Arquivo Maysa quando fala o coração - Jayme Monjardim
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sobre minha mãe” e “Carne trêmula” e pelo registro da aristocracia britânica em “A<br />
rainha”, de Stephen Frears.<br />
“O Affonso me ajudou a encontrar a estética da minissérie. Se a alma da história é o texto<br />
do Maneco, a alma da imagem é do Affonso. Trabalhar com ele significa um passo à frente<br />
na minha carreira de diretor”, elogia <strong>Jayme</strong>.<br />
A minissérie, não à tôa, foi gravada com qualidade de cinema. ‘<strong>Maysa</strong>’ vai extrapolar a TV<br />
e ganhar as telonas, além de ser transformada em livro, CD e DVD. A Som Livre lança em<br />
janeiro o CD duplo com canções originais de <strong>Maysa</strong>. Na mesma época, a Globo Livros<br />
edita uma obra que traz fotos da cantora e bastidores da minissérie, nos moldes que <strong>Jayme</strong><br />
já desenvolveu em outras produções como ‘O Clone’ e “Olga”. O longa-metragem e o<br />
DVD ainda não têm data definida para lançamento.<br />
Entrevista com o autor Manoel Carlos<br />
O autor Manoel Carlos chegou à TV Globo em 1972, para dirigir o ‘Fantástico’. Antes<br />
disso, trabalhou nas extintas TV Tupi (RJ) e TV Excelsior (SP), além da TV Record (SP).<br />
Para a Tupi escreveu, nos anos 50, mais de 100 teleteatros, num tempo em que as<br />
interpretações eram feitas ao vivo. Na Excelsior, criou o ‘Brasil 60’, com Bibi Ferreira,<br />
que se estendeu até 1963. E, na TV Record (SP), onde ficou por dez anos, dirigiu<br />
programas como ‘O Fino da Bossa’, ‘Família Trapo’, ‘Esta Noite se Improvisa’, ‘Hebe’ e<br />
muitos outros. Sua primeira telenovela na TV Globo foi ‘Maria, Maria’, que foi ao ar em<br />
1978. E, desde então, Manoel Carlos emenda um sucesso no outro, completando dez<br />
produções de sucesso na emissora com ‘A Sucessora’ (1979), ‘Baila Comigo’ (1981),<br />
‘Sol de Verão’ (1982), ‘Felicidade’ (1991), ‘História de Amor’ (1995), ‘Por Amor’<br />
(1997), ‘Laços de Família’ (2000), ‘Mulheres Apaixonadas’ (2003) e ‘Páginas da Vida’<br />
(2006), além da minissérie ‘Presença de Anita’ (2001).<br />
As obras de Manoel Carlos têm como marca registrada a alma feminina e as relações<br />
humanas. Realista na forma de escrever, Maneco – como é carinhosamente chamado<br />
pelos amigos – trouxe essa experiência em emocionar o público para o texto primoroso<br />
de ‘<strong>Maysa</strong> – Quando <strong>fala</strong> o <strong>coração</strong>’.<br />
Como surgiu o convite para escrever ‘<strong>Maysa</strong>’?<br />
Manoel Carlos: Ainda fazíamos ‘Páginas da Vida’ <strong>quando</strong>, num dos habituais encontros<br />
no (restaurante) Garcia & Rodrigues (no Leblon), o <strong>Jayme</strong> me falou nesse sonho de<br />
realizar um trabalho sobre <strong>Maysa</strong>. Era uma maneira de resgatar a vida e a trajetória<br />
artística da mãe. Ao final do jantar, me perguntou se eu aceitaria escrever a minissérie. O<br />
convite me comoveu e me envaideceu. Era irrecusável, mas – de qualquer maneira – me<br />
assustou um pouco tamanha responsabilidade.<br />
Você tem muitas novelas no seu currículo e uma minissérie de muito sucesso, que foi<br />
‘Presença de Anita’. Como foi a experiência de fazer uma minissérie de apenas nove<br />
capítulos e com poucos personagens?<br />
Manoel Carlos: Foi uma experiência incrível, que eu dividi com a Ângela Chaves. A<br />
vontade de fazer obras curtas para a televisão está sempre presente em quem escreve<br />
longas novelas. A experiência com ‘Presença de Anita’ deixou em mim aquela sensação de