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Vem no vento a transformação da matriz energética do ... - Crea-ES

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A N O X - N º 5 1<br />

S E T E M B R O / O U T U B R O - 2 0 0 9<br />

ENERGIA LIMPA<br />

R E V I S T A D O C R E A - E S<br />

CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA ARQUITETURA E AGRONOMIA DO <strong>ES</strong>PÍRITO SANTO<br />

<strong>Vem</strong> <strong>no</strong> <strong>vento</strong><br />

a <strong>transformação</strong><br />

<strong>da</strong> <strong>matriz</strong> <strong>energética</strong><br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>


4<br />

Editorial<br />

Profissionais<br />

<strong>do</strong> setor tec<strong>no</strong>lógico<br />

trabalham por<br />

energias limpas<br />

As próximas déca<strong>da</strong>s deverão ser marca<strong>da</strong>s, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, pelo incentivo à utilização de energias<br />

re<strong>no</strong>váveis. O uso massivo de fontes limpas, como as solar, eólica e a biomassa, não só promove o desenvolvimento<br />

sustentável como poderia poupar a atmosfera de boa parte <strong>da</strong>s emissões de gás carbônico,<br />

que provoca o aquecimento global. O assunto está <strong>no</strong> centro <strong>do</strong>s debates, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />

Com base em números <strong>da</strong> Agência Nacional de Energia Eólica (ANEEL) e <strong>do</strong> relatório <strong>da</strong><br />

World Wind Energy Association, de fevereiro deste a<strong>no</strong>, o incremento anual de capaci<strong>da</strong>de<br />

instala<strong>da</strong> (MW) tem uma taxa média de 28%. Nos últimos três a<strong>no</strong>s, o setor eólico mundial<br />

aumentou sua oferta de trabalho em 87%, sain<strong>do</strong> de 235 mil trabalha<strong>do</strong>res, em 2005, para<br />

440 mil, em 2008.<br />

Especialistas prevêem que, caso não seja feito um esforço coletivo na luta contra as<br />

mu<strong>da</strong>nças climáticas, ocorrerão tragédias que não se restringem à área ambiental. Além<br />

<strong>da</strong> estimativa de que, até 2025, 3 bilhões de pessoas poderão não ter acesso à água. Sem<br />

contar problemas como a escassez de comi<strong>da</strong> e energia, a civilização corre o risco de entrar<br />

em colapso, com bilhões de pessoas condena<strong>da</strong>s à pobreza, geran<strong>do</strong> instabili<strong>da</strong>des social<br />

e política.<br />

No Brasil, a situação também tem provoca<strong>do</strong> importantes debates, alertan<strong>do</strong> para a necessi<strong>da</strong>de de se<br />

substituir a <strong>matriz</strong> <strong>energética</strong> atual por energias re<strong>no</strong>váveis que, por serem obti<strong>da</strong>s a partir de fontes naturais<br />

inesgotáveis e com baixo impacto ambiental, são as alternativas mais viáveis para se evitar o aquecimento<br />

global. Isso porque não produzem emissões, ao contrário <strong>do</strong> que acontece com os combustíveis.<br />

Como subsídio aos futuros investi<strong>do</strong>res interessa<strong>do</strong>s em construir parques eólicos em municípios<br />

capixabas, o Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> lançou, este a<strong>no</strong>, o “Atlas Eólico <strong>do</strong> Espírito Santo”. Além <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de<br />

de 1,1 mil MW de energia em terra, a publicação apresenta o primeiro estu<strong>do</strong> sobre o potencial eólico em<br />

mar territorial brasileiro (offshore), de 5,5 mil MW.<br />

A tec<strong>no</strong>logia ain<strong>da</strong> não foi utiliza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Brasil, mas já é aplica<strong>da</strong> em outros países. Dentre os locais<br />

considera<strong>do</strong>s promissores, conforme o estu<strong>do</strong> contrata<strong>do</strong> pela Agência de Serviços Públicos de Energia<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (Aspe), liga<strong>da</strong> à Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Desenvolvimento (Sedes), estão Linhares, <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, Presidente Kennedy, <strong>no</strong> extremo sul, e Marataízes, <strong>no</strong> sul.<br />

Em palestra ministra<strong>da</strong> durante Sessão Plenária <strong>no</strong> Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e<br />

Agro<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> Espírito Santo (<strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>), o gestor executivo <strong>da</strong> EDP Re<strong>no</strong>váveis <strong>do</strong> Brasil S/A, Eng. Mecânico<br />

Sávio <strong>da</strong> Rós, destacou que o potencial de geração de energia eólica <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> é estima<strong>do</strong> em 1.100 MW.<br />

O assunto foi um <strong>do</strong>s pontos debati<strong>do</strong>s <strong>no</strong> e<strong>vento</strong> <strong>do</strong> Planejamento Estratégico 2020 <strong>do</strong> Conselho,<br />

realiza<strong>do</strong> entre os dias 20 e 22, em Guarapari. Os conselheiros ressaltaram a importância de o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong><br />

acompanhar os processos de implantação <strong>da</strong>s energias limpas <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong>, priorizan<strong>do</strong>, por exemplo, a<br />

realização de debates.<br />

O Conselho vai acompanhar os licenciamentos desses empreendimentos, de maneira que sejam observa<strong>da</strong>s<br />

não só as questões ambientais como também os ganhos sociais, já que <strong>no</strong>s locais onde existem<br />

usinas eólicas foi registra<strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> Produto Inter<strong>no</strong> Bruto (PIB).<br />

Boa leitura.<br />

Eng. Civil e de Seg. Trab. Luis Fiorotti<br />

Presidente <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>


Diretoria<br />

Presidente<br />

Eng. Civil e de Segurança <strong>do</strong> Trabalho Luis Fiorotti<br />

1° Man<strong>da</strong>to: 1º de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de 2008<br />

2° Man<strong>da</strong>to: 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2011<br />

1º vice-presidente<br />

Téc. Industrial em Mecânica Ronal<strong>do</strong> Neves Cruz<br />

2º vice-presidente<br />

Eng. Eletricista Eduar<strong>do</strong> Luiz Henriques<br />

1º diretor-administrativo<br />

Eng. Civil João Carlos Meneses<br />

2º diretor-administrativo<br />

Eng. Agrô<strong>no</strong>ma Mag<strong>da</strong> Cecilia Pavesi Felner<br />

1º diretor-financeiro<br />

Eng. Mecânico Geral<strong>do</strong> Rossoni Sisquini<br />

2ª diretor-financeiro<br />

Arquiteto Douglas Cerqueira Gonçalves<br />

Câmaras<br />

Engenharia Civil<br />

Eng. Civil Rodrigo Américo Pereira<br />

Engenharia Agronômica<br />

Eng. Agrô<strong>no</strong>mo Valter José Matielo<br />

Arquitetura<br />

Arquiteto e Urbanista André Luiz de Souza<br />

Engenharia Industrial<br />

Eng. Mecânico Aristóteles Alves Lyrio<br />

Engenharia Elétrica<br />

Eng. Eletricista Antonio Vitor Cavalieri<br />

Engenharia de Segurança <strong>do</strong> Trabalho<br />

Eng. Civil e de Seg. <strong>do</strong> Trab. Eliezer Cristi<strong>no</strong> de Oliveira<br />

Agências<br />

Vitória (27) 3134-0000<br />

Cachoeiro de Itapemirim (28) 3522-2373<br />

Colatina (27) 3721-0657<br />

Linhares (27) 3264-1781<br />

Vila Velha (27) 3239-3119<br />

São Mateus (27) 3763-5929<br />

Guarapari (27) 3362-3028<br />

Conselho Editorial<br />

Eng. Civil e de Seg. Trab. Luis Fiorotti<br />

Téc. Ind. em Mecânica Ronal<strong>do</strong> Neves Cruz<br />

Arq. Douglas Cerqueira Gonçalves<br />

Eng. Agrô<strong>no</strong>ma Mag<strong>da</strong> Cecilia Pavesi Felner<br />

Jornalista Alcione Vazzoler<br />

Eng. Mecânico Flavio Lobato La Rocca<br />

Eng. Civil José Márcio Martins<br />

Gerente de Relacionamento<br />

Eng. Mecânico Flavio Lobato La Rocca<br />

Consultora de Comunicação<br />

Jornalista Alcione Vazzoler<br />

Reportagem<br />

Manaíra Medeiros<br />

Equipe de Comunicação <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>:<br />

Alcione Vazzoler<br />

Márcio Scheppa<br />

Carolina Rocha Alvarenga<br />

Flávio Madeira Mendes<br />

Isa<strong>do</strong>ra Fialho Nicolao<br />

Lucas Maciel<br />

Fotos<br />

Joaquim Nunes, Assessoria de Comunicação <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>,<br />

Samuel Vieira, Zig Koch/ASPE, Divulgação<br />

Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica<br />

Ivan Alves (MTb 28/80)<br />

Capa<br />

Ronald Perrone<br />

Edição<br />

TKCOM Comunicação Lt<strong>da</strong>.<br />

Impressão<br />

Gráfica Espírito Santo<br />

Índice<br />

FONT<strong>ES</strong> RENOVÁVEIS<br />

Esta<strong>do</strong> deverá receber<br />

seis projetos de<br />

energia eólica<br />

Revista <strong>do</strong> Conselho Regional de Engenharia,<br />

Arquitetura e Agro<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> Espírito Santo<br />

Av. Cesar Hilal, 700, 1º an<strong>da</strong>r, Bento Ferreira<br />

Vitória-<strong>ES</strong>, CEP 29050-903<br />

Tels.: (27) 3334-9900 - Fax (27) 3324-3644<br />

email: creaes@creaes.org.br - www.creaes.org.br 5<br />

14<br />

Editorial/Profissionais <strong>do</strong> setor tec<strong>no</strong>lógico trabalham por energias limpas 4<br />

Ateliê de Urbanismo aponta soluções solidárias 6<br />

Conselho marca presença na XX Feira <strong>do</strong> Verde 8<br />

Metas e priori<strong>da</strong>des <strong>do</strong> <strong>Crea</strong> para os próximos 10 a<strong>no</strong>s 10<br />

Profissionais realizam curso de inspeção predial em estádios de futebol 13<br />

Investimento em infraestrutura aumenta níveis de emprego e ren<strong>da</strong> 26<br />

Notas 29<br />

Artigo/Construção enxuta: construin<strong>do</strong> sem desperdícios 30


6<br />

<strong>Crea</strong> destaca<br />

Ateliê de Urbanismo<br />

aponta soluções solidárias<br />

Baía de Vitória, espaço<br />

comum a municípios<br />

<strong>da</strong> Grande Vitória, Baía<br />

precisa ser valoriza<strong>da</strong><br />

como identi<strong>da</strong>de capixaba<br />

Soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de territorial <strong>da</strong> Região Metropolitana e<br />

sua interligação com a Baía de Vitória. Essas foram<br />

as visões que <strong>no</strong>rtearam os trabalhos <strong>da</strong>s quatro equipes<br />

de profissionais <strong>do</strong> 27º Ateliê Internacional de Urbanismo,<br />

realiza<strong>do</strong> em Vitória, entre os dias 17 e 30 de<br />

outubro. Os projetos, intitula<strong>do</strong>s “Vitória Metrópole 4<br />

+ 1”, “Sinfonia”, “Território em Movimento” e “Rede<br />

Sete” apontam estratégias para os principais problemas<br />

<strong>da</strong> região sul <strong>da</strong> Capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, com foco <strong>no</strong><br />

uso racional <strong>do</strong>s recursos naturais.<br />

As soluções foram pensa<strong>da</strong>s consideran<strong>do</strong> o território<br />

e a geografia <strong>da</strong> área, projetan<strong>do</strong> ações que<br />

permitam o desenvolvimento em longo prazo, em abor<strong>da</strong>gens<br />

sobre questões relaciona<strong>da</strong>s<br />

ao ecossistema, à logística, mobili<strong>da</strong>de<br />

e sistema de utilização.<br />

Os 28 integrantes <strong>da</strong>s equipes,<br />

entre arquitetos, urbanistas, engenheiros,<br />

geógrafos e artistas de to<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong>, estu<strong>da</strong>ram os municípios<br />

de Vitória, Vila Velha, Cariacica e<br />

Serra como parte de uma mesma<br />

comuni<strong>da</strong>de urbana, ten<strong>do</strong> como espaço<br />

comum a Baía de Vitória, que,<br />

para eles, precisa ser valoriza<strong>da</strong><br />

como identi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s capixabas.<br />

Manguezal - A área portuária foi<br />

outro ponto em comum <strong>do</strong>s trabalhos,<br />

já que seu desenvolvimento re-<br />

Clemir: importância de<br />

projetos em comum<br />

sultou em importantes entraves, além de ter contribuí<strong>do</strong><br />

para agressões à paisagem e a fragilização <strong>do</strong>s meios<br />

naturais, em especial o manguezal. Debateu-se, assim,<br />

a necessi<strong>da</strong>de de o setor ser reestrutura<strong>do</strong>, como uma<br />

ferramenta de integração, oferecen<strong>do</strong> equilíbrio entre a<br />

ci<strong>da</strong>de e a natureza.<br />

Com o objetivo, nesse caso, de não só assegurar a re<strong>no</strong>vação<br />

portuária mas também racionalizar e intensificar as<br />

ativi<strong>da</strong>des, assim como desenvolver <strong>no</strong>vas funções marítimas,<br />

como cruzeiros, lazer e esportes náuticos.<br />

Partin<strong>do</strong> desses eixos principais, os profissionais<br />

sugeriram um <strong>no</strong>vo olhar sobre a região, pensan<strong>do</strong> em<br />

uma diferente relação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de com sua baía, volta<strong>da</strong><br />

para os potenciais econômico, huma<strong>no</strong> e o patrimônio<br />

histórico-cultural. A criação de áreas de lazer e <strong>no</strong>vos<br />

espaços públicos, a revitalização <strong>do</strong> centro histórico e<br />

a requalificação <strong>do</strong>s bairros irregulares foram outros<br />

temas em debate.<br />

A questão ambiental também foi amplamente considera<strong>da</strong>,<br />

ressaltan<strong>do</strong> a necessi<strong>da</strong>de de proteção <strong>da</strong><br />

PMV e as políticas públicas<br />

A subsecretária de Gestão Urbana, <strong>da</strong> Secretaria<br />

de Desenvolvimento <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de de Vitória (Sedec),<br />

Clemir Regina Pela Meneghel, ressalta a intenção de<br />

reunir as quatro propostas em um único<br />

<strong>do</strong>cumento, para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de ao trabalho<br />

desenvolvi<strong>do</strong> pelos profissionais que<br />

participaram <strong>do</strong> Ateliê de Urbanismo.<br />

Para isso, lembrou a importância de os<br />

municípios envolvi<strong>do</strong>s criarem projetos em<br />

comum, já que as propostas vão além <strong>do</strong>s<br />

limites <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Vitória.<br />

Segun<strong>do</strong> Clemir, a PMV optou por não<br />

escolher apenas um trabalho, pois os quatro<br />

são complementares, alguns oferecen<strong>do</strong><br />

uma visão abrangente e outros com inserções<br />

mais locais.<br />

“A ideia <strong>do</strong> olhar metropolita<strong>no</strong>, ten<strong>do</strong> a<br />

baía como elemento que une os municípios,<br />

ao invés de separá-los, chamou a atenção.<br />

O méto<strong>do</strong> proposto, de estu<strong>da</strong>r a ci<strong>da</strong>de por ângulos<br />

diferentes, consideran<strong>do</strong> os pontos invisíveis - que os<br />

mora<strong>do</strong>res não percebem - aflora importantes poten-<br />

zona de mangue e a recuperação <strong>do</strong>s cursos d’água, e<br />

ain<strong>da</strong> a pesca de subsistência (cata de caranguejos).<br />

Pontuou-se a impossibili<strong>da</strong>de de construção de <strong>no</strong>vos<br />

aterros mas também uma <strong>no</strong>va utilização <strong>da</strong>s águas<br />

<strong>da</strong> chuva, que poderiam ser reti<strong>da</strong>s em bacias para<br />

minimizar o papel <strong>da</strong>s redes de tratamento e abastecimento,<br />

direcionan<strong>do</strong> seu uso.<br />

Para melhorar a mobili<strong>da</strong>de urbana, as alternativas<br />

vão desde a implantação de uma rede de Veículo<br />

Leve sobre Trilhos (VLT) e ciclovias, ao transporte<br />

aquaviário e de lanchas, e ain<strong>da</strong> teleférico. Outros<br />

pontos tratam <strong>da</strong> reorganização <strong>da</strong> BR-101 e <strong>do</strong><br />

contor<strong>no</strong> ferroviário, assim como <strong>da</strong> qualificação<br />

de vias que são relaciona<strong>da</strong>s a ativi<strong>da</strong>des portuárias<br />

e que, como estruturas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, devem ter<br />

condições de tornar-se aveni<strong>da</strong>s.<br />

ciais, reuni<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s trabalhos”, enfatiza.<br />

Os integrantes <strong>da</strong>s quatro equipes foram premia<strong>da</strong>s<br />

com peças de arte exclusivas <strong>da</strong> artista plástica<br />

Ana Paula Castro, de efeito lúdico. “Pássaros que<br />

representam a ci<strong>da</strong>de de Vitória, e as flores de Dunquerque<br />

(França)”, explica a subsecretária.<br />

Clemir lembra que a experiência resultante <strong>do</strong><br />

Ateliê realiza<strong>do</strong> em Vitória será apresenta<strong>da</strong> em Lyon,<br />

na França, durante o 3º Encontro <strong>da</strong> Cooperação Descentraliza<strong>da</strong><br />

Franco-Brasileira, entre os dias 3 e 4 de<br />

dezembro. O e<strong>vento</strong> encerrará as celebrações <strong>do</strong> A<strong>no</strong><br />

<strong>da</strong> França <strong>no</strong> Brasil.<br />

Cooperação - O objetivo é aprofun<strong>da</strong>r a cooperação<br />

entre gover<strong>no</strong>s locais e regionais <strong>do</strong> Brasil e <strong>da</strong> França,<br />

bem como identificar <strong>no</strong>vas oportuni<strong>da</strong>des, parcerias<br />

e temáticas de cooperação. Os <strong>do</strong>is temas centrais <strong>do</strong><br />

e<strong>vento</strong> são o desenvolvimento sustentável e a cultura.<br />

O acor<strong>do</strong> de cooperação entre Vitória e a Comuni<strong>da</strong>de<br />

Urbana de Dunquerque vai permitir ain<strong>da</strong><br />

que alu<strong>no</strong>s e professores <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal <strong>do</strong><br />

Espírito Santo (Ufes) façam intercâmbio na França e<br />

desenvolvam pesquisas de mestra<strong>do</strong> e <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>.<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


NOVOSBENEFÍCIOS<br />

Auxílio para Aquisição de Material e Equipamentos Agrícolas<br />

associe-se<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

Com a nali<strong>da</strong>de de apoiar os associa<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Mútua, o benefício tem por objetivo<br />

possibilitar o acesso a recursos nanceiros para aquisição de materiais, insumos e/ou<br />

equipamentos agrícolas.<br />

www.mutua-es.com.br<br />

Auxílio Empreende<strong>do</strong>r<br />

Visan<strong>do</strong> atender aos prossionais <strong>da</strong> área tec<strong>no</strong>lógica, que desejam tornar-se<br />

microempreende<strong>do</strong>res, a Mútua disponibiliza linhas de nanciamento para<br />

utilização em investimentos xos, capital de giro associa<strong>do</strong> ou capital de giro isola<strong>do</strong><br />

Auxílio para Aquisição de Veículos<br />

Linha de nanciamento desenvolvi<strong>da</strong> com a nali<strong>da</strong>de de conceder recursos aos<br />

associa<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Mútua que necessitam de veículos para deslocamentos prossionais.<br />

(27)<br />

3324-3545<br />

3325-3166<br />

0800 61 0003<br />

7


8<br />

Institucional<br />

Conselho marca presença<br />

na XX Feira <strong>do</strong> Verde<br />

Realiza<strong>da</strong> pela Prefeitura<br />

Municipal de Vitória,<br />

a Feira <strong>do</strong> Verde deste<br />

a<strong>no</strong> abor<strong>do</strong>u a “Bacias<br />

Hidrográficas:<br />

O Rei<strong>no</strong> <strong>da</strong>s Águas”<br />

<strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> participou, pelo segun<strong>do</strong> a<strong>no</strong><br />

O consecutivo, <strong>do</strong> maior e<strong>vento</strong> ambiental<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, a XX Feira <strong>do</strong> Verde, realiza<strong>da</strong><br />

entre os últimos dias 10 e 15 de <strong>no</strong>vembro,<br />

na Praça <strong>do</strong> Papa, em Vitória. O tema escolhi<strong>do</strong><br />

foi mais uma vez a importância <strong>da</strong>s<br />

ciclovias e <strong>do</strong> uso <strong>da</strong> bicicleta como meio<br />

de transporte alternativo, capaz de reduzir<br />

a emissão de gases poluentes na atmosfera,<br />

promover a saúde para seus usuários e<br />

melhorar a mobili<strong>da</strong>de urbana.<br />

Como incentivo, o Conselho sorteou três<br />

bicicletas, durante o e<strong>vento</strong>.<br />

Os visitantes se inscreveram <strong>no</strong> estande<br />

<strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> e, a ca<strong>da</strong> anúncio, se enchiam<br />

de expectativa, como Rosimari Rodrigues<br />

Barbosa, que mora em Resistência, Vitória.<br />

Pela primeira vez visitan<strong>do</strong> a feira, acompanha<strong>da</strong><br />

de sua filha e neta, ela torceu para<br />

ganhar a bicicleta, para usar não só como<br />

lazer e meio de praticar esporte, mas tam-<br />

O prefeito de Vitória, João Coser (de branco) participa de sorteio de bicicleta<br />

com o presidente Fiorotti<br />

bém como um transporte alternativo.<br />

Já Cristiane Lemos, que mora em Arraial<br />

<strong>do</strong> Cabo, <strong>no</strong> Rio de Janeiro, e veio ao Esta<strong>do</strong><br />

para trabalhar <strong>no</strong> estande <strong>do</strong> projeto “Coral<br />

Vivo”, destacou a iniciativa <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong><br />

como inusita<strong>da</strong>, lembran<strong>do</strong> <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de<br />

de se trabalhar a questão ambiental. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, ressaltou a reali<strong>da</strong>de de sua ci<strong>da</strong>de,<br />

onde as pessoas fazem bastante uso <strong>da</strong><br />

bicicleta, conferin<strong>do</strong> maior quali<strong>da</strong>de de<br />

vi<strong>da</strong> aos mora<strong>do</strong>res.<br />

Mas os sortu<strong>do</strong>s <strong>do</strong> a<strong>no</strong> foram Maria<br />

Eduar<strong>da</strong> P. Palmeira, Rodrigo Silveira e<br />

Wanderson Freitas <strong>da</strong> Silva Andrade. O primeiro<br />

<strong>no</strong>me anuncia<strong>do</strong>, <strong>no</strong> dia 13 de <strong>no</strong>vembro,<br />

foi o <strong>da</strong> pequena Maria Eduar<strong>da</strong>,<br />

de apenas <strong>do</strong>is a<strong>no</strong>s, mora<strong>do</strong>ra de Cocal,<br />

Vila Velha. Ela visitou a feira <strong>no</strong> primeiro<br />

dia, ao la<strong>do</strong> de sua família. Como não<br />

estava presente, a mãe dela, Lucimara<br />

Ma<strong>da</strong>lena Porsatio, recebeu, muito feliz,<br />

a ligação <strong>do</strong> presidente Fiorotti, quan<strong>do</strong><br />

marcou de buscar o prêmio.<br />

Há três a<strong>no</strong>s, o Conselho desenvolve uma<br />

série de seminários e palestras <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong><br />

sobre a mobili<strong>da</strong>de urbana sustentável,<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


Institucional<br />

em campanha de<strong>no</strong>mina<strong>da</strong> “<strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> - Pela<br />

Construção de Ciclovias”. O objetivo é iniciar<br />

um fórum capixaba de discussão sobre<br />

o tema, <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> de propor uma <strong>transformação</strong><br />

<strong>da</strong> política atual, centra<strong>da</strong> <strong>no</strong> uso<br />

indiscrimina<strong>do</strong> de automóveis, enquanto a<br />

bicicleta se configura como uma importante<br />

opção <strong>no</strong> transporte de curta distância.<br />

Paralelamente, o Conselho também participa<br />

<strong>da</strong> luta pela criação de ciclovias na<br />

Grande Vitória, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s apoia<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> projeto Pe<strong>da</strong>laço pela Paz, realiza<strong>do</strong><br />

pela ONG Movimento Paz Espírito Santo. O<br />

e<strong>vento</strong>, que ocorre há 10 a<strong>no</strong>s, promove um<br />

passeio ciclístico por Vitória e Vila Velha,<br />

além de arreca<strong>da</strong>r tonela<strong>da</strong>s de alimentos<br />

para instituições beneficentes.<br />

Realiza<strong>da</strong> pela Prefeitura Municipal de<br />

Vitória, a Feira <strong>do</strong> Verde deste a<strong>no</strong> abor<strong>do</strong>u<br />

o tema “Bacias Hidrográficas: O Rei<strong>no</strong> <strong>da</strong>s<br />

Águas”, <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> de ressaltar a situação<br />

degra<strong>da</strong>nte <strong>do</strong>s rios Santa Maria <strong>da</strong> Vitória e<br />

Jucu, que abastecem a Grande Vitória.<br />

Com uma estrutura de 11.250 m², e<br />

público estima<strong>do</strong> de 200 mil pessoas, o<br />

e<strong>vento</strong> reuniu cerca de 100 expositores de<br />

instituições públicas, socie<strong>da</strong>de civil organiza<strong>da</strong><br />

e empresas priva<strong>da</strong>s.<br />

A família <strong>da</strong> menina Maria<br />

Eduar<strong>da</strong> Possati Palmeira<br />

(na bicicleta) e o Presidente<br />

Fiorotti<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

Verea<strong>do</strong>r Luizinho (E); Secretário de Coordenação<br />

Política <strong>da</strong> PMV, José Roberto Dudé; Prefeito<br />

de Vitória, João Coser; Rodrigo Silveira, com sua<br />

bicicleta, e o Presidente Fiorotti<br />

Wanderson Freitas <strong>da</strong> Silva Andrade e o<br />

Presidente Fiorotti<br />

9


10<br />

Institucional<br />

Mesa de abertura <strong>do</strong> Seminário <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> 2020 – Visão Estratégica<br />

Metas e priori<strong>da</strong>des <strong>do</strong> <strong>Crea</strong><br />

para os próximos 10 a<strong>no</strong>s<br />

Documento final será<br />

encaminha<strong>do</strong> a enti<strong>da</strong>des<br />

de classe, instituições<br />

de ensi<strong>no</strong>, lideranças,<br />

autori<strong>da</strong>des públicas e<br />

futuros representantes<br />

políticos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

s rumos <strong>da</strong>s ações <strong>do</strong> Conselho Regional<br />

O de Engenharia, Arquitetura e Agro<strong>no</strong>mia<br />

<strong>do</strong> Espírito Santo (<strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>) para os próximos<br />

10 a<strong>no</strong>s, estabelecen<strong>do</strong> metas e priori<strong>da</strong>des,<br />

foram defini<strong>do</strong>s durante o “Seminário <strong>Crea</strong>-<br />

<strong>ES</strong> 2020 - Visão Estratégica”, realiza<strong>do</strong> entre<br />

os dias 20 e 22 de <strong>no</strong>vembro, em Guarapari,<br />

depois de três encontros regionais ocorri<strong>do</strong>s<br />

em Colatina, Linhares e Cachoeiro.<br />

Os conselheiros e inspetores se dividiram<br />

em três grupos de trabalho, ca<strong>da</strong> um com<br />

Plenária, para sistematização<br />

<strong>do</strong>s pontos prioritários.<br />

Na ocasião, também foram<br />

aprecia<strong>da</strong>s as contribuições<br />

<strong>do</strong>s participantes <strong>do</strong>s seminários<br />

realiza<strong>do</strong>s em Colatina<br />

(<strong>no</strong>roeste <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>), Linhares<br />

(<strong>no</strong>rte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>) e Cachoeiro<br />

de Itapemirim (sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>),<br />

organiza<strong>do</strong>s com a intenção<br />

de incentivar a participação<br />

de to<strong>do</strong>s os profissionais <strong>da</strong><br />

área tec<strong>no</strong>lógica que atuam<br />

<strong>no</strong> Esta<strong>do</strong>, enriquecen<strong>do</strong> ain-<br />

Presidente Fiorotti, Guilherme Lacer<strong>da</strong> (C) e José Carlos Pigatti<br />

<strong>da</strong> mais os debates.<br />

As metas serão reuni<strong>da</strong>s em<br />

a responsabili<strong>da</strong>de de discutir temas como um <strong>do</strong>cumento final, para ser encaminha<strong>do</strong> a<br />

“Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Relações Institucionais”, enti<strong>da</strong>des de classe, instituições de ensi<strong>no</strong>, li-<br />

“Sustentabili<strong>da</strong>de Econômica e Financeira” deranças profissionais e empresariais <strong>da</strong> área<br />

e “Desenvolvimento Econômico, Social e Am- tec<strong>no</strong>lógica, além de autori<strong>da</strong>des públicas e<br />

biental”. As sugestões foram debati<strong>da</strong>s em futuros representantes políticos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


Institucional<br />

Consoli<strong>da</strong>ção - Durante a abertura oficial<br />

<strong>do</strong> “Seminário <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> 2020 - Visão<br />

Estratégica”, que contou com a presença de<br />

autori<strong>da</strong>des capixabas, o presidente <strong>do</strong> Conselho,<br />

Eng. Civil e de Seg. Trab., Luis Fiorotti,<br />

ressaltou o compromisso de <strong>no</strong>rtear as ações<br />

<strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> até 2020, o que representa mais<br />

um passo importante na consoli<strong>da</strong>ção de um<br />

projeto coletivo.<br />

“Temos trabalha<strong>do</strong> <strong>no</strong>ssos macro-objetivos<br />

de mo<strong>do</strong> sistêmico, com o foco em pontos<br />

fortes como quali<strong>da</strong>de e produtivi<strong>da</strong>de,<br />

valorização profissional, atendimento aos<br />

clientes, e inserção em fóruns importantes<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. Nosso vitorioso projeto coletivo<br />

mostra os profissionais <strong>do</strong> Conselho<br />

ca<strong>da</strong> vez mais envolvi<strong>do</strong>s na discussão e<br />

na aplicação de medi<strong>da</strong>s volta<strong>da</strong>s para a<br />

melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população”,<br />

pontuou.<br />

O fortalecimento <strong>da</strong>s relações institucionais<br />

também foi aponta<strong>do</strong> como priori<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

atual gestão. Fiorotti lembrou que o Conselho<br />

tem forte representação nas comuni<strong>da</strong>des<br />

acadêmica e científica, na formação de pro-<br />

Palestras tiveram participação atenta e dinâmica <strong>do</strong>s participantes<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

fissionais, e na capacitação de mão-de-obra<br />

especializa<strong>da</strong>, de níveis médio e superior.<br />

“É também por força de <strong>no</strong>sso planejamento<br />

que hoje somos reconheci<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s poderes<br />

Legislativo e Executivo”, completou.<br />

O primeiro dia <strong>do</strong> encontro contou com a<br />

palestra magna “Cenário Conjuntural Nacional<br />

e Estadual Político-Econômico”, proferi<strong>da</strong><br />

pelo Eco<strong>no</strong>mista e presidente <strong>do</strong> Fun<strong>do</strong> de<br />

Pensão <strong>da</strong> Caixa Econômica Federal (Funcef),<br />

Guilherme Lacer<strong>da</strong>.<br />

Ao apresentar <strong>da</strong><strong>do</strong>s atuais <strong>do</strong> Brasil e<br />

<strong>do</strong> Espírito Santo, o eco<strong>no</strong>mista detalhou as<br />

perspectivas e desafios que marcam o atual<br />

crescimento econômico nacional e estadual.<br />

Segun<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Getúlio Vargas<br />

(FGV), de 2003 a 2008, 31 milhões de brasileiros<br />

ascenderam de classe e 21 milhões<br />

passaram <strong>da</strong>s D e E, para a C.<br />

Lacer<strong>da</strong> afirmou que o Brasil entrou na<br />

crise com uma eco<strong>no</strong>mia sóli<strong>da</strong> e saiu equilibra<strong>do</strong><br />

e fortaleci<strong>do</strong>, com condições econômicas,<br />

sociais e políticas para um <strong>no</strong>vo ciclo<br />

prolonga<strong>do</strong> de crescimento (6 a 7% ao a<strong>no</strong>).<br />

O Eco<strong>no</strong>mista apresentou, também, <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

<strong>da</strong> eco<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e os investimentos <strong>do</strong><br />

Funcef.<br />

“São verbas destina<strong>da</strong>s para a melhoria <strong>da</strong><br />

<strong>matriz</strong> <strong>energética</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, como as<br />

usinas termelétricas de Viana e de Linhares.<br />

O setor imobiliário também recebeu investimentos<br />

como o Greenwich Tower (Vitória) e o<br />

Hotel Porto Vitória. Temos ain<strong>da</strong> outras possibili<strong>da</strong>des,<br />

como a construção de <strong>no</strong>vas termelétricas<br />

e investimentos em infraestrutura<br />

ou indústria e serviços”, listou.<br />

Estratégia - No sába<strong>do</strong> (21), a programação<br />

começou com uma palestra “<strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> 2020 – Visão<br />

Estratégica”, <strong>do</strong> presidente Fiorotti. Ele lembrou<br />

que, em 2010, o Conselho comemorará 50<br />

a<strong>no</strong>s de existência, com efetiva participação <strong>no</strong><br />

desenvolvimento econômico, social e ambiental<br />

<strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

“São cinco déca<strong>da</strong>s de um <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> forte e<br />

atuante. A maturi<strong>da</strong>de institucional <strong>do</strong> Conselho,<br />

vali<strong>da</strong><strong>da</strong> por méto<strong>do</strong>s moder<strong>no</strong>s de<br />

gestão e pela certificação de quali<strong>da</strong>de ISO<br />

9001:2008, <strong>no</strong>s motiva a formular propostas<br />

para a próxima déca<strong>da</strong>”, disse.<br />

O presidente <strong>do</strong> Conselho explicou ain<strong>da</strong><br />

11


12<br />

Institucional<br />

que a visão estratégica para os próximos dez<br />

a<strong>no</strong>s é baliza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Planejamento Estratégico<br />

<strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> 2009-2011; <strong>no</strong> Projeto Pensar o<br />

Brasil - Construir o Futuro <strong>da</strong> Nação; e <strong>no</strong> Pla<strong>no</strong><br />

2025 – <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Em segui<strong>da</strong>, foi a vez de os participantes<br />

assistirem à palestra ministra<strong>da</strong> pelo coordena<strong>do</strong>r<br />

<strong>no</strong> Espírito Santo <strong>do</strong> projeto “Pensar<br />

o Brasil - Construin<strong>do</strong> o Futuro <strong>da</strong> Nação”,<br />

o sociólogo e Técnico em Eletrotécnica José<br />

Carlos Pigatti.<br />

José Carlos enfatizou a importância <strong>da</strong><br />

construção e <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção de instituições<br />

democráticas, afirman<strong>do</strong> que o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> desempenha<br />

papel importante para a socie<strong>da</strong>de,<br />

o que exige uma postura atuante.<br />

“Nosso projeto tem que ser calcula<strong>do</strong> e<br />

arquiteta<strong>do</strong> pensan<strong>do</strong> na melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de<br />

de vi<strong>da</strong> de to<strong>do</strong>s. Não podemos perder<br />

de vista a construção e a consoli<strong>da</strong>ção de<br />

instituições democráticas”, destacou.<br />

O sociólogo explicou que as instituições,<br />

formais ou informais, são responsáveis pela<br />

organização <strong>da</strong>s interações sociais que controlam<br />

o funcionamento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e <strong>do</strong>s<br />

indivíduos, e por isso mostram-se de interesse<br />

social.<br />

Ao fazer um breve resgate histórico <strong>da</strong>s<br />

relações institucionais, Pigatti lembrou<br />

que a maioria <strong>da</strong>s democracias recentes,<br />

gover<strong>no</strong>s e segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de vêm<br />

buscan<strong>do</strong> mecanismos para fortalecer as<br />

instituições democráticas.<br />

“Essa agen<strong>da</strong> busca principalmente enfrentar<br />

a corrupção, aumentar a participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

<strong>no</strong> processo decisório sobre políticas públicas<br />

que as afetam diretamente, e promover a<br />

transparência e a responsabili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s gover<strong>no</strong>s<br />

e <strong>do</strong>s gestores públicos”, concluiu.<br />

No <strong>do</strong>mingo, dia 22 de <strong>no</strong>vembro, houve<br />

avaliação <strong>da</strong>s diretrizes e metas, concluin<strong>do</strong><br />

os trabalhos.<br />

Grupo 1<br />

Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s Relações Institucionais<br />

* Efetiva implantação <strong>da</strong> Resolução 1010/2005,<br />

i<strong>no</strong>van<strong>do</strong> a concessão de atribuições profissionais.<br />

*Ca<strong>da</strong>stramento atualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cursos de graduação<br />

e pós-graduação oferta<strong>do</strong>s <strong>no</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo.<br />

*Fortalecimento <strong>da</strong> representativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong>des<br />

de classe junto às categorias profissionais.<br />

*Valorização profissional basea<strong>da</strong> na capacitação<br />

técnica e <strong>no</strong>s valores éticos e huma<strong>no</strong>s.<br />

*Aprofun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s parcerias <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> com as<br />

instituições de ensi<strong>no</strong> e órgãos regulamenta<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> educação.<br />

Grupo 2<br />

Sustentabili<strong>da</strong>de Econômica e Financeira<br />

*68 mil profissionais registra<strong>do</strong>s.<br />

*11 mil empresas registra<strong>da</strong>s.<br />

*290 mil ARTs registra<strong>da</strong>s.<br />

*68,65 mil ações de fiscalização (visitas).<br />

*82% <strong>da</strong>s <strong>no</strong>tificações e autos de infração - NAI -<br />

regulariza<strong>do</strong>s <strong>no</strong> prazo.<br />

*Serviços online disponibiliza<strong>do</strong>s a to<strong>do</strong>s os profissionais,<br />

em to<strong>da</strong>s as locali<strong>da</strong>des capixabas.<br />

Grupo 3<br />

Desenvolvimento Econômico,<br />

Social e Ambiental<br />

*Universalização <strong>do</strong> ensi<strong>no</strong> médio profissionalizante.<br />

*Erradicação <strong>do</strong> analfabetismo.<br />

*Erradicação <strong>do</strong> déficit habitacional.<br />

*Municípios capixabas, com apoio <strong>do</strong>s gover<strong>no</strong>s<br />

estadual e federal, prestam assistência técnica à<br />

população de baixa ren<strong>da</strong>, na elaboração de projetos,<br />

orçamento e execução de moradia popular, bem<br />

como, assistência técnica aos peque<strong>no</strong>s agricultores<br />

e pecuaristas.<br />

*To<strong>do</strong>s os municípios capixabas regulamentam e<br />

fiscalizam a ocupação <strong>do</strong> solo urba<strong>no</strong>.<br />

*Ligação férrea Vitória-Rio de Janeiro dinamiza a<br />

movimentação de cargas pesa<strong>da</strong>s.<br />

*Duplicação <strong>da</strong> BR-101, <strong>da</strong> divisa com o Rio de Janeiro<br />

a Linhares.<br />

*Implantação <strong>do</strong> porto de movimentação de cargas<br />

gerais (contêineres), de águas profun<strong>da</strong>s, inclusive<br />

Visão estratégica<br />

com infraestrutura para exportação de frutas, maximizan<strong>do</strong><br />

a competitivi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> complexo portuário<br />

capixaba.<br />

*Ligação eficiente entre os municípios metropolita<strong>no</strong>s<br />

<strong>da</strong> Grande Vitória, através <strong>da</strong> Baía de Vitória,<br />

com fluidez e segurança.<br />

*Implantação de moder<strong>no</strong> sistema de transporte de<br />

passageiros na Grande Vitória: Veículo Leve sobre<br />

Trilhos - VLT.<br />

*Rede de ciclovias implanta<strong>da</strong>s <strong>no</strong>s municípios <strong>da</strong><br />

Grande Vitória e <strong>no</strong>s municípios pólos regionais.<br />

*Adequa<strong>da</strong> destinação final <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s<br />

em to<strong>do</strong>s os municípios capixabas.<br />

*Universalização <strong>da</strong> coleta e tratamento de esgoto<br />

<strong>do</strong>miciliar em to<strong>do</strong>s os municípios capixabas.<br />

*A indústria <strong>do</strong> petróleo gera oportuni<strong>da</strong>des para<br />

os profissionais e empresas registra<strong>do</strong>s <strong>no</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>,<br />

contribui para a erradicação <strong>da</strong> pobreza e implanta<br />

medi<strong>da</strong>s mitiga<strong>do</strong>ras contra os impactos ambientais<br />

de suas ativi<strong>da</strong>des.<br />

*O Espírito Santo diversifica a suas <strong>matriz</strong> <strong>energética</strong>,<br />

priorizan<strong>do</strong> as fontes limpas, como o potencial de geração<br />

eólica de 1,79 GW, em locais promissores como<br />

Linhares, Presidente Kennedy e Marataízes.<br />

*A ban<strong>da</strong> larga <strong>da</strong> internet é disponibiliza<strong>da</strong> a to<strong>da</strong>s<br />

as locali<strong>da</strong>des capixabas, permitin<strong>do</strong> a universalização<br />

<strong>da</strong> inclusão digital.<br />

*O setor de mármore e granito agrega design e valor<br />

comercial a seus produtos finais.<br />

*Agricultura, pecuária e silvicultura capixabas se<br />

destacam pela produtivi<strong>da</strong>de e pela quali<strong>da</strong>de de<br />

sua produção.<br />

*O Espírito Santo elabora e implanta o zoneamento<br />

ecológico-econômico (ZEE) em to<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong>.<br />

*O Espírito Santo promove a adequação <strong>da</strong> legislação<br />

florestal e ambiental <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />

*Consórcios intermunicipais gestam as bacias hidrográficas<br />

<strong>do</strong> Rio Doce, Santa Maria, Jucu e outras,<br />

regulamentan<strong>do</strong> o uso sustentável <strong>da</strong>s águas, promoven<strong>do</strong><br />

o saneamento ambiental e a recuperação<br />

<strong>do</strong>s ecossistemas, com o objetivo de aumentar<br />

a vazão de água limpa e potável <strong>do</strong>s mananciais<br />

existentes.<br />

*O parque industrial capixaba e as ativi<strong>da</strong>des econômicas<br />

desenvolvi<strong>da</strong>s <strong>no</strong> Espírito Santo se comprometem<br />

a implantar ações e medi<strong>da</strong>s para atingir metas<br />

de redução na emissão de gás carbônico, contribuin<strong>do</strong><br />

na minimização <strong>do</strong>s efeitos <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças climáticas<br />

percebi<strong>da</strong>s e previstas para a Terra.<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


Institucional<br />

Profissionais realizam curso de<br />

inspeção predial em estádios de futebol<br />

Pesquisa recente avaliou<br />

os 27 principais estádios<br />

<strong>do</strong> Brasil e constatou que<br />

90% deles não ofereciam<br />

acessos adequa<strong>do</strong>s a pessoas<br />

com mobili<strong>da</strong>de reduzi<strong>da</strong><br />

e 80% necessitavam<br />

de reparos estruturais<br />

Um grupo de profissionais <strong>da</strong>s áreas de engenharia<br />

e arquitetura que participava <strong>do</strong> Curso<br />

de Inspeção Predial em Estádios de Futebol, <strong>no</strong><br />

auditório <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, <strong>no</strong> último dia 27 de <strong>no</strong>vembro,<br />

realizou uma visita técnica ao Estádio <strong>da</strong><br />

Desportiva, em Cariacica (<strong>ES</strong>).<br />

A vistoria fez parte de uma aula prática <strong>do</strong> curso,<br />

promovi<strong>do</strong> pelo Instituto de Avaliações e Perícias de<br />

Engenharia <strong>do</strong> Espírito Santo (Ibape-<strong>ES</strong>), com o apoio<br />

<strong>do</strong> Conselho, e teve como objetivo apresentar as diretrizes<br />

básicas e requisitos mínimos para elaboração<br />

de lau<strong>do</strong>s de inspeção de engenharia em estádios de<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

futebol, conforme determina<strong>do</strong> <strong>no</strong> decreto federal<br />

6.795 de 16/03/09 e regulamenta<strong>do</strong> na Portaria <strong>do</strong><br />

Ministério <strong>do</strong>s Esportes 124 de 17/07/09, que também<br />

exige que a equipe mínima para a vistoria deve<br />

ser forma<strong>da</strong> por um engenheiro civil ou arquiteto e<br />

um engenheiro eletricista.<br />

Durante a visita ao Estádio <strong>da</strong> Desportiva, os<br />

alu<strong>no</strong>s <strong>do</strong> curso, que teve como instrutores os engenheiros<br />

civis Radegaz Nasser Júnior e Luiz Fernan<strong>do</strong><br />

Vella, puderam analisar vários elementos, como pilares,<br />

vigas, marquises, arquibanca<strong>da</strong>s, facha<strong>da</strong>s,<br />

alambra<strong>do</strong>s, instalações hidráulicas, elétricas, de<br />

combate a incêndio, contra descargas atmosféricas,<br />

de acessibili<strong>da</strong>de, entre outros.<br />

A inspeção predial em estádios de futebol tem<br />

como um de seus fun<strong>da</strong>mentos legais a Lei nº<br />

10.671, de 15 de março de 2005. O artigo 23º<br />

<strong>da</strong> referi<strong>da</strong> lei obriga que, antes de realizar uma<br />

competição, a enti<strong>da</strong>de responsável pela organização<br />

deve apresentar ao Ministério Público de<br />

seu Esta<strong>do</strong> os lau<strong>do</strong>s técnicos expedi<strong>do</strong>s pelos<br />

órgãos e autori<strong>da</strong>des competentes pela vistoria<br />

<strong>da</strong>s condições de segurança <strong>do</strong> estádio.<br />

O curso possibilitou também oferecer aos<br />

participantes as condições mínimas exigi<strong>da</strong>s<br />

para o ca<strong>da</strong>stramento, <strong>no</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, <strong>da</strong> lista de<br />

profissionais indica<strong>do</strong>s para este serviço. Engenheiros<br />

e arquitetos que quiserem ofertar a<br />

prestação desses serviços de lau<strong>do</strong> e vistoria<br />

em estádios de futebol devem ser credencia<strong>do</strong>s.<br />

O credenciamento faz parte de um Convênio<br />

de Cooperação Técnica entre o Ministério <strong>do</strong><br />

Esporte e o Conselho Federal de Engenharia,<br />

Arquitetura e Agro<strong>no</strong>mia (Confea) e está sen<strong>do</strong><br />

realiza<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s os <strong>Crea</strong>s <strong>do</strong> país.<br />

O presidente <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, Eng. Civil e de Seg.<br />

Trab. Luis Fiorotti, ressalta a importância <strong>do</strong> tema<br />

relatan<strong>do</strong> que a maioria <strong>do</strong>s estádios brasileiros<br />

apresenta condições alarmantes em vários aspectos<br />

relaciona<strong>do</strong>s à segurança.<br />

“Pesquisa recente avaliou os 27 principais estádios<br />

<strong>do</strong> Brasil e constatou que 90% deles não<br />

ofereciam acessos adequa<strong>do</strong>s a pessoas com mobili<strong>da</strong>de<br />

reduzi<strong>da</strong> e 80% necessitavam de reparos<br />

estruturais. A falta deste tipo de investimento e<br />

de manutenção preventiva, além de superlotação,<br />

está entre as principais causas de afun<strong>da</strong>mento<br />

de pisos de arquibanca<strong>da</strong>s e que<strong>da</strong>s de alambra<strong>do</strong>s<br />

e muros em estádios de futebol. O que era<br />

para ser um momento de lazer pode se transformar<br />

em tristeza e <strong>do</strong>r para muitos torce<strong>do</strong>res e<br />

seus familiares”, diz Fiorotti.<br />

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14<br />

Especial<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

FONT<strong>ES</strong> RENOVÁVEIS<br />

Esta<strong>do</strong> deverá<br />

receber seis<br />

projetos de<br />

energia eólica<br />

O aumento <strong>da</strong> temperatura <strong>do</strong> planeta tem provoca<strong>do</strong> um debate<br />

mundial. No Brasil, a solução aponta para a necessi<strong>da</strong>de de se<br />

transformar a <strong>matriz</strong> <strong>energética</strong> atual por energias re<strong>no</strong>váveis que,<br />

por serem obti<strong>da</strong>s a partir de fontes naturais inesgotáveis e com<br />

baixo impacto ambiental, são as alternativas mais viáveis para se<br />

evitar o aquecimento global. Isso porque não produz emissões, ao<br />

contrário <strong>do</strong> que acontece com os combustíveis. O merca<strong>do</strong> de re<strong>no</strong>váveis<br />

poderá se consoli<strong>da</strong>r com um grande negócio, <strong>no</strong> mun<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>, com uma taxa de crescimento de cerca de 30% ao a<strong>no</strong>. O<br />

Brasil se destaca por sua condição privilegia<strong>da</strong>, na produção de<br />

energia gera<strong>da</strong> por <strong>vento</strong>s. Entretanto, utiliza hoje apenas 0,5%<br />

<strong>do</strong> potencial, concentra<strong>do</strong>s especialmente nas regiões Nordeste<br />

e Sul. De oito projetos previstos para o Sudeste, seis poderão ser<br />

instala<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Espírito Santo<br />

15


18<br />

Especial<br />

Eng. Mecânico Sávio <strong>da</strong> Rós destaca o potencial de geração de energia eólica <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong><br />

incentivo à utilização de energias re<strong>no</strong>váveis<br />

O é uma tendência internacional que deverá<br />

marcar as próximas déca<strong>da</strong>s. O uso massivo de<br />

fontes limpas, como as solar, eólica e a biomassa,<br />

não só promove o desenvolvimento sustentável<br />

como poderia poupar a atmosfera de boa parte<br />

<strong>da</strong>s emissões de gás carbônico, que provoca o<br />

aquecimento global. O assunto está <strong>no</strong> centro <strong>do</strong>s<br />

debates, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.<br />

A constatação <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> temperatura <strong>da</strong><br />

Terra, que ameaça provocar mu<strong>da</strong>nças em to<strong>do</strong> o<br />

sistema climático, colocou os países em alerta. A<br />

indiscutível necessi<strong>da</strong>de de limitar as emissões <strong>do</strong>s<br />

gases <strong>do</strong> efeito estufa será tema de reunião <strong>da</strong> Organização<br />

<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s (ONU), em Copenhague,<br />

Dinamarca, entre os próximos dias 7 e 18 de dezembro.<br />

O objetivo é estabelecer metas de redução para<br />

depois de 2012, quan<strong>do</strong> expira o Protocolo de Kyoto,<br />

instrumento internacional que visa à redução <strong>da</strong>s<br />

emissões de gases poluentes.<br />

Especialistas prevêem que, caso não seja<br />

feito um esforço coletivo na luta contra as mu<strong>da</strong>nças<br />

climáticas, ocorrerão tragédias que não<br />

se restringem à área ambiental. Além <strong>da</strong> estimativa<br />

de que, até 2025, 3 bilhões de pessoas po-<br />

derão não ter acesso à água, haverá problemas<br />

como a escassez de comi<strong>da</strong> e energia, e risco<br />

ain<strong>da</strong> de esta<strong>do</strong>s desaparecerem. A civilização<br />

corre o risco de entrar em colapso, com bilhões<br />

de pessoas condena<strong>da</strong>s à pobreza, geran<strong>do</strong> instabili<strong>da</strong>des<br />

social e política.<br />

A situação tem provoca<strong>do</strong> importantes debates<br />

também <strong>no</strong> Brasil, alertan<strong>do</strong> para a necessi<strong>da</strong>de<br />

de se transformar a <strong>matriz</strong> <strong>energética</strong> atual por<br />

energias re<strong>no</strong>váveis que, por serem obti<strong>da</strong>s a<br />

partir de fontes naturais inesgotáveis e com baixo<br />

impacto ambiental, são as alternativas mais<br />

viáveis para se evitar o aquecimento global. Isso<br />

porque não produz emissões, ao contrário <strong>do</strong> que<br />

acontece com os combustíveis.<br />

Com o estabelecimentos de políticas públicas<br />

nesse senti<strong>do</strong>, o merca<strong>do</strong> de re<strong>no</strong>váveis poderá<br />

se consoli<strong>da</strong>r como um grande negócio <strong>no</strong> mun<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>, com uma taxa de crescimento de cerca de<br />

30% ao a<strong>no</strong>.<br />

Relatório <strong>da</strong> ONG internacional Greenpeace<br />

aponta que, <strong>no</strong> País, o setor tem potencial para<br />

criar 600 mil <strong>no</strong>vos postos de trabalho, a maioria<br />

nas áreas de biomassa e energia eólica. No mun<strong>do</strong>,<br />

além de evitar a emissão de 10 bilhões de tonela-<br />

<strong>da</strong>s de gás carbônico, a expectativa é de 8 milhões<br />

de emprego, até 2030.<br />

Privilégio - Nesse vasto campo de possibili<strong>da</strong>des,<br />

o País se destaca por sua condição privilegia<strong>da</strong>,<br />

na produção de energia gera<strong>da</strong> por <strong>vento</strong>s.<br />

Entretanto, utiliza hoje apenas 0,5% <strong>do</strong> potencial,<br />

concentra<strong>do</strong>s especialmente nas regiões Nordeste<br />

e Sul. O potencial eólico, segun<strong>do</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Atlas<br />

Eólico Nacional, elabora<strong>do</strong> pelo Gover<strong>no</strong> Federal,<br />

chega a 143 mil megawatts (MW), consideran<strong>do</strong>-se<br />

apenas a instalação em terra. Com turbinas <strong>no</strong> mar,<br />

a capaci<strong>da</strong>de é ain<strong>da</strong> maior.<br />

Para incentivar projetos nesse senti<strong>do</strong>, o Ministério<br />

de Minas e Energia (MME) anunciou a<br />

realização <strong>do</strong> primeiro leilão exclusivo de energia<br />

produzi<strong>da</strong> por fonte eólica. O certame está marca<strong>do</strong><br />

para o próximo dia 14 de dezembro, com prazo inicial<br />

de suprimento a partir de 1° de julho de 2012,<br />

na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de quanti<strong>da</strong>de de energia e contratos<br />

com duração de 20 a<strong>no</strong>s. O preço teto inicial para a<br />

submissão de lance será de R$ 189/MWh.<br />

De um total de oito projetos habilita<strong>do</strong>s na<br />

Região Sudeste, seis poderão ser instala<strong>do</strong>s <strong>no</strong><br />

Espírito Santo, <strong>do</strong> Grupo EDP <strong>do</strong> Brasil, empresa<br />

controla<strong>do</strong>ra <strong>da</strong> Espírito Santo Centrais Elétricas<br />

(Escelsa), com a criação <strong>do</strong> Complexo Eólico de<br />

Linhares, <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte, totalizan<strong>do</strong> 153 MW. São eles:<br />

Urussuquara (30 MW), Capões (30 MW), Sol (30<br />

MW), Savonius (30 MW), Vere<strong>da</strong>s (18 MW) e Campos<br />

(15 MW). Os outros <strong>do</strong>is empreendimentos<br />

optaram pelo Rio de Janeiro, soman<strong>do</strong> 45 MW.<br />

Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram divulga<strong>do</strong>s pela Empresa de<br />

Pesquisa Energética (EPE). Em to<strong>do</strong> o País, foram<br />

habilita<strong>do</strong>s 441 empreendimentos, totalizan<strong>do</strong><br />

13.341 MW, quase a potência <strong>da</strong> maior usina<br />

hidrelétrica <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a de Itaipu (14 mil MW),<br />

localiza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Rio Paraná, na fronteira entre Brasil<br />

e Paraguai.<br />

Caso sejam vence<strong>do</strong>res <strong>no</strong> leilão, os projetos<br />

eólicos deverão entrar em operação em três a<strong>no</strong>s<br />

e serão responsáveis pela geração de até 600 empregos,<br />

durante as obras, e 50 postos de trabalho,<br />

na operação. A energia a ser produzi<strong>da</strong> pelo Complexo<br />

Eólico de Linhares será de 440.000 MWh/<br />

a<strong>no</strong>, o que seria suficiente para atender 184.000<br />

REVISTA TÓPICOS -SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


REVISTA TÓPICOS -SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

residências, com consumo médio mensal de 200<br />

KWh/mês.<br />

Em palestra ministra<strong>da</strong> durante Sessão Plenária<br />

<strong>no</strong> Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura<br />

e Agro<strong>no</strong>mia <strong>do</strong> Espírito Santo (<strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>), o<br />

gestor executivo <strong>da</strong> EDP Re<strong>no</strong>váveis <strong>do</strong> Brasil S/A,<br />

Eng. Mecânico Sávio <strong>da</strong> Rós, destacou que o potencial<br />

de geração de energia eólica <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> é<br />

estima<strong>do</strong> em 1.100 MW.<br />

No final de 2008, segun<strong>do</strong> ele, a eólica já era<br />

responsável por mais de 1,5% <strong>do</strong> consumo global<br />

de eletrici<strong>da</strong>de, ten<strong>do</strong> como principais merca<strong>do</strong>s<br />

mundiais os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e a China, que juntos<br />

instalaram 55% de to<strong>da</strong> a potência <strong>no</strong>va <strong>no</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

A expectativa é de que a capaci<strong>da</strong>de instala<strong>da</strong><br />

cresça quase 60%, entre 2008 e 2010.<br />

“Se o merca<strong>do</strong> continuar se comportan<strong>do</strong> conforme<br />

os últimos a<strong>no</strong>s, espera-se que em 2020<br />

a energia eólica seja responsável por 12% <strong>do</strong><br />

consumo global de eletrici<strong>da</strong>de”, pontuou Sávio,<br />

durante a palestra.<br />

Com base <strong>no</strong>s números <strong>da</strong> Agência Nacional de<br />

Energia Eólica (ANEEL) e <strong>do</strong> relatório <strong>da</strong> World Wind<br />

Energy Association, publica<strong>do</strong> em fevereiro deste<br />

a<strong>no</strong>, o gestor executivo <strong>da</strong> EDP informou ain<strong>da</strong> que<br />

o incremento anual de capaci<strong>da</strong>de instala<strong>da</strong> (MW)<br />

tem uma taxa média de 28%. Nos últimos três<br />

a<strong>no</strong>s, o setor eólico mundial aumentou sua oferta<br />

de trabalho em 87%, sain<strong>do</strong> de 235 mil trabalha<strong>do</strong>res,<br />

em 2005, para 440 mil, em 2008.<br />

De acor<strong>do</strong> com Sávio, a EDP Re<strong>no</strong>váveis é o<br />

quarto maior gera<strong>do</strong>r mundial de energia eólica<br />

e está presente em vários países <strong>da</strong> Europa, além<br />

de Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e Brasil.<br />

“Nosso foco é <strong>no</strong> desenvolvimento de oportuni<strong>da</strong>des<br />

e negócios e projetos para ampliar a oferta<br />

de energia <strong>no</strong> sistema elétrico brasileiro como um<br />

to<strong>do</strong>”, disse.<br />

Mas, ain<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> Sávio Da Rós, o desenvolvimento<br />

<strong>da</strong>s energias re<strong>no</strong>váveis requer uma política<br />

integra<strong>da</strong>. Caso contrário, torna-se difícil e lento.<br />

“Precisamos de compromisso político e objetivos<br />

claros; incentivos e regulação específica e<br />

estável; soluções de financiamento específicas, e<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> pólo industrial”, enumerou.<br />

19


20<br />

Especial<br />

Para oferecer subsídios aos futuros investi<strong>do</strong>res<br />

interessa<strong>do</strong>s em construir parques<br />

eólicos em municípios capixabas, o<br />

Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> lançou, este a<strong>no</strong>, o “Atlas<br />

Eólico <strong>do</strong> Espírito Santo”. Além <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de<br />

de 1,1 mil MW de energia em terra,<br />

a publicação apresenta o primeiro estu<strong>do</strong><br />

sobre o potencial eólico em mar territorial<br />

brasileiro (offshore), de 5,5 mil MW. A tec<strong>no</strong>logia<br />

ain<strong>da</strong> não foi utiliza<strong>da</strong> <strong>no</strong> Brasil, mas<br />

já é aplica<strong>da</strong> em outros países.<br />

Dentre os locais considera<strong>do</strong>s promissores,<br />

conforme o estu<strong>do</strong> contrata<strong>do</strong> pela<br />

Agência de Serviços Públicos de Energia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

(Aspe), liga<strong>da</strong> à Secretaria de Esta<strong>do</strong> de Desenvolvimento<br />

(Sedes), estão Linhares, <strong>no</strong> <strong>no</strong>rte<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, Presidente Kennedy, <strong>no</strong> extremo sul, e<br />

Marataízes, <strong>no</strong> sul.<br />

Também existem outras locali<strong>da</strong>des <strong>no</strong> interior,<br />

mas, por serem situa<strong>da</strong>s em terre<strong>no</strong> complexo,<br />

oferecem dificul<strong>da</strong>des de acesso, o que onera<br />

o transporte e a montagem de turbinas. Em princípio,<br />

destinam-se, portanto, a empreendimentos<br />

isola<strong>do</strong>s e de peque<strong>no</strong> porte. Como é o caso <strong>da</strong><br />

área montanhosa de Santa Teresa.<br />

O Atlas contém ain<strong>da</strong> informações detalha<strong>da</strong>s<br />

sobre o regime de <strong>vento</strong>s <strong>no</strong> território e na plataforma<br />

continental, obti<strong>da</strong>s a partir de rigorosa<br />

meto<strong>do</strong>logia, assim como fotografias aéreas de<br />

to<strong>do</strong> o litoral capixaba.<br />

O objetivo é facilitar a identificação <strong>do</strong>s locais<br />

mais promissores para aproveitamento dessa fonte<br />

de energia sustentável, tornan<strong>do</strong> possível o desenvolvimento<br />

de estu<strong>do</strong>s de viabili<strong>da</strong>de para projetos<br />

de fazen<strong>da</strong>s eólicas.<br />

O potencial foi calcula<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong>-se<br />

torres de 50, 75 e 110 metros de altura e <strong>vento</strong>s<br />

superiores a 7m/segun<strong>do</strong>, poden<strong>do</strong> duplicar a<br />

capaci<strong>da</strong>de atual de geração elétrica <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

que é hoje é de 1.167 MW, instala<strong>do</strong>s em 31 empreendimentos.<br />

O Espírito Santo importa 67% <strong>da</strong><br />

Potenciali<strong>da</strong>des <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

energia que consome atualmente.<br />

Com esse diagnóstico, a intenção <strong>do</strong> gover<strong>no</strong><br />

é de se inserir <strong>no</strong> mapa <strong>da</strong> produção de energia<br />

re<strong>no</strong>vável, também avançan<strong>do</strong> por campos ain<strong>da</strong><br />

intoca<strong>do</strong>s <strong>do</strong> País, como é o caso <strong>da</strong> plataforma<br />

continental, já que o potencial eólico <strong>no</strong> mar é<br />

Litoral de Marataizes, <strong>no</strong> sul <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong>, é um <strong>do</strong>s locais considera<strong>do</strong>s<br />

promissores<br />

cinco vezes superior à capaci<strong>da</strong>de de geração<br />

de energia em terra.<br />

Segun<strong>do</strong> o Gover<strong>no</strong>, <strong>no</strong>s últimos<br />

a<strong>no</strong>s, o Esta<strong>do</strong> vem diversifican<strong>do</strong> sua<br />

<strong>matriz</strong> <strong>energética</strong>, com a intenção de se<br />

transformar em exporta<strong>do</strong>r de energia.<br />

Nesse caminho, abriga hidrelétricas,<br />

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs),<br />

petróleo e gás natural. Há, ain<strong>da</strong>, <strong>no</strong>ve<br />

projetos de termelétricas, que venceram<br />

os leilões de energia <strong>no</strong>va <strong>da</strong> Agência<br />

Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os<br />

investimentos superam R$ 4 bilhões, e a<br />

expectativa é de que tripliquem a geração de<br />

energia <strong>no</strong> Espírito Santo.<br />

Assim como o Espírito Santo, os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Ceará, Rio Grande <strong>do</strong> Norte, Bahia, Rio de Janeiro,<br />

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande <strong>do</strong> Sul já realizaram<br />

estu<strong>do</strong>s sobre seus potenciais eólicos.<br />

REVISTA TÓPICOS -SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


O presidente <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, Eng. Civil e<br />

de Seg. <strong>do</strong> Trab. Luis Fiorotti, acredita que<br />

as energias limpas são maneiras viáveis,<br />

necessárias e importantes para o atual<br />

momento tec<strong>no</strong>lógico <strong>do</strong> País. Para ele, significam<br />

a <strong>transformação</strong> <strong>do</strong>s recursos re<strong>no</strong>váveis<br />

em bem valiosos para a população,<br />

sem provocar o desequilíbrio ambiental.<br />

“O litoral capixaba favorece a produção de<br />

<strong>vento</strong>s <strong>do</strong>minantes, que possibilitam investimentos<br />

em energia eólica, com incontáveis<br />

benefícios para a população e para o<br />

planeta”, destaca.<br />

Fiorotti defende que esses tipos de projetos<br />

recebam ca<strong>da</strong> vez mais incentivos,<br />

REVISTA TÓPICOS -SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

Para o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, um bem valioso<br />

Eng. Florestal Eugênio José Agrizzi:<br />

acompanhamento<br />

para garantir o fortalecimento <strong>da</strong> <strong>matriz</strong><br />

<strong>energética</strong>.<br />

“É uma tec<strong>no</strong>logia simples, ao alcance<br />

de to<strong>do</strong>s, que utiliza recursos nunca antes<br />

apropria<strong>do</strong>s, mas necessários a to<strong>da</strong> a Humani<strong>da</strong>de”.<br />

O assunto foi um <strong>do</strong>s pontos debati<strong>do</strong>s<br />

<strong>no</strong> e<strong>vento</strong> <strong>do</strong> Planejamento Estratégico<br />

2020 <strong>do</strong> Conselho, realiza<strong>do</strong> entre os dias<br />

20 e 22, em Guarapari. Os conselheiros<br />

ressaltaram a importância de o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong><br />

acompanhar os processos de implantação<br />

<strong>da</strong>s energias limpas <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong>, priorizan<strong>do</strong>,<br />

por exemplo, a realização de debates.<br />

Como coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo de Trabalho<br />

de Meio Ambiente <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, o Eng. Florestal<br />

Eugênio José Agrizzi enfatizou que o Conselho<br />

vai acompanhar os licenciamentos<br />

desses empreendimentos, de maneira que<br />

sejam observa<strong>da</strong>s não só as questões ambientais<br />

como também os ganhos sociais,<br />

já que <strong>no</strong>s locais onde existem usinas eólicas<br />

foi registra<strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> Produto<br />

Inter<strong>no</strong> Bruto (PIB). “A intenção é conscientizar<br />

a população e o poder público, de que<br />

a energia eólica é um bom negócio”.<br />

Agrizzi lembra a importância <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça<br />

<strong>da</strong> <strong>matriz</strong> para energias re<strong>no</strong>váveis, visto<br />

que gera me<strong>no</strong>s impacto, e não emite gases<br />

estufa, com a vantagem ain<strong>da</strong> de exigir pequenas<br />

áreas de solo, se compara<strong>da</strong> com as<br />

outras tec<strong>no</strong>logias de produção <strong>energética</strong>.<br />

Para ele, <strong>no</strong> futuro, a eólica vai ser uma<br />

<strong>da</strong>s principais gera<strong>do</strong>ras de energia, ten<strong>do</strong><br />

um futuro promissor.<br />

“Com os investimentos previstos para o<br />

País, a expectativa é de que a implantação<br />

desses projetos aumente em 10% <strong>no</strong>s próximos<br />

a<strong>no</strong>s. Soman<strong>do</strong> as usinas existentes<br />

e as previstas, o Brasil passará de 15° para<br />

6° <strong>no</strong> ranking mundial de eólica”, informa.<br />

Outro ponto destaca<strong>do</strong> pelo Engenheiro<br />

Florestal é que esse tipo de empreendimento<br />

exige o <strong>do</strong>bro de investimentos <strong>da</strong>s hidrelétricas,<br />

mas apenas na fase inicial, pois<br />

o valor é compensan<strong>do</strong> depois, durante a<br />

manutenção.<br />

Como possíveis desvantagens, Agrizzi<br />

aponta os impactos sobre os pássaros.<br />

Alerta que as turbinas eólicas devem ser<br />

instala<strong>do</strong>s fora <strong>da</strong> rota de migração <strong>da</strong>s<br />

aves, pois, segun<strong>do</strong> ele, elas demoram um<br />

21


22<br />

Especial<br />

pouco para desviar dessas estruturas, mas<br />

depois se a<strong>da</strong>ptam. “Mesmo assim, se compara<strong>do</strong>s<br />

com outros impactos ambientais,<br />

ain<strong>da</strong> é peque<strong>no</strong>”.<br />

O Eng. Eletricista Eduar<strong>do</strong> Luis Henriques,<br />

<strong>da</strong> Câmara Especializa<strong>da</strong> de Engenharia<br />

Elétrica, também chama a atenção para<br />

o perigo aos pássaros e ain<strong>da</strong> o impacto<br />

na paisagem que as usinas eólicas podem<br />

provocar.<br />

Henrique frisa, porém, que a substituição<br />

<strong>da</strong> <strong>matriz</strong> por energias limpas é a<br />

tendência <strong>do</strong> planeta, porque, além de uma<br />

fonte inesgotável, auxilia na redução <strong>da</strong>s<br />

emissões <strong>do</strong> gás carbônico.<br />

De acor<strong>do</strong> com ele, os custos, apesar de<br />

serem mais altos, têm caí<strong>do</strong> rapi<strong>da</strong>mente,<br />

<strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s, devi<strong>do</strong> à tec<strong>no</strong>logia <strong>da</strong><br />

produção, com uso de aerogera<strong>do</strong>res.<br />

Eduar<strong>do</strong> aponta que os moinhos de <strong>vento</strong>,<br />

<strong>da</strong>qui a algum tempo, também deverão<br />

ser substituí<strong>do</strong>s por outras tec<strong>no</strong>logias de<br />

maior eficiência, já que se encontram em<br />

franco desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico. Um<br />

exemplo é a turbovela, uma voluta vertical<br />

apropria<strong>da</strong> para capturar o <strong>vento</strong> à baixa<br />

pressão, ao passar <strong>no</strong>s rotores protegi<strong>do</strong>s<br />

internamente, e que não oferece risco de<br />

colisões com os pássaros.<br />

Apagão - Para o presidente <strong>do</strong> Conselho<br />

Federal de Engenharia, Arquitetura<br />

e Agro<strong>no</strong>mia (Confea), Marcos Túlio de<br />

Melo, apenas o planejamento na transmissão<br />

<strong>da</strong>s energias alternativas pode<br />

evitar blecautes como o ocorri<strong>do</strong> <strong>no</strong> dia<br />

10 de <strong>no</strong>vembro, que colocou às escuras<br />

perto de 90 milhões de pessoas em 18<br />

Presidente Marcos Túlio: soluções de<br />

engenharia são necessárias e urgentes<br />

esta<strong>do</strong>s brasileiros.<br />

Segun<strong>do</strong> Túlio, o potencial nacional de<br />

produzir energia alternativa, embora muito<br />

vasto e com diversas possibili<strong>da</strong>des, ain<strong>da</strong><br />

não é totalmente explora<strong>do</strong>.<br />

“Precisamos garantir o fornecimento de<br />

energia compatível ao desenvolvimento, e<br />

isso inclui a remontagem <strong>da</strong>s equipes técnicas,<br />

tanto <strong>no</strong> serviço público quanto <strong>no</strong><br />

setor priva<strong>do</strong>. Uma coisa é certa: soluções de<br />

engenharia para a gestão <strong>da</strong> transmissão de<br />

energia elétrica são necessárias e urgentes<br />

para não colocar o desenvolvimento <strong>do</strong> país<br />

em risco”, pontua.<br />

O presidente <strong>do</strong> Confea ressalta, ain<strong>da</strong>,<br />

a importância de se retomar a visão<br />

de planejamento <strong>do</strong> futuro <strong>do</strong> Brasil. Na<br />

área tec<strong>no</strong>lógica, é preciso triplicar, quadruplicar<br />

o número de vagas e colocar,<br />

à disposição, profissionais habilita<strong>do</strong>s,<br />

com uma formação atualiza<strong>da</strong>, dinâmica<br />

e de quali<strong>da</strong>de, reflete.<br />

O recente apagão deixou às escuras<br />

metade <strong>do</strong> País, durante quase cinco<br />

horas. São Paulo, Rio de Janeiro, Mato<br />

Grosso <strong>do</strong> Sul e Espírito Santo foram<br />

totalmente afeta<strong>do</strong>s, e Minas Gerais,<br />

Mato Grosso, Goiás, Rio Grande <strong>do</strong> Sul,<br />

Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia,<br />

Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco<br />

e Rio Grande <strong>do</strong> Norte, foram<br />

parcialmente atingi<strong>do</strong>s.<br />

O fato provocou debates entre especialistas,<br />

sobre o setor energético <strong>do</strong> País, já<br />

que o Sistema brasileiro de Eletrici<strong>da</strong>de<br />

(Sistema Interliga<strong>do</strong> Nacional) é forma<strong>do</strong><br />

por empresas regionais de geração e distribuição,<br />

que possibilitam que a energia<br />

gera<strong>da</strong> em Itaipu seja envia<strong>da</strong> para as<br />

demais regiões <strong>do</strong> País. Portanto, quan<strong>do</strong><br />

acontece um acidente em pontos críticos<br />

<strong>da</strong> linha de transmissão, várias regiões<br />

podem ser atingi<strong>da</strong>s.<br />

Sistemas de geração e transmissão<br />

me<strong>no</strong>res e distribuí<strong>do</strong>s pelo País podem<br />

ser muito mais seguros para a provisão<br />

de energia. Esses núcleos energéticos<br />

poderiam gerar energia a partir de fontes<br />

re<strong>no</strong>váveis.<br />

Ambientalistas acreditam que investimentos<br />

de médio e longo prazo em <strong>no</strong>vas<br />

fontes de energia não apenas irão oferecer<br />

segurança <strong>energética</strong> como, também,<br />

reduzir a dependência de recursos hídricos<br />

e a deman<strong>da</strong> por <strong>no</strong>vas barragens e<br />

seus impactos negativos sobre o ambiente<br />

e sobre a cultura e o meio de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

populações ribeirinhas.<br />

REVISTA TÓPICOS -SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


Especial<br />

Vitória testa sistema misto<br />

No Esta<strong>do</strong>, uma iniciativa <strong>da</strong> Prefeitura<br />

Municipal de Vitória (PMV) testa uma <strong>no</strong>va<br />

iluminação pública com sistema eólico e<br />

solar, na Praia de Camburi, onde foi instala<strong>do</strong><br />

um poste que utiliza as duas fontes<br />

re<strong>no</strong>váveis.<br />

Durante três meses, serão verifica<strong>do</strong>s a durabili<strong>da</strong>de,<br />

o rendimento e o custo/benefício <strong>do</strong><br />

sistema. Se aprova<strong>do</strong>, receberá uma certificação<br />

<strong>da</strong> Secretaria de Transportes e Infraestru-<br />

Na praia de Camburi, sistema misto<br />

de captação de energias solar e<br />

eólica<br />

tura Urbana <strong>da</strong> Prefeitura de Vitória (Setran).<br />

Nesse tipo de projeto, os painéis solares<br />

estão coloca<strong>do</strong>s de maneira que, além<br />

de coletar a luz solar, também funcionam<br />

como um gera<strong>do</strong>r eólico, aproveitan<strong>do</strong> as<br />

duas alternativas. Desse mo<strong>do</strong>, se produz<br />

muito mais energia, que é armazena<strong>da</strong><br />

numa bateria. O sistema continua funcionan<strong>do</strong>,<br />

mesmo quan<strong>do</strong> não há <strong>vento</strong>, ou<br />

até mesmo à <strong>no</strong>ite.<br />

Saiba mais<br />

sobre a energia<br />

eólica<br />

Muito utiliza<strong>da</strong> na Alemanha, Espanha,<br />

Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, Índia, Dinamarca, China, Itália,<br />

Rei<strong>no</strong> Uni<strong>do</strong>, Portugal e França, a energia<br />

eólica é considera<strong>da</strong> a mais limpa <strong>do</strong> planeta,<br />

e é obti<strong>da</strong> pelo movimento <strong>do</strong> ar (<strong>vento</strong>).<br />

Desde a Antigui<strong>da</strong>de, tem como um <strong>do</strong>s<br />

exemplos mais conheci<strong>do</strong>s o processo para<br />

fazer funcionar a engrenagem de moinhos<br />

que, inventa<strong>do</strong>s na Pérsia, atual Irã, <strong>no</strong> séc. V,<br />

eram usa<strong>do</strong>s para bombear água na irrigação.<br />

Os mecanismos não mu<strong>da</strong>ram: o <strong>vento</strong> atinge<br />

uma hélice que, ao movimentar-se, gira um<br />

eixo que impulsiona uma bomba, gera<strong>do</strong>ra de<br />

eletrici<strong>da</strong>de.<br />

A intensi<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s <strong>vento</strong>s depende <strong>da</strong> diferença<br />

de temperatura <strong>da</strong> terra e <strong>da</strong>s águas,<br />

<strong>da</strong>s planícies e <strong>da</strong>s montanhas, <strong>da</strong>s regiões<br />

equatoriais e <strong>do</strong>s pólos <strong>do</strong> planeta. A quanti<strong>da</strong>de<br />

de energia disponível varia de acor<strong>do</strong><br />

com as estações <strong>do</strong> a<strong>no</strong> e as horas <strong>do</strong> dia.<br />

A topografia e a rugosi<strong>da</strong>de <strong>do</strong> solo também<br />

têm grande influência na distribuição de<br />

frequência de ocorrência <strong>do</strong>s <strong>vento</strong>s e de sua<br />

veloci<strong>da</strong>de em um local. Além disso, a quanti<strong>da</strong>de<br />

de energia eólica extraível numa região<br />

depende <strong>da</strong>s características de desempenho,<br />

altura de operação e espaçamento horizontal<br />

<strong>do</strong>s sistemas de conversão de energia eólica<br />

instala<strong>do</strong>s.<br />

As hélices de uma turbina de <strong>vento</strong> são<br />

diferentes <strong>da</strong>s lâminas <strong>do</strong>s antigos moinhos,<br />

porque são mais aerodinâmicas e eficientes.<br />

Apresentam formato de asas de aviões e usam<br />

a mesma aerodinâmica.<br />

Os campeões de uso <strong>do</strong>s <strong>vento</strong>s para a geração<br />

de energia são a Alemanha, a Dinamarca<br />

e os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, segui<strong>do</strong>s pela Índia e<br />

a Espanha.<br />

23


24<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

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26<br />

Entrevista/Secretário de Transportes e Obras Públicas,<br />

Neival<strong>do</strong> Bragato<br />

Investimento em infraestrutura<br />

aumenta níveis de emprego e ren<strong>da</strong><br />

O Programa Capixaba de Investimentos Públicos e Geração de<br />

Empregos é o maior <strong>da</strong> historia <strong>do</strong> Espírito Santo. Lançan<strong>do</strong><br />

em abril de 2009, com a principal preocupação de contribuir<br />

para a geração de emprego e ren<strong>da</strong>, e assim minimizar os<br />

efeitos <strong>da</strong> crise internacional, prioriza obras e ações volta<strong>da</strong>s<br />

para diferentes setores públicos, <strong>no</strong>s 78 municípios <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong>. O pacote de intervenções engloba quatro frentes:<br />

“Desenvolvimento Social e Huma<strong>no</strong>”, “Saneamento, Meio<br />

Ambiente e Habitação”, “Mobili<strong>da</strong>de Urbana e Projetos<br />

Metropolita<strong>no</strong>s” e “Desenvolvimento Regional, Transportes<br />

e Agricultura”. Sua implantação foi viável após a organização<br />

financeira promovi<strong>da</strong> pelo gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo e a recuperação <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de<br />

investimento e crédito. Calcula-se que<br />

o impacto agrega<strong>do</strong> represente adição<br />

potencial de 1,25 ponto percentual ao<br />

PIB <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Só este a<strong>no</strong>, o valor total<br />

de investimentos representa aumento<br />

de R$ 150 milhões, em relação ao que<br />

foi executa<strong>do</strong> em 2008. Na entrevista<br />

abaixo, o secretário de Esta<strong>do</strong><br />

de Transporte e Obras Públicas,<br />

Neival<strong>do</strong> Bragato, detalha o<br />

Pla<strong>no</strong> e comenta outros<br />

aspectos <strong>do</strong> desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


Tópicos - Como o secretário avalia a<br />

importância de uma iniciativa desse alcance,<br />

e quais são os principais objetivos?<br />

Secretário Neival<strong>do</strong> Bragato - No <strong>no</strong>sso<br />

primeiro a<strong>no</strong> de man<strong>da</strong>to, a capaci<strong>da</strong>de de<br />

investimento <strong>do</strong> Gover<strong>no</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> era me<strong>no</strong>r<br />

<strong>do</strong> que 1%. Em 2008 e 2009, esse índice<br />

aumentou para entre 15% e 16% <strong>do</strong> orçamento,<br />

o que irá se manter em 2010. Para<br />

o Brasil, é um número, se não o maior, um<br />

<strong>do</strong>s maiores, em termos de proporção <strong>do</strong> orçamento.<br />

A construção de pontes, estra<strong>da</strong>s,<br />

hospitais, saneamento, escolas, investimentos<br />

em computa<strong>do</strong>r e tec<strong>no</strong>logia significam<br />

melhorias para as pessoas, de uso imediato<br />

e futuro. É a utilização de parcela <strong>do</strong> imposto<br />

que a União recolhe e repassa ao Esta<strong>do</strong>,<br />

para investir em melhorias para a população<br />

como um to<strong>do</strong>. Esse é o senti<strong>do</strong> geral desse<br />

volume de investimentos, que tem impacto<br />

muito grande em retor<strong>no</strong> para a socie<strong>da</strong>de.<br />

Como foi possível destinar esse montante<br />

de recursos, em plena crise mundial?<br />

Com planejamento. Ain<strong>da</strong> em 2007, quan<strong>do</strong><br />

foi divulga<strong>do</strong> o primeiro balanço com empresas<br />

imobiliárias <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, o gover<strong>no</strong><br />

farejou que havia algo estranho <strong>no</strong> ar. O<br />

governa<strong>do</strong>r Paulo Hartung foi mais cauteloso<br />

e as secretarias seguraram um pouco o freio<br />

de mão. Pois a crise foi estourar mesmo um<br />

a<strong>no</strong> depois, em 15 setembro de 2008. Então,<br />

essa forma, talvez mais conserva<strong>do</strong>ra, mais<br />

preocupa<strong>da</strong> com a coisa pública, fez com<br />

que o gover<strong>no</strong> conseguisse poupar um pouco<br />

de recursos entre os a<strong>no</strong>s de 2007 e 2008,<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009<br />

e depois entre 2008 e 2009, o que <strong>no</strong>s deu<br />

condições de se chegar a esse número. O gover<strong>no</strong><br />

já vinha investin<strong>do</strong> em tor<strong>no</strong> de R$ 600/<br />

R$ 700 milhões por a<strong>no</strong>. Mesmo numa crise,<br />

um valor de investimento importante como<br />

esse, se for comparar, proporcionalmente, é<br />

e<strong>no</strong>rme, em relação a outros esta<strong>do</strong>s. No total,<br />

é maior <strong>do</strong> que muito esta<strong>do</strong> grande, pois<br />

poucas regiões <strong>do</strong> Brasil têm condições de<br />

investir um valor desse de recursos próprios.<br />

Não é de financiamento. O valor é significativo<br />

em qualquer lugar <strong>do</strong> País.<br />

Qual é a previsão de investimentos<br />

para o próximo a<strong>no</strong>, e quais são as áreas<br />

prioritárias?<br />

Repetir o mesmo volume: R$ 1 bilhão.<br />

As áreas <strong>do</strong> programa englobam educação,<br />

saúde, segurança, saneamento, mobili<strong>da</strong>de<br />

urbana e transportes, dentre outras. O pacote<br />

to<strong>do</strong> é importante.<br />

Na área de atuação <strong>da</strong> Secretaria de<br />

Transporte e Obras Públicas (Setop), qual<br />

é a contribuição ao Programa?<br />

Na <strong>no</strong>ssa pasta, boa parte <strong>do</strong>s investimentos<br />

é <strong>do</strong> Departamento de Estra<strong>da</strong>s de Ro<strong>da</strong>gem<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo (DER-<strong>ES</strong>), de<br />

Con<strong>vento</strong> e Outeiro:<br />

maneira mais direta, em estra<strong>da</strong>s, viadutos,<br />

vista preserva<strong>da</strong><br />

terminais, <strong>no</strong>vas vias, ampliações, na área de<br />

mobili<strong>da</strong>de urbana, e também intervenções<br />

para conter a erosão, como em Marataízes<br />

(sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>) e Conceição <strong>da</strong> Barra (<strong>no</strong>rte<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>). O órgão realiza grande número<br />

de intervenções, tanto na área rural quanto<br />

na urbana, na Grande Vitória. O Instituto de<br />

Obras Públicas <strong>do</strong> Espírito Santo (Iopes),<br />

também vincula<strong>do</strong> à Secretaria, atua de forma<br />

mais indireta. Contrata as obras em geral,<br />

para educação, saúde, encaminha algumas<br />

para a área de segurança.<br />

E os recursos aplica<strong>do</strong>s?<br />

São destina<strong>do</strong>s R$ 800 milhões para o<br />

Programa Capixaba de Mobili<strong>da</strong>de Urbana,<br />

mas não só para 2009, e sim por perío<strong>do</strong>. O<br />

em 2007, quan<strong>do</strong> foi divulga<strong>do</strong> o primeiro<br />

balanço com empresas imobiliárias <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, o<br />

gover<strong>no</strong> farejou que havia algo estranho <strong>no</strong> ar. O<br />

governa<strong>do</strong>r Paulo Hartung foi mais cauteloso<br />

e as secretarias seguraram um pouco o freio<br />

de mão.<br />

volume per capita <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2006, 2007,<br />

2008, 2009, 2010...O gover<strong>no</strong> vai investir na<br />

área esse montante, mas pode ser que em um<br />

a<strong>no</strong> se aproprie de R$ 350 milhões ou R$ 280<br />

milhões.<br />

““ Ain<strong>da</strong><br />

O senhor poderia citar algumas obras?<br />

De obras específicas, já construímos quatro<br />

<strong>no</strong>vos terminais, os de Jacaraípe (Serra),<br />

São Torquato e Itaparica (Vila Velha) e Jardim<br />

América (Cariacica), e ain<strong>da</strong> o trecho Manguinhos<br />

- Terminal de Jacaraípe. Está pronto para<br />

ser inaugura<strong>do</strong>, também, o trecho <strong>do</strong> Terminal<br />

de Jacaraípe à aveni<strong>da</strong> Minas Gerais. Conclu-<br />

27


28<br />

ímos uma obra pequena em Nova Rosa <strong>da</strong> Penha,<br />

e avançamos bem <strong>no</strong> Canal Bigossi. Mas<br />

a intervenção que talvez seja uma revolução<br />

futura, pois considero de maior ligação, é a<br />

Ro<strong>do</strong>via Leste/Oeste (Cariacica-Vila Velha).<br />

Quais seriam as principais, para resolver<br />

os gargalos <strong>no</strong> trânsito?<br />

A que faz mais diferença é a ampliação <strong>da</strong><br />

aveni<strong>da</strong> Fernan<strong>do</strong> Ferrari, e também já melhorou<br />

a situação na Ponte <strong>da</strong> Passagem. Mas<br />

revolução mesmo vai ser <strong>no</strong> a<strong>no</strong> que vem,<br />

quan<strong>do</strong> inaugurarmos a Ro<strong>do</strong>via Leste/Oeste,<br />

desde Araçás (Vila Velha) até Campo Grande<br />

(Cariacica), e, posteriormente, até a Braspérola.<br />

A obra vai mu<strong>da</strong>r to<strong>da</strong> a configuração de<br />

logística, para quem sai em direção ao sul e<br />

à região de montanha, e para quem vai para<br />

Vila Velha, evitan<strong>do</strong> Jardim América. Isso vai<br />

atrair muita coisa para a região, indústrias,<br />

área de depósito. Estamos fazen<strong>do</strong> um viaduto<br />

em cima <strong>da</strong> Ro<strong>do</strong>via Carlos Lindenberg, <strong>no</strong><br />

entroncamento com a Ro<strong>do</strong>via Darly Santos,<br />

em direção ao Porto <strong>da</strong> Capuaba, <strong>no</strong>sso principal<br />

porto de contêineres. O viaduto vai ter<br />

papel importante para o trânsito local, mas<br />

também tem peso muito grande para o porto,<br />

para a área de exportação. Vai liberar a Darly<br />

Santos, e permitir que se chegue muito mais<br />

fácil ao porto. Enquanto não vem o superporto,<br />

que está a caminho mas vai demorar entre<br />

cinco e sete a<strong>no</strong>s para entrar em operação,<br />

o de Capuaba tem uma e<strong>no</strong>rme importância<br />

e vai aju<strong>da</strong>r muito o Esta<strong>do</strong>. Outra obra é o<br />

viaduto na Praia <strong>da</strong> Costa, descen<strong>do</strong> a Terceira<br />

Ponte, que vai desafogar o retor<strong>no</strong> para<br />

Vila Velha à <strong>no</strong>ite. Para a mobili<strong>da</strong>de urbana,<br />

também será muito bom.<br />

E em outras frentes, quais intervenções<br />

merecem destaque?<br />

Muitas. Temos obras <strong>no</strong> interior, feitos não<br />

só pelo DER-<strong>ES</strong>, mas também pelo programa<br />

“Caminhos <strong>do</strong> Campo”, com muitos trechos<br />

em an<strong>da</strong>mento, em estra<strong>da</strong>s me<strong>no</strong>res, mas<br />

com impactos muito grandes <strong>no</strong>s distritos<br />

e municípios; melhorias em escolas, com<br />

pacote de 70 obras, para <strong>no</strong>vas escolas e<br />

reconstrução, com exemplos importantes<br />

como as João Bley, em Castelo, e Liceu Muniz<br />

Freire, em Cachoeiro de Itapemirim, além de<br />

investimentos em informática. Na Saúde, três<br />

grandes hospitais: o Central, o São Lucas, que<br />

duplica<strong>do</strong> vai se transformar referencia em<br />

trauma, e o Novo Dório Silva, que terá mais de<br />

370 leitos. Só nele, serão aplica<strong>do</strong>s mais de<br />

R$ 120 milhões, para ter ideia <strong>do</strong> investimento.<br />

Tem ain<strong>da</strong> os CDPs (Centros de Detenção<br />

Provisória), com investimentos de quase R$<br />

200 milhões em presídios <strong>no</strong>vos, moder<strong>no</strong>s,<br />

feitos com a melhor tec<strong>no</strong>logia. Já inauguramos<br />

uni<strong>da</strong>des na Serra, Guarapari, São Domingos,<br />

e vamos inaugurar em Colatina.<br />

Consideran<strong>do</strong> que ações desse tipo<br />

representam <strong>no</strong>vas oportuni<strong>da</strong>des de emprego<br />

e ren<strong>da</strong>, quais são as expectativas<br />

para o merca<strong>do</strong> de trabalho?<br />

Com as obras deste a<strong>no</strong>, cerca de 17 mil<br />

pessoas trabalhan<strong>do</strong> diretamente. Como vamos<br />

repetir o volume de investimentos <strong>no</strong> a<strong>no</strong><br />

que vem, é natural que o número aumente.<br />

Vamos ter ain<strong>da</strong> mais pessoas trabalhan<strong>do</strong>,<br />

pois algumas obras vão acabar e outras continuarão.<br />

A preferência é pela mão-de-obra<br />

local.<br />

Como a Setop pode atuar em parceria<br />

com o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, <strong>no</strong> senti<strong>do</strong> de contribuir<br />

com o crescente desenvolvimento econômico,<br />

já que a instituição concentra<br />

importantes profissionais especializa<strong>do</strong>s?<br />

Nossa relação com o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> é muito forte.<br />

Tanto o DER-<strong>ES</strong> como o Iopes têm em seus<br />

quadros engenheiros e arquitetos <strong>no</strong>s corpos<br />

diretor e gerencial, e também <strong>no</strong> corpo funcional<br />

<strong>da</strong>s empresas de trabalho, to<strong>da</strong>s vincula<strong>da</strong>s<br />

ao Conselho. Buscamos parcerias,<br />

com constantes entendimentos, de como fazer<br />

as obras, em comum acor<strong>do</strong>, para, assim,<br />

realizarmos obras melhores, mais modernas,<br />

dentro <strong>do</strong>s requisitos que o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> exige em<br />

suas ARTs (A<strong>no</strong>tação de Responsabili<strong>da</strong>de<br />

Técnica). No perío<strong>do</strong> de gover<strong>no</strong>, aqui na Secretaria,<br />

a relação com o Conselho tem si<strong>do</strong> a<br />

melhor possível.<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009


Notas<br />

Engenheiros festejam<br />

formatura há 37 a<strong>no</strong>s<br />

Encontro <strong>da</strong> turma de Engenharia Civil e Mecânica<br />

<strong>da</strong> Escola Politécnica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de<br />

Federal <strong>do</strong> Espírito Santo (Ufes) gradua<strong>da</strong> em<br />

15 de dezembro de 1972. O grupo, que comemora<br />

há 37 a<strong>no</strong>s o aniversário de formatura,<br />

conseguiu reunir 60% <strong>do</strong> número total de forman<strong>do</strong>s<br />

<strong>no</strong> último mês de outubro, em Vitória.<br />

O encontro, rega<strong>do</strong> a muito bom humor e diversão,<br />

também contou com a participação de<br />

esposas e filhos.<br />

Congresso decreta<br />

Dia Nacional <strong>do</strong>s<br />

Engenheiros Eletricistas<br />

Levar energia elétrica a milhões de lares brasileiros,<br />

iluminar áreas de <strong>no</strong>rte a sul <strong>do</strong> Brasil<br />

e auxiliar na construção <strong>da</strong> infra-estrutura necessária<br />

para o desenvolvimento <strong>do</strong> país é uma<br />

tarefa essencial e que conta com o trabalho <strong>do</strong>s<br />

Engenheiros Eletricistas.<br />

No dia 29 de outubro deste a<strong>no</strong>, a partir <strong>da</strong><br />

aprovação <strong>do</strong> Projeto de Lei n° 2545, o Congresso<br />

Nacional decretou o dia 23 de <strong>no</strong>vembro como o<br />

Dia Nacional <strong>do</strong>s Engenheiros Eletricistas. A <strong>da</strong>ta<br />

foi instituí<strong>da</strong> por coincidir com o dia <strong>da</strong> fun<strong>da</strong>ção<br />

<strong>da</strong> Primeira Escola Nacional de Engenharia Elétrica,<br />

o Instituto Eletrotécnico e Mecânico de Itajubá<br />

(Iemi), fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Teo<strong>do</strong>miro Carneiro Santiago.<br />

Santiago era um visionário empreende<strong>do</strong>r que<br />

se preocupava em trazer para o país tec<strong>no</strong>logias que<br />

seriam cruciais para o desenvolvimento de diversos<br />

setores, principalmente para a geração de energia e<br />

para o setor têxtil, ativi<strong>da</strong>des antes dependentes de<br />

técnicos estrangeiros.<br />

O Iemi, que neste a<strong>no</strong> comemora seu <strong>no</strong>nagésimo<br />

aniversário de fun<strong>da</strong>ção, foi apenas o<br />

primeiro passo para a fun<strong>da</strong>ção de várias outras<br />

escolas de engenharia elétrica que foram cria<strong>da</strong>s<br />

posteriormente <strong>no</strong> país<br />

Engenheiros <strong>da</strong> turma de 1972 <strong>da</strong> Ufes: tradição<br />

Conselho defende acessibili<strong>da</strong>de e mobili<strong>da</strong>de<br />

urbana em conferência<br />

Mobili<strong>da</strong>de urbana e acessibili<strong>da</strong>de foram os<br />

temas abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s pelo presidente <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, Luis<br />

Fiorotti, na quarta edição <strong>da</strong> Conferência <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de,<br />

realiza<strong>da</strong> pela Prefeitura Municipal de Vitória<br />

<strong>no</strong>s últimos dias 9 e 10 de <strong>no</strong>vembro.<br />

Representantes de comuni<strong>da</strong>des, políticos<br />

e autori<strong>da</strong>des <strong>do</strong> município se reuniram<br />

na capital para discutir as políticas públicas<br />

implanta<strong>da</strong>s em Vitória nas áreas de mobili<strong>da</strong>de,<br />

segurança e participação popular <strong>no</strong>s<br />

conselhos municipais.<br />

Instituí<strong>da</strong> pelo Ministério <strong>da</strong>s Ci<strong>da</strong>des, a Con-<br />

Foi realiza<strong>do</strong> em Vitória, durante os últimos<br />

dias 9 e 13 de <strong>no</strong>vembro, o XXIII Congresso de<br />

Pesquisa e Ensi<strong>no</strong> em Transportes (Anpet). O<br />

e<strong>vento</strong> abor<strong>do</strong>u temas liga<strong>do</strong>s à área de transporte<br />

e contou com a presença <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> durante a<br />

sua programação.<br />

O presidente <strong>do</strong> Conselho, Luis Fiorotti, participou<br />

<strong>da</strong> mesa de abertura <strong>do</strong> e<strong>vento</strong>, que foi<br />

composta de especialistas e autori<strong>da</strong>des liga<strong>do</strong>s<br />

ao setor de transportes.<br />

Participaram de painéis, workshops e debates,<br />

representan<strong>do</strong> o <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong>, o Eng. Civil com es-<br />

ferência teve como objetivo a união <strong>do</strong>s poderes<br />

Executivo e Legislativo e membros <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

civil, para propor uma agen<strong>da</strong> de política urbana<br />

municipal volta<strong>da</strong> às necessi<strong>da</strong>des e os anseios<br />

<strong>da</strong> população.<br />

Durante o e<strong>vento</strong>, secretários e autori<strong>da</strong>des<br />

municipais fizeram exposições <strong>do</strong>s projetos pensa<strong>do</strong>s<br />

para o município e participaram ain<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

Encontro <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de, um espaço dedica<strong>do</strong> à análise<br />

<strong>do</strong> Pla<strong>no</strong> Diretor Urba<strong>no</strong> (PDU), na qual a socie<strong>da</strong>de<br />

civil revisa, contesta e propõe mu<strong>da</strong>nças<br />

na legislação urbana.<br />

Especialistas <strong>do</strong> <strong>Crea</strong>-<strong>ES</strong> participam <strong>da</strong> XXIII Anpet<br />

pecialização em corre<strong>do</strong>r de transportes Leonar<strong>do</strong><br />

Leal Schulte; o consultor técnico <strong>do</strong> Conselho<br />

Eng. Elet. Orlan<strong>do</strong> Zar<strong>do</strong> Jr., e os conselheiros Eng.<br />

Mec. e de Seg. Trab. Adelar Castiglione Cazaroto e<br />

Eng. Mec. Aristóteles Alves Lyrio.<br />

O e<strong>vento</strong> reuniu pesquisa<strong>do</strong>res, acadêmicos e<br />

profissionais de to<strong>do</strong> o Brasil e teve como objetivo<br />

contribuir para o aprimoramento científico e tec<strong>no</strong>lógico<br />

de to<strong>da</strong>s as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de transportes e<br />

para a a<strong>do</strong>ção de políticas públicas que atuem como<br />

fatores de desenvolvimento e inclusão social para o<br />

Brasil, e em particular para o Espírito Santo.<br />

29


30<br />

Artigo<br />

Câmaras Especializa<strong>da</strong>s<br />

Construção enxuta:<br />

construin<strong>do</strong> sem desperdícios<br />

A grande maioria <strong>da</strong>s construtoras interpreta a construção enxuta simplesmente como sinônimo de construção mais rápi<strong>da</strong>,<br />

anulan<strong>do</strong> a compreensão de que a construção enxuta é uma ver<strong>da</strong>deira filosofia de trabalho composta por princípios, técnicas e<br />

ferramentas associa<strong>da</strong>s à redução global <strong>do</strong>s desperdícios.<br />

Para piorar o quadro, há uma percepção equivoca<strong>da</strong> de que o desperdício na construção é simplesmente sinônimo de eliminação<br />

de entulho, ou seja, enquanto se faz uma “grande cruza<strong>da</strong>” contra o entulho, que na<strong>da</strong> mais é que a consequência visível<br />

<strong>do</strong>s desperdícios, acaba-se ig<strong>no</strong>ran<strong>do</strong> os ver<strong>da</strong>deiros e invisíveis desperdícios, como a superprodução; os tempos de espera; os<br />

processos mal elabora<strong>do</strong>s; os excessos de estoque; as logísticas equivoca<strong>da</strong>s e movimentos improdutivos.<br />

Os a<strong>no</strong>s 80 na construção civil foram marca<strong>do</strong>s pela busca <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong>s ferramentas <strong>do</strong> TQC (Controle Total <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de),<br />

tanto pela melhoria <strong>no</strong>s processos produtivos, como simplesmente na tentativa <strong>da</strong> certificação segun<strong>do</strong> as <strong>no</strong>rmas <strong>da</strong> série ISO 9000.<br />

O grande problema foi o entendimento equivoca<strong>do</strong> de que o TQC, isola<strong>da</strong>mente, seria uma solução global para to<strong>da</strong> a organização.<br />

Esta situação de desgaste <strong>no</strong> TQC começa a mu<strong>da</strong>r <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 90, a partir de um <strong>no</strong>vo referencial teórico na<br />

construção civil; trata-se <strong>da</strong> transposição <strong>da</strong> filosofia lean (enxuto) para essa indústria.<br />

O marco dessa transposição foi o trabalho <strong>do</strong> finlandês Lauri Koskela, em 1992, intitula<strong>do</strong> Application of<br />

the new production philosophy in the construction industry, a partir <strong>do</strong> qual foi cria<strong>do</strong> o Grupo Internacional<br />

pela Lean Construction (IGLC), responsável pela disseminação <strong>da</strong> filosofia lean na indústria <strong>da</strong> construção<br />

civil de diversos países.<br />

Analisan<strong>do</strong>-se a obra de Koskela, vê-se que a grande contribuição <strong>da</strong> construção enxuta para a indústria<br />

<strong>da</strong> construção civil é o entendimento de que o sequenciamento <strong>da</strong> produção na construção civil vai além de<br />

uma sucessão de ativi<strong>da</strong>des de conversão, levan<strong>do</strong> à tona to<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des de apoio, como transporte,<br />

espera e inspeção (ativi<strong>da</strong>des de fluxo).<br />

Apesar de essa contribuição parecer evidente, é preciso lembrar que o sequenciamento <strong>da</strong> produção<br />

na construção civil é geralmente planeja<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong>-se em consideração apenas as ativi<strong>da</strong>des que agregam<br />

valor ou ativi<strong>da</strong>des de conversão. Neste caso, as distorções gera<strong>da</strong>s pelas ativi<strong>da</strong>des de fluxo são geralmente<br />

relega<strong>do</strong>s às taxas de BDI (Bonificações e Despesas Indiretas), e aos superdimensionamentos <strong>do</strong>s tempos,<br />

fazen<strong>do</strong> com que a construção civil transforme o seu problema logístico em longos prazos de execução e sobretaxas que, por sua<br />

vez, são transferi<strong>da</strong>s aos clientes.<br />

Para uma dimensão mais precisa <strong>do</strong> problema, basta dizer que aproxima<strong>da</strong>mente <strong>do</strong>is terços <strong>do</strong> tempo gasto pelos trabalha<strong>do</strong>res<br />

<strong>da</strong> construção estão nas operações de transporte, espera por material, retrabalhos etc., que não agregam valor.<br />

Imagine, por exemplo, que uma obra execute suas ativi<strong>da</strong>des por meio de uma cadeia de valor, concebi<strong>da</strong> pela interação<br />

entre clientes, fornece<strong>do</strong>res e funcionários. Imagine, ain<strong>da</strong>, que essas ativi<strong>da</strong>des possam fluir de forma “puxa<strong>da</strong>”, contínua e<br />

sincroniza<strong>da</strong> entre células de produção dentro <strong>do</strong> canteiro, capazes de se comunicar por diversos “supermerca<strong>do</strong>s-estoques” e<br />

equipa<strong>da</strong>s com máquinas mais simples, pequenas e versáteis, que por sua vez, são provi<strong>da</strong>s de dispositivos à prova de falhas,<br />

gerenciamento visual e opera<strong>da</strong>s por trabalha<strong>do</strong>res polivalentes e multi-habilita<strong>do</strong>s, capazes de executar trocas rápi<strong>da</strong>s de<br />

ferramentas, manutenções preventivas e de promover mu<strong>da</strong>nças de layout conforme a deman<strong>da</strong>. Ora, esse exemplo de canteiro<br />

de obras integra<strong>do</strong> pelas ferramentas lean, que mais parece a “obra <strong>do</strong>s sonhos”, é possível e já acontece inclusive em alguns<br />

canteiros capixabas, mas necessita <strong>do</strong> entendimento sistêmico <strong>do</strong>s seus princípios.<br />

O professor Fábio Almei<strong>da</strong> Có é Engenheiro Civil com Especialização em Gestão <strong>da</strong> Quali<strong>da</strong>de, Mestre em<br />

Gestão de Negócios e Doutor em Engenharia Civil. Atualmente é Pró-Reitor Adjunto de Extensão e Produção<br />

<strong>do</strong> IF<strong>ES</strong>; professor <strong>do</strong> curso de Pós-Graduação em Engenharia <strong>da</strong> Produção <strong>do</strong> IF<strong>ES</strong> e consultor em implantação<br />

<strong>da</strong>s ferramentas lean em empresas de manufatura e serviços.<br />

Profissional, envie seu artigo para publicação na<br />

Revista Tópicos. O conteú<strong>do</strong> será avalia<strong>do</strong> pelo<br />

Conselho Editorial. Os textos podem ser encaminha<strong>do</strong>s<br />

para alcione@creaes.org.br<br />

REVISTA TÓPICOS - SETEMBRO/OUTUBRO - 2009

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