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O primeiro curso de nível superior em Desenho Industrial, no Brasil, foi oferecido em 1962<br />
pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Mas entre 1951 e 1954, funcionava um<br />
curso regular, no Instituto de Arte Contemporânea do Museu de Arte de São Paulo (Masp),<br />
que contou com a colaboração de Max Bill (1908-1994). Bill foi uma figura emblemática,<br />
tanto para o design quanto para a arte brasileira. Premiado por sua escultura em aço<br />
(Unidade Tripartida, 1948-1949) na primeira Bienal de São Paulo (1951), ele influenciou<br />
toda a geração de artistas concretistas paulistas e, por conseguinte, os neoconcretistas<br />
cariocas. Max bill foi o primeiro diretor da Escola de Ulm (Escola Superior da Forma,<br />
Alemanha, 1953-1968), dedicada ao design e, em princípio, inserida nas propostas que<br />
nortearam a bauhaus – o funcionalismo e a estetização da sociedade moderna através<br />
da arte. Se, por um lado, entre 1962 e 1963 Brasília representava para os brasileiros um<br />
novo futuro, por outro, os acontecimentos políticos anunciavam as turbulências pelas<br />
quais passaríamos nos anos seguintes.<br />
Com as experiências das vanguardas artísticas na bauhaus e em Ulm, passou a ser comum artistas plásticos trabalharem como designers. Vários<br />
artistas brasileiros, dentro de um mesmo espírito, criaram peças gráficas: Amílcar de Castro (reformulou o Jornal do Brasil nos anos 1950), Lygia Pape<br />
(criou as atualíssimas embalagens de biscoitos Piraquê) e os contemporâneos Waltércio Caldas, Fernanda Gomes, Angelo Venosa, Patrícia Norman,<br />
Amália Giacomini, Daniel Whitaker, Fabio Carvalho, Cadu e João Modé, entre outros.<br />
Contudo, o país andava a passos largos, dentro do ideário desenvolvimentista do<br />
ex-presidente Juscelino Kubitschek. Ciência, indústria e tecnologia representavam<br />
mais do que os avanços da nova nação: seriam seu rosto, a visibilidade do progresso<br />
prometido em nossa bandeira. Vale ressaltar que, intrinsecamente, o design exige uma<br />
separação entre idéia e realização. É conhecida a herança escravagista luso-brasileira<br />
de menosprezo ao trabalho braçal. O racionalismo do design e da arte concreta resumia<br />
tudo o que o brasil queria ser, quando crescesse.<br />
Max Bill foi designer gráfico e de produto,<br />
arquiteto, pintor, escultor, professor e<br />
teórico do Design. Ex-aluno da bauhaus,<br />
é considerado um dos mais importantes<br />
e influentes designers do século XX. Sua<br />
atuação como educador na Escola de Ulm<br />
influenciou fortemente o perfil assumido<br />
pela Escola Superior de Desenho Industrial,<br />
no Rio de Janeiro.<br />
>>>www.pt.wikipedia.org/wiki/Max_Bill.<br />
O Neoconcretismo foi uma dissidência do<br />
Concretismo paulista, excessivamente<br />
cientificista, segundo os cariocas. Seus<br />
principais artistas foram Hélio <strong>Oi</strong>ticica, Lygia<br />
Clark, Lygia Pape, Aloísio Carvão e Amílcar<br />
de Castro. Sobre o assunto, ver bRITO (1985)<br />
Neoconcretismo, vértice e ruptura do<br />
projeto construtivo brasileiro<br />
A escola é conhecida pela parceria que<br />
estabeleceu com as indústrias braun,<br />
desenhando eletrodomésticos com “um<br />
design sem metáforas, frio, asséptico<br />
e objetivo”. Charles Jencks, in Souza<br />
(1997: p. 72).<br />
http://www.camara.gov.br/internet/<br />
bancoimagem/<br />
Legenda da imagem: Prédio do<br />
Congresso Nacional - brasília<br />
Foto de Reynaldo Stavale<br />
>1<br />
Sobre o assunto, ver Raízes do brasil, de<br />
Sergio buarque de Holanda e DENIS (1999).<br />
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