A Historia das Telecomunicações - Oi Futuro
A Historia das Telecomunicações - Oi Futuro
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HISTÓRIA DAS<br />
TELECOMUNICAÇÕES
HISTÓRIA DAS<br />
TELECOMUNICAÇÕES<br />
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PROGRAMA EDUCATIVO - MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES<br />
COORDENAÇÃO GERAL BIA JABOR | COORDENAÇÃO EXECUTIVA TATIANA ASSUMPÇÃO RICHARD<br />
PROGRAMAS PARA MULTIPLICADORES ADRIANA FONTES | ARTE EDUCADORES ANA RONDON,<br />
EDUARDO MACHADO, HUGO RICHARD, KEYNA MENDONÇA E ROBERTA CONDEIXA<br />
ESTAGIÁRIOS ANITA SOBREIRA, CAROLINA CAMBARÁ E ROSANA DA SILVA<br />
ESTAGIÁRIO DE PRODUÇÃO PABLO MATOS | ASSISTENTE CAROLINA PRESTES<br />
CADERNOS EDUCATIVOS<br />
EQUIPE EDITORIAL ADRIANA FONTES, ALEXANDRE GUARNIERI, ANALU CUNHA E BIA JABOR<br />
CONSULTORES ETHEVALDO SIQUEIRA, FRANCISCO RÉGIS LOPES RAMOS, JOÃO FONSECA, JOÃO MODÉ<br />
E LUIZ GUILHERME VERGARA | REVISÃO DE TEXTO ROSEANE LUZ<br />
PROJETO GRÁFICO 32BITS CRIAÇÕES DIGITAIS<br />
MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES / OI FUTURO<br />
DIREÇÃO/CURADORIA MARIA ARLETE GONÇALVES | MUSEOLOGIA TATIANA LAURA<br />
INFRA-ESTRUTURA/TECNOLOGIA TAISSA THIRY | CENTRO DE PESQUISA BRUNA QUEIROZ<br />
COORDENAÇÃO EDITORIAL SHIRLEY FIORETTI | WEB FERNANDA SARMENTO<br />
MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES<br />
RUA DOIS DE DEZEMBRO, 63 - FLAMENGO<br />
WWW.OIFUTURO.ORG.BR/MUSEU<br />
TEL: 3131-3050<br />
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“infotenimento”<br />
Espaço da memória, da experimentação e da contemporaneidade, no Museu <strong>das</strong><br />
<strong>Telecomunicações</strong> o visitante constrói seu próprio tempo. Para contar a aventura<br />
da comunicação humana, nosso programa educativo, ao mesmo tempo em que<br />
aprofunda informações técnico-científicas, não perde de vista seu caráter de<br />
educação informal. Aqui, se aprende brincando.<br />
Assim, o Museu se destaca como espaço de diversão e conhecimento, onde a<br />
tecnologia da comunicação vai além de si mesma, expandindo-se como ferramenta<br />
para transformação do pensamento humano.<br />
Numa visita customizada como esta, feita sob medida para estabelecer uma relação<br />
pessoal com a história, com os objetos e documentos expostos, cada visitante é, ao<br />
mesmo tempo, espectador e protagonista.<br />
Prepare-se para selar um pacto com outro tempo, marcado logo na entrada por sua<br />
própria imagem refletida num jogo de espelhos. Na saída, o ciclo se fecha com uma<br />
última passagem que nos remete diretamente ao útero materno, sincopado pelo<br />
mais primitivo dos sons: a nada tecnológica batida do coração.<br />
Conheça. Interaja. Pergunte. Experimente. Emocione-se. Divirta-se.<br />
E faça dessa visita de hoje, aquele momento inesquecível do futuro.<br />
Maria Arlete Gonçalves<br />
Diretora <strong>Oi</strong> <strong>Futuro</strong><br />
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Caro eduCador/multipliCador,<br />
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><br />
Os museus e centros culturais são hoje, antes de qualquer coisa, espaços para o<br />
desenvolvimento da experiência e da educação. Um lugar para se pensar, fazer, discutir,<br />
interagir e aprender através da arte e dos objetos que compõem o seu acervo. O programa<br />
educativo do Museu <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>, no espaço cultural <strong>Oi</strong> <strong>Futuro</strong>, elaborou este<br />
material especialmente para os professores, educadores e responsáveis pelos grupos que<br />
tenham interesse em visitar o museu e aprofundar seus conteúdos, assim como multiplicar<br />
sua abrangência pedagógica.<br />
Mais do que nunca, professores e educadores buscam novas ferramentas de ensino, com<br />
o objetivo de dinamizar suas aulas e trazer outras formas de aquisição do conhecimento<br />
para seus alunos. O museu pode ser uma dessas ferramentas; e o professor/educador, um de<br />
seus mais importantes elos comunicativos. Por isso, elaboramos estes cadernos educativos<br />
que servirão de apoio e aprofundamento de conteúdos do museu e uma forma de dar<br />
continuidade à sua visita e criar desdobramentos futuros, pois é através de vocês que o<br />
Museu <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong> irá se transformar em material de ensino-aprendizagem.<br />
O Museu <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong> é pequeno, se considerarmos seu espaço físico, mas enorme<br />
em termos de conteúdo. É um espaço cultural que não se esgota em uma única visita e pode<br />
ser trabalhado a partir de diversos caminhos. E esta é, justamente, a proposta do museu:<br />
um museu em forma de hipertexto — ou seja, com muitas entra<strong>das</strong> e possibilidades<br />
de “conexões” –, onde você escolhe o que quer ver, tornando-se, ao mesmo tempo,<br />
espectador e protagonista.<br />
O programa educativo identificou quatro principais eixos temáticos que podem ser<br />
trabalhados a partir do museu:<br />
A História <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong> | Traça uma linha do tempo <strong>das</strong> telecomunicações,<br />
apresentando seus principais acontecimentos, inventos, descobertas e personagens.<br />
A Comunicação Humana | Apresenta o desenvolvimento da comunicação humana na<br />
história da humanidade e seus impactos no desenvolvimento <strong>das</strong> sociedades.<br />
Industrialização e Design | Focado na relação do homem e seus objetos, traçando o<br />
desenvolvimento do design no mundo e no Brasil.<br />
Redes e Rizomas | Discute sobre o conceito de redes e rizomas em diversos âmbitos da<br />
sociedade contemporânea, as relações com o hipertexto e a aplicação deste conceito<br />
na educação.<br />
Cada eixo temático pode ser trabalhado separadamente, de acordo com o interesse<br />
do multiplicador e com diferentes objetivos. Ao mesmo tempo, os eixos temáticos se<br />
intercomunicam, ampliando ainda mais as possibilidades de leitura e entra<strong>das</strong> educativas<br />
no museu.<br />
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aos multiplicadores>>>>>>>>><br />
Para cada eixo temático, convidamos um consultor especial que vai contribuir, com sua<br />
visão e experiência profissional, para um melhor entendimento do tema em questão. Os<br />
textos de cada caderno (eixo temático) foram organizados sob a forma de hipertexto, tendo<br />
em vista o objetivo de seguir a mesma linha de pensamento do museu, trabalhando a<br />
idéia de página de internet, redes, rizomas, simultaneidade e convergência, questões tão<br />
presentes em nossa sociedade contemporânea.<br />
“Tudo ao mesmo tempo, agora. Em um único lugar.”<br />
A idéia de hipertextos é trazer informações complementares, glossário de termos e<br />
conceitos, diálogos com o acervo, vídeos e conteúdos do museu, referências bibliográficas e<br />
de pesquisa, sugestões de desdobramentos futuros em sala de aula, tópicos para reflexão e<br />
debate, além de instigações e curiosidades sobre o tema em questão.<br />
O objetivo de separar os conteúdos em eixos temáticos é uma forma de oferecer, ao<br />
multiplicador, uma pesquisa mais aprofundada sobre os principais temas que compõem o<br />
museu e que sirva de apoio para que você possa programar diversas visitas a este espaço,<br />
ao longo do ano e de acordo com os diferentes focos de interesse e objetivos a serem<br />
alcançados. A cada visita, um novo museu se abrirá para o grupo.<br />
É importante que o professor/educador tenha em mente que, apesar deste material<br />
educativo poder ser utilizado por todos os profissionais interessados em trabalhar com<br />
os conteúdos do museu (sejam professores da rede formal de ensino ou de universidades,<br />
educadores e profissionais de projetos sociais, professores de cursos profissionalizantes<br />
e de formação continuada), as adaptações para o perfil, faixa etária e interesse do grupo<br />
ficam a critério do próprio multiplicador responsável.<br />
Além deste material, oferecemos encontros especiais para professores e educadores, em<br />
que apresentamos cada um dos eixos temáticos, discutindo as diferentes possibilidades<br />
de leitura e entra<strong>das</strong> educativas. Esta é uma oportunidade para se discutir não só<br />
com os profissionais do projeto educativo, mas também com outros profissionais que<br />
fizerem parte do grupo, as formas de se trabalhar o museu a partir <strong>das</strong> especificidades e<br />
interesses de cada grupo. Não pretendemos ensinar receitas nem esgotar esses assuntos,<br />
mas sim apontar caminhos possíveis para se elaborar, refletir e debater sobre o mundo<br />
<strong>das</strong> telecomunicações, bem como as formas de conhecê-lo, interpretá-lo e, sobretudo,<br />
compreender a sua essência: promover o encontro com o outro.<br />
Bia Jabor<br />
Coordenação Geral | Programa Educativo<br />
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os dois lados de uma mesma história<br />
Os jornalista Ethevaldo Siqueira e João Fonseca acompanharam, de perto , a história recente <strong>das</strong><br />
<strong>Telecomunicações</strong> no Brasil. Observadores atentos, eles narram – cada um com a sua visão – os<br />
principais fatos políticos e econômicos que levaram o país à liderança latino-americana no setor<br />
líderes e fatos<br />
marcantes da<br />
história <strong>das</strong><br />
telecomunicações<br />
no brasil<br />
EthEvaldo SiquEira<br />
Jornalista, especializado em <strong>Telecomunicações</strong>, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, além de escritor<br />
– autor de dez livros, entre os quais, Três momentos da História <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong> no Brasil.<br />
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O Brasil tem estado presente nos momentos mais significativos do desenvolvimento<br />
<strong>das</strong> telecomunicações no mundo. A começar pela primeira demonstração pública do<br />
telefone, no dia 25 de junho de 1876, na Exposição Universal comemorativa do Centenário<br />
da Independência dos Estados Unidos, num diálogo histórico entre o imperador<br />
Dom Pedro II e o inventor Alexander Graham Bell, perante a comissão científica que<br />
selecionava os melhores inventos da exposição. Culto e respeitado internacionalmente,<br />
o imperador brasileiro mantinha correspondência, havia muitos meses, com dois jovens<br />
inventores: Graham Bell e Thomas Edison, ambos com 29 anos.<br />
A amizade entre Graham Bell e Dom Pedro II possibilitou que o imperador recebesse de<br />
presente e instalasse no Rio de Janeiro o primeiro telefone fora dos Estados Unidos, em<br />
janeiro de 1877, menos de um ano depois de sua visita à Filadélfia.<br />
Merecem destaque, ainda no século XIX, duas outras figuras incomuns de brasileiros<br />
ligados à história <strong>das</strong> telecomunicações: o padre Roberto Landell de Moura e o<br />
humanista Cândido Mariano da Silva Rondon. Landell de Moura foi o exemplo de gênio<br />
incompreendido, à frente de seu tempo. Comprovadamente, fez a primeira transmissão<br />
de sons e sinais através de uma espécie de telégrafo sem fio (1894), de uma torre<br />
na Avenida Paulista e a Colina de Santana, em São Paulo, mais de um ano antes de<br />
Guilherme Marconi, o gênio italiano mundialmente celebrado como inventor do rádio.<br />
Descendente de índios, Rondon se destacou por três contribuições notáveis: a<br />
construção de mais de 6 mil quilômetros de linhas telegráficas, interligando a antiga<br />
capital do país (Rio de Janeiro) à Amazônia, obra que lhe assegurou o título de Patrono<br />
<strong>das</strong> Comunicações no Brasil; a demarcação de mais de 8.500 quilômetros de fronteiras<br />
terrestres no território nacional; e seu trabalho incansável em defesa dos povos<br />
indígenas, coroado pela criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) - hoje, Fundação<br />
Nacional do Índio (Funai).<br />
Outra figura notável foi Edgar Roquette-Pinto, considerado Pai da Radiodifusão no Brasil<br />
e que fundaria, em 1923, na companhia de Henrique Moritze, a primeira emissora de<br />
rádio do país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Isto, menos de três anos depois da<br />
inauguração da primeira emissora do mundo, a KDKA, de Pittsburgh (Estados Unidos), em<br />
1920.<br />
O primeiro grande marco contemporâneo do desenvolvimento do setor é a Lei 4.117,<br />
de agosto de 1962, denominada Código Brasileiro de <strong>Telecomunicações</strong>, por meio<br />
da qual o Brasil redefine seu futuro e fixa, pela primeira vez, uma política para as<br />
telecomunicações. Essa lei é importante porque sela o início da fase institucionalizada<br />
de nossas telecomunicações, criando o Sistema Nacional de <strong>Telecomunicações</strong> e a<br />
Embratel, entre outras medi<strong>das</strong>. Com a ação conjunta dessa empresa e do Ministério <strong>das</strong><br />
Comunicações, criado em 1967, o Brasil inicia o processo de modernização de sua infra-<br />
estrutura setorial.<br />
A reestruturação da telefonia local, no entanto, só viria a ocorrer em 1972, com a criação<br />
da Telebrás, empresa estatal que iria incorporar mais de 900 operadoras, inclusive,<br />
serviços municipais obsoletos e deficitários. Ao longo de seus 25 anos de existência, a<br />
Telebrás, por intermédio de suas 27 subsidiárias, ampliou o número de linhas telefônicas<br />
fixas de 1,8 milhão para 19 milhões, implantou a telefonia celular no país, instalou<br />
cabos submarinos nacionais e internacionais e o sistema de comunicações via satélite<br />
(Brasilsat).<br />
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>
Mas o modelo estatal se esgotou por volta dos anos 1980. Ao ser privatizado em 1998,<br />
o Sistema Telebrás se transformara num conjunto de operadoras sem capacidade de<br />
investimento e com uma oferta de serviços muito aquém <strong>das</strong> necessidades brasileiras.<br />
Mais de 80% <strong>das</strong> linhas telefônicas instala<strong>das</strong> serviam às classes A e B. O sistema era,<br />
portanto, uma instituição estatal, monopolista e elitista.<br />
A partir de 1995, graças à liderança do ex-ministro Sérgio Motta, o Brasil iniciou um<br />
processo de reestruturação setorial, partindo da emenda à Constituição e da elaboração<br />
da Lei Geral de <strong>Telecomunicações</strong>, que possibilitou a criação da Agência Nacional de<br />
<strong>Telecomunicações</strong> (Anatel) e a privatização total do setor.<br />
Os resultados práticos da privatização, de 1998 a 2007, podem ser sintetizados no<br />
investimento de mais de R$ 135 bilhões; na expansão do número de linhas fixas, de 19<br />
milhões para 40 milhões; e de celulares, de 5,2 milhões para os atuais 102 milhões.<br />
O fato pós-privatização mais significativo, do ponto de vista social, foi a inclusão de mais<br />
de 80 milhões de assinantes de telefones fixos e móveis <strong>das</strong> classes C, D e E.<br />
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a saga <strong>das</strong><br />
telecomunicações<br />
brasileiras nos<br />
seus primórdios<br />
João CarloS PinhEiro da FonSECa<br />
Engenheiro de <strong>Telecomunicações</strong> e jornalista. Chefiou a equipe de engenheiros brasileiros<br />
que colocou (1962) o país dentre os cinco primeiros na comunicação via satélite, no mundo.<br />
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Adaptação do artigo publicado pelo autor, em 2004, na Telebrasil.<br />
Em termos longos, as telecomunicações no Brasil evoluíram no decorrer de três<br />
grandes ciclos: o Império, com suas concessões; a estatização, com a nacionalização;<br />
e a privatização, com a globalização. O ciclo do Império durou quase um século, entre<br />
meados do XIX e XX. A estatização deu-se entre os anos 1960 até o final do século XX. E o<br />
ciclo da privatização nasceu no apagar <strong>das</strong> luzes do século passado, adentrando o atual.<br />
Cada um desses ciclos encontrou uma maneira própria de explorar os serviços de<br />
comunicação e de montar e expandir a infra-estrutura necessária. Tanto no Império como<br />
na República, foram outorga<strong>das</strong> concessões de longo curso ao capital externo, detentor<br />
<strong>das</strong> novas tecnologias. No ciclo seguinte e numa reação, o Estado - sob a égide militar<br />
- chamou para si a exploração do serviço, dentro da estratégia de desenvolvimento<br />
e segurança nacional. Finalmente, no ciclo mais recente da privatização, o Estado,<br />
endividado, abriu mão dessa exploração direta, procurando atrair capitais privados,<br />
internos e externos.<br />
A passagem de um ciclo para outro não se deu de forma abrupta. Do primeiro<br />
para o segundo, ou seja, do regime <strong>das</strong> concessões do Império e da República para<br />
o da estatização sob inspiração militar, a transição ocorreu em pouco mais de<br />
dez anos. Balizaram esta primeira transição a instituição do Código Brasileiro de<br />
<strong>Telecomunicações</strong>, em 1962, e a não-renovação da concessão da Western (a última a não<br />
ser renovada), em 1973.<br />
Na segunda transição - do estágio da estatização para o da privatização -, o embrião<br />
remoto foi o impensável desmembramento do monopólio da AT&T, nos Estados Unidos<br />
(1982). No Brasil, a idéia da privatização seria percutida com críticas sobre a limitada<br />
capacidade de investimentos do Estado e a pobre densidade telefônica no país.<br />
O movimento culminaria com a emenda número 8, de 1995, que derrubou o monopólio<br />
estatal garantido pela Constituição Federal. Finalmente, a transição eclodiria com a<br />
venda em leilão (1998), do Sistema Telebrás, por US$ 22 bilhões, dentro do Programa<br />
Nacional de Desestatização, de Collor de Mello (1990); e da Lei 9.491 (1997), de Fernando<br />
Henrique Cardoso.<br />
A saga de concessões, monopólio e privatização não foi um fenômeno exclusivamente<br />
brasileiro. O país acompanhou, ainda que com retardo próprio da periferia, a<br />
movimentação do que aconteceu nos países centrais, impulsionados pelos vetores da<br />
tecnologia, da acumulação de recursos e da geopolítica.<br />
No Império, as telecomunicações sairiam da curiosidade científica para o mundo da<br />
realidade, com a implantação da telegrafia como negócio. O Palácio Imperial, no Rio<br />
de Janeiro, seria então ligado por telégrafo (1852) ao quartel de São Cristóvão e, três<br />
anos mais tarde, ao Palácio de Petrópolis. Nesse estágio, os ingleses — que detinham<br />
a tecnologia eletromecânica necessária – reinavam na telegrafia e ficaram com poder<br />
político de fato, ao interligarem as capitais costeiras do país ao restante do mundo. A<br />
Western inglesa ganharia do imperador, em 1873, uma concessão de 99 anos para cabos<br />
telegráficos submarinos, que iria perdurar bem além do final do Império (1899).<br />
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>11
12<br />
Com o advento da República, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, em 1894,<br />
estenderia linhas telegráficas até o Acre, ao mesmo tempo em que administraria o<br />
território desbravado. Nos Estados Unidos, o telégrafo entre Baltimore e Washington<br />
data de 1844.<br />
Depois da Primeira Guerra Mundial, os norte-americanos passariam a disputar com a<br />
Inglaterra a telegrafia. No Brasil, desde 1917, o telégrafo nacional pertencia à União,<br />
porém, sem monopólio. Além da Western, foram outorga<strong>das</strong> concessões para duas<br />
outras empresas: All America e Italcable. A disputa entre a norte-americana All America<br />
e a inglesa Western tornou-se ferrenha. Nos anos 1920, surgiria como novo agente a<br />
radiotelegrafia, com concessões para a Sudam, Radiobrás (RCA) e Radional (ITT).<br />
E a telefonia? Graham Bell patenteou seu aparelho em 1876, deixando extasiado Dom<br />
Pedro II na Exposição da Filadélfia. Em 1878, uma ligação no Rio de Janeiro conectaria<br />
uma loja comercial ao Corpo de Bombeiros. O telefone passaria, então, a ser competência<br />
do Governo Imperial. Em 1880, foi criada a Brazilian Telephone Co. no país, ao passo<br />
que, nos Estados Unidos nascia a AT&T. Dez anos depois de instaurada a República, a<br />
Brasilianische Eletricitats Gesellschaft, com tecnologia alemã da Siemens & Halske,<br />
ganhava trinta anos de concessão para explorar a telefonia.<br />
A Rio Telephone Co., Light & Power alcançou o ano de 1907 com 11 mil terminais. No<br />
início dos anos 1940, o Brasil teria cerca de 300 mil terminais, enquanto que a cidade de<br />
Londres possuía 717 mil. O Decreto-Lei de 21 de novembro de 1932 liberava a propaganda<br />
comercial no rádio e a Constituição de 1946 atribuía a concessão dos serviços de<br />
telecomunicação à União.<br />
No começo da década de 1960, 80% <strong>das</strong> comunicações do país estavam nas mãos da<br />
canadense Companhia Telefônica Brasileira (CTB), no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito<br />
Santo e Minas Gerais; e com a norte-americana Cia. Telefônica Nacional, da ITT, no Paraná<br />
e Rio Grande do Sul. Havia um grupo privado, em Pernambuco, além de outras 800<br />
pequenas operadoras de telefonia. Em 1954, nascia em Uberlândia (MG) a Companhia<br />
Telefônica do Brasil Central. Salvo poucas exceções, todo o material técnico era<br />
importado.<br />
A intervenção federal, em 1962, na CTB, se daria em virtude da baixa qualidade dos<br />
serviços, nascendo a Cetel, para operar na periferia do Rio de Janeiro. Já no sul do país, o<br />
governador gaúcho Leonel Brizola encamparia a CTN. Tarifas congela<strong>das</strong> tinham zerado o<br />
investimento e o serviço da operadora era péssimo.<br />
Nos serviços de longa distância, a CTB mantinha microon<strong>das</strong> na Região Sudeste, ao<br />
passo que a Radional (ITT) e a Radiobrás (RCA) operavam rádio de on<strong>das</strong> curtas. Para se<br />
fazer uma ligação entre as capitais, era preciso entrar numa fila, por vezes, com dias de<br />
antecedência. A telegrafia era conduzida pela Western e pelo Departamento de Correios<br />
e Telégrafos (DCT), ambos com tecnologia obsoleta. A operosa Western, no entanto,<br />
suplantaria a sua rival estatal.<br />
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Decidiam sobre as telecomunicações, na época – como a vital fixação de tarifas<br />
e o político assunto da radiodifusão e da outorga de concessões –, as áreas de<br />
competência da Presidência da República, do Ministério da Viação e Obras Públicas<br />
(MVOP), da Comissão Técnica de Rádio e do próprio DCT. O lobby da área privada sobre<br />
o poder concedente era essencial. As empresas menores tinham, igualmente, menos<br />
possibilidade de exercê-lo, quando compara<strong>das</strong> aos competentíssimos exércitos de<br />
advogados, economistas e relações públicas <strong>das</strong> grandes concessionárias, como a CTB.<br />
O Código Brasileiro de <strong>Telecomunicações</strong> (Lei nº 4.117), de inspiração do Estado Maior<br />
<strong>das</strong> Forças Arma<strong>das</strong>, após longo período de discussão parlamentar e da sociedade<br />
– esta, havia descoberto a força política da radiodifusão –, seria finalmente aprovado a<br />
27 de agosto de 1962. Com o Código, vão surgir o Contel, a Embratel (1965), a compra da<br />
CTB (1966), o Minicom (1967) e a Telebrás (1972). O Código foi regulamentado em 1963 e<br />
perduraria até julho de 1997, quando foi criada a Lei Geral <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong> (LGT)<br />
que privatizou o sistema. Mas isto já seria outra história.<br />
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>13
história <strong>das</strong><br />
telecomunicações<br />
adriana FontES<br />
Arte Educadora com especialização em História da Arte e da Arquitetura no Brasil pela PUC-RJ<br />
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As telecomunicações vêm, ao longo de um<br />
século e meio, transformando o cotidiano <strong>das</strong><br />
pessoas no mundo inteiro; construindo novas<br />
formas de comunicação; propondo diferentes<br />
tipos de contato e acesso às informações.<br />
As relações entre fatos, história,<br />
conhecimento, pessoas e nações se modificam<br />
e se integram em uma nova possibilidade de<br />
troca. Surge um novo mundo onde, através<br />
<strong>das</strong> telecomunicações, as distâncias e o<br />
tempo diminuem, o conhecimento se amplia<br />
e a comunicação se integra ao cotidiano <strong>das</strong><br />
pessoas sob as mais diversas formas.<br />
Convido vocês, agora, a uma fascinante viagem no tempo, em busca da História <strong>das</strong><br />
<strong>Telecomunicações</strong>. O início do nosso percurso se dá em 1844, quando Samuel Morse<br />
inventa o telégrafo, aparelho que inaugura as telecomunicações no mundo. A primeira<br />
demonstração pública do invento aconteceria a 24 de maio desse mesmo ano, quando<br />
seria transmitida de Baltimore a Washington, DC (EUA) a frase: “What hath God wrought”<br />
[Eis o que Deus realizou]. Para enviar mensagens, eram utilizados um ímã, um cabo e um<br />
interruptor. De acordo com a passagem de sinais elétricos, surgiam pontos, traços ou<br />
espaços, que é a base do alfabeto Morse. A expansão do telégrafo foi muito rápida: no<br />
final do século XIX, o código Morse já se internacionalizara e era utilizado em diversos<br />
países, sendo ainda hoje usado com o mesmo alfabeto!<br />
As novas on<strong>das</strong> de invenções foram se sucedendo, umas às outras, até os nossos dias.<br />
Porém, naquele momento surgia uma fascinante descoberta: a possibilidade de um<br />
instrumento utilizar o sentido auditivo para se comunicar!<br />
Era a voz humana que, em 1876,<br />
começava a se deslocar através<br />
de fios. Uma nova comunicação a<br />
distância surgia, graças ao telefone<br />
de Graham Bell. Alguns historiadores<br />
consideram Bell apenas como a<br />
pessoa que obteve o registro da<br />
patente do telefone e que seu mérito<br />
seria o de ter aperfeiçoado o invento<br />
de outro pesquisador. Este, seria um<br />
professor de Física, o alemão Philipp<br />
Reis, que teria dado os primeiros<br />
passos na descoberta do telefone<br />
que, posteriormente, Bell pesquisou<br />
e aprimorou. Philipp Reis, em 1861, fez uma ligação com fios metálicos, unindo o pátio do<br />
Instituto de Educação Garnier, nos arredores de Frankfurt, à sua residência. Por aqueles<br />
fios passaram os primeiros ruídos, na história <strong>das</strong> telecomunicações, provocados pela<br />
voz humana.<br />
Telefone patenteado por Graham Bell<br />
SAMUEl MORSE (vídeo 4)<br />
O pintor e inventor Samuel Morse<br />
nasceu em Charlestown, Massachusetts<br />
(EUA), em 1791. Filho de pastor<br />
protestante, aos 14 anos entrou para<br />
a Universidade de Yale, onde foram<br />
definidos seus maiores dons: a pintura<br />
e a eletricidade. A arte foi seu primeiro<br />
>15<br />
experimento e, como pintor e desenhista,<br />
enfrentou grandes dificuldades,<br />
vivendo altos e baixos financeiros até<br />
que alcançasse o sucesso como pintor<br />
e vislumbrasse, então, o início de sua<br />
fortuna, por volta de 1827. Realizou muitas<br />
conferências; fundou a Academia Nacional<br />
de Desenho, da qual foi o primeiro<br />
presidente; introduziu o processo<br />
de impressão Daguerre, nos Estados<br />
Unidos. Com to<strong>das</strong> essas atividades, foi<br />
acumulando o dinheiro que mais tarde<br />
lhe garantiria desenvolver sua célebre<br />
invenção.<br />
Entretanto, o pintor Morse, durante<br />
todo esse tempo, devido à curiosidade<br />
científica, migrava constantemente seus<br />
interesses para as pesquisas da Física<br />
(chegou a inventar uma bomba à pressão,<br />
adaptada para serviços de combate a<br />
incêndios). A partir de 1829, empenhou-se<br />
na tarefa de realizar a transmissão de<br />
palavras a distância, o que transformou<br />
totalmente sua vida e o fez persistir,<br />
durante 12 anos, em seu trabalho como<br />
inventor. Para tanto, precisou vender tudo<br />
o que tinha, executou retratos, aceitou<br />
o cargo de professor de História da Arte<br />
e de Desenho na Universidade de Nova<br />
York e passou a se dedicar unicamente à<br />
sua pesquisa.<br />
Em 24 de janeiro de 1838, fez uma<br />
demonstração de seu invento na<br />
Universidade de Nova York, transmitindo<br />
sua primeira mensagem: “Atenção,<br />
Universo!” Em fevereiro do mesmo<br />
ano, repetiu-a diante do Congresso,<br />
onde recebeu um frio acolhimento. Na<br />
Europa, o desinteresse foi idêntico. Dois<br />
inventores, Wheatstone e Cooke, já<br />
haviam criado qualquer coisa semelhante<br />
na Inglaterra.<br />
De volta à América, estava reduzido à<br />
miséria. Somente em 1843, iria obter<br />
o primeiro levantamento de verba do<br />
Congresso; e a 24 de maio de 1844, era<br />
inaugurada a primeira linha experimental,<br />
entre Washington e Baltimore (64<br />
quilômetros de distância), com a<br />
transmissão e recepção da frase: “What hath<br />
God wrought” (Eis o que Deus realizou).<br />
linha do tempo: 1858<br />
Em 5 de agosto o primeiro cabo<br />
telegráfico transatlântico é inaugurado,<br />
mas a comunicação é interrompida 26<br />
dias depois por excesso de voltagem.<br />
linha do tempo: 1874-1876<br />
O Brasil inaugura seu primeiro cabo<br />
telegráfico submarino, cruzando o Atlântico<br />
Sul e ligando a América do Sul à Europa.<br />
Idealizado por Mauá, sua construção<br />
aproximou o Brasil do resto do mundo.<br />
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16<br />
O professor Elisha Gray, de Chicago<br />
(EUA), pesquisava a invenção do<br />
telefone ao mesmo tempo que Graham<br />
Bell, com projeto muito semelhante.<br />
Sem que ambos soubessem <strong>das</strong><br />
pesquisas um do outro, Gray descobre<br />
um meio de, através dos fios elétricos,<br />
transmitir os sons de um piano<br />
para a sala de um concerto, numa<br />
distância de 2,4 milhas. O aparelho<br />
inventado por Gray, que ele chamou de<br />
telephonio, era dividido em três partes:<br />
um instrumento que transmitia os<br />
sons, os fios condutores e o aparelho<br />
que recebia os sons transmitidos. O<br />
professor tinha todos os méritos para<br />
conseguir a patente da invenção, pois<br />
nos anos de 1874 e 1875 seus princípios<br />
e projetos eram até melhores que os de<br />
Bell, mas estudiosos acreditam que lhe<br />
faltou um pouco mais de persistência,<br />
sorte e um modelista talentoso como<br />
Thomas Watson.<br />
O imperador Pedro de Alcântara,<br />
da Casa de Bragança (Dom Pedro II,<br />
do Brasil), filho de Dom Pedro I e da<br />
imperatriz Leopoldine Von Habsburg,<br />
nasceu em 1825 e faleceu em 1891.<br />
Detentor de vasta cultura, viajava<br />
muito e mantinha contatos com<br />
diversas entidades de ensino e pesquisa<br />
no mundo inteiro. Sua curiosidade<br />
e atitude, diante <strong>das</strong> mais recentes<br />
invenções tecnológicas de seu tempo,<br />
transformaram-no em um monarca<br />
com grande poder incentivador <strong>das</strong><br />
novas tecnologias e responsável pela<br />
visionária implantação do sistema<br />
telefônico brasileiro. No dia 15 de<br />
novembro de 1879, autorizaria a<br />
primeira concessão para a exploração<br />
dos serviços telefônicos, em favor da<br />
Bell Telephone Company, inaugurando<br />
um novo Brasil voltado para o<br />
mundo. Foi uma figura fundamental<br />
para a inclusão do país no universo<br />
<strong>das</strong> telecomunicações e <strong>das</strong> novas<br />
descobertas científicas.<br />
Alexander Graham Bell<br />
(Ver vídeo: Telefone, a revolução de Graham Bell)<br />
Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo, Escócia,<br />
a 3 de março de 1847 e foi uma grande personalidade<br />
do século <strong>das</strong> invenções. Devido ao seu espírito criador,<br />
além de desenvolver o telefone e ser profundo estudioso<br />
sobre surdos-mudos, era professor do método de ensino<br />
de surdos desenvolvido por seu pai; pesquisou, criou e<br />
aprimorou muitas invenções, em varia<strong>das</strong> áreas de atu-<br />
ação. Inventou o disco de cera ou plástico, para gravação sonora, aprimorando o fonógrafo.<br />
Criou as primeiras son<strong>das</strong> tubulares para exames médicos. Construiu o “colete a vácuo”, uma<br />
forma primitiva de pulmão-de-aço. Desenvolveu um sistema de localização de icebergs. Foi<br />
um dos precursores na descoberta do raio laser. Inventou o fotofone, sistema de mensagens<br />
por meio de raios luminosos. Construiu os barcos mais velozes de seu tempo e, até mesmo,<br />
descobriu e classificou uma curiosa raça de carneiros.<br />
O princípio era o mesmo que funcionou até meados do século XX, ou seja, transmitir<br />
primeiro as on<strong>das</strong> acústicas em oscilações elétricas, passando-as para um fio e, depois,<br />
transformando-as de novo em on<strong>das</strong> sonoras, do outro lado da linha.<br />
Embora sempre exista, na história, considerações e especulações acerca da origem dos<br />
fatos – como nas grandes descobertas científicas –, Graham Bell foi, sem dúvida, uma <strong>das</strong><br />
figuras mais importantes do século XIX, o século <strong>das</strong> invenções.<br />
“Inventor é um homem que olha para o mundo em torno de si e não fica satisfeito com<br />
as coisas como são. Quer melhorar tudo o que vê e aperfeiçoar o mundo. É perseguido<br />
por uma idéia, possuído pelo espírito da invenção e não descansa enquanto não<br />
materializa seus projetos.” (Graham Bell)<br />
Em suas pesquisas sobre o projeto de transmissão da voz humana através de fios,<br />
convidou Thomas Watson, conhecido técnico e profundo conhecedor da eletricidade,<br />
para ajudá-lo em seus experimentos. Watson, com sua habilidade de modelista, criou<br />
dois aparelhos idênticos: um, para ser usado como transmissor; o outro, como receptor,<br />
utilizando membrana de couro com placa metálica, bobina, núcleo de ferro etc. Certa<br />
noite, quando ambos trabalhavam em seus laboratórios, acidentalmente ocorreu<br />
um curto-circuito nas lâminas de aço. O som da vibração foi transmitido para o outro<br />
aparelho, na sala vizinha onde estava Bell, que imediatamente gritou: “Watson, o que foi<br />
isso? Não mexa em nada! Deixe-me ver!” E assim, foi descoberto o princípio transmissor<br />
que Watson, em fevereiro de 1876, daria entrada com o pedido de registro. Porém,<br />
somente a 7 de março sairia a patente da invenção em nome de Bell e Watson, após uma<br />
longa demanda judicial com Elisha Gray, que havia entrado com o mesmo pedido, no<br />
mesmo dia, algumas horas antes.<br />
Entretanto, a primazia de Graham Bell torna-se historicamente indiscutível quando,<br />
no dia 10 de março de 1876, um outro acidente marca definitivamente o nascimento<br />
do telefone. Bell, ao limpar a bateria durante uma experiência, quando os aparelhos<br />
estavam ligados na sala dele e de Watson, sem querer derrubou um pouco de ácido na<br />
roupa e, ao lhe pedir ajuda, o colega o escutou límpida e surpreendentemente do outro<br />
lado da linha, em sua sala.<br />
Outra figura singular do século XIX foi nosso imperador Dom Pedro II, pelo espírito<br />
inovador, humanista e constantemente interessado nas ciências e em recentes<br />
invenções tecnológicas que surgiriam naquela época. Devido à sua extrema<br />
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curiosidade, viajava muito – até mesmo para países exóticos –, além de freqüentar os<br />
mais importantes eventos mundo afora, como as grandes exposições internacionais,<br />
nas quais eram apresenta<strong>das</strong> as últimas descobertas em áreas totalmente diversas.<br />
Em 25 de junho de 1876, durante a Exposição Universal, comemorativa do primeiro<br />
centenário da independência dos Estados Unidos, na Filadélfia, Dom Pedro II foi<br />
convidado por Alexander Graham Bell para conhecer o aparelho elétrico chamado de<br />
“máquina falante”. Nessa apresentação Bell, em uma <strong>das</strong> extremidades do fio, e Dom<br />
Pedro na outra, a uma distância de 150 metros, pronunciou a seguinte frase: “To be or<br />
not to be!” Surpreendendo a todos os presentes, o imperador exclamou: “My God, it<br />
talks!” [Meu Deus, isto fala!] Essa foi a primeira ligação telefônica realizada em público,<br />
tendo nosso monarca como interlocutor e testemunha da admirável descoberta. A<br />
credibilidade desse diálogo consagrou a invenção do telefone, em uma exposição onde<br />
a maior expectativa se concentrava na máquina de fazer pipoca!<br />
Nesse mesmo ano, Graham Bell – que antes da exposição internacional já compartilhava<br />
com nosso monarca o interesse nos estudos dos surdos-mudos – presenteou Dom Pedro<br />
II com dois aparelhos telefônicos, que passaram a ser utilizados entre o Palácio de São<br />
Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, e o Palácio da Rua Primeiro de Março, o Paço Imperial.<br />
Curiosa e ironicamente, nesse mesmo ano, um homem era detido em Nova York acusado<br />
de extorquir ignorantes e supersticiosos. Exibia um aparelho que, segundo ele afirmava,<br />
podia transmitir a voz humana a qualquer distância, por meio de fios metálicos, até a<br />
outra extremidade da linha. Assim, podemos perceber que o telefone de Graham Bell,<br />
um ano depois de sua grande descoberta, ainda era considerado uma brincadeira – e seu<br />
inventor, um excêntrico.<br />
Na Itália, já passados uns dez anos da criação do telefone, Guglielmo Marconi iniciaria<br />
suas pesquisas com as experiências do físico Hertz, que descobrira a possibilidade<br />
de transmitir a eletricidade entre dois pontos, sem o uso de fios. De forma obstinada,<br />
Marconi dedicou-se a provar que o telégrafo sem fios era possível e, em 1901, comprova<br />
sua teoria: a radiotelegrafia transmite os três pontos que simbolizavam a letra “S” do<br />
código Morse, sem o auxílio de cabos.<br />
Em plena era <strong>das</strong> invenções, as pesquisas e descobertas tinham pouca visibilidade.<br />
Num mundo em que os meios de comunicação ainda permaneciam atrelados ao cavalo<br />
ou dependiam dos navios a vapor e dos poucos trens que circulavam entre pequenas<br />
distâncias, anos se passavam sem que as novidades chegassem ao grande público.<br />
Muitas vezes, as descobertas de alguns eram efetivamente paten- tea<strong>das</strong> por outros,<br />
até mesmo anos depois. Esse foi o caso do padre gaúcho Roberto landell de Moura,<br />
grande conhecedor da eletricidade, mas que vivia em um país ainda distante dos méritos<br />
públicos para seus inventores. Entre 1893 e 1894, o cientista concluiu experiências tão<br />
avança<strong>das</strong> quanto as que Marconi realizaria somente dois anos depois. Hoje em dia,<br />
através de seus desenhos e esquemas, fica comprovado que é dele a invenção da válvula<br />
de três pólos (triodo), com a qual era possível modular uma corrente elétrica e transmiti-<br />
la, sem fios, a longas distâncias. Porém, é atribuída ao engenheiro norte-americano Lee<br />
De Forest a invenção que possibilitou, ao longo do século XX, as transmissões de rádio,<br />
telefonia de longa distância, televisão, áudio de alta-fidelidade, comunicações em on<strong>das</strong><br />
curtas e microon<strong>das</strong>.<br />
A vida do padre Landell, como cientista e religioso, tornou-se insustentável no Brasil,<br />
devido à incompreensão da grande maioria que o considerava um lunático, bruxo e<br />
diabólico. Em 1901, ele arquivou no Serviço de Patentes dos Estados Unidos – para<br />
onde se mudara – três inventos originais: um transmissor de on<strong>das</strong>, um tipo especial de<br />
>1<br />
GUGLIELMO MARCONI, físico e inventor<br />
da radiotelegrafia, nasceu em Bolonha,<br />
Itália, no dia 25 de abril de 1874. Suas<br />
pesquisas derrubaram a teoria de que<br />
a telegrafia sem fio estaria limitada<br />
a pequenas distâncias, por causa da<br />
curvatura da Terra. Ganhou o Nobel<br />
de Física, em 1909. E curiosamente,<br />
foi o responsável pela iluminação do<br />
Cristo Redentor, através de um sinal<br />
enviado por rádio, de uma central em<br />
Roma ao Rio de Janeiro, no dia de sua<br />
inauguração em 1931. Faleceu no dia 19<br />
de julho de 1937 em Roma, Itália.<br />
Padre Roberto Landell de Moura HOJE:<br />
“É impressionante como esse<br />
homem vivia adiante de sua época.<br />
Há afirmações, em suas patentes,<br />
relaciona<strong>das</strong> com o moderno sistema de<br />
microon<strong>das</strong>. É uma combinação exata<br />
da rede de telefonia – que já era bem<br />
desenvolvida no final do século passado<br />
– com as on<strong>das</strong> hertzianas, o que é<br />
completamente original.”<br />
(Nilo Ruschel e Homero Simon,<br />
professores do Departamento de<br />
Engenharia da PUC)<br />
SIQUEIRA, Ethevaldo. Três momentos<br />
da História <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>. São<br />
Paulo: Dezembro Editorial, 1999<br />
linha do tempo: 1893<br />
O padre Landell de Moura realiza, em<br />
São Paulo, as primeiras transmissões<br />
da voz humana em telefonia sem fio,<br />
no mundo.<br />
linha do tempo: 1895<br />
É feita a primeira experiência de rádio,<br />
pelo italiano Guglielmo Marconi, e um<br />
ano depois ele obtém a patente de sua<br />
invenção.<br />
linha do tempo: 1900<br />
O dirigível Zeppelin faz seu primeiro vôo<br />
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1<br />
SIQUEIRA, Ethevaldo: Três momentos da<br />
História <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>. São<br />
Paulo: Dezembro editorial, 1999. pg 37.<br />
MAREChAL RONDON, considerado<br />
Patrono <strong>das</strong> Comunicações, por seu<br />
trabalho pioneiro de construir 4.502<br />
quilômetros de linhas telegráficas<br />
no oeste do Brasil, conectando Rio<br />
de Janeiro e São Paulo à Amazônia.<br />
Por isso, na data de seu nascimento<br />
é comemorado o Dia Nacional <strong>das</strong><br />
Comunicações.<br />
>>> resenet.com.br/marechalrondon.htm<br />
linha do tempo: 1865<br />
Início da Guerra Brasil - Paraguai<br />
linha do tempo: 1906<br />
Santos Dumont realiza o primeiro vôo<br />
em um aparelho mais pesado que o ar,<br />
o 14-Bis.<br />
Em 1956, a Conferência Nacional do<br />
Trabalho, realizada em Genebra, aprovou<br />
o modelo brasileiro de proteção aos<br />
índios, elaborado pelo Marechal Rondon,<br />
como padrão mundial.<br />
o telefone no brasil<br />
www.sobresites.com/telefonia/<br />
historiadotelefone.htm<br />
www.museudotelefone.org.br/<br />
www.bricabrac.com.br/fset_telefone.htm<br />
www.anatel.gov.br/biblioteca/<br />
publicacao/museu_telefone/<br />
apresentacao.asp<br />
linha do tempo: 1877<br />
O fonógrafo e a lâmpada incandescente<br />
são criados por Thomas Edison.<br />
linha do tempo: 1878<br />
Surge a profissão de telefonista,<br />
inicialmente composta por rapazes,<br />
na primeira central telefônica<br />
– uma mesa com oito linhas para 21<br />
assinantes –, em Connecticut (EUA).<br />
Porém, ao final desse mesmo ano, eles<br />
foram substituídos por moças, que<br />
atendiam mais satisfatoriamente aos<br />
requisitos exigidos pela profissão: voz<br />
e paciência, que somente as mulheres<br />
poderiam oferecer. Assim, a profissão de<br />
telefonista já ao nascer tornou-se, quase<br />
que imediatamente, mais direcionada ao<br />
sexo feminino.<br />
telégrafo sem fios e um modelo pioneiro de telefone sem fio. De volta ao Brasil, alguns<br />
anos depois, não encontrou apoio para demonstrar sua experiência com navios da<br />
Marinha de Guerra, no Rio de Janeiro. O pedido foi arquivado, com o seguinte parecer:<br />
“A Marinha tem coisas mais importantes a fazer, do que se submeter a experiências de<br />
padres malucos.” Dessa forma, a genialidade do pioneiro padre não só foi repudiada,<br />
como também incompreendida por seus contemporrâneos, até o século XX.<br />
Outro grande personagem <strong>das</strong> telecomunicações no país foi Cândido Mariano da Silva<br />
Rondon, o Marechal Rondon. Nascido em Cuiabá a 5 de maio de 1865, era descendente<br />
de índios por parte dos bisavós (maternos e paternos), e ainda muito jovem entrou<br />
para o Exército brasileiro. No Rio de Janeiro, formou-se em Ciências Físicas e Naturais<br />
e em Matemática, sendo convocado, em 1890, para trabalhar na construção da linha<br />
telegráfica que uniria Goiás a Mato Grosso. Em 1900, encarregado de construir 1.800<br />
quilômetros de linhas telegráficas, interligaria as localidades de Cuiabá, Aquidauana,<br />
Porto Murtinho e Cáceres; e, mais tarde, a linha entre Cuiabá e o Acre, atravessando 1.700<br />
quilômetros de Floresta Amazônica. Sendo Rondon, além de humanista, descendente<br />
de índios, na imensidão <strong>das</strong> nossas terras, ao construir linhas telegráficas num país<br />
onde ainda não havia regras de conduta que respeitassem os diferentes povos da<br />
floresta, procurou pacificar e valorizar a existência desses habitantes nos territórios<br />
que desbravava. Com esse intuito, fundou em 1910 o Serviço de Proteção aos Índios,<br />
tornando-se o primeiro diretor, mas nunca abandonando a função de construir linhas<br />
telegráficas pelo Brasil adentro.<br />
A história <strong>das</strong> telecomunicações no Brasil é um caminho povoado de contradições. Por<br />
um lado, tivemos um imperador visionário, que incentivou a pesquisa e a descoberta<br />
de tecnologias muito avança<strong>das</strong> para a época, como o próprio aparelho de Graham<br />
Bell instalado em sua residência. Em contrapartida, não valorizávamos nossas<br />
próprias desco-bertas, condenando ao ostracismo inventores como o cientista e padre<br />
Roberto Landell de Moura. Nesse mesmo ritmo contraditório, avançamos o século XX<br />
percorrendo altos e baixos no processo de desenvolvimento <strong>das</strong> telecomunicações e, por<br />
conseguinte, da telefonia nacional. Apesar de haver, desde 1877, um par de telefones que<br />
comunicavam o Palácio de São Cristóvão ao Paço Imperial, somente dois anos depois foi<br />
feita a primeira concessão para o estabelecimento de uma linha telefônica no<br />
Rio de Janeiro.<br />
Entre 1879 e 1890, as concessões <strong>das</strong> linhas telefônicas, em qualquer ponto do Brasil,<br />
eram feitas pelo Governo Imperial e, mais tarde, pelo Governo Provisório. Somente a<br />
24 de fevereiro de 1891, depois da Proclamação da República, os serviços telefônicos<br />
foram completamente modificados e divididos em municipal, intermunicipal, estadual,<br />
interestadual e federal. No início, não havia números: um aparelho era conectado<br />
apenas a um outro. Tempos depois surgiriam as centrais com mesas telefônicas, que<br />
por possuírem várias linhas e assinantes, permitiam o acesso a diversos nomes a partir<br />
de um mesmo aparelho. Porém, era necessário o auxílio da telefonista, que conectava o<br />
cordão ao ponto de quem chamava, ouvia seu pedido e fazia a ligação com o número (ou<br />
nome), girava a manivela, o telefone tocava no outro lado da linha e, finalmente,<br />
podia-se falar!<br />
Nas primeiras déca<strong>das</strong> do século XX, o processo de desenvolvimento caminhava em<br />
plena ascensão, apresentando uma rápida expansão da telefonia brasileira que, então,<br />
ultrapassava 160 mil aparelhos instalados em todo o país. Todavia, continuavam os<br />
problemas técnicos a serem resolvidos, junto às crescentes deman<strong>das</strong> de assinantes e,<br />
conseqüentemente, de uma maior quantidade de cabos, além de postes mais altos<br />
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Era um tempo de pouca privacidade. As telefonistas, cerca<strong>das</strong> de cordões, acompanhavam cada conversa e, ao final,<br />
desligavam o circuito. Cada telefonista atendia, no máximo, 200 assinantes. (Extraído do vídeo Telefonistas e muitas histórias.)<br />
para sustentá-los. Assim, o desenvolvimento da telefonia, para cumprir com essas novas<br />
deman<strong>das</strong> e o avanço da tecnologia, culminou na construção de dutos sob a terra,<br />
recebendo os novos cabos – agora, subterrâneos.<br />
Durante quase um século, a comunicação elétrica foi transportada através de milhares<br />
de pares de fios, em tubos de chumbo que atravessavam o subsolo <strong>das</strong> cidades.<br />
Tecnicamente, essas transmissões foram se aperfeiçoando e os tubos de chumbo sendo<br />
substituídos pelo uso de cabos coaxiais. Estes, eram feitos de cobre e transportavam, no<br />
seu interior, os canais de voz. Mais tarde, surgiram as fibras ópticas, que revolucionaram<br />
a comunicação eletrônica, acelerando ainda mais a velocidade <strong>das</strong> ligações. As primeiras,<br />
foram produzi<strong>das</strong> pelos japoneses em 1969 e, na década seguinte, já eram usa<strong>das</strong> nos<br />
Estados Unidos, chegando ao Brasil apenas em 1984. Hoje em dia, as fibras ópticas<br />
cortam as cidades e atravessam oceanos, permitindo a multiplicação do número de<br />
chama<strong>das</strong> telefônicas, o envio de vídeos e mensagens eletrônicas, numa velocidade<br />
jamais imaginada pelos pioneiros <strong>das</strong> telecomunicações.<br />
Entretanto, durante o período que vai de 1920 a 1960, o desenvolvimento <strong>das</strong><br />
telecomunicações prosseguiu em ritmo lento. A estagnação da infra-estrutura para os<br />
serviços de telefonia, telex, telegrafia, comunicações internacionais e radiocomunicação<br />
revelavam uma precariedade insustentável. A Companhia Telefônica Brasileira (CTB),<br />
devido à deficiência de seus serviços, viria a sofrer intervenção do Governo João<br />
Goulart no início da década de 1960. Somente depois da criação do Código Brasileiro<br />
<strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>, em 1962, quando o país formularia uma política nacional<br />
para o setor, é que começaríamos a nos recuperar do atraso. Em 1969, era inaugurada<br />
a primeira estação de comunicação via satélite; em 1971, surgia a primeira central<br />
internacional semi-automática do país; e quatro anos depois, o serviço de discagem<br />
direta internacional (DDI).<br />
Em um país praticamente mudo na área de telefonia, a institucionalização dos nossos<br />
meios de comunicação promoveu a modernização e estruturação do sistema. Para<br />
isso, passamos a contar com o Conselho Nacional de <strong>Telecomunicações</strong> (Contel)<br />
– que funcionava como órgão executivo e regulador, até a criação do Ministério <strong>das</strong><br />
Comunicações – e a Empresa Brasileira de <strong>Telecomunicações</strong> (Embratel), responsável pela<br />
implantação do sistema básico (conjunto de troncos de microon<strong>das</strong> de longa distância)<br />
e pelas comunicações internacionais. A Embratel foi criada em setembro de 1965, para<br />
O primeiro telefone do Rio Janeiro<br />
foi instalado na casa comercial O<br />
Grande Mágico, que vendia novidades<br />
>19<br />
mecânicas e aparelhos elétricos, no Beco<br />
do Desvio (hoje, Rua do Ouvidor). No<br />
início, esse aparelho ligava a loja com o<br />
quartel do Corpo de Bombeiros; depois,<br />
com a Chefia de Polícia; e mais tarde,<br />
com o Jornal do Commercio. A Chefia<br />
de Polícia, posteriormente, se tornou o<br />
primeiro “centro” telefônico da Corte.<br />
linha do tempo: 1885<br />
Surge na Suécia o monofone, aparelho<br />
com uma única peça (bocal e fone),<br />
inventado por Lars M. Ericsson, sendo<br />
industrializado apenas em 1892.<br />
linha do tempo: 1886<br />
Invenção do primeiro automóvel de<br />
quatro ro<strong>das</strong>, por Gottlieb Daimler,<br />
engenheiro alemão, que usou um motor<br />
em uma carruagem de tração animal.<br />
linha do tempo: 1887<br />
Invenção da motocicleta.<br />
linha do tempo: 1888<br />
É lançada a primeira câmara fotográfica<br />
portátil do mundo. Fim da escravatura<br />
no Brasil.<br />
linha do tempo: 1889<br />
É instalado o primeiro telefone público<br />
do mundo, nos Estados Unidos.<br />
Independência do Brasil, que passa da<br />
Monarquia para a República.<br />
linha do tempo: 2007<br />
“Falta fibra óptica no mercado mundial.<br />
Os produtores mundiais de fibra<br />
óptica não estavam preparados para<br />
a explosão de consumo de serviços de<br />
telecomunicações ocorrida nos últimos<br />
três anos. O resultado é que a fibra<br />
óptica disponível hoje não é suficiente<br />
para atender à demanda do mercado.”<br />
>>> extraído do site http://www.terra.<br />
com.br/reporterterra/fibra/capa.htm<br />
linha do tempo: 1962<br />
No dia 10 de julho, o primeiro satélite<br />
mundial de telecomunicações<br />
(Telstar I) é posto em órbida, nos<br />
Estados Unidos. Dias depois, faz suas<br />
primeiras transmissões televisivas<br />
entre os EUA e a Europa.<br />
linha do tempo: 1969<br />
No dia 29 de julho, o homem chega à<br />
lua, na Missão Apollo 11.<br />
linha do tempo: 1971<br />
A Arpanet (Advanced Research Projects<br />
Agency Network), que originou a<br />
Internet, já conta com 23 provedores,<br />
conectando universidades e centros<br />
de pesquisas do governo dos Estados<br />
0606_cad_historia.indd 19 6/7/07 1:15:42 PM<br />
Unidos.
20<br />
linha do tempo: 1967<br />
é realizado o primeiro transplante de<br />
coração humano<br />
linha do tempo: 1973<br />
Nos Estados Unidos é registrada a<br />
primeira ligação de um telefone celular,<br />
pelo pesquisador Martin Cooper. Seis<br />
anos depois era lançado, em Tóquio, o<br />
sistema precursor dos atuais celulares.<br />
atender às crescentes necessidades do mercado, tendo em vista que os serviços de<br />
telecomunicações se tornavam cada vez mais amplos e complexos. O objetivo era instalar<br />
e explorar os grandes troncos nacionais de microon<strong>das</strong>, integrantes do Sistema Nacional<br />
de <strong>Telecomunicações</strong>, e suas conexões com o exterior. O primeiro sistema de microon<strong>das</strong><br />
da América Latina foi inaugurado entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Em 1967,<br />
seria criado o Ministério <strong>das</strong> Comunicações e, em 1972, a <strong>Telecomunicações</strong> Brasileiras S/A.<br />
(Telebrás), que acumulou a função de explorar os serviços de telecomunicação, além de<br />
tornar-se responsável pelo funcionamento de todo o sistema no Brasil.<br />
Nessa época, as telecomunicações brasileiras se expandiriam vertiginosamente. As<br />
comunicações telefônicas e telegráficas, então explora<strong>das</strong> por empresas estrangeiras, não<br />
atendiam às deman<strong>das</strong> do país e seriam assumi<strong>das</strong> pela Embratel em 1973, que passaria<br />
a monopolizar a exploração dos serviços internacionais. Em 1975, a empresa criava a<br />
discagem direta a distância (DDD) e a discagem direta internacional (DDI); já a Telebrás<br />
absorveria mais de 900 pequenas concessionárias municipais e particulares,<br />
em 27 operadoras estatais.<br />
Ainda na década de 1970, a televisão também receberia forte incentivo governamental<br />
que viria contribuir para a expansão e o desenvolvimento de um meio de comunicação<br />
até então pouco explorado. Investindo em modernas tecnologias e buscando impulsionar<br />
o novo veículo que vinha alicerçando suas bases – ainda que timidamente –, o governo<br />
brasileiro passaria a apoiar também o setor. Expandindo-se técnica e comercialmente, o<br />
mundo do entretenimento e da mídia televisiva no Brasil cresceria numa velocidade<br />
O mundo do<br />
entretenimento:<br />
rádio e TV<br />
Entretenimento e informação ganham um novo<br />
veículo no Brasil, com o nascimento da primeira<br />
emissora de rádio no país, em abril de 1923: a Rádio<br />
Sociedade do Rio de Janeiro. Porém, consta que a<br />
primeira transmissão de rádio teria sido realmente<br />
feita sete meses antes, por ocasião <strong>das</strong> comemo-<br />
rações do Centenário da Independência, em 1922,<br />
quando o discurso do presidente Epitácio Pessoa,<br />
pronunciado no Rio de Janeiro, foi retransmitido<br />
para São Paulo, Petrópolis e Niterói.<br />
A radiodifusão no Brasil, apesar dos inúmeros pro-<br />
blemas e dificuldades, proporcionou ao país grandes<br />
conquistas e benefícios na informação e na integra-<br />
ção cultural e política, além de construir, ao longo<br />
dos anos, uma verdadeira consciência de nação.<br />
Durante as déca<strong>das</strong> de 1920 e 1930, surgiram novas<br />
emissoras que se multiplicaram e consolidaram o pa-<br />
pel do rádio como importante veículo de comunica-<br />
ção e entretenimento doméstico. O radiojornalismo,<br />
os programas humorísticos e musicais, as primeiras<br />
radionovelas e as transmissões esportivas selaram<br />
uma época de grande valor cultural e artístico na<br />
nossa História, atingindo seu ápice no final dos anos<br />
1940, início de 1950. Alguns dos nossos grandes com-<br />
positores e intérpretes mais famosos, como Noel<br />
Rosa, Francisco Alves, Lamartine Babo, Orlando Silva<br />
e outros tantos, iniciaram suas carreiras nas rádios<br />
dos anos 1930. Depois do novo evento, o cotidiano<br />
<strong>das</strong> casas brasileiras havia se transformado por<br />
completo.<br />
Ainda na época áurea do rádio (anos 1950), nasceria<br />
em São Paulo a TV Tupi, ou PRF-3 TV, canal 3, de Assis<br />
Chateaubriand. Assim, a TV brasileira começava<br />
a dar seus primeiros passos, emocionando, infor-<br />
mando, arrebatando e unificando uma nação inteira<br />
através de imagens e sons. O percurso da humani-<br />
dade, acompanhado pelo telejornalismo, era de um<br />
impacto jamais sentido no cinema, nem tampouco<br />
no rádio. O mundo se comunicava instantanea-<br />
mente, através da tela, deixando em êxtase seus es-<br />
pectadores com os fatos históricos marcantes, como<br />
a chegada do homem à Lua; ou mesmo as aflições e<br />
a angustiante ansiedade durante os jogos da Copa<br />
do Mundo. Era o fim <strong>das</strong> distâncias, determinado<br />
pela nova Era <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>, que por mais<br />
de meio século vem produzindo uma incrível gama<br />
de comunicadores, como J. Silvestre, Silvio Santos,<br />
Chacrinha, Jô Soares e tantos outros que deixaram<br />
sua marca no mundo do entretenimento e da infor-<br />
mação no país.<br />
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absurda, até a década seguinte. Em 1972, a televisão a cores chega ao país. Contudo, o<br />
caminho do desenvolvimento tecnológico – em conseqüência da estagnação econômica<br />
e da inflação dos anos 1980 – novamente entra em declínio, inclusive na área da telefonia,<br />
cujo sistema começa a ruir com a demanda não atendida.<br />
Somente ao término da década de 1990, com a implantação de um modelo econômico<br />
neoliberal e a onda de privatizações <strong>das</strong> estatais, surge uma retomada na modernização que<br />
seria impulsionada pela competitividade do setor. Em 1997 é sancionada, pelo Presidente<br />
da República, a Lei Geral <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>, regulamentando a quebra do monopólio<br />
estatal; autorizando o governo a privatizar todo o Sistema Telebrás e criar a Agência Nacional<br />
de <strong>Telecomunicações</strong> (Anatel), com a função de órgão regulador. Submetida a regime<br />
autárquico especial e vinculada ao Ministério <strong>das</strong> Comunicações, a agência se torna uma<br />
entidade da Administração Pública Federal indireta. Em seguida, de acordo com a nova Lei<br />
Geral <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>, vem a privatização do Sistema Telebrás, que seria dividido em<br />
12 empresas: três, de telefonia fixa; oito, de telefonia móvel; e a Embratel, como operadora de<br />
longa distância. No ano seguinte, entram em vigor os novos códigos <strong>das</strong> prestadoras de longa<br />
distância (interurbano) e <strong>das</strong> operadoras de telefonia fixa.<br />
Retroagindo um pouco no tempo, ainda no princípio dos anos 1990 aconteceria a maior<br />
revolução na história da telefonia no Brasil: o sistema móvel dos telefones celulares. Sua<br />
primeira transmissão foi no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Cada aparelho pesava<br />
meio quilo e era carregado em baterias de carro – por isso, passaram a ser chamados de<br />
telefones móveis. Embora a primeira ligação de um aparelho que deu origem aos celulares<br />
modernos tenha ocorrido em 1973, nos Estados Unidos, as pesquisas desse novo sistema<br />
foram inicia<strong>das</strong> e motiva<strong>das</strong> pelas deman<strong>das</strong> dos tempos de guerra, nos longínquos anos<br />
1940, nesse mesmo país. E o resultado dessas pesquisas surgiu com um aparelho que<br />
pesava 40 quilos! Somente em 1979 foi lançado, em Tóquio, um sistema precursor do usado<br />
hoje e, em 1983, entrava em operação o primeiro sistema comercial norte-americano.<br />
A forma mais comum de conectar um usuário à central telefônica, em todo o mundo e até<br />
bem pouco tempo, era através do fio metálico. Durante muitos anos o sistema de rádio<br />
era usado pelas companhias telefônicas para interligar assinantes que se encontravam<br />
bem distantes <strong>das</strong> centrais ou em locais de difícil acesso. Assim como recebemos sinais<br />
de TV e rádio, recebemos também sinais de voz em freqüência – ao invés de usar o fio<br />
metálico –, permitindo que estes sinais sejam enviados e recebidos de automóveis e<br />
pessoas em movimento. Na comunicação móvel primordial, os sistemas eram de baixa<br />
qualidade devido à tecnologia existente, provocando sérias limitações em função da<br />
ocupação do espectro de freqüências. Ou seja, a comunicação móvel não suportava grande<br />
quantidade de ligações, devido a interferências. Porém, com a evolução tecnológica<br />
e o crescimento da procura por esse tipo de serviço, a telefonia móvel celular passou<br />
por um acelerado processo de desenvolvimento. A partir daí, a revolução do sistema d<br />
transformou rapidamente um único aparelho, idealizado somente para enviar e receber<br />
ligações sem o auxílio de fios, em um instrumento de comunicação que engloba, em<br />
si, diferentes meios de comunicação do mundo contemporâneo. Os novos “aparelhos<br />
telephonicos”, que permitem receber e enviar e-mails, acessar Internet, criar planilhas,<br />
digitar textos, tirar e enviar fotos, gravar vídeos, ouvir música, jogar, despertar, calcular<br />
etc., mudaram profundamente os hábitos de nossa sociedade. Agora, possuímos um<br />
pequeno instrumento capaz de invadir nosso mundo privado e, ao mesmo tempo,<br />
proporcionar o deslocar-se no tempo e no espaço com grande liberdade. Os diversos meios<br />
de comunicação hoje existentes, propondo novos acessos a informações e diversifica<strong>das</strong><br />
linguagens, produzem novos hábitos, condutas, trocas e relacionamentos entre as pessoas,<br />
em uma velocidade alucinante, como é o exemplo da transformação do universo da<br />
d Curiosidades na página 23<br />
>21<br />
linha do tempo: 1972<br />
Primeiros telefones públicos instalados<br />
no Rio de Janeiro e em São Paulo.<br />
linha do tempo: 1992<br />
O telefone público, a cartão indutivo,<br />
foi lançado durante a Eco-Rio 92. O novo<br />
sistema não só reduziu os gastos <strong>das</strong><br />
concessionárias, como facilitou a vida<br />
dos usuários.<br />
linha do tempo: 1990<br />
A Nasa, agência espacial norte-<br />
americana, lança o telescópio espacial<br />
Hubble, com a missão de fotografar os<br />
limites do universo<br />
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22<br />
Internet em apenas sete anos: MSN, Orkut, blogs, telefonia via Internet etc.<br />
Essas novas linguagens tecnológicas começaram a surgir em 1971, quando cientistas<br />
da Intel inventaram o microprocessador, circuito integrado formado por numerosos<br />
e minúsculos componentes, montados sobre uma pastilha de silício que executa as<br />
funções de uma unidade central de processamento (CPU). Essa pastilha, conhecida<br />
internacionalmente como chip, armazena “inteligência” e está presente nos serviços<br />
telefônicos, computadores, videocassetes e CDs, bem como no videodisco interativo, na<br />
televisão digital de alta definição e nas novas gerações de antenas parabólicas, que captam<br />
mais de uma centena de canais de TV via satélite, de recepção direta.<br />
No Brasil, a evolução tecnológica <strong>das</strong> telecomunicações começa a se fazer presente a partir<br />
de 1990, principalmente no final da década. Surgem, então, os satélites de órbita baixa,<br />
menores e mais econômicos, revolucionando a comunicação via telefone celular. Estes<br />
satélites, conhecidos pela sigla LEOS (Low Earth Orbit Satellite), são responsáveis pelos<br />
sistemas de comunicação pessoal de âmbito mundial. Além de permitirem a retransmissão<br />
de programas da televisão brasileira para qualquer localidade do país e da América Latina,<br />
eles abrem novas perspectivas para a comunicação telefônica, transmissão de dados, fax,<br />
Internet e muitos outros serviços especializados. A evolução tecnológica tem continuidade<br />
com a criação de antenas destina<strong>das</strong> à captação de programas de TV via satélite, de<br />
recepção direta, que são transmitidos em freqüências muito altas. E hoje, com o advento<br />
da televisão digital de recepção direta, a DDBS (Digital Direct Broadcasting Satellite), será<br />
possível transmitir imagens de alta definição, com nitidez comparável a de um filme no<br />
cinema ou um som estereofônico com a qualidade de um CD. A digitalização é o maior<br />
avanço <strong>das</strong> comunicações no século XXI, pois é capaz de unificar as redes de computadores<br />
e as redes de faixa larga, utilizando uma única linguagem que transmite, exclusivamente,<br />
bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos e gráficos. A Internet é a<br />
primeira realidade na prática dessa linguagem.<br />
A digitalização <strong>das</strong> telecomunicações torna possível abranger a eletrônica profissional e<br />
a do entretenimento. Devido à possibilidade de transmissão de um volume muito maior<br />
de informações, a comunicação digital permite a criação de redes de serviços integrados<br />
de voz, dados e imagens, ou seja, telefone, telex, fac-símile, teleprocessamento, bancos de<br />
dados, serviços de videoconferência, videotexto e televisão. (indicar o vídeo 30)<br />
No romper do novo milênio, São Paulo alcançava a marca de 8 milhões de telefones fixos<br />
instalados, enquanto o avanço tecnológico continuava sua rápida escalada rumo ao<br />
universo <strong>das</strong> novas tecnologias da comunicação. Em 2000 seria introduzida a tecnologia<br />
ADSL (Asymmetrical Digital Subscriber Line), que possibilitaria enviar e receber dados<br />
e imagens em altíssima velocidade. Além disso, tem início a implantação do serviço de<br />
Internet banda larga e a operação do sistema Emergia, cabo submarino de fibra óptica,<br />
que conecta Buenos Aires a São Paulo – primeira parte da rede de 23 mil quilômetros, que<br />
vai interligar as três Américas através de uma conexão de banda larga, para transmissão à<br />
velocidade da luz. O Brasil do século XXI absorve o ritmo acelerado <strong>das</strong> novas descobertas<br />
tecnológicas e suas inúmeras possibilidades de comunicação, gerando uma nova realidade<br />
nacional, embora globalizada, em que alguns setores da sociedade interagem ativa e<br />
criativamente na contemporaneidade, franqueando ao mundo nosso valor artístico,<br />
cultural e científico.<br />
As questões relevantes, diante dos meios de comunicação atuais, remetem<br />
sistematicamente à necessidade de uma escolha individual, crítica e consciente. As<br />
novidades tecnológicas que surgem diariamente no nosso cotidiano são, muitas vezes,<br />
absorvi<strong>das</strong> com extremo entusiasmo ou grandes rejeições. Entretanto, a evolução<br />
tecnológica anuncia sempre a chegada do futuro no presente, que precisa ser aceito,<br />
avaliado e incorporado ao dia-a-dia, como um desafio individual e coletivo para,<br />
efetivamente, contribuir na evolução <strong>das</strong> relações humanas com seu habitat e no<br />
conviver em sociedade.<br />
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Curiosidades d<br />
• Quando algum som é emitido, ele se propaga na forma de<br />
on<strong>das</strong> que fazem vibrar as moléculas à sua volta. Essa vibração,<br />
transmitida de uma molécula a outra, é percebida por<br />
nossos ouvidos pela membrana tímpano. Os sinais sonoros<br />
emitidos são transformados em impulsos elétricos e seguem<br />
seu caminho até o cérebro, onde são traduzidos em<br />
sons. E assim, ouvimos!<br />
• Quando alguém fala ao telefone, sua voz é transformada<br />
em on<strong>das</strong> elétricas que podem ser transmiti<strong>das</strong> por cabos<br />
ou satélites até o receptor, do outro lado da linha.<br />
• Basicamente, o telefone é composto de cinco elementos:<br />
o transmissor, ou microfone, fica no bocal; o receptor,<br />
onde se escuta; o gancho, para ligar e desligar o<br />
aparelho; a campainha avisa a chamada; e o teclado, ou<br />
disco, identifica o número que se quer falar.<br />
• O transmissor funciona como uma espécie de ouvido<br />
elétrico, ou seja, nele existe um diafragma feito de um<br />
fino metal e nos microfones tradicionais há finos grãos de<br />
carvão. Ao falar, a voz pressiona o diafragma, movendo-o<br />
para a frente e para trás. O diafragma comprime os grãos de<br />
carvão, provocando a variação da corrente elétrica. Quando<br />
se fala alto, os grãos são comprimidos com mais força,<br />
ficando mais fácil a passagem da corrente; e o contrário<br />
ocorre quando se fala baixo. Os grãos são parte de um circuito<br />
elétrico que funciona à bateria. As on<strong>das</strong> elétricas são<br />
envia<strong>das</strong> para uma central que, por sua vez, as enviam ao<br />
receptor do outro lado da linha.<br />
• O receptor funciona como uma boca elétrica, com um<br />
diafragma de metal. Os sinais elétricos, ao passarem por um<br />
ímã, fazem o diafragma se mover de acordo com a força da<br />
corrente. Esse movimento produz um deslocamento de ar e<br />
a pessoa ouve o que está sendo dito.<br />
• Os telefones celulares são assim denominados devido ao<br />
sistema celular de funcionamento. Trata-se de um sistema<br />
cuja tecnologia é aplicada para conseguir melhores resultados<br />
no emprego <strong>das</strong> freqüências de rádio disponíveis,<br />
Bibliografia<br />
BARROS, Marcello Guimarães. História <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong>. Maceió: Edições Catavento, 2006<br />
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, Volume 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995<br />
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Lisboa: Instituto Piaget, 1997<br />
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática.<br />
Rio de Janeiro: Editora 34, 1993<br />
ROSA, Jorge [editor responsável]. Brasil, a nova era <strong>das</strong> comunicações. Publicação<br />
da Agência Nacional de <strong>Telecomunicações</strong> (Anatel)<br />
RUIZ, Roberto. O Telefone, uma <strong>das</strong> mais simples e fabulosas criações do engenho humano.<br />
Celta Editora e Publicidade, 1973. Edição comemorativa do 50º aniversário de fundação<br />
da Companhia Telefônica Brasileira<br />
SIQUEIRA, Ethevaldo. A Eterna busca da liberdade. Brasil: 500 anos de comunicações. São Paulo: Dezembro Editorial, 2000<br />
SIQUEIRA, Ethevaldo. Três momentos da História <strong>das</strong> <strong>Telecomunicações</strong> no Brasil. São Paulo:<br />
Dezembro Editorial, 1999<br />
ou seja, aquelas que não são usa<strong>das</strong> pelo rádio ou pela TV.<br />
As freqüências são reutiliza<strong>das</strong> a distâncias relativamente<br />
curtas como, por exemplo, dentro de uma mesma região<br />
metropolitana.<br />
• A reutilização de freqüências funciona da seguinte forma:<br />
uma determinada área de atendimento é dividida em células<br />
em formato hexagonal – com seis lados – que possuem,<br />
cada uma delas, um conjunto de freqüências diferentes da<br />
área vizinha. Assim, as células próximas podem usar uma<br />
mesma freqüência, sem que haja interferência. Uma vez<br />
estabelecida a ligação, o usuário pode se deslocar para<br />
qualquer ponto, que a mudança de uma célula para outra<br />
será automática.<br />
• As fibras ópticas são muito usa<strong>das</strong> na telefonia atual e<br />
na Internet. São finos fios feitos de sílica, silicone, vidro,<br />
náilon ou plástico, materiais dielétricos (isolantes elétricos)<br />
e transparentes, para a faixa do espectro da luz visível e<br />
infravermelha. A voz é, primeiramente, transformada em<br />
sinais elétricos e convertida, em seguida, em impulsos<br />
de luz. No interior dos cabos (ocos), raios laser levam a<br />
informação até a outra ponta, onde a luz é convertida<br />
novamente em som, e tudo isso numa fração de segundos!<br />
Pois, em sua espessura de um fio de cabelo, essas fibras têm<br />
taxas de transmissão até 10 mil vezes maiores que as de<br />
microon<strong>das</strong>; e 1 milhão de vezes superiores às de cabos de<br />
metal.<br />
(visite http://www.terra.com.br/reporterterra/fibra/capa.<br />
htm)<br />
• A digitalização <strong>das</strong> telecomunicações impõe uma única<br />
linguagem, capaz de unificar as redes de computadores e<br />
as redes de faixa larga que transmitem, exclusivamente,<br />
bits para representar sinais de voz, dados, imagens, textos<br />
e gráficos. A Internet é a primeira realidade na prática dessa<br />
linguagem. Com a digitalização de to<strong>das</strong> as formas de comunicação,<br />
todos esses sinais se transformaram em bits.<br />
“Bit” é a abreviatura da expressão “Binary Digit”, a menor<br />
unidade de informação.<br />
(visite pt.wikipedia.org/wiki/Bit , www.meiobit.com/ )<br />
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>23
24<br />
Propostas de Atividades<br />
01.<br />
As grandes invenções<br />
Faixa etária: a partir de 7 anos<br />
O professor deve fazer uma pesquisa e escolher algumas imagens <strong>das</strong> grandes invenções, datas e informações<br />
para essa primeira fase.<br />
Primeira fase<br />
Debate: A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda. E o professor começa o debate lendo a frase<br />
abaixo. Seria interessante escrevê-la em um cartolina grande e deixar à vista durante toda a atividade.<br />
“Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros foram.”<br />
Alexandre Graham Bell<br />
......................................................................................................................................<br />
para refletir e disCutir Com o grupo<br />
. O que você acha da frase de Graham Bell?<br />
. O que ele quer dizer quando fala para não andarmos pelo caminho que já está traçado, conhecido?<br />
. Aonde você acha que ele queria ir?<br />
. Vocês sabem o que ele fez, aonde ele foi na vida?<br />
. O que é um inventor?<br />
. Vocês conhecem alguma grande invenção que mudou o dia a dia <strong>das</strong> pessoas?<br />
Incentivar que todos participem e depois perguntar :<br />
Qual seria a primeira? E quais vieram depois?<br />
Tentar construir uma cronologia e depois fornecer as informações corretas.<br />
No final do debate o professor apresentaria as imagens e as informações da pesquisa, explorando as<br />
transformações que ocorreram ao longo dos séculos até chegar a vida que levamos hoje.<br />
Hoje em dia, no mundo tecnológico, existem realidades cotidianas diversas. O tempo <strong>das</strong> invenções é relativo,<br />
pois cada local dependendo de seu desenvolvimento tecnológico está em tempo e, conseqüentemente,<br />
num cotidiano diferente. Países ricos costumam ser os primeiros a incorporarem a seu cotidiano as ultimas<br />
invenções criando um mundo totalmente diferente dos que não tenham acesso à estas. Mesmo em um só<br />
país, como o nosso, há cidades onde o cotidiano se parece muito com o dos países ricos, como São Paulo,<br />
mas existem outras cidades, ou lugarejos distantes, onde o tempo <strong>das</strong> descobertas parece que parou. No<br />
fechamento do debate seria interessante incentivar questões deles sobre os assuntos discutidos e encerrar<br />
com algumas perguntas/reflexões sobre o cotidiano de hoje sem as grandes invenções tecnológicas.<br />
O que mudaria no seu cotidiano se na sua cidade não tivesse luz elétrica?<br />
Como descreveriam um cotidiano de lugares hoje onde não teria televisão, onde o telefone seria um objeto<br />
que quase não funciona, o celular não pegaria e muitos poucos conheceriam o que era um computador?<br />
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Segunda fase:<br />
Atividade prática individual ou coletiva. (Essa escolha fica a critério do professor diante <strong>das</strong> possibilidades de<br />
cada turma e da disponibilidade dos materiais.)<br />
.........................................................................................................................................<br />
proposta: Desenhar algo que tenha a intenção de melhorar a vida de hoje.<br />
O objetivo dessa atividade é motivar a reflexão e a criatividade inventiva, onde o aluno é incentivado a criar<br />
um invento para em seguida ser construído. Iniciar a atividade com a pergunta/reflexão:<br />
O que acham que falta ser inventado ou o que precisa ser aperfeiçoado?<br />
.........................................................................................................................................<br />
material sugerido: Papel branco tamanho A3, lápis preto 6b ou 4b.<br />
Material de sucata para a construção do invento: Rolos de papel higiênico, potes, garrafas e pratos de plástico,<br />
papel etc. Algodão, barbante, papel colorido, arame, cola e fita adesiva, tinta guache e/ou pilot e lápis de cera.<br />
02.<br />
O profeta<br />
Faixa etária: a partir de 10 anos<br />
Primeira fase<br />
Debate: Refletir sobre a importância dos profetas, como precursores de uma idéia, um conhecimento,<br />
uma invenção, uma atitude nova diante da sociedade e que por sua inovação tenham despertado um novo<br />
pensamento, aberto um novo caminho e gerado um novo comportamento humano.<br />
A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda onde o professor faz perguntas aos alunos para<br />
incentivar o debate.<br />
......................................................................................................................................<br />
para refletir e disCutir Com o grupo<br />
. O que seria um profeta?<br />
. Vocês conhecem algum?<br />
. Quem vocês acham que seria um profeta do passado?<br />
. O que ele fez ou falou?<br />
. E que importância tem isso hoje?<br />
. O que seria um profeta hoje?<br />
. E quem hoje poderia ser visto, mais tarde, como profeta no futuro?<br />
. Se você fosse um profeta o que diria ou faria?<br />
Segunda fase (para jovens a partir de 12 anos)<br />
Atividade individual de construção de tópicos para debate.<br />
O objetivo dessa proposta é desenvolver a apresentação e sustentação de uma idéia numa discussão em<br />
grupo. Visa a elaboração do pensamento crítico reflexivo, individualmente, para que à partir de suas escolhas<br />
possam se relacionar com o grupo e trocar idéias.<br />
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>25
26<br />
......................................................................................................................................<br />
Proposta: Depois de um tempo refletindo sobre o que é um profeta, deve-se escrever em uma folha<br />
de papel 3 pessoas que eles consideram “profetas” e justificar. Pode ser de sua escola, seu bairro, sua casa,<br />
brasileiros, estrangeiros, do presente ou do passado. E somente depois de todos terem escrito suas escolhas<br />
justificativas é que inicia o debate.<br />
......................................................................................................................................<br />
Segunda fase (para jovens a partir de 10 anos)<br />
Atividade prática individual<br />
Inventar ou contar alguma história atual ou do passado que tenha um visionário, um profeta ou inventor.<br />
Pode ser uma redação, ou uma história em quadrinhos. A escolha fica a critério do professor ou da<br />
disponibilidade dos materiais.<br />
.........................................................................................................................................<br />
material sugerido para história em quadrinhos: Papel A3 branco e papel 40kg para usar tinta guache<br />
ou lápis de cera. Pode ser também o Papel A2 com pilot ou lápis colorido.<br />
03.<br />
Os novos objetos tecnológicos e a comunicação contemporânea<br />
Faixa etária: a partir de 12 anos<br />
Primeira fase<br />
Debate: A Atividade inicia com a turma sentada em uma roda. E o professor começa apresentando os tópicos<br />
para reflexão em forma de perguntas, incentivando todos os alunos a participarem e trocarem entre si suas<br />
idéias, reflexões, pensamentos. Cada pergunta abaixo que serve como orientação e estímulo para que outras<br />
também que surjam livremente durante o processo e desenvolvimento do projeto.<br />
Sem dúvida, a tecnologia criou aparelhos e objetos que possibilitam uma maior comunicação entre as<br />
pessoas, mas é importante trazer para o debate o questionamento se essa possibilidade trouxe mais<br />
comunicação e entendimento.<br />
......................................................................................................................................<br />
para refletir e disCutir Com o grupo<br />
. Quais são os novos instrumentos da tecnologia de comunicação? Cite no mínimo 3.<br />
. A comunicação entre as pessoas e entre os povos ou culturas diferentes melhorou com os novos instrumentos?<br />
. Como ficou a troca e o entendimento entre as pessoas com os novos avanços nas tecnologias de comunicação?<br />
. O que mais dificulta o entendimento entre as pessoas?<br />
. A tecnologia pode ajudar, atrapalhar?<br />
. Existem objetos que aproximam as pessoas?<br />
. Quais seriam? E de que maneira fariam isso?<br />
. Existem objetos que afastariam?<br />
. Quais seriam? E de que maneira fariam isso?<br />
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......................................................................................................................................<br />
Segunda fase<br />
Atividade escrita individual.<br />
A proposta consiste em escrever um pequeno texto, como se fosse um jornalista que teria um tema<br />
à desenvolver para a seção de tecnologia do jornal. O tema seria: “Os novos objetos tecnológicos e a<br />
comunicação contemporânea”. E para desenvolver o texto deveria escolher no mínimo 5 aparelhos ou<br />
objetos, que surgiram com o avanço tecnológico dos meios de comunicação nos últimos cem anos. Refletindo<br />
sobre quais teriam contribuído para diminuir a distância entre as pessoas. E se a comunicação entre elas<br />
melhorou? Como e porquê?<br />
04.<br />
Atividade de pesquisa “a técnica do telefone”<br />
Faixa etária: a partir de 9 anos<br />
O objetivo dessa proposta é incentivar a pesquisa no museu, na internet e na escola. O vídeo do museu<br />
indicado para essa pesquisa é o “Como funciona o telefone”. Nele é possível encontrar muitas informações<br />
sobre as questões formula<strong>das</strong>. Os Sites de pesquisa interessantes para o aluno aprofundar na pesquisa estão<br />
descritos abaixo:<br />
. http://www.terra.com.br/criancas/not50.htm<br />
. www.feiradeciencias.com.br/sala12/12_20.asp<br />
. www.museudotelefone.org.br/como_funciona8.htm<br />
. http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2001/fibraoptica/interest.htm<br />
Questões a serem pesquisa<strong>das</strong> pelos alunos (Veja o quadro ‘Curiosidades’ - pág. 23)<br />
. Como o som chega aos nossos ouvidos?<br />
. Como transmitir sons usando a eletricidade?<br />
. Quais são os principais elementos que compõem os telefones?<br />
. Como funciona os telefones de hoje? e os celulares?<br />
. O que é uma fibra ótica? Qual a sua importância?<br />
05.<br />
Construindo o seu telefone de cordel.<br />
Faixa etária: a partir de 9 anos<br />
O Telefone de cordel foi criado pelo físico inglês Robert Hooke em 1667. Suas pesquisas científicas descobriram que o<br />
som era feito de on<strong>das</strong> que se deslocavam no espaço. Ele, então, inventou um aparelho que consistia em dois copos<br />
ligados por um cordão esticado para transmitir o som. Isto é, um dos copos ao emitir o som provocava uma vibração<br />
no seu fundo, que em forma de on<strong>das</strong> sonoras se propagavam pelo fio esticado, até chegar ao outro copo onde uma<br />
vibração semelhante, no fundo deste, permitia à pessoa do outro lado escutar o som emitido no outro copo.<br />
Observação : Essa atividade está diretamente ligada a atividade de pesquisa “a técnica do telefone” e pode ser<br />
feita depois desta. E seria interessante para os alunos realizarem a atual proposta junto com a apresentação<br />
da atividade de pesquisa.<br />
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2<br />
No entanto, é necessário destacar, que essa atividade pode ser trabalhada separadamente da atividade de<br />
pesquisa citada acima, principalmente para alunos menores de 9 anos. E nesse caso, o professor conversar um<br />
pouco com os alunos antes da atividade.<br />
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Primeira fase (crianças/jovens a partir de 5 anos)<br />
Sugestões de perguntas para os alunos, adequando sempre ao nível de compreensão que a faixa etária permite.<br />
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para refletir e disCutir Com o grupo<br />
. Para que serve o telefone?<br />
. Antes do telefone como as pessoas se comunicavam à distância?<br />
. Vocês conhecem algum tipo de comunicação à distância antes do telefone?<br />
. Quais? Cite algumas.<br />
. Qual a origem do telefone?<br />
. Como funciona?<br />
. O telefone de hoje funciona como no passado? Quais as diferenças e as semelhanças?<br />
. E o celular funciona da mesma maneira?<br />
......................................................................................................................................<br />
Primeira fase (crianças/jovens a partir de 9 anos)<br />
a atividade pode ser iniciada com o professor dividindo a turma em grupos que entre si discutem, exploram<br />
a veracidade de suas informações e, reúnem em um pequeno texto o resultado da pesquisa “a técnica do<br />
telefone”, para apresentar à turma.<br />
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Segunda fase (crianças/jovens à partir de 5 anos)<br />
Atividade prática de confeccionar o telefone de cordel.<br />
A atividade começa com a divisão da turma em pequenos grupos, para os quais são distribuídos os seguintes<br />
materiais:<br />
. 2 copinhos (plástico, papel) ou latinhas (Nescau, ervilha etc).<br />
. 1 prego.<br />
. 2 a 5 metros de barbante.<br />
Observação; Essa atividade com crianças até 9 anos é necessário furar antes os fundos dos copos (latas) e<br />
iniciar a atividade no segundo momento.<br />
E quando todos os grupos estiverem com o material o professor deve orientar, demonstrando como fazer<br />
um pequeno furo, aproximadamente da largura do barbante, bem no centro do fundo de cada copo plástico,<br />
utilizando o prego. Depois ele indica como passar a ponta do barbante através do furo e fazer um nó grosso<br />
para evitar que o barbante saia pelo furo, em cada um dos copos. Ao terminar a construção do telefone, o<br />
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professor deve incentivá-los a experimentar o novo aparelho com o fio bem esticado, um falando com a boca<br />
próxima de um dos copos, e outro escutando do outro lado. É importante não colocar o dedo no fio pois isso<br />
impede que as on<strong>das</strong> sonoras percorram todo o barbante.<br />
Depois que os alunos tenham explorando as possibilidades do telefone com o grupo, propor que todos os<br />
grupos coloquem o barbante de seus aparelhos esticado em contato com outro e observar o que acontece! ( As<br />
on<strong>das</strong> sonoras se cruzam e surge a “linha cruzada”, onde é possível ouvir, no seu telefone, as vozes dos outros<br />
telefones).<br />
06.<br />
O computador e a internet, um novo mundo, uma nova humanidade?<br />
Faixa etária: a partir de 12 anos<br />
Durante a vista ao museu assistir aos vídeos 27: “Com a internet o fim <strong>das</strong> distancias” e 28: “Computadores: em<br />
poucos segundos, milhões de tarefas”.<br />
Na escola depois da visita ao museu, reunir a turma em grupos de no mínimo 3. Cada grupo deve buscar<br />
desenvolver questões relevantes ao texto abaixo:<br />
“To<strong>das</strong> as tecnologias de comunicação que você tinha tido até a internet possuíam essa característica: eram<br />
tecnologias que possibilitavam a ampliação de uma voz para outra pessoa (no caso de um telefone ou rádio,<br />
de falar) ou, então, de uma voz (ou duas, ou três, mas um numero pequenos de vozes) para a multidão. O que<br />
a internet traz é que, pela primeira vez, a multidão pode se dirigir à multidão. Todo mundo tem acesso. Isso é<br />
radicalmente novo na humanidade.”<br />
Pedro Dória ( jornalista)<br />
Os grupos devem procurar no mínimo 2 questões e registrar seus comentários em uma folha de papel como<br />
tópicos a serem debatidos com toda a turma.<br />
Depois o professor reúne toda a turma em uma roda e inicia um debate mediado por ele. No final do debate,<br />
cada aluno é instigado a escrever seu próprio texto, desenvolvendo suas questões, sobre algum tema que a<br />
visita ao museu tenha despertado. (Pode ser usado também o tema da atividade: “O computador e a internet,<br />
um novo mundo, uma nova humanidade?”)<br />
07.<br />
A ficção científica: Invenção ou Profecia?<br />
Faixa etária: a partir de 9 anos<br />
A proposta tem como objetivo refletir sobre o pensamento do futuro. A história do cinema de ficção científica<br />
além de revelar tecnicamente a evolução dos efeitos especiais, pode ser um instrumento muito interessante<br />
para o professor explorar como cada momento histórico tinha seu pensamento e sua visão de futuro.<br />
Influenciados pelas descobertas tecnológicas que transformava drasticamente o cotidiano e as relações entre<br />
pessoas, nações, planetas etc, ao longo dos anos, foram sendo inventados costumes, situações, personagens,<br />
cidades etc. Hoje podemos explorar esses filmes como um registro do passado que previa seu futuro<br />
impregnado de crenças, medos, personagens, política, filosofia, vestimentas, objetos, ou seja, o futuro também<br />
pode falar do passado! Iniciar a atividade com as seguintes questões sugeri<strong>das</strong> abaixo.<br />
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para refletir e disCutir Com o grupo<br />
. O passado é importante para o futuro? Por quê? De que maneira?<br />
. O passado pode prever o futuro? Como?<br />
. E o futuro pode falar do passado? Como?<br />
. Qual a profecia que você faria para o futuro?<br />
. O que a ficção científica, as profecias e as invenções têm em comum? Quais as diferenças?<br />
......................................................................................................................................<br />
Depois deste breve debate iniciar a projeção do filme escolhido.<br />
Se houver tempo, quando o filme terminar reunir a turma em uma roda para um debate sobre as questões<br />
relaciona<strong>das</strong> ao filme. (se não der tempo, pode ser no próximo encontro com a turma)<br />
O professor deve tentar, inicialmente, trazer de cada aluno, no mínimo 2 questões/reflexões que tenham<br />
despertado sua atenção durante o filme. E somente depois da participação de todos, deve propor questões.<br />
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para refletir e disCutir Com o grupo<br />
. De que tipo de futuro o filme fala?<br />
. É uma visão positiva, negativa?<br />
. Nosso passado poderia estar indo para aquele futuro?<br />
. O nosso presente estaria?<br />
. É uma invenção ou uma profecia?<br />
. Você acha que o futuro poderia ser assim? O que seria igual ? o que seria diferente? Por quê?<br />
. Você gostaria de viver um futuro assim?<br />
. De que maneira esse futuro se aproxima de nosso presente ou passado?<br />
. Tem algum personagem que parece com alguém de hoje ou ontem?<br />
. Alguma situação conhecida? Imaginada?<br />
. Como seria o futuro para você?<br />
. Existem no futuro do filme, crenças ou medos de outras épocas passa<strong>das</strong>?<br />
. Quais os medos ou crenças de hoje você percebe?<br />
Lista de filmes indicados:<br />
Metrópolis<br />
Metropolis (Alemanha, 1927)<br />
Direção: Fritz Lang. Elenco: Alfred Abel, Gustav Fröhlich.<br />
Sinopse: o futuro é distante e o mundo está sob o comando dos poderosos, que isolaram os mais pobres no subsolo, como<br />
se fossem seus escravos, para que trabalhassem em prol dos mesmos, comandados por Freder. Filme mudo, considerado por<br />
muitos como o primeiro filme de ficção científica, Metrópolis representa também o début da figura do robô.<br />
O Dia em que a Terra parou<br />
The Day the Earth Stood Still (EUA, 1951)<br />
Direção: Robert Wise. Elenco: Michael Rennie, Lock Martin, Patricia Neal, Sam Jaffe.<br />
Sinopse: clássico do cinema de ficção científica, gênero muito comum nos anos 1950. A história de um extraterrestre que<br />
chega à Terra com seu robô, em uma nave espacial, revela o imaginário e o medo do desconhecido naquela época.<br />
Fahrenheit 451 (França/EUA, 1966)<br />
Direção: François Truffaut. Elenco: Julie Christie, Oskar Werner.<br />
Sinopse: filme inspirado na ficção do escritor norte-americano Ray Bradbury, narra a história de uma sociedade totalitária no<br />
futuro, em que os livros foram banidos. É também o primeiro filme colorido de Truffaut.<br />
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O planeta dos macacos<br />
The Planet of the Apes (EUA, 1968)<br />
Direção: Franklin J. Schaffner. Elenco: Charlton Heston, Roddy McDowall, Kim Hunter, Maurice Evans.<br />
Site oficial: www.foxhome.com/planetoftheapes<br />
Sinopse: a história se passa em um futuro distante, quando outros habitantes ocupam a Terra, a qual havia sofrido<br />
transformações muito profun<strong>das</strong>. No final dos anos 1960, o gênero ficção científica volta abordando outras questões<br />
pertinentes à sua época.<br />
2001, uma odisséia no espaço<br />
2001: A Space Odissey (EUA, 1968)<br />
Direção: Stanley Kubrick. Elenco: Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylves.<br />
Sinopse:<br />
O dorminhoco<br />
Sleeper (EUA,1973)<br />
Direção: Woody Allen. Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, John Beck.<br />
Nos anos 1980, surge uma série de filmes de ficção científica tendo, como característica principal, varia<strong>das</strong><br />
temáticas e tecnologia aprimorada nos efeitos especiais. Algumas sugestões:<br />
Guerra nas estrelas<br />
Star Wars (EUA, 1977)<br />
Direção: Geoge Lucas. Elenco: Harrison Ford e outros.<br />
Sinopse: filme que iniciou a série; outros dois foram lançados nos anos 1980: O império contra-ataca e O retorno dos Jedis.<br />
Nos anos 2000, Geoge Lucas produziu outros três filmes, fechando a saga dos jedis desde o início. Para dar um sentido<br />
cronológico à série de filmes, foi criada uma numeração com o título original: Star Wars I, II, III (os mais recentes); IV,V e VI (os<br />
anteriores).<br />
Flash Gordon (EUA,1980)<br />
Direção: Mike Hodges. Elenco: Sam J. Jones, Melody Anderson, Max von Sydow, Ornella Muti, Timothy Dalton, John Osborne.<br />
Sinopse:<br />
-Tron (EUA, 1982)<br />
Direção: Steven Lisberger. Elenco: Jeff Bridges, Bruce Boxleitner, David Warner, Cindy Morgan.<br />
Blade Runner (EUA, 1982)<br />
Direção: Ridley Scott. Elenco: Harrison Ford, Daryl Hannah, Rutger Hauer.<br />
Sinopse: no ano 2019, ex-policial é obrigado a descobrir e eliminar replicantes que retornam à Terra para cobrar vida mais<br />
longa ao seu criador.<br />
Os filmes indicados a seguir são exemplos da união entre a tecnologia avançada dos efeitos especiais e as<br />
temáticas contemporâneas provoca<strong>das</strong> pelas novas descobertas científicas.<br />
Os 12 macacos<br />
Twelve Monkeys (EUA,1995)<br />
Direção de Terry Gilliam. Elenco: Brad Pitt, Bruce Willis e Madeleine Stowe.<br />
Sinopse: prisioneiro no futuro, Bruce Willis precisa voltar ao presente para descobrir a verdade em torno da quase extinção<br />
da raça humana.<br />
Matrix (EUA, 1999)<br />
Direção: irmãos Wachowski. Elenco : Keanu Reeves e outros.<br />
Sinopse: ficção científica de ação, que reinventou vários conceitos no gênero, no final dos anos 1990. Fala sobre o domínio<br />
<strong>das</strong> máquinas sobre os homens.<br />
Site oficial : whatisthematrix.warnerbros.com<br />
Minority Report - A Nova Lei<br />
Minory report ( EUA, 2002 )<br />
Direção: Steven Spielberg. Elenco: Tom Cruise, Samantha Morton, Colin Farrell, Max Von Sydow.<br />
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RUA DOIS DE DEZEMBRO, 63 - FLAMENGO<br />
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TEL: 3131-3050<br />
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