br />

No trabalho realizado por Ha et al. (2007), foram i<strong>de</strong>ntificados locos <strong>de</strong><br />

características quantitativa (QTLs) ligados <strong>ao</strong> grupo B1 (LG-B1) e dois QTL<br />

com interação epistática no LG-B1 e LG-G. O QTL no LG-G, que possuem<br />

alelos <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, <strong>de</strong>rivadas da PI 437654, foi<br />

localizado perto do marcador microssatélite SSR Sat-168 que está<br />

estreitamente ligado <strong>ao</strong> alelo <strong>de</strong> resistência rhg1 que confere resistência à raça<br />

1 do nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto. Os QTLs ligados <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, do LG-B1,<br />

estão localizados entre os SSRs Satt-359 e Satt-484, e posicionado entre os<br />

marcadores RFLP (Restriction Fragment Lenght Polymorphism) A006 e A567a,<br />

que foram relatados estarem ligados <strong>ao</strong> QTL do nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto.<br />

Trabalhos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> linhagens e cultivares <strong>de</strong> <strong>soja</strong> quanto à<br />

resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme no Brasil confirmaram a resistência dos<br />

<strong>genótipos</strong> Forrest e Custer, além <strong>de</strong> elucidar novas fontes <strong>de</strong> resistência, como<br />

por exemplo, as cultivares comerciais M-SOY 8001 e CD 201 (ASMUS;<br />

SCHIRMANN, 2004). Em estudo mais recente, Asmus (2008) avaliou 31<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> quanto à resistência <strong>ao</strong> R. reniformis. Dentre os <strong>genótipos</strong><br />

consi<strong>de</strong>rados <strong>resistentes</strong>, a maioria já havia sido relatada como resistente <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong>.<br />

Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi caracterizar <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>soja</strong> provenientes <strong>de</strong> cruzamentos com pelo menos um parental resistente <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme, ou <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong> ou a ambos, quanto à<br />

resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, em condições <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> vegetação.<br />

21


2.2 Material e Métodos<br />

2.2.1 Delineamento experimental e semeadura<br />

Os experimentos foram realizados na casa <strong>de</strong> vegetação climatizada<br />

(tipo arco, com cobertura <strong>de</strong> polietileno sob cortina <strong>de</strong> aluminete e pare<strong>de</strong> dupla<br />

<strong>de</strong> polietileno) e no Laboratório <strong>de</strong> Nematologia da Embrapa Agropecuária<br />

Oeste, em Dourados-MS, no período <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009 a janeiro <strong>de</strong> 2010.<br />

Foram avaliadas linhagens <strong>de</strong> populações segregantes em gerações F6, F7, F8<br />

e F9, <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> 48 cruzamentos (Tabela 1) em que pelo menos um dos<br />

genitores possui comprovada resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> R. reniformis ou <strong>ao</strong> H.<br />

glycines (principalmente às raças 1 e 3), ou a ambos.<br />

Esses <strong>genótipos</strong> foram testados quanto a reação <strong>ao</strong> R. reniformis em<br />

dois experimentos: o primeiro avaliou 86 <strong>genótipos</strong>, e o segundo 113<br />

<strong>genótipos</strong>, todos oriundos do programa <strong>de</strong> melhoramento <strong>de</strong> <strong>soja</strong> da Embrapa<br />

(Tabela 1), sendo 159 convencionais e 40 transgênicos (<strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong><br />

glifosato). Foram incluídas as cultivares M-SOY 8001 e BRS 239 como padrão<br />

<strong>de</strong> resistência e <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong>, respectivamente, nos dois experimentos.<br />

Os dois experimentos foram conduzidos em <strong>de</strong>lineamento inteiramente<br />

casualizado com cinco repetições.<br />

A semeadura da <strong>soja</strong> foi realizada em copos <strong>de</strong> polietileno, com<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 500 mL, contento 400 mL <strong>de</strong> substrato composto pela mistura<br />

<strong>de</strong> solo e areia (1:1) <strong>de</strong>sinfestado pelo método <strong>de</strong> solarização (GHINI et al.,<br />

2002). Foi realizada uma adubação padronizada em 0,4 gramas do formulado<br />

0-20-20 (N-P-K) para cada copo <strong>de</strong> polietileno. Foram semeadas quatro<br />

sementes por copo, e utilizados 2 mililitros do inoculante Nitragin Cell Tech HC<br />

Merck (concentração <strong>de</strong> 3.10 9 células viáveis <strong>de</strong> Bradyrhizobium sp. por<br />

mililitro). Dez dias após a semeadura realizou-se o <strong>de</strong>sbaste, <strong>de</strong>ixando uma<br />

planta por copo. As plantas foram irrigadas, pelo menos uma vez <strong>ao</strong> dia.<br />

2.2.2 Obtenção do inóculo e inoculação<br />

As plantas foram inoculadas individualmente com R. reniformis<br />

utilizando uma suspensão aquosa contendo 1.000 ovos e formas larvais <strong>de</strong><br />

22


uma população oriunda <strong>de</strong> raízes <strong>de</strong> <strong>soja</strong> em Maracajú, MS, e multiplicada em<br />

maracujazeiro azedo. Para a obtenção do inóculo, raízes <strong>de</strong> maracujazeiro<br />

foram trituradas pelo método <strong>de</strong>scrito por Collen e D’Her<strong>de</strong> (1972).<br />

A suspensão obtida, que continha o inóculo foi ajustada para 200<br />

nematoi<strong>de</strong>s por mililitro, on<strong>de</strong> foram necessários utilizar 5 mililitros da solução<br />

para totalizar 1000 nematoi<strong>de</strong>, que logo foram <strong>de</strong>positadas em dois orifícios <strong>de</strong><br />

2 centímetros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> e distanciados 2 centímetros da base da planta.<br />

2.2.3 Avaliação do ensaio<br />

Sessenta dias após a inoculação do fitonematoi<strong>de</strong>, em ambos os<br />

experimentos, seguiram-se a avaliação dos <strong>genótipos</strong>. Os copos foram<br />

transportados para o laboratório, on<strong>de</strong> as partes aéreas das plantas foram<br />

cortadas, e suas raízes cuidadosamente lavadas em água corrente e<br />

transferidas para um saco plástico, sendo imediatamente armazenadas em<br />

gela<strong>de</strong>ira para conservação até o inicio do processo <strong>de</strong> extração. A massa das<br />

raízes foi obtido em uma balança eletrônica <strong>de</strong> precisão, Mo<strong>de</strong>lo MA-BS 2000,<br />

e a extração realizada pelo método <strong>de</strong>scrito por Coolen e D’Her<strong>de</strong> (1972).<br />

Depois <strong>de</strong> extraídos das raízes, os nematoi<strong>de</strong>s foram inativados em<br />

banho-maria, na temperatura <strong>de</strong> 55 ºC por cinco minutos. A suspensão obtida<br />

na extração foi utilizada para estimar o número <strong>de</strong> ovos, juvenis e/ou adultos<br />

em microscópio óptico (aumento <strong>de</strong> 40 vezes), com o auxílio <strong>de</strong> uma lâmina <strong>de</strong><br />

contagem, em alíquotas <strong>de</strong> 1mL.<br />

23


Tabela 1. Cruzamentos, número <strong>de</strong> linhagens e gerações dos <strong>genótipos</strong><br />

avaliados quanto a resistência a R. reniformis em casa <strong>de</strong> vegetação -<br />

Experimentos I e II. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 2009.<br />

Cód. Cruzamentos Linhagens Gerações<br />

Experimento I<br />

1. Forrest (3) x BRS 231 (2) 6 F7<br />

2. BRSGO 204 x (BRSGO Chapadões (2) ) x BRSMG 250 (Nobreza (3) ) 3 F6<br />

3. BRS Invernada (3) x PI 561356 2 F6<br />

4. Custer (3) x BR96-25619 31 F7<br />

5. BR96-25619 x Custer (3) 31 F7<br />

6. Forrest (3) x BR96-25619 3 F7<br />

7. BR96-25619 x Forrest (3) 2 F7<br />

8. PI437654 (3) x Hartwig (3) 3 F8<br />

9. BRS 262 (2) x {BRS 244 RR x Shiranui-1} 5 F7<br />

Subtotal 86<br />

Experimento II<br />

10 PI437654 (3) x Hartwig (3) 7 F8<br />

11 Ipameri (2) x (Fayette (1) x PI 437654 (3) ) 13 F7<br />

12 (BRSMT Pintado (2) x MGBR 46 Conquista) x (Fayette (1) x PI 437654 (3) ) 8 F7<br />

13 (Fayette (1) x PI 437654 (3) ) x (BRSMT Pintado (2) x MGBR 46 Conquista) 11 F7<br />

14 BRI01-1038 x M-SOY 8001 (3) 1 F8<br />

15 BRI01-11556 x BRS Jiripoca CRNC (3) 1 F7<br />

16 MGBR00-50616 (3)* x BR02-65900 2 F6<br />

17 MGBR00-50616 (3)* x BR03-75127 8 F6<br />

18 BRS 262 (2) x BR04-203094 2 F6<br />

19 A 9000 RG x NK 412113 (2) 1 F6<br />

20 GOBR99-701006 (3)* x BR03-81463 RR 4 F6<br />

21 BRAS99-10553 (3)* x BRB02-2293-L1=BR 28*6RR 4 F6<br />

22 Anta 82 RG (2) x BR02-65840 9 F8<br />

23 Anta 82 RG (2) x BR02-64151 7 F8<br />

24 BR02-78000 x Anta 82 RG (2) 3 F8<br />

25<br />

26<br />

BRS 246 RR x {Bedford (2) x {Forrest*2 (3) x {(UFV 1*2 x Davis-1) x<br />

[(Bossier x Paraná) x FT Estrela]}}}<br />

[(BRS 133*2 x Ga93-9293 (2) ) F4 Res. NCS e MRNG] x [CD205 x (BRS<br />

134*5 x E96-246)] Res. Fe 1<br />

24<br />

1 F8<br />

1 F8<br />

27 CD 202 x (CD 201 (1) x BRS 133) 1 F9<br />

28 (CD-202 (1) x (GOBR83-60040 (2) x (HIll x PI 227687)) 2 F9<br />

29 BRS 231 (2) x BRSGO Luziânia 1 F9<br />

30 BR 98-17205 x BRS 231 (2) 1 F9<br />

31 Embrapa 48 x NK 412113 (2) 2 F9<br />

32 NK 412113 (2) x BRS 232 1 F9<br />

33 BRS 239 x [BRS 231 (2) x (PI 200487 x BRS 133)] 1 F9<br />

34 BRS 184 x BRS 231 (2) 1 F9<br />

35 BRS 231 (2) x BRS Sambaíba 1 F9


Cod. Cruzamento Linhagens Geração<br />

36 BRS 262 x (MSOY 5826 x CD 206) 2 F8<br />

37 BRS 231 (2) x (BRSGO Chapadões (2) x BRI98-641) 2 F8<br />

38 BRS 231 (2) x (BRSGO Chapadões (2) x BRI98-641) 4 F9<br />

39<br />

{Sharkey (2) x {Hartwig (3) x {FT 5 x {[FT 10*2 x (FT 6*2 x SS 1-A)] x TGX<br />

297-192-C}}}} x {(Santa Rosa x Tracy) x [(BR 16*3 x BRM92-6600) x<br />

(BR 16*5 x IAC 12)]}<br />

25<br />

1 F8<br />

40 BRS 262 (2) x MSOY 5942 1 F8<br />

41<br />

[(BR96-25917 x Foster IAC (2) ) 2] x {BRS 66*2 x [BRS 134*2 x (Embrapa<br />

59*2 x E96-246)]}<br />

1 F9<br />

42 CD201 (1) x BRS 134RR 1 F9<br />

43 CD 201*2 (1) x (E96-246 x BRS 133) 2 F9<br />

44 [BR93-11995 x (E99-99 x OC95-3455)] x CD 201 (1) 1 F9<br />

45 BRS 262 (2) x BRS 255 RR 1 F8<br />

46<br />

47<br />

48<br />

{Cor<strong>de</strong>ll*4 (3) x {Hartwig (3) x [(UFV 1*2 x Davis-1)*3 x FT Estrela]}} x BRS<br />

245 RR<br />

{Cor<strong>de</strong>ll (3) x [Hartwig (3) x (Embrapa 4*4 x Tracy M)]} x {(Santa Rosa x<br />

Tracy) x [(BR 16*3 x BRM92-6600) x (BR 16*5 x IAC 12)]}<br />

{BRS 133 x (Embrapa 63 RR x PI 230971)(RR??)]} x {[(BRS 133*2 x<br />

Ga93-9293 (2) ) F4 Res. NCS e Res. NG] x [Embrapa 134*5 x E96-246) x<br />

Embrapa 61] Res. Fe 1}<br />

Subtotal 113<br />

Total 199<br />

1 F8<br />

1 F9<br />

1 F8<br />

(1) (2) (3)<br />

Parental resistente à R. reniformis, Parental resistente à H. glycines (NCS raças 1 e 3, principalmente), Parental<br />

resistente a R. reniformis e H. glycines.<br />

*<br />

Genealogias: MGBR00-50616=Sharkey x {[Forrest*4 x (Bossier x Paraná)] x [(UFV 1*2 x Davis-1) x FT Estrela]};<br />

GOBR99-701006= {Hartwig*4 x [OC 8 x (TGX 342-351-D x Paranagoiana*4)]} x [Sharkey*2 x (Dourados*4 x SS1)];<br />

BRAS99-10553=Sharkey x {Bedford x {Hartwig x {[(Cristalina CARDF-56 x IAC 7R) x BR 11] x Tracy M}}}<br />

A estimativa do número <strong>de</strong> ovos, juvenis e/ou adultos encontrados nas<br />

raízes, foi usada para calcular o fator <strong>de</strong> reprodução (FR) e o número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR). Segundo Oostenbrink (1966), <strong>genótipos</strong><br />

que apresentam FR igual ou menor a um são consi<strong>de</strong>rados <strong>resistentes</strong>, on<strong>de</strong> o<br />

FR (Pf/Pi) é <strong>de</strong>finido pela razão entre a população final na raiz (Pf) e a<br />

população inicialmente inoculada (Pi). O NGR é <strong>de</strong>finido pela razão entre o<br />

número total <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s nas raízes e a massa das raízes em gramas.<br />

Para verificar a homogeneida<strong>de</strong> da variância, foi utilizado o teste <strong>de</strong><br />

Liliefors, que resultou em dados não homogêneos. Devido à presença <strong>de</strong><br />

associação entre a média e a variância em cada genótipo avaliado, os dados<br />

obtidos <strong>de</strong> NGR foram transformados para Log10 (x+1) e os dados <strong>de</strong> FR<br />

transformados para raiz quadrada (x+1), sendo x o valor original da variável.


Os dados foram transformados a fim <strong>de</strong> obter-se a estabilização das variâncias.<br />

Posteriormente, os valores <strong>de</strong> NGR e FR foram submetidos à análise <strong>de</strong><br />

variância com auxilio do aplicativo computacional SAS, versão 9.1 (SAS, 2009).<br />

O teste <strong>de</strong> Scott Knott <strong>de</strong> agrupamento <strong>de</strong> médias e a correlação <strong>de</strong> Pearson<br />

foram realizados com o auxílio do aplicativo computacional GENES (CRUZ,<br />

2006).<br />

2.3 Resultados e Discussão<br />

De acordo com os resultados obtidos na análise <strong>de</strong> variância verificou-<br />

se diferença significativa (P


As Figuras 1 e 2 ilustram a variabilida<strong>de</strong> entre os <strong>genótipos</strong> testados<br />

em ambos experimentos, com relação as médias da variável FR. Por meio da<br />

distribuição <strong>de</strong> frequências, verificou-se que a variável não se ajustou a<br />

normalida<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> foi verificada uma assimetria positiva em ambos os<br />

experimentos, <strong>de</strong>monstrando a predominância <strong>de</strong> uma baixa reprodução dos<br />

nematoi<strong>de</strong>s nos <strong>genótipos</strong> testados. Com isso, seguiu-se a transformação dos<br />

dados, que resultou em médias próximas a normalida<strong>de</strong>.<br />

M-SOY 8001<br />

(0,17)<br />

BRS 239<br />

(1,95)<br />

Figura 1. Histograma dos dados <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR) do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme em 88 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento I. Embrapa Agropecuária<br />

Oeste, Dourados-MS.<br />

27


M-SOY 8001<br />

(0,15)<br />

BRS 239<br />

(1,44)<br />

Figura 2. Histograma dos dados do fator <strong>de</strong> reprodução do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme em 115 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento II. Embrapa Agropecuária<br />

Oeste, Dourados-MS.<br />

A análise <strong>de</strong> correlação indicou que as variáveis FR e NGR foram<br />

significativamente correlacionadas, ou seja, quanto menor o FR menor será o<br />

NGR correspon<strong>de</strong>nte e vice-versa. Nesta análise foi verificado que o FR<br />

apresentou uma alta associação com o NGR no experimento I (r=0,995;<br />

P


Destes 42, trinta e um <strong>genótipos</strong> também não diferiram da M-SOY 8001 quanto<br />

à variável NGR (Tabela 3).<br />

Quatro grupos <strong>de</strong> médias foram formados no experimento II, sendo que<br />

23 dos 115 <strong>genótipos</strong> testados, apresentaram reação <strong>de</strong> resistência (FR


Tabela 3. Comparação <strong>de</strong> médias <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR) e número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR) <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis em 88<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, avaliados em casa <strong>de</strong> vegetação (Experimento I) na<br />

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, Outubro/2009.<br />

GENÓTIPO (1) FR * NGR * GENÓTIPO FR * NGR *<br />

BRMS08-1720 0,05 a (2)<br />

3,73 a BRMS08-1421 0,70 a 56,59 b<br />

BRMS08-1797 0,07 a 3,93 a BRMS08-1805 0,75 a 49,48 b<br />

BRMS08-1626 0,09 a 4,52 a BRMS08-1416 0,79 a 85,39 b<br />

BRMS08-5808 0,11 a 10,86 a BRMS08-1772 0,83 a 48,96 b<br />

BRMS08-2109 0,11 a 6,75 a BRMS08-1699 0,83 a 41,08 b<br />

BRMS08-5766 0,12 a 14,94 a BRMS08-2037 0,88 a 54,74 b<br />

BRMS08-2107 0,13 a 8,89 a BRMS08-1680 0,94 a 44,71 b<br />

BRMS08-1785 0,13 a 8,66 a BRMS08-5762 0,97 a 52,14 b<br />

BRMS08-1612 0,14 a 6,45 a BRMS08-1895 1,03 b 63,21 b<br />

BRMS08-1746 0,14 a 7,71 a BRMS08-1426 1,09 b 131,73 b<br />

BRMS08-1715 0,15 a 7,27 a BRMS08-1290 1,11 b 57,12 b<br />

BRMS08-1869 0,15 a 6,00 a BRMS08-1711 1,13 b 54,25 b<br />

BRMS08-1804 0,16 a 7,48 a BRMS08-1725 1,15 b 61,72 b<br />

MSOY 8001 0,17 a 9,34 a BRMS08-1911 1,19 b 122,63 b<br />

BRMS08-5776 0,18 a 11,73 a BRMS08-1719 1,24 b 90,39 b<br />

BRMS08-1661 0,18 a 11,04 a BRMS08-1829 1,25 b 79,00 b<br />

BRMS08-1935 0,18 a 11,67 a BRMS08-1600 1,37 b 115,22 b<br />

BRMS08-1842 0,18 a 12,16 a BRMS08-1802 1,38 b 62,47 b<br />

BRMS08-1634 0,19 a 9,67 a BRMS08-1289 1,40 b 88,77 b<br />

BRMS08-1795 0,20 a 11,58 a BRMS08-1659 1,42 b 84,24 b<br />

BRMS08-1729 0,23 a 12,00 a BRMS08-1799 1,42 b 77,24 b<br />

BRMS08-5764 0,23 a 15,47 a BRMS08-1694 1,48 b 93,73 b<br />

BRMS08-1586 0,26 a 33,42 a BRMS08-1807 1,48 b 73,41 b<br />

BRMS08-1784 0,27 a 20,66 a BRMS08-1601 1,48 b 66,06 b<br />

BRMS08-1898 0,29 a 12,58 a BRMS08-1642 1,51 b 70,35 b<br />

BRMS08-2132 0,33 a 20,09 a BRMS08-1619 1,53 b 71,23 b<br />

BRMS08-1788 0,34 a 18,62 a BRMS08-1811 1,66 b 97,10 b<br />

BRMS08-1766 0,40 a 14,79 a BRMS08-1512 1,72 b 139,77 b<br />

BRMS08-1888 0,44 a 80,09 b BRMS08-1726 1,72 b 70,05 b<br />

BRMS08-1679 0,48 a 27,36 a BRMS08-1732 1,75 b 111,44 b<br />

BRMS08-1817 0,53 a 32,14 a BRMS08-1635 1,80 b 114,05 b<br />

BRMS08-1639 0,57 a 33,85 b BRMS08-1669 1,84 b 82,91 b<br />

BRMS08-1280 0,61 a 30,28 a BRMS08-1646 1,85 b 89,45 b<br />

BRMS08-1598 0,63 a 31,24 a BRMS08-1511 1,88 b 103,48 b<br />

BRMS08-1305 0,64 a 38,04 b BRMS08-1890 1,91 b 106,76 b<br />

BRMS08-1614 1,93 b 84,46 b BRMS08-1781 2,22 b 130,58 b<br />

BRS 239 1,95 b 104,17 b BRMS08-1607 2,56 b 138,84 b<br />

BRMS08-1284 2,04 b 119,40 b BRMS08-1918 2,56 b 167,79 b<br />

Continua...<br />

30


GENÓTIPO (1) FR * NGR * GENÓTIPO FR * NGR *<br />

BRMS08-1787 2,05 b 79,05 b BRMS08-1870 2,61 b 116,90 b<br />

BRMS08-2121 2,06 b 96,68 b BRMS08-1913 2,62 b 126,02 b<br />

BRMS08-1769 2,07 b 81,45 b BRMS08-1304 2,78 b 201,52 b<br />

BRMS08-1676 2,16 b 113,89 b BRMS08-1604 2,93 b 147,83 b<br />

BRMS08-1881 2,19 b 105,09 b BRMS08-1972 3,66 b 197,14 b<br />

BRMS08-1816 2,21 b 157,97 b BRMS08-1949 4,53 b 230,65 b<br />

Quadrado Médio 0,378 ** 0,874 **<br />

Média 1,14 65,97<br />

Máximo 4,53 230,65<br />

Mínimo 0,05 3,73<br />

CV (%) 24,57 25,49<br />

(1)<br />

Valor médio <strong>de</strong> cinco repetições <strong>de</strong> cada genótipo.<br />

*Dados originais.<br />

(2)<br />

Médias seguidas <strong>de</strong> mesma letra, na coluna, pertencem <strong>ao</strong> mesmo grupo pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knot (P


Tabela 4. Comparação <strong>de</strong> médias <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR) e número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR) <strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis em 115<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, avaliados em casa <strong>de</strong> vegetação (Experimento II) na<br />

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, Janeiro/2010.<br />

GENÓTIPO FR NGR GENÓTIPO FR NGR<br />

BRMS08-2348 0,09 a 6,79 a BRMS08-4576 1,62 b 148,83 c<br />

MSOY 8001 0,15 a 12,55 a BMR-10557 1,64 b 145,80 c<br />

BRMS08-2214 0,18 a 79,2 b BMR-7743 1,74 b 148,74 c<br />

BRMS08-2465 0,19 a 11,34 a BMR-1872 1,87 b 115,28 c<br />

BRMS08-2474 0,25 a 17,74 a BRMS08-11980 1,88 b 213,86 c<br />

BRMS08-2210 0,26 a 22,44 a BR07-34298 1,90 b 140,92 c<br />

BRMS08-2481 0,32 a 18,75 a BRMS08-12271 1,92 b 204,82 c<br />

BRMS08-2512 0,33 a 9,68 a BRMS08-10953 1,97 c 94,87 c<br />

BRMS08-2480 0,33 a 34,76 a BRMS08-10904 2,01 c 109,58 c<br />

BRMS08-2244 0,34 a 37,16 b BRMS08-2458 2,07 c 212,88 c<br />

BRMS08-2507 0,35 a 16,70 a BMR-7780 2,07 c 165,21 c<br />

BRN06-16845 0,41 a 22,29 a BRMS08-2140 2,08 c 162,94 c<br />

BMR-8204 0,45 a 46,53 b BRI07-0644 2,10 c 182,22 c<br />

BRMS08-10882 0,48 a 48,20 b BRMS08-11981 2,12 c 172,52 c<br />

BRMS08-10887 0,49 a 46,73 b BRMS08-10692 2,12 c 214,18 c<br />

BMR-5583 0,52 a 45,11 b BRMS08-10971 2,15 c 195,46 c<br />

BRMS08-2171 0,57 a 46,43 b BRMS08-2311 2,17 c 159,35 c<br />

BR07-34344 0,60 a 46,42 b BMR-10419 2,17 c 89,07 b<br />

BRMS08-2189 0,64 a 48,78 b BRMS08-2416 2,24 c 218,14 c<br />

BMR-9563 0,65 a 72,64 b BRMS08-11913 2,24 c 182,36 c<br />

BRMS08-2174 0,69 a 69,61 b BRMS08-2184 2,28 c 131,54 c<br />

BRMS08-2255 0,74 a 77,79 b BRMS08-12031 2,35 c 268,36 d<br />

BRMS08-2203 0,81 a 64,10 b BRMS08-10912 2,35 c 204,79 c<br />

BRMS08-11801 0,84 a 179,41 c BRMS08-11786 2,40 c 235,79 c<br />

BRMS08-2462 0,94 b 70,95 b BR06-62539 2,43 c 209,44 c<br />

BRMS08-2506 1,02 b 71,78 b BMR-84190RR 2,43 c 152,96 c<br />

BRN06-12048 1,05 b 99,21 c BRMS08-10961 2,46 c 137,44 c<br />

BRMS08-10414 1,08 b 118,35 c BRI07-0319 2,47 c 156,82 c<br />

BRMS08-2187 1,12 b 95,35 c BRMS08-10886 2,49 c 229,65 c<br />

BRMS08-12295 1,20 b 163,47 c BRMS08-11838 2,54 c 229,87 c<br />

BRMS08-2208 1,24 b 85,02 b BR06-77758 2,59 c 183,83 c<br />

BRMS06-603089 1,39 b 165,19 c BR07-31387 2,66 c 217,32 c<br />

BRMS08-12042 1,39 b 214,71 c BMR-86253RR 2,76 c 239,38 d<br />

BRMS08-2468 1,41 b 81,18 b BMR-10463 2,80 c 185,51 c<br />

BRS 239 1,45 b 194 c BRMS08-2248 2,82 c 201,35 c<br />

BRMS08-2360 1,53 b 95,59 c BRMS08-2144 2,83 c 333,49 d<br />

BRMS08-2222 1,54 b 149,75 c BRMS08-11805 2,84 c 211,27 c<br />

Continua...<br />

32


GENÓTIPO FR NGR GENÓTIPO FR NGR<br />

BRMS08 - 10897 2,84 c 219,96 c BRMS08 - 2496 4,05 d 240,51 c<br />

BRMS08 - 10409 2,86 c 223,15 c BRMS08 - 2138 4,08 d 283,98 d<br />

BMR-87695RR 2,91 c 410,00 d BRMS08 - 10960 4,12 d 283,07 d<br />

BRMS08 - 2135 2,93 c 246,83 c BRMS08 - 11752 4,15 d 359,27 d<br />

BMR-87459RR 2,94 c 289,07 d BRMS08 - 2329 4,24 d 491,91 d<br />

BRMS08 - 2143 2,95 c 206,28 c BRMS08 - 11793 4,32 d 490,28 d<br />

BRMS08 - 2303 2,98 c 427,39 d BRMS08 - 10892 4,48 d 567,66 d<br />

BRMS08 - 10972 3,01 c 255,65 c BRMS08 - 11781 4,50 e 356,71 e<br />

BMR-10558 3,12 c 153,86 c BRMS08 - 10974 4,52 e 232,22 f<br />

BRMS08 - 2323 3,13 c 433,39 d BRMS08 - 5504 4,53 e 406,68 e<br />

BRN06-11457 3,13 c 494,69 d BR06-75792 4,64 e 263,03 e<br />

BRMS08 - 10949 3,19 c 252,41 c BR06-63905 4,83 e 322,46 e<br />

BRMS08 - 10957 3,36 c 207,77 c BRMS08 - 11976 4,88 e 515,63 e<br />

BRMS08 - 12045 3,37 d 259,43 d BRQ06-2539 4,90 e 507,28 e<br />

BRMS08 - 2136 3,46 d 245,79 c BRMS08 - 10893 4,96 e 629,64 e<br />

BRMS08 - 12300 3,51 d 240,13 c BRMS08 - 11784 5,01 e 404,97 e<br />

BRMS08 - 2133 3,53 d 369,56 d BMR-87069RR 5,29 e 368,25 e<br />

BR07-26590 3,59 d 351,24 d BRMS08 - 2307 5,83 e 602,46 e<br />

BRMS08 - 11915 3,63 d 271,17 d BRMS08 - 10876 6,45 e 675,85 e<br />

BR06-75833 3,70 d 313,50 d BRMS08 - 10910 6,47 e 306,82 e<br />

BRMS06-13911248 3,77 d 376,39 d<br />

Quadrado Médio 0,754 ** 0,865 **<br />

Média 2,39 209,11<br />

Máximo 6,47 675,85<br />

Mínimo 0,09 6,79<br />

CV(%) 24,20 18,75<br />

(1) Valor médio <strong>de</strong> cinco repetições <strong>de</strong> cada genótipo.<br />

*Dados originais.<br />

(2) Médias seguidas <strong>de</strong> mesma letra, na coluna, pertencem <strong>ao</strong> mesmo grupo pelo teste <strong>de</strong> Scott-Knot<br />

(P


que 1,0 (Tabela 5). Dentre as linhagens <strong>resistentes</strong>, 42 foram oriundas dos<br />

cruzamentos: Custer x BR96-25619, BR96-25619 x Custer, BRSGO Ipameri x<br />

(Fayette x PI 437654) e (Fayette x PI 437654) x (BRSMT Pintado x MGBR 46<br />

Conquista). Estudos recentes têm mostrado que <strong>genótipos</strong> com resistência <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> PI 437654, Custer, Forrest, Hartwig, PI 90763<br />

e Peking são potencialmente <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme (ROBBINS et<br />

al., 1994a; ROBBINS et al., 1994b; ROBBINS et al., 2002; ASMUS, 2008).<br />

Tabela 5. Cruzamentos que originaram linhagens <strong>resistentes</strong> (FR


linhagens <strong>resistentes</strong> (Tabela 6). Outras cultivares como BRS 231, Hartwig,<br />

BRSGO Chapadões, BRSMG 250 (Nobreza), Anta 82 RG, Sharkey, NK<br />

412131 e CD 201, além da linhagem GOBR99-701006 originaram linhagens<br />

<strong>resistentes</strong>, mas em índices inferiores.<br />

Nos EUA, houve uma redução consi<strong>de</strong>rável do índice <strong>de</strong> resistência<br />

dos <strong>genótipos</strong> utilizados, <strong>de</strong>vido <strong>ao</strong> quase exclusivo uso da PI 88788 como<br />

fonte <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> H. glycines que tem comprovada suscetibilida<strong>de</strong> <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis (ROBBINS et al., 2002). Por outro lado, a maioria dos <strong>genótipos</strong><br />

avaliados neste estudo é oriunda <strong>de</strong> parentais com comprovada resistência<br />

pelo menos <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto com potencial <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> reniforme.<br />

As cultivares BRSGO Ipameri, BRSMT Pintado e BRS 262 são<br />

indicadas para semeadura no País, que se comportaram como boas fontes <strong>de</strong><br />

resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme (Tabelas 5 e 6). Essas cultivares foram<br />

relatadas como <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong> pelos seus<br />

obtentores, sendo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> pelo menos uma das principais fontes <strong>de</strong><br />

resistência a este fitonematoi<strong>de</strong> (TECNOLOGIAS..., 2010). Dias et al. (2009)<br />

relataram a complexida<strong>de</strong> que existe no entendimento da base genética da<br />

resistência em <strong>soja</strong> <strong>ao</strong> H. glycines, <strong>de</strong>vido a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> genes,<br />

ou uns poucos genes com vários alelos estarem envolvidos. Esse tipo <strong>de</strong><br />

comportamento genético também é relatado em trabalhos que avaliaram a<br />

herança da resistência genética da <strong>soja</strong> quanto <strong>ao</strong> R. reniformis (HARVILLE et<br />

al., 1985; HA et al., 2007).<br />

Dos genitores que mais geraram linhagens <strong>resistentes</strong>, três (BRSGO<br />

Ipameri, BRSMT Pintado e BRS 262) têm comprovada resistência <strong>ao</strong> H.<br />

glycines, outros três (Custer, PI 437654 e Forrest), possuem resistência <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis e H. glycines, e somente um (Fayette) tem resistência apenas <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis. HA et. al (2007) <strong>ao</strong> avaliarem o genótipo PI 437654, com o uso <strong>de</strong><br />

marcadores moleculares, comprovaram que os genes <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis estão próximos àqueles que controlam a resistência <strong>ao</strong> H. glycines.<br />

Além disso, evi<strong>de</strong>ncia que a resistência é controlada quantitativamente por<br />

genes com efeitos <strong>de</strong>siguais. Essa hipótese <strong>de</strong> herança quantitativa da<br />

resistência po<strong>de</strong> explicar a baixa proporção <strong>de</strong> linhagens <strong>resistentes</strong><br />

35


caracterizadas neste trabalho, em torno <strong>de</strong> 30% do total das linhagens<br />

avaliadas (Tabela 4).<br />

Tabela 6. Relação dos principais genitores com potencial <strong>de</strong> resistência, código<br />

dos cruzamentos, número <strong>de</strong> linhagens avaliadas, número <strong>de</strong> linhagens<br />

<strong>resistentes</strong> (FR


Apenas a variável FR é suficiente para avaliar a resistência <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme.<br />

Os genitores Custer, PI 437654, Fayette, BRSGO Ipameri, BRSMT<br />

Pintado, BRS 262 e Forrest originaram a maioria das linhagens <strong>resistentes</strong>.<br />

Cultivares indicadas para semeadura no país, BRSGO Ipameri,<br />

BRSMT Pintado, BRS 262 e BRS 231 são promissoras fontes <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme a serem prontamente utilizadas pelos programas <strong>de</strong><br />

melhoramento.<br />

2.5 Referências<br />

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39


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40


CAPITULO 3 – SELEÇÃO DE GENÓTIPOS DE SOJA RESISTENTES AO<br />

NEMATOIDE RENIFORME E COM ALTO DESEMPENHO PRODUTIVO<br />

RESUMO – O objetivo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> trabalho foi selecionar <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong><br />

<strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, com alto potencial produtivo, em condições<br />

<strong>de</strong> campo infestado pelo fitonematoi<strong>de</strong>. O <strong>de</strong>lineamento utilizado foi o <strong>de</strong><br />

testemunhas intercalares, utilizando as cultivares M-SOY 8001 e a BRS 239<br />

como testemunhas <strong>resistentes</strong> e suscetíveis, respectivamente. Para a<br />

caracterização dos <strong>genótipos</strong> foram realizadas duas avaliações visuais, uma do<br />

vigor e uniformida<strong>de</strong> para a obtenção <strong>de</strong> um índice <strong>de</strong> resistência (IR), e outra<br />

avaliação, paralelamente à primeira, para obtenção <strong>de</strong> uma nota <strong>de</strong> resistência<br />

(NR) às parcelas. Também foram avaliadas a razão (RAZ) média entre as<br />

plantas mais baixas e as mais altas, o número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong><br />

raiz (NGR), além da produtivida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> grãos (REND), padronizada para<br />

13% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>. Com os dados obtidos, verificou-se diferença significativa<br />

entre todas as variáveis avaliadas, exceto para a razão. As estimativas do IR<br />

classificou 40 <strong>genótipos</strong> como resistente (R) e78 como mo<strong>de</strong>radamente<br />

resistente (MR). Por outro lado, a classificação dos <strong>genótipos</strong>, <strong>de</strong> acordo com a<br />

variável NR, foi <strong>de</strong> 13 <strong>genótipos</strong> R e 31 MR. Verificou-se correlações<br />

significativas entre os caracteres REND, IR, NR e NGR. As variáveis IR e a NR<br />

mostraram-se mais eficientes e práticas na seleção <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>resistentes</strong> e<br />

com alto potencial produtivo, em condições <strong>de</strong> campo infestado com o<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme.<br />

Palavras-chave: Glycine max, Rotylenchulus reniformis, melhoramento<br />

genético, resistência a nematoi<strong>de</strong>, produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos<br />

41


CHAPTER 3 - SELECTION OF SOYBEAN GENOTYPES RESISTANT<br />

RENIFORM NEMATODE AND PRODUCTIVE PERFORMANCE<br />

ABSTRACT - The goal of this work was to select from soybean genotypes<br />

resistant to the reniform nemato<strong>de</strong>, with high productive potential in conditions<br />

of infested field for nemato<strong>de</strong>. The experiment <strong>de</strong>sign used was to intercalated<br />

checks, using the cultivars M-SOY 8001 and BRS 239 as witnesses resistant<br />

and susceptible, respectively. To characterization the two genotypes were<br />

performed visual assessments, a vigor and uniformity to obtaining a resistance<br />

in<strong>de</strong>x (RI), and further evaluation, parallel to the first, to get a gra<strong>de</strong> of<br />

resistance (NR) to parcels. Were also evaluated the reason (RAZ) average of<br />

the lower plants and higher, the number of nemato<strong>de</strong>s per gram of root (NGR),<br />

and the average grain yield (income), standardized to 13% humidity. With the<br />

data obtained, there was significant difference between all variables, except for<br />

reason. The RI estimates has classified 40 genotypes as resistant (R) and 78<br />

as mo<strong>de</strong>rately resistant (MR). On the other hand, the classification of<br />

genotypes, according to the variable NR, 13 genotypes was R and 31 MR.<br />

There was significant correlations between characters INCOME, IR, NR and<br />

NGR. The IR and NR variables were more efficient and practical in the selection<br />

of resistant genotypes and high yielding, un<strong>de</strong>r field conditions infested with the<br />

reniform nemato<strong>de</strong>.<br />

Keywords: Glycine max, Rotylenchulus reniformis, breeding, nemato<strong>de</strong><br />

resistance, grain yield<br />

42


3.1 Introdução<br />

Entre os organismos que causam prejuízos na cultura da <strong>soja</strong>, os<br />

fitonematoi<strong>de</strong>s possuem alto potencial <strong>de</strong> dano e uma ampla gama <strong>de</strong><br />

hospe<strong>de</strong>iros, tornando fundamental o estabelecimento <strong>de</strong> estratégias eficazes<br />

<strong>de</strong> manejo (PIPOLO; FERRAZ, 1999). Dentre as espécies <strong>de</strong> fitonematoi<strong>de</strong>s, o<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme (Rotylenchulus reniformis) tem merecido atenção por<br />

pesquisadores.<br />

Atualmente, o R. reniformis é consi<strong>de</strong>rado um fitonematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> alta<br />

relevância para a cultura da <strong>soja</strong>, principalmente na região Centro-Sul do<br />

estado <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul (ASMUS, 2008), que em condições favoráveis,<br />

altas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais <strong>de</strong>sse fitonematoi<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ocasionar perdas<br />

<strong>de</strong> 32%. Em algodoeiro as perdas foram superiores a 60% em Mato Grosso do<br />

Sul (ASMUS et al., 2003) e <strong>de</strong> até 74% em cultivares suscetíveis a R.<br />

reniformis, em condições <strong>de</strong> altas populações <strong>de</strong>sse fitonematoi<strong>de</strong> no estado<br />

do Paraná (ALMEIDA et al., 2003).<br />

Asmus (2004a) relata a possibilida<strong>de</strong> da variação espacial do<br />

nematoi<strong>de</strong> no solo ter influência na variabilida<strong>de</strong> entre parcelas <strong>de</strong> um mesmo<br />

tratamento, sabendo-se que a distribuição do nematoi<strong>de</strong> reniforme é irregular<br />

nos extratos verticais do solo. Este nematoi<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser encontrado em<br />

populações relativamente altas em profundida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até 1,2 m (ROBINSON et<br />

al., 2005), sendo a população geralmente superior na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 20 cm a<br />

40 cm, em comparação à <strong>de</strong> 0 cm a 20 cm (ASMUS et al., 2005b).<br />

O uso <strong>de</strong> cultivares <strong>resistentes</strong> para o controle do nematoi<strong>de</strong> reniforme<br />

é uma estratégia fundamental no manejo integrado <strong>de</strong>ste fitonematoi<strong>de</strong>, pois<br />

proporciona simultaneamente eficiência, praticida<strong>de</strong>, redução <strong>de</strong> custos e<br />

segurança ambiental. Alguns estudos têm mostrado que os genes que<br />

conferem resistência <strong>ao</strong> R. reniformis estão localizados em regiões próximas<br />

aqueles que conferem resistência <strong>ao</strong> H. glycines (REBOIS et al., 1970, DAVIS<br />

et al., 1998; HA et al., 2007). Esses resultados são suportados por outros<br />

trabalhos que <strong>ao</strong> avaliarem <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cisto, como exemplo, as cultivares Peking, Forrest, Centennial, PI-437654,<br />

Hartwing, PI-90763, Cor<strong>de</strong>ll e/ou seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes apresentaram também<br />

43


esistência <strong>ao</strong> R. reniformis (ROBBINS et al., 1994; DAVIS et al., 1996;<br />

ROBBINS e RAKES, 1996).<br />

De acordo com Morales (2007), com base na taxa <strong>de</strong> reprodução (fator<br />

<strong>de</strong> reprodução) dos nematoi<strong>de</strong>s nas raízes das plantas, tem-se a avaliação<br />

indireta da resistência <strong>de</strong> plantas <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong>. Em avaliação realizada em<br />

casa <strong>de</strong> vegetação, este método é válido, no entanto, quando a avaliação é<br />

realizada a campo, não se tem a quantificação da população inicial (Pi) para a<br />

obtenção do fator <strong>de</strong> reprodução da população presente na raiz, tem-se<br />

somente a informação população média <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s presentes no solo.<br />

Estudos realizados no Brasil têm elucidado a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong><br />

importantes fontes <strong>de</strong> resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, geralmente<br />

<strong>genótipos</strong> que já foram caracterizados como <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto,<br />

principalmente às raças 1 e 3 (ASMUS; SCHIRMANN, 2004; ASMUS, 2008;<br />

CARDOSO et al., 2009). Entretanto, a maioria <strong>de</strong>sses estudos foram realizados<br />

somente em casa <strong>de</strong> vegetação, sob condições controladas, não consi<strong>de</strong>rando<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar o potencial produtivo dos <strong>genótipos</strong> em ambientes<br />

infestados pelo R. reniformis.<br />

Para as mais importantes espécies <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s, existem métodos<br />

para a avaliação da resistência <strong>de</strong> plantas (STARR, 1990), e po<strong>de</strong>m ser<br />

praticadas tanto em casa <strong>de</strong> vegetação como no campo, com distintas<br />

limitações. Quando se trata do nematoi<strong>de</strong> reniforme, as pesquisas relacionadas<br />

não avançaram em relação a propostas <strong>de</strong> seleção a campo <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>soja</strong> <strong>resistentes</strong>. Segundo Robinson (2001), <strong>genótipos</strong> po<strong>de</strong>m ser selecionados<br />

para tolerância a nematoi<strong>de</strong> em condições <strong>de</strong> campo, enquanto que a<br />

resistência somente po<strong>de</strong>rá ser testada em condições controladas (casa <strong>de</strong><br />

vegetação, por exemplo), on<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s introduzido po<strong>de</strong> ser<br />

controlado e o posterior número produzido, mensurado.<br />

Dessa forma, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi caracterizar e selecionar<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> <strong>resistentes</strong> e/ou tolerantes <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, aliado à<br />

avaliação do <strong>de</strong>sempenho produtivo <strong>de</strong>sses <strong>genótipos</strong>, em condições <strong>de</strong><br />

campo infestado com R. reniformis.<br />

44


3.2 Material e Métodos<br />

3.2.1 Caracterização do local do ensaio<br />

A caracterização e seleção <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> a reação <strong>ao</strong> R.<br />

renformis, foi realizado em campo experimental da Embrapa Agropecuária<br />

Oeste, em Dourados, MS. O experimento foi instalado em novembro <strong>de</strong> 2009<br />

em uma área naturalmente infestada por R. reniformis. O solo é do tipo<br />

Latossolo Vermelho Distroférrico típico, <strong>de</strong> textura argilosa (originados <strong>de</strong><br />

sedimentos terciários ou <strong>de</strong> rochas basálticas), cujas coor<strong>de</strong>nadas geográficas<br />

são: 22º14'S, 54º49'00"W, altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 452 metros (PEREIRA et al.,<br />

2007).<br />

O clima da região caracteriza-se como Cwa (mesotérmico úmido, com<br />

verão chuvoso), segundo a classificação <strong>de</strong> Köppen. O inverno é ameno e<br />

seco, com possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> geadas. Dourados tem precipitação<br />

média anual <strong>de</strong> 1.450 mm e temperaturas médias que variam <strong>de</strong> 18 ºC a 25 ºC<br />

nos meses mais frios e mais quentes, respectivamente (PEREIRA et al., 2007).<br />

Uma amostragem <strong>de</strong> solo foi realizada no local <strong>de</strong>terminado para a<br />

instalação do experimento que, antes foi cultivado com algodoeiro, em pontos<br />

estabelecidos na área, dividida em 20 blocos. Com a ajuda <strong>de</strong> um trado foram<br />

retiradas as amostras do solo <strong>ao</strong> acaso, na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,0 a 0,2 metros, a<br />

fim <strong>de</strong> obter amostras compostas por 5 subamostras <strong>de</strong> solo por bloco.<br />

As subamostras <strong>de</strong> solo foram homogeneizadas formando uma<br />

amostra composta. Essas amostras foram colocadas em sacos plásticos e<br />

armazenadas em caixas térmicas <strong>de</strong> polietileno, que logo foram encaminhadas<br />

para o Laboratório <strong>de</strong> Nematologia da Embrapa Agropecuária Oeste para a<br />

extração e clarificação pela técnica <strong>de</strong> flotação centrífuga em solução <strong>de</strong><br />

sacarose (JENKINS, 1964). A análise nematológica constatou uma população<br />

alta e uniforme, com média <strong>de</strong> 1.767 ovos e juvenis <strong>de</strong> segundo estádio (J2)<br />

em 200 centímetros cúbicos (cm³) <strong>de</strong> solo, potencialmente capaz <strong>de</strong> causar<br />

redução em produtivida<strong>de</strong> (STARR, 1998).<br />

O nível populacional <strong>de</strong> danos do nematoi<strong>de</strong> reniforme ainda não foi<br />

<strong>de</strong>vidamente <strong>de</strong>finido nas condições brasileiras para a cultura da <strong>soja</strong>. No<br />

entanto, com base em pesquisas realizadas em outros países, e por trabalhos<br />

45


ealizados no Brasil, admite-se que <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais entre 400 e 600<br />

nematoi<strong>de</strong>s em 200cm³, à época <strong>de</strong> plantio, sejam potencialmente capazes <strong>de</strong><br />

causar perdas (STARR, 1998; ASMUS et al., 2003; BELTRÃO; AZEVEDO,<br />

2008).<br />

3.2.2 Características dos <strong>genótipos</strong> avaliados<br />

Foram testados cento e sessenta e nove <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong>, sendo 127<br />

convencionais e 42 transgênicos, em gerações F6, F7, F8 e F9, oriundas <strong>de</strong><br />

cruzamentos que possuem pelo menos um genitor resistente <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme e/ou <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> <strong>de</strong> cisto da <strong>soja</strong>, sendo que todos esses<br />

<strong>genótipos</strong> também foram testados em casa <strong>de</strong> vegetação (Capítulo 2),<br />

concomitantemente. As cultivares M-SOY 8001 e BRS 239 foram utilizadas<br />

como padrões <strong>de</strong> resistência e suscetibilida<strong>de</strong>, respectivamente. A genealogia<br />

e número <strong>de</strong> linhagens avaliadas são apresentados na Tabela 1.<br />

46


Tabela 1. Cruzamentos, número <strong>de</strong> linhagens e gerações dos <strong>genótipos</strong><br />

avaliados quanto à resistência <strong>ao</strong> Rotylenchulus reniformis em área<br />

naturalmente infestada. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, 2009.<br />

Cód. Cruzamentos Linhagens Gerações<br />

1 Forrest (3) x BRS 231 (2) 6 F7<br />

2<br />

BRSGO 204 x (BRSGO Chapadões (2) ) x BRSMG 250<br />

(Nobreza (3) )<br />

3 F6<br />

3 BRS Invernada (3) x PI 561356 2 F6<br />

4 Custer (3) x BR96-25619 31 F7<br />

5 BR96-25619 x Custer (3) 31 F7<br />

6 Forrest (3) x BR96-25619 3 F7<br />

7 BR96-25619 x Forrest (3) 2 F7<br />

8 PI437654 (3 ) x Hartwig (3) 10 F8<br />

9 BRSGO Ipameri (2) x (Fayette (1) x PI 437654 (3) ) 13 F7<br />

10<br />

11<br />

(BRSMT Pintado (2) x MGBR 46 Conquista) x (Fayette (1) x PI<br />

437654 (3) )<br />

(Fayette (1) x PI 437654 (3) ) x (BRSMT Pintado (2) x MGBR 46<br />

Conquista)<br />

47<br />

8 F7<br />

11 F7<br />

12 BRI01-1038 x M-SOY 8001 (3) 1 F8<br />

13 BRI01-11556 x BRS Jiripoca CRNC (3) 1 F7<br />

14 BRS 262 (2) x {BRS 244 RR x Shiranui-1} 5 F7<br />

15 MGBR00-50616 (3) x BR02-65900 2 F6<br />

16 MGBR00-50616 (3) x BR03-75127 8 F6<br />

17 BRS 262 x BR04-203094 2 F6<br />

18 A 9000 RG x NK 412113 (2) 1 F6<br />

19 GOBR99-701006 (3) x BR03-81463 RR 4 F6<br />

20 BRAS99-10553 (3) x BRB02-2293-L1=BR 28*6RR 4 F6<br />

21 Anta 82 RG (2) x BR02-65840 10 F8<br />

22 Anta 82 RG (2) x BR02-64151 6 F8<br />

23 BR02-78000 x Anta 82 RG (2) 3 F8<br />

24 BRS 262 (2) x BRS 255RR 1 F9<br />

BRS 246 RR x {Bedford x {Forrest*<br />

25<br />

2(3) x {(UFV 1* 2 x Davis-1)<br />

1 F9<br />

x [(Bossier x Paraná) x FT Estrela]}}}<br />

Total 169<br />

(1) Parental resistente à R. reniformis, (2) Parental resistente à H. glycines (NCS - raças 1 e 3,<br />

principalmente), (3) Parental resistente a R. reniformis e H. glycines.<br />

3.2.3 Semeadura e características agronômicas avaliadas<br />

A semeadura foi realizada no dia 10 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009, em<br />

parcelas constituídas por quatro fileiras <strong>de</strong> 4 metros, espaçadas em 0,50m; a


área útil das parcelas correspon<strong>de</strong>u às duas linhas centrais, <strong>de</strong>scartando-se<br />

0,5m das extremida<strong>de</strong>s, perfazendo assim um total <strong>de</strong> 3m 2 . A adubação, o<br />

controle fitossanitário, a capina e os <strong>de</strong>mais tratos culturais foram realizados <strong>de</strong><br />

modo a manter as plantas em condições normais <strong>de</strong> crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento (TECNOLOGIAS..., 2010).<br />

No estádio <strong>de</strong> floração plena (R2 <strong>de</strong> acordo com Fehr e Caviness,<br />

1977) foi realizada uma avaliação visual do vigor (padrão <strong>de</strong> crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das plantas) e da uniformida<strong>de</strong>, em termos <strong>de</strong> altura, das<br />

plantas em condições <strong>de</strong> campo, conforme estabelecido por ASMUS (2004b).<br />

As avaliações do vigor e da uniformida<strong>de</strong> foram baseadas em escala<br />

<strong>de</strong> notas <strong>de</strong> 1 a 9. A nota 1 foi dada para as parcelas <strong>de</strong> plantas com menor<br />

vigor e maior <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong> e a nota 9 para as parcelas com o máximo <strong>de</strong><br />

vigor e uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas, comparado com as testemunhas intercaladas.<br />

Com essas avaliações, estimou-se um índice <strong>de</strong> resistência, em<br />

percentagem, realizado por meio <strong>de</strong> uma comparação <strong>de</strong> resultados<br />

preliminares obtidos do coeficiente <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> Pearson entre<br />

produtivida<strong>de</strong> e nota <strong>de</strong> vigor (r=0,1596; P


Em que:<br />

IR: índice <strong>de</strong> resistência da parcela;<br />

NU: nota <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> da parcela; e,<br />

NV: nota <strong>de</strong> vigor da parcela.<br />

Dessa forma, quanto mais próximo <strong>de</strong> 90%, maior é a resistência do<br />

genótipo, e contrariamente, quanto mais próximo <strong>de</strong> 10% menor é a<br />

resistência. Para melhor análise dos índices <strong>de</strong> resistência obtidos pelos<br />

<strong>genótipos</strong> foram estabelecidos classes <strong>de</strong> resistência: Suscetível(S) – 10 a<br />

30%; Mo<strong>de</strong>radamente Suscetível (MS) – 31 a 50%; Mo<strong>de</strong>radamente Resistente<br />

(MR) – 51 a 70%; e Resistente (R) – 71 a 90%.<br />

Paralelamente, foi realizado uma avaliação visual da resistência a<br />

campo dos <strong>genótipos</strong> <strong>ao</strong> R. reniformis, também no estádio R2, baseado<br />

principalmente na uniformida<strong>de</strong> visual dos <strong>genótipos</strong> testados. Foi usada uma<br />

escala <strong>de</strong> notas que variou <strong>de</strong> 1 a 9, sendo 1 para os <strong>genótipos</strong> consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>resistentes</strong> e 9 para os <strong>genótipos</strong> com alto nível <strong>de</strong> suscetibilida<strong>de</strong>. Para esta<br />

variável, os <strong>genótipos</strong> foram classificados da seguinte maneira: Suscetível (S) -<br />

7,1 a 9,0; Mo<strong>de</strong>radamente Suscetível (MS) - 5,1 a 7,0; Mo<strong>de</strong>radamente<br />

Resistente (MR) - 3,1 a 5,0; e Resistente (R) - 1,0 a 3,0.<br />

Quando as plantas alcançaram o estádio R5 (FEHR; CAVINESS,<br />

1977), quatro plantas <strong>de</strong> cada genótipo, foram coletadas <strong>ao</strong> acaso na área útil,<br />

para a <strong>de</strong>terminação do número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s e estimativa do número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR) (COOLEN; D’HERDE 1972). O NGR é<br />

<strong>de</strong>finido pela razão entre o número total <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s nas raízes e a massa<br />

das raízes em gramas.<br />

As raízes foram retiradas do solo, colocadas em sacos plásticos,<br />

armazenadas em caixas térmicas e, posteriormente, encaminhadas para o<br />

laboratório, on<strong>de</strong> se seguiu a extração dos nematoi<strong>de</strong>s das raízes. A massa<br />

fresca das raízes foi obtida por meio <strong>de</strong> uma balança eletrônica, Mo<strong>de</strong>lo MA-BS<br />

2000.<br />

Após a pesagem as raízes foram cuidadosamente lavadas para liberar<br />

o solo a<strong>de</strong>rido. Em seguida, foram cortadas em pedaços com cerca <strong>de</strong> 2 cm, e<br />

colocados em um copo <strong>de</strong> liquidificador doméstico. Adicionou-se <strong>ao</strong><br />

liquidificador cerca <strong>de</strong> 300 mL <strong>de</strong> solução aquosa <strong>de</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio 0,5%<br />

49


(200 mL <strong>de</strong> água sanitária com 2,5% <strong>de</strong> cloro ativo para 800 mL <strong>de</strong> água),<br />

cobrindo totalmente as partes vegetais. Após isso, os fragmentos vegetais<br />

foram triturados, utilizando a menor velocida<strong>de</strong> do liquidificador por 15<br />

segundos. Então, a suspensão resultante foi vertida numa peneira <strong>de</strong> 200<br />

mesh (malha com abertura <strong>de</strong> 75 µm) sobreposta a uma peneira <strong>de</strong> 500 mesh<br />

(malha com abertura <strong>de</strong> 25 µm). A suspensão resultante da peneira <strong>de</strong> 500<br />

mesh foi recolhida com ajuda <strong>de</strong> jatos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma pisseta em um béquer<br />

<strong>de</strong> 250 mL.<br />

A suspensão contida no béquer foi transferida para os tubos da<br />

centrifuga, on<strong>de</strong> foi adicionado 1 cm 3 <strong>de</strong> caulim, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> balanceados<br />

foram centrifugados por 5 minutos a 1.800 rpm. Após a centrifugação, o<br />

sobrenadante foi <strong>de</strong>scartado e <strong>ao</strong> resíduo <strong>de</strong> cada tubo adicionou-se solução<br />

aquosa <strong>de</strong> sacarose (454g), sendo o resíduo re-suspenso com a força do jato<br />

da sacarose que estava na pisseta. Os tubos foram novamente levados à<br />

centrifuga por 1 minuto, na velocida<strong>de</strong> anterior.<br />

Posteriormente, os tubos foram retirados e o sobrenadante foi vertido<br />

em uma peneira <strong>de</strong> 500 mesh (abertura <strong>de</strong> malha <strong>de</strong> 25 µm). Os fitonematoi<strong>de</strong>s<br />

contidos no sobrenadante foram lavados com água <strong>de</strong> torneira para retirar o<br />

excesso da solução aquosa <strong>de</strong> sacarose. O resíduo <strong>de</strong>ssa peneira foi recolhido<br />

em um béquer, com auxílio <strong>de</strong> jatos <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma pisseta. A suspensão<br />

obtida foi utilizada para estimar o número <strong>de</strong> ovos e juvenis e/ou adultos <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s, com o auxílio <strong>de</strong> uma câmara <strong>de</strong> Peters em microscópio óptico<br />

(aumento <strong>de</strong> 40 vezes).<br />

No estádio R8 foram mensuradas, na área útil <strong>de</strong> cada tratamento, as<br />

alturas <strong>de</strong> duas plantas mais baixas e <strong>de</strong> duas plantas mais altas. Com essas<br />

medidas, estimou-se uma razão média entre as menores e as maiores alturas,<br />

sendo:<br />

Em que:<br />

AP (): média da altura <strong>de</strong> duas plantas mais altas.<br />

50


Assim, quanto mais próximo <strong>de</strong> 1 for a estimativa da razão maior será a<br />

uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> altura das plantas e consequentemente, maior o nível <strong>de</strong><br />

resistência do genótipo <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme em condições <strong>de</strong> campo.<br />

O rendimento <strong>de</strong> grãos dos <strong>genótipos</strong> foi obtido colhendo-se as duas<br />

fileiras centrais (área útil), pesado e padronizado em 13% <strong>de</strong> umida<strong>de</strong>, sendo<br />

posteriormente convertido para kg ha -1 .<br />

3.2.4 Delineamento experimental e análises estatísticas<br />

Neste trabalho foi utilizado o esquema <strong>de</strong> famílias (linhagens) com<br />

testemunhas intercalares (CRUZ; CARNEIRO, 2003). Este esquema é utilizado<br />

quando não se dispõe <strong>de</strong> repetições das parcelas a serem avaliadas, sendo<br />

esta limitada pela falta <strong>de</strong> área experimental ou quando número <strong>de</strong> tratamentos<br />

a serem avaliados é <strong>de</strong>masiadamente elevado. No caso <strong>de</strong>ste trabalho, a área<br />

experimental infestada pelo R. reniformis era restrita, e haviam muitas<br />

linhagens para serem avaliadas. Neste <strong>de</strong>lineamento as linhagens foram<br />

representadas por parcelas únicas, enquanto as testemunhas (M-SOY 8001 e<br />

BRS 239) foram intercaladas a cada quatro linhagens, perfazendo 43<br />

repetições <strong>de</strong> cada testemunha (Figura 1).<br />

A repetição das testemunhas tem dupla finalida<strong>de</strong>. A primeira é<br />

fornecer estimativas das variações ambientais, que será extrapolada como<br />

componente da variação <strong>fenotípica</strong> entre as linhagens (famílias). A segunda é<br />

permitir a correção dos valores fenotípicos das linhagens, admitindo-se que as<br />

fileiras adjacentes a cada grupo <strong>de</strong> testemunha sejam beneficiadas ou<br />

prejudicadas pelo mesmo efeito ambiental (FALEIRO et al., 2002; CRUZ;<br />

CARNEIRO, 2003).<br />

Importante frisar que as testemunhas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco foram<br />

casualizadas, estabelecendo-se para elas um experimento em blocos <strong>ao</strong><br />

acaso. Todavia, consi<strong>de</strong>rando todo o experimento, os blocos <strong>de</strong> testemunhas e<br />

as linhagens configuram um experimento inteiramente <strong>ao</strong> acaso (Figura 1).<br />

Assim, a análise <strong>de</strong> variância do experimento conjunto, envolvendo<br />

testemunhas e linhagens, foi <strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>lineamento inteiramente <strong>ao</strong><br />

acaso. Inicialmente, o experimento foi <strong>de</strong>lineado para avaliar 169 <strong>genótipos</strong><br />

mais as duas testemunhas intercaladas. Todavia, <strong>de</strong>vido a perdas <strong>de</strong> parcelas<br />

51


ou <strong>de</strong> dados da parcela, foram excluídas sete das análises, restando 162<br />

<strong>genótipos</strong> (120 convencionais e 42 transgênicos) viáveis para avaliação, além<br />

das testemunhas.<br />

repetição;<br />

2<br />

(0, σ ).<br />

Para as testemunhas o mo<strong>de</strong>lo adotado foi o seguinte:<br />

Yij = μ + Ti + εij<br />

em que:<br />

Yij: valor da característica para a i-ésima testemunha na j-ésima<br />

μ : média geral das testemunhas;<br />

Ti: efeito da i-ésima testemunha (i=1,2,...t);<br />

εij: erro aleatório que inci<strong>de</strong> sobre as testemunhas, sendo que εij~NID<br />

Para as famílias foi adotado o seguinte mo<strong>de</strong>lo:<br />

yi= μ f + Fi + εi<br />

em que:<br />

yi: valor da característica para a i-ésima família (linhagem);<br />

μ f: média geral das famílias (linhagens);<br />

Fi: efeito da i-ésima família (linhagem);<br />

εi: erro aleatório que inci<strong>de</strong> sobre as famílias (linhagens).<br />

52


17 R S 161 B 162 163 164 R S 165 B 166 167 168 169 R S<br />

16 160 159 158 B 157 R S 156 155 154 B 153 R S 152 151 150<br />

15 S R 141 B 142 143 144 S R 145 B 146 147 148 S R 149<br />

14 140 139 138 B 137 S R 136 135 134 B 133 S R 132 131 130<br />

13 R S 121 B 122 123 124 R S 125 B 126 127 128 R S 129<br />

12 120 119 118 B 117 R S 116 115 114 B 113 R S 112 111 110<br />

11 S R 101 B 102 103 104 S R 105 B 106 107 108 S R 109<br />

10 100 99 98 B 97 S R 96 95 94 B 93 S R 92 91 90<br />

9 R S 81 B 82 83 84 R S 85 B 86 87 88 R S 89<br />

8 80 79 78 B 77 R S 76 75 74 B 73 R S 72 71 70<br />

7 S R 61 B 62 63 64 S R 65 B 66 67 68 S R 69<br />

6 60 59 58 B 57 S R 56 55 54 B 53 S R 52 51 50<br />

5 R S 41 B 42 43 44 R S 45 B 46 47 48 R S 49<br />

4 40 39 38 B 37 R S 36 35 34 B 33 R S 32 31 30<br />

3 S R 21 B 22 23 24 S R 25 B 26 27 28 S R 29<br />

2 20 19 18 B 17 S R 16 15 14 B 13 S R 12 11 10<br />

1 R S 1 B 2 3 4 R S 5 B 6 7 8 R S 9<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17<br />

Figura 1. Croqui da área <strong>de</strong> plantio naturalmente infestada por R. reniformis.<br />

Nota: A cultivar M-SOY 8001 está representada pela letra R, e a BRS 239 representada pela<br />

letra S. A cultivar BRS 239 também foi utilizada como bordadura experimental, nas faixas <strong>de</strong><br />

entrada <strong>de</strong> máquinas para aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos (letra B). Os <strong>de</strong>mais <strong>genótipos</strong> foram<br />

representados por números, <strong>de</strong> acordo com a sua localização na área experimental.<br />

O quadro da análise <strong>de</strong> variância é ilustrado na Tabela 2.<br />

53<br />

32 m<br />

70 m


Tabela 2. Quadro da análise <strong>de</strong> variância <strong>de</strong> ensaios com famílias (linhagens)<br />

e testemunhas intercalares.<br />

FV GL SQ QM E(QM)<br />

Famílias (F) f-1 SQF QMF<br />

Testemunhas (Te) t-1 SQTe QMTe<br />

Resíduo t(r-1) SQR QMR<br />

Para as testemunhas e para o resíduo as somas <strong>de</strong> quadrados foram<br />

obtidas <strong>de</strong> forma usual, para ensaios inteiramente <strong>ao</strong> acaso, sendo:<br />

e<br />

expressão:<br />

A soma <strong>de</strong> quadrados para as famílias (linhagens) foi obtida pela<br />

Em razão <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>lineamento não consi<strong>de</strong>rar o princípio básico da<br />

repetição dos tratamentos, negligenciando-o, os estimadores dos parâmetros<br />

apresentados <strong>de</strong>vem ser analisados com certa parcimônia. De forma a atenuar<br />

os efeitos do ambiente sobre as comparações dos <strong>genótipos</strong>, tornando os<br />

estimadores mais precisos, foi realizado o ajuste dos dados consi<strong>de</strong>rando os<br />

efeitos ambientais que atuam, diferencialmente, sobre as fileiras (parcelas).<br />

Esses efeitos foram estimados a partir das informações das testemunhas cujas<br />

fileiras (parcelas) foram intercaladas no ensaio. Segundo CRUZ e CARNEIRO<br />

(2003), esse ajuste é <strong>de</strong> alta relevância quando o número <strong>de</strong> famílias<br />

54<br />

2<br />

σ


(linhagens) avaliadas é relativamente gran<strong>de</strong>, o que po<strong>de</strong> acarretar em altas<br />

variações na área experimental.<br />

Neste trabalho, a correção dos dados é justificada pelo alto número <strong>de</strong><br />

linhagens avaliadas, além da elevada variação na população <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s,<br />

que ocorreu na área do experimento. Cabe ressaltar que a correção dos dados<br />

não altera o valor da variabilida<strong>de</strong> genética das populações avaliadas, no<br />

entanto, os valores fenotípicos corrigidos são mais apropriados como critério <strong>de</strong><br />

seleção, permitindo maior acurácia.<br />

Logo abaixo, são apresentadas as expressões utilizadas para obtenção<br />

da herdabilida<strong>de</strong> média, no sentido amplo, e o coeficiente <strong>de</strong> variação genético<br />

experimental (CRUZ; CARNEIRO, 2003).<br />

Em que,<br />

= variância ambiental;<br />

e =<br />

= <strong>de</strong>svio-padrão ambiental;<br />

QMFaj= quadrado médio das famílias (linhagens) ajustado;<br />

= média dos tratamentos (linhagens e testemunhas);<br />

3.3 Resultados e Discussão<br />

O resumo da análise <strong>de</strong> variância está disposto na Tabela 3, com as<br />

variáveis, rendimento <strong>de</strong> grãos (kg ha -1 ), número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong> por grama <strong>de</strong><br />

raiz (NGR), índice <strong>de</strong> resistência (IR), nota <strong>de</strong> resistência a campo (NR) e a<br />

razão média da altura das plantas (RAZ). Verificou-se diferença significativa<br />

entre as linhagens e testemunhas (P


Tabela 3. Quadrados médios, médias gerais, coeficientes <strong>de</strong> variação (CV) e<br />

herdabilida<strong>de</strong>s (h 2 ) dos 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> avaliados quanto à resistência<br />

<strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> Rotylenchulus reniformis, em experimento em condições <strong>de</strong><br />

campo. Embrapa Agropecuária Oeste.<br />

Fonte <strong>de</strong> Variação<br />

56<br />

Quadrado Médio (1)<br />

GL REND IR NR NGR RAZ<br />

Famílias (linhagens) 161 449201,06 **(2) 198,49 **(2) 3,61 **(2) 41159,37 **(2) 0,0209 **(2)<br />

Testemunhas 1 15087412,60 ** 13447,50 ** 272,198 ** 684467,29 ** 0,0001 n.s.<br />

Resíduo 84 269818,34 79,94 1,66 10563,48 0,0095<br />

Fcalculado (linhagens) 1,66 2,48 2,18 3,90 2,21<br />

Média geral<br />

Erro Padrão<br />

3068,95 61,36 5,97 175,32 0,72<br />

±15,82 ±1,11 ±0,15 ±15,87 ±0,04<br />

CV geral (%) 16,93 14,57 21,55 14,23 13,46<br />

Herdabilida<strong>de</strong> (%)<br />

39,93 59,72 54,19 63,24 54,71<br />

**Significativo pelo teste F (P


Faleiro et al. (2002) <strong>ao</strong> compararem o <strong>de</strong>lineamento com testemunhas<br />

intercalares (DTI) com o <strong>de</strong> blocos <strong>ao</strong> acaso (DBC) mencionaram que as<br />

estimativas <strong>de</strong> herdabilida<strong>de</strong> foram as mais influenciadas pelo <strong>de</strong>lineamento<br />

experimental utilizado, sendo observadas reduções nas estimativas quando<br />

usadas o DTI, principalmente para características <strong>de</strong> menor herdabilida<strong>de</strong>.<br />

Ainda para o caráter produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos, a maioria dos <strong>genótipos</strong><br />

permaneceu nas classes <strong>de</strong> limites entre 2338,04 a 2764,08 kg ha -1 (23,2%) e<br />

2764,09 a 3190,13 kg ha -1 (25,6%). Pela distribuição <strong>de</strong> frequências observa-se<br />

que a cultivar cv. M-SOY 8001 está inclusa em uma classe <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong><br />

média superior à classe em que a cv. BRS 239 estabeleceu (Figura 2).<br />

Visualizando a Figura 3, verifica-se que a variável NGR apresenta uma<br />

forte assimetria positiva, ou seja, está representada, principalmente, por<br />

valores extremos, variando <strong>de</strong> 1,94 a 1.501,39, com uma média <strong>de</strong> 175,32<br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz. Com isso, houve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

transformação dos dados, para obter a estabilização das variâncias entre os<br />

tratamentos.<br />

Após a transformação, os dados se ajustaram à normalida<strong>de</strong>,<br />

possibilitando inferências estatísticas mais consistentes (Figura 4). As<br />

cultivares M-SOY 8001 (NGR=34,63) e BRS 239 (NGR=213,05) se<br />

apresentaram em classes diferentes com os dados transformados, o que não<br />

ocorreu com os dados originais, sendo mais uma justificativa do uso da<br />

transformação. A variação presente no caráter NGR evi<strong>de</strong>ncia a capacida<strong>de</strong><br />

diferenciada dos <strong>genótipos</strong> avaliados em permitir a multiplicação do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme em suas raízes.<br />

O NGR apresentou a maior estimativa <strong>de</strong> herdabilida<strong>de</strong> (63,24). Este<br />

resultado po<strong>de</strong> ser um indicativo <strong>de</strong> um possível sucesso na seleção <strong>de</strong><br />

<strong>genótipos</strong> <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme, baseado no NGR obtido em<br />

campo. Entretanto, cabe ressaltar que Ramalho et al., (1993) e Cruz, (2005)<br />

citam que a herdabilida<strong>de</strong>, não é somente uma proprieda<strong>de</strong> do caráter, mas<br />

também da população e das circunstâncias <strong>de</strong> ambiente às quais os indivíduos<br />

foram submetidos. Além disso, esses autores relatam que é normal a<br />

ocorrência <strong>de</strong> elevados erros associados às estimativas quando se utiliza<br />

variância, e <strong>de</strong>sta forma, as estimativas <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas com<br />

parcimônia.<br />

57


Na Figura 5, po<strong>de</strong>-se observar que para a variável índice <strong>de</strong> resistência<br />

(IR) as médias dos <strong>genótipos</strong> apresentaram uma alta variação, o que indica<br />

diferenciação entre eles quanto à resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme. De<br />

acordo com a Figura 5, a média observada no IR variou entre 21,63% a 90,0%,<br />

sendo a cv. M-SOY 8001 inserida na classe <strong>de</strong> 71,53% a 78,65%, superior à<br />

classe em que se encontra a cv. BRS 239. Esse resultado indica uma maior<br />

capacida<strong>de</strong> da cv. BRS 239 em hospedar o nematoi<strong>de</strong> reniforme, comparado<br />

com a M-SOY 8001, o que corrobora com outros trabalhos realizados em casa<br />

<strong>de</strong> vegetação e em campo experimental (ASMUS, 2004; ASMUS;<br />

SCHIRMANN, 2004; CARDOSO et al., 2009), porém avaliando outras<br />

variáveis.<br />

Esta variável apresentou uma distribuição próxima da contínua,<br />

semelhante à produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos, evi<strong>de</strong>nciando uma tendência <strong>de</strong><br />

expressão quantitativa do caráter (Figura 5). Harville et al. (1985) e Ha et al.<br />

(2007) evi<strong>de</strong>nciaram que a resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme é controlada<br />

quantitativamente. A estimativa da herdabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta variável foi 59,72%,<br />

consi<strong>de</strong>rada intermediária (CRUZ; CARNEIRO, 2003).<br />

A característica nota <strong>de</strong> resistência a campo (NR) variou entre 1,54 a<br />

9,0, apresentando uma amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> 7,46 (Figura 6). Essa<br />

distribuição <strong>de</strong> frequência reforça a diferenciação entre os <strong>genótipos</strong> estudados<br />

quanto à variável NR. Observa-se que a cv. M-SOY 8001, com NR igual a 3,76,<br />

está inserida em uma classe diferente da cv. BRS 239 (NR = 7,32). Existem<br />

<strong>genótipos</strong> com NR menores que a cv. M-SOY 8001, sendo estes potenciais<br />

com relação à resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme; bem como <strong>genótipos</strong> com<br />

NR maiores que a cv. BRS 239 (Figura 6).<br />

Nota-se pela distribuição <strong>de</strong> frequência da NR que a cv. M-SOY 8001<br />

apresentou, em média, maior uniformida<strong>de</strong> das parcelas do que a cv. BRS 239,<br />

ou seja, a cv. M-SOY 8001 possui maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conviver com a<br />

presença do nematoi<strong>de</strong> reniforme do que a cv. BRS 239, indicando esta ser<br />

mais sensível <strong>ao</strong> parasitismo exercido pelo referido nematoi<strong>de</strong>. Esse resultado<br />

corrobora com os dados <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> média apresentada pelas cultivares<br />

(Figura 2), além <strong>de</strong> estar <strong>de</strong> acordo com trabalhos que já caracterizaram essas<br />

cultivares (Asmus e Schirmann, 2004; Cardoso et al., 2009). A estimativa <strong>de</strong><br />

herdabilida<strong>de</strong> para NR foi <strong>de</strong> 54,19% (Tabela 3).<br />

58


A distribuição <strong>de</strong> frequência apresentada pela Figura 7, também, ilustra<br />

a existência <strong>de</strong> variabilida<strong>de</strong> entre os <strong>genótipos</strong> avaliados quanto à razão<br />

média (RAZ) entre a menor e a maior altura <strong>de</strong> plantas. Entretanto, as<br />

cultivares testemunhas, M-SOY 8001 e BRS 239, ficaram inseridas na mesma<br />

classe da variável RAZ; isto <strong>de</strong>monstra a não significância para esta<br />

característica entre as testemunhas (Tabela 2). No entanto, há <strong>genótipos</strong> que<br />

apresentaram RAZ maiores do que as testemunhas, indicando uma maior<br />

uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> altura entre as plantas <strong>de</strong>sses <strong>genótipos</strong> e consequentemente<br />

maior tendência em expressar resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme.<br />

BRS 239<br />

(3061,85)<br />

Figura 2. Histograma dos dados <strong>de</strong> rendimento <strong>de</strong> grãos (kg ha -1 ) em 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento em campo experimental. Embrapa<br />

Agropecuária Oeste, Dourados-MS.<br />

59<br />

M-SOY 8001<br />

(3899,55)


BRS 239<br />

(213,05)<br />

M-SOY 8001<br />

(34,63)<br />

Figura 3. Histograma do número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (dados<br />

originais) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento em campo experimental.<br />

Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS.<br />

M-SOY 8001<br />

(1,47)<br />

Figura 4. Histograma do número <strong>de</strong> nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (dados<br />

transformados em log10(x+1)) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> - Experimento em<br />

campo experimental. Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS.<br />

60<br />

BRS 239<br />

(2,23)


BRS 239<br />

(52,77)<br />

Figura 5. Histograma dos dados <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> resistência (índice obtido através<br />

do vigor e da uniformida<strong>de</strong> das parcelas) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> -<br />

Experimento em campo experimental. Embrapa Agropecuária Oeste,<br />

Dourados-MS.<br />

M-SOY 8001<br />

(3,76)<br />

Figura 6. Histograma dos dados <strong>de</strong> nota <strong>de</strong> resistência (NR) <strong>de</strong> 164 <strong>genótipos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>soja</strong> – Experimento em campo experimental. Embrapa Agropecuária Oeste,<br />

Dourados-MS.<br />

61<br />

M-SOY 8001<br />

(77,78)<br />

BRS 239<br />

(7,32)


Figura 7. Histograma dos dados <strong>de</strong> razão média entre alturas (RAZ) <strong>de</strong> 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> – Experimento em campo experimental. Embrapa<br />

Agropecuária Oeste, Dourados-MS.<br />

Para Carvalho et al. (2003), o valor elevado do CV para o caráter NR<br />

po<strong>de</strong> ser atribuído a diversos fatores, tais como problemas <strong>de</strong> amostragem,<br />

diferenças existentes entre populações e variações <strong>de</strong> ambiente. Ainda assim,<br />

para esta variável a precisão experimental po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada a<strong>de</strong>quada, em<br />

virtu<strong>de</strong> do nível <strong>de</strong> significância obtido na análise <strong>de</strong> variância (Tabela 3). Além<br />

disso, este alto coeficiente <strong>de</strong> variação po<strong>de</strong> ser explicado pela subjetivida<strong>de</strong><br />

da avaliação da resistência <strong>de</strong> plantas a campo <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme<br />

(ASMUS, 2004; INOMOTO, 2006).<br />

M-SOY 8001<br />

(0,718)<br />

Houve a diferenciação <strong>de</strong> médias entre os <strong>genótipos</strong> avaliados para a<br />

variável rendimento <strong>de</strong> grãos, on<strong>de</strong> 61 <strong>genótipos</strong> obtiveram um rendimento<br />

maior que a média geral (Tabela 4). Os <strong>genótipos</strong> BRMS08-1787, BRMS08-<br />

1305, BRMS08-2416 e BRMS08-1421, todos convencionais, além da linhagem<br />

BRMS08-10912RR (transgênica) apresentaram os maiores rendimentos<br />

médios <strong>de</strong> grãos, significativamente superiores à cv. M-SOY 8001 (P


endimentos entre 3.565,97 a 4.112,57 kg ha -1 (Tabela 4). Nove <strong>genótipos</strong><br />

foram estatisticamente superiores a cv. BRS 239, porém inferiores a cv. M-SOY<br />

8001. A cv. BRS 239 apresentou um rendimento médio <strong>de</strong> 3.061,85 kg ha -1 ,<br />

com uma produtivida<strong>de</strong> média estatisticamente igual a 68 <strong>genótipos</strong>. Sessenta<br />

e seis <strong>genótipos</strong> foram estatisticamente inferiores a cv. BRS 239 com<br />

rendimentos médios <strong>de</strong> grãos variando entre 1.272,91 a 2.692,13 kg ha -1 . A<br />

redução no rendimento <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> <strong>soja</strong> <strong>de</strong>vido à presença do nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme é relatada por Asmus (2003), que salienta o aumento <strong>de</strong> sua<br />

ocorrência no Estado <strong>de</strong> Mato Grosso do Sul, e as perdas no rendimento<br />

<strong>de</strong>vido a altas populações do nematoi<strong>de</strong> no solo.<br />

Conforme os resultados do teste <strong>de</strong> média para a característica NGR,<br />

trinta e oito <strong>genótipos</strong> se comportaram como melhores multiplicadores do<br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme, sendo significativamente superiores (P


Tabela 4. Comparação <strong>de</strong> médias do rendimento <strong>de</strong> grãos (kg ha -1 ), número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR), índice <strong>de</strong> resistência (IR), nota <strong>de</strong><br />

resistência (NR) e razão entre menor e maior altura <strong>de</strong> plantas <strong>de</strong> 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> avaliados quanto à resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> Rotylenchulus<br />

reniformis, em campo experimental, na Embrapa Agropecuária Oeste,<br />

Dourados-MS.<br />

Cód. Linhagem<br />

REND<br />

(kg ha -1 )<br />

NGR<br />

64<br />

IR NR<br />

Índice (%) Classe Nota Classe<br />

5 BRMS08-1787 5533,40 a 51,63 d 58,20 d MR 6,70 b MS 0,70 c<br />

15 BRMS08-10912RR 5435,52 a 291,13 a 42,22 e MS 7,44 b S 0,64 d<br />

1 BRMS08-1305 4379,70 a 407,48 a 74,35 b R 3,84 d MR 0,79 a<br />

10 BRMS08-2416 4317,63 a 24,47 d 48,30 d MS 7,00 b MS 0,40 d<br />

2 BRMS08-1421 4311,16 a 56,09 d 76,70 b R 7,60 b S 0,60 d<br />

16 BRMS08-10949RR 4112,57 b 91,71 d 53,10 d MR 3,30 d MR 0,80 a<br />

- M-SOY 8001 3899,55 b 34,63 d 77,78 b R 3,76 d MR 0,718 c<br />

2 BRMS08-1416 3866,80 b 111,27 c 76,25 b R 3,24 d MR 0,62 d<br />

4 BRMS08-1586 3836,89 b 126,48 c 66,13 c MR 2,04 e R 0,90 a<br />

20 BRMS08-11784RR 3755,04 b 101,69 c 77,90 b R 4,94 c MR 0,59 d<br />

4 BRMS08-1669 3754,70 b 107,74 c 30,18 e S 8,00 b S 0,57 d<br />

4 BRMS08-1614 3752,38 b 28,78 d 60,10 c MR 7,50 b S 0,60 d<br />

3 BRMS08-1512 3734,75 b 645,14 a 63,46 c MR 8,54 a S 0,36 d<br />

5 BRMS08-1895 3661,59 b 366,48 a 65,20 c MR 1,67 e R 0,99 a<br />

11 BRMS08-2465 3660,68 b 17,56 d 62,40 c MR 6,00 c MS 0,60 d<br />

20 BRMS08-11786RR 3657,02 b 92,70 d 64,90 c MR 8,20 a S 0,70 c<br />

5 BRMS08-1870 3630,55 b 109,15 c 60,45 c MR 5,14 c MS 0,85 a<br />

4 BRMS08-1604 3619,90 b 96,08 d 52,60 d MR 8,70 a S 0,70 c<br />

4 BRMS08-1711 3611,60 b 251,30 b 60,79 c MR 9,00 a S 0,40 d<br />

20 BRMS08-11913RR 3565,97 b 114,10 c 77,90 b R 1,54 e R 0,82 a<br />

1 BRMS08-1304 3556,54 c 430,04 a 40,85 e MS 8,44 a S 0,38 d<br />

16 BRMS08-10957RR 3549,65 c 447,24 a 51,73 d MR 2,14 e R 0,85 a<br />

1 BRMS08-1289 3548,13 c 232,12 b 75,65 b R 4,84 c MR 0,71 c<br />

11 BRMS08-2458 3537,92 c 376,65 a 49,85 d MS 5,04 c MR 0,84 a<br />

4 BRMS08-1601 3500,95 c 331,84 a 48,75 d MS 3,44 d MR 0,88 a<br />

4 BRMS08-2132 3483,70 c 87,16 d 72,90 b R 6,90 b MS 0,70 c<br />

11 BRMS08-2481 3478,48 c 48,08 d 70,70 c R 5,40 c MS 0,60 d<br />

9 BRMS08-2208 3433,05 c 208,38 b 63,85 c MR 5,34 c MS 0,62 d<br />

24 BMR-84190RR 3422,61 c 254,04 b 67,80 c MR 6,71 b MS 0,64 d<br />

14 BRMS08-5764 3391,65 d 224,17 b 64,93 c MR 2,74 e R 0,97 a<br />

3 BRMS08-1511 3376,37 d 646,86 a 34,29 e MS 8,04 b S 0,55 d<br />

5 BRMS08-1890 3371,86 d 134,44 c 67,40 c MR 3,44 d MR 0,96 a<br />

13 BRMS08-5504 3353,80 d 185,75 b 59,39 c MR 4,14 d MR 0,80 a<br />

21 BRMS08-11980RR 3342,12 d 222,94 b 46,70 e MS 2,54 e R 0,84 a<br />

4 BRMS08-1676 3334,10 d 300,76 a 60,06 c MR 6,74 b MS 0,76 c<br />

Continua...<br />

RAZ


Cód. Linhagem<br />

REND<br />

(kg ha -1 )<br />

NGR<br />

65<br />

IR NR<br />

Índice (%) Classe Nota Classe<br />

20 BRMS08-11781RR 3311,64 d 13,46 d 37,80 e MS 8,64 a S 0,67 c<br />

9 BRMS08-2214 3291,16 d 89,69 d 80,05 b R 6,24 c MS 0,88 a<br />

18 BRMS08-10887RR 3274,92 d 79,28 d 74,30 b R 7,14 b S 0,59 d<br />

5 BRMS08-1842 3273,15 d 66,43 d 66,44 c MR 6,24 c MS 0,65 d<br />

16 BRMS08-10974RR 3266,94 d 130,71 c 58,95 c MR 5,74 c MS 0,78 b<br />

5 BRMS08-1911 3262,17 d 238,96 b 39,35 e MS 6,79 b MS 0,71 c<br />

4 BRMS08-1607 3260,38 d 717,10 a 55,81 d MR 9,00 a S 0,53 d<br />

5 BRMS08-1918 3224,08 d 277,02 b 50,93 d MR 6,14 c MS 0,75 c<br />

4 BRMS08-1639 3217,23 d 433,75 a 64,04 c MR 8,44 a S 0,71 c<br />

5 BRMS08-1888 3211,63 d 151,03 b 68,55 c MR 4,34 d MR 0,88 a<br />

21 BRMS08-12271RR 3210,40 d 117,48 c 38,32 e MS 5,96 c MS 0,60 d<br />

21 BRMS08-11981RR 3206,60 d 264,64 b 35,38 e MS 2,44 e R 0,73 c<br />

9 BRMS08-2187 3191,91 d 295,56 a 48,23 d MS 6,04 c MS 0,70 c<br />

25 BMR-87459RR 3190,08 d 246,08 b 74,78 b R 6,62 b MS 0,71 c<br />

1 BRMS08-1290 3184,74 d 280,24 a 71,50 c R 5,94 c MS 0,82 a<br />

14 BRMS08-5808 3183,00 d 57,50 d 86,39 a R 2,54 e R 0,82 a<br />

20 BRMS08-11805RR 3167,65 d 92,29 d 59,30 c MR 6,74 b MS 0,65 d<br />

7 BRMS08-2107 3154,95 d 35,83 d 86,23 a R 5,74 c MS 0,88 a<br />

4 BRMS08-1619 3140,03 d 1,94 d 41,24 e MS 7,29 b S 0,68 c<br />

14 BRMS08-5766 3124,96 d 14,09 d 76,63 b R 2,54 e R 0,82 a<br />

4 BRMS08-1719 3113,17 d 186,06 b 63,52 c MR 8,24 a S 0,75 c<br />

11 BRMS08-2512 3108,87 d 97,16 d 55,02 d MR 8,54 a S 0,71 c<br />

6 BRMS08-1972 3100,90 d 288,10 a 47,57 d MS 7,44 b S 0,65 d<br />

17 BRMS08-10409RR 3100,30 d 7,99 d 90,00 a R 2,90 e R 0,80 a<br />

11 BRMS08-2480 3099,62 d 33,82 d 58,02 d MR 6,29 c MS 0,62 d<br />

5 BRMS08-1913 3084,21 d 578,93 a 45,00 e MS 3,92 d MR 0,88 a<br />

20 BRMS08-11793RR 3062,85 d 85,41 d 56,70 d MR 6,94 b MS 0,72 c<br />

- BRS 239 3061,85 d 213,05 b 52,77 d MR 7,32 b S 0,716 c<br />

18 BRMS08-10876RR 3056,50 d 143,84 c 81,38 b R 3,44 d MR 0,71 c<br />

4 BRMS08-1680 3055,12 d 63,80 d 72,82 b R 3,94 d MR 0,83 a<br />

20 BRMS08-11801RR 3029,92 d 160,73 b 54,64 d MR 8,34 a S 0,60 d<br />

4 BRMS08-1642 3025,11 d 603,04 a 41,90 e MS 8,74 a S 0,57 d<br />

11 BRMS08-2496 2981,05 d 473,19 a 60,03 c MR 4,54 d MR 0,90 a<br />

5 BRMS08-1881 2979,06 d 160,84 b 59,40 c MR 5,24 c MS 0,63 d<br />

16 BRMS08-10960RR 2975,35 d 57,07 d 52,17 d MR 6,14 c MS 0,68 c<br />

4 BRMS08-1699 2946,64 d 210,86 b 81,72 b R 5,54 c MS 0,81 a<br />

5 BRMS08-1795 2937,36 d 93,95 d 73,52 b R 7,94b S 0,78 b<br />

14 BRMS08-5762 2909,59 d 80,17 d 57,11 d MR 3,94 d MR 0,99 a<br />

11 BRMS08-2507 2902,95 d 104,55 c 79,19 b R 7,54 b S 0,65 d<br />

21 BRMS08-12031RR 2899,61 d 536,71 a 54,21 d MR 6,34 c MS 0,78 b<br />

9 BRMS08-2244 2881,67 d 5,41 d 58,30 d MR 6,60 b MS 0,60 d<br />

9 BRMS08-2210 2871,65 d 633,03 a 48,50 d MS 7,44 b S 0,49 d<br />

Continua...<br />

RAZ


Cód. Linhagem<br />

REND<br />

(kg ha -1 )<br />

NGR<br />

66<br />

IR NR<br />

Índice (%) Classe Nota Classe<br />

9 BRMS08-2248 2868,60 d 183,52 b 24,05 e S 8,34 a S 0,53 d<br />

9 BRMS08-2171 2867,33 d 24,88 d 83,22 b R 8,00 b S 0,71 c<br />

5 BRMS08-1784 2864,58 d 16,53 d 73,21 b R 6,84 b MS 0,83 a<br />

4 BRMS08-1679 2859,87 d 246,74 b 48,24 d MS 6,34 c MS 0,82 a<br />

20 BRMS08-11752RR 2859,73 d 287,06 a 25,78 e S 8,00 b S 0,37 d<br />

22 BRMS08-12300RR 2853,35 d 199,72 b 59,15 c MR 4,79 c MR 0,75 c<br />

10 BRMS08-2303 2821,77 d 83,88 d 49,49 d MS 2,64 e R 0,87 a<br />

14 BRMS08-5776 2804,67 d 15,23 d 80,61 b R 5,54 c MS 0,81 a<br />

21 BRMS08-11976RR 2803,76 d 139,39 c 70,41 c MR 4,54 d MR 0,86 a<br />

18 BRMS08-10886RR 2791,79 d 183,66 b 62,24 c MR 7,24 b S 0,42 d<br />

17 BRMS08-10414RR 2781,36 d 58,33 d 87,35 a R 6,14 c MS 0,84 a<br />

15 BRMS08-10910RR 2770,80 d 85,42 d 47,07 d MS 7,54 b S 0,74 c<br />

5 BRMS08-1781 2766,43 d 19,65 d 52,32 d MR 4,14 d MR 0,81 a<br />

9 BRMS08-2184 2758,45 d 6,78 d 47,80 d MS 8,00 b S 0,60 d<br />

19 BRMS08-10904RR 2757,00 d 113,85 c 62,10 c MR 7,84 b S 0,68 c<br />

9 BRMS08-2222 2752,70 d 220,08 b 57,75 d MR 6,94 b MS 0,86 a<br />

5 BRMS08-1817 2750,98 d 145,70 c 59,88 c MR 6,44 c MS 0,57 d<br />

4 BRMS08-1598 2749,57 d 96,16 d 54,45 d MR 4,84 c MR 0,87 a<br />

19 BRMS08-10897RR 2748,50 d 286,61 a 62,25 c MR 3,64 d MR 0,86 a<br />

4 BRMS08-2138 2737,29 d 161,73 b 74,43 b R 8,64 a S 0,68 c<br />

11 BRMS08-2462 2731,22 d 438,60 a 41,05 e MS 9,00 a S 0,50 d<br />

4 BRMS08-1732 2692,13 e 140,49 c 42,52 e MS 8,44 a S 0,60 d<br />

5 BRMS08-1802 2663,92 e 61,18 d 59,31 c MR 5,34 c MS 0,61 d<br />

6 BRMS08-1949 2655,36 e 669,85 a 42,49 e MS 8,34 a S 0,63 d<br />

20 BRMS08-11838RR 2628,00 e 281,51 a 47,48 d MS 5,14 c MS 0,76 c<br />

11 BRMS08-2468 2626,84 e 40,44 d 56,09 d MR 5,17 c MS 0,58 d<br />

5 BRMS08-1769 2615,29 e 145,84 c 61,64 c MR 4,74 c MR 0,84 a<br />

21 BRMS08-12042RR 2602,51 e 244,81 b 44,74 e MS 3,24 d MR 0,71 c<br />

4 BRMS08-1694 2600,45 e 344,09 a 64,86 c MR 8,04 b S 0,89 a<br />

4 BRMS08-1725 2600,28 e 1111,8 a 39,56 e MS 4,00 d MR 0,76 c<br />

18 BRMS08-10882RR 2583,19 e 113,21 c 61,91 c MR 4,34 d MR 0,89 a<br />

21 BRMS08-12045RR 2569,42 e 466,56 a 37,07 e MS 6,14 c MS 0,72 c<br />

10 BRMS08-2323 2551,90 e 70,42 d 66,02 c MR 4,37 d MR 0,91 a<br />

17 BRMS08-10692RR 2513,38 e 244,96 b 80,05 b R 2,34 e R 0,93 a<br />

4 BRMS08-1661 2507,06 e 137,25 c 64,95 c MR 8,00 b S 0,71 c<br />

4 BRMS08-2140 2503,91 e 437,92 a 67,96 c MR 7,74 b S 0,94 a<br />

4 BRMS08-2121 2502,03 e 20,19 d 45,31 e MS 7,94b S 0,53 d<br />

5 BRMS08-1807 2490,08 e 109,18 c 56,87 d MR 8,54 a S 0,62 d<br />

4 BRMS08-1600 2482,09 e 212,59 b 51,30 d MR 7,14 b S 0,78 b<br />

16 BRMS08-10972RR 2462,70 e 274,79 b 76,08 b R 6,44 c MS 0,81 a<br />

9 BRMS08-2203 2458,70 e 146,94 c 67,70 c MR 5,24 c MS 0,85 a<br />

9 BRMS08-2174 2453,24 e 28,14 d 70,69 c R 5,04 c MR 0,90 a<br />

Continua...<br />

RAZ


Cód. Linhagem<br />

REND<br />

(kg ha -1 )<br />

NGR<br />

67<br />

IR NR<br />

Índice (%) Classe Nota Classe<br />

5 BRMS08-1797 2419,34 e 166,54 b 77,17 b R 7,14 b S 0,88 a<br />

5 BRMS08-1799 2403,07 e 311,65 a 60,14 c MR 7,24 b S 0,75 c<br />

4 BRMS08-2109 2398,40 e 23,11 d 78,92 b R 6,84 b MS 0,80 a<br />

4 BRMS08-1626 2381,05 e 93,97 d 56,61 d MR 7,14 b S 0,90 a<br />

4 BRMS08-2143 2375,58 e 463,89 a 69,49 c MR 7,84 b S 0,75 c<br />

7 BRMS08-2037 2374,24 e 31,40 d 48,74 d MS 5,64 c MS 0,78 b<br />

12 BRMS08-4576 2361,53 e 107,67 c 69,87 c MR 6,34 c MS 0,98 a<br />

16 BRMS08-10953RR 2358,29 e 118,86 c 37,56 e MS 7,24 b S 0,53 d<br />

19 BRMS08-10892RR 2352,18 e 219,55 b 47,75 d MS 6,24 c MS 0,94 a<br />

5 BRMS08-1816 2331,69 e 105,14 c 40,99 e MS 7,04 b MS 0,68 c<br />

4 BRMS08-1720 2322,32 e 157,21 b 65,69 c MR 7,94b S 0,67 c<br />

16 BRMS08-10971RR 2321,04 e 100,08 d 44,11 e MS 5,34 c MS 0,58 d<br />

11 BRMS08-2506 2296,44 e 251,81 b 52,06 d MR 5,54 c MS 0,86 a<br />

4 BRMS08-2136 2283,46 e 180,18 b 65,92 c MR 7,64 b S 0,65 d<br />

2 BRMS08-1426 2272,19 e 77,32 d 46,32 e MS 8,00 b S 0,41 d<br />

5 BRMS08-1766 2252,13 e 80,76 d 62,34 c MR 8,84 a S 0,60 d<br />

22 BRMS08-12295RR 2246,95 e 99,22 d 73,50 b R 3,87 d MR 0,70 c<br />

4 BRMS08-1646 2235,54 e 369,65 a 72,25 b R 9,00 a S 0,57 d<br />

1 BRMS08-1280 2234,20 e 378,79 a 77,55 b R 3,64 d MR 0,90 a<br />

9 BRMS08-2255 2223,01 e 37,17 d 52,22 d MR 6,34 c MS 0,90 a<br />

5 BRMS08-1746 2215,76 e 81,66 d 77,03 b R 5,64 c MS 0,69 c<br />

16 BRMS08-10961RR 2199,61 e 86,37 d 33,14 e MS 8,24 a S 0,36 d<br />

10 BRMS08-2307 2193,98 e 167,16 b 48,46 d MS 5,94 c MS 0,87 a<br />

4 BRMS08-1726 2191,68 e 1501,30 a 21,63 e S 9,00 a S 0,63 d<br />

4 BRMS08-1634 2164,58 e 34,87 d 70,62 c R 6,24 c MS 0,79 a<br />

5 BRMS08-1785 2140,45 e 18,38 d 81,88 b R 6,64 b MS 0,89 a<br />

5 BRMS08-1772 2120,99 e 82,96 d 45,73 e MS 3,44 d MR 0,85 a<br />

9 BRMS08-2189 2023,02 e 249,65 b 56,55 d MR 7,14 b S 0,90 a<br />

4 BRMS08-2144 2021,11 e 247,44 b 56,32 d MR 8,94 a S 0,68 c<br />

5 BRMS08-1869 2003,22 e 81,78 d 70,42 c MR 6,14 c MS 0,93 a<br />

4 BRMS08-1635 1983,29 e 236,12 b 57,93 d MR 7,34 b S 0,83 a<br />

19 BRMS08-10893RR 1938,13 e 102,53 c 64,10 c MR 7,44 b S 0,74 c<br />

4 BRMS08-1659 1937,99 e 74,11 d 59,60 c MR 8,00 b S 0,78 b<br />

5 BRMS08-1805 1932,11 e 276,96 b 60,96 c MR 8,04 b S 0,70 c<br />

4 BRMS08-2135 1927,83 e 436,71 a 50,74 d MR 6,74 b MS 0,76 c<br />

5 BRMS08-1804 1896,56 e 26,08 d 80,08 b R 6,44 c MS 0,89 a<br />

4 BRMS08-2133 1883,38 e 146,30 c 53,76 d MR 5,84 c MS 0,73 c<br />

6 BRMS08-1935 1837,56 e 209,27 b 35,71 e MS 8,24 a S 0,65 d<br />

5 BRMS08-1788 1825,20 e 26,44 d 59,44 c MR 4,84 c MR 0,88 a<br />

1 BRMS08-1284 1792,67 e 362,13 a 43,50 e MS 8,74 a S 0,27 d<br />

Continua...<br />

RAZ


Cód. Linhagem<br />

REND<br />

(kg ha -1 )<br />

NGR<br />

68<br />

IR NR<br />

Índice (%) Classe Nota Classe<br />

5 BRMS08-1829 1647,16 e 133,56 c 65,56 c MR 7,34 b S 0,62 d<br />

10 BRMS08-2311 1598,04 e 117,20 c 45,53 e MS 7,24 b S 0,73 c<br />

20 BRMS08-11915RR 1460,22 e 635,73 a 75,79 b R 2,54 e R 0,85 a<br />

4 BRMS08-1729 1298,56 e 327,79 a 47,51 d MS 9,00 a S 0,71 c<br />

10 BRMS08-2360 1272,91 e 46,21 d 60,23 c MR 6,21 c MS 0,70 c<br />

Valor Máximo 5533,40 1501,30 90,00 - 9,00 - 0,99<br />

Valor Mínimo 1272,91 1,94 21,63 - 1,54 - 0,27<br />

MÉDIAS famílias 2850,36 202,64 59,28 - 6,20 - 0,73<br />

MÉDIAS<br />

testemunhas 3480,70 123,84 65,28 - 5,55 - 0,72<br />

CV(%) famílias 18,22 13,64 15,08 - 20,76 - 13,40<br />

CV(%) testemunhas 14,92 15,51 13,69 - 23,20 - 13,56<br />

*Dados ajustados pelas repetições das testemunhas.<br />

(2) Médias seguidas <strong>de</strong> mesma letra, na coluna, diferem entre si pelo teste <strong>de</strong> Dunnett (P


52,77% (Tabela 4). Quarenta e quatro <strong>genótipos</strong> obtiveram IR iguais a cv. BRS<br />

239, estatisticamente. Por outro lado, trinta e um <strong>genótipos</strong> apresentaram as<br />

mais baixas estimativas médias <strong>de</strong> IR, estatisticamente inferiores a cv. BRS<br />

239. Estes 31 <strong>genótipos</strong>, <strong>de</strong> acordo com o preconizado na obtenção do IR,<br />

foram os que expressaram maiores níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong> e baixo vigor.<br />

Métodos <strong>de</strong> avaliação da resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme a campo<br />

já foram realizados em <strong>soja</strong> por meio da nota <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> e do vigor<br />

(ASMUS, 2004), e em algodão com escalas <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> tolerância<br />

consi<strong>de</strong>rando o <strong>de</strong>senvolvimento das plantas e seus sintomas foliares (CIA et<br />

al., 2008). No entanto, não há nenhuma escala <strong>de</strong> nota disponível na literatura<br />

para a classificação da resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme. Sendo assim, neste<br />

trabalho estimou-se também uma nota <strong>de</strong> resistência a campo, baseada<br />

somente na uniformida<strong>de</strong> das parcelas.<br />

Ao analisar os resultados do teste <strong>de</strong> média, treze <strong>genótipos</strong><br />

apresentaram NR estatisticamente abaixo da cv. M-SOY 8001, com valores<br />

médios variando <strong>de</strong> 1,54 a 2,90. Isto significa que estes treze <strong>genótipos</strong>,<br />

conforme estabelecido pela NR, foram os que apresentaram os maiores níveis<br />

<strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> altura <strong>de</strong> planta. Já outros 22 <strong>genótipos</strong> foram iguais a cv.<br />

M-SOY 8001, apresentando estimativas <strong>de</strong> NR entre 3,24 a 4,54 (Tabela 4).<br />

Quarenta e oito <strong>genótipos</strong> obtiveram NR inferiores a cv. BRS 239, sendo<br />

estatisticamente melhores que esta testemunha no quesito uniformida<strong>de</strong>. E<br />

ainda, 53 <strong>genótipos</strong> obtiveram estimativas médias <strong>de</strong> NR iguais a cv. BRS 239,<br />

estatisticamente. Contrariamente, 26 <strong>genótipos</strong> foram estatisticamente<br />

superiores da cv. BRS 239 quanto à variável NR, evi<strong>de</strong>nciando que estes<br />

<strong>genótipos</strong> apresentaram maiores <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> altura <strong>de</strong> planta (Tabela<br />

4).<br />

Quanto à variável razão média entre a menor altura e a maior altura <strong>de</strong><br />

plantas (RAZ), as médias <strong>de</strong> 51 <strong>genótipos</strong> foram estatisticamente inferiores as<br />

cultivares M-SOY 8001 e BRS 239, ou seja, esses <strong>genótipos</strong> apresentaram<br />

maiores problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong>, baseado nessa variável. Verifica-se<br />

pelo teste <strong>de</strong> médias que as testemunhas obtiveram médias estatisticamente<br />

iguais (Tabela 4). De acordo com a característica RAZ, 62 <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong><br />

foram significativamente superiores às cultivares testemunhas. Isto significa<br />

69


que esses <strong>genótipos</strong> apresentaram uma estimativa <strong>de</strong> RAZ mais próxima da<br />

unida<strong>de</strong> (um), o que implica em maior uniformida<strong>de</strong> da altura <strong>de</strong> planta.<br />

Conforme a classificação dada <strong>ao</strong>s <strong>genótipos</strong>, <strong>de</strong> acordo coma variável<br />

IR, 40 <strong>genótipos</strong> reagiram como R, 78 como MR, 42 como MS e quatro como<br />

S. A cv. MSOY-8001 obteve um IR médio <strong>de</strong> 77,8, classificada como R. Já a<br />

cv. BRS 239 obteve IR médio <strong>de</strong> 52,80, alocando-se na classe MR (Tabela 4).<br />

Por outro lado, a classificação dos <strong>genótipos</strong>, <strong>de</strong> acordo com a variável NR, foi<br />

<strong>de</strong> 13 <strong>genótipos</strong> R, 31 MR, 56 MS e 64 S, inclusive a BRS 239, que apresentou<br />

uma nota média <strong>de</strong> 7,32. Já a cv. M-SOY 8001 foi classificada como MR <strong>ao</strong><br />

nematoi<strong>de</strong> reniforme, pois obteve NR <strong>de</strong> 3,76. Verifica-se que o IR classificou<br />

mais que o triplo <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>resistentes</strong> (40) do que a NR (13). No entanto, a<br />

NR acusou com maior frequência <strong>genótipos</strong> suscetíveis <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong><br />

reniforme.<br />

Seleções realizadas no campo permitem a avaliação <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong>, po<strong>de</strong>ndo avaliar não somente variáveis propriamente <strong>de</strong><br />

resistência, mas sua interação com outras características tais como a<br />

produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos. Robinson (2001) relata que os parâmetros para a<br />

mensuração da resistência <strong>de</strong> uma planta <strong>ao</strong>s efeitos do nematoi<strong>de</strong> reniforme<br />

são por meio da medida da redução do rendimento e da baixa estatura.<br />

Como o nematoi<strong>de</strong> reniforme incita o sub<strong>de</strong>senvolvimento das plantas,<br />

neste experimento houve <strong>genótipos</strong> que apresentaram baixa RAZ (menor que<br />

0,70), baixa produtivida<strong>de</strong> (menor que 2692,13 kg ha -1 ) associado com um alto<br />

NGR (estatisticamente igual ou maior que 213,05), sendo características que<br />

po<strong>de</strong>riam indicar a suscetibilida<strong>de</strong> a este nematoi<strong>de</strong>.<br />

As linhagens BRMS08-1949, BRMS08-1720, BRMS08-1646, BRMS08-<br />

1726, BRMS08-2144, BRMS08-1805, BRMS08-1935 e BRMS08-1284<br />

apresentaram esse comportamento (Tabela 4). Observa-se que a variável NR<br />

classificou todas essas linhagens como suscetível. Entretanto, segundo o<br />

caráter IR os <strong>genótipos</strong> BRMS08-1720, BRMS08-1646, BRMS08-1726,<br />

BRMS08-2144 e BRMS08-1805foram classificados como MR ou R.<br />

Segundo Roberts (2002) a tolerância é oposto à intolerância, que é<br />

utilizada para <strong>de</strong>finir as plantas que quando infectadas crescem menos,<br />

morrem, ou ainda reduzem drasticamente a produtivida<strong>de</strong>. Há relatos na<br />

literatura <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> intolerantes a nematoi<strong>de</strong>s, que sofreram danos<br />

70


severos com uma baixa população do nematoi<strong>de</strong> (SILVA, 2001). Os <strong>genótipos</strong><br />

BRMS08-1619, BRMS08-2184 e BRMS08-2121 apresentaram clássica<br />

intolerância <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme (Tabela 4). Estes obtiveram os menores<br />

valores, em magnitu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> NGR. Apesar disso, esses <strong>genótipos</strong> expressaram<br />

alto nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>suniformida<strong>de</strong> e baixo vigor pelo fato <strong>de</strong> serem classificados<br />

como MS e S pelas variáveis IR e NR, respectivamente. Além disso, a média<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos foi estatisticamente igual ou inferior a cv. BRS 239.<br />

Outros <strong>genótipos</strong>, tais como BRMS08-2244, BRMS08-1784, BRMS08-<br />

5776 e BRMS08-1785 também po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados intolerantes <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis. Estes obtiveram baixas produtivida<strong>de</strong>s, baixos NGR e foram<br />

classificados, pelo menos, como MS pela variável NR. Todavia, o IR <strong>de</strong>ssas<br />

linhagens foram altos classificando-os como MR ou R.<br />

Ainda cabe ressaltar que, em alguns casos, as características<br />

produtivida<strong>de</strong> e resistência a nematoi<strong>de</strong>s são inversamente correlacionadas, ou<br />

seja, varieda<strong>de</strong>s com alta produtivida<strong>de</strong> apresentam-se como suscetíveis <strong>ao</strong>s<br />

principais nematoi<strong>de</strong>s da cultura (FERRAZ et al., 2010).Esse po<strong>de</strong> ser o caso<br />

da cv. BRS 239, que apesar <strong>de</strong> ser classificada como suscetível em vários<br />

trabalhos <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> vegetação (ASMUS, 2004; CARDOSO et al., 2009), no<br />

presente trabalho apresentou uma boa produtivida<strong>de</strong> e classificou-se como<br />

MR, conforme a variável IR, no campo (Tabela 4).<br />

Peculiar o comportamento da linhagem transgênica BRMS08-<br />

10912RR, que mesmo apresentando uma alta produtivida<strong>de</strong> (5435,52 kg ha -1 )<br />

obteve um alto NGR (291,13) e foi classificada como MS <strong>de</strong> acordo com a<br />

variável IR, e S conforme NR. Este é um caso típico <strong>de</strong> tolerância a campo do<br />

genótipo perante a população do nematoi<strong>de</strong> estabelecida, ou seja, mesmo sob<br />

alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional do nematoi<strong>de</strong> o genótipo expressou um excelente<br />

potencial produtivo.<br />

Os <strong>genótipos</strong> BRMS08-1669, BRMS08-1304 e BRMS08-1511<br />

apresentaram comportamento semelhante <strong>de</strong> tolerância (Tabela 4), que<br />

segundo Roberts (2002), se refere a habilida<strong>de</strong> das plantas permitirem a<br />

invasão e reprodução do nematoi<strong>de</strong>, mas não apresentarem sintomas ou<br />

danos significativos. Esse resultado evi<strong>de</strong>ncia a importância da avaliação do<br />

potencial produtivo em condições <strong>de</strong> alta infestação do nematoi<strong>de</strong> reniforme.<br />

Caso a seleção fosse baseada somente nas classificações <strong>de</strong> IR e NR, os<br />

71


<strong>genótipos</strong> supracitados seriam eliminados. Cook et al. (1997) i<strong>de</strong>ntificaram<br />

linhagens elites <strong>de</strong> algodão com alto potencial produtivo e tolerante <strong>ao</strong> R.<br />

reniformis.<br />

Na Tabela 5, observa-se que dos 164 <strong>genótipos</strong> avaliados, 37<br />

coincidiram suas classes <strong>de</strong> R, MR, MS e S que foram obtidas pelas variáveis<br />

NR e IR (Tabela 6). Sessenta e nove <strong>genótipos</strong> obtiveram uma proximida<strong>de</strong><br />

nas classificações que lhe foram dadas (R x MR=14, S x MS=21 e MS x<br />

MR=34) e cinqüenta e oito <strong>genótipos</strong> apresentaram classificações distintas<br />

como R x S (8), R x MS (19) e S x MR (31).<br />

Tabela 5. Relação <strong>de</strong> coincidências das classes <strong>de</strong> resistência obtidas por<br />

meio do índice <strong>de</strong> resistência (IR) e da nota <strong>de</strong> resistência (NR) <strong>de</strong> 164<br />

<strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> quanto a resistência <strong>ao</strong> Rotylenchulus reniformis.<br />

IR<br />

S MS<br />

NR<br />

MR R<br />

Total<br />

S 4 0 0 0 4<br />

MS 21 12 6 3 42<br />

MR 31 28 15 4 78<br />

R 8 16 10 6 40<br />

Total 64 56 31 13 164<br />

Índice <strong>de</strong> resistência (índice entre nota <strong>de</strong> vigor e uniformida<strong>de</strong>) em porcentagem que varia <strong>de</strong> 10%<br />

(parcelas com plantas mais suscetível) a 90% (parcelas com plantas mais resistente), on<strong>de</strong>: S<br />

(Suscetível) - 10 a 30%; MS (Mo<strong>de</strong>radamente Suscetível) - 31 a 50%; MR (Mo<strong>de</strong>radamente Resistente) -<br />

51 a 70%; e R (Resistente) - 71 a 90%. NR: nota <strong>de</strong> resistência a campo que varia <strong>de</strong> 1 (parcelas com<br />

plantas mais <strong>resistentes</strong>) a 9 (parcelas com plantas mais suscetíveis), on<strong>de</strong> R (Resistente): 1 a 3; MR<br />

(Mo<strong>de</strong>radamente Resistente): 3,1 a 5; MS (Mo<strong>de</strong>radamente Suscetível): 5,1 a 7; e S (Suscetível): 7,1 a 9.<br />

A correlação entre caracteres é um parâmetro <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância,<br />

pois permite <strong>ao</strong>s melhoristas conhecer as alterações que ocorrem em um<br />

<strong>de</strong>terminado caráter em função da seleção praticada em outro a ele<br />

correlacionado (RAMALHO et al., 1993). Na Tabela 6, po<strong>de</strong>-se observar os<br />

coeficientes <strong>de</strong> correlação <strong>fenotípica</strong> entre os caracteres avaliados,<br />

consi<strong>de</strong>rando somente as testemunhas ou todos os <strong>genótipos</strong>. Pelos<br />

resultados obtidos observa-se que há diferenças tanto na magnitu<strong>de</strong> quanto na<br />

significância dos coeficientes <strong>de</strong> correlação.<br />

Ao consi<strong>de</strong>rar os dados somente das testemunhas, estes foram<br />

maiores em magnitu<strong>de</strong> e com mais significância estatística, quando comparado<br />

com as correlações obtidas com os dados <strong>de</strong> todos os <strong>genótipos</strong> avaliados. Isto<br />

po<strong>de</strong> ter ocorrido <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> repetições nos <strong>genótipos</strong> avaliados no<br />

72


campo, utilizando-se somente os dados corrigidos pelas médias das<br />

testemunhas.<br />

O caráter REND correlacionou-se significativamente com todos os outros<br />

caracteres <strong>de</strong> campo avaliados, exceto com RAZ, consi<strong>de</strong>rando os dados<br />

somente das testemunhas. Ao avaliarmos os dados <strong>de</strong> todos os <strong>genótipos</strong>, o<br />

REND novamente não apresentou correlação com RAZ. Esses resultados<br />

indicam que a variável RAZ apresenta-se como pouco informativa para seleção<br />

<strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>resistentes</strong> e/ou tolerantes <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme combinado a<br />

produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grãos. A variável RAZ apresentou uma correlação negativa e<br />

significativa, apesar da baixa magnitu<strong>de</strong>, apenas com a NR.<br />

O caráter REND apresentou correlações negativas e significativas com<br />

as variáveis NR e NGR, ou seja, quanto maior o rendimento <strong>de</strong> grãos do<br />

genótipo avaliado menores os valores <strong>de</strong> NR e NGR. Contrariamente, a<br />

associação do REND com o caráter IR foi positiva (r=0,55; P


Baseado nas correlações <strong>fenotípica</strong>s obtidas consi<strong>de</strong>rando todos os<br />

<strong>genótipos</strong>, o REND obteve sua maior correlação, em magnitu<strong>de</strong>, com a NR (r=-<br />

0,34; P


(Capitulo 2), os dados <strong>de</strong> fator <strong>de</strong> reprodução (FR CV) e número <strong>de</strong><br />

nematoi<strong>de</strong>s por grama <strong>de</strong> raiz (NGR CV) obtidos em casa <strong>de</strong> vegetação foram<br />

utilizados para correlacionar com as variáveis avaliadas em campo. Ao avaliar<br />

somente as correlações provenientes dos dados das testemunhas, verificou-se<br />

que a média <strong>de</strong> FR CV obteve uma alta e significativa correlação positiva com<br />

NR (r=0,81; P


meio <strong>de</strong> o caráter auxiliar. Cabe ressaltar que a avaliação da NR foi mais<br />

prática para obtenção e aferição da resistência em comparação <strong>ao</strong>s caracteres<br />

IR e NGR.<br />

3.4 Conclusões<br />

Os <strong>genótipos</strong> apresentam alta variabilida<strong>de</strong> <strong>fenotípica</strong> para a maioria<br />

dos caracteres avaliados.<br />

A avaliação dos <strong>genótipos</strong> no campo, em condições natural <strong>de</strong><br />

infestação do nematoi<strong>de</strong> reniforme, é fundamental para maior eficiência na<br />

seleção <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> R. reniformis.<br />

A presença <strong>de</strong> correlações significativas entre os caracteres REND, IR,<br />

NR e NGR permite os programas <strong>de</strong> melhoramento realizar seleção combinada<br />

<strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> <strong>resistentes</strong> <strong>ao</strong> R. reniformis e com alto potencial<br />

produtivo.<br />

Os caracteres IR e NR são os mais práticos, eficientes e rápidos <strong>de</strong><br />

obtenção e mensuração da resistência <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> reniforme a campo.<br />

O <strong>de</strong>lineamento em testemunhas intercalares foi útil para avaliar a<br />

resistência <strong>de</strong> <strong>genótipos</strong> <strong>de</strong> <strong>soja</strong> quanto <strong>ao</strong> nematoi<strong>de</strong> R. reniformis em<br />

condições <strong>de</strong> campo.<br />

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