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A Crise de Identidade das Polícia Militares Brasileiras: Dilemas e ...

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A <strong>Crise</strong> <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>das</strong> <strong>Polícia</strong> <strong>Militares</strong> <strong>Brasileiras</strong><br />

2) a perspectiva administrativa dirigida para às questões<br />

relaciona<strong>das</strong> à gestão da organização e dos recursos policiais;<br />

3) a perspectiva operacional voltada para a produção <strong>de</strong> resultados<br />

mais eficientes, através da aprendizagem e adoção <strong>de</strong><br />

ferramentas <strong>de</strong> análise estatísticas temporais, espaciais, etc.;<br />

4) a perspectiva humanista voltada para a valorização da dimensão<br />

reflexiva do trabalho policial e, por sua vez, para a mudança <strong>de</strong><br />

mentalida<strong>de</strong>s; e<br />

5) a perspectiva normativa-legal orientada para a valorização dos<br />

ensinamentos técnicos do campo do direito, sobretudo, o direito<br />

penal.<br />

Soma-se ao <strong>de</strong>bate em torno dos conteúdos a serem enfatizados, a<br />

reflexão sobre os níveis <strong>de</strong> formação e as suas formas <strong>de</strong> ingresso. Boa<br />

parte <strong>das</strong> propostas tem por objetivo a profissionalização <strong>das</strong> polícias e, por<br />

sua vez, a aquisição do reconhecimento e a equiparação com os graus<br />

educacionais existentes no mundo civil. A <strong>de</strong>speito <strong>das</strong> diferenças <strong>de</strong><br />

enfoque <strong>de</strong> cada perspectiva em circulação, existe, portanto, um consenso<br />

<strong>de</strong> que os níveis <strong>de</strong> formação policial, uma vez reestruturados, <strong>de</strong>vem<br />

possuir correspondência com a formação educacional civil e gozar do<br />

prestígio e estatus formais a ela atribuídos.<br />

Penso que um caminho frutífero para se tirar o máximo <strong>de</strong> proveito<br />

<strong>de</strong>ste atual "balão <strong>de</strong> ensaios" é, suspen<strong>de</strong>r provisoriamente a <strong>de</strong>fesa<br />

apaixonada <strong>de</strong> alguma posição, e avaliar objetivamente as opções<br />

disponíveis, os benefícios e os ônus advindos <strong>de</strong> sua adoção, sua viabilida<strong>de</strong><br />

no curto, médio e longo prazos, o alcance <strong>das</strong> mudanças propostas, sua<br />

consistência, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong>, sua a<strong>de</strong>quação á<br />

realida<strong>de</strong> peculiar <strong>de</strong> uma dada região, os investimentos necessários para<br />

cada escolha, etc. Para procurar respon<strong>de</strong>r a estas questões mostra-se<br />

bastante oportuno a elaboração <strong>de</strong> diagnósticos da atual situação do ensino<br />

e instrução <strong>das</strong> polícias, a partir <strong>de</strong> um levantamento que inclui <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />

práticas policiais, os saberes formais e informais produzidos, as propostas <strong>de</strong><br />

reformulação já tenta<strong>das</strong>, as expectativas dos profissionais <strong>de</strong> polícia<br />

segundo patente e função, até as estruturas atuais, mo<strong>de</strong>los pedagógicos<br />

adotados, disciplinas e conteúdos efetivamente ofertados, etc. Com isso,<br />

po<strong>de</strong>-se, <strong>de</strong> uma forma sistemática, i<strong>de</strong>ntificar junto às distintas clientelas<br />

interna e externa os perfis <strong>de</strong>sejados dos profissionais <strong>de</strong> polícia, segundo<br />

sua posição <strong>de</strong>ntro da estrutura organizacional <strong>das</strong> corporações. Penso<br />

ainda que este esforço <strong>de</strong> diagnóstico <strong>de</strong>ve, além <strong>das</strong> iniciativas nacionais,<br />

consi<strong>de</strong>rar as experiências internacionais. Afinal, muitos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />

polícia <strong>de</strong> outros países têm realizado reformas profun<strong>das</strong> e continuam<br />

Security and Defense Studies Review Vol. 1 Winter 2001 190

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