17.04.2013 Views

educar de outra forma - Repositório Aberto da Universidade do Porto

educar de outra forma - Repositório Aberto da Universidade do Porto

educar de outra forma - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

■ - ,<br />

- ' ' ;<br />

EDUCAR DE OUTRA FORMA<br />

A Escola Oficina N g 1 <strong>de</strong> Lisboa, 1905-1930<br />

Volume II - Anexos<br />

ANTÓNIO CANDEIAS<br />

<strong>Porto</strong>, 1992


EDUCAR DE OUTRA FORMA<br />

A Escola Oficina N 2 1 <strong>de</strong> Lisboa, 1905-1930<br />

Volume II - Anexos<br />

ANTÓNIO CANDEIAS<br />

<strong>Porto</strong>, 1992


VOLUME II<br />

ANEXOS<br />

1 - A Escola Oficina N° 1 em fotografias <strong>da</strong> época 5<br />

2 - A Escola Oficina N°l <strong>de</strong>scrita por quem a viveu- entrevistas 31<br />

3 - As duas vi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima: Introdução a uma breve biografia 73<br />

4 - O "caso A<strong>do</strong>lfo Lima": o "Regulamento <strong>do</strong> Director Técnico", <strong>da</strong> autoria <strong>da</strong> direcção <strong>da</strong> escola, e<br />

a resposta <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima 91<br />

5 - Os "Planos <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong> para a Escola Oficina N°l: 1906 e 1912 97<br />

6 - Alguns "Relatórios <strong>da</strong>s Gerências...": 1904-1905; 1906-1907 (excertos referentes aos exames);<br />

1908-1909; 1909-1910; 1910-1911 137<br />

7 - Alguns relatórios <strong>de</strong> "A Solidária" 267<br />

8 - Lista <strong>do</strong> material pe<strong>da</strong>gógico existente nesta escola no ano <strong>de</strong> 1917, com o valor calcula<strong>do</strong> em<br />

escu<strong>do</strong>s 293<br />

9 - A <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong> escola feita por uma direcção actual, segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> planta <strong>do</strong> edifício 331


1 - A ESCOLA OFICINA N°l EM FOTOGRAFIAS DA ÉPOCA


Tentámos através <strong>de</strong>ste anexo, <strong>da</strong>r uma i<strong>de</strong>ia mais "física" <strong>da</strong> Escola Oficina n°l, <strong>do</strong> seu<br />

espaço, <strong>do</strong> aspecto <strong>da</strong>s suas crianças e sobretu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s modificações que as concepções pe<strong>da</strong>gógicas que<br />

se seguiram no tempo <strong>de</strong>sta experiência, foram imprimin<strong>do</strong> á escola como um to<strong>do</strong>.<br />

Pensamos que as fotografias expostas, escolhi<strong>da</strong>s <strong>do</strong> espólio fotográfico <strong>de</strong>sta instituição,<br />

assim como as suas legen<strong>da</strong>s, falam por si, falam pelo menos mais <strong>do</strong> que um texto, sen<strong>do</strong> esse o<br />

objectivo <strong>de</strong> uma fotografa, e ain<strong>da</strong> mais, <strong>de</strong> uma sequência <strong>de</strong> fotografias.<br />

Gostaríamos no entanto <strong>de</strong> realçar o aspecto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rni<strong>da</strong><strong>de</strong> que se vai notan<strong>do</strong>, á medi<strong>da</strong><br />

que passamos <strong>da</strong>s primeiras fotografias <strong>da</strong>ta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1905 e 1906, para as fotografias que nos ilustram o<br />

perío<strong>do</strong> que se segue ás tran<strong>forma</strong>ções impostas pelo "Plano <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s para a Escola Oficina n°l" <strong>de</strong><br />

1907-1907:veja-se a primeira sala <strong>de</strong> aula retrata<strong>da</strong>, com as crianças instala<strong>da</strong>s em carteiras tradicionais,<br />

duas a duas, dispostas em fila, e note-se como, apesar <strong>de</strong> sèr esse o aspecto e a disposição <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s<br />

salas <strong>de</strong> aula actuais, to<strong>do</strong> o ambiente retrata<strong>do</strong> nos parece ancora<strong>do</strong> num passa<strong>do</strong> distante; veja-se a<br />

fotografia seguinte em que A<strong>do</strong>lfo Lima se encontra senta<strong>do</strong> a uma mesa com os seus alunos á sua volta,<br />

numa sala <strong>de</strong> aula cheia <strong>de</strong> quadros, mapas e ilustrações, e veja-se como apesar <strong>da</strong> péssima quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

fotografia, este nos aparece como um espaço bem mais perto <strong>de</strong> nós.<br />

Cremos que tal ilusão, que é mais <strong>do</strong> que uma ilusão óptica, retratan<strong>do</strong> bem a precoci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> experiência em causa, se acentua á medi<strong>da</strong> que os uniformes se vão clarean<strong>do</strong>, facto que coinci<strong>de</strong> com<br />

o inicio <strong>da</strong> coeducação, outro sintoma <strong>de</strong> como esta experiência <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>de</strong> oitenta anos se aproxima<br />

vertiginosamente <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> educativa e escolar actual que está longe <strong>de</strong> sèr a regra, em Portugal,<br />

como no resto <strong>do</strong>s países mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s.<br />

7


EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS<br />

DA ESCOLA OFICINA N 2 1<br />

9<br />

1)<br />

O primeiro<br />

grupo <strong>de</strong><br />

alunos <strong>da</strong><br />

Escola Oficina<br />

n 8 1<br />

2)<br />

Os alunos <strong>da</strong><br />

Escola<br />

Oficina n 2 1:<br />

Fotografia <strong>de</strong><br />

grupo feita<br />

entre 1906 e<br />

1912


EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS<br />

DA ESCOLA OFICINA N 2 1<br />

3) Mais <strong>de</strong> cem crianças encontram-se nesta fotografia <strong>de</strong> grupo tira<strong>da</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1912, como nos <strong>de</strong>monstra a côr <strong>da</strong>s<br />

batas, que com o regime <strong>de</strong> coeducação se foi esbranquean<strong>do</strong><br />

11


O ESPAÇO E A SUA EVOLUÇÃO:<br />

O ESTRADO<br />

13<br />

4) Na gran<strong>de</strong><br />

sala <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senho, uma<br />

aula.<br />

Repare-se, à<br />

direita, no<br />

estra<strong>do</strong><br />

funcional.<br />

Fot. tira<strong>da</strong><br />

entra 1906 a<br />

1907<br />

5) A mesma<br />

sala <strong>de</strong> outro<br />

angulo, e<br />

n<strong>outra</strong> época:<br />

Repare-se no<br />

tipo <strong>de</strong><br />

utilização<br />

simultânea <strong>da</strong><br />

mesma sala<br />

para<br />

disciplinas<br />

diferentes, e<br />

veja-se o que<br />

aconteceu ao<br />

estra<strong>do</strong> (à<br />

esquer<strong>da</strong>).<br />

Fof. tira<strong>da</strong><br />

antra 1907 a<br />

1912


O ESPAÇO E A SUA EVOLUÇÃO:<br />

A SALA DE AULA<br />

15<br />

6) Sala <strong>de</strong><br />

aula típica<br />

<strong>da</strong>s<br />

concepções<br />

pe<strong>da</strong>gógicas<br />

<strong>do</strong>minantes<br />

nesta escola,<br />

entre 1905 e<br />

1907<br />

7) A<br />

«Revolução<br />

Libertária»: A<br />

mesma sala<br />

entre 1907 e<br />

1912-Ao<br />

centro, A<strong>do</strong>lfo<br />

Lima


O ESPAÇO E A SUA EVOLUÇÃO;<br />

A SALA DE AULA<br />

8) A mesma sala <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1912<br />

17


fl£ lí Vi Iff<br />

HK ■ HsTfip J f 2<br />

O ESPAÇO E A SUA EVOLUÇÃO:<br />

f""—«* "<br />

O MUSEU LABORATÓRIO<br />

^y 1<br />

^■"".QT ÉÉÉH<br />

1¾<br />

if^ 1<br />

yH f , lllll?«ÍÍ­' íS' ■'<br />

"JE-"*<br />

■<br />

V JÍ »<br />

•!3a«<br />

tiJ<br />

19<br />

; " " . .<br />

*|j§|f^^7!|l<br />

Eí^^WP»» Eí^^WP»» LI . j<br />

^:¾¾ Hl»* sJ 1 . HL-ag^^S<br />

• -.M**.tt*mHÍ- -J.11-S<br />

9) O Museu<br />

Laboratório,<br />

peça essencial<br />

<strong>da</strong>s concepções<br />

pe<strong>da</strong>gógicas<br />

<strong>do</strong>minantes<br />

nesta escola,<br />

numa fotografia<br />

tira<strong>da</strong> entre<br />

1907 e 1912.<br />

Ao centro,<br />

António Lima<br />

10) O Museu<br />

Laboratório<br />

em fotografia<br />

posterior a<br />

1912, nela<br />

figuran<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

novo, António<br />

Lima


O ESPAÇO E A SUA EVOLUÇÃO:<br />

O GINÁSIO EXTERIOR<br />

21<br />

11) Durante<br />

uma visita <strong>de</strong><br />

Manuel Arriaga,<br />

uma<br />

perspectiva <strong>do</strong><br />

ginásio exterior<br />

12) O mesmo<br />

visto <strong>de</strong> outro<br />

ângulo


ACTIVIDADES ESCOLARES:<br />

A MARCENARIA<br />

23<br />

13) Aula <strong>de</strong><br />

Marcenaria<br />

entre 1905 e<br />

1912<br />

14) Aula <strong>de</strong><br />

Marcenaria<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

1912:<br />

Tu<strong>do</strong> mu<strong>do</strong>u,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

fotografia, até<br />

à diversi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s sexos


ACTIVIDADES ESCOLARES:<br />

A MARCENARIA, A ESCULTURA E ATALHA<br />

25<br />

16) Amostra<br />

<strong>de</strong> trabalhos<br />

15) Magnífico<br />

trabalho <strong>de</strong><br />

marcenaria


ACTIVIDADES ESCOLARES:<br />

27<br />

17) Iniciação à<br />

leitura pelo<br />

méto<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

Escola Oficina<br />

n a . 1<br />

18) Exposição<br />

<strong>de</strong> trabalhos<br />

<strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano.<br />

O adulto que<br />

figura nesta<br />

fotografia,<br />

apesar <strong>de</strong> não<br />

ter si<strong>do</strong><br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>,<br />

será<br />

provavelmente<br />

Luis <strong>da</strong> Matta


«A SOLIDARIA»<br />

...QRUPO DE NATAÇÃO<br />

29<br />

19) A Comissão<br />

Directiva <strong>de</strong> «A<br />

Solidária» para o<br />

ano <strong>de</strong> 1916.<br />

Na fila <strong>de</strong> cima,<br />

segun<strong>da</strong> a contar<br />

<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>,<br />

Fernan<strong>da</strong> Matta,<br />

uma <strong>da</strong>s li<strong>de</strong>rs mais<br />

marcantes <strong>de</strong>sta<br />

Associação<br />

20) Grupo <strong>de</strong><br />

natação <strong>de</strong><br />

«A Solidária»


2- A ESCOLA OFICINA N°l, DESCRITA POR QUEM A VIVEU<br />

(ENTREVISTAS)


Como foi dito no corpo <strong>do</strong> texto, as entrevistas, assim como as fotografias e a sua<br />

recolha, fizeram parte <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que no começo <strong>de</strong>ste trabalho só<br />

tinha existência através <strong>de</strong> papéis, e quan<strong>do</strong> muito <strong>de</strong> edifícios, e <strong>de</strong> lugares.<br />

A principio, e penso que isso se reflecte nas duas primeiras entrevistas, e principalmente<br />

na que se reporta a Custódio <strong>da</strong> Costa, elas limitavam-se a exprimir uma curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> jornalística que<br />

explorava campos <strong>de</strong> trabalho possíveis, mas ce<strong>do</strong> me <strong>de</strong>ixei seduzir peias pessoas que entrevistei.Sei,<br />

claro, que isso era o que essas pessoas pretendiam, ou seja seduzir-me através <strong>da</strong>s suas histórias, mas o<br />

motivo por que o faziam caíu-me fun<strong>do</strong> na alma:tive a sensação <strong>de</strong> que algumas <strong>de</strong>las pressentiam o fim<br />

<strong>da</strong>s suas vi<strong>da</strong>s como algo <strong>de</strong> perto no tempo, e procuravam que eu lhas fixasse através <strong>do</strong> papel.<br />

Tive algumas <strong>da</strong>s sensações mais gratas <strong>da</strong> minha memória com a relação que estabeleci<br />

com algumas <strong>de</strong>stas pessoas, que se encarregaram <strong>de</strong> <strong>da</strong>r um corpo e uma voz ao que eu procurava, uma<br />

relação que nem sempre foi imediata, pois fin<strong>da</strong> a entrevista, e na maioria <strong>da</strong>s vezes, separámo-nos sem<br />

nunca mais nos encontrarmos.Foi pois através <strong>da</strong>s suas vozes reproduzi<strong>da</strong>s por grava<strong>do</strong>res, que à medi<strong>da</strong><br />

que ia penetran<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> encanta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Escola Oficina n°l, se foi construin<strong>do</strong> o essencial <strong>do</strong> afecto<br />

que hoje me liga a essas pessoas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> estarem ou não, fisicamente vivas.<br />

Trata-se portanto <strong>de</strong> cinco entrevistas que seleccionei, três <strong>outra</strong>s ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> elimina<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>ste anexo, e que cobrem o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo que durou a tumultuosa e longa gestação <strong>de</strong>sta Tese, ou<br />

seja entre 1981 e 1989.<br />

Não as transcrevi integralmente, pois alguns <strong>do</strong>s temas abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s, só tinham significa<strong>do</strong><br />

no contexto <strong>de</strong> uma relação pessoal, per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> interesse ao serem passa<strong>da</strong>s para o papel.<br />

Mesmo ten<strong>do</strong> consciência <strong>de</strong> que para <strong>outra</strong>s pessoas, estas entrevistas nunca terão o<br />

significa<strong>do</strong> que para mim tiveram, creio no entanto que nelas se encontra alguma in<strong>forma</strong>ção inédita face<br />

aos temas trata<strong>do</strong>s, alguns esboços bem construí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ambiente que ro<strong>de</strong>ou a época em que a acção <strong>de</strong>sta<br />

Tese <strong>de</strong>corre, e algumas explicações para o próprio corpo <strong>da</strong> Tese, e para a <strong>forma</strong> que ele tomou, pelo<br />

que arrisquei a sua transcrição neste "Anexo".<br />

I a Entrevista<br />

Entrevista a Custódio <strong>da</strong> Costa, militante anarco-sindicalista na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20 <strong>do</strong> nosso<br />

século, membro <strong>do</strong> Comité que preparou e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou a Greve Geral revolucionária <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> Janeiro<br />

<strong>de</strong> 1934.<br />

A reali<strong>da</strong><strong>de</strong> sindical e escolar relata<strong>da</strong> por este militante, retrata sobretu<strong>do</strong> a fase<br />

intermédia entre o fim <strong>da</strong> Republica e a <strong>forma</strong>lização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, compreendi<strong>da</strong> entre os ano <strong>de</strong><br />

1926 e 1934, quan<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo sindical e politico protagoniza<strong>do</strong> pela C.G.T. se encontrava já no seu<br />

ocaso.<br />

A entrevista teve lugar em Janeiro <strong>de</strong> 1981.<br />

António Can<strong>de</strong>ias-Que i<strong>da</strong><strong>de</strong> é que tem?<br />

33


Custódio <strong>da</strong> Costa-Tenho 76 anos. Nasci a 3 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1904 e comecei aos 16 anos<br />

a trabalhar como pa<strong>de</strong>iro na indústria <strong>de</strong> panificação e <strong>da</strong>í aos 18 anos comecei a militar no Sindicato <strong>do</strong>s<br />

Operários Manipula<strong>do</strong>res <strong>de</strong> pão.<br />

A.C.- O Sr. nasceu em Lisboa?<br />

C.C.- Nasci em Aveiro.<br />

A.C.- E foi lá que se ligou ao Sindicato?<br />

C.C.- Foi cá. Depois <strong>de</strong> vir para Lisboa. Fui para a profissão <strong>de</strong> pa<strong>de</strong>iro e foi cá que me liguei ao<br />

sindicato aos 18 anos. E <strong>da</strong>í segui sempre e tive um interregno, <strong>de</strong> 1924 a 1927. Fui para a tropa,<br />

e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sair <strong>da</strong> tropa então voltei ao sindicato. Depois <strong>do</strong> 7 <strong>de</strong> Fevereiro, entrei no<br />

movimento <strong>do</strong> 7 <strong>de</strong> Fevereiro, esse movimento acaba e <strong>de</strong>pois entro novamente na questão <strong>do</strong><br />

sindicato, no meu Sindicato <strong>de</strong> Industria.Daí, tivemos várias acções, o sindicato teve várias<br />

posições em relação à questão social, tivemos problemas lá com o meu sindicato, muitos<br />

problemas, já lutan<strong>do</strong> com a corrente bolchevista, e então estive até 1934 sempre militan<strong>do</strong> no<br />

sindicato <strong>do</strong>s pa<strong>de</strong>iros. Em 1934 dá-se o 18 <strong>de</strong> Janeiro quan<strong>do</strong> foi a fascização <strong>do</strong>s sindicatos<br />

operários, dá-se uma Greve Geral Revolucionária em que eu faço parte <strong>do</strong> Comité Nacional <strong>de</strong>sse<br />

movimento, e <strong>da</strong>í, sou preso. Sou preso e mantenho-me 16 anos preso. Estive 13 anos no campo<br />

<strong>de</strong> concentração no Tarrafal, mas antes <strong>de</strong> ir para o Tarrafal, já estava há 26 meses na fortaleza<br />

<strong>de</strong> S. João Baptista em Angra <strong>do</strong> Heroísmo, nos Açores. Depois <strong>de</strong>sses 16 anos rui posto em<br />

liber<strong>da</strong><strong>de</strong> em 1949. Não militei mais no Sindicato mas actuava no Ateneu Cooperativo on<strong>de</strong> nós<br />

nos encontrávamos à volta até com o António Sérgio, na Rua <strong>do</strong>s Anjos, n° 13, 3 o an<strong>da</strong>r. Depois<br />

<strong>de</strong>sse tempo, dá-se o 25 <strong>de</strong> Abril, aparece a Acção Revolucionária <strong>do</strong>s Anarco Sindicalistas,<br />

começamos, e saimos com a "A Batalha" novamente para a rua, com se<strong>de</strong> na rua Angelina Vi<strong>da</strong>l<br />

ali à Graça.<br />

E <strong>da</strong>í nos temos manti<strong>do</strong> através <strong>de</strong>ste tempo to<strong>do</strong> 'a volta <strong>da</strong> Acção Revolucionária <strong>de</strong> "A<br />

Batalha".<br />

A.C.- Quan<strong>do</strong> é que se começou a notar a influência <strong>do</strong>s bolcheviques nos sindicatos?<br />

C.C.- Depois <strong>de</strong> 1921/22 para cá até 1934, porque eles estavam sempre numa guerra aberta para tomar<br />

conta <strong>do</strong> Sindicato. E nós actuávamos sempre em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s posições com os indivíduos.<br />

Havia um ou outro mais consciente mas muito poucos.E <strong>da</strong>í, eles criavam...nós até tivemos uma<br />

acção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> envergadura para a conquista <strong>da</strong>s 8 horas <strong>de</strong> trabalho. Tivemos uma gran<strong>de</strong><br />

reunião na "Voz <strong>do</strong> Operário", e eles feitos com a polícia nessa sessão que nós <strong>de</strong>mos...<br />

A.C.- Isso passou-se em que ano?<br />

34


No ano <strong>de</strong> 1932.<br />

Portanto já em Ditadura...?<br />

Pois, Ditadura, já.Portanto os indivíduos fizeram disparates, feitos com a polícia, fizeram<br />

<strong>de</strong>sacatos, a protestarem contra as oito horas <strong>de</strong> trabalho! Mas isso estava já prepara<strong>do</strong> antes com<br />

a policia, eles, comunistas, com a policia...<strong>de</strong> maneira que dá-se panca<strong>da</strong>ria em gran<strong>de</strong> nas<br />

galerias com uns amigos nossos, que estavam com eles. Encerraram a sessão, mas sai uma<br />

comissão para o Governo Civil. E vieram or<strong>de</strong>ns para a sessão seguir. Aprovámos até uma moção<br />

por aclamação, porque eles não queriam <strong>de</strong>ixar seguir. A nossa classe estava liga<strong>da</strong> nessa altura<br />

ao Ministério <strong>da</strong> Agricultura. E havia lá um elemento, <strong>do</strong> Ministério <strong>da</strong> Agricultura, que nòs<br />

convidámos a lá ir. É que o Parti<strong>do</strong> Comunista já tinha feito uma cisão <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Sindicato <strong>do</strong>s<br />

Pa<strong>de</strong>iros. Então havia <strong>do</strong>is sindicatos a reivindicar ao mesmo tempo(...).<br />

Qual era a posição <strong>da</strong> C.G.T. face 'a escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> obrigatória durante a Republica?<br />

Eu nesses aspectos não lhe posso respon<strong>de</strong>r porque, quan<strong>do</strong> <strong>do</strong> advento <strong>da</strong> Republica eu era um<br />

jovem, <strong>de</strong> apenas 6 anos. Eu nunca frequentei uma escola. Eu aprendi a 1er e a escrever numa<br />

senhora em casa <strong>do</strong>s meus pais e que era professora. Ela é que me ensinou a 1er e a escrever para<br />

<strong>de</strong>pois ir fazer o exame <strong>da</strong> quarta classe.Mas, por infelici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> família o meu pai<br />

foi man<strong>da</strong><strong>do</strong> regressar pelos médicos para a província. E eu fui para a província com eles já tinha<br />

10 anos, e nunca mais estu<strong>de</strong>i, nem nunca fiz exame. O que sei, tem si<strong>do</strong> sempre à minha custa,<br />

que me tenho sempre manti<strong>do</strong>...sabia já 1er e escrever <strong>de</strong>s<strong>de</strong> rapazinho, mas sem nunca ter pisa<strong>do</strong><br />

uma escola.<br />

No entanto, tanto quanto sei, os sindicatos até 1930, 32 interessavam-se muito por questões<br />

educativas...<br />

Bem , por uma ocasião, nós tivemos uma greve, e <strong>de</strong>ssa greve tivemos uma conquista,<br />

ganhávamos 4$50 e passámos para 9$00. E os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ram um dia <strong>de</strong>sse aumento <strong>de</strong><br />

salário <strong>do</strong>s 4$50 para o sindicato, e <strong>de</strong>sse dinheiro apura<strong>do</strong> nós andámos com a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fazer<br />

uma escola <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> sindicato. Comprámos tu<strong>do</strong>, carteiras e tínhamos lá um professor a ensinar.<br />

Os camara<strong>da</strong>s que não sabiam 1er tinham que estu<strong>da</strong>r à noite, ou durante as horas que eles<br />

combinavam, e havia filhos <strong>de</strong>sses camara<strong>da</strong>s e até <strong>de</strong> vizinhos, que estavam para ali assim, e que<br />

nós autorizávamos que eles fossem para ali apren<strong>de</strong>r...<br />

E era uma escola para adultos, ou uma escola para crianças?<br />

Era para os <strong>do</strong>is.Era para crianças e para adultos.<br />

35


A.C.- E havia muitas crianças a frequentarem a escola?<br />

C.C.- Já havia muitos filhos <strong>de</strong> sócios a frequentarem essa escola.<br />

A.C.- Essas crianças tinham mais ou menos que i<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

C.C.- 8 anos, 9 anos por aí assim.<br />

A.C.- E que é que lhes ensinavam? A 1er a escrever?<br />

C.C.- Bem, era um rapaz que era professor mesmo.<br />

A.C.- E não lhes <strong>da</strong>vam noções <strong>da</strong> história <strong>do</strong>s sindicatos, e coisas <strong>do</strong> género...?<br />

C.C.- Bem, sabe, sempre havia umas introduções junto <strong>de</strong>ssas crianças, <strong>de</strong> conhecerem a causa <strong>do</strong><br />

sindicato, e na própria casa <strong>do</strong> sindicato...tu<strong>do</strong> isso lhes <strong>da</strong>va já uma noção <strong>da</strong> casa em que<br />

estavam, sempre ficavam com uma i<strong>de</strong>ia... Mas claro, que lhes infiltrassem, nós somos contra<br />

o infiltramento nos cérebros <strong>da</strong>s crianças <strong>de</strong> qualquer posição para que elas... elas é que tinham<br />

<strong>de</strong> discernir, por si próprias aquilo que tem que ser e nunca incutir-lhes qualquer coisa que lhes<br />

fique na i<strong>de</strong>ia e que as leve amanhã a seguir <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> caminho... que até po<strong>de</strong> ser erra<strong>do</strong>,<br />

claro. Essas crianças é que <strong>de</strong>vem escolher sempre <strong>do</strong> que ouvem, <strong>do</strong> que observam, e escolher<br />

essa acção. A nossa posição sempre na escola, era <strong>de</strong> nunca... e mesmo o camara<strong>da</strong> que lá estava<br />

era uma camara<strong>da</strong> que era um libertário, e nunca era capaz <strong>de</strong>...já no entanto havia um outro<br />

rapaz que era professor, que era o Manuel Alpedrinha que era militante <strong>do</strong> P.C., era estu<strong>da</strong>nte<br />

esse... esse rapaz, então, já tinha uma instrução diferente a <strong>da</strong>r aos alunos, mas esse era mais em<br />

adultos. Era uma espécie <strong>de</strong> um mentor <strong>do</strong> P.C:-... vocês amanhã são Comissários <strong>do</strong> Povo...etc,<br />

aquelas larachas para os encaminhar para o Parti<strong>do</strong>. Claro que <strong>da</strong>li para o Parti<strong>do</strong> pouco<br />

levaram. Apenas <strong>do</strong>is ou três indivíduos, mas que já lhe disse eram um ou <strong>do</strong>is conscientes e tu<strong>do</strong><br />

o resto carneiros...<br />

A.C.- Havia muitas crianças nessa escola?<br />

C.C.- Na altura em que a gente começou, chegaram a an<strong>da</strong>r umas vinte e tal, ... até a contínua, a nossa<br />

continua lá <strong>do</strong> sindicato recebeu or<strong>de</strong>ns nossas para lhes aquecer o comer...o comer que elas<br />

levavam...aqueciam-no lá na cozinha.<br />

A.C.- E quanto tempo é que durou essa escola para as crianças?<br />

C.C.- Essa escola durou quase até 'a fascização <strong>do</strong> sindicato. Até 34. Começou em 1923, 24 ou 25. Até<br />

talvez mais tar<strong>de</strong> 26, ou 28. Durou aí uns três anos.<br />

36


A.C.- Porque é que <strong>forma</strong>ram essa escola para as crianças?<br />

C.C.- É porque nós...Eu como já lhe disse, nunca pisei uma escola...mas por circunstancias várias...a<br />

<strong>do</strong>ença <strong>da</strong> família, etc.E <strong>da</strong>í, nós <strong>de</strong>fendíamos sempre o princípio que to<strong>da</strong> a criança <strong>de</strong>ve ir a<br />

escola, <strong>de</strong>ve apren<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>ve saber para se impor amanhã para qualquer coisa que lhe suce<strong>da</strong>.<br />

A.C.- No entanto as escolas oficiais, tais como as vossas, nessa altura eram gratuitas...Porque é que<br />

essas crianças não iam para a escola oficial?<br />

C.C.- Muitas vezes nas zonas não havia escolas e <strong>de</strong>pois as escolas tinham uma má...tinham uma má<br />

conduta, havia certos professores que contrariavam as crianças e não lhes <strong>da</strong>vam uma educação...<br />

e os pais mais abertos à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, é que as man<strong>da</strong>vam para as escolas <strong>do</strong> género <strong>da</strong> <strong>do</strong> sindicato<br />

porque sabiam que ali não as levavam a trilhar caminhos diferentes, queriam que eles fossem<br />

sabe<strong>do</strong>res <strong>do</strong> que iam apren<strong>de</strong>r, e nunca levá-los para caminhos <strong>da</strong> religião e <strong>de</strong>ssas coisas<br />

to<strong>da</strong>s...<br />

A.C.- Acha que essa escola era uma alternativa 'a escola <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>?<br />

C.C.- Sim para mim era uma alternativa.Até no ensino...<br />

A.C.- Porque essas escolas po<strong>de</strong>riam ter si<strong>do</strong> cria<strong>da</strong>s, ou porque não havia mais escolas ao pé, ou<br />

porque as pessoas que as <strong>forma</strong>vam escolhiam...<br />

C.C.- Mas havia.Havia ali escola perto, no entanto as pessoas escolhiam...Havia uma escola a cento<br />

e tal metros, e por vezes também não tinham lugares para mais crianças, e os pais escolhiam as<br />

<strong>do</strong> sindicato.<br />

A.C.- Sabe se havia mais sindicatos com esse tipo <strong>de</strong> escola?<br />

C.C.- Havia mais, havia.Sim e quan<strong>do</strong> não havia mesmo directamente <strong>do</strong> sindicato, os sindicatos <strong>de</strong>ram<br />

autonomia sua 'a "Voz <strong>do</strong> Operário" e a "Voz <strong>do</strong> Operário", montava escolas <strong>do</strong> sindicato por<br />

conta <strong>da</strong> Voz <strong>do</strong> Operário, como aconteceu no Sindicato <strong>da</strong> Construção Civil, no <strong>do</strong>s<br />

Metalúrgicos, e havia em vários la<strong>do</strong>s... era a "Voz <strong>do</strong> Operário" que montava essas escolas<br />

através <strong>de</strong> certos sindicatos.<br />

2 a Entrevista<br />

Entrevista a Emidio Santana, dirigente sindical <strong>da</strong> C.G.T. <strong>do</strong>s finais <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 20 <strong>do</strong><br />

nosso século, e aluno <strong>da</strong> Escola Oficina n°l entre 1912 e 1919.<br />

37


Entrevista <strong>da</strong>ta<strong>da</strong> <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1981.<br />

António Can<strong>de</strong>ias - Gostaria que me <strong>de</strong>sse alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s biográficos <strong>de</strong> apresentação.<br />

Emidio Santana - Comecei a escola primária na altura em que era natural, aos seis anos,<br />

mas em breve transitei para uma escola que na época foi uma inovação, uma revolução pe<strong>da</strong>gógica, uma<br />

experiência <strong>de</strong> alguns professores anarquistas e outros liberais:foi a Escola Oficina N° 1, on<strong>de</strong> eu estive<br />

até ao começo <strong>do</strong> liceal. Depois segui a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res,que foi a <strong>de</strong> têr <strong>de</strong> procurar uma<br />

profissão; e então aos 14 anos fui apren<strong>de</strong>r o oficio <strong>de</strong> carpinteiro <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s, uma profissão liga<strong>da</strong> à<br />

metalurgia e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter completa<strong>do</strong> o curso industrial <strong>de</strong>diquei-me ao <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> máquinas. Foi esta<br />

a minha activi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Aos 14 anos quan<strong>do</strong> fui trabalhar, já anima<strong>do</strong> <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ias libertárias com que tinha<br />

convivi<strong>do</strong> no seio familiar e <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> familiares, filiei-me no sindicato profissional, que era o<br />

sindicato <strong>da</strong>s classes metalúrgicas <strong>de</strong> Lisboa, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> completar o curso industrial filiei-me na<br />

Juventu<strong>de</strong> Sindicalista. Na altura fui logo nomea<strong>do</strong> secretário <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong> <strong>do</strong> núcleo <strong>de</strong> Lisboa, e<br />

pouco tempo <strong>de</strong>pois Secretário-Geral <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong>s Juventu<strong>de</strong>s ten<strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong> na organização <strong>do</strong><br />

2 o Congresso que se realizou em Abril <strong>de</strong> 1926.<br />

Entretanto também comecei a trabalhar na vi<strong>da</strong> sindical <strong>do</strong> meu sindicato,e aos 19 anos<br />

encontrei-me a cargo <strong>do</strong> Sindicato Metalúrgico e participei então no Congresso Confe<strong>de</strong>rai <strong>de</strong> Santarém<br />

em 1925. Dai, continuei sempre a minha activi<strong>da</strong><strong>de</strong> no meio sindical até que o 28 <strong>de</strong> Maio veio alterar<br />

um pouco a nossa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> e pouco a pouco fomos passan<strong>do</strong> a uma vi<strong>da</strong> clan<strong>de</strong>stina, o que acarretou<br />

muitas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porquanto a primeira prisão que tive pela PIDE foi exactamente em consequência<br />

<strong>de</strong> ter que exercer uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> à luz <strong>do</strong> dia no sindicato, e uma <strong>outra</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> clan<strong>de</strong>stina.Isso<br />

facilitou à policia a prisão <strong>de</strong> muita gente.<br />

Depois <strong>de</strong> 1933, quan<strong>do</strong> foi lança<strong>da</strong> a legislação fascista <strong>da</strong> corporativização, ain<strong>da</strong> fiz<br />

parte inicial <strong>da</strong> Comissão que começou a tratar <strong>do</strong>s preparativos <strong>da</strong> resistência contra essa lei mas fui<br />

preso e <strong>de</strong>porta<strong>do</strong> para os Açores. O 18 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1934, encontrou-me já <strong>de</strong>porta<strong>do</strong> em Angra.<br />

Mas quan<strong>do</strong> regressei voltei à activi<strong>da</strong><strong>de</strong> e estive sempre na clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> durante uns<br />

3 anos, até que em 1936 quan<strong>do</strong> a guerra civil <strong>de</strong> Espanha eclodiu, as condições politicas e sociais aqui<br />

agravaram-se extraordinariamente e nós <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> nenhum podíamos assistir impassíveis à luta <strong>de</strong> Espanha<br />

sem nos sentirmos solidários com o povo espanhol e nessa altura empreen<strong>de</strong>mos uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> mais<br />

activa e revolucionária.<br />

Foram as bombas <strong>do</strong>s Ministérios em Janeiro <strong>de</strong> 1937, foi <strong>de</strong>pois o atenta<strong>do</strong> (l),e durante<br />

esse tempo publicámos com certa frequência o jornal "a Batalha", clan<strong>de</strong>stina até que <strong>de</strong>pois houve uma<br />

vaga <strong>de</strong> prisões em que eu também caí preso.<br />

Fui con<strong>de</strong>na<strong>do</strong>, estive 16 anos preso, e quan<strong>do</strong> voltei, encontrei a organização já muito<br />

<strong>de</strong>bilita<strong>da</strong>, mas to<strong>da</strong>via mantivemos sempre relações entre os velhos militantes e quan<strong>do</strong> veio o 25 <strong>de</strong><br />

Abril vimos renascer as esperanças e viemos encontrar uma nova geração que, se não se sintonizava<br />

inteiramente com a geração antiga e isso era natural porque há sempre uma certa <strong>de</strong>sencontro entre<br />

gerações novas e as mais velhas, isso é histórico e natural, mas enfim, vi com satisfação que as i<strong>de</strong>ias<br />

38


não se per<strong>de</strong>ram inteiramente, que encontravam novas cama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> jovens e enfim, lancámo-nos à<br />

organização, fizemos reaparecer o jornal "A Batalha", o órgão <strong>da</strong> CG.T., que tinha si<strong>do</strong> um jornal<br />

diário publica<strong>do</strong> durante 9 anos ininterruptamente e que <strong>de</strong>pois na clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> se publicou várias<br />

vezes.<br />

Para nós era um ponto vital fazer reaparecer "A Batalha". E na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, ela hoje, embora<br />

não ten<strong>do</strong> a repercussão que já teve porque então chegou a ser o segun<strong>do</strong> jornal diário mais li<strong>do</strong> em<br />

Lisboa, no entanto temos a satisfação <strong>de</strong> vêr que ela representa no nosso país alguma coisa que é diferente<br />

<strong>da</strong>quela vaga <strong>de</strong> entusiasmo fácil, <strong>da</strong>quela vaga <strong>de</strong> <strong>de</strong>magogias também muito fáceis que inun<strong>da</strong> o país<br />

e que fez per<strong>de</strong>r muitas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s; talvez o movimento sai<strong>do</strong> em Abril pu<strong>de</strong>sse ter ti<strong>do</strong> consequências<br />

muito mais profun<strong>da</strong>s... mas enfim hoje temos pelo menos a satisfação <strong>de</strong> ver que estamos fazen<strong>do</strong><br />

renascer o espírito libertário, <strong>de</strong> crítica, <strong>de</strong> análise, o espírito <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência ; e para nós se não somos<br />

um jornal com uma repercussão enorme, temos a certeze <strong>de</strong> que pelo menos ele está a ser um novo ponto<br />

<strong>de</strong> luz para o futuro <strong>do</strong> nosso povo.<br />

A.C.- Falou-me <strong>de</strong> uma coisa muito interessante, ou seja, <strong>do</strong> facto <strong>de</strong> primeiro têr frequenta<strong>do</strong> uma<br />

escola primária penso que oficial, e <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> ter entra<strong>do</strong> para a Escola Oficina n°l. Quanto<br />

tempo é que frequentou a escola primária oficial?<br />

E.S.- A primeira escola para on<strong>de</strong> eu fui, foi uma escola <strong>da</strong> Confe<strong>de</strong>ração Metalúrgica, quero dizer,<br />

<strong>da</strong>s Associações <strong>de</strong> Classe <strong>do</strong>s Metalúrgicos e nela apenas estive quinze dias. O meu pai era<br />

metalúrgico. Mas embora ten<strong>do</strong> i<strong>do</strong> para essa escola e essa escola não me tivesse <strong>de</strong>sagra<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

porque <strong>do</strong>s 15 dias que eu lá estive ain<strong>da</strong> conservo... uma coisa curiosa, é que a escola não tinha<br />

aquele ar... carrancu<strong>do</strong> <strong>da</strong>s escolas oficiais, e tinha um hino que era canta<strong>do</strong> na musica <strong>da</strong><br />

Internacional. Era uma escola que tinha como patrono o Francisco Ferrer, que era a figura <strong>de</strong>ssa<br />

época. Mas por circunstancias várias a minha mãe teve conhecimento <strong>de</strong>ssa escola(2) e teve o<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> me levar lá e matriculou-me.<br />

Essa escola tinha um méto<strong>do</strong> diferente <strong>do</strong> programa oficial. Não havia a instrução primária nem<br />

a secundária. Havia um curso geral que ia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras letras até ao liceu. Mas em mol<strong>de</strong>s<br />

absolutamente diferentes.<br />

Por exemplo, a começarmos por uma <strong>da</strong>s inovações.Eu aqui há pouco tempo ouvi na<br />

Televisão a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> ensinar que se consi<strong>de</strong>rava novo agora, que era com uns<br />

cartões com as letras a compor as palavras, e eu sorri-me, ri-me, porque foi assim que eu aprendi<br />

há sessenta e tal anos.<br />

Para <strong>da</strong>r a imagem mais completa, por exemplo, eu nunca aprendi o alfabeto. Um dia vim<br />

a saber que sabia o alfabeto. Havia armários com brinque<strong>do</strong>s.Ca<strong>da</strong> prateleira tinha brinque<strong>do</strong>s<br />

cujo nome começava por uma letra, que era a letra que lá estava:A,B,C,D, havia para to<strong>da</strong>s as<br />

letras. Portanto nós com a nossa curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> é que íamos buscar um brinque<strong>do</strong>, e vinha a<br />

professora:-sabes o nome, sabes escrever, as letras são estas- e a gente ia compon<strong>do</strong> o nome <strong>do</strong><br />

brinque<strong>do</strong> com aquelas letras , e <strong>de</strong>pois iamos pendura- las no quadro e <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> escreviamo-las<br />

no quadro.Portanto, este processo foi assim, já nessa época.<br />

39


Não havia carteiras escolares. Ca<strong>da</strong> aula tinha uma mesa gran<strong>de</strong>, com ca<strong>de</strong>iras à volta.<br />

Entrávamos na aula , porque andávamos <strong>de</strong> aula em aula, conforme as ca<strong>de</strong>iras ,levávamos os<br />

nossos papéis , apontamentos , ou isso, que íamos buscar ao armário, porque ca<strong>da</strong> um tinha o<br />

seu cacifo, e entrávamos na aula e sentávamo-nos em qualquer lugar. Ficava sempre uma ca<strong>de</strong>ira<br />

vaga para o professor, e o professor, quan<strong>do</strong> vinha sentava-se, e conversava connosco. A lição<br />

era <strong>da</strong><strong>da</strong> assim.<br />

Não tínhamos uniforme. Dentro <strong>da</strong> escola ofereciam-nos uma bata e os professores<br />

vestiam uma bata igual. Não havia rigi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> <strong>de</strong>corar, aprendíamos as coisas com relativa<br />

facili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Tínhamos isto: era como se fosse uma oficina. Entrávamos ás oito e saíamos ás cinco.<br />

Havia uma hora <strong>de</strong> almoço e uma hora e meia <strong>de</strong> recreio. Quan<strong>do</strong> íamos para o refeitório,<br />

sentávamo-nos em qualquer mesa e em ca<strong>da</strong> mesa havia um professor, a comer com a<br />

gente.Portanto era um regime <strong>de</strong> convívio. O próprio ano escolar não era o ano oficial. As férias<br />

eram no fim <strong>do</strong> ano e na época <strong>de</strong> verão havia uns dias para praia e visitas ao campo.<br />

A.C.- Quan<strong>do</strong> é que tinham férias?<br />

E.S.- Eram no final <strong>do</strong> ano.E no final <strong>do</strong> ano havia a festa escolar em que to<strong>do</strong>s os alunos expunham<br />

os seus trabalhos escolares <strong>do</strong> ano. Era uma festa <strong>de</strong> confraternização em que <strong>de</strong>pois metia teatro,<br />

tu<strong>do</strong> isso. Havia sempre uma peça <strong>de</strong> teatro naturalmente basea<strong>da</strong> em assuntos escolares, que<br />

eram analisa<strong>do</strong>s.Fazíamos as peças <strong>de</strong> teatro, outros recitavam, etc.<br />

O homem, a cabeça principal <strong>de</strong>ssa escola foi o A<strong>do</strong>lfo Lima, que foi um mestre <strong>da</strong><br />

pe<strong>da</strong>gogia, que foi <strong>de</strong>pois Director <strong>da</strong> Escola Normal <strong>de</strong> lisboa, publicou uma revista, <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s<br />

pe<strong>da</strong>gógicos, que foi muito importante, esse homem foi um militante anarquista, foi um homem<br />

que <strong>de</strong>u ao movimento anarquista um certo apoio, e além <strong>de</strong> outros professores, mesmo o César<br />

<strong>Porto</strong>,também e a Deolin<strong>da</strong> Lopes Vieira que ain<strong>da</strong> é viva, esposa <strong>do</strong> Pinto Quartim, um<br />

militante anarquista que publicou um jornal ,"A Terra Livre" etc.<br />

A escola tinha também esta particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Havia oficinas! E foi a primeira escola em regime <strong>de</strong> coeducação. Para as oficinas iam<br />

rapazes e raparigas assim como os rapazes iam também para a costura . E as raparigas iam para<br />

a carpintaria, para a latoaria, para a estofaria, etc.É claro que não era um trabalho...era uma<br />

maneira <strong>de</strong> nos familiarizarmos com...(interrupção)...Como eu dizia, os rapazes e as raparigas<br />

partilhavam igualmente as oficinas. Claro que não eram oficinas para produzir na<strong>da</strong>, mas eram<br />

para a prática e <strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> matéria, exercer as facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s criativas.Por exemplo tínhamos<br />

também uma aula <strong>de</strong> talha em ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação, tínhamos música, <strong>da</strong>nça,tinhamos tu<strong>do</strong><br />

isso.<br />

Isto foi fun<strong>da</strong><strong>do</strong> em 1908 e eu entrei para essa escola em 1912.<br />

40


A.C.- Esteve lá até quan<strong>do</strong>?<br />

E.S.- Estive lá <strong>do</strong>s seis aos treze anos.<br />

A.C.- Havia diplomas nessa escola? Não teve problemas <strong>de</strong>pois em seguir estu<strong>do</strong>s?<br />

E.S.- Eles passavam certifica<strong>do</strong>s que nos <strong>da</strong>vam habilitação para entrar para o liceu, por exemplo.<br />

Muitos <strong>do</strong>s meus companheiros seguiram estu<strong>do</strong>s superiores.Por exemplo, recor<strong>do</strong> o Manuel<br />

Men<strong>de</strong>s que foi elemento activo <strong>da</strong> oposição e que esteve <strong>de</strong>pois liga<strong>do</strong> à Acção Socialista; O<br />

Leopol<strong>do</strong> <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> que foi um escultor; o Tagarro.que morreu muito novo mas que foi um<br />

encena<strong>do</strong>r <strong>de</strong> categoria e artista plástico, a Fernan<strong>da</strong> <strong>de</strong> Sousa, actriz, que já morreu. Esses<br />

sairam e tiveram possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seguir para os cursos superiores.<br />

A.C.- Qual era a origem social <strong>da</strong> maior parte <strong>do</strong>s alunos?<br />

E.S.- Ah! Isso é muito interessante . No começo a República teve um gran<strong>de</strong> acolhimento nas classes<br />

trabalha<strong>do</strong>ras , como uma esperança, mas teve essencialmente, um gran<strong>de</strong> apoio nas classes<br />

médias e especialmente na classe mercantil. A gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong> comércio <strong>de</strong> Lisboa era<br />

republicano na ocasião. Mas aqui na escola, apareciam tanto filhos <strong>de</strong> operários, como eu, como<br />

filhos <strong>de</strong> comerciantes , como o Manuel Men<strong>de</strong>s, como filhos <strong>de</strong> um pequenino industrial como<br />

o Leopol<strong>do</strong> <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>. Era um estrato diverso entre as classes trabalha<strong>do</strong>ras e as classes médias.<br />

A.C.- Mas notava alguma pre<strong>do</strong>minância?<br />

E.S.- Sim... talvez pre<strong>do</strong>minassem mais os <strong>da</strong> classe média.<br />

A.C.- Podia-me <strong>de</strong>screver um dia passa<strong>do</strong> na Escola Oficina n°l?<br />

E.S- Sim! Entrava-se <strong>de</strong> manhã e ca<strong>da</strong> um ia para o vestiário e vestia a sua bata. Não havia sinetas,não<br />

havia na<strong>da</strong> disso! havia relógios e ca<strong>da</strong> um tinha que saber que a aula tal era ás tantas horas, qual<br />

a sala etc.,e nós circulávamos pela escola, ca<strong>da</strong> um a caminho <strong>da</strong> sua aula. As aulas eram <strong>de</strong> uma<br />

hora.Ou por <strong>outra</strong>, 50 minutos porque <strong>de</strong>z minutos antes acabava a aula e ca<strong>da</strong> um ia, e ia trocar<br />

<strong>de</strong> material, se por exemplo se precisavam <strong>de</strong> canetas borrachas, etc., iam buscá-las à sua<br />

gaveta e ao seu armário e <strong>de</strong>pois aparecia na aula e sentava-se. Os professores não faziam esperar<br />

e to<strong>do</strong>s nós podíamos dizer uma graça ao professor, podíamos perguntar uma coisa.Áh! coisa<br />

curiosa: os alunos tinham uma associação, que era " A Solidária". E to<strong>do</strong>s os anos nomeava- se<br />

uma comissão entre os alunos e que <strong>da</strong>va a refeição to<strong>do</strong>s os dias.Pagavam-se umas cotas e<br />

tínhamos o almoço!<br />

41


A.C.- Mas essa associação era geri<strong>da</strong> pelas crianças?<br />

E.S.- Pelos alunoslClaro que os professores nos aju<strong>da</strong>vam, mas nós é que tínhamos a<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>.Por exemplo, à segun<strong>da</strong>-feira <strong>de</strong> manhã, quan<strong>do</strong> iamos para a escola, havia<br />

a quotização, ca<strong>da</strong> um pagava a cota <strong>da</strong> semana , e então este e aquele tinha que lá estar para<br />

receber as quotas,e para fazer as contas e conferir os pagamentos. O professor estava ao pé, mas<br />

nós é que fazíamos tu<strong>do</strong> isso.Isto <strong>de</strong> 1912 até 1919, que foi quan<strong>do</strong> eu <strong>de</strong> lá saí.<br />

Mas isto continuou. Ain<strong>da</strong> existe essa escola. Não sei como está hoje mas ain<strong>da</strong> existe.<br />

Essa associação tinha um hino, hino que a Republica <strong>de</strong>pois tornou no hino oficial <strong>da</strong>s escolas<br />

<strong>de</strong>pois:era "A Sementeira". Começa assim: "... escolas semeai! O amor, a vi<strong>da</strong>, a luz, a límpi<strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, ó escolas semeai!..."<br />

Portanto tínhamos a refeição lá na associação. Esta é que fazia as festas escolares. Depois<br />

<strong>do</strong> almoço tínhamos uma hora e meia <strong>de</strong> recreio.íamos para o pátio, os professores iam para ali,<br />

a gente brincava, ca<strong>da</strong> um procurava as suas brinca<strong>de</strong>iras, e os professores, podiam, por exemplo<br />

<strong>de</strong>saconselhar... Por exemplo recor<strong>do</strong>, que a primeira guerra surgiu quan<strong>do</strong> eu an<strong>da</strong>va na escola<br />

e a excitação tocou em nós, e nós, garotos <strong>de</strong> estratos sociais que estavam mais ou menos<br />

contagia<strong>do</strong>s por i<strong>de</strong>ias politicas,que apanhávamos no seio <strong>da</strong> família,e éramos to<strong>do</strong>s contra a<br />

Alemanha que eram os "boches" e começávamos a fazer as brinca<strong>de</strong>iras à volta <strong>da</strong>s lutas entre<br />

franceses alemães e búlgaros, etc, e os professores mo<strong>de</strong>ravam isso, não proibiam, mo<strong>de</strong>ravam!<br />

e procuravam sugerir coisas e brinca<strong>de</strong>iras diferentes para não se cair no militarismo! não<br />

gostavam, e procuravam <strong>de</strong>sviar-nos para <strong>outra</strong>s brinca<strong>de</strong>iras.Não proibiam!<br />

Outra coisa que a escola tinha:não havia nenhuma espécie <strong>de</strong> castigos corporais e nem<br />

eram admiti<strong>da</strong>s queixas. Se a gente se fosse queixar <strong>de</strong> um colega o professor dizia :-olha isto<br />

olha aquilo,fala com ele,procura pôr-te <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> não se faz queixa-, não aceitava como<br />

queixa.Podiam ir ver se havia uma coisa mais grave, mas queixas não!<br />

O único castigo que havia se houvesse uma falta grave, o Conselho Escolar <strong>de</strong>terminava<br />

uma suspensaão, um dia <strong>do</strong>is dias,etc.,e éramos suspensos e man<strong>da</strong>vam dizer para casa o porquê<br />

etc.<br />

A.C.- E Isso era frequente?<br />

E.S.- Não, não era frequente. Era muito raro.<br />

A.C.- E porque razões, porque tipo <strong>de</strong> comportamentos é que se podia <strong>da</strong>r uma suspensão?<br />

E.S.- Por exemplo se havia uma agressão, <strong>de</strong> um mais velho a um mais novo, ou se se estragava <strong>de</strong><br />

propósito as coisas <strong>do</strong>s outros...só em casos <strong>de</strong>sses.<br />

42


Havia algum méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> conhecimentos, exames, provas,etc.?<br />

Não havia exames. Os professores tinham as suas notas, e iam analisan<strong>do</strong> os alunos durante o ano<br />

e chegava ao fim <strong>do</strong> ano e tinha uma avaliação <strong>do</strong> que é que o aluno tinha progredi<strong>do</strong>. E no fim<br />

<strong>do</strong> ano reunia o conselho escolar, ca<strong>da</strong> professor <strong>da</strong>va os seus pareceres, e <strong>de</strong>pois saíam os<br />

resulta<strong>do</strong>s, os que tinham passa<strong>do</strong>, e os que não tinham passa<strong>do</strong>.<br />

Não havia o 0, 1, 2, 3, 4 ...?<br />

Ou passava ou não passava.<br />

Era muito frequente haver pessoas que não passavam?<br />

Não, não era muito frequente, mas sempre havia alguns casos, mas não era muito frequente os<br />

que não passavam.Mas não havia notas <strong>de</strong> maneira alguma! Uma coisa curiosa, havia teatro feito<br />

por nós. E no geral era teatro a corrigir hábitos adquiri<strong>do</strong>s, ou coisas que se generalizassem. Por<br />

exemplo, a uma certa altura havia a mania <strong>de</strong> nos zangarmos uns com os outros. E Era:-"Tou<br />

mal contigo"- e <strong>de</strong>pois cruzávamos os <strong>de</strong><strong>do</strong>s e <strong>de</strong>scruzávamo-los <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, e não nos<br />

falávamos.Depois quan<strong>do</strong> era para fazermos as pazes, era o "estou bem contigo" e cruzávamos<br />

<strong>outra</strong> vez os <strong>de</strong><strong>do</strong>s! O A<strong>do</strong>lfo Lima apanhou aquilo e fez uma comédia com o "estou mal<br />

contigo", que era uma série <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que se <strong>da</strong>vam em cena e que punha em choque...! e até<br />

me recor<strong>do</strong> uma coisa que ficou na memória <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s nós.Havia uma cena em que estávamos a<br />

jogar ás cinco pedrinhas, e a certa altura há uma questão por causa <strong>da</strong>s pedras e há uma rapariga,<br />

e ela, quan<strong>do</strong> chegou a altura levantou-se e disse "estou mal contigo".E diz-lhe o César <strong>Porto</strong> que<br />

era quem estava a ensaiar:-01ha, isso assim é muito seco! Não, tens que dizer isso quase a<br />

chorar-. E chegou altura e ela levanta-se e disse: " estou malcontigo quase a chorar".<br />

E aquilo pegou <strong>de</strong> tal maneira que <strong>de</strong>pois nós na brinca<strong>de</strong>ira, passámos a dizer,"Estou<br />

mal contigo quase a chorar"!<br />

Que disciplinas havia?<br />

Tínhamos nas primeiras letras , a gramática a escrita, dita<strong>do</strong>s, aritmética, matemática e tínhamos<br />

uma aula que ain<strong>da</strong> hoje é uma rari<strong>da</strong><strong>de</strong>! Tínhamos sociologia. Começávamos a sociologia aí na<br />

quarta classe... quan<strong>do</strong> começávamos a ter aquilo que se chama a instrução primária.<br />

De que é que se falava em Sociologia?<br />

43


E.S.- Era assim, por exemplo, costumes <strong>de</strong> povos <strong>de</strong> raças, i<strong>de</strong>ias sobre a evolução <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

etc.E isso era acompanha<strong>do</strong> por visitas.Era frequente fazermos visitas a Museus,ao Museu <strong>de</strong><br />

Arte Antiga, ao Museu <strong>de</strong> arte Mo<strong>de</strong>rna, ao Museu <strong>de</strong> Arqueologia, etc.De vêz em quan<strong>do</strong> havia<br />

essas visitas escolares .<br />

Agora, esta escola teve um perío<strong>do</strong> brilhante até 1920, talvez até 1926, não mais, pois nessa<br />

altura foi Director o José Carlos <strong>de</strong> Sousa, um homem muito activo no movimento Anarquista,<br />

mas <strong>de</strong>pois que veio o golpe militar <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> Maio, a escola tinha um subsídio oficial, porque<br />

tinha si<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> pública pelo governo provisório <strong>da</strong> república, portanto tinha<br />

um subsidio, e <strong>de</strong>pois começaram a rarear os auxílios e começaram a impor limitações à escola.<br />

Por exemplo, <strong>de</strong>pois já no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> fascismo, proibiram a coeducação <strong>do</strong>s sexos.Proibiram a<br />

mistura <strong>de</strong> sexos. A escola teve que optar e optou pelo sexo feminino, não sei a razão mas creio<br />

que foi por ter si<strong>do</strong> mais fácil, para não atrair tanto as atenções. E aquilo foi-se fechan<strong>do</strong> , e<br />

foram-se impon<strong>do</strong> regras muito severas, <strong>de</strong> maneira que a escola <strong>de</strong>caiu muito.Ela hoje ain<strong>da</strong><br />

existe hoje...<strong>de</strong> maneira que a escola sofreu muito, muito, no perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> fascismo.<br />

Notas à 2" Entrevista<br />

1) Emidio Santana refere-se aqui ao atenta<strong>do</strong> que teve como alvo Oliveira Salazar, em 1937, e que<br />

é ampalmente <strong>de</strong>scrito numa sua obra cujas referencias são as seguintes:<br />

"História <strong>de</strong> um atenta<strong>do</strong>-o atenta<strong>do</strong> a Salazar", 1976, Publicações Forum, Sintra<br />

2) Emidio Santana refere-se qui à Escola Oficina n°l<br />

3 a Entrevista<br />

e 1929.<br />

Entrevista a Deolin<strong>da</strong> Lopes Vieira Quartim, professora <strong>da</strong> Escola Oficina n°l entre 1911<br />

Esposa <strong>de</strong> Pinto Quartim, jornalista anarquista fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> jornal Libertário "Terra<br />

Livre" no inicio <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>z <strong>do</strong> nosso século e primeiro chefe <strong>de</strong> re<strong>da</strong>cção <strong>de</strong> "A Batalha" em 1919,<br />

Deolin<strong>da</strong> Quartim foi uma <strong>da</strong>s figuras principais <strong>da</strong> Escola Oficina n°l, e alguém que percorreu <strong>de</strong> uma<br />

<strong>forma</strong> muito activa o movimento social português <strong>do</strong> primeiro quarto <strong>do</strong> nosso século, estan<strong>do</strong> também<br />

liga<strong>da</strong> aos primeiros movimentos feministas portugueses <strong>da</strong> altura.<br />

Foi também Maçon com o pseudónimo <strong>de</strong> "Maria Amália Vaz <strong>de</strong> Carvalho "(Marques <strong>da</strong><br />

Costa, 1980), facto que ignorávamos quan<strong>do</strong> esta entrevista teve lugar, e é mãe <strong>da</strong> actriz Glicínia<br />

Quartim, que à semelhança <strong>da</strong>s suas irmãs e irmão, frequentou a Escola Oficina n°l nos finais <strong>da</strong> déca<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> vinte, princípios <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> trinta.<br />

44


Quan<strong>do</strong> a entrevistámos, em Fevereiro <strong>de</strong> 1985, Deolin<strong>da</strong> Quartim cuja i<strong>da</strong><strong>de</strong> ron<strong>da</strong>ria<br />

os noventa anos, mantinha-se <strong>de</strong> uma luci<strong>de</strong>z e vivaci<strong>da</strong><strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>ntes, apesar <strong>de</strong> algumas <strong>da</strong>s <strong>da</strong>tas<br />

por ela referi<strong>da</strong>s não coincidirem exactamente com as que conseguimos <strong>de</strong>terminar basean<strong>do</strong>-nos na<br />

leitura <strong>da</strong>s fontes sobre esta escola, o que se nos afigura natural numa entrevista que cobre acontecimentos<br />

<strong>da</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> há mais <strong>de</strong> meio século.<br />

António Can<strong>de</strong>ias- Po<strong>de</strong>-me fornecer <strong>da</strong><strong>do</strong>s biográficos seus, e <strong>da</strong> sua relação com a<br />

Escola Oficina n°l ?<br />

Deolin<strong>da</strong> Quartim-Entrei para a escola a trabalhar, por volta <strong>de</strong> 1912, e <strong>de</strong>pois interrompi<br />

porque fui para o Brasil com o meu mari<strong>do</strong> , o Pinto Quartim que foi expulso, porque foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

ci<strong>da</strong>dão brasileiro, ten<strong>do</strong> intervin<strong>do</strong> na politica portuguesa.Naquele tempo, a lei não o permitia, e ele era<br />

para to<strong>do</strong>s os efeitos um ci<strong>da</strong>dão estrangeiro, nasci<strong>do</strong> no Brasil, filho <strong>de</strong> pai português e <strong>de</strong> mãe<br />

brasileira, mas filha <strong>de</strong> portugueses.<br />

Só mais tar<strong>de</strong> é que as leis mu<strong>da</strong>ram a esse respeito.<br />

Ele tinha um jornal, "A Terra Livre", com uma orientação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e com uma feição<br />

que não agra<strong>da</strong>va ao Governo Republicano.<br />

A.C.- A senhora <strong>de</strong>pois voltou <strong>do</strong> Brasil...<br />

D.Q.- Voltei <strong>do</strong> Brasil em 1915, e nessa altura chamaram-me <strong>outra</strong> vez, e eu voltei para a Escola<br />

Oficina n°l.<br />

A.C.- Nessa altura ain<strong>da</strong> estava na Escola Oficina N°l o Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima?<br />

D.Q.- Foi a alma <strong>da</strong> orientação pe<strong>da</strong>gógica <strong>da</strong>quela escola.<br />

A.C.- Qual era a influência <strong>do</strong>s anarquistas naquela escola?<br />

D.Q.- Não sei... os anarquistas...Bem... ele era o orienta<strong>do</strong>r pe<strong>da</strong>gógico mas era uma pessoa<br />

suficientemente ... com uma digni<strong>da</strong><strong>de</strong> mental muito apura<strong>da</strong> e tinha um programa <strong>de</strong> educação<br />

em que respeitava profun<strong>da</strong>mente a individuali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança, não "<strong>de</strong>spejava" na<strong>da</strong> , e criava<br />

um ambiente <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong>, e basta dizer que a criança estava na aula e se tinha<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ir lá fora levantava-se e não pedia licença...o chama<strong>do</strong> "pedir licença" ao<br />

professor, não fazia, e não abusava ! Posso-lhe dizer... trabalhei nessas condições, e não abusava!<br />

A.C.- Mas o Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima estava liga<strong>do</strong> aos anarquistas portugueses..<br />

45


D.Q.- Não sei se oficialmente havia qualquer coisa a que ele estivesse liga<strong>do</strong>, isto é, não posso<br />

garantir.Agora, que era uma pessoa com uma mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> anarquista no alto senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> palavra,<br />

era!...Não era o anarquista "Ravachol" e essas coisas...e foi ele o autor <strong>do</strong>s programas.<br />

Aquilo tinha um programa que equivalia mais ou menos naquele tempo, ao segun<strong>do</strong> ano <strong>do</strong> liceu<br />

<strong>da</strong>quele tempo.<br />

A.C.- Ou seja, à Escola Primária Superior...<br />

D.Q.- Não, não era bem o <strong>da</strong> Escola primária superior, nem a i<strong>da</strong><strong>de</strong> em que as crianças acabavam seria<br />

a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Escola Primária Superior.Já não me lembro bem <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> em que as crianças<br />

acabavam.... Era uma coisa <strong>de</strong>sliga<strong>da</strong> <strong>do</strong> Ensino Oficial, porque <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> proclamação <strong>da</strong><br />

Republica, o curso <strong>da</strong> Escola Oficina foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> equivalente ao Primário... vinham cá para<br />

fora e não precisavam <strong>de</strong> fazer exame <strong>de</strong> instruçãoo primária oficial, tinham equivalência...no<br />

entanto, o seu programa ia mais além.<br />

Como digo, mais ou menos ao 2 o ano <strong>do</strong> Liceu <strong>da</strong>quele tempo, estou- me a reportar àquele<br />

tempo...<br />

A.C.- Na Escola não havia exames <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> classe?<br />

D.Q.- Não havia exames nem provas que justificassem chamar-se-lhes um exame.<br />

A.C.- Como é que um aluno transitava <strong>de</strong> classe ?<br />

D.Q.- Nós tínhamos frequentes reuniões <strong>do</strong> Conselho Escolar, trocávamos impressões sobre a conduta<br />

<strong>do</strong> aluno, o seu tipo mental, as suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a sua assidui<strong>da</strong><strong>de</strong> ou o seu interesse pelo<br />

ensino, e assim o consi<strong>de</strong>rávamos capaz ou não <strong>de</strong> transitar para o ano seguinte.<br />

A.C.- Segun<strong>do</strong> sei, aquela escola era uma escola em que se aplicavam os princípios <strong>da</strong> Educação<br />

Integral...<br />

D.Q.- Sim porque tentava-se que na escola houvesse as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais diversas, e que a criança se<br />

manifestasse em to<strong>da</strong>s essas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a mo<strong>de</strong>lação ao trabalho <strong>de</strong> marcenaria...os mais<br />

crescidinhos já faziam coisas, mesmo! coisas úteis! Para os outros mais pequenos eram uns<br />

trabalhinhos em ma<strong>de</strong>ira, enfim...,tinham mo<strong>de</strong>lação, <strong>de</strong>senho já se sabe, que é a base <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>,<br />

e procurava-se que a criança exercitasse to<strong>da</strong>s as suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s para <strong>de</strong>senvolver o seu sêr<br />

integralmente.<br />

À o que eu compreen<strong>do</strong> por ensino integral... <strong>educar</strong>, não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, exercitar to<strong>da</strong>s aquelas<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que o sêr humano possa manifestar.<br />

46


A.C.- Portanto havia ensino <strong>de</strong> música, <strong>da</strong>nça..., mo<strong>de</strong>lação, <strong>de</strong>senho...<br />

D.Q.- Sim claro, havia tu<strong>do</strong> isso... não se compreen<strong>de</strong> a Educação Integral sem música... tínhamos<br />

professor <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça e uma aula <strong>de</strong> Educação Social que era <strong>da</strong><strong>da</strong> pelo A<strong>do</strong>lfo Lima, para além <strong>da</strong>s<br />

<strong>outra</strong>s activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que mencionou.<br />

A.C.- Que è que se ensinava na Educação Social?<br />

D.Q.- Ele procurava sobretu<strong>do</strong> mostrar a evolução humana ...e tu<strong>do</strong> quanto existia, meios <strong>de</strong> transporte<br />

e to<strong>da</strong>s as diferentes activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a humani<strong>da</strong><strong>de</strong> tem manifesta<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s tempos.<br />

Procurava, já se sabe, <strong>de</strong>spertar-lhes sobretu<strong>do</strong> o interesse para a colectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O aluno ia prepara<strong>do</strong> para se integrar no meio social. Uma educação social que não tenha<br />

por fim conduzir o individuo para se integrar no meio social não se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar uma<br />

educação social. Não acha?<br />

A.C.- Sim, sim..., mas...aquele meio social que existia na altura, era visto como sen<strong>do</strong> "um bom meio<br />

social"?<br />

D.Q.- Qual, o meio social que existia naquele tempo? Não! Era ... <strong>de</strong>spertar por exemplo sentimentos<br />

<strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> convivência, <strong>de</strong> tolerância, sobretu<strong>do</strong>... o respeito pelos seus colegas, tu<strong>do</strong><br />

isso que faz parte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> humana. Isso é que era uma preparação social.<br />

A.C.- Sim mas era também uma preparação para o aluno mu<strong>da</strong>r o meio social..não?<br />

D.Q.- Propriamente dito... não, isso já é uma condução politica não é?... nesse senti<strong>do</strong>, o que se chama<br />

vulgarmente conduzir politicamente num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> senti<strong>do</strong>, não! Absolutamente não!<br />

A.C.- Mas um aluno que saisse <strong>da</strong> Escola Oficina n°l ele não iria ter uma parte mais activa na<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> para a trans<strong>forma</strong>r...<br />

D.Q.- Talvez, talvez<br />

A.C.- Não era isso que se procurava?<br />

D.Q.- Sim... transformá-la sobretu<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> sua prática, na sua conduta não é?... <strong>de</strong>senvolver<br />

o sentimento <strong>do</strong> trabalho, a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> com os seus colegas... Não sei como direi mais.<br />

É claro que o homem não se lança para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> como um sêr amorfo. Nós na<br />

educação, quer queiramos quer não, a neutrali<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma palavra mentirosa na educação. NÓS<br />

47


to<strong>do</strong>s temos um fito, conduzir a criança naquilo que supomos ser a nossa ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas não é<br />

por exemplo ensinar à criança que seja revolucionária, no ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro lugar <strong>da</strong> palavra...<br />

Revolucionário é to<strong>do</strong> aquele que preten<strong>de</strong> modificar para bem...aquilo que nós<br />

consi<strong>de</strong>ramos o bem, não é?<br />

Mas enfim...tornar a criança interessa<strong>da</strong>, interessa<strong>da</strong> por qualquer coisa, porque não há<br />

na<strong>da</strong> pior que o indiferentismo, e era isso que se pretendia transmitir e por isso procurávamos<br />

estu<strong>da</strong>r no aluno as suas tendências naturais.<br />

Tivemos alunos que sairam <strong>de</strong> lá, e que marcaram, <strong>de</strong> novitos...<br />

Olhe aquele Leopol<strong>do</strong> <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> foi aluno <strong>de</strong> lá. Muito novinho manifestou a tendência<br />

para a escultura, na mo<strong>de</strong>lação. Era um bom aluno. O <strong>de</strong>senho e a mo<strong>de</strong>lação, manifestou-se nele<br />

<strong>de</strong> pequeno. E seguiu a sua carreira.<br />

Também tinha um bom professor que era aquele escultor, José Neto o homem que fez<br />

os leões <strong>da</strong> "Lisboa e Açores" e também tivemos lá outros como o José Pereira e tal...<br />

procuran<strong>do</strong> <strong>de</strong>spertar o interesse, o amor pela execução <strong>da</strong>s coisas artísticas, quer no <strong>de</strong>senho,<br />

quer na mo<strong>de</strong>lação etc..<br />

Quem eram os professores <strong>da</strong> Escola Oficina N°l ?<br />

Éramos bastantes porque tínhamos aquilo organiza<strong>do</strong> por disciplinas (...).<br />

Nós procurávamos que o corpo <strong>do</strong>cente <strong>da</strong> escola tivesse afini<strong>da</strong><strong>de</strong>s quanto à finali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> educação, à compreensão <strong>do</strong> que era a educação integral, enfim tu<strong>do</strong>... tínhamos to<strong>do</strong>s os<br />

meses uma reunião <strong>do</strong> Conselho (Escolar), em que trocávamos impressões sobre os alunos...<br />

alguns alunos que se manifestassem um pouco difíceis, saber a impressão <strong>de</strong> A, B ou C sobre<br />

esses alunos, enfim, procurarmos com o nosso trabalho conduzir essa criança...<br />

E como é que se entrava para professor <strong>da</strong> Escola Oficina n°l? Era por concurso...?<br />

Isso agora é que eu não sei.<br />

Eu entrei assim: Eu era normalista <strong>de</strong> Alcântara e já naquele tempo procurava 1er coisas,<br />

enfim aquelas coisas <strong>da</strong>quele tempo... já se sabe que éramos to<strong>do</strong>s assim muito i<strong>de</strong>alistas. A<br />

Escola Oficina n° 1 não tinha férias, mas era para quem queria, porque como era frequenta<strong>da</strong> por<br />

crianças muito pobres e to<strong>do</strong>s os dias se fornecia uma refeição, tanto quanto possível boa, e para<br />

aqueles pobres ali <strong>de</strong> Alfama e <strong>da</strong>queles sitios não ficarem sem essa refeição, a escola estava<br />

aberta e eu ia lá.<br />

Os professores iam. Os que quisessem ficar na escola, esses tinham aulas, os que queriam<br />

têr férias tinham férias, mas iam to<strong>do</strong>s para a escola. Se quisessem, tirar uns dias tiravam,<br />

combinan<strong>do</strong> com os outros para os substituírem. A escola não fechava. Tinha assistência escolar<br />

48


e tinha a assistência <strong>da</strong> cantina, que se chamava "A Solidária" e era geri<strong>da</strong> pelos alunos ,enfim,<br />

pelos mais velhinhos mas orienta<strong>do</strong>s mais ou menos pelo professor <strong>de</strong> Educação Social, o que<br />

já era em si uma Educação Social.A própria soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>... e para não terem a impressão que<br />

era uma esmola, eles pagavam não sei se era um vintém, se uma coisa assim.<br />

A.C.- Para as quotas <strong>de</strong> "A Solidária"...<br />

D.Q.- To<strong>do</strong>s nós éramos sócios,<br />

A.C.- Os professores também...<br />

D.Q.- Éramos sócios...to<strong>do</strong>s nós comíamos lá com eles...<br />

A.C.- Eram os professores que se ofereciam para a escola, ou era por exemplo a escola que punha<br />

anúncios, que contactava os professores...?<br />

D.Q.- Não, não...não, aquilo era mais ou menos porque conheciam...Eu, como digo, foi assim, fui-me<br />

integran<strong>do</strong> lá.<br />

A.C.- Era portanto um corpo <strong>de</strong> pessoas que tinham uma i<strong>de</strong>ia sobre a educação.<br />

D.Q.- Olhe isso agora não sei muito bem... não se faziam concursos não se punham anúncios...mais<br />

ou menos conheci<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s directores...olhe tivemos lá uma rapariga(...) que foi aluna <strong>do</strong> Asilo<br />

<strong>de</strong> S.João...não tínhamos diploma<strong>do</strong>s. A única diploma<strong>da</strong> era eu. Diploma<strong>da</strong> para o ensino<br />

primário.<br />

A.C.- Não era preciso ser-se diploma<strong>do</strong> para o Ensino Primário...?<br />

D.Q.- Não, não era preciso ser-se diploma<strong>do</strong>.<br />

A.C.- E podia ter-se habilitações consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s inferiores ao diploma <strong>da</strong> Escola Normal?<br />

D.Q.- Sim, havia professores que não tinham diploma... Era mais pelos méritos, pelo conhecimento,<br />

mais ou menos pela orientação <strong>da</strong> pessoa, que não fosse <strong>de</strong>smanchar o conjunto...mais ou<br />

menos...<br />

A.C.- Podia-se viver com o or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> que a Escola Oficina n°l pagava?<br />

49


D.Q.- Podia! Eu quan<strong>do</strong> fui para lá fui ganhar mais que as professoras oficiais. Tínhamos melhores<br />

or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s. Naquele tempo as professoras oficiais ganhavam 18 escu<strong>do</strong>s e eu fui ganhar 24. Não<br />

pedi na<strong>da</strong>, foi o que eles me <strong>de</strong>ram.<br />

A.C.- Podia-se portanto viver sò <strong>de</strong> <strong>da</strong>r aulas na Escola Oficina...?<br />

D.Q.- Isso é que eu não posso respon<strong>de</strong>r com precisão. Em to<strong>do</strong> o caso as pessoas que ali<br />

trabalhavam...por exemplo...o A<strong>do</strong>lfo Lima não digo porque esse era professor no Liceu...mas<br />

o irmão, o António Lima não tinha outro emprego... e as <strong>outra</strong>s pessoas...as <strong>do</strong> sexo feminino,<br />

também não tinham outro emprego.Não posso agora prescisar se tinham a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> família, se<br />

contavam com <strong>outra</strong> pessoa na família, isso não sei.Eu também como era casa<strong>da</strong>, tinha o<br />

or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> <strong>do</strong> mari<strong>do</strong>...não posso precisar se aquilo me bastaria a mim própria, mas penso que<br />

naquele tempo talvez me bastasse...estou a dizer "talvez"! (...)<br />

A.C.- O Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima há uma altura em que sai <strong>da</strong> escola, em 1914, 1915. Porquê...? houve algum<br />

<strong>de</strong>sentendimento.?<br />

D.Q.- Bom...é possível, é possível que houvesse um <strong>de</strong>sentendimento qualquer com o Luís <strong>da</strong><br />

Matta...mas ele...Olhe eu não sei muito bem... não sei, talvez uma incompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> horário,<br />

uma coisa assim...<br />

A.C.- Po<strong>de</strong>ria tratar-se <strong>de</strong> incompatibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s politicas?<br />

D.Q.- Não, não...<br />

A.C.- A Escola Oficina n°l teve e ain<strong>da</strong> tem hoje uma gran<strong>de</strong> influência <strong>da</strong> Maçonaria...<br />

D.Q.- É<strong>de</strong>la...<br />

A.C.- Foi mesmo cria<strong>da</strong> pela Maçonaria... Isso não trazia problemas aos professores?...<br />

D.Q.- Não...não.Eu nunca senti.<br />

A.C.- O facto <strong>de</strong> alguns professores serem, pelo menos, ti<strong>do</strong>s como anarquistas, ...<br />

D.Q.- Sim... não agra<strong>da</strong>va muito. Ostensivamente não vi manifestarem-se, mas sei que não agra<strong>da</strong>va.<br />

Sobretu<strong>do</strong>, não eram amigos...Não gostavam muito <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima.<br />

A.C.- Na escola, não gostavam muito <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima?<br />

50


D.Q.- Na escola não! Os orienta<strong>do</strong>res, naturalmente não gostariam ,pois se eles estavam a perseguir as<br />

pessoas mais ou menos com essa orientação!... Mas como o A<strong>do</strong>lfo Lima era uma pessoa que<br />

sabia manter um equilíbrio e <strong>de</strong> uma isenção extraordinária, eles não tinham na<strong>da</strong> por on<strong>de</strong> lhe<br />

pegar.<br />

A.C.- Mas eu sei que por exemplo, pessoas como o José Carlos <strong>de</strong> Souza...ele chegou a ser o Director<br />

Técnico <strong>da</strong> Escola.<br />

D.Q.- Foi...Por pouco tempo...Já foi <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> trinta!<br />

A.C.- E o José Carlos <strong>de</strong> Souza era anarquista!...<br />

D.Q.- Pois, também era...<br />

A.C.- E não houve problemas...<br />

D.Q.- Eu não estava na escola nesse tempo, quer dizer estive um tempo ain<strong>da</strong> com o José Carlos <strong>de</strong><br />

Sousa, mas <strong>de</strong>pois fui para as escolas oficiais, abriram as secções infantis, e eu tinha também o<br />

diploma <strong>de</strong> ensino infantil que tirei em Benfica, no tempo em que se tirava lá o Curso <strong>de</strong><br />

professor <strong>de</strong> ensino infantil...para mim foi uma espécie <strong>de</strong> reciclagem mas em to<strong>do</strong> o caso, foi<br />

um bom tempo <strong>de</strong> escola.<br />

Aquela escola quan<strong>do</strong> abriu era qualquer coisa <strong>de</strong> interessante. Depois foi fecha<strong>da</strong> e escangalha<strong>da</strong><br />

e pren<strong>de</strong>ram os professores e etc, etc. Isso também era uma coisa que era interessante historiar.<br />

A.C.- Há um Congresso <strong>da</strong> CG.T., Confe<strong>de</strong>ração Geral <strong>do</strong> Trabalho em 1925 em que se <strong>de</strong>fine a<br />

escola i<strong>de</strong>al para as crianças, para o futuro. E a <strong>de</strong>finição que eles dão <strong>de</strong> escola i<strong>de</strong>al, é uma<br />

escola integral e eu diria que no fun<strong>do</strong> é a Escola Oficina N° 1...<br />

D.Q.- Sim, a Escola Oficina n°l foi a primeira tentativa e talvez a única.<br />

A.C.- Os anarquistas <strong>da</strong> CGT <strong>de</strong>finiam aquela escola...<br />

D.Q.- Ai isso eu não sei... não sei o que a C.G.T. pensava nesse tempo <strong>da</strong> Escola Oficina n°l. No<br />

entanto tivemos lá filhos <strong>de</strong> membros <strong>da</strong> CGT. (...)<br />

A.C.- E difícil estabelecer uma ligação entre os anarquistas e a Escola Oficina n° 1?<br />

D.Q.- Os anarquistas o mais que po<strong>de</strong>riam sêr era simpatizantes...profun<strong>da</strong>mente simpatizantes <strong>da</strong><br />

Escola Oficina....<br />

51


A.C.- Como é que era o ambiente <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> aula na Escola Oficina n°l?<br />

D.Q.- Nós não tínhamos carteiras. Estávamos numa mesa senta<strong>do</strong>s e os alunos à volta <strong>da</strong><br />

mesa.Compreen<strong>de</strong>, não havia...não havia cátedra, não havia estra<strong>do</strong>, não havia professor mais<br />

alto que os alunos. Estávamos to<strong>do</strong>s no mesmo plano.<br />

A.C.- Os alunos podiam sair e entrar na sala?<br />

D.Q.- Podiam sair e entrar na sala sem pedir licença.<br />

A.C.- E havia horários?<br />

D.Q.- Havia horários ! Não...Orientação havia! e havia bastante, porque ser anarquista não quer dizer<br />

que se seja <strong>de</strong>sorienta<strong>do</strong>.<br />

A.C.- Como é que os alunos tratavam os adultos...? Não era por Dr...?<br />

D.Q.- Não senhor!!!, era por sr. fulano...por exemplo ao A<strong>do</strong>lfo Lima, chamavam Se<strong>do</strong>lfo (Sr.<br />

A<strong>do</strong>lfo), ao António Chamavam Setónio (Sr. Antonio), ás professoras é que chamavam D.<br />

Fulana.<br />

A.C.- E o ambiente entre professores e alunos era bom?<br />

D.Q.- Bom! Bom ambiente.Eles falavam muito <strong>de</strong> cabeça levanta<strong>da</strong> para nós, quan<strong>do</strong> ás vezes havia<br />

qualquer crise, qualquer coisa, porque é claro, a criança é a criança, o sêr humano é o sêr<br />

humano...e havia qualquer coisa, nós tínhamos que lhe chamar a atenção não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>? Lá por<br />

se ter orientação anarquista não quer dizer que se sancionassem to<strong>do</strong>s os disparates... e havia<br />

troca <strong>de</strong> impressões, discussão entre o professor, o aluno, o interveniente na situação, etc.<br />

A.C.- E havia castigos?<br />

D.Q.- Só a suspensão.<br />

A.C.- Quem é que <strong>de</strong>cidia a suspensão?<br />

D.Q.- Era o professor. Quan<strong>do</strong> o aluno praticava qualquer coisa que fosse inconveniente, ou para nós<br />

ou para os colegas...enfim que perturbasse a possível harmonia que nós procurávamos;quan<strong>do</strong><br />

esse individuo...aluno perturbasse essa boa harmonia, o aluno não era...não podia estar integra<strong>do</strong><br />

naquilo, e então o castigo era a suspensão, ou seja não ia ás aulas.<br />

52


A.C.- Durante quanto tempo?<br />

D.Q.- O tempo <strong>de</strong>pendia <strong>do</strong> professor. Ele é que <strong>de</strong>cidia sozinho.<br />

Não havia lá interferências <strong>de</strong> directores nem na<strong>da</strong>...A nossa resolução era perfeitamente livre.<br />

A.C.- Os professores marcavam faltas aos alunos, to<strong>do</strong>s os dias, ou...?<br />

D.Q.- Ah sim, marcavam-se as faltas, marcavam-se as faltas, mesmo porque o marcarem-se as faltas<br />

não era para marcar penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mas para contribuir para avaliar <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino,<br />

não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>...<br />

A.C.- E como é que se fazia... fazia-se uma chama<strong>da</strong>?<br />

D.Q.- Não, era um trabalho <strong>de</strong> secretaria, via-se quem faltava... e marcava-se.<br />

A.C.- E as turmas quantos alunos tinham?.<br />

D.Q.- Pequenas, eram pequenas.Chegávamos a têr uns sete, oito alunos ... Não, não isso também é um<br />

caso! Não se po<strong>de</strong> fazer educação como <strong>de</strong>ve sêr com turmas gran<strong>de</strong>s...a própria turma gran<strong>de</strong>,<br />

o próprio aglomera<strong>do</strong> excessivo <strong>de</strong> seres, até <strong>do</strong>s seres humanos cá fora, perturba. Não <strong>de</strong>ixa<br />

raciocinar: po<strong>de</strong> sêr conduzi<strong>do</strong> emocionalmente mas não racionalmente... perturba muito!<br />

Eu que <strong>de</strong>pois trabalhei no ensino oficial, estabeleci a relação, e é muito difícil, é um gran<strong>de</strong><br />

prejuízo...os gran<strong>de</strong>s aglomera<strong>do</strong>s são um gran<strong>de</strong> prejuízo.Aquilo ou há que trabalhar com<br />

disciplina militar... tanto que nós, quan<strong>do</strong> os nossos alunos saíam e iamos a qualquer parte, nós<br />

não formávamos os nossos alunos, como naquele tempo era costume, ia tu<strong>do</strong> ali a <strong>do</strong>is e <strong>do</strong>is,<br />

<strong>forma</strong><strong>do</strong>s a critério e mesmo com passo <strong>de</strong> sol<strong>da</strong><strong>do</strong> etc.etc. Nós não!<br />

Nós iamos para o Coliseu, ás vezes havia umas mâtinés, e os nossos alunos<br />

espantavam-se <strong>da</strong> indisciplina, <strong>do</strong> barulho que os outros alunos <strong>da</strong>s <strong>outra</strong>s escolas faziam...e que<br />

eles não faziam ! Eles não precisavam, não estavam constrangi<strong>do</strong>s em parte nenhuma, e como<br />

não estavam constrangi<strong>do</strong>s não precisavam <strong>de</strong> abrir a válvula <strong>de</strong> escape...que é os outros que<br />

abrem, quan<strong>do</strong> se vêm assim num aglomera<strong>do</strong>, é aos berros aos assobios...os nossos não faziam<br />

isso...não faziam e não tinham recomen<strong>da</strong>ção nenhuma...!<br />

A.C.- E porque é que isso acontecia?<br />

D.Q.- Porque estavam cria<strong>do</strong>s em liber<strong>da</strong><strong>de</strong>!Porque não estavam naquele aglomera<strong>do</strong> muito gran<strong>de</strong>, não<br />

se perturbavam uns aos outros...as crianças perturbam-se uma ás <strong>outra</strong>s...e então ficavam muito<br />

admira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que os outros faziam.Quer dizer, não sentiam necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer aquilo: bater<br />

com os pés, <strong>da</strong>r gritos, aquelas manifestações to<strong>da</strong>s que nós sabemos que as crianças to<strong>da</strong>s fazem.<br />

53


A.C.- Acha que essas diferenças se <strong>de</strong>viam ao tacto <strong>de</strong> eles serem mais livres <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> escola?<br />

acha que eles se sentiam mais livres que os outros... ?<br />

Eles manifestavam-se assim, e nós interpretávamos assim: como os nossos alunos não estavam<br />

num meio que os coagisse, eles não sentiam necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>quelas manifestações rui<strong>do</strong>sas.<br />

Brincavam no quintal é claro e havia um ou outro que nós tínhamos que chamar a<br />

atenção:01ha filho, não queres estar aqui, mas não tens o direito <strong>de</strong> perturbar o nosso trabalho,<br />

não temos o direito <strong>de</strong> perturbar o trabalho uns <strong>do</strong>s outros.<br />

Explicava-se tu<strong>do</strong>: qualquer penali<strong>da</strong><strong>de</strong>, qualquer admoestação, qualquer observação,<br />

explicava-se a razão porquê! na altura! E em termos que a sua mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> pu<strong>de</strong>sse<br />

compreen<strong>de</strong>rmos expremiamos- lhe que ele era uma criatura que estava a perturbar os outros e<br />

a não <strong>de</strong>ixá-los trabalhar .<br />

Tenho muitas sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Escola Oficina. Foi o tempo mais feliz <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong><br />

profissional. Já porque era nova, sentia muito entusiasmo por aquilo, e enfim, tinha...um boca<strong>do</strong>,<br />

por inconsciência claro, tinha a sensação que estava a fazer qualquer coisa...eu tinha a sensação,<br />

o prazer, este prazer que nós <strong>de</strong>vemos têr no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> estarmos integra<strong>do</strong>s numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> nela fazermos qualquer coisa, para bem...para bem segun<strong>do</strong> as nossas ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s...<br />

O ambiente <strong>do</strong>s professores <strong>da</strong> escola era assim?<br />

To<strong>do</strong>s éramos uma família.<br />

Como é que era o A<strong>do</strong>lfo Lima como pessoa?<br />

Muito correcto. Muito simples, <strong>de</strong> muito bom trato. Um bom colega, um excelente camara<strong>da</strong>,<br />

camara<strong>da</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> convivência social.Agora era uma pessoa à primeira vista muito cala<strong>do</strong>,<br />

um boca<strong>do</strong> assim ...<br />

Parecia muito <strong>forma</strong>l...parecia uma pessoa muito <strong>forma</strong>l...<br />

Parecia, mas <strong>de</strong>pois na convivência não o era.Até tinha coisas que...o rir, eu avalio muito as<br />

pessoas pelo rir;aquele homem ria como uma criança:Mas ria, ria, ria com prazer.<br />

54


A.C.- Posso fazer-lhe só uma pergunta... Mas diga-me, a senhora consi<strong>de</strong>rava-se na altura como sen<strong>do</strong><br />

Libertária?<br />

D.Q.- Sim...consi<strong>de</strong>rava-me... e tenho uma certa simpatia, porque não?...não tenho vergonha <strong>de</strong> o<br />

4 a Entrevista<br />

dizer. Quan<strong>do</strong> eu digo isto não é pensar que <strong>de</strong> um momento para o outro cai o pano, acaba a<br />

feira e é substituí<strong>da</strong> por <strong>outra</strong>! Isso é uma falsa noção <strong>da</strong> evolução humana, não é? Eu lia coisas:<br />

naquele tempo li muito Tolstoi, Kropotkin, Àlisée Reclus, alguns franceses, o Sebastien Faure,<br />

o Jean Grave, etc., o que se lia naquele tempo.E foi assim que fui simpatizan<strong>do</strong> não é, sempre<br />

com alguma ingenui<strong>da</strong><strong>de</strong>, que os novos têm.<br />

O meu mari<strong>do</strong> também era...mas não foi só por sêr meu mari<strong>do</strong>. O meu mari<strong>do</strong> foi grevista <strong>da</strong><br />

greve <strong>de</strong> 1907.Foi um <strong>do</strong>s expulsos.Mas eu não o conhecia.Eu estava na Escola Normal e<br />

também fui grevista...Não foi por influência <strong>do</strong> meu mari<strong>do</strong> nem na<strong>da</strong> disso:É que eu já era! eu<br />

já era! Olhe, já no tempo <strong>da</strong> Republica eu era uma entusiasta <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Republicano, que era<br />

o que naquele tempo agitava...<br />

Entrevista a Lucin<strong>da</strong> Lopes, professora na Escola Oficina n°l entre 1937 e 1987.<br />

Como antes, no corpo <strong>da</strong> Tese tínhamos dito, a professora Lucin<strong>da</strong> Lopes, e apesar <strong>da</strong><br />

sua estadia nesta escola se têr <strong>de</strong>senrola<strong>do</strong> numa época já não coberta pela nossa pesquisa, foi fun<strong>da</strong>mental<br />

para a <strong>de</strong>scrição e catalogação <strong>do</strong> Espaço interior <strong>da</strong> Escola Oficina n°l, que em 1937, tu<strong>do</strong> indica que<br />

continuaria muito similar aos primeiros anos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>z.<br />

Mais <strong>do</strong> que entrevistá-la, foram as constantes e agradáveis conversas com uma senhora<br />

que sofria por vêr a sua escola <strong>de</strong>saparecer, que ao mesmo tempo que nos iam fazen<strong>do</strong> recuar no tempo,<br />

nos iam também espevitan<strong>do</strong> a curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e nos faziam pensar que ao menos estaríamos a prestar um<br />

serviço a alguém que queria que o seu testemunho servisse para fixar uma parte importante <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>.<br />

De qualquer <strong>da</strong>s <strong>forma</strong>s, foram duas as entrevistas que fizemos a Lucin<strong>da</strong> Lopes:uma para<br />

que ela fixasse na fita magnética, a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s espaços que íamos percorren<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta Escola,<br />

e que optámos por não transcrever; a <strong>outra</strong> sobre a sua experiência nesta escola, <strong>da</strong> qual e tal como<br />

fizemos em relação a to<strong>da</strong>s as <strong>outra</strong>s entrevistas, seleccionámos os aspectos mais interessantes.<br />

Na altura, e por incubência <strong>da</strong>s Direcções a partir <strong>de</strong> 1985, Lucin<strong>da</strong> Lopes estava a tentar<br />

escrever uma memória sobre a Escola Oficina n°l a partir <strong>do</strong>s anos 40, projecto cujo <strong>de</strong>senlace<br />

ignoramos.<br />

Esta entrevista foi feita em Março <strong>de</strong> 1989.<br />

António Can<strong>de</strong>ias - Sr'.D a . Lucin<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> é que entrou para a Escola Oficina n°l?<br />

55


Lucin<strong>da</strong> Lopes - Em 1937. Encontrei o professor António Lima, como professor e<br />

director pe<strong>da</strong>gógico, ain<strong>da</strong> encontrei rapazes e raparigas, ain<strong>da</strong> havia eoeducação, encontrei mais<br />

professores entre eles, Aurora Mace<strong>do</strong>, Irene Costa, Juliana Cainpanela, Anémona Basto, Anémona<br />

Xavier <strong>de</strong> Basto...<br />

A.C.- Tinha alguma coisa a ver com o Lima Basto?<br />

L.L.- Não.<br />

A.C.- E quem é que lhe falou na Escola Oficina n°l ?<br />

L.L.- O Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima ! O Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima porque a minha irmã tinha si<strong>do</strong> aluna <strong>de</strong>le, era muito<br />

amiga <strong>de</strong>le, o Dr.A<strong>do</strong>lfo Lima fazia o favor <strong>de</strong> sêr amigo <strong>de</strong>la, ele e a esposa, a sr a .d a . Maria<br />

Luisa, e eu queria ficar em Lisboa, a minha mãe tinha ti<strong>do</strong> um <strong>de</strong>rrame cerebral por causa <strong>da</strong><br />

per<strong>da</strong> <strong>da</strong> minha irmã, com 26 anos: tinha acaba<strong>do</strong> o curso <strong>do</strong> Magistério Primário <strong>do</strong>is anos<br />

antes, e estava coloca<strong>da</strong> já efectiva em Ansião, quan<strong>do</strong> morreu.<br />

E então eu tive que ficar em Lisboa para acompanhar a minha mãe, e o Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima é que<br />

tratou <strong>de</strong> me colocar aqui. Ain<strong>da</strong> falei com ele aqui, algumas vezes, mas eu conhecia-o <strong>da</strong> Escola<br />

Normal, quan<strong>do</strong> lá ia...ele era já o Director <strong>do</strong> Museu.<br />

A.C.- A Sr a D a Lucin<strong>da</strong>, tirou então a Escola Normal...?<br />

L.L.- Não, não, não frequentei totalmente; não acabei. Mas... eu fiquei aqui para ficar em<br />

Lisboa...Não podia... estive um ano fora com a minha mãe, e então coloquei-me! e fiquei aqui,<br />

e fiquei aqui e nunca mais saí.Gostei não só <strong>do</strong>...espere, eu não estou a contar bem:<br />

Eu primeiro trabalhei com o Dr. Agostinho <strong>da</strong> Silva, numa Escola Nova que foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

em Benfica, em S. Domingos <strong>de</strong> Benfica e que era uma escola particular.Era uma viven<strong>da</strong>. Era<br />

então ele o director pe<strong>da</strong>gógico e trabalhávamos nessa escola, a cunha<strong>da</strong> <strong>de</strong>le e eu. E <strong>de</strong>pois fui<br />

para a infantil. A professora Lucin<strong>da</strong> Martins, que era professora <strong>da</strong>s anexas <strong>da</strong> Escola Normal<br />

que <strong>de</strong>via têr i<strong>do</strong> para a infantil, não pô<strong>de</strong>, porque a escola era na mesma área <strong>da</strong>s escolas<br />

anexas, e então fiquei eu ... Então quan<strong>do</strong> o Agostinho <strong>da</strong> Silva foi para o Brasil aquilo acabou.<br />

A.C.- Essa escola era <strong>do</strong> género <strong>da</strong> Escola Oficina?<br />

L.L.- Era mais ou menos <strong>de</strong>sse género, mais ou menos...mas não se po<strong>de</strong> dizer que tivesse ti<strong>do</strong> o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> Escola Oficina porque não durou quase tempo nenhum. Depois a escola não<br />

estava com gran<strong>de</strong> frequência porque durou muito pouco tempo. Tínhamos os filhos <strong>do</strong> Dr.<br />

56


Palma Carlos que foram alunos lá. o Antero <strong>da</strong> Palma Carlos e o Guilherme <strong>da</strong> Palma Carlos.<br />

A mãe <strong>de</strong>les a Dr a Elina Guimarães ia buscá-los muitas vezes e conversávamos.<br />

De mo<strong>do</strong> que, quan<strong>do</strong> fui para a Escola Oficina n°l já tinha uma prática...mas<br />

chocou-me muito, não a maneira <strong>de</strong> trabalho...fiquei encanta<strong>da</strong> com a maneira <strong>de</strong> trabalho, mas<br />

chocou-me muito a pobreza.<br />

As crianças eram extremamente pobres, <strong>da</strong>s barracas <strong>da</strong>qui,e nós muitas vezes tínhamos<br />

que lhes <strong>de</strong>spir os fatos com que vinham <strong>de</strong> casa, e enquanto as emprega<strong>da</strong>s lavavam a roupa,<br />

nós vestiamo-Ios com os fatinhos <strong>da</strong> ginástica, e lavávamos-lhes a cabeça, e era realmente uma<br />

falta <strong>de</strong> limpeza total.Tu<strong>do</strong> isso me chocou!<br />

Mas precisamente por isso, é que eu me conservei, pela maneira <strong>de</strong> trabalhar, pela<br />

frequência, pela necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> que havia <strong>de</strong> alguém se <strong>de</strong>dicar é que continuei... Eu tive uma<br />

colocação para o Colégio Militar mas não fui porque me agarrei aqui, não consegui sair.<br />

Gostava imenso <strong>da</strong> maneira como se trabalhava, <strong>do</strong> à vonta<strong>de</strong>, <strong>da</strong> camara<strong>da</strong>gem que<br />

havia entre as crianças, a maneira <strong>de</strong> ensinar méto<strong>do</strong>s que foram ousa<strong>do</strong>s para a época, já se<br />

sabe...eram muito ousa<strong>do</strong>s, principalmente antes <strong>de</strong> eu vir, porque <strong>de</strong>pois eu apanhei... logo a<br />

seguir veio, em 1941 a proibição <strong>da</strong> coeducação, <strong>de</strong> maneira que ficámos só com raparigas. Mais<br />

tar<strong>de</strong> veio novamente a coeducação e então ficámos novamente com rapazes e raparigas e<br />

continuámos a trabalhar sempre assim.<br />

À claro que a partir <strong>de</strong> 1941, o trabalho foi obriga<strong>do</strong> já a ser como no ensino oficial.Não<br />

podíamos <strong>da</strong>r largas ao nosso trabalho porque não podia sêr, porque tínhamos aquele programa<br />

para cumprir...<br />

Mas mesmo em 1937 quan<strong>do</strong> entrou...<br />

Não isso não, ain<strong>da</strong> não. Mas já era uma sombra <strong>do</strong> que tinha si<strong>do</strong>. Trabalhava-se muito ain<strong>da</strong><br />

na mo<strong>de</strong>lação, e lá fora não se trabalhava...o Professor António Lima trabalhava imenso com a<br />

mo<strong>de</strong>lação na aula <strong>de</strong> Geografia, eram os Mun<strong>do</strong>s eram as Terras, era tu<strong>do</strong> feito com o barro,<br />

uma criança concretizava aquilo tu<strong>do</strong>, não era? E não só o <strong>de</strong>senho como também a mo<strong>de</strong>lação.A<br />

mo<strong>de</strong>lação é um rico meio <strong>de</strong> uma criança se <strong>de</strong>senvolver, <strong>de</strong> criar, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o espirito <strong>de</strong><br />

observação, e nós sempre utilizámos a mo<strong>de</strong>lação, enquanto a escola durou, enquanto foi<br />

possível...<br />

Disse que as crianças eram, ou pelo menos a maioria, extremamente pobres mas havia também<br />

crianças....<br />

Mais tar<strong>de</strong>, mais tar<strong>de</strong>, mas dávamos sempre a priori<strong>da</strong><strong>de</strong> a to<strong>da</strong> a criança necessita<strong>da</strong>. Deu-se<br />

sempre preferência aos pobres porque a escola foi cria<strong>da</strong> para isso.<br />

57


A.C.- A frequência era muito pobre, mas a imagem que temos quan<strong>do</strong> percorremos a escola é a <strong>de</strong> que<br />

a escola...quan<strong>do</strong> vemos o material que havia, é a <strong>de</strong> que a escola era extremamente rica,<br />

comparan<strong>do</strong> com as escolas normais. Estou engana<strong>do</strong>...?<br />

L.L.- Não está engana<strong>do</strong> porque percorreu a escola já <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> áureo em que havia rapazes<br />

e raparigas só até aos 14 anos... naquela altura a frequência <strong>da</strong> primária podia ir até essa i<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

agora já não, têm que ir para a noite... mas os <strong>de</strong> antigamente tinham até 17 anos como sabe,<br />

e então tinham esse material to<strong>do</strong> com que trabalhavam, já não eram bem crianças, não eram<br />

infantis.E a Escola tinha um riquíssimo material, com bons mestres...<br />

A.C.- Muito mais material <strong>do</strong> que qualquer escola primária <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>...?<br />

L.L.- Sim Sim, conheço muito bem as escolas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e nelas não há na<strong>da</strong> disto...e isto está muito<br />

reduzi<strong>do</strong> como sabe... estava muito... era realmente uma escola... hoje é mais alegre, era uma<br />

escola bastante triste! Porque os móveis eram escuros, mesas to<strong>da</strong>s compri<strong>da</strong>s, não havia<br />

carteiras, era tu<strong>do</strong> mesas compri<strong>da</strong>s, as crianças sentavam-se à volta <strong>da</strong>s mesas e eram bancos<br />

baixos, a marcenaria é que tinha aqueles bancos maiores nas bancas <strong>de</strong> marceneiros, e <strong>de</strong> resto<br />

as crianças mais velhas acabavam sempre por trabalhar <strong>de</strong> pé.<br />

A.C.- A impressão que tinha é que a escola era triste?...<br />

L.L.- A impressão que tinha!...Pela frequência, porque não eram crianças alegres; pelos móveis que<br />

eram pesa<strong>do</strong>s, eram pesa<strong>do</strong>s, a a parte <strong>de</strong> cima eram como esta secretária, com um olea<strong>do</strong> preto,<br />

tornava-se muito... a minha aula era ali a central... A minha aula não, porque nós rodávamos<br />

to<strong>do</strong>s, e conhecíamos as crianças to<strong>da</strong>s e podíamos <strong>da</strong>r a nossa opinião sobre to<strong>da</strong>s, to<strong>da</strong>s nos<br />

passavam pela mão,... os professores ro<strong>da</strong>vam e isso foi uma coisa que me agra<strong>do</strong>u imenso,<br />

agra<strong>do</strong>u-me imenso essa maneira <strong>de</strong> trabalhar.<br />

E <strong>de</strong>pois foi 1941, acabou, e fiquei com a 3 a e 4 a classes e a Direcção teve que reduzir os<br />

professores e eu fiquei sobrecarrega<strong>da</strong> com a quarta e a com terceira. Ficou a música, ficou a<br />

ginástica durante uma tempora<strong>da</strong>, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sapareceu e não passou disso, e ficámos reduzi<strong>do</strong>s<br />

a isto!<br />

A.C.- O que me interessa mais neste momento é o perío<strong>do</strong> entre 1937, quan<strong>do</strong> para cá entrou, e 1941,<br />

quan<strong>do</strong> a <strong>forma</strong> <strong>de</strong> trabalho que tinha caracteriza<strong>do</strong> esta escola acabou <strong>de</strong> vez. Quanto tempo por<br />

semana é que passava cá na escola?<br />

L.L.- Trabalhávamos até ao sába<strong>do</strong>, to<strong>do</strong> o dia. Mais tar<strong>de</strong> é que o sába<strong>do</strong> era só meio-dia. Entrávamos<br />

ás nove e saíamos ás três e meia, quatro horas.Havia uma hora <strong>de</strong> almoço <strong>do</strong> meio-dia à uma e<br />

<strong>de</strong>pois havia aulas. Claro, escolhíamos sempre as aulas mais leves para o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

almoço.<br />

58


A.C.- Esta escola foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong>, pela Maçonaria, ou por pessoas liga<strong>da</strong>s à Maçonaria !?<br />

L.L.- Bom, eu julgo que sim!<br />

A.C.- Nunca notou na<strong>da</strong> <strong>de</strong>sse tipo... bom era uma escola particular...!?<br />

L.L.- Bem...Era uma escola particular, eu estava no meu papel <strong>de</strong> professora e <strong>de</strong> directora pe<strong>da</strong>gógica<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> António Lima sair... O que aconteceu <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 46 porque em 46 fun<strong>do</strong>u-se a<br />

Biblioteca Infantil, e ele estava cá e ain<strong>da</strong> trabalhei com ele na Biblioteca Infantil...Não, foi muito<br />

<strong>de</strong>pois disso porque ele ain<strong>da</strong> esteve uns anos na Biblioteca...terá si<strong>do</strong> em ciquenta e tal, por<br />

aí...não posso precisar...<br />

A.C.- Dizia-se que as pessoas que aqui estavam, ou pelo menos uma parte <strong>de</strong>las, estavam liga<strong>da</strong>s ao<br />

anarquismo... O A<strong>do</strong>lfo Lima..., o António Lima...<br />

L.L.- Isso o A<strong>do</strong>lfo Lima to<strong>da</strong> a gente sabia, o António Lima...esse talvez não tanto, talvez não<br />

estivesse tão liga<strong>do</strong>...mas não posso dizer...(...) Eram realmente pessoas com i<strong>de</strong>ias...Livres!<br />

Demarcavam-se...Marcavam-se, precisamente pelas suas atitu<strong>de</strong>s...<br />

A.C.- Por exemplo, pessoas como a Aurora <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong> , a ...<br />

L.L.- Nunca notei na<strong>da</strong> nela ! Nunca notei na<strong>da</strong> nela !A Aurora <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong> era a pessoa mais pacata,<br />

mais...mas também vim encontra- laja i<strong>do</strong>sa. A Deolin<strong>da</strong> Quartim sim, mas já não trabalhei com<br />

ela...Já tinha saí<strong>do</strong>, ela saiu antes...<br />

A.C.- Por outro la<strong>do</strong>, algumas <strong>de</strong>ssas pessoas parece que estavam também liga<strong>da</strong>s à Maçonaria não é,<br />

nomea<strong>da</strong>mente o António Lima... disse-me outro dia que...<br />

L.L.- Eu não sei, não tenho a certeza...Porque nunca...ele contou- me muita coisa, mas não lhe posso<br />

dizer que...eu nunca disse que ele era! Mas contava assim coisas sobre a escola, sobre as<br />

reuniões, sobre coisas que havia...liga<strong>da</strong>s à Maçonaria...liga<strong>da</strong>s à escola, mas <strong>de</strong> resto não<br />

sei <strong>de</strong> na<strong>da</strong>.<br />

Pois, uma vez, eu estava aqui, e veio a P.I.D.E. procurar um elemento <strong>da</strong> Direcção, que<br />

eu disse que não conhecia, e <strong>de</strong>pois tive que lhe telefonar, ain<strong>da</strong> era no tempo <strong>do</strong> Salazar...tive<br />

que lhe telefonar a dizer que tinha si<strong>do</strong> procura<strong>do</strong>...era uma bela alma, um belo homem!<br />

Insistiram,eu disse-lhes que não o conhecia, eu só trabalhava aqui, e conhecia poucas pessoas <strong>da</strong><br />

Direcção com quem trabalhava, como o tesoureiro, por exemplo, mas que os outros não<br />

conhecia, ele era presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Direcção nessa altura...e nunca mais cá voltaram e não sei porque<br />

é que an<strong>da</strong>vam atrás <strong>de</strong>le.<br />

59


A.C.- E como é que era o A<strong>do</strong>lfo Lima... como pessoa por exemplo?...<br />

L.L.- Como pessoa era um óptimo homem, uma óptima alma, bon<strong>do</strong>so, muito bom... era muito <strong>do</strong>ente<br />

<strong>do</strong> coração...era muito calmo, muito calmo, era uma pessoa muito calma...Já o professor António<br />

Lima não era assim...ele não, era uma pessoa muitíssimo calma...<br />

A.C.- Dá a impressão, pelas fotografias e retratos, que era uma pessoa muito distante...<br />

L.L.- Pois, sim! Talvez, talvez... reserva<strong>do</strong>, não propriamente distante...reserva<strong>do</strong>! Falava só o<br />

essencial, não se expandia. O António Lima não, falava...á vonta<strong>de</strong>, era muito alegre. O<br />

professor António Lima era muito mais alegre, o Dr. A<strong>do</strong>lfo Lima era, como nós costumamos<br />

dizer, mais meti<strong>do</strong> consigo... eles tinham uma difereça <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>s aí <strong>de</strong> uns 6 ou 8 anos.<br />

A.C.- E qual era a <strong>forma</strong>ção académica <strong>do</strong> António Lima?<br />

L.L.- Ele era analista.<br />

(...)<br />

A.C.- Notou uma gran<strong>de</strong> diferença entre a altura em que para cá entrou, em 1937, até à altura em que<br />

saiu, em 1987? No tipo <strong>de</strong> crianças que para cá vinha...<br />

L.L.- Sim, sim, completamente, completamente! A sua maneira <strong>de</strong> sêr, o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

e po<strong>de</strong> ser que pareça erra<strong>do</strong>...Mas antigamente os pobres aprendiam melhor que os ricos, é<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>!...Foi uma experiência que eu tive, que crianças...crianças que tinham dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

alimentares, com carências totais, estavam ávi<strong>da</strong>s para apren<strong>de</strong>r, e tinham uma facili<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

apren<strong>de</strong>r, uma coisa!...porque se <strong>de</strong>dicavam.<br />

Ao passo que mais tar<strong>de</strong>, há <strong>de</strong>z anos mesmo, as crianças já não tinham interesse nenhum pelo<br />

que se estava a passar, era só passear...era só passear, porque os pais iam para aqui e para ali,<br />

«não fiz na<strong>da</strong>, não li»...Porque eu <strong>da</strong>va-lhes livros para levarem para casa... nunca sabiam contar<br />

as histórias, porque não tinham tempo, iam sempre para aqui e para ali com os pais, «porque fui<br />

com o meu pai para o Norte, para aqui, para acolá», <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que a diferença era total! Para<br />

pior, muito pior.<br />

Eu tive uma aluna, uma Suzette... nunca me esqueço <strong>de</strong>stes alunos que marcam... essa<br />

pequena está hoje emprega<strong>da</strong>, tem um bom emprego, conseguiu ir para a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> e tirar o<br />

curso <strong>de</strong> História.<br />

Essa pequena tinha uma dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> enorme para estu<strong>da</strong>r, que não queira sabentinha<br />

carência <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>. Vivia numa casinha aqui num beco, que não tinha luz. E ela para fazer os<br />

60


trabalhinhos, para 1er. por que se interessava, para fazer qualquer coisa tinha que ir para a porta<br />

<strong>da</strong> rua, para 1er! Era uma coisa...Eu a<strong>do</strong>ro aquela rapariga porque acho que aquela rapariga tem<br />

um valor enorme, porque à custa <strong>de</strong>la, o valor <strong>de</strong>la, a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>la, as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>la, ela<br />

ultrapassou aquilo tu<strong>do</strong>, ela empregou-se, para ganhar dinheiro, e tirar o curso e tirou...è<br />

extraordinário, como muitas <strong>outra</strong>s...muitas <strong>outra</strong>s com muitas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s!Mas trabalhava-se<br />

com elas que era um amor!<br />

E com estas não, com estas mais recentes:eram crianças caprichosas, voluntariosas, não<br />

queriam...eram difíceis, nem to<strong>da</strong>s as pessoas se a<strong>da</strong>ptavam a trabalhar com elas(...) A pouco<br />

e pouco sem se <strong>da</strong>r por isso, <strong>de</strong>u-se uma evolução nas crianças <strong>de</strong>sta casa que foi uma coisa<br />

aflitiva.<br />

A.C.- E porquê?...<br />

A.C.- Tínhamos muitos bate-chapas com os filhos cá e eles passaram a ganhar lin<strong>da</strong>mente.<br />

L.L.- Que tipo <strong>de</strong> profissões é que eram mais comuns nos pais <strong>da</strong>s crianças?<br />

A.C.- Eram bate-chapas, pintores, era isso, eram operários, exactamente, mas que já viviam bem.<br />

(...)<br />

Nós tivemos aí um canaliza<strong>do</strong>r, que já tinha automóvel e já tinha...Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> são<br />

profissões muito respeitáveis(...) mas estava-se numa escola para pessoas carencia<strong>da</strong>s e eles não<br />

eram, eles já não eram.Chegámos a a uma altura em que não tínhamos aqui crianças com<br />

carências.<br />

A.C.- No fun<strong>do</strong> no que respeita aos pais <strong>da</strong>s crianças, quan<strong>do</strong> a Sr 11 . D a . Lucin<strong>da</strong> cá entrou, as<br />

profissões eram as mesmas, mas estas evoluíram...<br />

L.L.- Mais ou menos, mas repare que muitos não tinham pai, quan<strong>do</strong> eu entrei, muitos não tinham pai,<br />

era só mães e <strong>de</strong>pois é que começaram então a vir pais, e esses eram operários, e <strong>de</strong>pois esses<br />

operários passaram a ter uma vi<strong>da</strong> favorável...<br />

L.L.- Compara<strong>do</strong> com os dias <strong>de</strong> hoje em 1937 vivia-se pior, muito pior <strong>do</strong> que se vive hoje?...os<br />

operários, o povo...<br />

L.L.- Eu acho que sim, havia cama<strong>da</strong>s ...Sim, em 1937, quan<strong>do</strong> eu entrei havia... hoje vive-se muito<br />

melhor. Eu hoje acho que vivem muito melhor. Noto diferença sim, noto diferença e muita .<br />

Hoje um operário tem uma casa que é uma coisa espantosa... em que não lhe falta na<strong>da</strong> lá<br />

61


<strong>de</strong>ntro.Era uma coisa que não existia, que não havia, viviam em barracas, em casas pobres<br />

pobrissimas(...)<br />

Os tempos mu<strong>da</strong>ram e muito e a classe média <strong>de</strong> antigamente, a antiga classe média, hoje<br />

é a classe pobre.Tenho niti<strong>da</strong>mente essa impressão. A classe rica é sempre a classe rica, mais<br />

coisa menos coisa, a classe média não, ficou...está mal! Agora o pobre subiu.<br />

A.C.- Portanto houve maior nivelamento...?! Havia mais diferenças entre uma classe média e o<br />

operaria<strong>do</strong> na altura?<br />

L.L.- Sim...Exactamente, então não acha?<br />

(...)<br />

A.C.- Uma ultima questão:Pensa que uma escola <strong>do</strong> género <strong>da</strong> Escola Oficina n°l quan<strong>do</strong> para cá<br />

entrou, hoje ain<strong>da</strong> tem senti<strong>do</strong>?<br />

L.L.- Eu acho que sim, que tinha senti<strong>do</strong> e muito senti<strong>do</strong>! Quan<strong>do</strong> cá entrei, já não era o que foi, mas<br />

5 a Entrevista<br />

se fosse como foi, tinha muito senti<strong>do</strong>. A primitiva Escola Oficina internacionalmente conheci<strong>da</strong><br />

e com os seus méto<strong>do</strong>s ousa<strong>do</strong>s, até <strong>de</strong>via existir e tenho muita pena que a Escola esteja como<br />

está.Tenho muita pena.E não haver mais <strong>do</strong> que uma, não era só uma...<br />

Entrevista a Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos<br />

Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos é ain<strong>da</strong> nos nossos dias, uma <strong>da</strong>s figuras conheci<strong>da</strong>s <strong>da</strong> militância<br />

Libertária, constituin<strong>do</strong> um elo <strong>de</strong> ligação entre os antigos militantes, pessoas com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s compreendi<strong>da</strong>s<br />

entre os 80 e os 90 anos, e a actual geração <strong>de</strong> anarquistas, normalmente com i<strong>da</strong><strong>de</strong>s compreendi<strong>da</strong>s entre<br />

os 18 e os 25 anos.<br />

A militância <strong>de</strong>ste engenheiro, começou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito jovem no final <strong>do</strong>s anos 30 em plena<br />

Guerra <strong>de</strong> Espanha, passan<strong>do</strong> pela Segun<strong>da</strong> Guerra Mundial, na ultima geração <strong>de</strong> anarquistas ain<strong>da</strong><br />

activos, e <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> integran<strong>do</strong>-se, mas sempre manten<strong>do</strong> as suas convicções libertárias, na oposição<br />

tradicional ao Esta<strong>do</strong> Novo.<br />

A história que nesta entrevista nos é conta<strong>da</strong> torna-se extremamente interessante, ao<br />

compreen<strong>de</strong>rmos os caminhos <strong>de</strong> iniciação primeiro, e <strong>de</strong> acção <strong>de</strong> segui<strong>da</strong>, <strong>de</strong> um jovem que aos <strong>de</strong>z<br />

anos começa a ouvir falar <strong>do</strong> anarquismo, através <strong>de</strong> um pai que está constantemente ora na<br />

clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> ora na prisât), mas que não <strong>de</strong>scura a educação "Libertária" <strong>do</strong> seu fi!ho:ele fala-Ihe <strong>da</strong><br />

futura socie<strong>da</strong><strong>de</strong> "Libertária", mas também se esforça, e por vezes <strong>da</strong> prisão, para que o filho frequente<br />

62


escolas liberais, como então eram conota<strong>do</strong>s os Jardins Escola João <strong>de</strong> Deus, e mais tar<strong>de</strong> a Escola<br />

Oficina n° 1.<br />

Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos, passou por esta ultima, no principio <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 30, quan<strong>do</strong><br />

ain<strong>da</strong> restavam alguns <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s que fizeram <strong>de</strong>sta escola o que ela foi, e sobretu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> ela ain<strong>da</strong><br />

era conota<strong>da</strong> pelos anarquistas, ou seja por pessoas como o seu próprio pai, como uma escola libertária,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> essa a razão pela qual o então jovem Moisés nela tivesse si<strong>do</strong> inscrito.<br />

Além <strong>do</strong> mais, Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos ain<strong>da</strong> conheceu relativamente bem por intermédio<br />

<strong>do</strong> seu pai, algumas <strong>da</strong>s personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s relevantes <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> Libertário e <strong>da</strong> Escola Oficina n°l, casos<br />

<strong>de</strong> César <strong>Porto</strong>, Alexandre Vieira, José Carlos <strong>de</strong> Sousa , Germinal <strong>de</strong> Sousa, o filho <strong>de</strong> Manuel Joaquim<br />

<strong>de</strong> Sousa o Secretário Geral <strong>da</strong> C.G.T. durante muito tempo.<br />

Algumas <strong>da</strong>s revelações <strong>de</strong> Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos, nomea<strong>da</strong>mente as que dizem respeito<br />

ás relações entre alguns <strong>de</strong>stes libertários e a Maçonaria, não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> sêr surpreen<strong>de</strong>ntes.<br />

Esta entrevista teve lugar em Abril <strong>de</strong> 1989.<br />

António Can<strong>de</strong>ias-Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos, gostava <strong>de</strong> saber qual foi a tua intervenção no<br />

Movimento Anarquista...o teu pai foi anarquista....<br />

muito mau para <strong>da</strong>tas.<br />

Moisés <strong>da</strong> Silva Ramos-0 meu pai foi anarquista <strong>de</strong>s<strong>de</strong>...quan<strong>do</strong> veio para...Espera, sou<br />

Bem, o meu pai nasceu em Lisboa mas <strong>de</strong>pois foi para a ilha <strong>do</strong> Faial em miú<strong>do</strong>, mais<br />

os irmãos, o pai e a mãe; o meu avô foi director <strong>da</strong> Alfân<strong>de</strong>ga <strong>da</strong> ilha <strong>do</strong> Faial, era portanto um<br />

funcionário público que foi transferi<strong>do</strong> para a ilha <strong>do</strong> Faial; ele morreu lá, não me recor<strong>do</strong> <strong>de</strong> que <strong>do</strong>ença,<br />

e a minha avó veio com os filhos para Lisboa. Portanto o meu pai <strong>de</strong>ve ter entra<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> muito jovem<br />

naquela movimentação to<strong>da</strong> <strong>da</strong> República. Não entrou na Revolução, mas <strong>de</strong>pois disso, fêz parte <strong>do</strong>s<br />

batalhões <strong>da</strong> República que se constituíram para combater a intentona monárquica <strong>de</strong> Monsanto, em 1919.<br />

O meu pai chamava-se Álvaro <strong>da</strong> Costa Ramos. Deve ter si<strong>do</strong> nessa altura que ele <strong>de</strong>ve<br />

ter começa<strong>do</strong> a actuar nos sindicatos, mas ele era um anarquista, não era um sindicalista. Entrou no<br />

Sindicato <strong>do</strong> Pessoal <strong>de</strong> Câmaras <strong>da</strong> Marinha Mercante: Havia o Sindicato <strong>do</strong>s Maquinistas e o Sindicato<br />

<strong>do</strong> Pessoal <strong>de</strong> Câmaras, que ia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Comissário <strong>de</strong> Bor<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s Pilotos até ao Coman<strong>da</strong>nte e ao pessoal<br />

e ele fez parte <strong>de</strong>sse pessoal, embarcou e foi dirigente <strong>do</strong> pessoal <strong>de</strong> câmaras <strong>da</strong> Marinha Mercante. À<br />

nessa altura que eu suponho que ele começou a actuar com bastante intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> e empenhamento no<br />

movimento libertário.<br />

A.C.- Já <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> 28 <strong>de</strong> Maio?...<br />

M.S.R.- Não antes, antes, isto foi tu<strong>do</strong> muito antes. Quan<strong>do</strong> se dá o 28 <strong>de</strong> Maio, passa<strong>do</strong>s uns tempos<br />

há uma tentativa revolucionária <strong>de</strong> abater o Regime que se havia constituí<strong>do</strong>, que foi o 7 <strong>de</strong><br />

Fevereiro, uma revolução relativamente sangrenta. A recor<strong>da</strong>ção que eu tenho <strong>de</strong>ssa altura, <strong>de</strong><br />

63


miú<strong>do</strong>, é <strong>do</strong> meu pai ter... <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> to<strong>do</strong> aquele tiroteio, nós vivíamos em Campo <strong>de</strong> Ourique,<br />

tentaram atacar o Quartel <strong>de</strong> Sapa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> caminhos-<strong>de</strong>-ferro que era mesmo por trás <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

nós morávamos... a recor<strong>da</strong>ção que eu tenho <strong>de</strong>le, é <strong>de</strong>pois ele ter consegui<strong>do</strong> voltar para casa,<br />

e lembro-me ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> nó<strong>do</strong>a negra que ele tinha no braço, <strong>de</strong> ter dispara<strong>do</strong> com a espingar<strong>da</strong>,<br />

<strong>do</strong> coice <strong>da</strong> espingar<strong>da</strong>. Estás a vêr que isto são recor<strong>da</strong>ções muito vagas <strong>de</strong> um miú<strong>do</strong>. Não<br />

foi preso nessa altura.<br />

Como sabes a C.G.T. teve uma influência muito importante na revolução <strong>do</strong> 7 <strong>de</strong> Fevereiro.<br />

Quase to<strong>do</strong>s os militantes civis, tiran<strong>do</strong> os republicanos, eram <strong>da</strong> Confe<strong>de</strong>ração Geral <strong>do</strong><br />

Trabalho. Na altura, como sabes, os revolucionários distribuíram armas.<br />

Essa é a primeira recor<strong>da</strong>ção que eu tenho <strong>de</strong>le.<br />

Depois, passa<strong>do</strong>s uns tempos, o meu pai é preso a ven<strong>de</strong>r um jornal anarquista, suponho<br />

que no Cais <strong>de</strong> Sodré. E leva<strong>do</strong> para o Governo Civil, está lá uns dias, a minha mãe vai<br />

visitá-lo comigo, chegamos a casa e recebemos a notícia que ele estava a embarcar para África,<br />

<strong>de</strong>porta<strong>do</strong>, juntamente com to<strong>do</strong>s aqueles republicanos, o Agatão Lança, etc. e outros militantes<br />

Anarquistas civis e republicanos militares. Em África esteve suponho que <strong>do</strong>is ou três anos em<br />

Sá <strong>da</strong> Ban<strong>de</strong>ira, em Angola.<br />

A partir <strong>da</strong>í, eleja sofria bastante <strong>do</strong> coração, e ele mais o que morreu no Tarrafal, o<br />

Simões Januário, vêm os <strong>do</strong>is, mais um outro, para a Ma<strong>de</strong>ira on<strong>de</strong> lhes é fixa<strong>da</strong> residência.<br />

Altura em que ele foge. A bor<strong>do</strong> <strong>do</strong>s barcos portugueses que visitavam a Ma<strong>de</strong>ira, havia muitos<br />

militantes anarquistas, e conseguem introduzi-lo a bor<strong>do</strong>, para chegar a Lisboa.<br />

É curioso que to<strong>do</strong>s os dias, os indivíduos que estavam lá <strong>de</strong>porta<strong>do</strong>s, tinham que ir<br />

assinar o nome ao Governo Civil: era a prova em como estavam lá. Um republicano que lá<br />

estava, já não me lembro <strong>do</strong> nome <strong>de</strong>le, começou a imitar a assinatura <strong>do</strong> meu pai durante um<br />

mês ou <strong>do</strong>is, e acontece que quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>scobriram que o Álvaro <strong>da</strong> Costa Ramos já não estava<br />

na Ma<strong>de</strong>ira, foi passa<strong>do</strong> já mais <strong>de</strong> um mês.<br />

Veio para Portugal.Veio para Portugal e entrou na clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong>.É quan<strong>do</strong> eu começo<br />

a conhecer melhor o meu pai.<br />

A.C.- Que i<strong>da</strong><strong>de</strong> tinhas tu nessa altura?<br />

M.S.R.- Talvez <strong>de</strong>z ou onze anos não sei. O meu pai estava refugia<strong>do</strong> ali próximo <strong>de</strong>... on<strong>de</strong> é hoje o<br />

Museu <strong>da</strong>s Janelas Ver<strong>de</strong>s, numa casa não sei <strong>de</strong> quem, e to<strong>da</strong>s as noites eu e a minha mãe o<br />

íamos visitar. Depois ele passou a an<strong>da</strong>r um pouco mais na rua, <strong>de</strong>scui<strong>do</strong>u-se, porque já <strong>de</strong>via<br />

estar farto...estava num quarto sem janelas, sem na<strong>da</strong>, há meses e meses...recor<strong>do</strong>-me então<br />

que ele se encontrava com vários republicanos e libertários, na Aveni<strong>da</strong> <strong>da</strong> Liber<strong>da</strong><strong>de</strong> à noite,<br />

on<strong>de</strong> passeavam...com óculos escuros...(risos).<br />

E foi aí que eu comecei a acompanhar o meu pai. E foi aí que o meu pai me foi transmitin<strong>do</strong><br />

as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>le. Sobre o que seria uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> libertária, o anarquismo... Áh! ele tinha aquela<br />

64


(...)<br />

colecção sociológica <strong>da</strong> Guimarães...não sei se conheces... ain<strong>da</strong> tenho alguns <strong>de</strong>sses livros...<br />

e que eram a base <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong>le. Não era um homem muito culto, mas era um autodi<strong>da</strong>cta.<br />

Foi a partir <strong>da</strong>í que me comecei a tornar libertário, teria eu <strong>de</strong>z ou onze anos.<br />

Passa<strong>do</strong>s uns tempos, ele vai a passar próximo <strong>do</strong> Teatro Nacional e foi preso...ao fim <strong>da</strong><br />

tar<strong>de</strong>...A polícia an<strong>da</strong>va com a fotografia <strong>de</strong>le.<br />

É preso , está lá não sei se 2 anos e eu ia visitá-lo à prisão, ao Aljube, com a minha mãe.<br />

Ora é nessa altura que ele fala com...não, é antes disso...eu entrei para a escola João <strong>de</strong> Deus<br />

aí aos três ou quatro anos... foi durante a <strong>de</strong>portação... porque ele pediu ao Quintal, que era<br />

também um militante anarquista que morreu aqui há uns quatro ou cinco anos, que por sua vez<br />

pediu ao irmão que era advoga<strong>do</strong>, e eu entrei para a Escola João <strong>de</strong> Deus...é mais ou menos<br />

nessa altura... Isso antes <strong>de</strong> eu <strong>da</strong>r as tais passeatas com ele.<br />

Eu, a viver com o meu pai no seio <strong>da</strong> família só foi mais tar<strong>de</strong>.<br />

Ele é preso creio que por <strong>do</strong>is anos e <strong>de</strong>pois é posto em liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> entretanto si<strong>do</strong> expulso<br />

<strong>da</strong> marinha.<br />

Começou a exercer uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional e como tinha muito jeito <strong>de</strong> mãos montou uma<br />

pequena oficina <strong>de</strong>...quase tipo <strong>de</strong> artesanato para po<strong>de</strong>r sobreviver, e a minha mãe montou um<br />

pequeno atelier <strong>de</strong> costura, com a irmã, para po<strong>de</strong>rmos sobreviver.<br />

Depois disso entra novamente na clan<strong>de</strong>stini<strong>da</strong><strong>de</strong> e vai viver para os arre<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Lisboa, em<br />

Odivelas, para montar a tipografia clan<strong>de</strong>stina <strong>de</strong> "A Batalha".<br />

Mais uma vez, eu e a minha mãe, aos fins-<strong>de</strong>-semana íamos visita- lo. Recor<strong>do</strong> já com uma<br />

certa precisão: naquela altura íamos até ao Lumiar, <strong>de</strong> carro eléctrico, ele vinha a meio <strong>da</strong><br />

estra<strong>da</strong>, assobiava <strong>de</strong> certa maneira, <strong>de</strong>scíamos a calça<strong>da</strong> <strong>de</strong> Carriche, quan<strong>do</strong> começávamos<br />

a ir para o caminho <strong>de</strong> Odivelas, e ele aparecia. Passávamos o fim-<strong>de</strong>-semana, numa azenha<br />

on<strong>de</strong> estava monta<strong>da</strong> a tipografia <strong>de</strong> "A Batalha", com máquinas com tu<strong>do</strong>.<br />

O meu pai ain<strong>da</strong> an<strong>do</strong>u uns meses em liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>pois foi apanha<strong>do</strong>.<br />

Portanto, eu assisti a to<strong>do</strong> esse percurso, com to<strong>da</strong>s as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em casa, a minha mãe<br />

com os <strong>do</strong>is filhos, etc.<br />

Tinha i<strong>do</strong> para a tal escola <strong>de</strong> instrução primária uns tempos antes, a tal escola on<strong>de</strong><br />

punham as "orelhas <strong>de</strong> burro"...<br />

A.C.- Portanto, tu primeiro foste para a Escola João <strong>de</strong> Deus...quanto tempo é que lá estiveste?<br />

M.S.R.- Estive o tempo to<strong>do</strong>, creio que uns <strong>do</strong>is anos...<br />

A.C.- E aos seis, sete anos foste para uma escola Oficial...a tal <strong>da</strong>s "orelhas <strong>de</strong> burro"?<br />

M.S.R.- Não, Não.Então o que é que aconteceu? Nessa altura, estava o meu pai ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>porta<strong>do</strong>, e<br />

aquilo era uma escola <strong>de</strong> elite, na rua 4 <strong>de</strong> Infantaria, uma escola priva<strong>da</strong>, uma <strong>da</strong>s escolas mais<br />

65


conheci<strong>da</strong>s naquela zona, tanto que eu ás vezes quan<strong>do</strong> digo que an<strong>de</strong>i no Colégio Figueire<strong>do</strong>,<br />

as pessoas dizem-me que « mas você an<strong>do</strong>u numa escola <strong>de</strong> elite!». Mas não pagava, porque<br />

a professora, tiran<strong>do</strong> os aspectos <strong>de</strong> sêr uma professora autoritária e isso, soube que o meu pai<br />

estava preso e teve pena, con<strong>do</strong>eu-se e eu entrei para essa escola <strong>de</strong> elite, <strong>de</strong> graça.E foi <strong>de</strong> tal<br />

mo<strong>do</strong> que <strong>de</strong>pois as duas famílias ficaram a <strong>da</strong>r-se muito bem, amigas, mesmo...(...)<br />

Depois <strong>do</strong> que te contei, o meu pai é preso e <strong>de</strong>pois é, pela primeira vez leva<strong>do</strong> ao tribunal<br />

especial, militar, e eu creio que ele apanha uma pena, relativamente...Áh! porque eles nunca<br />

conseguiram arrancar na<strong>da</strong> <strong>de</strong>le, não souberam que ele estava lá na tal tipografia,<br />

apanharam-lhe foi umas "Batalhas", portanto consi<strong>de</strong>raram que ele an<strong>da</strong>va a distribuir<br />

"Batalhas", e portanto é con<strong>de</strong>na<strong>do</strong> a uma pena relativamente pequena, não sei se <strong>do</strong>is anos.<br />

É a partir <strong>da</strong>í que eu começo a têr uma consciência libertária, mais <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> por<br />

to<strong>da</strong>s essas coisas.<br />

Depois, como ele tinha uma biblioteca, e eu sempre gostei muito <strong>de</strong> 1er, acabei por<br />

<strong>de</strong>vorar to<strong>do</strong>s aqueles livros que ele lá tinha(...)Aos 14 anos li o Victor Hugo, aos 15 li o<br />

Balzac to<strong>do</strong>, o Júlio Verne, enfim li tu<strong>do</strong> o que lá havia.Lembro-me até que o meu pai me<br />

ofereceu to<strong>da</strong> a colecção <strong>do</strong> Júlio Verne, e isso <strong>de</strong>ve ter ti<strong>do</strong> alguma influência na minha vi<strong>da</strong><br />

profissional <strong>de</strong>pois, porque eu sou engenheiro, e portanto...a partir <strong>da</strong>í apaixonei-me pela<br />

técnica...<br />

Bem, o meu pai é posto em liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e continuou com a tal oficinazita que teve um certo<br />

êxito, <strong>de</strong>dicava-se à <strong>de</strong>coração e eu segui o meu caminho. E é partir <strong>de</strong>ssa altura que se fun<strong>da</strong>m<br />

em Portugal as Juventu<strong>de</strong>s Libertárias.Ora aqui já estamos próximos <strong>de</strong>... portanto em 1935<br />

vem a Portugal um representante <strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Ibérica <strong>da</strong>s Juventu<strong>de</strong>s Libertárias, para fun<strong>da</strong>r<br />

em Portugal...hã, na região portuguesa digo, (risos) as Juventu<strong>de</strong>s Libertárias.<br />

Essa reunião a que eu assisti, assistiu o Santana,(...) veio um jovem libertário <strong>de</strong> Espanha, e<br />

ali numa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Esperantista que havia em Alcântara é on<strong>de</strong> se <strong>forma</strong> o primeiro núcleo <strong>da</strong>s<br />

Juventu<strong>de</strong>s Libertárias. Depois nós resolvemos <strong>da</strong>r ao nosso jornal, o nome <strong>de</strong> "O Despertar"<br />

para manter a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> com as "Juventu<strong>de</strong>s Sindicalistas" <strong>do</strong> tempo <strong>da</strong> República... tinha<br />

eu 15, 16 anos. Já tinha passa<strong>do</strong> pela Escola Oficina N° 1, nessa altura já an<strong>da</strong>va no Liceu.<br />

Fun<strong>da</strong>-se o primeiro núcleo <strong>da</strong>s Juventu<strong>de</strong>s Libertárias, e passa<strong>do</strong> um ano, um ano e meio,<br />

dá-se a Guerra <strong>de</strong> Espanha. O jovem que veio cá constituir as Juventu<strong>de</strong>s foi fuzila<strong>do</strong>.<br />

Eu aqui entro nas Juventu<strong>de</strong>s Libertárias. Faço parte <strong>do</strong> Comité <strong>da</strong> Região Portuguesa com<br />

outros camara<strong>da</strong>s, o Santana era mais velho <strong>do</strong> que eu, nessa altura eleja pertencia à F.A.I.,<br />

e começamos a trabalhar nas Juventu<strong>de</strong>s Libertárias.<br />

Constituímos grupos em vários pontos <strong>de</strong> Lisboa, Campo <strong>de</strong> Ourique, Aju<strong>da</strong>, Alcântara,<br />

Graça, Madragoa, e grupos ou fe<strong>de</strong>rações locais <strong>da</strong>s Juventu<strong>de</strong>s Libertárias(...) A ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é<br />

que não sen<strong>do</strong> muitos, tivemos no entanto uma influência bastante gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que,<br />

existiam as Juventu<strong>de</strong>s Comunistas, mas que não tinham talvez a influência que nós tínhamos<br />

nos meios locais, nos bairros; e começámos a publicar, clan<strong>de</strong>stinamente claro, o "O<br />

Despertar", que era feito na Travessa <strong>da</strong> Quintinha em casa <strong>de</strong> um camara<strong>da</strong> que ain<strong>da</strong> existe,<br />

66


que vive agora na província, e fazíamos o jornal a duplica<strong>do</strong>r, ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> manivela, e tal...<br />

Acumulava isso com o an<strong>da</strong>r a estu<strong>da</strong>r e foi esse o princípio <strong>da</strong>s Juventu<strong>de</strong>s Libertárias, e o seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Acompanhava a Guerra <strong>de</strong> Espanha fazen<strong>do</strong> algumas acções.<br />

Então as Juventu<strong>de</strong>s Libertárias tinham uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> não só no <strong>de</strong>senvolvimentos <strong>da</strong>s<br />

i<strong>de</strong>ias libertárias, através <strong>do</strong> jornal e <strong>de</strong> folhas que editávamos...Ah! tínhamos núcleos em<br />

Coimbra e núcleos no <strong>Porto</strong>... e tínhamos também activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação sexual, propagan<strong>da</strong>,<br />

fazíamos propagan<strong>da</strong> no Casal Ventoso, distribuin<strong>do</strong> folhas volantes. Nessa altura an<strong>da</strong>va muito<br />

em mo<strong>da</strong> o controle <strong>da</strong> natali<strong>da</strong><strong>de</strong> e fabricámos "pessários" em borracha ou em alumínio, que<br />

as mulheres põem <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> vagina no chama<strong>do</strong> "Focinho <strong>de</strong> Penca" para evitar a gravi<strong>de</strong>z.<br />

Então nós distribuíamos...O que era um crime! Naquela época era um crime, pior que <strong>de</strong>itar<br />

bombas, se calhar... (risos)...Distribuíamos por aquela gente to<strong>da</strong> e fazíamos comícios<br />

relâmpago sobre a educação sexual. Naquela altura!<br />

Uma <strong>forma</strong> <strong>de</strong> intervenção incrível...!<br />

Sim...Mas claro que isso vinha <strong>de</strong> Espanha(...). Portanto a nossa activi<strong>da</strong><strong>de</strong> era a edicção <strong>de</strong><br />

revistas e <strong>de</strong> jornais e disso tu<strong>do</strong> e ain<strong>da</strong> educação sexual!<br />

Com a guerra <strong>de</strong> Espanha, a passagem aqui <strong>de</strong> armamento em camiões italianos, e a própria<br />

influência italiana e alemã, levou-nos a ter que tomar <strong>de</strong>cisões, <strong>de</strong>cisões que passaram por<br />

constituir grupos <strong>de</strong> choque.A Juventu<strong>de</strong> tinha a sua estrutura, e paralelamente a isso<br />

criámos...vamos lá... uma espécie <strong>de</strong> exército...um exército secreto...(risos).<br />

Bem, começámos a fazer treinos na Costa <strong>da</strong> Caparica com grana<strong>da</strong>s <strong>de</strong> mão, com pistolas<br />

metralha<strong>do</strong>ra, e <strong>de</strong>pois fizemos vários ataques...não interessa agora relatar isso... Fizemos<br />

sabotagens a camiões carrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> armamento. Italianos, uma série <strong>de</strong> coisas <strong>de</strong>sse tipo, etc.<br />

Treinávamos na Costa <strong>da</strong> Caparica, e um <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s treinos que nós faz íamos... era quase<br />

como os "Coman<strong>do</strong>s"...É que a gente fazia isto:Saíamos <strong>da</strong> Costa <strong>da</strong> Caparica e íamos a pé até<br />

à Lagoa <strong>de</strong> Albufeira, e sem beber uma gota <strong>de</strong> água, e quan<strong>do</strong> chegávamos à Lagoa <strong>de</strong><br />

Albufeira, estávamos ali uma série <strong>de</strong> tempo sem beber água, sem comer...para<br />

endurecimento.E <strong>de</strong>pois fazíamos fogo com a "Parabellum"(...)Era uma pistola leva<strong>da</strong> <strong>da</strong> breca!<br />

Era uma pistola que abria um pinheiro (...) .<br />

Bem esta foi a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> que as Juventu<strong>de</strong>s Libertárias <strong>de</strong>senvolveram durante a guerra <strong>de</strong><br />

Espanha!<br />

Bom já lá iremos <strong>de</strong> novo, mas gostaria que recuássemos um pouco e gostaria <strong>de</strong> saber quan<strong>do</strong><br />

é que se dá a tua entra<strong>da</strong> na Escola Oficina n°l? Com que i<strong>da</strong><strong>de</strong> e como é que se dá a tua<br />

entra<strong>da</strong> na Escola oficina n°l ?<br />

67


M.S.R.- Eu tive a instrução primária na tal escola priva<strong>da</strong> e <strong>de</strong>pois o meu pai achou, que antes <strong>de</strong> eu<br />

ir para o Liceu, seria interessante eu passar pela Escola Oficina.<br />

A.C.- O teu pai conhecia pessoas <strong>da</strong> Escola Oficina?<br />

M.S.R.- Sim, sim, o José Carlos <strong>de</strong> Sousa <strong>de</strong> quem era muito amigo, o Alexandre Vieira, o César<br />

<strong>Porto</strong>... o A<strong>do</strong>lfo Lima creio que já não era <strong>do</strong> meu tempo...o Luís <strong>da</strong> Mata não me diz na<strong>da</strong>...<br />

o António Lima também não,... recor<strong>do</strong>-me <strong>da</strong> Deolin<strong>da</strong> Quartim... e <strong>da</strong> Francine Benoit, que<br />

ia lá, mas não sei se ela me chegou a <strong>da</strong>r aulas... o Emílio Costa , sim até porque era amigo<br />

<strong>do</strong> meu pai...e recor<strong>do</strong>-me <strong>de</strong> um outro militante, que até tinha lá a sobrinha, que era a<br />

Rafael a... agora não me lembro <strong>do</strong> nome <strong>de</strong>le (...)<br />

A.C.- Achas que a imagem que o teu pai tinha <strong>da</strong> Escola Oficina n° 1 era a <strong>de</strong> uma escola anarquista?<br />

M.S.R.- Sim, sim, uma escola libertária. Por isso é que ele me meteu lá na escola.<br />

A.C.- Não chegaste a saber, na altura, que a escola era <strong>da</strong> Maçonaria?<br />

M.S.R.- Não, não! Nem sei se o meu pai chegou a saber. Só mais tar<strong>de</strong> é que vim a relacionar factos.<br />

Mas que era <strong>da</strong> Maçonaria não, pois penso que o meu pai seria profun<strong>da</strong>mente avesso à<br />

Maçonaria e a esse tipo <strong>de</strong> organização. Nem nunca falámos muito sobre a Maçonaria. Só vim<br />

a falar disso mais tar<strong>de</strong>.Se calhar nem lhe passava pela cabeça que a Maçonaria tivesse fun<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

essa escola ou, que tivesse lá influência.<br />

E aí estive esses <strong>do</strong>is anos.<br />

A.C.- Tens alguma experiência grata, que gostasses <strong>de</strong> relembrar?<br />

M.S.R.- Particular... não. No global tenho!<br />

A.C.- Se eu te dissesse que a escola funcionava segun<strong>do</strong> uma i<strong>de</strong>ologia libertária, tu estás <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>?<br />

M.S.R.- Sim, sim, estou <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>.Claro, se calhar naquela altura nem teria possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

comparações. Fazia comparações com a escola anterior, e ali sentia-me bem. Não estou a dizer<br />

que me sentia livre. Não tinha ain<strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para dizer « Sou livre!».<br />

Era espontâneo, sentia-me bem. Gostava <strong>da</strong>quele espírito comunitário, <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que lá<br />

havia. Sempre fui um anti- individualista.(...) Aquele espírito <strong>de</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que existia entre<br />

professores e alunos, talvez isso tivesse ti<strong>do</strong> mais influência em mim, porque vinha <strong>de</strong> uma<br />

escola autoritária <strong>do</strong> que sobre <strong>outra</strong> pessoa que tivesse vin<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>outra</strong> escola menos autoritária.<br />

Há uma transição brusca <strong>de</strong> uma escola autoritária(...) e vou para ali para um ambiente e para<br />

68


uma escola totalmente diferente em que o professor não estava no púlpito, mas sim to<strong>do</strong>s<br />

naquela comunhão. Isso agra<strong>do</strong>u-me bastante...e <strong>de</strong>pois muitos livros, revistas, e isso também<br />

me agra<strong>do</strong>u bastante .<br />

Havia línguas também, alemão, o inglês e o francês, isso recor<strong>do</strong>- me bem. Sempre fui mau<br />

a línguas mas recor<strong>do</strong>-me(...).<br />

Lembro-me também <strong>do</strong>s bor<strong>da</strong><strong>do</strong>s, e <strong>da</strong>s relações com as raparigas perfeitamente à vonta<strong>de</strong>,<br />

sem nenhuns problemas <strong>de</strong> espécie nenhuma.<br />

Assim estive lá <strong>do</strong>is anos. Factos salientes não sou capaz <strong>de</strong> transmitir mas no global<br />

sim.Sentia-me bem.<br />

A.C.- Gostava <strong>de</strong> fazer perguntas sobre três pessoas duas <strong>da</strong>s quais estiveram liga<strong>da</strong>s a esta escola.<br />

Sobre o César <strong>Porto</strong> primeiro. Sobre o César <strong>Porto</strong> gostaria <strong>de</strong> saber sobretu<strong>do</strong> duas coisas:<br />

Qual é que tu achas que era a <strong>forma</strong>ção original <strong>de</strong>le? e como é que tu o vês como pessoa?Era<br />

uma pessoa autoritária...<br />

M.S.R.- Eu não sei qual era a <strong>forma</strong>ção <strong>do</strong> César <strong>Porto</strong>. Não sei se ele era professor <strong>de</strong> instrução<br />

primária. Eu creio que ele seria professor <strong>de</strong> instrução primária. Se era autoritário ou não...<br />

ele não foi meu professor. Quanto aos seus livros eu tenho um sobre a astrologia outro sobre<br />

a hereditarie<strong>da</strong><strong>de</strong>, e mais uns outros <strong>do</strong>is. Os livros <strong>de</strong>le são intragáveis, uns "calhamaços", em<br />

francês e parecem-me cheios <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m científica.Interferências <strong>de</strong> campos magnéticos<br />

e coisas <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m;0 que eu sei é que tu<strong>do</strong> aquilo me parece estranho e com muito poucas<br />

bases <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m cientifica (...) Não tenho mais referências nenhumas a não ser conversas mas<br />

não me chegou mais nenhuma impressão(...).<br />

A.C.- E sobre o José Carlos <strong>de</strong> Sousa?<br />

M.S.R.- José Carlos <strong>de</strong> Sousa, era para mim o homem , o lí<strong>de</strong>r <strong>da</strong> escola, um homem com muito<br />

dinamismo...<br />

A.C.- Que i<strong>da</strong><strong>de</strong> teria o José Carlos <strong>de</strong> Sousa quan<strong>do</strong> lá estava?<br />

M.S.R.- Aí 50 anos. Que ele tinha cabelos brancos tinha. Cheio <strong>de</strong> dinamismo, talvez um boca<strong>do</strong><br />

nervoso, excitável às vezes...é essa a impressão que eu tenho...excita<strong>do</strong> e tal! Por outro la<strong>do</strong><br />

pareceu-me um homem muito bon<strong>do</strong>so, muito humano, pareceu-me um homem muito humano.<br />

Mas a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é que os anarquistas que eu conhecia nessa altura eram to<strong>do</strong>s assim. O meu pai<br />

nunca me bateu, a minha mãe sim. Eu nunca vi o meus pais a discutir. Eu nunca vi o meu pai<br />

a dizer uma asneirola. Por outro la<strong>do</strong> até no aspecto sexual fui educa<strong>do</strong> com to<strong>da</strong> a liber<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

em que o meu pai me explicava o fenómeno <strong>do</strong> sexo, com os problemas que existiam nessa<br />

altura! A impressão que eu tenho <strong>do</strong> José Carlos <strong>de</strong> Sousa é essa.<br />

69


A.C.- Tens alguma suspeita sobre a pertença cio José Carlos <strong>de</strong> Sousa ou <strong>do</strong> César <strong>Porto</strong> à Maçonaria?<br />

M.S.R.- Não. Já em relação ao Alexandre Vieira o problema já era outro. Vagamente me lembro <strong>de</strong>le.<br />

(...)<br />

Mas ele era muito amigo <strong>do</strong> meu pai pelo que acabei por o conhecer muito mais tar<strong>de</strong>. É ele<br />

que me leva mais tar<strong>de</strong>, já eu era homem, para a Associação <strong>do</strong>s Inquilinos, à qual ele<br />

pertencia. Acompanhei-o quase até à morte <strong>de</strong>le.<br />

E, caso curioso, como é que eu vim a saber que ele era <strong>da</strong> Maçonaria? Através <strong>da</strong> PIDE!<br />

Fui preso pela segun<strong>da</strong> vez, porque <strong>da</strong> primeira vez fui preso quan<strong>do</strong> <strong>da</strong>s Juventu<strong>de</strong>s<br />

Libertárias, mas já <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> Guerra <strong>de</strong> Espanha, mas isso é <strong>outra</strong> conversa...<br />

Portanto eu sou preso, faz agora 28 anos, no principio <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> sessenta, eu fazia parte <strong>da</strong><br />

Frente Nacional Patriótica <strong>de</strong> Libertação, sedia<strong>da</strong> na Argélia.<br />

Eu assumo como anarquista na prisão, e os tipos ficam bestialmente espanta<strong>do</strong>s: há muito tempo<br />

que não aparecia um anarquista na prisão! Não calculas os gajos que vieram falar comigo sobre<br />

o anarquismo, sobre o António Sérgio, etc. Os anarquistas tinham feito coisas noutros tempos,<br />

que os gajos queriam saber(...) Apareciam lá para conversar comigo. Eu só conversava coisas<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m teórica não é, e os gajos discutiam comigo: uns criminosos, bombas etc.; e eu<br />

...procurava esclarece- los (risos).<br />

E foi numa <strong>de</strong>ssas noites, quan<strong>do</strong> estava na tortura <strong>do</strong> sono, que eles me perguntam se eu<br />

conhecia o Alexandre Vieira. Ah! eles queriam saber também, era <strong>do</strong> Santana(...).Mas o<br />

Santana nem estava meti<strong>do</strong> nisto... Um dia eles disseram, « você conhece o Alexandre Vieira»?<br />

Eu disse que muito bem, era amigo <strong>do</strong> meu pai, e <strong>de</strong>sbobinam uma conversa «e você não sabe<br />

que ele é Maçon?»... Ora o Alexandre Vieira é um libertário, não po<strong>de</strong> ser <strong>da</strong> Maçonaria, dizia<br />

eu...« Como é que não po<strong>de</strong> ser?. Ele é Maçon e é por isso que ele se tem safa<strong>do</strong>, porque cá<br />

<strong>de</strong>ntro, cá na situação, também há maçons». E disseram, «o nosso presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> República foi<br />

Maçon». O Carmona foi Maçon!<br />

A.C.- Se calhar foi por isso que a Escola Oficina N° 1 não foi fecha<strong>da</strong>?<br />

M.S.R.- Pois, talvez, não sei.<br />

A.C.- O Manuel Joaquim <strong>de</strong> Sousa também era Maçon?<br />

M.S.R.- Também era Maçon. Também não sabia, mais tar<strong>de</strong> é que vim a saber. E até vim a saber pelo<br />

filho, o Germinal <strong>de</strong> Sousa.<br />

A.C.- O Germinal an<strong>do</strong>u na Escola Oficina N 1?<br />

M.S.R.- Olha que eu não sei se não an<strong>do</strong>u... É capaz <strong>de</strong> ter an<strong>da</strong><strong>do</strong> sim. Muito antes <strong>de</strong> mim claro!<br />

70


(...)<br />

A.C.- E o Emilio Costa também era Maçon?<br />

M.S.R.- Desconfio que sim. Como até <strong>de</strong>sconfiei <strong>do</strong> Emidio Santana.Tive assim uns cheiros...a Lígia<br />

<strong>de</strong> Oliveira diz-me que não, que até um dia lhe pôs o problema e ele até se riu e tal...mas...<br />

71


AS DUAS VIDAS DE ADOLFO LIMA: INTRODUÇÃO A UMA BREVE<br />

BIOGRAFIA


Da maneira como construímos esta tese, pouco espaço ficou para nos <strong>de</strong>dicarmos <strong>de</strong> uma <strong>forma</strong><br />

consistente à biografia <strong>da</strong>s personagens principais que atravessam a vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> Escola Oficina N°l, durante<br />

o perío<strong>do</strong> que nos interessou, ou seja <strong>de</strong> 1905 a 1930.Se tivéssemos envere<strong>da</strong><strong>do</strong> por tal caminho, haveria<br />

que pesquisar a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> pelo menos quatro personagens:Luis <strong>da</strong> Mata, César <strong>Porto</strong>, António Lima e<br />

sobretu<strong>do</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima.<br />

Não temos <strong>de</strong> momento, a pretensão <strong>de</strong> redigir uma biografia <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima, trabalho que<br />

<strong>de</strong>ixamos para um futuro próximo, mas não queremos acabar este trabalho sem fornecer alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />

e colocar algumas interrogações sobre a vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s personagens que consi<strong>de</strong>ramos mais interessante,<br />

e <strong>de</strong> certa <strong>forma</strong> mais intrigantes <strong>da</strong> sua época.<br />

75


O primeiro factor <strong>de</strong> estranheza na sua vi<strong>da</strong>, é a omissão <strong>de</strong> que foi alvo por parte <strong>da</strong> geração<br />

<strong>de</strong> historia<strong>do</strong>res <strong>da</strong> educação anterior à nossa: falamos <strong>de</strong> pessoas como Rui Grácio, Rogério Fernan<strong>de</strong>s,<br />

Joaquim Ferreira Gomes, Alberto Ferreira, Manuel Patricio e Filipe Rocha, entre outros.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong> autores cuja vi<strong>da</strong> adulta começou nos finais <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> quarenta,<br />

princípios <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> cinquenta, quan<strong>do</strong> o anarquismo e as suas propostas sócio educativas tinham si<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>finitivamente esmaga<strong>da</strong>s, pelo que são as figuras <strong>de</strong> António Sérgio e <strong>de</strong> Bento <strong>de</strong> Jesus Caraça que<br />

são enfatiza<strong>da</strong>s por esta geração, numa prova <strong>de</strong> que a história, quan<strong>do</strong> vivi<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> ser terrivelmente<br />

cruel :é que a obra educativa e sobretu<strong>do</strong> a prática educativa <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima, é, na nossa opinião<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente superior, quer qualitativa, quer quantitativamente, à <strong>da</strong>s duas personagens antes<br />

cita<strong>da</strong>.Acrescente-se a isto, que, e ao contrário <strong>de</strong> Bento <strong>de</strong> Jesus Caraça e <strong>de</strong> António Sérgio, a vi<strong>da</strong><br />

pública <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima, que sempre foi muito discreta, terminou <strong>de</strong> vez com a ascenção <strong>da</strong> Ditadura<br />

Militar e com o que se seguiu, o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser estranho: em 1926, A<strong>do</strong>lfo Lima teria apenas 52<br />

anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A<strong>do</strong>lfo Lima foi pois ignora<strong>do</strong> por uma geração <strong>de</strong> historia<strong>do</strong>res <strong>da</strong> educação, porque foi uma<br />

personagem discreta, porque era anarquista, e o anarquismo e as bases positivistas que com ele se<br />

cruzaram foram alvo <strong>de</strong> uma critica feroz <strong>de</strong> tal geração, quer se tratassem <strong>de</strong> marxistas, quer <strong>de</strong> pessoas,<br />

que não as antes menciona<strong>da</strong>s, mais liga<strong>da</strong>s ao regime salazarista.Não se tratou <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> consciente<br />

<strong>de</strong> omissão proposita<strong>da</strong>, mas antes o reflexo <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> combate politico <strong>do</strong> presente <strong>de</strong> então, que<br />

legitimava as suas propostas numa critica ao passa<strong>do</strong>, como sempre acontece, seja qual for a época.<br />

Como sempre acontece também, tais combates reduzem os seus inimigos a vultos indistintos<br />

culpa<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s maiores torpezas no geral, e ignora<strong>da</strong>s no particular <strong>da</strong>s propostas que <strong>de</strong> facto<br />

apresentaram: para uns, A<strong>do</strong>lfo Lima faria parte <strong>de</strong> um grupo "esquerdista", para outros <strong>de</strong> um grupo<br />

<strong>de</strong> "anarquistas", e ambos os grupos estariam <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> em caracterizar tais anarquistas como um ban<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> lunáticos e <strong>de</strong> terroristas, estan<strong>do</strong> também <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> em ignorar a sua extensa obra social, politica e<br />

pe<strong>da</strong>gógica. É normal que tal aconteça, mas é também normal que pessoas mais distancia<strong>da</strong>s <strong>do</strong> calor <strong>da</strong>s<br />

lutas <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>, se preocupem em reequilibrar as coisas.<br />

É este o caso <strong>de</strong> historia<strong>do</strong>res como António Nóvoa, ou Helena Costa Araújo, ou Moreirinhas<br />

Pinheiro, que no entanto, e excepção feita a Helena Araújo e aos escritos mais recentes <strong>de</strong> António<br />

Nóvoa, o apresentam como um representante <strong>da</strong> Educação Nova <strong>do</strong>s princípios <strong>da</strong> época, e apenas isso,<br />

ignoran<strong>do</strong> o facto <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima ter também si<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma <strong>forma</strong> confessa e frontal, um anarquista.<br />

Isto <strong>de</strong>ve-se a vários factores, o primeiro <strong>do</strong>s quais sen<strong>do</strong> que estes historia<strong>do</strong>res se<br />

preocuparam essencialmente com os problemas educativos, sen<strong>do</strong> as questões sociais e politicas, sobretu<strong>do</strong><br />

as questões politicas extra institucionais, omiti<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s suas preocupações imediatas, como é natural num<br />

campo <strong>de</strong> trabalho como a história <strong>da</strong> educação em Portugal, que é apesar <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, e <strong>do</strong>s autores antes<br />

menciona<strong>do</strong>s, um campo <strong>de</strong> trabalho ain<strong>da</strong> recente e algo marginal neste país.<br />

Outro <strong>do</strong>s factores que contribuiu para que houvesse uma certa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em caracterizar<br />

A<strong>do</strong>lfo Lima como anarquista, <strong>de</strong>veu-se também, cremos nós, ao facto <strong>de</strong> este autor se afastar<br />

vertiginosamente <strong>do</strong> propagandismo com que o anarquismo, bem ou mal foi sen<strong>do</strong> conota<strong>do</strong>, a sua obra<br />

sen<strong>do</strong> extremamente sóbria, precisa, e, herança <strong>do</strong> positivismo que tanto o marcou, ter a preocupação<br />

constante <strong>de</strong> <strong>da</strong>r uma base "cientifica" sóli<strong>da</strong> e credível (na altura) às suas propostas sócio-educativas.<br />

76


Ain<strong>da</strong> e finalmente, outro <strong>do</strong>s factores que obscureceu a pertença anarquista <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Lima,<br />

foi a conjunção entre a falta <strong>de</strong> um trabalho sério sobre o anarquismo, que <strong>de</strong>pois <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> João<br />

Freire, entre outros, já não terá muita razão <strong>de</strong> ser (mas quem é que consegue 1er as Teses <strong>de</strong><br />

Doutoramento que não são publica<strong>da</strong>s?), e os preconceitos que sobre esta <strong>de</strong>signação e sobre as pessoas<br />

que lhe <strong>de</strong>ram corpo foram transmiti<strong>do</strong>s pelas antes cita<strong>da</strong>s gerações.<br />

Ao lerem o que A<strong>do</strong>lfo Lima escreveu, muito <strong>do</strong>s historia<strong>do</strong>res mais jovens, tiveram dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em i<strong>de</strong>ntificar tais escritos com o que supostamente seria um anarquismo bombástico.<br />

Assim e apesar <strong>de</strong> na obra <strong>de</strong>ste autor, se assistir <strong>de</strong> uma <strong>forma</strong> extremamente coerente a uma<br />

critica lúci<strong>da</strong> <strong>da</strong> educação, e por extensão, <strong>da</strong>s bases sociais, económicas, morais e politicas <strong>do</strong><br />

capitalismo <strong>do</strong> principio <strong>do</strong> século e <strong>da</strong>s suas incidências em Portugal, e <strong>de</strong> nela se <strong>de</strong>linearem <strong>de</strong> uma<br />

<strong>forma</strong> constante as raízes <strong>de</strong> uma educação e <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> alternativas a tal capitalismo, quer a <strong>forma</strong><br />

que tais escritos tomam, quer o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> tais propostas, se afastam vertiginosamente <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias<br />

pré-concebi<strong>da</strong>s sobre o anarquismo, assentan<strong>do</strong> no entanto, que nem uma luva, naquilo que constituiu o<br />

anarquismo <strong>da</strong> época.<br />

Alguns <strong>de</strong>stes equívocos, estarão assim parcialmente explica<strong>do</strong>s, mas outros subsistem, estes<br />

no que concernem à pessoa e à personali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> A<strong>do</strong>lfo Godfroy <strong>de</strong> Abreu e Lima.<br />

Primeiro, a sua filiação na mais alta aristocracia portuguesa, a par <strong>da</strong> sua participação activa<br />

no movimento anarquista, como realça Alexandre Vieira, que o indica como um <strong>do</strong>s principais re<strong>da</strong>tores<br />

<strong>de</strong> um <strong>do</strong>s mais importantes <strong>do</strong>cumentos programáticos <strong>do</strong> movimento operário <strong>do</strong> principio <strong>do</strong> século,<br />

ou seja a tese sobre a "Organização Social Sindicalista" ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro esboço <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> futuro, na<br />

óptica <strong>do</strong>s anarco-sindicalistas (Vieira, 1974, p. 157).<br />

Depois, a aura <strong>de</strong> respeito que o parecia ro<strong>de</strong>ar, como to<strong>do</strong>s os testemunhos que recolhemos<br />

<strong>de</strong> pessoas que o conheceram em vi<strong>da</strong> nos mostram, mas não só:<strong>da</strong> parte <strong>da</strong> própria Direcção <strong>da</strong> Escola<br />

Oficina n°l, que parecia não apreciar a sua filiação nos i<strong>de</strong>ais anarquistas, o receio <strong>de</strong> ver partir alguém<br />

que lhes era incómo<strong>do</strong>, a par <strong>do</strong> receio <strong>de</strong> per<strong>de</strong>rem alguém cujo perstigio não oferecia duvi<strong>da</strong>s na altura,<br />

parecem marcar muitas <strong>da</strong>s ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong>s que ro<strong>de</strong>aram o que chamámos "o caso A<strong>do</strong>lfo Lima", ou seja<br />

a sua saí<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta escola em 1914.<br />

De segui<strong>da</strong> o carácter inflexível <strong>de</strong>ste homem, <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez que os seus princípios eram postos<br />

em causa:A<strong>do</strong>lfo Lima " bateu com a porta" <strong>de</strong> uma <strong>forma</strong> muito fria mas implacável, em três <strong>da</strong>s<br />

instituições que se honravam <strong>de</strong> o ter entre si: na Escola Oficina n a 1, na Escola Normal <strong>de</strong> Benfica e em<br />

"A Voz <strong>do</strong> Operário ".Este "bater com a porta" motiva<strong>do</strong> por pretextos por vezes não muito<br />

compreensíveis, contrastavam fortemente com a tradicional capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação às situações, que<br />

to<strong>do</strong>s dizem caracterizar o carácter português, uma capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptação que escon<strong>de</strong> sabe-se lá o quê!<br />

Neste aspecto, A<strong>do</strong>lfo Lima foi na plena assepção <strong>da</strong> palavra, um radical.<br />

Finalmente na sua obra resi<strong>de</strong> outro <strong>do</strong>s factores <strong>de</strong> estranheza <strong>de</strong>sta personagem:ela aparece-nos<br />

imbuí<strong>da</strong>, quer no seu estilo <strong>de</strong> prosa, quer na <strong>forma</strong> como os problemas são postos, <strong>de</strong> uma in<strong>de</strong>smentível<br />

influência positivista, cruza<strong>da</strong> <strong>de</strong> preocupações didáticas: mas atente-se ao que se <strong>de</strong>scortina quan<strong>do</strong><br />

conseguimos remover o manto positivista, e sobretu<strong>do</strong> atente-se às soluções apresenta<strong>da</strong>s como respostas<br />

aos problemas, e nele veremos uma mente arguta, extremamente lúci<strong>da</strong>, tão lúci<strong>da</strong> quanto um i<strong>de</strong>alista<br />

o po<strong>de</strong> ser, e sobretu<strong>do</strong> alguém que merece o epíteto <strong>da</strong><strong>do</strong> aos anarquistas <strong>da</strong> sua época, ou seja o <strong>de</strong><br />

"avança<strong>do</strong>".<br />

77


A maneira como Lima vê o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no futuro, as propostas que ele avança, são<br />

sensivelmente iguais às que avançamos hoje, cerca <strong>de</strong> quase um século <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ele as têr formula<strong>do</strong>,<br />

o que constitui a maior homenagem que po<strong>de</strong>mos prestar a um homem que morreu em 1943, com 69 anos<br />

<strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Muito mais fica por dizer, e as duas biografias que <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> apresentamos, completam o<br />

pequeno quadro que quisemos esboçar:numa, escrita por Alexandre Vieira, a<strong>do</strong>lfo Lima aparece como<br />

um intelectual inteiramente <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à causa operária;na <strong>outra</strong>, escrita por Moreirinhas Pinheiro,<br />

aparece-nos o A<strong>do</strong>lfo Lima pe<strong>da</strong>gogo, sen<strong>do</strong> inteiramente ignora<strong>da</strong> a sua pertença ao anarquismo <strong>do</strong><br />

principio <strong>do</strong> século.<br />

78


z<br />

o<br />

<<br />

79<br />

(D<br />

-u<br />

IB ^<br />

■§ £<br />

à 2<br />

0)<br />

S 2<br />

ET 'S<br />

11<br />

!<br />

. - . ■<br />

■<br />

■<br />

co<br />

CSJ


o<br />

<<br />

o<br />

H<br />

D<br />

H<br />

(ti<br />

Z<br />

O<br />

a<br />

O 4<br />

o S<br />

D H<br />

£ , ^<br />

H tf O<br />

A ; ^<br />

O O A<br />

í<br />

ft<br />

<<br />

Q<br />

O<br />

Q<br />

<<br />

Q


^ « S ■<br />

■"■ *Õo ° M<br />

3«-» o _ « "* «■ . *•<br />

fi — -i-i o _T<br />

TO S "** M W > «M S<br />

_. » n" sfc -° o o» "^ ••<br />

•o s* — ­s •> t; S o<br />

2 —• 2. ° «S<br />

S" nâ « 2 « X." ­S ­g "S<br />

2 ■•­»«« ^ ­ J ­ o­** "■ 2<br />

■ni w<br />

■a» « » «u **<br />

■* «S •» as *^<br />

S .2 «<br />


S o 2 -S<br />

•S - —<br />

• s<br />

1 *"<br />

Ml<br />

■M<br />

(U<br />

o»<br />

*o<br />

4J<br />

•e»<br />

eia<br />

ca<br />

a £<br />

S s<br />

Z»<br />

t»» ■<br />

«X»<br />

M ol;<br />

uo eu<br />

OJ (M<br />

«J<br />

S9 t


1— M * 1 ■u<br />

to, Livraria Escola<br />

i. Lisboa, tip. cai<br />

raria Escolar frogr<br />

<strong>de</strong> Franche Benoit <<br />

i<br />

O<br />

*»3 "<br />

«o<br />

er<br />

o<br />

4-1<br />

u<br />

Mj<br />

—J<br />

4-1<br />

IM<br />

O<br />

TO<br />

u<br />

Ml<br />

CJ1<br />

Um<br />

O<br />

*T3<br />

cu<br />

Ut<br />

O»<br />

o t-t<br />

u- a<br />

o<br />

•s.<br />

■*<br />

CO<br />

O<br />

u<br />

M<br />

•H<br />

i<br />

o<br />

M|<br />

O<br />

to<br />

to<br />

«U<br />

km<br />

O»<br />

ca<br />

c-><br />

CJL<br />

—m<br />

■Vcvs<br />

rsi<br />

cn<br />

fc<br />

no<br />

o<br />

■CS<br />

Ml<br />

—N)<br />

-a<br />

»<br />

«n ^^<br />

m<br />

*9<br />

ta<br />

O<br />

-Cl-<br />

CO<br />

—H<br />

~4<br />

«<br />

ta<br />

O<br />

-Q<br />

to<br />

-*-i<br />

*M<br />

1<br />

a<br />

i<br />

O<br />

•a<br />

—•<br />

•M<br />

o<br />

to<br />

a»<br />

1*4<br />

«a<br />

O ^<br />

ca S<br />

m g.<br />

=1<br />

s<br />

-^■1<br />

ca<br />

MM<br />

S3<br />

U»<br />

tt»<br />

CU<br />

1<br />

to<br />

Ml<br />

Ul<br />

■M<br />

O<br />

■M<br />

M<br />

Ml<br />

Si<br />

° s o.<br />

MJ ^ u-<br />

O<br />

•c<br />

o<br />

4_»<br />

O<br />

Mi<br />

«•4<br />

•0<br />

"O<br />

O<br />

4-»<br />

-•-4<br />

«9<br />

■•O<br />

ca*<br />

o<br />

w<br />

o.<br />

MO<br />

1<br />

O<br />

•«a<br />

« »<br />

o ^<br />

-s<br />

1 «<br />

o _=><br />

MM •—•<br />

«_» "M<br />

«o -<br />

U4 ■*-*<br />

«ft "T*<br />

cu "■»<br />

—» o<br />

Me J»<br />

•<br />

«■**<br />

crkm<br />

O<br />

t*4<br />

o<br />

Ml<br />

M*<br />

ai<br />

1-4<br />

Ml<br />

km t_j<br />

km<br />

cu<br />

• a s. «o<br />

O<br />

co<br />

1-*<br />

cu *■■<br />

«M<br />

—.<br />

o<br />

O<br />

to<br />

1«<br />

Lm<br />

9-><br />

—4<br />

—a<br />

»<br />

O<br />

-4-»<br />

o.<br />

i<br />

—.<br />

4~»<br />

ca<br />

o<br />

i<br />

tt><br />

>fM<br />

km<br />

t—»<br />

«J<br />

«O<br />

sa<br />

cu<br />

vw<br />

C3<br />

—4<br />

"O<br />

cu<br />

U-f<br />

O*<br />

O<br />

Ut<br />

MM<br />

Ml<br />

—«<br />

u*<br />

Ml<br />

IM><br />

>•<br />

•<br />

—■•<br />

4-J»<br />

t-i<br />

o<br />

cu.<br />

UT»<br />

«o<br />

—3<br />

o<br />

MO<br />

o<br />

»■»<br />

cu<br />

U9<br />

o*<br />

M<br />

CU<br />

■*»<br />

CO<br />

—<br />

CJ<br />

£3<br />

"••«<br />

t-<br />

o<br />

4-»<br />

1-4<br />

o<br />

ON.<br />

MH<br />

Ml<br />

lM<br />

•M<br />

ca •o<br />

Ml<br />

83»<br />

O<br />

lM<br />

Mi<br />

»—4<br />

Ml<br />

»4<br />

O<br />

t-t<br />

cu<br />

CO<br />

£3<br />

«i<br />

i<br />

H<br />

H<br />

<<br />

H<br />

o<br />

CQ<br />

CQ<br />

S<br />

H (4<br />

M<br />

kx<br />

O<br />

4jJ<br />

**3<br />

—c<br />

OJ<br />

•4-1<br />

i<br />

o<br />

-S3<br />

■s<br />

1-4<br />

o<br />

-D<br />

o<br />

c_»<br />

L-.<br />

4_><br />

sa<br />

o<br />

O<br />

o*<br />

MJ<br />

.«Pi<br />

■ ca<br />

ia»<br />

--> 1—4<br />

*o<br />

o<br />

CU<br />

«SN<br />

cu<br />

O<br />

•O to<br />

O<br />

o Dl<br />

S3<br />

•<<br />

O<br />

CQ<br />

w» O<br />

—N) -4=><br />

■o<br />

Ml<br />

IO •—1<br />

cu 1<br />

O»<br />

4>J «n<br />

cu<br />

O<br />

«O<br />

4—><br />

o to<br />

M ca<br />

O<br />

MM<br />

U<br />

Ml<br />

«O<br />

■<br />

1-4<br />

O<br />

ca*<br />

ta<br />

to<br />

cu.<br />

cu O<br />

■<br />

O* b-i<br />

km<br />

CU<br />

S»<br />

CU tn<br />

CO<br />

O<br />

CO<br />

o<br />

Dl -4-J<br />

tM: - a<br />

SM<br />

t 3<br />

ca<br />

.. M<br />

1—*<br />

CU<br />

tmm.<br />

o<br />

1<br />

CU<br />

ta<br />

•a<br />

IM<br />

CU<br />

MC<br />

■<br />

ta<br />

o<br />

•M<br />

o<br />

3 »<br />

cu<br />

4W»<br />

—X<br />

•a<br />

EM<br />

«O<br />

ta<br />

O<br />

O*<br />

o<br />

o<br />

CO<br />

to<br />

cu<br />

to<br />

1<br />

MM<br />

CU<br />

CU<br />

tM<br />

O<br />

CU<br />

•»3<br />

S 3 -<br />

•># «»«4J<br />

S s<br />

o o<br />

o o<br />

(O CQ<br />

Ml Mi Ml<br />

ca> sa ca<br />

«o «a t=»<br />

O Mi Mi<br />

MM .—4 ^­«<br />

<br />

o<br />

•â<br />

«a<br />

Ml<br />

ca<br />

O<br />

«a<br />

k»<br />

1-4)<br />

«V<br />

ca<br />

ac<br />

•= s s<br />

87<br />

•o oa<br />

4-4) «M<br />

—« O<br />

CU<br />

•o<br />

CU<br />

•Mi<br />

t-4<br />

**s<br />

—t<br />

tai<br />

«u<br />

CO<br />

CU<br />

Ma<br />

IM<br />

H<br />

£<br />

Ml<br />

Ml<br />

Ml<br />

ta*<br />

—4<br />

■4-1<br />

ca<br />

-c<br />

Guilhauie<br />

Bertrand, s.d.<br />

P* Dl


«n<br />

in<br />

(5<br />

«n<br />

3<br />

Í<br />

«Ut<br />

Wily* H<br />

MS] L<br />

mail<br />

11V s<br />

fN 1 v<br />

MM<br />

illHj<br />

89


4- O "CASO ADOLFO LIMA": O "REGULAMENTO DO DIRECTOR<br />

TÉCNICO", DA AUTORIA DA DIRECÇÃO DE ESCOLA, E A<br />

RESPOSTA DE ADOLFO LIMA


..­ „., flagulaaaatfl <strong>da</strong> QXxaaísa:­Jjisaiaa.<br />

» GircsçEo usan<strong>do</strong> <strong>da</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong> qua lha oonferem oa estatutos no sou art­ 14­» a<br />

ben a a sus <strong>da</strong> qua nalaa aa eneontra estatuí<strong>do</strong> no art£ 9­, alinéa b), mimten na F,soola Oficina,<br />

íi. lo «au Director r acnico para o qual aprovou por unanirA<strong>da</strong><strong>de</strong> o aeguinte régulais<br />

anto'<br />

­'vrt­ 1­ 0 Director Téanleo <strong>da</strong> >c sBo quan<strong>do</strong> isei suce<strong>da</strong>» o oomunican<strong>de</strong> tal f­sste n "M recçTo }>ara que esta<br />

provi<strong>de</strong>ncie e renova as cansas que ao fnoVí <strong>de</strong>ram oriçfn.<br />

:{ . S &.P9 os procroms <strong>da</strong>s diversas disciplinai <strong>da</strong>. oPcln £rmi se hnrmcnisam er.tro<br />

ai» na pratica, ou se ha <strong>de</strong>saguai<strong>da</strong><strong>do</strong>s, o bea assin se « sucessSo <strong>da</strong>a matérias <strong>de</strong> r.rau pa­ j<br />

ra grau é a mais conveniente» abanan<strong>do</strong> a aten<strong>do</strong> <strong>do</strong> profetvor ou profoGcoree reepectivos !<br />

para o .gou mo<strong>do</strong>jlej£ex» o, no caso <strong>de</strong> n~o checareis a acor<strong>do</strong>, levará o as*nmto á discussão j<br />

<strong>do</strong> Conselho ­scolar e a I~ir­>o


•I<br />

! I<br />

M<br />

II<br />

í<br />

Art» lia 8N«U <strong>do</strong>s professoresa. notas <strong>de</strong> suapensRo <strong>do</strong>s alunos, pras© <strong>da</strong> suspense.<br />

« seu «tiro, subaeterá a DireooHo na mia prioeira rauniBe. • suspenses.<br />

di» ^!fw 1 «*?r ni " oir processos d0a alunos que éetejn* « eàndlQ5es <strong>da</strong> sert* elirdnadés<br />

ou que enton<strong>da</strong>a que o <strong>de</strong>ran »r , « apre«onta­os a DirecoHo.<br />

• V 0 •­••feCTOr <strong>de</strong>ntro'dn su*, respectiva aula, eonpe­<br />

Í ^;;# prOTidttrioiftr <strong>de</strong> »*> * obtar­se n^culnri<strong>da</strong><strong>da</strong> e M«'^


JYiti<strong>da</strong>ães<br />

Directo ­ To<strong>do</strong>» o« Directores<br />

Director Táenico<br />

Conselho *V>ool*r ­ To<strong>do</strong>s os profeesores<br />

♦Conselho Penico ­ Resi<strong>de</strong>nts ou vice­presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Dire­<br />

c


o) A. mnnutenQfl.o <strong>da</strong> disciplina e oorrelativos meio» <strong>de</strong> efeoti­<br />

va­la, n<strong>do</strong>ptf4<strong>da</strong>3 no resularaento ealro o <strong>da</strong> oxpulsSo quo «5<br />

cocpefc* rî Dirao^Mo, aob ou sea proposta <strong>do</strong>a Conselhos lêará­<br />

co a T^aaolar.<br />

Aos profassorus cabe individAalnonte o diroito <strong>de</strong> utilinar<br />

to<strong>do</strong>s os neios consigna<strong>do</strong>s no roTulsnanto, inlvo o <strong>da</strong> expul­<br />

são, para manter a disciplina e o pres*,irt'.o necessário a Taon<br />

ensina.<br />

Aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a pe­taina educa<strong>do</strong> <strong>da</strong> eociedn<strong>de</strong> ictiinl an faca <strong>da</strong><br />

senhora, <strong>da</strong>va havar rigorosa obsorynncin <strong>de</strong>st* *"»ree«lta soVa­<br />

tu<strong>do</strong> pala3 » para con t\n praf^nrjaras»<br />

2 Û ) Dar parecer e?a to<strong>do</strong>n 03 assunto a pcdn­ojícoa <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong><br />

Conselho Técnico.<br />

o— 1 * or on rîxrîcuq?" on er: pratic. "i r■•­ol r;õor :'r CÍÍIÍ •'.at""<br />

pe<strong>da</strong>gógico, ayi'oyndrt.T­pclCvoTiror'­'j T/TVÏTEC ^ TT?'7? C"O, '"to ! : r*i'­<br />

noniw ore o Oiroc*.t*r ïocuico a "«drd.ni*»l.r­'. t"vo«<br />

'uarv'o •* «nriTTîtîî «■ 0¾­^c\it••>■ anrrej.ver n;.>>:­i 'a «n/» r»­:oci.." *,'r;■.!>?<br />

<strong>do</strong> uni** ùisoipllna «tr­ oie poato m pm'/.o.. po'.o pro Co s .­sor HI<br />

profesroron 4­>s respecti­r­a I'i.eelplin." 1 .*»»<br />

i


5 - OS "PLANOS DE ESTUDO PARA A ESCOLA OFICINA N°l": 1906 E<br />

1912


1906


p.<br />

I<br />

tri<br />

I<br />

i<br />

;**'•<br />

>\ . •* '<br />

K<br />

■<br />

k»<br />

t. * - *.-...<br />

..-.''•-"' .- - • ' .:-, * .^<br />

j ■<br />

; ­,.■<br />

I" "- * ~Z ' :<br />

' ' i :<br />

J'«<br />

. ■':•<br />

%<br />

^f '«- ».<br />

-"-"1<br />

■ ^ ><br />

, . * ■ ■ : ­ ­ •-*:• V; *' ,- "-* »:' i**<br />

* " ■•■ •<br />

/ ■ ; * : /;


103


C^KS^C- ,tt2~"2r CJA<br />

.' F'LAIVO J_>E E S T U D O S<br />

paia a<br />

Escola-Oficiiia N.° 1<br />

A enumeração <strong>do</strong>s conhecimentos a <strong>da</strong>r aos alunos duma<br />

escola, não é bastante á eluci<strong>da</strong>ção <strong>do</strong>s que a seu camo tenham<br />

o trabalho educativo; d'ai, a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> resumi<strong>da</strong>mente<br />

indicar o que se teve em vista, a rim <strong>de</strong> —sem se diminuir<br />

a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino — concorrer ca<strong>da</strong> professor para a<br />

uni<strong>da</strong><strong>de</strong> e harmonia <strong>do</strong> mesmo.<br />

^A* ã Pt CJU* cc Cc& n=Ã:^cjl<br />

As facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> homem manteem-se relaciona<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />

jB&aQtão íntimo, que raramente um áto é produto <strong>de</strong> uma só;<br />

utn estorço físico correspon<strong>de</strong> a um esforço intelectual e, por<br />

^ e z ^j' , a " necess 'dà<strong>de</strong>_ moral o impe<strong>de</strong> ou incita. Se cjjja<br />

"Xfítta <strong>da</strong>s tacuI'<strong>da</strong><strong>de</strong>Tnaoi for^ përf(^2ari3c1J^uTicionamentora<br />

/resultante <strong>do</strong> concurso <strong>de</strong> "to<strong>da</strong>s será d^eaiquilibra<strong>do</strong>> e ífnberfeito.<br />

' - --.-.__ __<br />

— 0 indivíduo cujas funções fisiológicas se produzem sem regulari<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

cujos órgãos não <strong>de</strong>sempenham com proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

o seu papel, sofre, pelas perturbações <strong>da</strong> sua saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> perturbações<br />

no funcionamento <strong>da</strong>s suas facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s intelectivas<br />

— pelo menos, perturbações <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> — e ain<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

suas facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s moraes.<br />

105


("V­<br />

i'\ír<br />

.j<br />

DMta_çorre açao e simultanei<strong>da</strong><strong>de</strong> dr­ funç5esjrc3ultij necessária<br />

jTsimultanei<strong>da</strong>grdT educação nggp^toTcargtrg' é<br />

a ^o^sifiãrr^w^<br />

j­—■—j 3 , ­""■"■ ' iiicmjni ts


t>.v<br />

cão precisa, em vez <strong>de</strong> abstraçóes, apenas no campo especulativo<br />

existentes. A instrução, para ser efetiva, <strong>de</strong>ve excitar e<br />

incitar a inteligência a procurar a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, sem precipitação,<br />

sem i<strong>de</strong>ias preconcebi<strong>da</strong>s nem <strong>do</strong>gmas, com sinceri<strong>da</strong><strong>de</strong> portanto,<br />

crean<strong>do</strong>, finalmente, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> saber sempre mais<br />

como consequência <strong>de</strong> alguma cousa ser já sabi<strong>da</strong>.<br />

A instrução assim compreendi<strong>da</strong>, e a <strong>forma</strong>ção <strong>do</strong> critério<br />

e <strong>da</strong> iniciativa, são propriamente o trabalho <strong>da</strong> educação intelectual,<br />

a que tão intimamente se liga a educação moral, que<br />

difícil é extremar niti<strong>da</strong>mente os respetivos campos <strong>de</strong> ação.<br />

Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>; sem que a iniciativa e o critério afastem o in-<br />

•.dividuo <strong>do</strong>'autom'atismo. <strong>da</strong> suieiçao as i<strong>de</strong>ias e as acoes <strong>do</strong>s<br />

outros e ate ás i<strong>de</strong>ias <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>1 preconceitos, salvan<strong>do</strong>-o <strong>do</strong><br />

caos íntflefTliiil <strong>da</strong>s maWias»-€enré-4c.várlo a compreen<strong>de</strong>r e lor-<br />

. mar a sua digni<strong>da</strong><strong>de</strong> própria ? Ensiná-UTa procurar a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

' dêspêrtar-lhe o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> saber, é tamBêfri fortifîcar'lhe e Iibertar-lhe<br />

a vonta<strong>de</strong> : ensiná-lo a querer por si próprio, saben<strong>do</strong><br />

o, que <strong>de</strong>ve e po<strong>de</strong> querer, na firme intenção <strong>de</strong> o realizar.<br />

O conhecimento <strong>da</strong>s cousas e <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, a in<strong>de</strong>pendência^<br />

e a vbnta<strong>de</strong>,'"conduzem a i<strong>de</strong>ia .<strong>da</strong>~Te^p%nsabilí<strong>da</strong><strong>de</strong>ggs~3Tgs'<br />

pYOp.rlós Juiaaa^Çdfr.vrr, 5 ,roragein_p.ara_ a luta sod^J^áoJ<br />

-mesmo passo',"aproximam os indivíduos, naturalmente sociáveis,<br />

tornan<strong>do</strong>-os solidários.<br />

Desinvolvcr harmonicamente to<strong>da</strong>s as facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, preparan<strong>do</strong><br />

o indivíduo para bem satisfazer suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e fins,<br />

— para viver a vi<strong>da</strong> completa (H. Spencer)—e. <strong>da</strong><strong>do</strong> o caráter<br />

social <strong>do</strong> homem, tornan<strong>do</strong>-o agente c objeto <strong>de</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> progresso — é o que, d'uma maneira geral, enten<strong>de</strong>mos<br />

por <strong>educar</strong>.<br />

etytàUn<br />

^JA ca<strong>da</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> conceber a educação <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r<br />

/um mo<strong>do</strong> especial <strong>de</strong> a praticar, um regime escolar próprio. , .^---<br />

E se, ao sistema <strong>de</strong> num só mol<strong>de</strong> lançar to<strong>do</strong> o barro <strong>da</strong>s in- « ^ /<br />

teligências infantis para nele reproduzir eguaes to<strong>do</strong>s os exem- H W^ e?£í<br />

piares a <strong>da</strong>r á vi<strong>da</strong>. correspon<strong>de</strong>, por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o regime j^ ^<br />

<strong>da</strong> feroz disciplina <strong>de</strong> caserna e <strong>da</strong> palmatória, ao méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> **4>v<br />

interessar o aluno pelo estu<strong>do</strong>, <strong>forma</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um um in- ^-Î_


vos, reproduções <strong>de</strong> obras d'arte, ere 5 " n P'« e matruti­<br />

A pontuali<strong>da</strong><strong>de</strong> nos trabalhos escolares <strong>de</strong>ve obter­se DOr<br />

habito consciente­ilo^Tui^T­elelHp^'<strong>do</strong> p r o f e s s " g<br />

­HEfõjggsor g alunos <strong>de</strong>vem ter a hberdáadgSker e<br />

­gHëlggPreTTue, em ca<strong>da</strong> mo^n.n, mais fiffi<br />

s.eu trabalho ou ao seu bem­estar. """"*<br />

• JJâg^e abolir­se completamtnte <strong>forma</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> que na<strong>da</strong> si­<br />

^ãmeconauzem ao automatisme 1 5 ^ ¾ ¾ ^ ^<br />

sao__<strong>da</strong> vî? ^CTfTRtGZeTtr ­^virïtës^eCIe­<br />

^vam a impostura. .<br />

"lo<strong>do</strong> o estudg <strong>de</strong>ye ser feito duranrr M licneauejcaiicar<br />

jnSBWjjassar lições é ^ ^ S á S ^ S M S S ^ r<br />

^^fetolcrear o hábito ^ ¾ ¾ ¾ ^<br />

« ­ ,/" / p­H'­­ «*> o ­<br />

Deve o educa<strong>do</strong>r ter sempre em vista que a sua missão<br />

«w consiste em <strong>forma</strong>r indivíduos eguaes a ele, mas auS<br />

a <strong>forma</strong>ção <strong>de</strong> carateres individuaes e firmes, melhores <strong>do</strong> que<br />

108


Mantenha-se a disciplina pelo bem-estar, pelo amor ao estu<strong>do</strong>,<br />

pelo brio, pela noção <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver e <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

pela compreensão <strong>do</strong>s prejuízos que a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m causa ao próprio<br />

perturba<strong>do</strong>r e aos outros ; nunca pelo autoritarismo <strong>de</strong>spótico<br />

que algema a espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong>, a iniciativa e a liber<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> àção <strong>da</strong>s creanças.<br />

Em resumo : faça-se <strong>da</strong> escola um logar <strong>de</strong> prazer, pela<br />

alegria, pelo interesse <strong>de</strong> saber, pelo bem-estar afètivo ; <strong>da</strong>s<br />

classes, grupos solidários pela muruali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços que se<br />

restam professor e alunos, centros <strong>de</strong> atração, núcleos <strong>de</strong> traalho<br />

e <strong>de</strong> energia.<br />

Depois <strong>do</strong> que dissemos sobre educação e regime escolar,<br />

em geral, pouco temos a acrescentar sobre o caso especial : o<br />

presente plano <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s e a Escola Oficina N." i, como escola<br />

<strong>de</strong> educação primária e <strong>de</strong> educação profissional.<br />

Bastará dizer que a educação profissional <strong>de</strong>ve acrescentar-se<br />

e ligar-se àquela, sem a enfraquecer, restringir ou, d'outro<br />

mo<strong>do</strong>, alterar; que a sua orientação educativa e o seu regime<br />

escolar, <strong>de</strong>vem ser os mesmos aplica<strong>do</strong>s ao ensino técnico.<br />

«<br />

O curso <strong>de</strong> entalha<strong>do</strong>r, na Escola—Oficina N.° i, compõe-se<br />

.<strong>do</strong> seguinte :<br />

Educação geral primaria .<<br />

Ginástica<br />

Português<br />

Francês<br />

S<br />

Aritmética<br />

hisica<br />

rudimentares <strong>de</strong>: j g u t lm,ca<br />

/ Botânica<br />

' Zoologia e higiene<br />

Sociologia<br />

I Desenho<br />

Educação profissional....! Construção <strong>de</strong> mobiliário<br />

( Trabalho <strong>de</strong> talha<br />

— Estes estu<strong>do</strong>s são completa<strong>do</strong>s com' Missões Escolares,<br />

ten<strong>de</strong>ntes a <strong>de</strong>sinvolverem os conhecimentos <strong>do</strong>s alunos e a<br />

sua educação profissional e artística.<br />

— O curso <strong>de</strong>senvolve-se em seis graus (que, em geral, <strong>de</strong>vem<br />

correspon<strong>de</strong>r, na prática, a seis annos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>).<br />

109<br />

7


Ginástica<br />

Educação geral Primaria<br />

/.° grau<br />

Exercícios elementares <strong>de</strong> ginástica sueca.<br />

2." grau<br />

Exercícios <strong>de</strong> ginástica sueca.<br />

3. a grau<br />

Exercícios <strong>de</strong> ginástica sueca — Exercícios <strong>de</strong> ginástica<br />

elementar (<strong>de</strong> agili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>streza).<br />

4­°, 5.° e 6." graus<br />

Exercícios <strong>de</strong> ginástica sueca, sem direção <strong>de</strong> professor,<br />

. i<br />

Português<br />

/.° grau<br />

Escrupulosa corrèção <strong>da</strong> pronúncia e <strong>da</strong> construção<br />

oral—Primeiros ensaios <strong>de</strong> leitura—Significação<br />

<strong>da</strong>s palavras li<strong>da</strong>s (explica<strong>da</strong> pelo professor)<br />

— Interpretação <strong>da</strong>s frases li<strong>da</strong>s —Exercícios <strong>de</strong><br />

caligrafia.<br />

2." grau<br />

Escrupulosa e constante corrèção <strong>da</strong> pronúncia e<br />

<strong>da</strong> construção oral —Leitura <strong>de</strong> autores contemporâneos—Uso<br />

<strong>do</strong> dicionário—Interpretação oral<br />

*<br />

110<br />

-<br />

•><br />

• | * ►­<br />

•"


Francês<br />

<strong>do</strong>s trechos e <strong>da</strong>s obras li<strong>da</strong>s—Exercícios <strong>de</strong> caligrafia.<br />

3." grau<br />

Leitura <strong>de</strong> autores contemporâneos e <strong>do</strong> século<br />

XIX — Leitura <strong>de</strong> diálogos ou peças <strong>de</strong> tentro<br />

(len<strong>do</strong> catla aluno a parte <strong>de</strong> uma personagem) —<br />

Interpretação oral e escrita <strong>do</strong> trecho ou <strong>da</strong> obra<br />

li<strong>da</strong> — Observação <strong>de</strong> analogias morfológicas e sintéticas<br />

— Exercícios <strong>de</strong> caligrafia.<br />

4-° grau<br />

Leitura <strong>de</strong> autores <strong>do</strong>s séculos XIV a XIX— Ltitura<br />

<strong>de</strong> peças <strong>de</strong> teatro como no 3.* grau — Interpretação<br />

oral e escrita <strong>da</strong>s leituras feitas — Dedução<br />

<strong>de</strong> regras gramaticaes <strong>do</strong>s muitos exemplos <strong>de</strong> analogias<br />

apresenta<strong>do</strong>s (sem <strong>de</strong>corar as fórmulas).<br />

5." grau<br />

Leitura <strong>da</strong> gramática — Composição (pequenas<br />

<strong>de</strong>scrições, cartas, etc)—História <strong>da</strong> literatura<br />

portuguesa, pela leitura metódica <strong>de</strong> obras típicas<br />

<strong>da</strong>s diversas épocas literárias acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

indicações históricas sobre o meio e os autores.<br />

3." grau<br />

Nomes <strong>de</strong> cousas — Pequenas frases—Conversação.<br />

4-° grau<br />

Conversação — Leitura <strong>de</strong> autores mo<strong>de</strong>rnos —<br />

Tradução e interpretação <strong>do</strong>s trechos ou obras<br />

li<strong>da</strong>s.<br />

5.° zrau<br />

Líitura, tradução e interpretação <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> teatro,<br />

len<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> aluno a parte <strong>de</strong> uma personagem<br />

— Leitura <strong>de</strong> obras primas <strong>da</strong> literatura francesa<br />

— Leitura <strong>da</strong> gramática francesa; observação <strong>da</strong>s<br />

analogias e diferenças entre as línguas portucuesa<br />

e francesa — Composição (pequenas <strong>de</strong>scrições,<br />

cartas, etc.)<br />

Noções práticas rudimentares <strong>de</strong>:<br />

Aritmética<br />

i.° grau<br />

Numeração, leitura <strong>de</strong> números—Operações. Problemas<br />

muito simples e recreativos<br />

Uso <strong>do</strong> metro — Sistema monetário português.<br />

9


Botânica<br />

2." grau<br />

Operações sobre inteiros, <strong>de</strong>cimaes e quebra<strong>do</strong>s.<br />

Problemas.<br />

Prática <strong>de</strong> pesagens— Medições <strong>de</strong> terrenos —<br />

Uso <strong>do</strong> litro.<br />

3.° grau<br />

Números complexos —Regra <strong>de</strong> três, simples e<br />

composta ' '<br />

Base e origem <strong>do</strong>s pesos e medi<strong>da</strong>s —Metros cúbico<br />

e quadra<strong>do</strong> — Equivalências.<br />

4." grau<br />

Exercícios (Recapitulação).<br />

5.° grau<br />

Regras <strong>de</strong> juros, companhia e liga.<br />

Medi<strong>da</strong>s agrárias —Sistema monetário <strong>do</strong>s principles<br />

paues­­Cambio—Várias medi<strong>da</strong>s usa<strong>da</strong>s<br />

— Medi<strong>da</strong>s inglesas.<br />

/. grau<br />

Palestras recreativas ten<strong>de</strong>ntes a corrigir preconceitos<br />

e a interessar os alunos pela vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s planta',<br />

pela agricultura, etc<br />

Discrição <strong>da</strong>s plantas Varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

A folha c a <strong>do</strong>r, na sua aplicação ao <strong>de</strong>senho.<br />

2." grau.<br />

Experiências e <strong>de</strong>scrições por meio <strong>de</strong> exemplares á vista :<br />

Germinação ; condições necessárias — Dcrinvolvimento<br />

por meio <strong>de</strong> sementes, tubérculos e bol­<br />

Partes componentes <strong>da</strong>s plantas;<br />

Raij — Situação — Formas — Posição — Duração<br />

— Punção. ■<br />

Caule — Si tuaçao — Formas — Ramificações — Duração<br />

— Consistência — Função.<br />

Folha — Situação — Formas — Partes componentes<br />

— Nervaçao — Duração ­ Função<br />

Estipulas.<br />

Elor — Partes componentes —Flores masculinas e<br />

femininas— Inrlorescèncias<br />

O ovário —Pólen —Semente e fruto.<br />

Ermo — Panes componentes — Infrutescência<br />

Uavinhas, espinhos e acúlcos.<br />

112


3. n grau<br />

1 I<br />

Célula e teci<strong>do</strong>s vcgeîaes : partes componentes e<br />

i<strong>de</strong>ia geral <strong>da</strong> sua <strong>forma</strong>ção.<br />

Noções elemcman'ssimas sobre a anatomia <strong>da</strong> raiz,<br />

ilo caule e <strong>da</strong> folha.<br />

Estrutura e crescimento <strong>da</strong> raiz, <strong>do</strong> caule, <strong>da</strong> folha<br />

e <strong>do</strong> talo.<br />

4." grau<br />

Funções <strong>de</strong> nutrição—Os alimentos; a acua—Terras.<br />

Adubos naiuraes e químicos — Absorção —<br />

Seiva bruta — Transpiração — Clorofila — Seiva<br />

elabora<strong>da</strong>—Respiração — Assimilação e <strong>de</strong>sassimilação<br />

— Produtos <strong>de</strong> reservas e' <strong>de</strong> secreção.<br />

. Crescimento <strong>da</strong>s plantas—Plantas sem clorofila —<br />

Condições externas <strong>de</strong> vegetação.<br />

5.° grau<br />

Anatomia e fisiologia <strong>do</strong>s órgãos <strong>de</strong> reprodução ;'<br />

multiplicação — Reproduções, naturaes e artinciacs.<br />

Enxertia.<br />

Plantas: industriaes; alimentícias; forraginosns ;<br />

medicinaes; venenosas. Suas aplicações e culturas.<br />

iôncias <strong>de</strong>monstrativas <strong>de</strong> :<br />

2.° grau<br />

Esta<strong>do</strong>s c proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s corpos — Átomos; moléculas<br />

; poros — Forças. Movimento e repouso.<br />

Força centrífuga. Gravi<strong>da</strong><strong>de</strong>; atràção. Inércia. Peso.<br />

Equilíbrio: alavancas; balanças. '<br />

Líqui<strong>do</strong>s — Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>nri<strong>da</strong><strong>de</strong>, pressão e<br />

transmissão em to<strong>do</strong>s os senti<strong>do</strong>s — Vasos comunicantes:<br />

repuchos; fontes; niveis- Sóli<strong>do</strong>s mergulha<strong>do</strong>s<br />

nos líqui<strong>do</strong>s: flutuação; natação — Capilari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e força <strong>de</strong> coesão.<br />

Ga^cs — Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s; pressão atmosférica —<br />

Aerostaçno — Barómetros — Manómerros — Vácuo<br />

: bombas — Prova-vinhos ; sifões.<br />

3." grau<br />

Calor — Origem — EfTeitos. Temperatura — Termómetro—<br />

Mu<strong>da</strong>nça <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s corpos pelo<br />

calor — Calor específico — Propagação <strong>do</strong> calor:<br />

irradiação; condutibili<strong>da</strong><strong>de</strong> — Máquinas <strong>de</strong> vapor.<br />

Som — Produção — Vibrações — Som no vácuo<br />

— On<strong>da</strong>s sonoras: reflexão; eco; intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> —<br />

Sons musicaes ; ruí<strong>do</strong>s ; estron<strong>do</strong>s — Aparelhos<br />

acústicos.<br />

113


4-" grau<br />

Auf — A luz agente <strong>da</strong> visão —O sol e a sua influencia<br />

nos fenómenos vitaes — Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s caloríficas,<br />

luminosas e químicas <strong>da</strong> irradiação solar<br />

— Corpos luminosos e ilumina<strong>do</strong>s — Corpos opacos,<br />

transparentes, translúci<strong>do</strong>s. Raios X. Rádio<br />

Sombra e penumbra; projecões <strong>da</strong>s sombras -<br />

eclipses —Camará escura — Propagações <strong>da</strong> luz'<br />

Reflexão : espelhos. Refràçâo : prismas ; lentes<br />

— Decomposição <strong>da</strong> luz : espetros solar e <strong>de</strong> luzes<br />

artificiaes — Recomposição.<br />

Camará escura <strong>de</strong> gaveta;"máquina fotográfica;<br />

fotografia : animatógrafo—Lunetas; lupas; microscópio;<br />

telescópio; luneta astronómica — Ilusões<br />

<strong>de</strong> ótica.<br />

5.° grau<br />

Elètrici<strong>da</strong><strong>de</strong>— Atràção e repulsão <strong>do</strong>s corpos leves<br />

— Elètrici<strong>da</strong><strong>de</strong> por fricção —Eletroscópio —<br />

Eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong>s positiva, negativa: neutralização —<br />

Condutibili<strong>da</strong><strong>de</strong>: isola<strong>do</strong>res — Elèirização por influência—<br />

Máquinas elétricas; po<strong>de</strong>r <strong>da</strong>s pontas<br />

— Distribuição—Con<strong>de</strong>nsação; garrafas <strong>de</strong> Lev<strong>de</strong><br />

-- Baterias. Descargas — Transmissão <strong>do</strong> choque.<br />

Fenómenos meteorológicos.<br />

Pilhas — Força eletromotriz— Resistência <strong>do</strong> circuito—Associações<br />

<strong>do</strong>s elementos; enfraquecimento<br />

<strong>da</strong>s correntes; efeitos <strong>da</strong>s correntes.<br />

Imans; poios—Magnetização; acão <strong>da</strong> terra. Bússolas.—Eletro-íman.<br />

Bobine <strong>de</strong> Runkorf— Aplicações<br />

industries e terapêuticas.<br />

3." grau<br />

Experiências <strong>de</strong>monstrativas <strong>de</strong> :<br />

Decomposição <strong>de</strong> corpos vulgarmente julga<strong>do</strong>s<br />

simples; proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s adquiri<strong>da</strong>s pelos novos corpos.<br />

Corpos simples e compostos — Combinações e<br />

misturas — Afini<strong>da</strong><strong>de</strong> — Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e<br />

químicas—Fenómenos físicos e químicos -Fenómenos<br />

observa<strong>do</strong>s nas reàções: efervescência; elevação<br />

e abaixamento <strong>de</strong> temperatura; precipitação;<br />

etc. — Solidificação; cristalização — Filtragem<br />

— Decantação.<br />

Análise e Síntese.<br />

Dissolução a frio e a quente—Evaporizacão—Ebulição<br />

— Sublimação — Con<strong>de</strong>nsação ; liquifacáo —<br />

Fusão — Congelação.<br />

114


Zoologia<br />

Biologia<br />

4-.° grau<br />

Preparações e experiências com :<br />

i3<br />

Hidrogénio. Oxigénio. Água — Azote. Ar. Principaes<br />

tnetaloi<strong>de</strong>s e metaes— Áci<strong>do</strong>s.<br />

Efeitos fisiológicos —Aplicações industriaes e terapêuticas.<br />

. 5." grau<br />

Combinações <strong>do</strong>s áci<strong>do</strong>s. Principaes corpos orgânicos<br />

e os usa<strong>do</strong>s em marcenaria—Química fisiológica<br />

e patológica — Aplicações industriaes e terapêuticas.<br />

6." grau<br />

Fermentações: vinho: vinagre; aguar<strong>de</strong>nte; álcool<br />

— Pão ; pastas alimentares — Culinária — Conservação<br />

<strong>de</strong> matérias orgânicas — Economia <strong>do</strong>mést<br />

' ca ~ Sabão — Branqueamento e tinturaria.<br />

Prática <strong>de</strong> análise química — Breve noticia sobre<br />

notação química.<br />

4" grau<br />

Palestra sobre os animaes, ten<strong>de</strong>nte a mostrar a<br />

seriação <strong>da</strong> escala animal — Gran<strong>de</strong>s animaes extintos;<br />

vesti<strong>do</strong>s; fosseis—Luta pela vi<strong>da</strong>. Selècão<br />

— Hereditarie<strong>da</strong><strong>de</strong> — Transformisme<br />

5." grau<br />

O homem — Esqueleto. Músculos. Aparelho digestivo;<br />

glândulas anexas; digestão; alimentos. Sangue;<br />

circulação. Aparelho linfático. Aparelho respiratório;<br />

respiração; o ar. Sistema nervoso. Órgãos<br />

<strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s. Secreções; aparelho urinário.<br />

6. n grau<br />

O homem (recapitulação <strong>de</strong>sinvolvi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s noções<br />

adquiri<strong>da</strong>s).<br />

Higiene e <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> homem.<br />

Vertebra<strong>do</strong>s. Invertebra<strong>do</strong>s—Comparação <strong>do</strong>s seus<br />

órfãos e respetivas funções, com os <strong>do</strong> homem<br />

— Locomoção — Correlação <strong>da</strong> <strong>forma</strong> <strong>do</strong> corpo<br />

com o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> — Calor animal — Animaes<br />

úteis e nocivos ao homem — Indústrias animaes —<br />

Selècão artificial.<br />

115<br />

6." grau<br />

Breves noções. *


Sociologia<br />

Breves noções sobre :<br />

Território e população<br />

Preliminares<br />

2." grau<br />

Universo. Posição <strong>da</strong> Terra. Sistema solar. Dia e<br />

noite; estações; eclipses. Origens.E'pocas geológicas.<br />

Humani<strong>da</strong><strong>de</strong>. Origens. Sua distribuição pelo globo<br />

e aspetos etnográficos que assume. Línguas.<br />

O sêr humano e a natureza.<br />

Geografia geral<br />

» ; ■ 2." grau<br />

A Terra: seu aspeto; dimensões; divisões geométricas.<br />

Orientação.<br />

Parte sóli<strong>da</strong> : Continentes, ilhas, penínsulas, etc<br />

Montanhas, planíces, <strong>de</strong>pressões.<br />

Parte liqui<strong>da</strong> : Oceano, mares, golfos, etc. Profundi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

«ias águas, correntes, marés.<br />

3." grau<br />

Parte gasosa: Atmosfera; temperatura; climas;<br />

ventos. ,<br />

Crusta <strong>da</strong> Terra ; suas modificações :<br />

Geleiras; evaporação; correntes; aluviões; infiltração.<br />

Vulcões ; tremores <strong>de</strong> terra ; fontes termaes.<br />

4' g>' a "<br />

Geografia botânica<br />

Geografia zoológica.<br />

Geografia económica :<br />

Produtos alimentícios.<br />

Produtos têxteis.<br />

Produtos mineraes.<br />

Meios <strong>de</strong> comunicação e gran<strong>de</strong>s centros comerciaes<br />

e industriaes.<br />

Geografia política<br />

5." grau<br />

Brevíssima referencia ás artes <strong>do</strong>s diversos países.—<br />

Religiões.<br />

116


. lnTBa<br />

!%"


Princípio fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> natureza social <strong>do</strong> ser<br />

humano, sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. ^ r<br />

— Da simpatia : afetos. Justiça<br />

-Do S a rK a : inimisa<strong>de</strong> ; Versões. Injustiça.<br />

-Dos conflitos e antagonismos sociaes. Interessesguerras<br />

e direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa interesses,<br />

Açóes que afetam alterna<strong>da</strong>mente o bem estar<br />

<strong>do</strong> agente ou <strong>do</strong>s seus simil hantes.<br />

Açoes que afetam simultaneamente o bem estar<br />

<strong>do</strong> agente e <strong>do</strong>s seus similhantes. " Wr<br />

— DOS átOS nocivos a vi<strong>da</strong> d'onfrorr. c -<br />

irracional e racional. ' d outrem " Egoísmo;<br />

""H-°H át K° S qu % favore «m a vi<strong>da</strong> dWrem Bon<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

benevolência. Altruísmo<br />

-Da racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> e conexão <strong>do</strong>s átos recíprocos<br />

<strong>do</strong>s indivíduos e <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

r «iprocos<br />

— Consciência e sanção colétivas<br />

"ALÍ^^^A 1 5 ^ 0 <strong>do</strong> »l»alho. Associação.<br />

3* grau<br />

Usos e costumes (económicos, familiares, artísticos<br />

ps.co-coleuvos, jurídicos e políticos). ^<br />

Sua narração, episódica ou anedótica :<br />

-Dos primitivos; bestiaes, selvagens e bárbaros<br />

Antropofagia, canibalismo. Comunismo patriarcai<br />

e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Promiscui<strong>da</strong><strong>de</strong>. Regime <strong>de</strong> guerras<br />

8 Í W , i & B M f ° rte ' tal, ' 3 °- D 4otismo^s r e" S i:<br />

~í ) n a c?, ntÍ8U, ' <strong>da</strong>d ^ 0rienfal e dássica; mitigação <strong>do</strong>s<br />

costumes best.aes. Poligamia. O po<strong>de</strong>r paternal<br />

S fdL^" 5 ^' Escravid So- Composição peal<br />

dão r'c med,a e , mo<strong>de</strong> - Vi<strong>da</strong> feu<strong>da</strong>l. Servidão.<br />

Escravatura colonial.<br />

— Da época contemporânea. Burguezia. Salariato.<br />

4-° grau<br />

Manifestações <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong> humana.<br />

História sumaria:<br />

— Dos agrega<strong>do</strong>s sociaes primários naturaes •<br />

Hor<strong>da</strong>, tribu, clan, arimànias, guil<strong>da</strong>s.<br />

Família. Comunas, municípios, cantões.<br />

Empresas comerciaes, industriaes. financeiras;<br />

ligas commerciaes; companhias <strong>de</strong> navesacãosindicatos;<br />

aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> Artes e <strong>de</strong> Ciências'


I<br />

i<br />

n<br />

— Dos agrega<strong>do</strong>s sociaes secundários convencionais:<br />

Nações ; principio <strong>da</strong>s nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações.<br />

— Da humani<strong>da</strong><strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como um superorgamsmo.<br />

Síntese <strong>da</strong> sua evolução e caraterísticas<br />

<strong>da</strong>s suas fases.<br />

História interna <strong>da</strong>s nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas e especialmente<br />

<strong>da</strong> portuguesa.<br />

Suas respètivas organizações e evoluções<br />

leias e conexas.<br />

para-<br />

tf.°g; •au<br />

Síntese histórica — Méto<strong>do</strong> histórico.<br />

Escolas sociológicas ; <strong>do</strong>utrinas e instituições.<br />

Sistemas económicos; <strong>do</strong>utrinas e instituições.<br />

Sistemas políticos ; <strong>do</strong>utrinas e instituições.<br />

M* B, — £m lo<strong>do</strong>s ot anos. recapitulaiao<br />

<strong>de</strong>u <strong>de</strong>monstrações exemptijicativas<br />

<strong>do</strong> a.* 'grau, to<strong>da</strong>s as<br />

ve\ei que vierem a propósito<br />

I T mK ^^^W^^tW^^^&^S^S^E^^S^B^^^^^^^ sg^SÉ.Sftrí-;-'.


Desenho<br />

Educação profissional<br />

i. grau<br />

Cópia, em papel estigmográfico, <strong>de</strong> figuras, traça<strong>da</strong>s<br />

na ardósia, <strong>de</strong>riva<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s linhas réta e<br />

curva — Cópia <strong>de</strong> estampa em papel estigmográfico.<br />

2." grau<br />

Ornato : cópia <strong>de</strong> gesso — Noções eJfcmentares <strong>de</strong><br />

geometria. • I<br />

3." grau<br />

Ornato : cópia <strong>de</strong> gesso (claro-escuro) — Problemas<br />

geométricos — Molduras d'arquitetura.<br />

4* grau<br />

Estilização <strong>da</strong> flora — Noções elementares <strong>de</strong> perspetiva<br />

— Breves noções d'arquitetura.<br />

5.° or au<br />

Desenho artístico — Figura: cópia <strong>de</strong> gesso.<br />

6.° grau<br />

Composição artística- *"<br />

120<br />

H<br />

• «


Construção <strong>de</strong> mobiliário<br />

Trabalho <strong>de</strong> talha<br />

JM?—„<br />

J.° grau<br />

'9<br />

Nomenclatura e aplicação <strong>de</strong> ferramentas—Serrar.<br />

2." grau<br />

Serrar; aparelhar, emalhetar; engra<strong>da</strong>r; cortar;<br />

armar — Densi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s ma<strong>de</strong>iras mais emprega<strong>da</strong>s<br />

no mobiliário.<br />

3." grau<br />

Construir — Perfis; torno.<br />

4" grau<br />

Carpintaria (boiseries) — Composição : primeiros<br />

ensaios — Orçamentos : material (custo) ; tempo<br />

<strong>de</strong> trabalho; valor.industrial.<br />

5." grau<br />

Composição — Orçamentos.<br />

2." grau<br />

Mo<strong>de</strong>lação, em barro, <strong>de</strong> motivos <strong>da</strong> flora.<br />

3." grau<br />

' Mo<strong>de</strong>lação, em barro, <strong>de</strong> motivos <strong>da</strong> flora e <strong>de</strong><br />

ornatos <strong>de</strong> diversos estilos—Trabalho <strong>de</strong> talha:<br />

conhecimento e aplicação <strong>de</strong> ferramentas; primeiros<br />

ensaios d'escultura'em ma<strong>de</strong>ira.<br />

■4. 0 grau<br />

Mo<strong>de</strong>lação, em barro — Cópia, em ma<strong>de</strong>ira, <strong>do</strong>s<br />

motivos mo<strong>de</strong>la<strong>do</strong>s pelo aluno.<br />

5.° grau<br />

Mo<strong>de</strong>lação, em barro, <strong>de</strong> figura — Mo<strong>de</strong>lação em<br />

cera—Aplicação <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> talha ao mobiliário.<br />

6." grau<br />

Composição artística — História <strong>da</strong> arte : em cerai,<br />

compara<strong>da</strong> com a história social e a história<br />

literária; em especial, <strong>do</strong> mobiliário.<br />

121


1912


.>.­'.<br />

■ & * ■<br />

Min «in-;-; •■".. ".■': •'•" '. ­V. ,* .olVi<br />

í.-.íí.---íuv-'é- v :..<br />

' i.vÍ^, "•"',' '. ' S^, C il r.«igail Kií» jâsj>Ia ofa>;<br />

q«.;;.;tJtiïq­i3iaf o 6&}AOÍÍIÍ<br />

.w>Ií OibvTÍ ftá *30*»ti •<br />

■3 ,ti:sschis> ci» OÍ­U*<br />

.F'f ;nrTii[i ritorio.)' •. s ' ^orreccCes'<strong>da</strong>proiiat<strong>de</strong>.geisJAnos,<br />

,T7^o r plana <strong>de</strong>'esta<strong>do</strong>s organiza<strong>do</strong><br />

men tares <strong>de</strong> so­< ,HjsforTa(popu" ^B ^segui<strong>do</strong> T; até • agora ■" na ­.EÍCOÍ3'<br />

. • w­5~~»~„„r . etologia ,. lação).<br />

3T f­.­j^v«/­ ..­». Oficina n: 1 e que foi publica<strong>do</strong><br />

­. C 2Vabalhos. manuaes eãuc J<br />

s g 2Vô^ãZÃòg­ mãriuaès 'educativos* L 1 Exercicioa<strong>de</strong>­ leitura <strong>de</strong> ­pç^n»*'<br />

ijaoa. trecûoaTíe­­<strong>de</strong>, diálogos­aimfples,­<br />

piara ■ aprendizagem •: <strong>da</strong>;Çdi­.<br />

versas'entoaçOes ­<strong>da</strong> ­linguagem.<br />

^Explicação <strong>de</strong> ­palavras" pelo alu­<br />

­no. e <strong>de</strong> frases peliprofessora.­'' ',<br />

.«.^Leitara <strong>da</strong><br />

'<br />

'Musiea­canto'corai ;■•


fcr>4fô­/ i ­: ~~<br />

W0kï 1 £­r r;^<br />

•­1 I*<br />

Leitura <strong>de</strong> .autores contemporâ­ S.* grau<br />

neos, UUUB, ÍÍH àa. p»"^" ;.­•:­ H­­» Hinlnp­OH ' tai Historia <strong>da</strong> literatura portuf<br />

»ntia e leitoras <strong>de</strong> manuscritos, ga0sa, pela leitora metódica <strong>de</strong><br />

1<br />

itepiicaçao e interpretação oralj 0braa típicas <strong>da</strong>s diyersas épocas<br />

pelo aluno, <strong>da</strong>s frases li<strong>da</strong>s 00¾ ^tocmja,acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong>anf*plicaçao<br />

,. e . interpretação :_^ *„,,*,. peja.<br />

feasors <strong>do</strong> trecho li<strong>do</strong>.<br />

„„r»^v.iíi<br />

jrç '<br />

cáç^gfJla^riwílsótae O'lttl<br />

TJao <strong>do</strong> dicionário, na ex«­_—<br />

<strong>de</strong> pequenas p '<br />

cão <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>da</strong>s palayraa^<strong>da</strong>s..<br />

Exercício <strong>de</strong> dita<strong>do</strong>, am feapelff;<br />

<strong>da</strong> pequenos treoKoa ejcorgaccáo. a ^ ia cc<br />

<strong>do</strong>s erros por pairie <strong>do</strong>talunoîpow *n<br />

ineio OJL constatât <strong>do</strong>i*liciariarip.v^ "veá <strong>de</strong> ,^,1.,^^­ ;i ti PBiiJWftrtíSI ­i­r<br />

Primeiros exercícios cie pon­ nas historias, basea<strong>da</strong>s em pro»<br />

tuação. , , verbioã. J^ografiaa fartas cor<br />

Ekcrita ambi<strong>de</strong>xtra em papel<br />

.««<br />

raerciaea. Corrigir frases inoor­<br />

(exercícios <strong>de</strong> caligrafia).<br />

3.' grau v mes <strong>de</strong> objectos e <strong>de</strong> pequenas<br />

íra°es nsuaes.<br />

Explicação em francês por parte<br />

<strong>do</strong>t aluno <strong>de</strong> estampas especiálmMite<br />

<strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s a esse fim.<br />

Ur Conversação francesa. Nomes ><br />

<strong>de</strong> objectos e coisas; pequenas<br />

%rasés feitas pelo aluno. m<br />

^'Ënainol<strong>de</strong> ilêi&Srïùî <strong>da</strong> prosa e<br />

dita<strong>do</strong>. 'Ensincft<strong>de</strong> pequenas fra­<br />

■SaJtf umêração? ato'roil^<br />

«±.* grau<br />

Conversação francesa. Leitura<br />

<strong>de</strong> prosa e versos <strong>de</strong> autores mo­<br />

reotas, oner^grarflatiu».^.^^»».^. <strong>de</strong>rnos. uoi^u». Tradução *«.u,Mv.Y— e interpretação' «■­­<br />

*<br />

quer <strong>de</strong> senta<strong>do</strong>^aimpliacação <strong>de</strong> <strong>da</strong>s frases e trechos li<strong>do</strong>s. Dita­<br />

Escrupulosa e constante corre­ ra­ 'frases, ^.^­^ procnranao­<strong>da</strong>r ^ expressão, , .... <strong>do</strong> <strong>de</strong> pequenos trechos, chaman<br />

ção <strong>da</strong> articulação, entoação e in­ ao mesmo pensamento com o me­<br />

1<br />

flexão <strong>da</strong>s palavras e <strong>da</strong> construção'oral.<br />

• .<br />

Leitura <strong>de</strong> autores contempo­ age, v • » ff | ,■ ­$."■ ■ .<br />

raneoa e <strong>do</strong>. século XIX. Leitu­ Completac'frasea. on<strong>de</strong> hajapa<br />

ra <strong>de</strong> ­diálogos ou peças <strong>de</strong> tea­ lavras oroÍ8sas.>^'V^<br />

, tro, em prosa, (len<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> aluno Passagem <strong>de</strong>.poesias para pro­<br />

a parte <strong>de</strong> um» personagem). sa. / NT Jfc<br />

' Interpretação oral e escrita <strong>do</strong><br />

trecho ou <strong>da</strong> obra li<strong>da</strong>.<br />

Leitura <strong>de</strong> gramática.<br />

Exerdçjna <strong>de</strong> composição, re­ O .* gx*UK (topara o amo apteial).<br />

' latorios <strong>de</strong> excursões, <strong>de</strong>scrições Recapitulação <strong>do</strong> grau anterio<br />

'<strong>de</strong> jogares muito conneoi<strong>do</strong>a ao Vistas <strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um<br />

aluno, <strong>de</strong> bilhetes postaes uus­ <strong>da</strong>s épocas literárias e classifica<br />

■rãfi<br />

ção <strong>da</strong>s respectivas obras pela<br />

sua analise e critica.: ,,,„,­ , s<br />

\A\t vx\t u w■« «M******■• «■■w­w^­— — 7 — —<br />

<strong>do</strong> a atenção <strong>do</strong> aluno para a tor­<br />

1 género e numero em<br />

as palavras e <strong>do</strong>s temverbos<br />

. e sua compamateria<br />

<strong>do</strong> grau<br />

, <strong>de</strong> fraeotas,chaasragras<br />

içãcí Curso<br />

mana).<br />

i<strong>do</strong>g. <strong>da</strong> eatampas. etc. uarEãs<br />

iÇAftj<strong>de</strong>aen­<br />

. jtmiljarqs,,e njmnjasy­, oÇ­w,Tfl ;<br />

­ 't)bserváção <strong>de</strong> analogyiamor­ NoçOes <strong>de</strong> verificação", basea<strong>da</strong><br />

,a,<strong>da</strong>,tr8chqa ­Bortuf<br />

olûgicas,i srntaticafc, aj .­propósito na leitura. Oomposição> <strong>de</strong>riva­<br />

<strong>de</strong>Ttirasé» ^expressamente, formução <strong>de</strong> palavras (casos muito sim­ etntst<br />

la<strong>da</strong>s ou escolbl<strong>da</strong>Kpara esse fim, ples) Estu<strong>do</strong> sobre^Bmoninus^por<br />

Exaroioio8 <strong>de</strong> ditadò/fOm. alu­ meio tr:_ <strong>de</strong> frases e exemplos."<br />

­ oCa tiasiM<br />

• nn/nor­eacall ditar* ao? seus •ootqa.&WFtf*<br />

colegas g mdioara aepqiaos.er­ X|. grau<br />

'.roa, que eieB­corngiraQ^por'maio /"'fúrnuií 1 *^<br />

.S^ISKSs^gSmSi | t Í31\, _<br />

^ZSl&mií&aii» o mos ,­or/ \ Bempre qãe^espéòfivá^profes­<br />

. Leitura <strong>de</strong> antoree^oa^ecuIoa\lflol^^Tari<strong>de</strong>i:falar>com o aluno.<br />

ïiteraturV;fi^esa;;por3e«)r­<strong>da</strong><br />

leitura dóa>úi^Tinçtf aea >uto­<br />

".'•_•!' ±' '±ule**'*­mLm*iiÁdÊtifi rival n pfl.<br />

.* Aritmética 1 >f«/'<br />

:XL\t á'3XIXí?Iieitnra\<strong>de</strong>^eçaa^t0ib,;.,;imiiM u SSTTtt "WS<br />

> <strong>de</strong> teatroyíemíverwí W­comomo ^{ÇtaiPsK^i " ­­­—«­—«<br />

grau antece<strong>de</strong>nte. • ?­?,lgpa|fTA9?<br />

eJítt<br />

' tnnfn ' flfT''riTlhntflfl T)flfl^3?fl 'uUS'<br />

jffifflUgif.B.'J.^....! ' viv.


|N<br />

O<br />

i<br />

r<br />

,'S<br />

•£*$£••<br />

X '■■■<br />

t ' «&;*■:* ­.­.1<br />

~il'TT.» *"!: .—••.t.r oi,­ .^»r­­.<br />

­Educação, r experimental'! <strong>do</strong>s ;<br />

senti<strong>do</strong>s. ,cf MHVI I'/,».: , r^­j<br />

­Tratamento <strong>de</strong>­plantas;­­cuItTÍra<br />

o sementeira; jardinagem em;<br />

canteiros individuaes.:­ Uoleccion*<br />

namento. <strong>do</strong>s respectivos i produz<br />

tos. _' .cí ­. ; ­■>,'•;■­■­: . .i­,<br />

;<br />

' Criação <strong>de</strong>.. animaes • <strong>do</strong>mésticos:<br />

galinhas, pombos, • coelhos,<br />

se<strong>da</strong>,<br />

tea s^.^jBpga^yjA^ ay.­A »5<br />

^ 5 ¾ ¾ ¾ ¾<br />

4*<br />

1 & UB°â*s'.­ ­o©jn ••:<br />

Observação sobro • a.­, quecnos<br />

To<strong>de</strong>ia: "I .♦■• "•••­ • J, .j.j­far■«,•<br />

O solo— Relevo <strong>do</strong>­terreno—<br />

• Planícies e montanhas. Solo e<br />

: subsolo. Quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s ­ <strong>do</strong>s '. terre­ :<br />

nOS. • jr.í­.\<br />

Produtos tira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> solo­rEm<br />

bruto oui industrializa<strong>do</strong>s. rrKochas<br />

calcareas, silicio8as,i!combuativeis.<br />

cristalinas. Pedras pro­,<br />

ciosas e falsas. Agua. Sal. iline­<br />

1<br />

raes—proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ejLueosj­ligas'<br />

/•e«moe<strong>da</strong>s.:rwz , ­;í:.­ , !'l .*rtriTiasjt*' •*'<br />

•« Atmosfera­rA. agua na. atnios­ ><br />

:: fera; nuvens, nevoeiros;­, A xgua ;<br />

•­• no solo, fontes,: regatos, « riachos<br />

. e rios. Mares; 1 agua soli<strong>da</strong>­t­gelo *<br />

e geleiras." » •'•• : ' •■•••,'» .c«­ ­.í­<br />

­As pianias­rArvoras, arbustos J<br />

• o subarbustos. Plantas:quBcomestíveis a não comestíveis..'<br />

; Como crescem; as plantas , fgor­ '<<br />

'. minação);: quaes as:condições no­ 1<br />

cessarias para o sou <strong>do</strong>senvolvimonto:<br />

agua, ar e luz; como so<br />

'nutrem, respiram o transpiram;"<br />

•como circula a'seiva; como so<br />

i reproduzem—somente, tubérculo­'<br />

o bolbo. Partos componentes <strong>do</strong> .<br />

embrião.<br />

­A­<br />

127<br />

* SS SC3T^C^X .^rw


: &n F"<br />

7^ "<br />

WÍ<br />

'■A-<br />

.'.'St.<br />

Utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s plantas­plantas .Trabalhos práticos; espônoaiXtriaes,.<br />

alimentícias, condi­,. cias. <strong>de</strong>monstxatmisob» hadromentoiaa.'venenosas.­medicinaes,<br />

génio, ^««f* ,¾° 6 ° ° u* 01 !?.<br />

etc índigenasl e^oxotic^^Pror/carbomco­EletrolJâe.<br />

aS^SKSaV<strong>da</strong>s; S<strong>da</strong>3'plantas plantas.^ S L r .­Montagem MoatagemJeaparemos.Jra<br />

as apalpo. **­<br />

' "Oar'ammaas—Oa'animaea 'àmmflM­Oa'animaea Oa^aiumaea .maia. maia baltes Dainps em Ji^; vidro: <strong>do</strong>brar,, ,^­^^0­ aíila.r,<br />

ufceiaV ^Produto?'­extraí<strong>da</strong>s "~<br />

­ <strong>do</strong>s, cortar.'etc^ tr . ab ^°*'. 0 ? m J£<br />

»nimaea : TOSH i"*í­.­ " '^""i lhas? finar/a<strong>da</strong>ptar, 1 ve<strong>da</strong>r, etc,<br />

'SaSSft eoft /V:•*»'*J ­­­­­^ Filtrarr<strong>de</strong>caatar.* *>­o*=l «' ". :<br />

"ObslWçao/expucaçaó. è~ini­' Eiixertar, alporçar, etc.­' ><br />

ciaçâ^os 9 pequenos V faotos <strong>da</strong>. Preparação ao herbario­ Se<br />

vidvdiariá que se­baseiam nos cagtjm.<strong>de</strong> folhas, fiotwe piau<br />

. ­ se£senti<strong>do</strong>s>mo>or exemplo:, tas.. Preparação ,<strong>de</strong> fidhwt.Ao­<br />

■■­ Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>r temperar, res para o <strong>de</strong>senho. .^­<br />

. tuwTK comparação dás tem­' '^^S eat ! mi ^fSSS^<br />

Stux^frioe­calbr­conduti­bos, 3*«î'­P«W^2ïïïïft<br />

: bSS­rEfeitós <strong>do</strong> «<strong>do</strong>r­ sobrev ^ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ w £ ­<br />

oaSowdilataçlo <strong>do</strong>ar sóli<strong>do</strong>s, 1 cool,­)'íormol, , ete ­^ m t." rQS en .<br />

• ^vlSn^ísoUdirTcaçio; disso,.­' ­Fabrico <strong>de</strong><strong>do</strong>ntaficos pó^agua<br />

• nha tgr^^<br />

verticil, centro <strong>de</strong> gravi<strong>da</strong>i^fõesí provas vuhos^c..7..<br />

dÍ­í^iia?alinha rohliqasTe ■;■ .®°?^?^'^rooK»* "o<br />

cw'Beso'dtïBXorposHwaQsio.baii vExpenencias.com a ^¾^<br />

• ^SfeSS<strong>de</strong>ffi solidD.it ,Tjit .B­tUaçW; montagem dós rcs­<br />

SSSSénsichar^maximal P«*TM'*P»^^'^^f :<br />

to. Fanção <strong>da</strong> raiz. Reprodução<br />

<strong>da</strong>s plantas: estaca e alporque.<br />

.Utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>3 raizes. Plantas<br />

Bemraizés. ',' '<br />

• <strong>de</strong>usfS<strong>da</strong>, aKÚa7lítro.. Pro^ ^ ¾ ¾ ¾ ntprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s­<strong>do</strong>s<br />

liqui<strong>do</strong>s.'Leni<strong>do</strong>s,. Regiato dimo, ao ^ °<br />

^S^âi<strong>do</strong>­s^arpo^ Conheci^erobs^çto<strong>do</strong>,<br />

utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s ventos. ^ : ( ¾ ¾ ^ ¾ ¾<br />

J ; '** l ' '<br />

Troncos; Folhas e botões. Cresoimènto,<br />

4 ~dirocção('Vrámiflcaçâo. •<br />

Porte; <strong>forma</strong>,' 'situação. Tnberculização;<br />

Tizoma V bolbo. Principal<br />

íunçao '<strong>do</strong> "caule.' Enxerto.,<br />

Utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>'Cauleir.^Plantaa'sem<br />

cauio. : *',;'j" :"'*'''' ­ '. > : : ."„ ' ,<br />

"Partos" componentes <strong>da</strong> toma;.<br />

fórinornérvaçao; ' folhas ' simples .<br />

• e compostas; posição. BotCes.Que<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> folhas. Transpiração. Assi­, ­<br />

milação­cloronlina. ­Plantas­ parasitas­^Respíração.<br />

^Movimento<br />

i <strong>da</strong>s folhas. Plantas carnívoras.<br />

• Modificação <strong>da</strong>s' folhaa­<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>a<br />

aoTneio' ou á­fançio.­íUtiji<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

> <strong>da</strong>s folhas. Conhecimento <strong>da</strong> lor*­^<br />

ma "<strong>da</strong>: folha para a­sua aplicação<br />

ao <strong>do</strong>senho, talha, etc. Plan­ .<br />

tas­sem folhas. : 1 ■!: • '» tr«^i.»V<br />

JBotOes, bracteas:Partos componentes<br />

<strong>da</strong> flor. Origem, ■fulhoarí'<strong>da</strong>flor.'Fifresincompletasrmascalinas<br />

efominínas. Inflorescencia.,<br />

Fançào <strong>da</strong> flor; placentaçSo ­a»/t<br />

, óvulos. 'Fecun<strong>da</strong>ção. Meioa­pro­■' ­.<br />

[ pcios 4'flor.' Meiòa.mcongruente3. t<br />

Frutificação.' Movimento, <strong>da</strong> llor. .,<br />

Utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> ilor. A flor na. sua<br />

aplicaçio ao <strong>de</strong>senho­e.á,talha.'<br />

PJãnWsem flor. ­^,­^­ ." '•<br />

' Partes ­.componentes i<strong>do</strong> ^íruto.­.<br />

Espécies. Falsos frutos. Intru?te­;;<br />

canoial Dissemmação <strong>do</strong>s.frutose­<br />

Utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s frutos; u ^,,.f^Z3j<br />

■" Partés'.componehtes <strong>da</strong> somen­'<br />

teP'Espéciesi. 1 Dissîminaçao V.dãai ■<br />

gaZo,r EaM*~V**> atmo^ a­higone ^ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ l<br />

le<br />

v£n«. i ;«i ­' • • •»•• Y­­L^caltur.rAga.soUafcVa.<br />

: Som­Rui<strong>do</strong>o: estron<strong>do</strong>.­Ou­' 1 ^ ¾ ¾ ^ . .<br />

CorS8.,opacos,r:tran8luci<strong>do</strong>9^­I ^ 5 ¾ ¾ ^ ¾ ¾ ¾<br />

transparentes. Reflexão:.lentos tas. ­'««W 5^ToreVonçanas •<br />

iriccão. Corpos bons e maus oon­.' tteacçoes. £ °""|" "", A ^ .<br />

dûtor^IsSlamento.' Corrente <strong>do</strong>art ^ . ^ ­ ¾ ^<br />

Podór­dás'.;pontas:.para­raios..'; '£< uomon ? a .Formas­ <strong>do</strong>s corpos <strong>do</strong>s'ani­,.mães;<br />

Yertebraddsie invertebra­ ><br />

<strong>do</strong>s. >'• Co*rrelaçãoT.<strong>da</strong>soíórmar <strong>do</strong>­, i<br />

corpo* com' o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. A<strong>da</strong>4o<br />

ptaçâo ao meio; metamorfoseio t..<br />

mimetismo. Locomoção; : omigra*»<br />

ção. Luta contra o­frio e o canacos<br />

e quiuiu. ^.<br />

Libaó pratica <strong>de</strong> coisas... ; parte3 componentoB <strong>da</strong> raiz.<br />

S." Srau. i *\ : ••*•'■.: Crescimento; ■ direcção, ramihça­<br />

Contínaaçao o dusonvolvimon­ ­ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾<br />

to <strong>da</strong>s­matérias ^ ^ ^ . 1 ¾ ^ . ^ ^<br />

1 ' •<br />

lor.•'Influencia <strong>do</strong>;, meio; Origem<br />

<strong>do</strong> ­vestuário. Oalanimaes­onaia;,<br />

notáveis entre^ .áa^espemeaJ.inu?;,'.<br />

, tois e prejudiciaes­V • Í.T ­.•­<br />

. Disposição ;dps.orgSo8 interiores..­<br />

• • ' ' .'".i­ l". '• " _<br />

' Conhecimentos,.­e observação<br />

sobre o próprio indivíduos, ­•• ■­.<br />

Conservação <strong>do</strong> individuo­Os<br />

alimentos; : alimentação. Os<strong>de</strong>n­?<br />

tas;'sua importante função '_na<br />

conservação <strong>do</strong> individuo. Higiene<br />

<strong>de</strong>ntaria; <strong>de</strong>ntriiicos;'.Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

nas sua oscolha. Tubo digestivo;<br />

esofago; estômago; intestinos.<br />

Uso <strong>do</strong>s alimentos; bona e<br />

maus; regime. A agua; bebi<strong>da</strong>s<br />

*á •m«Ktm&smBm^mms0ÊSSSSms^^^ i s<br />

128


;■ ■;. • -• '-• ' ■■: •.•-ijr.r,,.i.-„,<br />

•..il' s<br />

»«;■ >f.'f<br />

Momabza<strong>da</strong>sjnso mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>da</strong>bel<br />

pWftBi íarmenta<strong>da</strong>a;- bebi<strong>da</strong>* <strong>de</strong>s» aoB-sêros. Mineraeç-criatalisaçla<br />

tua<strong>da</strong>a; a-alcooL « Embriáénôtó-sb ^MiaeralogJaîa.TèeetMST^auum<br />

pooliamovAbsorçâo; nutriçïor<strong>da</strong>i *f«—Botânica e Zoologiar.!««<br />

iwscSop A Eaorecoeart BtiarAmanai ^'^^^'^'^••vegetabre^âái.<br />

^ítoalaçaoycoraçiorBartffrieríaxioí<br />

««oi*«ç«HiCcraçãor3M•. '•in: I,-<br />

MU*,/- I-.<br />

.í.rrvO ,<br />

ro<strong>da</strong>s: <strong>de</strong> fncçao,> jo<strong>da</strong>s <strong>de</strong>nta<strong>da</strong>s,<br />

-engrenagens; correiapaem^ám<br />

-Hamborea; parafaaoa-paxafusoà<br />

Bem-fim;flaniho,rcabre8tante,<br />

,- torea>D«mái<strong>da</strong>d«<strong>do</strong>aÍTgazeMAw<br />

rpataçàovePreasâoTtm variosae».<br />

ti<strong>do</strong>iu-Bombai-» <strong>da</strong>r^bombka'dà»<br />

oompnrardTVíeed. Jfaqoiha pnen><br />

mataanBpmbaaliqTii<strong>da</strong>s;a8piránrea,:elaTa<strong>do</strong>TBs,<br />

incendiba;irotat&<br />

vas. etc. StfOes. Atosiaa<br />

yaporizaçaoíííeváporiíao.-TeBalisto8 •apáre:<br />

luoa).Faróès.,<br />

«oUdlgTM^<br />

Jimetíto -<strong>da</strong>s 3 molecnlâs--yíbra-<br />

,rí0i - ,JI . ;^r,f r-t<br />

^pecomposicSo 0 <strong>da</strong> ! -ínz. x R«òs<br />

nltra-yiQÍeta e winfro-verm'eÍhb^<br />

Movimento InmiiíoBo-^iVibracSes<br />

ínminoaaa; On<strong>da</strong>s^laminósaárjEa*<br />

P®S?°.. 80la r. Espectro -'<strong>da</strong>s lnzeã<br />

araûaaesi Analise "espectrãL ><br />

•ít'liecompoBÍcâo l :"<strong>de</strong> r)loz^: Oôrea<br />

acsfcnrpos.opacos dtranaparenr<br />

tOBvPohcromismo.rrí! r-r-M^r-T<br />

p-Vi^ó hnmána-^EàtrntnráM<strong>do</strong><br />

olha humano.-.' Mecanismo i<strong>da</strong>, vir<br />

a^or^idáa-ijmpréasoás, na<br />

ÍÍ^\ er ?*toop«7ntãootropoi<br />

•*W»grafiai inatajrfanaa; animator<br />

grafa-tipreciBçàxr<strong>do</strong> lèlevò. Esf<br />

tertoacopoaJSnfraqnècmerítoxlà<br />

vi8tt-EmocnlòyInnetas,.ocnlos e<br />

monocnJo:v.c'r .rvnial ,craal .,,<br />

•«^«mtór-Eatn<strong>do</strong> fpratico ? <strong>do</strong>s<br />

F""^P*! 8 T óprpoaj-; sua 1 biatoriá,<br />

tW^ 0 Pai'iral? âno<strong>do</strong>s-' <strong>de</strong>: os ■<br />

129<br />

^-.^tsrapatitica, »«;..<br />

c Hidrogemo.-i Oxigen io.~ Oxidá-<br />

«"•^«ÇM <strong>de</strong> oxi<strong>do</strong> e <strong>de</strong> anidri<strong>do</strong>.i<br />

Metaes e meteloiíloa-Ozone.<br />

Agaa; aguas natoraef ; agua po-<br />

/


UUl «LU i *<br />

SSS35S& SãSSK SrSi<br />

f^^«, s ;» Sfesiia­as» SSSFBa»;<br />

'«affiSS «SSSE& arSs%*<br />

s S ^ i&wsffiia s2assíss*âg<br />

■sggsssíssassK­ SPSSsíEírs ^SSSKS^SSK<br />

-.m - I.ÍT-'i. —-m^ &flí*t» . _ --<br />

130


ff*<br />

K'­"'<br />

r


('■'.■' ~ v " ■ : • r ' ■'. "<br />

IH; ;:<br />

• \<br />

tf**fr#Be^:E* "^'^^^ateçe<strong>de</strong>ate^<br />

* ùifrMW»W> #Hfl :—3 uiaoa ^WS­'TSu^idiatnbQiçào .'paio, c .?, 8 ^^veítíeacu8feiikaiosl, ><br />

i»«rr pWfl . f . ; » 03'*»»,* 4<br />

.•SaaVînïWïil»i*"« r­^.'i ...iiqio.') S.*.fiT>3n3it>«;nÎHn'j'i'i oft ne"­<br />

comparação, por meio <strong>de</strong> qC « ptSieS P ^ 8nieB atèri ^^° ra biMÇid.e proporcionaliV<br />

dros, gravuras, bilhetea postais, La gran<strong>de</strong>a centros comer­ a^i P Œ n P , m , l t 0<br />

&ÏS.<br />

132


%Ç—. ■ . • •■ r ■;*■-■■■ TZ -■ .:-•,■ -.. .• ■ : : — — 7 -<br />

(Sí- ■ • ■ ■ » ■ ■ • ■ • ■ • " ■ ■<br />

rr. ■• ■ • • • : ■ - ' • . ' ' ' - • . • •. . - • '<br />

ei<br />

:■<br />

f>.<br />

U<br />

—Daa aenaações, sentimentoa a seiras <strong>da</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> terra e borgaeaia o proletaria<strong>do</strong>, eacra-<br />

paixões; 8ua intelectnalizaçâo. • -cal e artísticas. vatnra colonial.<br />

Da ver<strong>da</strong><strong>de</strong>:.-: fun<strong>da</strong>mento I<strong>do</strong> . .TranBporteSfr-Qaanto a h,<br />

o logar, á Prehistoriarr e , historia. I<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ver;'digni<strong>da</strong><strong>de</strong>."!--"»(!> rnrj rTiî/vrao^ar<strong>do</strong>e'a.-força.motora. ftnnf.MÎa-'pedra^«-..<strong>do</strong>8 : metaea/.Antiaui-,<br />

j;<br />

>.:.':'.<br />

—Da mentira: covardia;bai3Cfl-uo Eroprieaa<strong>de</strong>r-Comnniamo ípa?:::<strong>da</strong>d8v«aiaiío^^fricaãalflienropeia.»4<br />

za; <strong>do</strong>brêa.^nn. 1 ■'<br />

[;<br />

£'.,...■,',<br />

?'.■■•■<br />

) n oihs-risnO triarrTJ<strong>da</strong>d^<br />

-^Da;j<strong>forma</strong>çâó <strong>do</strong> critério./Ia- oniamo^familinr e-jolidãrio.» erírraporanea. ïactoi típicos quo asjjT<br />

•. <strong>de</strong>pená^gciaJ^<strong>de</strong>y.òpiniQes; ari<strong>do</strong>jt Promi«Tni1rtarieTaprinitiva,afa^a6parani e distinguem. \,<br />

i<strong>de</strong>ias;;iniciativa; espirita<strong>da</strong> con—Emilia matsoiarou-màtiiaxcalHgaryirx • .^.-.1 • í*'s"o*i *■?•<br />

. tinmNia<strong>de</strong>; personali<strong>da</strong><strong>de</strong>; caxacteroaterna ou patriarcal, mo<strong>de</strong>rna,.,. Vr^-V'i""» .W*ff "• ""t^â 1 K .<br />

^'<br />

r A:íoF?u< praticamospara'cOm '? *«**■ temporarias,.poli^à, ^JW^c&o.^ .sooiabiL<strong>da</strong><strong>de</strong>^,<br />

V • dmauos enre- su Demonstração m^B»,SSS » wkjrckW;'"^^»''''«rii^ffiï<br />

excmplijicativa: ■"■"S"- '••' ^ártesensmd^Danaa^miTtsica,''t : .^Dosjagrega<strong>do</strong>ssoçiaeapóraa^<br />

Da'<strong>de</strong>ficiência'«j',4 merciaas:.merca<strong>do</strong>st-lfeiras,lojaH,fr<br />

"fl> ; ' -Dasimpatia afectos. Justiça. lV ^^S^iASip!em'-iiedra'ma/^to^iinaDceirasi^'cambistastban^ 1<br />

e<br />

Accòra a na afectem "alterna<strong>da</strong>-'í M1 ^ e positivai «*MWK*.OM»;»rampwiu» uo iw ..<br />

men^bl^es^<strong>do</strong>a^^ ^ 1 ^ ¾ ¾ ¾ ^ . ^ ^ ^ 0 ^ ¾<br />

<strong>do</strong>á seus similhantès "^4 :;x . Jí / >:,-viata'/dtí sexifd€^nTpl^mento\e^ W«££Vrf« £Í2w2Tw2.T<br />

A__xr_j._.-ci_i .:Í-'1TI. _ -iaDerfaicoamento-tmliiaefiTni. aen-a- Aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> artes e <strong>de</strong> sciau.tatuou,<br />

i.óott*3<br />

trem. Egoísmo irracional 9°íéF^ 9 - - 8 - 1<br />

cionál? GE?*"»'?» íi2 .Esoycor.ori<br />

-Dos actos que íavoriwemTaH 8 - Abúito.-miantia^^^<br />

vi<strong>da</strong>' <strong>do</strong>utrem. 3ph<strong>da</strong>^e£.benevo- ft?- »°°«*)<br />

—Da cooperação<br />

trabalho.-'-iAssociaçâo<br />

mútuo. Assistência<br />

<strong>do</strong>. Continui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Histociçtoii.!.;,» ij) a£-ií,io'f3VÍ' í" ,mo8 , eapeciaes; C^^^'P«wV , fià^.áRi' ! ^??^m?í^ , dSS<br />

a,.,^»,,, ;,,.1^ l . ah í d t o<br />

^ g « ^ « ; : •Sistemá^econbniibóít dóntrí^'<br />

'Úaos^costumea^êconomicos.p. 'Justiça régia,'-jaizeaíespeciaes ^:SiïïSi2î22^- -^««^««'^<br />

familiares artiatícos,-j)sico-CQla-^Tribunaesv^dnsura moral #o£mb{«SSlT^Z^ *">tmi«r*»<br />

ctivos, jurídicoaíe políticos)^:,tjciência.. . ■'«^M^ffi^.ííÍ?-.^*!^!^?-<br />

Narraçâoepisódica;a.^ane<strong>do</strong>cti-'' ^AbforitarismO's-FangttiDario-.ra n'?Z^tl~* - 9 %^ 1L<br />

ca naa auas três'fases:'selvagem, BorviHsraò-banind.lCrimo/<strong>de</strong>-lesa-íi Vi í~? '?• 1 • ."»U«Í7* «?"<br />

barbara a contemporanea>upar-»autori<strong>da</strong><strong>de</strong> politica. O po<strong>da</strong>r-aly'ii meC0Q0 ûiawrico. ^ -r^^^Q<br />

tin<strong>da</strong>. <strong>da</strong> . observação <strong>de</strong>stamparão soluto.e heridiUri^TloaMhefei: 'Trabalho» manuaes,,<br />

estu<strong>do</strong> '<strong>da</strong>quelas: ( '.. f ,'.' "rC^Xt-amonarquías, tlôlígàrquiop.-'Po<strong>de</strong>r artísticos o profíasio-<br />

A;.alimen|açãQ-^collieita<strong>de</strong>íru- politico o sacer<strong>do</strong>taíJJVi<strong>da</strong>r-fetnd naes .. •"•"-'' •'tos,<br />

caça^,antropofagia,.'..pesca,r.<strong>da</strong>l:? «a .iuofssm of) o<strong>do</strong>^ed T^ahaih^^aJ.'.'ii^'^.'J<br />

paatoricia,,qultura,',<strong>do</strong>a^terran9S, Castáas-ef^asserJ-guerreiroi*^ l-capainos-man^uae^gflU-0<br />

industrias.,:,".'ir', 1 r ; . : .'.-.,.'„'.'..'J.Vr escravos;bramaneeVcbastriaaivai»'') -Wwo rtCaUVQSTrrr» ofoq •■•<br />

0 vestuário <strong>da</strong>, origem vegetal xas, r : sudrís, ^eupatri<strong>da</strong>al oráculos ■ erra»» - ;M; - Í * "•<br />

e animaL a povo, escravoe; patrícios a ploWí l',t%•' turmas ... ;\ ...,:_..<br />

A habitação, cavernas, al<strong>de</strong>ias, beua; senhoras o vassalos, servos Sem auxilio, <strong>da</strong> inatrumentoa:<br />

laoustres, • ato. HabitaçOesgroa- ><strong>da</strong> gleba;/olero,■ nobreza a povo; - Papel a,cor<strong>de</strong>l.;- -i -, ,..^.,., ?,-■'.<br />

-"' '■ ■■'■' ""•'»»■ ■ xmi - -««fffrwf. c«'.-"rT-.r-«:V-.:í,wj.<br />

pgBBSjasfojCompanhias reuni<strong>da</strong>s } xx^owcscaoucsoc JCacKSoocststscatx<br />

133


caixas ­paioea.­cw^aiauy»*'» >;»».­« «wouw^»­...»».­^.^ .^ ,^^^,.,,^... wU^F».«v.~ e _ <strong>de</strong>monstração<br />

àSp ««o aeoiqd íroíosi .asnasoqRãn hn niripi<strong>de</strong>xtrq VJ <strong>de</strong>pois; .'jjou<strong>da</strong>si <strong>forma</strong>s <strong>do</strong>s.objectos ­ com: tas<br />

MUUtytiitiù.9 maitq»aoomla,.mto^^aer<strong>da</strong>}^racadtt­<strong>da</strong> <strong>forma</strong>s geométricas,' acompanha­<br />

■ 3.'turma . ' _. . . ,.««*n_. «^«na ionmont­ii n:4'r*i4*^dji quinafrncAar.<strong>de</strong>'iJùrnïas .e<br />

Entrançar,<br />

nar<br />

covas<br />

finimpomcSo'<strong>de</strong> J cores. "Pnmeir<strong>da</strong> roíy^teTiia<strong>do</strong>irconicaraa: oe oj>­;hohianfaa'a dsaenhar.<br />

exercicios<strong>de</strong>colagem, objectosem­'Hootogfomplefl a <strong>de</strong>^taBP.­commn^ii "■•■>■■ * ' **•• " •»• *• :» ' 1Y !<br />

oor<strong>de</strong>t'se<strong>da</strong>V sacos,­: etcnObjectos„ Exercacioa­<strong>de</strong>; <strong>de</strong>senhou iMma­ . *• c*"*» • :v.:.•:..,:««■ •<br />

em verga. . ^:z&&iu:?.n «orij^,^ >8&1òo .f«*t»«nn»*í«8i * í*507 Copia.<strong>do</strong>­gesso {ornamental) a<br />

»»"srr*Ma «««"«iflun.» jífcrmí Desenho ambioextro;r.:linhasivclar$e8ouro, faberr"on.­esfami­<br />

Càm^nxiiîoMe'lisoura é 'concorras, cãnmmíeren<strong>da</strong>a^èfpiraes nho«.ft:negrão^.alterna<strong>da</strong>. com a<br />

laíem H 5 '­' J ­' 9 t***ruiir, .^"'rd^cTirvaçccontni^cmTKiscUt ,=ó.­<strong>de</strong>"obj0ctoa.<strong>de</strong>..nso,..c«mum'<strong>do</strong>1.<br />

TnSalíu»* em"papélï"cartão, ; ! aVJ^­J. .coojtílís ÍCT »«j;:s:anrvt?r mowr^bmplexi<strong>da</strong><strong>de</strong>.• ,• '""...'■..<br />

■ ^ ^ Í Y . W l ^ J ^ W f . V í , ) , , ­H w~r ,f. Bíboço,­ <strong>do</strong> natnral, <strong>da</strong>.figura,<br />

^i?nVJ^PfiíSríS^simetricas ,a TSÏÏZÉ J^Ffii^S^mWiripM<br />

^eaenhoB livres motxva<strong>do</strong>s^m .^„ma„n T,u.flara.e <strong>da</strong> fauna.­Ï_<br />

,a T)eaenhoBlivres motiva<strong>do</strong>s^am .^^^J/rUjft0<br />

B•»« , h Breves,'nòçOes <strong>de</strong> pérspeotiva. .<br />

folha­<strong>de</strong>ifflandresv­<strong>de</strong>pvadpf <strong>da</strong>s Jkboco,<strong>da</strong>­­ngnra„humana, <strong>do</strong> r Conhecimento <strong>da</strong>s­caracteristi<strong>forma</strong>s<br />

geometacas^!^.^ ^IÍ otrin^tuja^» ­ '­»»­ .^­;»;«­. A .­­ tcas­<strong>do</strong>» diversos estilos^. 1*.7"<br />

4.'sraa >T mri \.­I ^Represantacao.<strong>da</strong>s imagens por „ ^:^..,­,.,.,^^^^,.<br />

­Cons­»uxmtf,<strong>de</strong>rdnstrumentqí. manchasia agua<strong>da</strong>s. . ■^.•^'•jwr'^J^ .­.;/. : . Vò. :<br />

Trabalhotf^m:^apel.rCartao.f­,^& Resenho ^ ¾ ¾ ^ ¾ ^ ¾ Gópi» <strong>de</strong> gessos,.ornato e figu­<br />

BstiliMçaotOraameu^aca^^omisiaretem.pape^.<strong>de</strong>.ob^ a claro­escuro (carvão, lapis,<br />

estiloatopiaa<strong>de</strong>.obra8.nae arte. 8enhadps4mtenqrmente„r.) £ /esíuminho­óu pena)r­r­.r­ f.O­ ­<br />

Frisw^c«tisti«str,Ç4noaturas,, ^ 0 ^ ¾ ¾ ¾ ¾ ¾ ^ ^ ^ h OoSSSe figW<strong>do</strong>vnatusal,:a •<br />

Paisagens e <strong>de</strong>senhos 1 » RapeLA%,nuaçaefHe ï4"£WJWg*R£! ?O«TJK^M .Wi«««A .nnJÍ­ •<br />

côr,^omhr.^P;apoW, 0„,Rl;, £ ^ ^ ¾ ¾ ¾ ^ A^P^ao: ornamentais com,<br />

Tríb8lhos"*em arame; lata . ¾ ^ ¾ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ . ; P DiVersi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos!'Eatílifolhfcdft<br />

HandrjBe­e^feri.Qfl­Pl*­ ^fffam hi ' r:m: ­ • ;,0,TEf • ° D * ! . zaçSe <strong>da</strong> flora. ,.., _. ... :<br />

«»• .r»r«îirt»»5ai o ?.an ^­­. . ,,_;,. nn)to­, <strong>da</strong>t cor * Desenvolvimento .<strong>do</strong> <strong>de</strong>senho<br />

Desenho •«'W**'xn nnj...... aû«a.­.it­,.? O jr*tHr«t «haoht.' •íO.»­gr«jaí»!tó::^tfl , í»^!> o .­.^.­:1.­.:<br />

i:.TwS4 ,rnK1 a a ?J^Í M T , ­"W^ m '?ííí^/fi'' Composição artística. Copiage '<br />

­/SS»iq o»C3iiaiîi3 ­EBboço,­<strong>do</strong>.nataraJ,,aaf;figur8.rfigor» 50 natural.': . ; '".V­ r . "'"<br />

l/ttirma „ _ humana e/<strong>da</strong> florai­.^. n «W' 'lT^H«Sa^ó ­cto­affljéâlíb<br />

Desenho. Kvros. sem mo<strong>de</strong>lo. Desenho <strong>de</strong> memoria, na ar<strong>do</strong>­,.9ríSS^^S5u&Sn ­° : '<br />

to pelo <strong>de</strong>senho apelas cures./ <strong>de</strong>genQo8 <strong>de</strong>^objectos­observa<strong>do</strong>s ­, K ? S S ­<br />

: !<br />

' "­ '<br />

i} turma » TT*. *' íórf,<strong>da</strong> ­ aula em «í 0 ^ 68 ­ art ^­ "­ SfdYs sombrai­,'" \ '<br />

TJaBeiihos Tivres.'sem e 'com ticas: » 'orh^iMiv.*" 1 " ,'•­."• .* *» •.•*"'.'""<br />

m^ddnflWiMl^^mil^^ iDesenho­ambi<strong>de</strong>xtro­Comph­. : K»ía­Do 4.­ granam, <strong>de</strong>snte, inclu<br />

Sgrconmm ^eSos' « d^moría' «nSd»^Ônl^Tlcaçoes»<strong>de</strong>'tsurvas,,.enC= <strong>do</strong>V E AorOes, copia rosíçeas,[■ <strong>de</strong> flora .JUJJ, ti,t;0«IUDOi.p■ ' ■■»■' ' »— *. -- * » * fc ***■<br />

134


Û.<br />

Mo<strong>de</strong>lação<br />

1." grau<br />

J.* turma: '<br />

Primeiros exercícios om barro,<br />

rolos, bolas, rótangulos o <strong>outra</strong>s<br />

<strong>forma</strong>s. ' '<br />

2.* turma:<br />

Mo<strong>de</strong>lação livre e <strong>do</strong> memoria<br />

em volto e objectos <strong>de</strong> uso co*<br />

mom.<br />

5.* turma:<br />

Os mesmos trabalhos <strong>da</strong> 2.*<br />

turma.<br />

S.' grau<br />

Copia <strong>de</strong> frutos e objectos simples.<br />

Apolo á observação <strong>do</strong> aluno<br />

para as <strong>forma</strong>s <strong>da</strong> cerâmica; a<strong>da</strong>ptação<br />

ornamental, ao gosto e<br />

fautazia <strong>do</strong> aluno.<br />

Nota — Estes trabalhos <strong>de</strong>vem<br />

começar pelas <strong>forma</strong>s poliédricas<br />

e re<strong>do</strong>n<strong>da</strong>s.<br />

3.* grau.<br />

Copia <strong>de</strong> objectos <strong>de</strong> uso comum<br />

e <strong>de</strong> objectos <strong>de</strong> <strong>forma</strong>s complica<strong>da</strong>s<br />

e <strong>de</strong> motivos <strong>da</strong> Hora e<br />

fauna. . '<br />

Copia <strong>de</strong> "trechos lornamentaesj<br />

e diverso*.estilo^.<br />

conaéa<strong>da</strong>^BQt)<br />

cerâmicos.<br />

Mo<strong>de</strong>lação livre em vulto e em<br />

relevo, <strong>de</strong> assuntos tira<strong>do</strong>s <strong>da</strong><br />

natureza.<br />

.Jr. -f:<br />

Diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estilos, estilisaçâo<br />

'la flora.<br />

Mo<strong>de</strong>lação em barro, <strong>da</strong> figura<br />

humana. •,'»'■<br />

Fundição, por <strong>forma</strong> pordi<strong>da</strong>,<br />

om «osso, e processos <strong>do</strong> reprodução<br />

em <strong>forma</strong>s <strong>do</strong> cora e gelatina.<br />

*■•'",• • ' "<br />

«3.» grau (ti profittional)<br />

Em barro e cera. Aplicação á<br />

talha e a ferragem, para moveis.<br />

Formaçãoicomo no grau anterior,<br />

e primeiras noções <strong>de</strong> <strong>forma</strong>s<br />

a tacólos.<br />

Especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s só para o curso<br />

<strong>de</strong> escultor—estuca<strong>do</strong>r (aulas<br />

diárias).<br />

Em ma<strong>de</strong>ira — Marcena­^<br />

ria<br />

1.* .» gfratx (tó profittional}<br />

3." fpeaxL<br />

Fundição em gesso (<strong>forma</strong> per­<br />

Desenvolvimento e aperfeiçoa­ Trabalhos <strong>de</strong> talha aplicável ao<br />

di<strong>da</strong>). .<br />

mento <strong>do</strong>s trabalhos <strong>do</strong> grau an­ mobilario. ^<br />

G* gprau (ti profiuional)<br />

terior Construir—Perfis—Torno. O.* grau (tó para o carto <strong>de</strong> entalha­<br />

Mo<strong>de</strong>lação em barro e cera <strong>da</strong>s 4.* greLtx (profiuional)<br />

<strong>do</strong>r)<br />

composições previamente <strong>de</strong>senha<strong>da</strong>s<br />

com aplicação á talho e Carpintaria, (Boiseries), Cons­ Copia <strong>de</strong> trabalhos artísticos.<br />

mobiliário.<br />

trução:, pequenos moveis—Orça­ Composição artística.<br />

„..—■.::¾. '­ ­


6- ALGUNS "RELATÓRIOS DAS GERÊNCIAS ...": 1904-1905; 1906-1907<br />

(Excertos referentes aos exames); 1908-1909; 1909-1910; 1910-1911


1904 - 1905


141


k­­<br />

;-•<br />

: ; ^ g ' ;;SOGIEDM. PROMOTORA­ :/í<br />

.»,'<br />

■C<br />

'*-':-V.' - -'.A»'';--!; - 2~ ■!.'■?"• • "' - •-' W ' ■'-■'■ "".'".<br />

■RELÂTORIOÍÊ­CONTAS.f<br />

,J:*Af*--i<br />

referenies'ao aimo'ecoRonv.co <strong>de</strong>­19 04­19 05<br />

PARECER DO COHSEUiO FISCAL<br />

_JSSL_<br />

■5Ç5T<br />

­'*'•%??!''"•;.­• . an—oi^d«<strong>do</strong>c»i


jSSNHORBS !<br />

Mais um anno <strong>de</strong>corri<strong>do</strong>, mais uma vez ha vossa<br />

presença, <strong>da</strong>n<strong>do</strong>­vos conta <strong>do</strong>s actos <strong>da</strong> nossa gerência,<br />

que' hoje fin<strong>do</strong>u. O ultimo semestre <strong>de</strong> 1904,<br />

gastámo­lo em preparativos ten<strong>de</strong>ntes a po<strong>de</strong>rmos<br />

abrir em janeiro seguinte a escola­officína n.* 1, cujo<br />

■ regulamento se achava já approva<strong>do</strong>, restan<strong>do</strong> apenas<br />

pôl­o em pratica. Mas os óbices, que sempre<br />

appurecem, quan<strong>do</strong> se procura realizar uma i<strong>de</strong>ia<br />

nova, a installaçáo <strong>da</strong> nova se<strong>de</strong> com o competente<br />

mobiliário escolar e a difficul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> encontrar professor<br />

competente para leccionar as aulas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho,<br />

mo<strong>de</strong>lagem e esculptura em ma<strong>de</strong>ira, tomaramnos<br />

algum tempo mais <strong>do</strong> que suppunhamos, <strong>de</strong> <strong>forma</strong><br />

que, só em 9 <strong>de</strong> fevereiro proximo passa<strong>do</strong> conseguimos<br />

inaugurar, sem solemni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a primeira escola­officina,<br />

na nova se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, rua <strong>de</strong><br />

S. João <strong>da</strong> Praça, n.» 83, 2."<br />

Abrimos n escola com quatro alumnos, apenas, numero<br />

assas diminuto, o que <strong>de</strong> nenhum mo<strong>do</strong> nos <strong>de</strong>sanimou,<br />

porque criamos firmemente, que tal facto<br />

não traduzia menos sympathia pela instituição ; mas<br />

sim, o <strong>de</strong>sconhecimento quasi completo <strong>da</strong> existência<br />

<strong>da</strong> escola, por parte d'aquelles, a quem ella mais interessava.<br />

E não nos enganámos, porque o numero<br />

máximo <strong>de</strong> alumnos, vinte, que as aulas po<strong>de</strong>m comportar,<br />

já foi preenchi<strong>do</strong>, e logo que nos seja possível<br />

esse numero será excedi<strong>do</strong>, porque temos requerimentos<br />

<strong>de</strong> preten<strong>de</strong>ntes, que esperam vnga<br />

para serem admitti<strong>do</strong>s, ou o alargamento <strong>do</strong> quadro<br />

<strong>do</strong>s alumnos.<br />

­ A instrucçáo ministra<strong>da</strong> aos nossos educan<strong>do</strong>s,<br />

afasta­se <strong>do</strong>s mol<strong>de</strong>s segui<strong>do</strong>s nas escolas officiaes<br />

e ain<strong>da</strong> mesmo nas particulares, <strong>de</strong> que temos conhecimento,<br />

porque estas.mais ou menos tem <strong>de</strong><br />

subordinar a sua maneira <strong>de</strong> ser ao programma <strong>do</strong><br />

ensino official. Mas nós, que visamos, apenas, a for­ ­'•'<br />

mar artistas, queremos conseguir os fins <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s ' _<br />

sem nos preocuparmos muito com os metho<strong>do</strong>s ge­ ><br />

ralmente segui<strong>do</strong>s, que em nosso mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vêrvi­


iam prejudicar com superabundância <strong>de</strong> ihcorins os<br />

resulta<strong>do</strong>s essencialmente práticos, que ambiciona*<br />

mos ver colhi<strong>do</strong>s por aq utiles, cuja direcção insiructiva<br />

se acba entregue aos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Para crear um artista esculptor em ma<strong>de</strong>ira, (vul­<br />

. garmcnte chama<strong>do</strong> entalha<strong>do</strong>r) pensámos, quanto á<br />

parte thcoricn, que bastaria ensinar­lhe o seguinte:<br />

— a 1er e escrever a sua lingua correntemente,—<br />

i anthmetica elementar, — noções <strong>de</strong> historia pátria e<br />

<strong>de</strong> chorographia,— noções <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho linear;—e na<br />

■ parte pratica:—<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> ornato e <strong>de</strong> figura,—<br />

marcenaria, — mo<strong>de</strong>lagem e esculptura em ma<strong>de</strong>ira.<br />

, Não é certamente o bastante para um artista dis­<br />

; tincto na especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas é já muito, em relação<br />

ao muito pouco, que actualmente se sabe na arte a<br />

' que <strong>de</strong>dicamos, por agora, os nossos alumnos.<br />

Não é supérfluo, que um bom entalha<strong>do</strong>r conheça<br />

: as línguas franceza, ingleza e allemá, para que possa<br />

j estu<strong>da</strong>r nesses idiomas o que .os mestres estrnngei­.<br />

' ros tem escripto sobre a arte, que a<strong>do</strong>ptaram. E <strong>de</strong><br />

'i to<strong>da</strong> a vantagem, qua saibam geographia e historia<br />

| universal, on<strong>de</strong> encontrarão egualmente motivos <strong>de</strong><br />

ensinamento para <strong>de</strong>senvolverem os seus recursos<br />

i artísticos. Não é <strong>de</strong>mais, que tenham completas no­<br />

' çóes <strong>de</strong> historia natural para trasla<strong>da</strong>rem para figura<br />

a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> respectiva estruetura. Devem também<br />

conhecer os princípios geraes <strong>da</strong> architectura, afim<br />

<strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptarem esses conhecimentos ás concepções<br />

<strong>do</strong>s seus trabalhos.<br />

Mas não quiz a vossa direcção embrenhar­se<br />

por emquanto em­tão complexo problema, receiosa<br />

<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r executar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já um tão vasto programma,<br />

arriscan<strong>do</strong>­o portanto a spssobrar por falta<br />

<strong>de</strong> recursos pecuniários.r*J<br />

Limitámo­nos, pois, a pôr em pratica somente a<br />

primeira parte, que <strong>de</strong>ixamos ennunciadn, insistin<strong>do</strong><br />

muito particularmente na­licçãct <strong>da</strong>s coisas; isto é,<br />

í ensinar ao.alumno praticamente»o que é e para que<br />

' serve este, aquelle, aquell'outro objecto, explican<strong>do</strong><br />

egualmente a origem,, e; a razão <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

phenomenos physicos,.­ afastan<strong>do</strong> por completo <strong>do</strong><br />

espirito ­<strong>do</strong>s educan<strong>do</strong>s to<strong>da</strong> a­ superstição e <strong>de</strong>struin<strong>do</strong><br />

ain<strong>da</strong> aquella, que em seus cérebros, tenha<br />

ti<strong>do</strong> já ­fucil guari<strong>da</strong>. .0 nosso principal fim é, como<br />

fica dito, fazer convergir para o. campo pratico to<strong>da</strong>s<br />

as theorias ensina<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> <strong>forma</strong> que o alumno­ao<br />

çntrar na sua carreira conheça sem mais preâmbulos<br />

to<strong>do</strong>s os objectos ou apparelhos vulgarmente<br />

a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s para­auxiliar e encaminhar o homem na,<br />

­' sen<strong>da</strong> pratica <strong>da</strong>­,vi<strong>da</strong>, e tenha o espirito <strong>de</strong>semba­<br />

~" caça<strong>do</strong> e aberto, prompto a raciocinar livremente,<br />

sem estorvos ou aprehensões, que muitas vezes o<br />

inhibam <strong>de</strong> <strong>da</strong>r largas á facul<strong>da</strong><strong>de</strong> imaginativa­e consequentemente<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver O: cérebro em.to<strong>da</strong>s<br />

as,suas múltiplas funcççes., . •..'..­.;_­. /<br />

146<br />

T<strong>de</strong>s são o* nossos <strong>de</strong>sígnios ; assim os vejamos<br />

coroa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bom êxito, <strong>forma</strong>n<strong>do</strong> homens bons, e artistas<br />

que honrem o seu paiz e a arte a que os <strong>de</strong>dicamos.<br />

A tentativa é nova em Portugal, mas parecenos<br />

levanta<strong>da</strong> e digna <strong>do</strong> auxilio <strong>do</strong>s espíritos altruístas,<br />

que não limitam a sua acção á esphera individual<br />

<strong>do</strong> seu meio, levan<strong>do</strong>­a a aju<strong>da</strong>r o seu semelhante,<br />

toman<strong>do</strong>­o util a si próprio, á família e ao paiz. •<br />

Mo<strong>de</strong>sto é, por emquanto, o nosso projecto, mas<br />

to<strong>da</strong>s as cousas tem seu principio. Oxalá a nossa<br />

escola­officina n." I seja o inicio <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> escola<br />

<strong>de</strong> artes e officios em Portugal;'seria essa a<br />

nossa maior ambição, como humanitários e como por­<br />

­ tuguezes. Para tal conseguirmos, não é preciso muito;<br />

bastaria uma pequeníssima parcella <strong>de</strong> auxilio <strong>de</strong> algumas<br />

centenas <strong>de</strong> individuos. Dessa cohesão <strong>de</strong> esforços,<br />

quanto se po<strong>de</strong>ria obter em vantagens para os<br />

hlhos <strong>da</strong>s classes menos favoreci<strong>da</strong>s e para as artes!<br />

•' Senhores: Atten<strong>de</strong>i o nosso apel!o,~vós que já<br />

nos aju<strong>da</strong>es com o vosso obuloj consegui obter o<br />

<strong>do</strong>s vossos amigos, com o fim <strong>de</strong> levantarmos o nível<br />

"artístico no nosso paiz, educan<strong>do</strong> e instruin<strong>do</strong><br />

os filhos <strong>do</strong>s pobres, que se não forem os nossos<br />

<strong>de</strong>sinteressa<strong>do</strong>s intuitos irão engrossar a leva <strong>do</strong>s<br />

inimigos <strong>da</strong>­socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que as mais <strong>da</strong>s vezes não<br />

são homens úteis, porque a propria socie<strong>da</strong><strong>de</strong> os<br />

engeitou em vez <strong>de</strong> os agasalhar. E inimigos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

são to<strong>do</strong>s aqueites que não trabalham em<br />

proveito d'ella c emseu beneficio próprio.<br />

Passan<strong>do</strong> agora a tratar <strong>de</strong> assumptos propriamente<br />

financeiros e económicos, começaremos por<br />

vos dizer o que ha a respeito <strong>da</strong><br />

Doaçâo­<strong>da</strong> D. Anna Roaa Soares <strong>de</strong> Paria<br />

Esta questão attingiu o seu limite; o processo,<br />

que está no Supremo Tribunal <strong>de</strong> Justiça enc.ontrase<br />

em po<strong>de</strong>r <strong>do</strong> Ex."" Juiz Relator para julgamento<br />

finai. Resta apenas aguar<strong>da</strong>r a sentença <strong>do</strong> <strong>do</strong>uto e<br />

veneran<strong>do</strong> tribunal.<br />

• Nova se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

No dia 1.*» <strong>de</strong> janeiro <strong>do</strong> corrente anno installâmes<br />

a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> nossa Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> no 2.* an<strong>da</strong>r <strong>do</strong> prédio<br />

n.* 83 "<strong>da</strong> rua <strong>de</strong> S. João <strong>da</strong> Praça. A casa não<br />

se presta em absoluto para o fim a que a <strong>de</strong>stinámos;<br />

mas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites <strong>de</strong> uma ren<strong>da</strong> módica,<br />

nenhuma­ <strong>outra</strong> encontramos em melhores condições.<br />

E, como no fim <strong>do</strong> proximo anno <strong>de</strong> 1906 vagará<br />

o prédio <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, no largo <strong>da</strong> Graça, julgamos<br />

preferível conservarmo­nos na mora<strong>da</strong>actual,até<br />

que <strong>de</strong>finitivamente nos possamos instalíar na­nossa<br />

casa propria, em janeiro <strong>de</strong> 1907. v.


.. •" , •■" Offertas à. Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> . . ' ■"'<br />

' Q nosso illustre subscriptpr, Ex."" Sr. Dr. Manuel<br />

_ Gomes <strong>de</strong> Amorim, offereceu graciosamente­os seus<br />

serviços clínicos á Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, os quaes tem si<strong>do</strong> já'<br />

utilisa<strong>do</strong>s pas inspecções medicas,­ aos indivíduos que<br />

. requerem a sua admissão á escola. ■ ""• '.<br />

O digno socio honorário, o Ex."» Sr. Fre<strong>de</strong>rico<br />

Guilherme Gar<strong>do</strong>so Gonçalves, continuou a dispensar<br />

gratuitamente os seus serviços <strong>de</strong> solicita<strong>do</strong>r,<br />

na questão Ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Faria. ■ ; '­".­■"• .'..'•' '•­• ?<br />

.Os Ex."* , iSrs:­rrJ­l­ino, dignou­se <strong>de</strong> otfcreceruma<br />

porção <strong>de</strong> boa ma<strong>de</strong>ira, para trabalhos nas aulas<br />

<strong>de</strong> marcenaria e mo<strong>de</strong>lagem. ­■:'­. ­­­. • r—,v­­.­ ­,­';..<br />

­ —Manuel Ennes Ramos, gentilmente dispensou o<br />

. gesso necessário para o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem.<br />

• — Hermogenes Julio <strong>do</strong>s Reis, nosso socio ordinário»<br />

enviou­nos mo<strong>de</strong>los em gesso. ■ • * .­!••*•• • • ■.­<br />

; —Um anonymo, por intermédio <strong>do</strong> Ex."» presi<strong>de</strong>nte"<br />

<strong>da</strong> .direcção, teve a bon<strong>da</strong><strong>de</strong>.<strong>de</strong> offertar mo­<br />

. <strong>de</strong>ios em cartão. T ■ ' "p "< Sr ­. '•'>­­■ ­, ■X'.­­'..­ . ._<br />

. ••" .— Carlos Veiga & Ct.*, dispensaram­nos os marr<br />

mores necessários para a mo<strong>de</strong>lagem em barro.<br />

■•"' '—Ferreira & Ferreira, Oscar Vasques Ribeiro e<br />

Francisco Affonso Pereira Vianna, diversos utensílios<br />

para <strong>de</strong>senho. ­•..­■! ­ ­<br />

­7­José Maior Junior, différentes, mo<strong>de</strong>los em,<br />

gesso. • ­■ ■ . . ■ ­ ■'<br />

— A<strong>de</strong>lino Moura Santos, a ambulância. •<br />

—Três subscriptores anonymos, uma meza para<br />

a aula <strong>de</strong> portuguez, um armário para ferramenta! e<br />

o concerto na meza <strong>da</strong> direcção.<br />

A to<strong>do</strong>s estes cavalheiros, a direcção agra<strong>de</strong>ceu<br />

os seus valiosos <strong>do</strong>nativos, certa que lhes não regateareis<br />

também o vosso louvor e agra<strong>de</strong>cimento.<br />

; ­­/.:,.­.­.:: Professora<strong>do</strong>. .<br />

Cabe aqui especial referencia aos professores,<br />

que tem si<strong>do</strong> auxiliares na nossa missão. O Sr. An­.<br />

tonio .Miguel <strong>da</strong> Silveira Moniz, professor <strong>da</strong> classe'.<br />

<strong>de</strong> portuguez, "é zelozo e <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>, e a sua bon<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

faz que seja estima<strong>do</strong> <strong>do</strong>s alumnos, alguns <strong>do</strong>s<br />

quaes tem leva<strong>do</strong> a um grau <strong>de</strong> sensível aproveitamento.<br />

O professor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, mo<strong>de</strong>lagem.e esculptura<br />

;em ma<strong>de</strong>ira,­ Sr.r José Maior Junior, que­<br />

—Ti<strong>do</strong> egualmente—<strong>do</strong>s­alumnos,. incontestavelmente<br />

artista <strong>de</strong> raça e temperamento, tem opera<strong>do</strong> ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iros<br />

milagres, attesta<strong>do</strong>s pelas provas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> alumnos, que apenas com<br />

'alguns mezes <strong>de</strong> frequência produzem .trabalhos,<br />

que tem si<strong>do</strong> causa <strong>de</strong> admiração <strong>do</strong>s entendi<strong>do</strong>s,<br />

trabalhos, que se encontram expostos á vossa apreciação.<br />

■ ■.­■■ ■ ■ • ­<br />

A experiência levou­nos ao convencimento, <strong>da</strong><br />

­ VÍA^Í*­<br />

■ v' 1<br />

■■•­A<br />

•..*.'. -u<br />

utili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento dá aula <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, rho­<br />

'­<strong>de</strong>lagem e esculptura em ma<strong>de</strong>ira; é bem assinl <strong>de</strong><br />

­ "crear uma aula <strong>de</strong> marcenaria; indispensável á arte<br />

,"* correlativa dé éntalhadòr; más <strong>de</strong>ixámos estes as­<br />

... súmptos­párd resolução dà direcção que rios suece­<br />

• ;.<strong>de</strong>r, porque só ao terminar ã nossa gerência se nos<br />

<strong>de</strong>pararam as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s aponta<strong>da</strong>s.<br />

Movimento <strong>de</strong> aooioo<br />

•»­■5<br />

' ■■.■.­.n.'.v.MTasjKfrv.»."'­' ^estfmgtsmfBemanm<br />

147<br />

Em. ! <strong>de</strong> Julho dé 1904, existiam : '■.<br />

Ordinários;;..".' 1 . .'.'..V:.'. •* ' '<br />

Honorários..<br />

.­V Em 1904­1905, forapn admitti<strong>do</strong>s : :<br />

. Ordinários..«.'?>•:,­; : ;;"•.­.%!; 98<br />

^. ­ Protectores.. 38<br />

"'•­•'. Honorários .*;■ 2<br />

127<br />

2<br />

129<br />

138<br />

• 267<br />

■""." Despediram­se : .­..­, ;<br />

Ordinários....:;;­'.:. .. .12,<br />

„ Protectores<br />

Falleceram : '<br />

2<br />

Ordinários..... ; 8 20<br />

­ ­ Esiátem em 30 dê Junho <strong>de</strong> 1905, ■ 247<br />

séridb:<br />

Honorários i<br />

:<br />

1 4<br />

• 247<br />

Do ­ vosso zelo e amor á instituição, esperamos<br />

que o reduzi<strong>do</strong> numero <strong>de</strong> subscriptores, que ain<strong>da</strong><br />

temos, seja augmenta<strong>do</strong> com novas propostas; embora<br />

<strong>de</strong> contribuição não exce<strong>de</strong>nte á 100 réismensaes.<br />

Reoeita é Deapeza<br />

Pelo mappa adiante inserto, vereis, qual é ao<br />

resente a situação económica é financeira dá nossa<br />

Eocie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os números, pela sua eloquente ver<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

dispensam­nos <strong>de</strong> mais esclarecimentos ; comtu<strong>do</strong><br />

não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> referir­nos ao saí<strong>do</strong> <strong>de</strong> réis<br />

2:295*069, que por ser cifra eleva<strong>da</strong> reclama algumas<br />

explicações. Este dinheiro, a maior parte <strong>do</strong><br />

qual, como vereis, se acha <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> na Caixa Económica<br />

Portugueza é no Monte­pio Geral, é <strong>de</strong>stina<strong>do</strong><br />

especialmente a fazer face á amortisaçáo <strong>da</strong>s<br />

obrigações <strong>do</strong> empréstimo hypothecario, que ain<strong>da</strong><br />

restam em <strong>de</strong>bito, e á acquisição gradual <strong>do</strong> restante<br />

e importante mobiliário escolar, que precisamos adquirir,,<br />

quan<strong>do</strong> transferirmos a nossa escola para o<br />

edifício <strong>do</strong> largo <strong>da</strong> Graça­; comtu<strong>do</strong> julgamos boa<br />

. ' ■ ­ ■ ­


medi<strong>da</strong> económica, applicar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já 1:000*000 réis<br />

.em papeis <strong>de</strong> credito a vossa escolha.<br />

■ Terminan<strong>do</strong> esta <strong>de</strong>satavia<strong>da</strong> exposição <strong>do</strong>s factos<br />

mais importantes <strong>da</strong> nossa gerência, na apre­<br />

.ciação <strong>do</strong>s quaes­pedimos a vossa indulgência, temos<br />

a honra <strong>de</strong> propor:.<br />

V<br />

Que vos digneis <strong>da</strong>r. applicação á quantia <strong>de</strong><br />

1:000^000 reis, a que acima nos referimos. .<br />

Um voto <strong>de</strong> sentimento pelos subscriptores»falleci<strong>do</strong>s<br />

durante, a gerência fin<strong>da</strong>. .<br />

Um' voto <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento e louvor aos Ex.""<br />

sócios e não sócios que tem auxilia<strong>do</strong> 1 a instituição<br />

com seus generosos <strong>do</strong>nativos.. . ■;• ■ ::;•' '<br />

Um voto <strong>de</strong> louvor e agra<strong>de</strong>cimento á to<strong>do</strong>s os<br />

sócios que tem aju<strong>da</strong><strong>do</strong> a nossa crusa<strong>da</strong>, e especialmente<br />

àquelles, que nos tem trazi<strong>do</strong> novos elementos,<br />

propon<strong>do</strong> amigos seus para coopera<strong>do</strong>res <strong>da</strong><br />

nossa obra.<br />

'.'■'..'ò.» .'.'..<br />

Um voto <strong>de</strong> louvor e agra<strong>de</strong>cimento á imprensa<br />

<strong>da</strong> capital, pelas suas generosas palavras <strong>de</strong> incitamento<br />

e pela publicação gratuita <strong>do</strong>s annuncios<br />

<strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

..'•­< . . . 6.­<br />

Um voto <strong>de</strong> louvor ao Conselho fiscal pelo auxilio<br />

e bom conselho, que se dignou dispensar­nos.<br />

Lisboa, 30 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1905.<br />

.'.­/;:.' o " •■. . ' . . ' ■ : . '<br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

.'"".V Lui, Filippe <strong>da</strong> Malta . .<br />

: Thesoureiro :•:­•<br />

.;./. Francisco José Cal<strong>de</strong>ira ' ""_<br />

....*.>!:....;, ..":'.;•.:.)■: ­. . Vogaes ­ : w;<br />

• :i:L . '': ■ . • '. •­ ­ . Alfre<strong>do</strong> Cesar <strong>da</strong> Silva • : tiV<br />

• '—­" •'•—■.' Alfre<strong>do</strong> Baeta Alves ■­..­.­^­<br />

,",;.:'.­..; ,"•.'...'".. .­/Secretario .'.'


10<br />

Balanço <strong>do</strong> anno económico <strong>de</strong> 1904­1905<br />

RECEITA<br />

Sal<strong>do</strong> <strong>do</strong> anno económico <strong>de</strong> 1903­<br />

1904..<br />

Juros <strong>de</strong> 3:400*000 rs. nominàes em<br />

inscripçóes, 2.° semestre <strong>de</strong> 1904. e<br />

l.'<strong>de</strong> 1905<br />

Quotas <strong>de</strong> sócios<br />

Aluguer <strong>do</strong> edifício ao Asylo Municipal<br />

—anno <strong>de</strong> 1905<br />

Ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> 105 exemplares <strong>do</strong>s estatutos<br />

Juros <strong>do</strong> dinheiro <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> no Montepio<br />

Geral e na Caixa Económica Portugueza<br />

(...<br />

71*400<br />

368


PAÊEGER BO CONSELHOFISCAL =<br />

SENHORES ASSOCIADO:;:<br />

Pelo bem elabora<strong>do</strong> relatório que vos apresenta<br />

a Direcção po<strong>de</strong>reis avaliar quanto foi preciso traT<br />

balhar, quanto foi preciso <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação para se conseguir<br />

levar a effeito' o programma que ella havia<br />

concebi<strong>do</strong>. ■■'■■'.■■ ;"•.<br />

No perío<strong>do</strong>, que vamos atravessan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> egoísmo;<br />

commodi<strong>da</strong><strong>de</strong>s «conveniências, são tão raros já os<br />

homens que se i<strong>de</strong>ntifiquem com as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s'<br />

<strong>do</strong>s que precisam trabalhar, d'aquelles que no futuro<br />

<strong>de</strong>yam <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser párias para tomar o lógar <strong>de</strong><br />

ci<strong>da</strong>dãos prestimosos para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e para a Pátria,<br />

que não pô<strong>de</strong> o conselho fiscal <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> consignar<br />

no seu parecer, o contentamento com que<br />

vem assistin<strong>do</strong> ao resurgimento pura novos i<strong>de</strong>aes,<br />

<strong>de</strong> tão util instituição, que vimos prestes a dcsapparecer.<br />

...,.­<br />

Se fora mister viver <strong>de</strong> glorias passa<strong>da</strong>s, quem<br />

melhor <strong>de</strong> que nós se <strong>de</strong>svaneceria na contemplação<br />

d'essas figuras épicas,­marcos miliarios na historia<br />

Lusitana? '<br />

Mas a época impõe­se, o triumpho <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong><br />

espaço e <strong>do</strong> tempo pelo telegrapho e telephone e to<strong>do</strong>s<br />

os mais progressos technicos <strong>da</strong> physica, o vapor,<br />

a electrici<strong>da</strong><strong>de</strong>, as conquistas <strong>da</strong> chimica applica<strong>da</strong>,<br />

to<strong>do</strong>s esses extraordinários progressos, lega<strong>do</strong>s pelo<br />

final <strong>do</strong> século XIX, exigem novos elementos <strong>de</strong><br />

lucta, sem esquecermos a nossa origem nem os feitos<br />

<strong>do</strong>s nossos maiores.<br />

Temos <strong>de</strong> evitar os <strong>de</strong>sfalecimentos e preparar<br />

a futura geração com uma instruccão integral e uma<br />

educação cívica bem orienta<strong>da</strong>, <strong>de</strong>stituí<strong>da</strong> <strong>de</strong> preconceitos<br />

ridículos.<br />

Estamos em face <strong>de</strong> uma tentativa promettedpra,<br />

<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> liberaes que se disposeram a contribuir<br />

para tornar artistas por metho<strong>do</strong>s racionaes e<br />

simples alguns indivíduos que talvez nunca tivessem a


14<br />

possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> attiiigir esse feliz resulta<strong>do</strong>, se a iniciativa<br />

particular não envere<strong>da</strong>sse por caminho tão<br />

ívioralisa<strong>do</strong>r.<br />

Começámos a 9 <strong>de</strong> Fevereiro a ensinar o <strong>de</strong>senho,<br />

mo<strong>de</strong>lagem e esculptura em ma<strong>de</strong>ira na nossa<br />

primeira escola profissional e já tivemos a satisfação<br />

<strong>de</strong> admirar, ha pouco, os resulta<strong>do</strong>s práticos <strong>do</strong> nosso<br />

mo<strong>de</strong>sto emprehendimento.<br />

As salas <strong>da</strong> nossa escola estão.repletas <strong>de</strong> trabalhos<br />

executa<strong>do</strong>s pelos nossos álumnos que há poucos<br />

mézes hão traçavam urriá linha recta com seeuranca.<br />

Que maior compensação po<strong>de</strong>ríamos anhelar,<br />

como premio <strong>do</strong>s nossos esforços ?<br />

Porque não <strong>de</strong>vemos insistir na tarefa e solicitar<br />

o auxilio <strong>da</strong>s pessoas dispostas sempre a abraçar com<br />

generosi<strong>da</strong><strong>de</strong> quem assim emprega as horas livres <strong>do</strong><br />

seu labutar quotidiano ? *<br />

O vosso conselho fiscal secun<strong>da</strong>, pois, o pedi<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> Direcção e súbmètie á võssà <strong>de</strong>liberação as seguintes<br />

conclusões : '"• - ' V. : . •<br />

. . :1." Que approveis um voto.dé jouvor á Direcção<br />

pelo zelo, intèlligencia e <strong>de</strong>dicação com que tem dirigi<strong>do</strong><br />

os <strong>de</strong>stinos <strong>da</strong> Socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.'<br />

2.» Que approveis to<strong>da</strong>s as conclusões <strong>do</strong> relatório<br />

que ella apresenta, excepto, a que se refere ao<br />

conselho fiscal, visto que, elle não fez mais <strong>do</strong> que<br />

assistir maravilha<strong>do</strong> aos seus judiciosos trabalhos.<br />

.3.» Que approveis.as contas apresenta<strong>da</strong>s, porque<br />

bem claras e explicitas ellas se acham.<br />

Lisboa, 10 d'Agostb <strong>de</strong> 1905. . .. "<br />

Dr. Manuel Gomes <strong>de</strong> Amorim.<br />

. Joaquim Ramos Simões<br />

Apollinario Pereira<br />

-t.<br />

?<br />

151<br />

LISTA<br />

oos<br />

Sócios ordinários e sócios protectores<br />

i<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

1G<br />

18<br />

19<br />

20<br />

21<br />

22<br />

24<br />

2õ<br />

26<br />

27<br />

28<br />

30<br />

31<br />

32<br />

33<br />

34<br />

35<br />

3G<br />

37<br />

39<br />

40<br />

41<br />

42<br />

43<br />

44<br />

45<br />

4G<br />

Francisco Ferreira Lima 100<br />

Eduar<strong>do</strong> A. Costa .... 200<br />

Luiz Pinto Moitinho 200<br />

Antonio Joaquim Alves Diniz 100<br />

Manuel Joaquim Alves Diniz 500<br />

Victoriano Peixoto Braga 500<br />

Victor José Verol 100<br />

Alberto Antonio Moraes Carvalho Sobrinho 100<br />

Joaquim Dias Ferreira 120<br />

Antonio Augusto Pereira Miran<strong>da</strong> 200<br />

José Antonio Barrai -. .. 200<br />

João Antonio Luz Robim Borges 200<br />

José Augusto Martins d'Almei<strong>da</strong> 100<br />

Her<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> José Gregório Fernan<strong>de</strong>s 800<br />

Augusto Francisco Vieira 100<br />

Francisco Carvalho Daun e Lorena 200<br />

Carlos Joaquim Sequeira Lopes. G00<br />

Estevão Ribeiro <strong>da</strong> Silva. 100<br />

Antonio Hygino Salga<strong>do</strong> Araújo 100<br />

Julio Augusto Nunes 100<br />

Augusto Radich : 100<br />

Luiz Almei<strong>da</strong> Albuquerque . 100<br />

Francisco José Cal<strong>de</strong>ira*. 200<br />

Joáo Bernar<strong>do</strong> d'Almei<strong>da</strong> 300<br />

Manuel Macário <strong>de</strong> Figueire<strong>do</strong> 100<br />

Adriano Ribeiro Car<strong>do</strong>so 200<br />

Luiz Tiburcio Ferreira 200<br />

Luiz <strong>de</strong> Sampaio 050<br />

Eduar<strong>do</strong> Augusto Rodrigues Villarinho... 100<br />

Alfre<strong>do</strong> Malaquias Corrêa Lage 100<br />

Lucas Gomes Silva Reis.. 100<br />

Augusto Cesar Brito .. 100<br />

Alberto Antonio Moraes Carvalho Junior. 200<br />

José Joaquim Pinto 200<br />

Maria Conceição Gue<strong>de</strong>s 100<br />

M. Herrmann , 200<br />

Balthazar Rodrigues Castanheira 100<br />

Jacintho Nunes Corrêa 500<br />

José Antonio <strong>do</strong>s Reis r. 500


■17<br />

49<br />

50<br />

51<br />

52<br />

53<br />

54<br />

55<br />

56<br />

57<br />

58<br />

59<br />

60<br />

61<br />

62<br />

63<br />

. 64<br />

. 65<br />

66<br />

69<br />

70<br />

71<br />

72<br />

73<br />

75<br />

76<br />

78<br />

79<br />

80<br />

81<br />

84<br />

85<br />

86<br />

87<br />

83<br />

89<br />

90<br />

­ 91<br />

92<br />

93<br />

94<br />

95<br />

96<br />

97<br />

98<br />

99<br />

101<br />

102<br />

104<br />

1G<br />

Domingos Lacer<strong>da</strong> Pinto Barreiros<br />

Joaquim ­Manuel Crespo<br />

Domingos Gomes Ortiz '....'." [<br />

Francisco Vieira Cal <strong>da</strong>s<br />

Amália Monteiro Fortes ..".!'!'!<br />

Manuel Custodio Gomes Costa .........<br />

Joaquim José Marques ' \ * \<br />

José Thomaz Araújo Couto !.!!!.!<br />

Elisa A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Murta Pereira ....„<br />

José <strong>da</strong> Cruz<br />

Francisco Antonio Jorge Belio.."....'.!<br />

Francisco Souza Cruz ,,<br />

Antonio José Pereira Mello<br />

Antonio Augusto Carvalho Monteiro ... !<br />

Joaquim Ferreira <strong>da</strong>s Neves ' '.<br />

Henrique Jorge Figaniere. .'•'.'.....'. '..'. ;\ '.<br />

rL Jauncey..­...­...­.­.­.­. ; ,* ■, ;.... i..... „<br />

Antonio José Pedro Rodrigues...' '..... '. '.<br />

Antonio Joaquim­Simões d'Almei<strong>da</strong> '.<br />

Francisco Fonseca Benevi<strong>de</strong>s<br />

Eduar<strong>do</strong> Veiga Araújo . ; ...........<br />

Alfre<strong>do</strong> d'Oli veira Sousa Leal...........<br />

Emilia Leonor Barreiros Azeve<strong>do</strong> ...<br />

João Augusto Leitão Figueire<strong>do</strong> '.<br />

Joaquim Augusto <strong>do</strong>s Santos<br />

Manuel Gonçalves Vivas<br />

Eduar<strong>do</strong> Jesus Freire.<br />

Francisco­Libório <strong>da</strong> Silva . ..r...<br />

Charles G. Creswell ........... \,<br />

Henrique Lopes Men<strong>do</strong>nça (hour.)<br />

José Rodrigues Simões..'<br />

Carlos Augusto Pedro Cal<strong>de</strong>ira .'... {<br />

Dr.­Augusto Con<strong>de</strong> Marques Car<strong>do</strong>so (k«w.,<br />

João Antonio Santos Monteiro Lacer<strong>da</strong>...<br />

Joaquim Fernan<strong>de</strong>s Men<strong>de</strong>s<br />

Dr. João Carlos Pessoa Amorim........<br />

Maurício Luz Alves<br />

Carlos Ernesto Augusto Ribeiro. . .<br />

Carolina Elisa Romeiro Menna<br />

Isabel Maria Romeiro<br />

Antonio Luiz Ribeiro Junior...'.<br />

José Augusto Ribeiro ............ 1... '_<br />

João Anastácio Gomes.<br />

Domingos Rodrigues Pablo.,<br />

Alfre<strong>do</strong> Cesar <strong>da</strong> Silva... ".........<br />

António Coelho ......... .'..'..!..i<br />

Fre<strong>de</strong>rico G. Car<strong>do</strong>so Gonçalves (kMw.j. ."<br />

Manuel Augusto <strong>da</strong> Silva..'....".....<br />

Luiz Godinho ­..­.­ ;<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

I<br />

152<br />

105<br />

106<br />

107<br />

108<br />

109<br />

110<br />

111<br />

113<br />

114<br />

115<br />

116<br />

117<br />

118<br />

119<br />

120<br />

121<br />

122<br />

123"<br />

124<br />

125<br />

126<br />

127<br />

128<br />

129<br />

130<br />

131<br />

132<br />

133<br />

134<br />

135<br />

136<br />

137<br />

138<br />

139<br />

140<br />

142<br />

143<br />

144<br />

145<br />

146<br />

147<br />

148<br />

149<br />

150<br />

151<br />

152<br />

153<br />

154<br />

155<br />

José Dias ' ­.<br />

Vicente Carlos Dias<br />

Joaquim Ramos Simões ..... .<br />

Florin<strong>do</strong> Cesar <strong>de</strong> Jesus<br />

Januário A. Almei<strong>da</strong> Junior....... .­<br />

José Maria Pereira ..'<br />

Joaquim José Silveira Con<strong>de</strong>ixa...<br />

Sebastião Neves Pires .'.'.<br />

Alfre.dQ.ilae.ta Alves<br />

JoseLRau. ..„ ...i....<br />

"7õsé~Mafia Ferreira • .<br />

Antonio Lopes ;<br />

Apollinario Pereira<br />

Domingos Marques Car<strong>do</strong>so ,<br />

Maria Constança <strong>da</strong> Silva<br />

José Pinheiro <strong>de</strong> Meilo..'.­'. :..<br />

Luiz.Filippe <strong>da</strong> Malta..,<br />

Luiz Filiòpe <strong>da</strong> Malta Sobrinho ...<br />

Luiz <strong>da</strong> Matta<br />

João Eduar<strong>do</strong> <strong>da</strong> Matta Junior/...<br />

Carlos Gomes '.<br />

João Pereira Roldão<br />

José Martins Ferreira. ,<br />

José Ferreira Abel<br />

José Eduar<strong>do</strong> <strong>da</strong> Silva<br />

José Vicente Corrêa Serrano......<br />

Manuel Francisco Marques..."......<br />

Sebastião Mestre <strong>do</strong>s Santos<br />

Jacintho A. SiJva<br />

Manuel Fernan<strong>de</strong>s d'Abreu<br />

João Carlos Alberto Costa Gomes<br />

A<strong>de</strong>lino <strong>de</strong> Aloura Santos.<br />

Eduar<strong>do</strong> Castanheira Freire.......<br />

José Joaquim Enncs Conçalvcs ...<br />

Francisco N. Car<strong>do</strong>so (k«nr.]<br />

Dr. Manuel Gomes <strong>de</strong> Amorim<br />

José Raphael <strong>da</strong> Silva Men<strong>do</strong>nça..<br />

Dr. José <strong>de</strong> Castro .<br />

Zacharins Gomes. Lima...........<br />

Agostinho José Fortes<br />

Francisco Soares <strong>da</strong> Silva ... :<br />

Joaquim Maria <strong>da</strong> Cunha .... '<br />

José Coelho Oliveira Figueire<strong>do</strong> ..<br />

José Bernar<strong>do</strong> Ferreira........ ...<br />

Caetano Pereira <strong>da</strong> Costa .........<br />

Domingos <strong>da</strong> Silva Ayres..........<br />

Lu<strong>do</strong>vina Gomes Barros... ­.'—'..<br />

Antonio Bastos<br />

Fre<strong>de</strong>rico. Gonçalves.Men<strong>do</strong>nça;.».<br />

17<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

200<br />

500<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

120<br />

10o­<br />

200<br />

200<br />

10O


15G<br />

157<br />

158<br />

159<br />

160<br />

161<br />

162<br />

163<br />

164<br />

165<br />

166<br />

167<br />

1Ó8<br />

169<br />

170<br />

171<br />

172<br />

173<br />

174<br />

175<br />

176<br />

177<br />

178<br />

179<br />

180<br />

181<br />

182<br />

183<br />

184<br />

185<br />

186<br />

187<br />

188<br />

189<br />

190<br />

191<br />

192<br />

193<br />

194<br />

195<br />

196<br />

197<br />

19«<br />

199<br />

201<br />

202<br />

203<br />

204<br />

205<br />

18<br />

Manuel Antonio Castro<br />

Roberto José Rodrigues .<br />

João Joaquim Antunes Rebello<br />

João Sebastião Marnas<br />

Saul Simões Serio<br />

Jayme Ferreira d'Almeiila ....<br />

F. H. <strong>da</strong> Silva Pinto :.­. ;<br />

Ignacio Moreira......"....;..'. ;.<br />

José <strong>da</strong> Conceição.. ;.' ." '......<br />

Luiz Baptista Silva Diniz...... ;<br />

Manuel Martins Car<strong>do</strong>so.<br />

Constâncio d'Oliveira ;<br />

Alfre<strong>do</strong> Julio Carvalho<br />

Alfre<strong>do</strong> Lopes Carvalho. .<br />

Alexandre Corrêa :. '.<br />

Custodio Figueira Silva Seabra.<br />

José Julio Ferreira Bastos.. '.. ;.". j.".'.. .,<br />

Jayme Nunes Costa Pires... '.<br />

José Alves Nunes .• ,<br />

Jayme H. Corrêa Martins Mangas ,<br />

Manuel Men<strong>de</strong>s. J .'. : . ; ;<br />

Antonio José Pinheiro ;...<br />

Julio Par<strong>da</strong>l .. ;... ; ,<br />

Jeronymo Francisco <strong>da</strong> Silva .<br />

Jeronymo Netto d'Oliveira<br />

José Braz d'Almei<strong>da</strong> .......<br />

Antonio Emygdio Ferreira <strong>de</strong> Mesquita..<br />

Affonso <strong>de</strong> Pinho<br />

A. Comes <strong>do</strong> Souto... ;<br />

Carlos Car<strong>do</strong>so Teixeira<br />

José Alves LoretQ .....<br />

João Ramos d'Oliveira ...,<br />

José Joaquim Ribeiro<br />

Oscar Vnsco Ribeiro<br />

Manuel Joaquim <strong>da</strong> Costa<br />

Joaquim Annibal Jorge<br />

Antonio Pereira Cacho...<br />

Affonso Henriques CabraL.<br />

Virgílio Ribeiro<br />

Antonio Gonçalves Azeve<strong>do</strong><br />

Julio Cezar Ferreira<br />

Joaquim d'Assumpçao Santos Artino<br />

Mariano José Ribeiro<br />

Jorge Belmiro d'Araújo Regallo... „<br />

José Maria Vicente Falcão....:.<br />

Eugénio Augusto... :<br />

José Carlos Ferrão.....'.. .'."„■..'<br />

José Nascimento e Silva : .;:*'.;.'.<br />

Albertino Rodrigues Car<strong>do</strong>so . i. ; «.. '...­.<br />

100<br />

200<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100.<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

..<br />

H ■<br />

1<br />

153<br />

J<br />

206<br />

207<br />

208<br />

209<br />

210<br />

211<br />

212<br />

213<br />

214<br />

215<br />

217<br />

218<br />

219<br />

220<br />

221<br />

222<br />

223<br />

224<br />

225<br />

226<br />

227<br />

223<br />

229<br />

230<br />

.231<br />

232<br />

233<br />

234<br />

235<br />

230<br />

238<br />

239<br />

240<br />

241<br />

242<br />

243<br />

244<br />

245<br />

247<br />

248<br />

249<br />

251<br />

252<br />

253<br />

254<br />

255<br />

256<br />

257<br />

258<br />

MlliEi<br />

Antonio Paulo <strong>da</strong> Silva<br />

Francisco Gonçalves Cal<strong>de</strong>ira<br />

José Augusto d'Alincourt Guimarães<br />

Leopol<strong>do</strong> Augusto Pinto Soares<br />

Rodrigo <strong>da</strong> Silva Ramos '<br />

Helio<strong>do</strong>ro Roberto Macha<strong>do</strong> Moniz..<br />

Joaquim Pereira Violante.­<br />

Francisco Affonso Magalhães<br />

José Faustino Rodrigues .­. .<br />

Antonio Victorino Bello<br />

Josué Narciso <strong>do</strong>s Santos<br />

João Carlos Pedrosa<br />

Francisco Lopes Marques<br />

Antonio Sequeira Lopes d'And ra<strong>de</strong>..<br />

José Lourenço d'Almei<strong>da</strong><br />

Julio Maria Lima Sousa Lurcher<br />

Dr. Lomelino <strong>de</strong> Freitas<br />

Ignacio Bellard<br />

José Simões<br />

Francisco Antonio Alegre<br />

Taurino Lopes Mega<br />

José Castanheira Nunes<br />

Thomaz <strong>da</strong> Silva Jorge<br />

José Agostinho d'Oliveira<br />

August Mauser<br />

Wilhem Johannes <strong>de</strong> Vries<br />

Guilherme Telles Menezes<br />

Ricar<strong>do</strong> Castanheira Nunes<br />

Simão José <strong>da</strong> Fonseca<br />

Joaquim Lopes Ferreira<br />

João Pereira <strong>da</strong> Fonseca<br />

João Carlos <strong>da</strong> Costa<br />

Antonio <strong>da</strong> Silva Martins<br />

Mariano J. Fernan<strong>de</strong>s Sant'Anna...<br />

Antonio Augusto Vasconcellos<br />

José Manuei Pereira<br />

Joaquim Ferreira Pacheco<br />

A<strong>de</strong>lino Simões <strong>da</strong> Guia<br />

Alfre<strong>do</strong> Vaz<br />

Antonio Ribeiro Car<strong>do</strong>so<br />

Suzette Sabi<strong>do</strong> Silva<br />

Antonio <strong>do</strong>s Santos e Silva........<br />

Alfre<strong>do</strong> Thomaz <strong>do</strong>s Santos<br />

Luiz Gomes <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong><br />

João Pedro <strong>da</strong> Costa Junior.<br />

João Antunes Baptista<br />

José <strong>de</strong> Carvalho Azeve<strong>do</strong><br />

Albano Garcez<br />

Januário Joaquim Nunes<br />

•19<br />

100<br />

200<br />

100<br />

159<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

300<br />

100<br />

100<br />

100<br />

2C0<br />

10»<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

10l><br />

200<br />

200<br />

100<br />

200<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

150<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100<br />

100


2õí)<br />

260<br />

261<br />

•262<br />

263<br />

264<br />

265<br />

•266<br />

267<br />

263<br />

269<br />

270<br />

271<br />

20<br />

Pedro Maurício d'Almei<strong>da</strong><br />

José Vaz Ribeiro •<br />

Antonio Affonso Rodrigues Pitta.<br />

Luiz Frazão '..­..' ............'....<br />

Álvaro Augusto Coimbra.. '•­'­­■<br />

José Pereira Dias... ......... : J2:<br />

Miguel Carlos <strong>da</strong> Cruz ....'.'.'.<br />

Antonio G. Costa ............. ~.<br />

Guilherme Passos Costa.... ..'.­.<br />

Hermogenes Julio <strong>do</strong>s Reis..<br />

Bernardino <strong>do</strong>s Santos Carneiro..<br />

Eduar<strong>do</strong> Nunes <strong>de</strong> Carvalho...­.<br />

Valentim Nunes <strong>de</strong> Carvalho<br />

"■sssnsaíK<br />

•.. ; ';­ •,%'í^>­/"'^;>vfA. , ­J:/7 í v\vr>'\.~1­» , .­Vv;u­".cí~­ ­ •­. • ' ■•• ■* ■■<br />

^•r/v'v.­"i­"­,"''­' •• .­­.­,­:^.­tf­ ;.'•'•>. ;'■ ■■' ■'iJ.v'c.v••■'.­.■ '■■': ;.' r ■',.•' ■■ ■:■­■<br />

j;1^­­'­­^í ; 'Y^^ : :u''­Vr­'*.­ "' :: ::..''<br />

■» rCr-'*-"' > • • "■-•■- .J ■—;­­­ ­'­'<br />

«v"4r, ; .'CÍ­...­V:­­fT.^r ;';'.­/.'­.!''fv''*­>­ r \"^c^v»'/ ­.­^­­­­ í­■ '.'' V* •


1906 - 1907 (Excertos referentes aos exames)<br />

■ ■ - * ■ - -


è-<br />

oo<br />

m<br />

0<br />

,3<br />

O<br />

-o CO<br />

u ><br />

<<br />

«i<br />

<br />

03<br />

-a<br />

e<br />

o<br />

"s<br />

o<br />

a<br />

a<br />

eS<br />

O<br />

OS<br />

«1<br />

as<br />

157<br />

Cd<br />

c/a<br />

as<br />

ca<br />

8<br />

te ir<br />

z<br />

3 s<br />

2 VS<br />

O 1<br />

0 -<br />

(D a<br />

> 2<br />

(D O<br />

— H<br />

i K<br />

o<br />

s<br />

i o"<br />

< s<br />

a. as<br />

< i<br />

O I<br />

5¾ O '<br />

a.<br />

^ )<br />

0^


Ci<br />

CO<br />

i> a<br />

s e<br />

«.=­ s<br />

8­¾ ­5<br />

ce r- _<br />

vt<br />

T fc B C es<br />

t S<br />

M ES<br />

L. U<br />

"§2<br />

V<br />

o o<br />

E2<br />

— ws<br />

3 —<br />

iï­i<br />

c ■ S<br />

—> C V<br />

o £<br />

3<br />

eu<br />

Cl<br />

3 _<br />

J o E,g<br />

C ci» es<br />

5 « « 3<br />

O j c = P = o C<br />

ice o v a E C '5 •<br />

°z=Sc


1908 - 1909


161


'*•:•-, .-JT.. iSV'j<br />

•••••••••••••••••••a*r«*«••••••••<br />

Em cot<br />

(Testa socie<strong>da</strong>,<br />

Nome ..„..;.......;<br />

Mora<strong>da</strong>.......:..:<br />

Nome...........:..:<br />

Mora<strong>da</strong>... ;J<br />

Nome .......„:....:<br />

Mora<strong>da</strong> ..:.....1­<br />

Nome._.'. .„;;<br />

Mora<strong>da</strong><br />

Approv<br />

(i)—Minima: 100 rel<br />

(3|—Mental, trimeMi<br />

2 "»<br />

V «<br />

a •<br />

a.<br />

=4. »<br />

'i 3<br />

§3 a<br />

i' f<br />

S" ­■<br />

O<br />

a.<br />

a.<br />

Õ<br />

163<br />

3 n<br />

Ti—<br />

O 3*<br />

■2 3<br />

­> » ~ ­n M» o ^­,<br />

o<br />

3<br />

c<br />

r><br />

O<br />

■ — w _. o 2<br />

, en<br />

n n n n<br />

3 S<br />

O O 3" »<br />

H O » C<br />

» 3 <<br />

_. < O 33<br />

3 O -> 3<br />

O r» C<br />

93\ 7<br />

O w<br />

° S<br />

SI<br />

2.ÎLS<br />

o « 5"<br />

5' §" O<br />

O<br />

cn­i<br />

O B><br />

3 n~T3<br />

~ CL, s<br />

* » 3 » 5"2<br />

era ». » o_ nj<br />

2 £.8 Q­i»<br />

n<br />

r3<br />

3 "73 Q_<br />

5Î » O C? 93<br />

-O<br />

S3 o i> •<br />

- ^ai Û» O<br />

» > ' §' B3<br />

01 — w o "...<br />

r»<br />

2.23 «5?ã<br />

s» 2;<br />

— n<br />

c o<br />

O Q.<br />

ti *o<br />

n<br />

3 « 3 b cn<br />

r» ■* o<br />

2 sós.<br />

■-•-■■■ - in- •- f—<br />

:i i i » ■! l­i '— i­i, ­,­ i . i ""•** nrrnsaa ■'l)>r.OT^ 1 ^ , . ¾ ^ ¾ ¾ ¾<br />

t 1<br />

►<br />

S»"<br />

O<br />

o<br />

i<br />

o<br />

><br />

CD<br />

m<br />

o<br />

0¾<br />

CS<br />

•-CÍ<br />

<br />

m<br />

"Proposta. n.°,.;.v<br />

i e Ëscoltt<br />

a socio pró<br />

le igt.<br />

«uaTA<br />

MENSAL<br />

' dl;


165


■ ^ í<br />

p­;Socle^a<strong>da</strong>í Anonyma. <strong>de</strong> Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> : Limita<strong>da</strong>.<br />

especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>. ^£­«»"­5;^: ggr­ sa: v* r.*­ve ?> ss,.* ^<br />

JjM J" P or*a ^à'dii^S^di^^^'o^énmSu^^<br />

■ ■» . — ­ ■ :rven<strong>da</strong>­ exomsivá^aoa ­acon« g! ^..­.v ­s.<br />

subslituin<strong>do</strong> com vantagem o fungão<br />

«J^gDE:vSANTA:jCSTA,í ; 42<br />

wSsteiSSkw­<br />

*^


LU<br />

û<br />

<<br />

ce<br />

o<br />

í-<br />

tf!<br />

<<br />

O<br />

U<br />

tf)<br />

W<br />

LU<br />

CO<br />

LU<br />

■ • X<br />

s o U<br />

LU<br />

•. ce<br />

■ ■■ C3<br />

o<br />

Œ<br />

L LOS<br />

■ • • ■ • > •<br />

• co<br />

LU <<br />

O<br />

<<br />

a<br />

UJ<br />

■Mil-<br />

O<br />

o<br />

5<br />

0<br />

u.<br />

le-<br />

0<br />

t<br />

■u<br />

0<br />

(0<br />

LU<br />

t<br />

Q<br />

? • 0<br />

ra<br />

«_><br />

¢/3<br />

0)<br />

1<br />

: QD<br />

■ .tW ' O<br />

a<br />

o *­»<br />

'■ : J3 ':;­ u.<br />

­ Ci> ­ Q<br />

V3 ■:<br />

■­ G­o<br />

,. 0<br />

• ._ 5=<br />

0<br />

; ^3_ ■<br />

, o<br />

5<br />

' 0<br />

0<br />

. O<br />

CJ lu<br />

.'. ta ■■■ 0<br />

. '■: ^ "


é<br />

JVT<br />

r,<br />

*.<br />

*: •<br />

?..<br />

* . ­ ■<br />

ft-;;<br />

„TX- •«•<br />

V.V.­<br />

Relatório <strong>do</strong> .¾^ ...;•_ '<br />

f•'•V­St^ •:••.. Conselho Escolar'<br />

<strong>da</strong> Escola­Officina N.° 1<br />

' .' ■<br />

­'>!r­'­.­<br />

; ■ " " .'*. ■;.>"­"­..' •■" ­ p"v raoi C...<br />

­"fr—­ ;­ .­ "•­■­" •■'■' ­ ' " ••'V.­^ •:•.grama e o<br />

' ­'{^^«Ç^iVíai^teSviíSS^? 1 ». conquis socWalguns<br />

. • ■ voivimento intelectual selhe^r^ ' ? ' p<strong>do</strong> exer *P* p.producto <strong>de</strong> um meio emnnf «uoo­tem o seu temperamento '<br />

,/malmente carece <strong>de</strong> umràum m n?/ e Cre _° u e se <strong>de</strong>sinvolveuTnam '<br />

;^ vem paraia­EscoIa SStodl'ï^ p r °P n '°' "P«ial Quan<strong>do</strong>" ­ .1<br />

­•aquenes. «m <strong>de</strong> sêr <strong>de</strong>stSs etes ^ ^ "« virtud * s ^ ! A/onentação Que­DrM.Vi» J~ caucac ao ­ " •...­.'­"<br />

ww*!»wesr­­:­,­5«<br />

171<br />

,v,v..«..<br />

-:¾<br />

-d<br />

1 rv­­.


£ S­o o = ï ^<br />

o « t: o o c<br />

.2 «> P >~ 2 r.<br />

,ïfcg •«•=><br />

o 2 S t» *• u o S *•§ J-? S g<br />

rr re S re «ti ce £0<br />

S ­,:2 c re<br />

a. = ­c<br />

r*<br />

3 ra<br />

U to S '§ « g S a<br />

l jfj>.%^'" "W MpM<br />

o ■•­■u.È.ïï.iuSi­ïi'i<br />

° „­« Sb».S S «S­P T<br />

3 ­ 2 Í3 u «o<br />

» r «


^..-. o O-g es es ,4i ^ b •*"<br />

O e* ■' :3-¾ S *» eo<br />

w __ jy *^ cS ■*■ "- ■<br />

S<br />

g s o"Sz"H­o<br />

ti es<br />

y J J 3 . S ce<br />

o p^ — c = i="3 C =_= ? -3<br />

CC""■ O C es ?<br />

us* v »• 3 S<br />

o 5"Ul3 C «3 =<br />

O<br />

10 e 1<br />

■ 'S 3-S'C- , « — es > . ■ >_'~--«-a S— « — 5 ^ e. ­." n c­v,2 S .-T'es §­S.| o<br />

8­2 = ­ ° w ey<br />

"s "0<br />

U U T<br />

TW >t ÇS<br />

es O O<br />

>JH S.SI2 « S..S _• 3 2^" 2<br />

ï.­ë 2<br />

: " « 2 o 1­3 S 2­57« 3 g­2 o! 8­2 =<br />

•"o 3 =..8,= 2.CJ.2. s _ « c-o ­ o ; c t. ^s; c o<br />

- - - ,- es W.»<br />

3" w<br />

-2 S «5 S«^r 3_ „4J «4J «i ?. c 'i »,<br />

ra '«<br />

«s = 2 - c- y<br />

r- 0 — 3 C— es<br />

" " U „ « » 5 S U<br />

es<br />

r; O-a '<br />

•3 S 5<br />

u C ~ "g .5<br />

o — —<br />

í 5<br />

n<br />

C­uic: 2 r « u­c<br />

"U t>. 3.2 es 3 S<br />

w es es _2 — , «J —<br />

~ ~<br />

3 o ••<br />

— > o<br />

., O S<br />

L u<br />

o °<br />

« 2 5,3 •« C 5.2­­ _<br />

6.1* y ■ ' « £-2<br />

c «­ s ^ï ° 2"p4j<br />

re<br />

­2c^<br />

— l­ .— — i ­ "O Ç 3 _es 'j= s g ij. 'es 1­ •— —<br />

'- n O y = ej 3<br />

=S 2^<br />

o ° iC/O<br />

r. ej il X u<br />

—. ^— Vî<br />

u<br />

ç<br />

W C X n Ç _ u! .es<br />

«­o Ï;­3 ^<br />

S3 d õ _ rj<br />

C — « h es^O<br />

y u y CiTpCj<br />

•- C"3.2<br />

u O<br />

m 2£<br />

es rp g O 3 C e<br />

C u S'O -<br />

3 o C<br />

CJ 5<br />

- O u 3 - ■ 3 ~ 3 - O -<br />

, C « . S : Ï O<br />

0-3 2<br />

es<br />

^- v; c<br />

O E O 1rs<br />

"O «<br />

C<br />

-— — ej — ey 3 e c<br />

E O C es -a<br />

in re (j u- C- • —<br />

es es<br />

O -* '~r es es R§1 c 2^ 2­§a^­Í =y «8­1 g<br />

.3 es 2 - c - o : c£-J= 5 _ C O c es CJ.3-T-,T3 3 W3<br />

3 o =£» c o _,<br />

= ^ y<br />

,, - u > o ï .<br />

O i_ es O \rz 2 O ej _.<br />

J .: r c O C les *><br />

r- 0.3 es e^<br />

*i S *" "<br />

«rs S es £ ^ ^ cl<br />

g J­. 2 5 ­o 'u ­g o g ­<br />

« ^ , - .hcjcj-<br />

•- ,T3 u C - », y et s a «<br />

C2.-CS UJ<br />

re<br />

c re<br />

O = g g<br />

E rt £ C ï= 3 S<br />

_ ' cy w ^ ­ 3 • ­<br />

St.,ï 2­­ 15 ^<br />

, e= g" s ><br />

>« g<br />

­ "5 a c<br />

es ><br />

C O Í3 . g «<br />

£ v<br />

o '3 '-> es i_ O<br />

e, P ^ .= C-C rf<br />

SJ 3 "> ej O es -3<br />

- 0 0 c C Ï T Ô<br />

es e- es<br />

­ es (g .S<br />

cj "C H<br />

~* es<br />

a cy<br />

p a<br />

­w o e'5<br />

iî "O<br />

3 3<br />

; cy^<br />

cy "d<br />

On»» y> "" 3 — y)<br />

^*r2 o 0 £-2 es ­§4J<br />

3<br />

-U es<br />

C O -<br />

£ Í 'U y O 'iî y.<br />

174


"O<br />

5 — esc.— */: co­s es —<br />

2 ~ r n — °<br />

r K S<br />

u ti<br />

73 C • — .2<br />

f ­ 3 'J «<br />

r­ ^ 3 Í<br />

•_ O S<br />

= 51­2 *»'5>2 «<br />

5 2 « ­ c~~ 2,'û £<br />

.2 " O "O O<br />

— C F- o —<br />

to O o cr<br />

, 5 : « 3<br />

« a c o<br />

O S 2"~ %.'£ ' ­ C3 ­ g ^<br />

2 ~. — 2 _ "<br />

S3<br />

= n O<br />

^L"? =<br />

3 *»<br />

~ t— -^ 2 tl w w M ?C< ci E d 5<br />

-<br />

• — ci r* ■— C 2 rt ^<br />

- = 2 « a ^, *. ^ ­. *» «í £ PT S *­ ^­ »cs<br />

~ _2 ­2 O O —* ~ ra v —\ co<br />

g c = _-õ<br />

o S, °"-S o £ 5 1 g o ._<br />

O. S S 2 «a 0<br />

° •= ° 2 s 2 §.•= g>o­§ S.°<br />

~ ;" ,~ — = ;■• ^ u~­ 2 ~" e* £ c<br />

ti — CO ,-. ■* W '.3 «. — « w<br />

« J2 , s ?. 5JU ,. • ­ o ­ 2 2 _ o es<br />

"73 . s -j B « C K C" -J ~'2\2.£ «<br />

­ « J ~ u ° 2 = « o h: .u<br />

w i' ? — S II C^i-í'— ^<br />

1-2-i « S ï § ■"% 2 J<br />

n S'So<br />

n >­ S 5 — CO n"> 1 ­ ï Ï<br />

uoE<br />

C C 2.­— T °<br />

>­ S 5 — co o " ­ ï ; 5 "Ta «i u<br />

2 es H S « « |­­!3 (­TI 2 2u u<br />

i K (*Í s .2 S c c^s<br />

CO r- 73 2 -2 W *— o *-<br />

•­»,2 _?~ « ­2 es<br />

5.2 «> « ^'r<br />

— m<br />

p u — CO c 1­<br />

­ cr 7 j2 ° .2<br />

S u > w »1 '■<br />

15 CS CJ CS ti<br />

8 í? « s a<br />

« y*­i »2­2<br />

^ 2 - C<br />

2 Û ~ 2­2 °<br />

r O S>, O" 2 TJ<br />

c u<br />

C/3<br />

CS t/i .. O<br />

CS o ti<br />

cs'o­­<br />

CU -<br />

G<br />

A • V O ^- 1<br />

;<br />

— «<br />

­ o<br />

U5 73<br />

J -3 _tl u<br />

O ÕbTítí<br />

O.J3 t/5 .<br />

E « E re "><br />

— CS tO •« •es O ^~ ra -•<br />

c 3<br />

U V!<br />

O J f<br />

Se<br />

£S<br />

cs « CO<br />

■ O 73 .í o 73<br />

« CS<br />

o<br />

o"<br />

c s ^ 7 3 - -c - s<br />

ics 73<br />

u<br />

3<br />

ej ,2 ":<br />

•ï Î5­S<br />

l/l u<br />

1/3 ti V3 O­t)<br />

O .2 ~ ti<br />

C^ 3<br />

. > .2 *■ * "3 í/ X *.<br />

~ £ es « s «1<br />

« « ­J c 32 ^"§W<br />

- .5 N ><br />

es<br />

~<br />

73<br />

:2 o 12 ir>.<br />

C3 :> v3 2<br />

.» o"S S,ï S Ê' !><br />

O ti<br />

es "O es<br />

CC<br />

""<br />

= co<br />

O<br />

ti •— es 2 «T'CS<br />

Vj ti<br />

3<br />

.2 :— cs^<br />

'— 1- CJ v. r-<br />

çs ti j> o - 7 3<br />

U ttJ —, fc—■ í" Õ ^* C "T"1<br />

­ «3 O o Ce<br />

es SO<br />

'<br />

CO —<br />

M =~<br />

3<br />

2-2 y^ £ « § 2 =><br />

2 c<br />

o<br />

— ti<br />

t>.<br />

« = i^r cs ^2<br />

3"~<br />

u :<br />

V S ­ ­es<br />

~ CO - 2 es 73<br />

O [=­2.2 CL<br />

les (j > u<br />

l > 5 O C<br />

­2 5^.3 3 —<br />

'--£ ..~ « > 2- =<br />

o J^ w y cr 2<br />

s".ã 1 § g i « 11<br />

2 U­.2 _2 O 75 ti —<br />

^ 7 3 3 e s > 0 ­r. 0 2 y. r j_l 0<br />

1— ~ V es ' - » 73 a;<br />

~ £<br />

O<br />

3 ti<br />

273<br />

in<br />

CO r-<br />

ÇS —<br />

5­0<br />

cc<br />

o 1 =<br />

~ 2 2 ­ i. ­t) s:<br />

~5 c 2 =.2 2 ­ ,.js i;^3^2<br />

.2 -S c s ~ tas<br />

S g 3 •'■ „ ­" O 73<br />

­73<br />

tr. O<br />

te<br />

es ­~J C<br />

IO<br />

es c<br />

2 ti ti c o _*. — ­. = >'2<br />

to .2 to<br />

«73 73 es " ""*• £ ­•<br />

« i_ o to 3 o<br />

«J S 10 c -<br />

"« o 2.« « «" c<br />

«73 c. crJ2 -es Q0 c<br />

w „. c '<br />

­ S; ,2.2-6 « 5 = u»= rS.S><br />

c-2-^Jí" - « O u2 r.y Jy p M<br />

•J,.o­ ^­ = c a 'J ■/. w _ £ _D<br />

ft . A / )<br />

.2- 2/cj<br />

3a 373 2 2<br />

— .<br />

L­ C í­<br />

ÎJ<br />

E­2 õ~tl<br />

w Li •—<br />

« es CC;­ S 1- 2 S E<br />

t­ — 73 2­ '­> C • —<br />

o : a 3s «s z<br />

_— •_) "O 1»


"3<br />

u<br />

O<br />

es V'<br />

il —<br />

■ il 3<br />

O ej<br />

­3 ­a<br />

■C<br />

1«<br />

C3 'A<br />

r- cs "G<br />

U. l_ IO es "J> CS<br />

— = *­» O<br />

rs C-C O /—<br />

O<br />

es<br />

tO ­a es c ti<br />

­a —<br />

« _J es<br />

tO<br />

es x i—<br />

­o<br />

o<br />

C5<br />

CX «^<br />

f<br />

il O C3<br />

■a C o-<br />

c<br />

G r; Zj<br />

£<br />

o<br />

o i_ eu E<br />

<br />

'J»<br />

CS CS<br />

il r—<br />

ii es<br />

C<br />

3 (— CS ­a<br />

C 3 3<br />

O<br />

o<br />

u ti fc- !/)<br />

;­ ^1<br />

o<br />

ÍI<br />

S<br />

ii<br />

(—<br />

O<br />

ti L_<br />

,_ ­.<br />

X ­_ ­o<br />

t/i<br />

s-s '"V<br />

ii<br />

ICS<br />

ti-<br />

C es o c<br />

O ;cs<br />

u<br />

U c .Sé C ii<br />

U<br />

^ï 1 "2 cj 3 o :o cr<br />

o ,¾ a<br />

'O ii<br />

—'<br />

'_: r­ ' ) 3<br />

1~<br />

X o u<br />

O , iJ<br />

Q CS<br />

C<br />

D<br />

O i_ 6C •^<br />

r i><br />

B = o •J<br />

> to<br />

to -- es ■4 o il<br />

"T3 eu<br />

es<br />

es CS<br />

CS<br />

­a CS<br />

3<br />

ii c<br />

i)<br />

■n v:<br />

11 -x . tO<br />

a<br />

to w<br />

"3 •— Cl, cx •O<br />

ÍI<br />

^: 1) 3 S to<br />

= -3<br />

p o<br />

O ti<br />

"0 cr iC-3 3 3 T « t/3 -3<br />

C<br />

'o<br />

o<br />

LU<br />

0<br />

w<br />

c<br />

o<br />

,­ — »­ i­ 0 3<br />

C .<br />

— to S­2<br />

w « , « W a -34/<br />

c O<br />

3 « ^es­3 3 « Z _2<br />

C3 "3<br />

3<br />

03"2'« £:3: "»­j 11 1—<br />

—<br />

3 C ^ -^3 3<br />

il<br />

o<br />

S w­es v : v. — ­—Co rt-o Q í) - "S "S<br />

■£c> c 2 r;­­ ­■£ = "«^ ». ri « o 0 3C<br />

p 3 3" S S C ­ n H y « Si­3<br />

s^cisc­ 6 . . . C C . s g s .0 g 2­as « i— §<br />

, o<br />

c. gT3<br />

ty y c<br />

es<br />

t><br />

: 3 '—•ti to —<br />

Ctr.<br />

E S<br />

• g 5fiC ^_0 D S 2<br />

' °-= - 3 »"S' C3.=i<br />

; : E S/ 5 — 5 3 3<br />

~ i c ­ r ç . y ­ " r r : : — Il ej *3 =^ y ­» ^ L*<br />

ii , ;<br />

~ •­£ 5 '­> .' "3 3 3_3 SÍ.­­ O _<br />

"3 ■- (— — .<br />

- ""■ 3<br />

C .3 ,<br />

­ w 'J<br />

il<br />

y.<br />

.3 y. "J _<br />

-es to es T3 .2<br />

3-3 'J<br />

to il V C<br />

3 _ y 3 -J<br />

• - CJ — i; j;<br />

­3 ' ex « ­3 £ Ji<br />

C cj — x 3 — ï 3<br />

CJ e CJ -Q 15! ■" "3<br />

— -y. • — — _ «<br />

O i/ ~ •_ 3 3 °<br />

ii >3 x es<br />

■3T3-3 ■r. u. ÍI --j -3<br />

c \j<br />

re v U ­S b<br />

0<br />

0 '­*<br />

•­V<br />

3 0 z_ ;<br />

■3<br />

r — 0 LM £■<br />

7 'J<br />

0<br />

X 0<br />

■3 ce X<br />

0<br />

tj<br />

Zi X V<br />

'.j C3 ■ —<br />

—> CL —— JJ V ^J5<br />

M u i» u- ­tj y 0<br />

CD<br />

U — O ­tj<br />

co<br />

f— C<br />

0<br />

"C "TJ<br />

s= M<br />

—<br />

ÍO ^ri M X<br />

­,* sr<br />

CO est­<br />

U 0<br />

0 0 "C<br />

"­j X<br />

3<br />

u_ to X<br />

3 Z 0<br />

^ ' r ^> 0<br />

ZJ<br />

X u a<br />

5<br />

n i—<br />

cr<br />

"* ex tr ej ^<br />

2 2<br />

3 3<br />

II<br />

to ÎO<br />

3 3 r<br />

• es<br />

•J —<br />

2 r- ■•« « - 3 r '£ c<br />

w — es JO ..<br />

i,» 'J rz c rs<br />

1 o 2 2^­2<br />

'5<br />

o<br />

c c «"12<br />

ty H ies 3 . ej s<br />

- t_ co ^ — - ■ ^<br />

es — es<br />

C"!-<br />

=<br />

y c 3­7. 4/ ­J<br />

3 <br />

n «" ­ '/ ~ '<br />

3 CS^<br />

'5 " S es<br />

to es N.<br />

.2 § Í 2 | I |<br />

u-w -j SS cj cf, -j<br />

176<br />

3 c


o<br />

m<br />

u<br />

5<br />

■o<br />

■*»ir=' L 7v»—' ! . ■.­­<br />

O<br />

J2<br />

ter<br />

O<br />

c<br />

t/:<br />

o<br />

CA!<br />

S °<br />

"3 C<br />

c<br />

03 0<br />

O ii<br />

c 3<br />

cr. 2 \í<br />

■si ~ rj<br />

o r ­a<br />

S­2 3<br />

u u ^<br />

u. i­ ­a<br />

o o n<br />

,„ ­ «<br />

3 s<br />

o<br />

3.1 O"<br />

u<br />

o<br />

­s 3: ­<br />

Hi<br />

"*o.2<br />

... i,<br />

g ci i_<br />

o c c<br />

rL2 '5<br />

s'il<br />

o « ■-><br />

r si s.<br />

s —0 ti<br />

* — Ï—<br />

o ; o<br />

^¾¾<br />

y y. ­<br />

3 O ""<br />

°"= £<br />

ii « r:<br />

­O­3.=<br />

o £^<br />

•­­ c<br />

C3 O 3<br />

._■ C3 " il<br />

f c •­<br />

KJ ti Ç Ç<br />

u. _£2 Í» » J o<br />

O n^ u £ 3 2<br />

g S o "C ­ o­ ­j<br />

5 u '" v: ~Z<br />

J « ­J .­<br />

o îi = -<br />

ii<br />

— il i,<br />

C3 ^ c<br />

.. w '■A ■J> V il r-,<br />

O V> - " ti o<br />

c «<br />

n 5 C'2 o 50 si ­<br />

ti<br />

■r- -'«.3<br />

ii rt<br />

* t3 o 4 _,<br />

i> S O « 'J ? "<br />

i- > x ~ f- 1 Ó 1 2 "* '"r<br />

*2.s 5<br />

5: ~<br />

H %! «S «» _. S = 5 3 3<br />

w &■<br />

2 : o u c<br />

2 c 2 S «<br />

T3 O •ca<br />

rí<br />

S v> o s<br />

!_ •- O<br />


S 2<br />

c i<br />

es U<br />

•J il<br />

- c<br />

3 2<br />

3 3<br />

il 3 'J ,~ il<br />

y; es '-> 'A CO<br />

v. — s- —<br />

O J « - J Í<br />

f ji « j2 2<br />

2 c.<br />

o ç.!L s I<br />

i­ ­­avid<br />

O 3<br />

o _ .? û.2."2 §<br />

C •-<br />

3 i_ y - •-<br />

73 M 7Z ­" — 3 VÎ — 3<br />

il U — S<br />

O<br />

3 js<br />

­a ii<br />

•«J ­J u<br />

— es<br />

i><br />

>


~ I<br />

re OJ3 g «<br />

> £ O °­=<br />

Íc5^ re g<br />

:/:­­^1<br />

í o "3 CD re<br />

~ « v 5 '­"•<br />

O<br />

J<br />

■speed's<br />

­ = £ S<br />

•" c<br />

s o^­sg 2 I<br />

3 re ^ _: — O -S<br />

o ­ = „; = £­o<br />

£ S « « 2.<br />

O •* C o ** .j,<br />

y O « es "O « g<br />

t = o5 rj [•re<br />

** c •— — ~ H<br />

re<br />

c<br />

O<br />

re<br />

P re o<br />

­­o­a<br />

o 2 o<br />

"= o t_><br />

=='» S<br />

= 3 =<br />

,15 u w<br />

•—­ re<br />

•S 9=0<br />

cr o<br />

re -n 'Z.<br />

S<br />

rt 5<br />

il CJ<br />

es — ­ T3 C<br />

~ « ^­ U ■ Z es g<br />

U aro « o<br />

" lí o<br />

O^T3 u<br />

8 = ­H c<br />

Ú ­o •­ >re ^<br />

« S 5 2*7<br />

S» C ej O t» .<br />

o SÇ = re .2<br />

T3 "3 re C<br />

2 « —.H<br />

re .­2 ­. C *­' u<br />

•r '­> u 're „ v<br />

t C_S « t­ C<br />

rf «*"§ i­ O X<br />

« «S i<br />

P.y «"O<br />

S­­ re °<br />

-3 — — re<br />

S .2 S c •<br />

­ u E 3.2<br />

s, w £=o 5b<br />

3 «; ^.^.o ^<br />

«­ = £! d^ o<br />

.„ w "TJ^IÏ<br />

sSfeoug<br />

^ 3 2 S.­S 3T'e<br />

_ .3 f C_- =<br />

.2 o re p u<br />

ex­n<br />

O re<br />

«<br />

S<br />

^­2<br />

w ­,"°<br />

re<br />

a "> —<br />

' J 3 g^çC<br />

y­a S .2 «<br />

e- - •= 3<br />

179<br />

■ 1« «Unmrlti *il­<br />

.......


vi<br />

3<br />

~<br />

— lj , 3 *~\<br />

o<br />

—<br />

r.<br />

T3 u •-*<br />

—, .—<br />

Z u<br />

J<br />

— y. 7Î<br />

>1 - '<br />

c o<br />

."*<br />

D •-><br />

­3 2 2 3 £<br />

3 C J ; "J<br />

C O =C S<br />

-■---> 3 ■■/;<br />

■; ^ ■. u D<br />

-j ÍI ■- ii -<br />

:*s """j r~ "Tj<br />

O a 1j 5^2 p<br />

*s3<br />

íw<br />

■a y ° S 3<br />

— V., — i) ..<br />

"3<br />

O £ T3 cs O w -<br />

• *N U 7) """ r- " 5<br />

<<br />

o<br />

•/• 5­« ­ —<br />

ij j; ^ o —<br />

PriK<br />

pleto<br />

s, CO<br />

lielec<br />

mble<br />

^ £ 3 . 2<br />

ii<br />

•/:<br />

3<br />

/:<br />

3<br />

Çj<br />

p s s "J ­_<br />

3 3/:/: xr<br />

'J 'J U <br />

ON r*< H<br />

: W<br />

CJ ; ffl<br />

T3 <br />

H<br />

0<br />

2 S £53<br />

2 5 ci S<br />

.5 3 . 3<br />

•_l ­* ' c ~*<br />

W ti 'A *• ­X<br />

g«J­ S = i<br />

I­<br />

ï '" ■(. ï H Î fl í •; ; Ï 7 Ï «<br />

*


SSS?35?P555Í!<br />

SiAffOEH­'Q<br />

l'»J­í?5ôi'l<br />

OR'JfOÔ<br />

(MX)? KC<br />

OOSíOOC<br />

p OipCAOjddc 3 SOIU3Ujn|0UJ"^<br />

soiâBJinç<br />

jopciqoa OB UI38EJU3O"JO([<br />

'." ojnSss sp OIUI3JJ<br />

[Ujpsjd oyoïnquiuo^<br />

onuiiuoo « ' n<br />

: • • ouuJmduDsa os «<br />

S3J0SS3J3jd SOC 0yÓLM3UnUJ3y<br />

Hii­foç^ç<br />

OKXÍfG*<br />

ooa? u­<br />

(XX)?çi<br />

059?S8<br />

OOOfOOG<br />

080?Sil<br />

0tÇ?GG5:i<br />

OOOfÇOS<br />

W19P90<br />

(KWfffgl<br />

SVÇ? C8C : l<br />

•SOSS33X3 JOd JCJ1U33J BpcpUBUl Bqj3^<br />

B [° 3S 3 B P [ciuinb ou 3SS3O1J0VJ<br />

• • BI|3UJY xi OJicáujL ou opysusy<br />

•■yoói­ioói sp oijpiepj ou soibunuuy<br />

OU[BS op"[3n3n|v<br />

sepuSA<br />

outs-y op<br />

oiJ3isiu|i\; o|3d BÍiBd 'sBjqo cjcd BqJ3/\<br />

SO.UIEUOQ<br />

OOÕf^t SOlniBJSS a «<br />

OfS? L?S : l SBionb* sp BJucjqo^<br />

BSBO 3p Sbpu3y<br />

SOllSOdsQ n a<br />

" ' S300d|J3SU[ sp sojrif<br />

goõi­ío6i sp O3JUIOUO03 ouuc op opjcs<br />

^rzcacaisaicc ^TCLXSIOŒ.'U:<br />

NiHUl ma sp, a »pq 'so|i!sj gp ejopoid apepapoj ep Bzaísap a pan<br />

­ o "a ? C O ­<br />

­ri ­S 4» •— C ­/5<br />

u ­ « TJ « a<br />

­* ^ ­ « ** « ­»^ 2 es ^<br />

J — .. '­> S es<br />

^ —. ­* W /­ « « e­ c<br />

o


3<br />

T3<br />

S 1 ­ e 2<br />

ers* 5 ".<br />

O ii - x<br />

r* 'J —­ ' . i<br />

a a ­s _<br />

g 3 — *r\<br />

Z tri ;_* 3 '­><br />

•_ CS .i ^ 3<br />

S"o.à 2<br />

Ses­?" ^<br />

Si 4 *<br />

S 3 "3<br />

v) ­s».h ­<br />

u i­ ; 2<br />

o "> = "3<br />

ci<br />

=­3<br />

O es o<br />

'■" O CS<br />

C 3 es<br />

O C T3<br />

'-> C<br />

II?<br />

'— X<br />

la ­<br />

11<br />

es "J C.C<br />

vi G<br />

T3<br />

^ il C<br />

•- .3 ■'<br />

­ S.'ô<br />

go 5 Sra­i!^<br />

,2 «"St U.2.<br />

= TJ­r; . O u a es<br />

es g i_ ­a


5­=°­ ­Tá" 2 Û<br />

»i ' " O y s '■><br />

■Jl ~ . —<br />

v:<br />

ii<br />

il<br />

o ­o "2<br />

"2<br />

il<br />

Û<br />

73 v.<br />

T- 3 "5-2 S -5 -3<br />

"3 v; .= 1 T ~_ Sfi.2 73<br />

; j<br />

3<br />

S '— C. •■« •/: .G 1<br />

:J l_<br />

t/j »■}<br />

ZJ<br />

O<br />

o<br />

3 —<br />

C p<br />

C3<br />

g; '— ÍJ<br />

■NJ<br />

^ j<br />

■a U<br />

:; C3<br />

c—<br />

IÍ<br />

OJ<br />

^<br />

C T3<br />

es trt<br />

i) ~ .2<br />

S '2^ 2 " 3 2<br />

-<br />

3 c3<br />

y G<br />

cr,<br />

u<br />

31 O<br />

O"<br />

73 -a<br />

o ■ r* T3<br />

G 73<br />

«3<br />

u y 2 s 3<br />

o o 2 * S 5 Ë<br />

v) T3 = 3 . s -j „<br />

2 st 2 s * 2 °<br />

S­i­ 5 > T3"s 2<br />

SÍ _ . =<br />

.„ « > f» Si - êj<br />

u 2 — -~• "■" •— m<br />

— ><br />

=<br />

CS îi — Û<br />

S3<br />

"es ié"'"' CO<br />

ca<br />

^ « 3 n « 9<br />

«-Sc? -25<br />

^ = 1,2 5 13<br />

es •-— '— vi '2 73 .„<br />

— ­a o s ­a<br />

—<br />

u L­ "2<br />

■ÍI ­ O<br />

O<br />

'-i O ■T. *­J<br />

o O c 3<br />

ni O<br />

2 — 0 il Sr;*o<br />

3 ...<br />

£ j; o "2 ~° y o<br />

— ^ "M G _G "n<br />

il O C_ o C y<br />

T3 '5 '73 3 ­ 73 M<br />

"Í; s 2 y ° u'—<br />

~ G .— 3 G<br />

U--i j_ _ .2 4J<br />

1 E "f -o "2 £ 'i<br />

i, 3 JJ C ■ — D l_<br />

-- '-> ^3 es 73 •_ -j<br />

2 y. ■­<br />

1 -TT^<br />

ii<br />

r. ~, G J£ se ­<br />

u s: u i» v:<br />

■j<br />

il 3 -I r. :J<br />

ÍI<br />

■ - rs<br />

v;<br />

­­• L^ js -Q V.<br />

. ZJ<br />

•_<br />

^<br />

G<br />

y: 2 . u c_<br />

'J<br />

il r.<br />

w« c —1<br />

V.<br />

'■J j : u<br />

■ ~ ­ r.<br />

il<br />

'J se 'J<br />

73 V. il<br />

s.<br />

il<br />

"ii­, G n<br />

0<br />

il<br />

ii<br />

-r.<br />

il ZJ<br />

* ~ h:<br />

5. il<br />

Si<br />

U<br />

C3<br />

s.<br />

e— V3<br />

"5 Cl<br />

~* •J C3 j<br />

ÍJ<br />

û<br />

■G ^ U \) U il -r<br />

"3<br />

vi<br />

il ii O 73<br />

0 o 3 s/:<br />

"T3 ^<br />

ii<br />

.0 ■s.<br />

^ ■yi<br />

■5<br />

il<br />

"S<br />

to<br />

­a<br />

r3 u<br />

•A ^j<br />

■y;<br />

il<br />

Cl<br />

.■% c il o<br />

73<br />

ci 72 -a<br />

Cl u<br />

C<br />

ir.<br />

r-<br />

o<br />

^1<br />

Cl­,<br />

3<br />

><br />

il<br />

il<br />

ri<br />

ii<br />

il il<br />

il<br />

u ^­­<br />

~rs<br />

■5<br />

O<br />

^5 C3<br />

2 <br />

OT<br />

'


- 1<br />

• -a<br />

c<br />

n<br />

­r<br />

■5<br />

_o<br />

3<br />

J3<br />

3<br />

Z­r<br />

=£<br />

71 Tl<br />

ÎI 1 X I­<br />

y o y<br />

T. -n -r.<br />

** vï f*<br />

E = ~<br />

C3<br />

:£ — J, 'J<br />

: x 5 x<br />

^>l "M<br />

■J<br />

" ~~ J 3 •- '-<br />

* S.S 5<br />

<br />

* *<br />

movimento, <strong>de</strong><br />

01<br />

O<br />

t.<br />

a<br />

"3 X<br />

B» —<br />

O<br />

Oo<br />

CD<br />

• —" i" ­ îi i> i^ s z :.t x r:<br />

# ; • CS £ VI<br />

■ cfl •—• iJS r"*<br />

■<br />

O * • •<br />

• y « 5 . . . 3 cr •<br />

. .<br />

■­)<br />

t->*<br />

■<br />

* • d ­> * • ­^<br />

C CO O y) " * * î3 C<br />

to y ^- í> * • ' C£ *<br />

A. y S =<br />

5 co ~ ;c<br />

vï<br />

— O<br />

V2CJ<br />

y r:<br />

• J -î 'j • T3<br />

• c "*■ ^^ ' —<br />

"• S^.a :^<br />

y 5 « 3 '■" -<br />

lU °j2 =rr ~<br />

CO<br />

eo<br />

CO<br />

a<br />

o 3<br />

z ­ !­ c<br />

O rs u C-~ y- y J3 ­ "<br />

r" c — w '/ ^<br />

cz ■ •—><br />

£1 II s - S<br />

*— 3 . J u<br />

o ta<br />

S5 2<br />

■J O<br />

C3 y<br />

■— ? a»<br />

'•" i.<br />

co ^ c y •s y<br />

#» —• 3<br />

o = c *—<br />

c: v.<br />

y<br />

=: 1 "S3,c<br />

V) °>5<br />

•s í­ o<br />

=*"­ vT .„<br />

o<br />

y ^~<br />

ZE<br />

eo<br />

O<br />

'o<br />

c u<br />

ta<br />

■—<br />

í­ o z; ^ ­ex<br />

o<br />

y =:<br />

o . ­a<br />

o<br />

ti<br />

C<br />

­ y 3­O­S c ^ V<br />

ZE "> «r<br />

C a =«8 o c<br />

c ­ •­ ­ "° 2<br />

• C_-C 'C y ■"» ""* _<br />

eo c<br />

o o S c'<br />

ec o ^ * •« V) -3<br />

c<br />

5<br />

a» y «1 ~ ■»ag'8­a<br />

w a ­<br />

y—y­ «s s­fs­g­Slss.<br />

ra<br />

J2 y £-3 2— -,<br />

c­S­S ° a F<br />

= ­3<br />

3<br />

■3 £<br />

■ : = ­ S ï « c ? .. •;<br />

­= — ■3 2 s i­ = = .=: s<br />

« a yj=,- - -<br />

c I I Jl o<br />

c­.ii<br />

a<br />

2 8­^ oJi<br />

a "y<br />

— o<br />

2 3 =<br />

s 5<br />

2""TS,S., 8 8 3 ^-^<br />

iíScLõ?<br />

■3 O<br />

2 SO C3"3 a eo e o<br />

a y<br />

— u. y33_C.'­5; •*<br />

a cv­2<br />

«Ba<br />

, y , , 3?*e <br />

— ' '.• * = — — '­'­«^^a<br />

S M O o^:<br />

."2 ft á<br />

'J O 'Õ<br />

2 ­ o<br />

.y ­J V2<br />

S -J<br />

''■3<br />

o Ç a<br />

o 2 2 ';<br />

.. ^" —. f ï ;— > A —<br />

­ ­, y 3 = ftsi­:û<br />

^■3<br />

eu _ : o<br />

•­"3 a<br />

eu a­­<br />

S S 3 : = 0 ^ =<br />

5 S" ' o o u o<br />

CJCJ C»'<br />

■ ° <<br />

Í3 — 9<br />

' r ■■■ J» ■* 3<br />


o .• i O S •».<br />

•«- "3 ^--^<br />

i) il o<br />

. s/y .<br />

, • ii s c rr -_, is<br />

es<br />

ii —.2 .3 S"t S * -J<br />

— i>ut-_J O ^ -j u<br />

= o rï rn _T i «-»■ —<br />

il V2<br />

f~<br />

o O<br />

^ il<br />

r"1<br />

C3<br />

; —' :/:<br />

.­* J3<br />

> *«?<br />

3 = 2­<br />

O .2 ­<br />

Cfi rei . ^ ^s o Q.5.==<br />

> gG ò . Ji­ã.­s<br />

O ~ O U •o — ­ '5 ­5 o « « .3<br />

•- _. C/j I _ 0 C - 3 0<br />

rs "O O<br />

'U O C<br />

T3<br />

il il<br />

O ^* o<br />

—M<br />

0 O<br />

2 "° 2 o ~ -a « « «o- S •§ g g- I 2 c<br />

­J ' 3 c 2 2 rv 3 5 •­"<br />

s S.73<br />

„ o £~'5^ S.2u<br />

'.0<br />

O<br />

= „.~<br />

,±:§­« S 25 S i^sg 5"°<br />

"o.^2'3 c.3 o cZ<br />

35c c its ' ­c/2<br />

p.»<br />

^o<br />

d. si C £■ o « • ­2^<br />

c*­; Ls. 3 :¾ 22 Q C­ i»<br />

T"***" 1 -*-"*""' " ' '- Wmi<br />

«o«*rîOo<br />

o<br />

^i. y) ■T3<br />

J<br />

T3<br />

rï —<br />

il<br />

O<br />

ç<br />

zz<br />

7* ^­ O<br />

' ~~<br />

—<br />

­f<br />

o<br />

»-s<br />

u<br />

■n '"r<br />

y.<br />

■­ —<br />

—' ■J<br />

o<br />

-3<br />

•J<br />

•• il<br />

C =<br />

"2-2<br />

O •/)<br />

CO<br />

2'5<br />

c d,<br />

' "~ U<br />

V. TZ li WM<br />

­ •<br />

■^r ­^ u '­T.<br />

'J —3<br />

r^ —<br />

SI<br />

­N<br />

­<br />

y;<br />

o •^ ■ >*<br />

yi<br />

3 O<br />

a><br />

O a<br />

y;<br />

ii a: 3<br />

m<br />

'J r­<br />

.2 o<br />

relator<br />

nio pel<br />

ii<br />

H<br />

CO<br />

'A<br />

•J". v:<br />

■y;<br />

v;<br />

5 0 C— Û<br />

■y;<br />

LM<br />

0<br />

­5 5h u<br />

yj<br />

_2<br />

N'<br />

o X es _i<br />

r~ rs<br />

■si ^ c o » ■y; M wm d<br />

—' o<br />

3<br />

vï<br />

3<br />

~* il '-J ^i O<br />

Η<br />

o «<br />

'<br />

2 r^<br />

"H £ CI<br />

5<br />

tfl-ï 1 il -n ii<br />

­^ "^ u<br />

o °<br />

c o o ­a ^* ­a O<br />

iT<br />

i)<br />

o<br />

T3<br />

2 ? 3 —<br />

-J<br />

~3 y* ><br />

c *­*<br />

's<br />

: - > ' ^ s C ' j<br />

" 1<br />

ii<br />

­6<br />

JJ i^<br />

'J<br />

3 p ■j —­<br />

ï3- O 3 Si<br />

'­I<br />

| ­ 7. t~<br />

'i U c/5 5<br />

o O<br />

= il<br />

■"■ T I c ­ ; -o<br />

0<br />

KO<br />

O<br />

0<br />

c<br />

s<br />

« 51 31 -M -ïl -îl 31 7! —• — — —.—._._____ _<br />

185<br />

3 ­C<br />

"^­2 S^ ^$<br />

;J^ » a ï"S," 5<br />

I I C­?.^,Î S<br />

ta i = 7 "^ ­• ^<br />

5 S = o<br />

o .<br />

"5­3­1<br />

-* (~ C«<br />

« ii<br />

— " "~" ^ .—<br />

'_ p<br />

ii ^><br />

—_! r" ' J u<br />

c<br />

^<br />

il<br />

r*<br />

■"* ii ?-<br />

il ­i) ,X N; O<br />

Q


oc<br />

0)<br />

a 0)<br />

• <br />

0<br />

•a<br />

0<br />

JS<br />

CO s<br />

o<br />

2<br />

1<br />

a Ull— 0)<br />

r­ ■s<br />

h-<br />

2<br />

o<br />

CO<br />

a (0<br />

<br />

^<br />

£<br />

w<br />

O<br />

3<br />

.5<br />

t/1 S 0 •«<br />

•si<br />

._<br />

. _z j;<br />

o ^í a<br />

Lu<br />

o 5 _C<br />

Cl<br />

-J<br />

O<br />

~ ^-»<br />

3<br />

*J<br />

p<br />

5<br />

'O 0<br />

5<br />

5<br />

cí < < es <<br />

71 r? mmt u* o I- T -* _ , , -?l —. M -,<br />

T» -M íi 71 71 71 r"2 ro r-i -*-i -o -1<br />

'2<br />

c/3<br />

r i T— r-« r—<br />

r-t n<br />

—*<br />

O f» «-><br />

c y ­3­ rï<br />

■71 _ C 4J n O<br />

iO './» 'TJ VI i—<br />

o o _Í<br />

""■'<br />

?z<br />

Z c CO<br />

m E > O 0<br />

c ■/1<br />

o F O i. t/1 —I T3<br />

C/J<br />

•Si<br />

O<br />

3<br />

'c<br />

o<br />

o<br />

0 i/í<br />

C/J<br />

IM<br />

3 c es O<br />

CO<br />

■A<br />

O :o<br />

­a<br />

CO<br />

'c<br />

3<br />

e<br />

O, CO 'j<br />

ri -I v»<br />

o ai E u<br />

O<br />

­a<br />

< ÏJ ai O o r* « -a -o < eu <br />

-3 <<br />

f3<br />

­5 0 a g o c<br />

O<br />

u o -J<br />

o<br />

o o<br />

o<br />

C 0 u.<br />

•o<br />

< .« > "3 > ir;<br />

O c<br />

< -7<br />

c<br />

•o '-> o<br />

—ï<br />

—1 < ^<br />

<<br />

S t ï 2 3 rt Jl ^ " '" ­ N Ï " ­ ­<br />

3<br />

<<br />

ce<br />

O<br />

a<br />

S<br />

<<br />

O<br />

.<br />

Z<br />

f- <<br />

0<br />

0<br />

< a .<br />

■£) CO<br />

a. :<br />

Ê -. 0<br />

<<br />

U UJ <<br />

O M -J<br />

>- 0 LU<br />

ar 3 ae<br />

ce a<br />

"1 O ^ 0 a<br />

UJ S<br />

0 ".<br />

(N<br />

a<br />

<<br />

u<br />

H<br />

CO<br />

<<br />

Z<br />

><br />

0<br />

186<br />

25<br />

O en<br />

ítai o o ■<br />

ra U4<br />

Q<br />

o to<br />

W<br />

ra<br />

V5<br />

O<br />

z<br />

<<br />

0<br />

< ' 0<br />

0 0<br />

1-<br />

Ul<br />

3<br />

X<br />

K<br />

<<br />

1U ­2<br />

V3<br />

0<br />

II)<br />

■ <<br />

0<br />

O<br />

3<br />

3'^<br />

« y ­,<br />

= so " ­ a ­o ­ :<br />

'«:<br />

0"5 g"3 — tsJ •/, •/­..£ ».<br />

2 2 -j.ï<br />

Cl *j o "<br />

■^ 3<br />

rj<br />

N >* . I<br />

Ul «--; «•<br />

u<br />

1 O<br />

3 0 (0 u<br />

K<br />

><br />

2<br />

O<br />

"5<br />

X « 2 -j<br />

a.<br />

a.<br />

V) ^ N r~ ít ? "5 ri 13<br />

Vfl <<br />

u<br />

0 C^ s» co 5 £<br />

0<br />

z ? ? . . 'S z<br />

<<br />

<<br />

0:<br />

sa 5 u.<br />

O -*— ­­.2:= ° a<br />

1<br />

3 O 2 C i^<br />

1<br />

-J 4^ < "»• "*. ~N -^ -». -1<br />

<<br />

cr<br />

LU<br />

=<br />

z<br />

<<br />

O<br />

O<br />

1<br />

-1<br />

-. -N < S -K -r<br />

c<br />

cr<br />

UJ<br />

O<br />

O<br />

LU<br />

a. .<br />

at<br />

LU<br />

0<br />

0<br />

0 Í2<br />

O >—<br />

0<br />

t; co<br />

«t<br />

0<br />

a. •<br />

a<br />

0<br />

'<<br />

0<br />

a. •<br />

0. ;<br />

11. <<br />

5 • 0<br />

E i<br />

0<br />

0 *. <<br />

0 .<br />

U M<br />

ce<br />

3<br />

>. •*<<br />

u<br />

>-<br />

as<br />

W<br />

-¾ Q<br />

-¾ =3<br />

a ce<br />

UJ<br />

UJ<br />

*•« «I O « u » 5 ­<br />

'J<br />

­5 o Í: O C cioco— 13<br />

C<br />

— -D<br />

r»<br />

cr<br />

<<br />

z<br />

LU<br />

O<br />

LT<br />

<<br />

S<br />

tfiliViírf Jrfíi­Tni­iT ifati<br />

a 2<br />

Sis


c<br />

CO<br />

ÉM «mm<br />

0)<br />

o<br />

0)<br />

I ^ rt rt ^ ,H ri rt Tl IO r. Cl ?1 51 i<br />

a<br />

«S<br />

yi _;<br />

C<br />

i- ri<br />

. u<br />

■y a<br />

a :¾ ­<br />

" 3 2<br />

: î­ S<br />

n~3<br />

«8<br />

C • a<br />

:JÎ :1<br />

;~ H— • — — — ^"^.i­i­i.iii.iJ.Si.­í^J; í?^T3 í = ­~ a .2 -H .i ~ djj 3 '-> d<br />

3'0'<br />

. 'A tZ<br />

5 3 8 S,­­<br />

G —<br />

= ^ a s<br />

- J . 2 =B<br />

~ a 2<br />

7 |.S 2 =,>"<br />

- = = - = - 3<br />

_2<br />

• 2 °­<br />

: ? ^<br />

• - a<br />

•'0­<br />

- m 3.=<br />

C C s 3<br />

IX. C 5Ç-0 _ -a, £,,<br />

: u h 2 < ^ í i i<br />

-3 C<br />

C y<br />

o ><br />

— ■ ­ .<br />

c =<br />

•» ?1 ÎJ il Cl îl •<br />

• o<br />

• -y»<br />

• O<br />

-.a<br />

■ o<br />

z<br />

-3<br />

O<br />

U M i ittaftád<br />

c ; ;_; -s<br />

■ U<br />

3 -S<br />

a S-a 's<br />

• S _-3<br />

: 3<br />

^"-»303<br />

;.'2'?'S 8 a f ­■<br />

'^Z­ao"^ 3 5<br />

S— —


Wx­<br />

a.<br />

3 -c<br />

a o ■/><br />

■3 3 2<br />

— c_:<br />

1¾ ^ _<br />

•s y c<br />

'*"• •* yt r.<br />

:5¾¾¾.^^¾.¾<br />

o<br />

-3<br />

v. —<br />

9 *-•<br />

— c<br />

= = c -i ><br />

s a <br />

3 £<br />

3<br />

E<br />

--3 S .=


0<br />

SI<br />

01<br />

g<br />

u<br />

3)<br />

es<br />

e_<br />

ra<br />

ao<br />

-a<br />

CT<br />

CO<br />

£<br />

CO<br />

ce<br />

-a<br />

-^ ■r.<br />

o 'J 3 c 'J<br />

■ ­<br />

_■ — îï 'j 13<br />

,ra o<br />

CC m *■* —■<br />

** —<br />

eu r* î a S 3<br />

■ '<br />

ex:<br />

î_ o ■-* C c ^ y. 03<br />

.O<br />

EH 'V ■- 5 5 ^ . — .- U.<br />

CO<br />

«3<br />

en<br />

;<br />

O<br />

0)<br />

*-><br />

.1)<br />

C<br />

V?<br />

v ■/»<br />

■î ? S<br />

ci<br />

-a<br />

C/î -_ •r-l<br />

OJ "" - C "**■<br />

—J<br />

n<br />

"J ^ u<br />

s<br />

r=ï<br />

:f.<br />

-5<br />

ra<br />

ra<br />

e=<br />

o<br />

c<br />

"35<br />

C3<br />

CD<br />

O<br />

-a<br />

o<br />

ira<br />

o<br />

: » i » t . « * » i t J * t • . »1 l . 1 > U 1» . » i U . i r\<br />

O<br />

33<br />

&<br />

CD<br />

ri<br />

ri<br />

ci<br />

r, z.'<br />

~ ­r ­. • * y ri.<br />

O<br />

o<br />

O<br />

EH<br />

189<br />

„­ ­ O <br />

­ cr O<br />

'3 'C U5<br />

' 2 5 ,<br />

C3<br />

«<br />

es<br />

a<br />

co<br />

CO<br />

CS<br />

ca<br />

CO<br />

o<br />

ICS<br />

o-<br />

_ra<br />

o<br />

cc<br />

o<br />

ÍI — — -j<br />

-* ^ CÍ -^<br />

— '-J - —<br />

— /1 —<br />

-- ~z *J 2<br />

vi ~ 2 c;<br />

2 ,? B 3<br />

r. — — ;j o<br />

U<br />

•A<br />

o<br />

o<br />

J £ li. o **<br />

1 -f I i 1<br />

"3 ji «» 3 .'J<br />

S — o o .£ 2 o" .2 S<br />

v a u t<br />

u - S £ J -<br />

,2 ,2 y t l ã i CS CS JJ<br />

.ií « "^ ­5 .— ° ­5 TJ 73 .Si<br />

u o 'J y c<br />

< v; < < w o<br />

laadtoMajg^pMpttMBãl MÉ US«MÉaaagaiíÍMfla*^^


ir,<br />

en<br />

~ '■> ■ - ■-.<br />

•=»s-=<br />

2 « «í<br />

« «S j» —<br />

■—<br />

:0iZ£5­:<br />

'J<br />

*J •— _ ■ ­ ■r<br />

*%<br />

­1<br />

0 'S 2*<br />

•­> o 3<br />

-3 ■•»<br />

■D 0) *<br />

■vi<br />

O<br />

O 0<br />

5 0 V> VÏ Vi<br />

O 3 O<br />

ï.fB<br />

311<br />

fi£<br />

"3<br />

iro<br />

*c<br />

•A<br />

í —- C* '<br />

0<br />

:_<br />

'/1 s; \~Z O<br />

— _^<br />

ïf<br />

OU "", — VI — ><br />

/­* '—<br />

— n<br />

1»<br />

3 XJ —: O ' 1 3<br />

-r<br />

"p. vi<br />

— ;<br />

­J O l/l<br />

3<br />

s* es<br />

0 1*<br />

­2 ~J<br />

•A<br />

li<br />

—| ^<br />


c<br />

'J<br />

il w<br />

es<br />

S/3<br />

o<br />

2 o o"S<br />

•J. « Ú se-.-<br />

— fï c3-=0 O<br />

o<br />

rt J3<br />

.2 o<br />

>T3<br />

. y»<br />

N'<br />

—>^*c/j­?LiLjcicicc °'­"c: °<br />

5 « s<br />

ta w '* u ?<br />

—­ tt ?,<br />

'j*i c S N<br />

/; —•<br />

—'J'<br />

<<br />

o<br />

en<br />

o<br />

U<br />

,X c o<br />

a<br />

~ 3 " S"0 ~<br />

SU<br />

3<br />

G<br />

ii<br />

te<br />

o —<br />

S3i!â.5­ã*<<br />

c: 3 c 5';2 t'ï «'îô^'' 1 ^.;.; oi' >. s<br />

ia¥,; ­ ~ ^^> .5 3 g<br />

i> =C :/1 - c_-a c<br />

"* u S *> '— '£ —<br />

i ,2 = ■>, «1 P<br />

* '3­ 5 ; = õ<br />

^J O 'J • = ^ ^­ c<br />

3 3 IJ G ~ f i —<br />

.2 c<br />

^;Î33.2.­3 =<br />

■o g..a y s .„ «a<br />

,2 Sc.' J G rs 'J G y<br />

2 ~ H o<br />

C3<br />

; ï. o « "^ •« ii.—<br />

"î C O SO<br />

g ° o 2 2.= E«2<br />

= s g<br />

­<br />

«<br />

^<br />

o<br />

=<br />

s c<br />

2,­.^­­3<br />

­— 5. ­o o ,2 s­<br />

□ . 1 • — S S - — •/!<br />

J r: 5 'J P'r<br />

C2 2 G° g s p


3 O<br />

cr r<br />

cs il<br />

v —<br />

o °,â<br />

■3<br />

il<br />

HT<br />

- « ^<br />

j<br />

g u = i o<br />

y ," O ­ « O<br />

3 u S « o <br />

o ^<br />

u •— CS ' i •/? rs O<br />

. 5 ­r" o 'J 2 «­ s<br />

3 ­ £ u ­=1?<br />

5 » iS­J­M '« SES.<br />

5 g.2 g<br />

O es £.2<br />

a - 3<br />

= 2 H­cs 3<br />

u i •­><br />

" Õ­S<br />

O — O<br />

­3 d G í ­<br />

u a Û<br />

'­/) 3 cs<br />

J2 ti<br />

cj — o<br />

Sb<br />

> _3 o<br />

75 3<br />

5~ o<br />

3 es G<br />

CS 3 V<br />

CO<br />

. «I a s o S<br />

X h<br />

S o<br />

3 ' 3 'es i, o <br />

Í3 —<br />

— — r— s ^ o<br />

o 5 S es _ri<br />

. o<br />

5 2­°<br />

e =<br />

CS i~ ? 3<br />

il<br />

5­^ o 3 0 3 T3<br />

O es<br />

CJ'5 'J \C3 TTJ 3<br />

O O 3 '— '-»'<br />

i_ 3<br />

cs -a<br />

Cii<br />

o 3­^­3<br />

i-.3 O<br />

— "J .<br />

CS ^« tn<br />

•j<br />

•j G i><br />

CS 3 3<br />

*T3 •<br />

,w C r? './5 •£ ­ * .M<br />

, J vi .3<br />

0 ­3 i_ — 3<br />

Q73 L ­ «<br />

M — ~ 2 ii c; > —<br />

». ^ S e 3 T3 cs<br />

J ' S Û ; G S ­ J S Ï O<br />

c ­ o S 4» S '•" '•"<br />

S J* »" U X '­A V* :3<br />

•" b c o °" «* o<br />

^ «i'O S 2 a s S<br />

•­ j cg ­ r0 g^c<br />

3oH«2S*»e<br />

>C3 5 . = O ^ il CS<br />

B y<br />

S £SS3"'S<br />

-3 3 '•><br />

CS ' J '-= 3­2 g nS­S"g§<br />

C.22JS222 3<br />

E ­ «°­ u 5­2 °­<br />

3 « h o S a<br />

o 5 o<br />

- 3 M m , «<br />

^ I<br />

3 O Õ"0 3<br />

C~T3<br />

^ o<br />

il O ­ cs<br />

l fs P ■— o ii ,­sj<br />

i i 3 o ~ J L. —<br />

O o<br />

3­ '<br />

y 3 ^ p<br />

7. »n 5 «y g «rs.fe<br />

J<br />

.2 i<br />

3<br />

G. es<br />

T3 ­<br />

_ "O<br />

5 2<br />

o<br />

T3<br />

.'• 3 y<br />

•i» ii ­L<br />

1<br />

­a<br />

3 .^<br />

> c<br />

'G 3<br />

v; —<br />

G u i O<br />

o |<br />

­ G O 8.2 ^<br />

U»<br />

= 5<br />

C<br />

VI u<br />

O v: — 3 333<br />

i» cs y<br />

to "3<br />

O es 2­§ I.<br />

TJ G<br />

es tJ<br />

o 3 ici


c/5<br />

O<br />

F<br />

Õ<br />

õ<br />

o<br />

t/3<br />

5-N<br />

o<br />

O-<br />

*­»<br />

O<br />

5/3<br />

'ítJ<br />

.£"<br />

»<br />

o<br />

t/3<br />

o<br />

5/3<br />

o "3 —<br />

"3<br />

•=<br />

3<br />

« 5<br />

Iffluuc<br />

eiotif)<br />

Ifituut<br />

ftonO<br />

S<br />

o<br />

•- O.i<br />

.'J — — "S i-<br />

.=31­=11 J ­ ­ ­ ­ ­55 22 5 ^ S S 2 S S 5 2 5 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 21 * « ?1 1 = *«<br />

L- i- i- i- -JC OC -J. ce ce ce H CÎ c: ci es si = es -, ~. S S — — 5 — — — — — — £. M S = 5 ?. r; £! — ~ >- '* 9 *> ■"<br />

=4=­4 81 ^ *■=■£■=■= g ­ ^ I si ­ ­ ­ ­ "■ g ­ i 5 g 22 2 2 g 12 2 2 = g 2 2 2 S g 2 g; 2<br />

. ­si :<br />

L­ ­J O<br />

s £ h<br />

— "2 -<br />

õ s - . c . « . - . .<br />

, : J ■< :-J : :<br />

<br />

~ ^ r­i<br />

: S.⣠S 5 g : 2 S Ifï s I = a E'ga­i^a § a'J"» )=­­= 2 s ? « s cT­áJ = = § í 2" = ­í 2 2<br />

CS<br />

.VI<br />

O<br />

M*<br />

U.<br />

. o<br />

3<br />

i=<br />

.c<br />

3<br />

O.<br />

,2<br />

v J3 ■= 5 ~<br />

« á «fi. 0 c -<br />

ST C r "<br />

•C.S S c aS W 3 8 O'." „ 3 5 .<br />

S w> u« t- — r —<br />

S­5 g a « gf­m<br />

•♦O CO O o ­ 5 2_ 3S.­S 2<br />

o<br />

o -a © 5<br />

ha d<br />

mos<br />

3 S ­ 5 2_ 3S.­S 2<br />

S 5­,^ 00^­2<br />

TS C<br />

_» iH —<br />

CS<br />

-yí<br />

3<br />

—<br />

CJ _L; — c<br />

CJ -^ >_j -j *cs c-,<br />

cS<br />

•o. 2<br />

— -> 1 5C - Vi -S<br />


«.as;<br />

: s s x x x<br />

71 Tl 7! ■'<br />

5 3 2 2 2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3 3 2 2 3<br />

^ v.<br />

■/i -n _ ~<br />

'" cj - C o<br />

'C > P zr. A _<br />

|l|^||p|.j|| i |ï|*1i«|||3| jllll<br />

2 2 2 2 3 3<br />

■ J. ­J. —<br />

I 71 Tl CI 71 Tl Tl TI 71 71.71 71 71 71<br />

2 2 2 3<br />

•j J.'A<br />

?3 /■<br />

2 O — — —<br />

" '•£ JH ; -i : Î ^ Û - ^ - Ï<br />

y. c — : v3<br />

~ ** "*** /i "* — "Õ —<br />

j; ^5 -~ .^ SNI'SS 2.1.3«<br />

- s.2 áj! - a;.<br />

-=;.ï-=,î<br />

o ;„•-_■<br />

i n -:i -i ■<br />

:rii ..c -o •/■ — .<br />

j-£ 3<br />

•y,<br />

y s - o<br />

= •/:> t<br />

, 5 «5ï<br />

— IT -» *J<br />

rs » x = « : •=í 3C ?ft se 5= :<br />

5Í c"l — — — — ci ci C*l ci s — ~1 — — CÍ — — Cl CI «r Cl ?» Tl CI TI Cl CI ci ci CI CI ^ 71 Cl. "Tl *" ci T -ri 7*1 CÍ 71 — ^- ci Cl CI Cl CI Cl CI -T ci CI w --<br />

• «' a *.* a a a '/»* a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a » * a a a a a a a a a a a a a » a<br />

194<br />

_„ '^-•"'^•'•"^Î-rîcifTclcÎclcî


ir. ;<br />

-ri<br />

Jg; — X X X ^ S X X X — X — X 2^ 2T" — X X X X X. 31 X 5Í — 3C JS! ;K 31 3E 31 31 31 3í 3£ 3C 3£ ?C 31 31 31 31 3C 3C 2C '* 5C 3£ 3C 31 3C "X 5C ^C 3C 3^<br />

— 31 cí Ti Ti Ti ■ri Ti ci Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti Ti — Ti -- Ti Ti c; Ti Ti Ti Ti Tí Ti Ti Ti Ti Ti — Ti Ti — 2 Ti Ti — Ti Ti Ti — Ti — cí — Ti — — í Ti — Ti<br />

^.r.T­rr. •—.—.— —_—.—_~ J T*­ 0 '­:—r. 7 '.— —_J—1_—_— — — — — o — — TI re — — rr — — — o — ­M — TI — ?i — ­3 —_ci —<br />

' = : ' : : : : « : , ; : : : : : : : : : : : : : : : ; : , : : 5 : : . : : : ; : : :'; : : í =oi ":;!;:::;:<br />

S • j • • ■. ■ £ ­5 • ■ • • : • ; ^ : • • ■ ­s ; ­"2? ■ • ? • • ■ —. « •;; •.=,­£ • ^ — r= — s '2 ■ ' ­í 1 ■ " ■ 2<br />

r. » ■­ ­ o ­ ­3 ­ '5 ­ E .5 « .­, £ ­ ­ «2 a ­ g s ^ ­ =5 '" 5 ­^ .=?,; ­ ­ S ­ « S £ .= ~ £ 2 S • ­ 5 = ­ ■­ g. : ­­j w a :­^­= =<br />

S 3 s "5 2 « r.O r­n^2— I* =­­2 = 5 =P ■— = ~ = J = o ­J M. 2 ­J d S W •­' ^ cUi S !/î S ~ 5 ­^ 5 — ■= ­¾ "S « a.,2 2 _<br />

­* l| S^T g.s o< I­2 SK^I^I^I^JI^Í­Sf «^'Itâ^Jlef­sa s s I­*: C­ : ^ g S s I lî­ïl<br />

11": Ifs J II? I iî 1¾ l­i­s­a'S | |.gî lll­l §|.s| i | E­J | ll| I Nl'l 1 Hï S'a lis I a<br />

­L,",fT ?? g i 1 g £» = ? r f> ?i — x 5§ ?, ?, ? e 5 g<br />

. _ a a 3 a z ­ n ­ ­ ! •—■ — — — .^ —


si « ÍÍ y« ?*i 5 £ r £ 5 £ 5 £ r, £ 5 £ 5 s ? 2 S 5 £55­5557^^555225­22­^71^7­­­­­­<br />

2JIJII^3||JIIl|||l fri j li li|l|ï fill il<br />

SsBIíMMÍifi||K||fffffg||||||í|?<br />

■' ^^­^xxxxxxxxxXî X X :ox x x x x<br />

"7 T X T T V x3? 2: S,<br />

X X 3i S S é XX X X :<br />

pllí4llll?­|­i­IMMíMltí111 líliilPPIPííí<br />

:_4< y ;»2J


3É9&<br />

i» •■'■■<br />

$w z^$$&&j£&£


■<br />

c/)<br />

<<br />

LU<br />

CO<br />

Lú<br />

Lli<br />

Q­<br />

o<br />

c<br />

O<br />

cj<br />

CJ<br />

r-- -/><br />

H 2 £<br />

oc<br />

CJ<br />

,--H n> _ c/s Î/3<br />

3 "~ 2 c o<br />

8 a<br />

Ci ^E<br />

CJ.<br />

ji 2 > « « "^ G cj g .h 4<br />

— -r: o •ST" F* G c_ ^ fî ^.^1<br />

g<br />

O<br />

- ^ 'j ; «î r-. « on 2 v; ï O Q f -2


■"'■ ;" ;:?­:^Ò.QIKD^DB? : ^í<br />

[OflPflïï<br />

'­E DE C OR AD OHE S<br />

'■': ..i<br />

; .25, Calça<strong>da</strong> i<strong>da</strong> Estrella, 27<br />

­"•:­«<br />

7^¾<br />

.­.^^:­.::­Secção mo<strong>de</strong>pna .''l­^'.';,­j.<br />

t'C­'.­ '■• ■.**; •­. ­:• ■.•.­•^■srV'*.«­5­"­ .*•■•;'­ ­.'':'■­■*''<br />

­£/i Mi­bilias completas paraiasa Je ianury?<br />

­­; ,­."'*.■­i'.­. quartos ot­OÉM ;'.*/­­*' ­.­.­"•■•«''•'■<br />

'•»,.* : V 'V'eKoilelte.'escriptorios.'csalas,­ . *%"r'\ : nogueira.­ carvalho, pitch­piuc, cie.,,.,..'. ;.<br />

t­C,~ z ;:.^t­^Secçâo:antíga:.; '­;<br />

.JJS? .Conta<strong>do</strong>res­ diverso»esrylos. bufetes.<br />

■.:y­.V: ,,­■;;­armários Renascença.<br />

U­" liollan<strong>de</strong>zes­e outros, commo<strong>da</strong>s I.uiz XIV,<br />

'­, '*■ ­ XV, XVI. arca*, bronzes.Saxes,<br />

.:..;•;>.■­'btsaiit». Sévresj louças.■­••■<br />

;­ ­­/• ­­Carptttey,plano»;ajyá'­y^¾¾ ­Í!>,■'■•■"<strong>da</strong> Qiina.e Japão, tapeçarias, mobílias<br />

­^­,,,­.^­ •­/• ­.J­arpene»^.piano».. ;­iv­­t­ ^i ­*i •••«­i. ~ ■ .


1909-1910; 1910-1911


l><br />

*ri'909ii.9i0"­.* E '"* 1^10­1911 *■<br />

d?­ ­ H<br />

OCIEDADE f ROMOTORA<br />

• * ■ ­ ■ * . ­<br />

U i'<br />

'DE ASILOS CRECHES E<br />

SCDIZIS<br />

E Relatório <strong>do</strong>; Conselho Escolar<br />

(" .... V "• JSK52e£!:DA ESCOLA OFICINA N. 4 I ïiwvjf.X<br />

t . ' /T— .<br />

}:}:■■ Relatórios, e Contas <strong>da</strong>s Direcções<br />

í^ Pareceres <strong>do</strong> Conselho Fiscal<br />

205<br />

!?1


g<br />

o<br />

b- 8<br />

< û<br />

_J<br />

UJ­<br />

©<br />

c<br />

©<br />

­<br />

E<br />

< U<br />

Û cz<br />

0 ■<br />

o<br />

u<br />

u<br />

G "^<br />

*3 u =; l^lillll | ïU'f:<br />

8.2 ío<br />

fá = 5<br />

IA ÍS W ­,<br />

'J 1! ■/ J<br />

—­ "■• 5<br />

" 5 L. h<br />

£ 6*"<br />

w. « f<br />

~ o ^" « ^*<br />

S 5­5,2 ^ f V S EV^Ií<br />

• = n ;T_S — ^-3 -a - « « -<br />

»> • — :-T: S U y re 0 c <br />

«StS^­sPili = = ^^^=<br />

3 £ e ■ > " s j. s­5 õ~ = £§<br />

^sS'f^ï's­SS» 5 X S £ ­S<br />

** £-¾ ' = = tî - = 5 u s *. S «<br />

H s « a i r > ~ -, = v "3 ii *J _<br />

í. ~ ~ ** "3 ^ 5 T5 "" ■- "* ? S,S<br />

v K ­g « « w "2 Sr 5 ­C ô "^ * 2 o i,<br />

u > Wî U (3 ­;T3 = c c C i . ­ i _ '<br />

2 a W Z > .= ~ F f * = S ~ y = c",H<br />

c o S 5­5,2 ^ f V S EV^Ií<br />

a ,~ — • = n ;T_S — ^-3 -a - « « -<br />

> '5 (• »> • — :-T: S U y<br />

rs — 3<br />

? 2 w<br />

õ -<br />

s T "°<br />

— *> ­<br />

ïl 3<br />

u"0 = =<br />

■«s2í;8 5JSst.á:i­si:|<br />

re 0 c <br />

«StS^­sPili = = ^^^=<br />

3 £ e ■ > " s j. s­5 õ~ = £§<br />

^sS'f^ï's­SS» 5 X S £ ­S<br />

** £-¾ ' = = tî - = 5 u s *. S «<br />

H s « a i r > ~ -, = v "3 ii *J _<br />

í. ~ ~ ** "3 ^ 5 T5 "" ■- "* ? S,S<br />

v K ­g « « w "2 Sr 5 ­C ô "^ * 2 o i,<br />

u > Wî U (3 ­;T3 = c c C i . ­ i _ '<br />

2 a W Z > .= ~ F f * = B.5 c<br />

« 6'à<br />

c<br />

~ 3<br />

5 _ "3<br />

­ c<br />

£ï ■•> ., *.<br />

fS >­i —<br />

— S w<br />

-rr 5 "O<br />

" 5 3 s 1 ~ — 2<br />

3 C-2 *u — Jr<br />

u"0 = = 1ÍI<br />

v ■­ ­j<br />

■«s2í;8 5JSst.á:i­si:|<br />

c - i 0~<br />

Sv'SIssS­Sai^iisI<br />

^i F<br />

— 'J 3 *J * S g." =.­T~5 ÇsOSo<br />

—' •V ^ •*<br />

"S c 3 „ ­<br />

i­ <br />

0 ­<br />

* U.­­­5 ­ | " S " = «. s S £ .S<br />

> i S 5 , . ï ! S 5 1 u 5<br />

-^ ? ri « 2 3<br />

_2 ­y, ­ H ?■<br />

ÎL° £••­ ~ y ■! — ­• ill<br />

" 3 'C S S fl - S-'-» J- -jt «5 S ° — *­» ^ t" 1—<br />

« o ■>•- í.^n=i.c- ; ^ , « ; •i" v u S *J "~<br />

— 5<br />

« W =<br />

■a «<br />

i|lij11§1i!iiip<br />

207<br />

si :§.?£<br />

w -j s 7 c o<br />

££2 ' « t i c<br />

3 ._ u<br />

« ce<br />

< «J<br />

c -


S­f g<br />

•g o «s<br />

= ­o g<br />

'­si<br />

O « "U<br />

S­s a<br />

•p ­ «<br />

w i_ ^ — i— ti ­— ■— O ~ ~ v, ~ „ 5 3 u. .2 —É uf­_G TÍ n w J<br />

— O — . « u u U . C C ­ / . « I B S u ^, u u G C ir, u3"3 ea ><br />

.5 £..<br />

C 5 o .» 2 S S­»<br />

s * 2 M c . ,[ B<br />

a ï = c «> 5.S w<br />

«iilsji­i<br />

O 5 "D ­o — S i­<br />

»«• • " « w<br />

O» O »3 (• ­S<br />

C.UK! U O.*? ­ «<br />

= s E£<br />

a­3<br />

u t* D<br />

208<br />

W u<br />

­a — .<br />

S = = n 3 C<br />

£ = =x —' ~ .S ^:<br />

*. ­­3 = t o c<br />

,S5Ï ?ïi ­<br />

•n ■?,§ o — w 1 ­" o<br />

u<br />

S^ 2½ £ S ».<br />

ÎJ<br />

«■4­*Ç y M­­ o (î<br />

­ u ° ^ w "5 "H<br />

£ u ­3 2 C3 £ o<br />

OUI<br />

!os<br />

ino<br />

<strong>do</strong><br />

sa<br />

tes<br />

o^252 3­S.a<br />

Ci<br />

W O it ­s —<br />

_-3 ai w<br />

L.--*^<br />

6­g "<br />

^ ­ —<br />

c « 0<br />

c<br />

«S<br />

- o-S<br />

«"2 =<br />

o<br />

■i-s<br />

ill<br />

V i<br />

—,<br />

C gs<br />

r.<br />

=t 3<br />

"^<br />

- :J<br />

>ri «J<br />

c O<br />

3<br />

C ra c<br />

u<br />

­r­<br />

- -<br />

V '■J<br />

E<br />

E E 3<br />

X 3 ?..<br />

o ot—


■ — C*5 « _ ­<br />

( Í O — — ~ C<br />

O<br />

— « <br />

O<br />

u n<br />

—<br />

_£ --3<br />

a s o" ?<br />

? =^ g­5 o - • ; Ï S t-J<br />

8¾ t ; < « 0 'G C « « <br />

U -S<br />

O c c s<br />

S3<br />

et<br />

&<br />

ï = °<br />

.2 2 «*ë ô c<br />

S i E'S/S's<br />

­r­.. x *»■ — . ^ V « . Î r f U S * '<br />

O'C<br />

C E<br />

ïï ° «<br />

t tor > — g » S O c<br />

_ o<br />

S­.îï ï = ° " '= : 3 = 5^2.=<br />

e £ . S S" L, 3.= g « S g I "I 8<br />

: 1 ­ 1 1 ¾<br />

ci,!: w p­r ï<br />

5 = ? ­ . .2 «<br />

i_ ra — c<br />

« O O f + v> .Si ^<br />

* = 5 '2 .§ S t £<br />

^ 1­5 ­" ^^ S<br />

•­S g o o o 5 E<br />

S § •■ 2 «"g £ §<br />

^. î Û (* (ft<br />

re — — r u CS^*<br />

= ot- « c 2 « ° c «Ji--c_== '<br />

î" 0 2 'Ta­ » °2J g "<br />

J B » X c Ç.w S ^ ° S ç<br />

«ï re<br />

p"5<br />

" S " J2 «> E— ■«•" 2<br />

» *t W 2 » S -<br />

o­D ce­ °~ =<br />

- = 3 - / 1 2 ^ 3 ^ ^<br />

-3 -n -a S c. -0 '" -<br />

tt'CT! S-- -<br />

e « .s "<br />

■ S e } » ' o - " "<br />

;<br />

= t: 2 " 2 3.S 2.t:.2-o -<br />

5 S<br />

C­ ­5<br />

» 5 « S t : ^= = = 2­3<br />

E °'li p"3 m « 3 t»c= —<br />

• in -= j* 5­Î; w ■<br />

C t. o ^ o<br />

— c." 1 O «I A<br />

1 S -<br />

E|­"lr.<br />

itM°Z § S °" =^2 s<br />

2 " §<br />


U rt<br />

O C<br />

IA J;<br />

i: 1-<br />

£ | 1:<br />

ri N:<br />

•S * ifl ra<br />

wî S3 '<br />

u, "<br />

-5 ^ *= = o «•* S - O i-<br />

S a<br />

— rt<br />

d. ­ .= —;<br />

« o í<br />

■­ „ e<br />

­^ o rt « .S<br />

r­'~ "3<br />

C «<br />

£ '­S C «<br />

— w « v w — _ _ — ­,<br />

wi ? ws ­ — w h r ó c *5 a í —<br />

PÏ'sS<br />

'C u 3 «<br />

a ^ = ^<br />

P tn M<br />

. L. ». —<br />

4 i- u a >t<br />

2 C* 3 ifl V<br />

■_ v — *><br />

S S 2 g<br />

= •. ~ S c<br />

:'i7siï:s<br />

"o r<br />

a "3<br />

« —<br />

3 g t><br />

as S.<br />

X c_ - t n g — a<br />

rt 3 ■J<br />

C N " J S c V<br />

C<br />

­D<br />

■l><br />

e<br />

(A 1 O w «« S­5 n<br />

"rt<br />

c o r "ri<br />

■S S 3 w! 0 0 u<br />

=­ra n t> ­ E<br />

u<br />

■—<br />

"5 "p<br />

•J<br />

u<br />

rt rt<br />

M C C C<br />

Ï12 I<br />

I 5 "f § ÍSÍ2<br />

u 3<br />

Jt o O ­ " " g S £ S « ,'» B.<br />

.b '— y *rt<br />

JS c o­S<br />

tt3 S<br />

— V<br />

»"5<br />

­ I s'5 f/! «i 2 ë S •' ­ " :cSr."3£j<br />

— w r e w r a r c C " ) — « c<br />

S u — g g n - u c _ S B ^ S S C ^ ^<br />

u«i"tpC _ * i w r . £ u u c — - r ° o<br />

.5*6<br />

u g «t o -• *■ ~ « — n-3w)Oj2<br />

' P. S S.S "n^Mo­io.,<br />

; ; < i > o<br />

3 « *j — 3<br />

S « g f ..SU<br />

6C-D ^ J3 n ^<br />

«Jgs<br />

rt 3<br />

­ «1 3 " 1­ i * u « w C S<br />

'hHlpilííHJiW'<br />

s Hii"8 s3.­2 i­<br />

210


il r><br />

3 O a<br />

Sx ­<br />

o;2<br />

"3 i_ =<br />

« c * c ; K * ­' _" w c­* /.<br />

S o c g ,, ­o t.­ —'■ ^<br />

1= ­ ­ ­= C­ ri g 3 = S t ti.<br />

jtï.u" 'S ­ H >­3,»; H<br />

,3 S ­ i c _î ~ . " i 2 — •»<br />

■oie „5«ot çiï«­5<br />

a ''­r­ l Ó |­|.i,ï­ g­2 g<br />

"= ­Si = = ­=.." 2.2 £.;;<br />

o 2­S­ 5 ; é "­" S « o 5<br />

v .fe ^ ­£ "0 u g w *­ w o s = ;sS<br />

5 „­3 J2 J'I s; « 3 W I2 S S'5 *•* s"fi<br />

u : S 8.« °-«i £ c<br />

_ ■ =, fi " S­ E"2.8 .a o­«i S'e^­'S­s S<br />

o — a "?<br />

-"c ­g u VJS<br />

? S E.a í "<br />

£­"5 S 5"<br />

£ S 2 ­ if­5— c c<br />

s.g2 .s.ïfl­l.g'H s 2'î 2 o"3îa S « o n 2 ï* „, •> "* •» ** "t<br />

5 ­ r­ 56<br />

­ . 3 n la g " 3 ^<br />

ii"tî­S


i­5­ë C - c,2 ii 15 ffl<br />

2 c<br />

" fi o S 2 Ç.ÏÏ 3<br />

w! re •—■<br />

IA £r_0<br />

c : ^<br />

c w<br />

r £ 0 C­­"" Z — i<br />

0 u JH « ï c Tí<br />

«<br />

5 If­.S " B «T £ 5­— te<br />

2 jxSig­S 1 3 «1 s *■_ =­<br />

K S w Ç "■ £ u ■ —<br />

E y 3 V c s ­ u<br />

S *g i ;<br />

^­­£ 3 *5 ~<br />

— Tï W v. S<br />

i ?­c "­5<br />

2 Çes IV t8<br />

« ... .zr »­ „;<br />

i s"° °­2<br />

— ■* u "S V<br />

« t ­ 2 ;<br />

f rt 2 «<br />

3 c. «"o °<br />

Sa « _çnu 2<br />

-a % « s S<br />

w *w S<br />

s S = = .5 i i I<br />

•a 7 S/8 . = 5­" l<br />

c'1= c . í _H ­ « 3<br />

e u u JS"S<br />

ft* ? «o c<br />

0<br />

.­ 3<br />

Kf, f 3<br />

0 ­ i­ £<br />

S ­ = 3<br />

­ ­ ­ ^­ y= ■ ­<br />

5? S es<br />

■8<br />

I ?­s S «.S fc * S<br />

u C o S L C­it<br />

­n _ = ff o ■— u.<br />

■5 ; ï<br />

e o re<br />

; ï S S Í «.: g e<br />

­<br />

re ~<br />

" s t i §•* «' 1 « ='~ il 5<br />

c ­ £ 5 « * .s S.<br />

— re t»"— î"5 ­ »­ c "3 'û<br />

-. * C G '­Sî<br />

^­'C ^ « u *J « c<br />

= ^ = ­^<br />

r: _*^ u _ — ES<br />

£ 5 " = 5<br />

« ­3 c c<br />

0<br />

t." ^­ E. ^. .S<br />

•= CL £ *" ­o S 5t­t C U C re Z *" " ••­ '5­1 ^ c<br />

E ' • ' j ' , ; nj — ■— p t* u. *^; re — O<br />

!­5<br />

S !£<br />

o<br />

u<br />

ï<br />

­1n<br />

SU­It 5<br />

W * 1 ­j<br />

>c ., "° .^ c C —<br />

■ ­ ­ S­ « rt .­ o T<br />

« 3 ^ Ou T J S S » * Ï.3 2 W<br />

u rt<br />

S S i " u 5 " S et'O" t "S3 •= 2­r>i i S î c 2 ^ — c:<br />

J ! ' 5<br />

:'2­£­a £ 5­ x w »■. Ç ^ jf­ I Ï S s î Í * 1­ •.<br />

s : ses n c~ :^ t­.fi K"2 "•. « U 2 li ■= _<br />

s­Ts £ O H o"= £<br />

^ c ? 2 s E £ o<br />

û K.SsSOSâs'»­"*!».'­;­^<br />

C gilt • u —<br />

3 O — «ï . 5<br />

.S3­«<br />

3 u ­=ï" c ­ t» c^­<br />

'!»« ,«11 = ­^: 3 £<br />

; ^ = E ­aS||g3 2 f<br />

A geograofi<br />

les poslaes iluslr<br />

diversas escalas,<br />

If K '<br />

§ ­S .§<br />

cou<br />

9 S<br />

c *5 o<br />

o 2 af 2 S<br />

ce<br />

■8.9 *<br />

n, g<br />

— ta<br />

.es > r<br />

. S­g<br />

E S<br />

re n<br />

O. g 3<br />

Ui5 ■5­0 o » "> " —<br />

0 9 S " . n"S S O S T «<br />

S. i. w §2.a s S.g­Sg i 5<br />

M " n —«SE C4.Tr o<br />

O .. 3'<br />

o"2­= f<br />

­ i 2 «­S<br />

­3 « ­5 .5 w re<br />

T3 C ­z « d.<br />

O (j *3 »1 flj W<br />

3 « •> u S S y<br />

S'£­iP>5 îi^'S<br />

o «■< o­ ^~ = 5<br />

, toy<br />

"J's1*«<br />

;­E­:Ei.»<br />

g«J<br />

x 2 S S " a ■<br />

CC­=<br />

­ "s­S<br />

§■"1 M u ­is"<br />

w» ~ . it o —<br />

csi.­­S.1I<br />

g 5~ "­o £.£<br />

S > o tl * e JJ<br />

c­ ° ï o Ç ï<br />

§J g «• 5 u i<br />

• ­"S ­•<br />

5 c ^ .j 2 o<br />

J3 c 1­ t;<br />

'­tr o = s o<br />

« I ­ « >S SI<br />

> a­2 9 e— o •"<br />

5­d E J"!3 «2«<br />

0 5 ">.2 c "<br />

2 E'I^ 5 ­EJ2<br />

n O<br />

.­ o<br />

°­s<br />

Il L S<br />

„ ­= " = « .IS*<br />

o E­2.ii<br />

I o Í­ > v<br />

u Ï E '<br />

„ o u S « «<br />

­ o<br />

E"2<br />

lï­e<br />

_ « re<br />

u 8<br />

­3 6* ■■* Il w §'­§2 S S|<br />

£•_<br />

5 °­a E g o<br />

L­ 0­­3(/:­­:3000 iz O w ,<br />

o^3 c<br />

«•54 » £"rt­"3<br />

S v s s Jt 8 "<br />

■n S H «J<br />

o<br />

c 3 3 ^E S­5 c­t: ° . ­* ^ ­¾ « w re"­2 Ç !r<br />

E o 3 èi" 2 o<br />

55­­0 r U ex y.­ w­u_2.b­= tf)J3ycC ­ 5 ^ 3 S g o g « eo<br />

•­ = S c°<br />

T3<br />

S'a .<br />

*.2­? o rs<br />

: «> 5 2 E "5 o '


5" 2<br />

ci 5<br />

O rt<br />

liJ Cl<br />

1/)<br />

«5 ­<br />

£ 2<br />

o ΠC =<br />

S5<br />

E 5<br />

rt<br />

­3 .­.­5<br />

,2 ~ •" .2 *o "O 3 ­=<br />

T„ «T­ Ç 2 !! _"2<br />

'■gS'aSSii­S "<br />

5.~Ji<br />

u ­" — u<br />

s vi (8 o aï*<br />

ijj­ 5 '­ w H Jz y ­<br />

•5­3­2<br />

««= =i-<br />

O «^ t»<br />

ï 3 y -Í<br />

■a ° ­ ­= ­i g « . S<br />

« 3<br />

S = a. £^'û S ?<br />

C25 u<br />

" S V^<br />

s s I g •<br />

5 ­ s'«<br />

"*• ej « rc<br />

C-, rt 0 " " ct =<br />

. g S S...­S5 =.i<br />

S 3 : s o ­<br />

. o<br />

í £ .9<br />

X »0 V<br />

­Sir, S<br />

J s JtL§ ­* 5­3<br />

CTJ C Z "C­ n<br />

,- "2 ^ £ CC3= «: 3<br />

o 'S — «.H g c Õ o<br />

M T. — O «a e ­<br />

C ­r. „ o<br />

— ­ "> ­ i— rt<br />

R<br />

—<br />

w<br />

^ £ CC3= «: 3<br />

o 'S — «.H g <br />

3 S -î5 1> ci<br />

- — CÛ w<br />

v) C ,<br />

3 C ci —.« -, - -<br />

O ­ 3 u<br />

v . S w<br />

• , w ti « W) C 2 S ** U. U M<br />

a* ■ ~^ãb<br />

o<br />

= 2 O o o Si u ç<br />

§o<br />

J<br />

-Ô - 3 =-<br />

S­^ = s w i; 2 5<br />

1(¾ 3 ­ c « c S ^<br />

w £ w fc ^ 'S 2<br />

■ r. D 3 S""3<br />

« OT s: ^-<br />

^ rt *3<br />

c 3 : p<br />

X « ".g<br />

*o — — —<br />

o<br />

^: o 3<br />

­ £<br />

­^ o<br />

e «s —<br />

îf all's Ë.0 5 2­=6»s I<br />

?­° Z4i P^ 3.1 «2­E.<br />

«9e« «"S<br />

"a p­=­§S c .­S.!f*2 a î! t<br />

vi O B £ r^ " rt t» «<br />

s s<br />

0 3<br />

et*<br />

?:g<br />

O n S i.<br />

«J _ V<br />

a : . S" O<br />

o " 3 > « ■ 3<br />

■.s =<br />

g 3 r. " 3 2 _ " ~. c t i,<br />

„'«>S o ? i ; = 2 ^ fr­<br />

ce u ­o ­J ­? ­ y 0 L.<br />

« J ». •; H J ; ; ; j<br />

- 3<br />

« 3<br />

Sco§2^°<br />

o­|li §|­i"J<br />

C C_ S C W' < C-<br />

i; wJ C n s. S 0 = c_ rt<br />

i V o<br />

—<br />

p n V £<br />

f v-<br />

V<br />

3­Í3<br />

U<br />

o<br />

rt — o ~. Ci o<br />

Ci C<br />

s*<br />

■­» c Cl<br />

c X rt rt JÛ<br />

C<br />

X<br />

s p "O r^ —i _ fi<br />

— " ,<br />

L.<br />

~" L.<br />

u.<br />

Ci<br />

— o V<br />

­c<br />

o" E c_<br />

= H4loiS3.io=^|<br />

>S o ­o ­ 1 S « 2 B<br />

a ^* s. — g w w<br />

Í g ­ s = ' * 5 " 2« T2 J 2<br />

3 IA<br />

•i H c IJiii S<br />

^2« «^_u S g E i ? "<br />

3„­ « S E^­s 2 g­ ï<br />

= ­ g =­2,2. g J;­ç t. _<br />

o .3<br />

u « »<br />

rt C<br />

­ 3 C3 " CI o §<br />

p = « =_ jr­<br />

•C ".S j! 5­2,2 „ c h<br />

S*. S « B O ­ * D " " O ,<br />

3 8 fi<br />

­a ts ce!<br />

M •• « —,¾ w ­,¾ ­­* V «<br />

2 = 0«^ rtj H E= g<br />

S ^ c ­ r t i r ­ f ^ r t ^<br />

" : : ; c í 5 « ­ — s<br />

­3 cr­= c Si<br />

T S<br />

0 £<br />

=<br />

.2<br />

C<br />

Ï S T 3 ­­­u<br />

5 > 3­= ­.3 ­ ïï<br />

S 2 S • o"2.„ "■ s<br />

W —.3 U .3<br />

« c i: er re m<br />

WÎ<br />

"_­2ï<br />

O 3T3J2<br />

•='=■=?<br />

u —<br />

S<br />

~ v<br />

J3S<br />

■S « c<br />

C 3<br />

t> S 2 3 ­<br />

" 3 o<br />

^ ­ ­<br />

1 3<br />

o w »*<br />

|«M , 3«s K 3 3 0<br />

Vi. "­> "Õ »<br />

B­3 „ 3<br />

J ­ J U i;­G 3­5 ^ 3 ° '­3­5 ­T^îiCi<br />

u ' ; . . ; V O 3^_ rt C<br />

--.--,3<br />

w rtre-»w<br />

« o . J c " « 3 at—<br />

"3 3 .'3.» « - — 3* n « ."3.<br />

— 2 ­J ­5 « ^^ w — n<br />

2 5­g^­ë £ I5JJ ; | g<br />

;<br />

e rt­g­g^­f g » U­s 5 •"2.­.S 3 « j s 0 | S<br />

. E « " = 5 ".23­= _ „:<br />

T.. « « " " O n " » g g<br />

J =­„<br />

s Ç ' S . t i c î r . ? = '= 2<br />

_.2,<br />

■3 'ii^— ïO­o,


i i­à­<br />

E<br />

o<br />

«.2<br />

u . »<br />

tf o »-<br />

(D T3<br />

T3 c « O<br />

."2 o g> o S<br />

«,S «/.i ><br />

V tj !*• o _<br />

t­^= C c o<br />

.. o o­£<br />

­ E." ° 2<br />

*; O «c •> - - * E<br />

"O •" *• S . IS 8 S S <br />

N .<br />

5<br />

3 ­­ C<br />

"S ïï'~<br />

C<br />

'-a<br />

r2 s 5 •»<br />

« ta<br />

.1 5<br />

E-=« E<br />

,.1,.=<br />

it— •« J5<br />

"D U<br />

^í S<br />

X v<br />

c =<br />

— ,, _ fe i c<br />

o c ú „ mx g.o<br />

,1:2.2.1 le s 3<br />

5*5 B u Ê 2<br />

5— 3 ««TJ i' < cr c «<br />

« 3 'S t» S.<br />

: u O<br />

rt<br />

î 0-= ■<br />

- ' i : -


iBEfrfr»'»*»*'*»^<br />

?.rívr^Kii.,.*­>jf5v. •' ■<br />

O C O C Z 5 C c c o c ■ c o o c c c<br />

O<br />

û<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

o<br />

o.<br />

oj<br />

o|<br />

O;<br />

c;<br />

oj<br />

oj<br />

cr. *<br />

•4­ O<br />

<<br />

_ ­ r £_ , • ^­ r.r i/i ., ^ - *J<br />

=, J 1 * « K: î < ­ '"«.<br />

2 w ;/­. « 2 5 IL,<br />

Sw­a ° õ ■*■■?; S~C 5 S " 2 = < <<br />

v ­­.2­ «. p.­wsí­ ;•■< C ~ 2<br />

^ S * ?í. 3 ^­:0­ 0 « O­'S 3<br />

— = K fi '­1S­ c u 5 <<br />

00 ­<br />

^" -SAS/ -V 5<br />

c S • •


? S S<br />

■- s. '~i<br />

t; 2<br />

"^ u .5 U<br />

» 5 C A i y<br />

T c & &<br />

.­ ­ Z)<br />

i­ fc «<br />

s/: ^<br />

u " 5 «<br />

MS U —<br />

, o * g<br />

-3 o = ..<br />

a<br />

ffl<br />

o<br />

.3<br />

'Õ<br />

o<br />

a<br />

m<br />

13<br />

te<br />

■a<br />

o<br />

K5<br />

O<br />

"S<br />

o<br />

a<br />

E<br />

o<br />

o<br />

s<br />

Q<br />

"2 P ~'^ °<br />

y — A í* «<br />

o — o —<br />

— — —


c : r<br />

= = «*.<br />

w «< w<br />

­2J3<br />

Soi<br />

a o I<br />

Sic<br />

* — u<br />

*• ­ ~.S<br />

les 1<br />

soei<br />

8<br />

"S<br />

E<br />

o<br />

U)<br />

«I<br />

0<br />

(5<br />

D<br />

. C ej<br />

ï « =<br />

■Se ^<br />

:o|<br />

£ * s<br />

r c u<br />

Zi c CJ<br />

■= »■: «<br />

-J'o<br />

j ; ii i/: _;<br />

e X b •?<br />

_ V.<br />

­ ■y. Í: _; ■— f. í r;<br />

­2 r . J C •" ­ .C<br />

CC _<br />

/: r. ^î i C ~ r.<br />

■s.<br />

y ..i<br />

~* — —<br />

_ r; s/: ­ ^<br />

^:<br />

—<br />

* ~<br />

^<br />

—<br />

­ ­ ,r<br />

ce «' ­t"s<br />

v. s u<br />

— "Si M<br />

C 'H g '<br />

C J! L­ .!?2 — 5 *• '­m<br />

COI<br />

a<strong>de</strong>rc<br />

s <strong>da</strong> (<br />

liiinrio<br />

.2 * S<br />

se<br />

o<br />

V,<br />

ac 5<br />

c fc cr<br />

o ~ s<br />

u<br />

0<br />

s s a<br />

o<br />

"Û<br />

y:<br />

C 'S<br />

C 12 —<br />

U".<br />

u:<br />

s ­=<br />

o<br />

§£§<br />

« c =<br />

« s * c*í<br />

§£§<br />

« c =<br />

« s *<br />

G u «<br />

S M<br />

V)<br />

S £ §s<br />

C ­•:<br />

CS ** ­ v:<br />

O G o 5<br />

w r; ÎJ<br />

*­ ■Í<br />

— ^ 8 —<br />

■S<br />

~ — '—<br />

= 0 e CJ<br />

M £<br />

b<br />

~ C c<br />

O ­ ir.<br />

_i c<br />

~ , —' •S<br />

_ ­"* _ic<br />

; «M r:.— wt :<br />

h<br />

— C — ^<br />

< í| r;­§ í ".<br />

« ­­ c


X ^ "~ 'S. -A<br />

f S'SS'ïû<br />

­ s; O ­> — ZJ<br />

« 2<br />

\t Q'<br />

s<br />

g y:<br />

« c<br />

7* <br />

v<br />

— V.<br />

n<br />

m<br />

ai<br />

><br />

5<br />

O a!<br />

= — .^<br />

— ?<br />

­<br />

3<br />

u<br />

v. y<br />

2 ?<br />

­ y<br />

1/5<br />

O<br />

«N*<br />

*­> b<br />

0<br />

3<br />

ai<br />

Cl<br />

.5<br />

X<br />

— U<br />

v;<br />

Cl<br />

■y.<br />

ut ­<br />

5 S3 o I<br />

•M c<br />

õ<br />

o<br />

O)<br />

kl<br />

Cl<br />

0<br />

m < .£ 5<br />

n w<br />

M*| Vi<br />

M M ^ zc ^C t£<br />

'fj y JÎ «g g ifl £ £<br />

~ S / / H ■/ / i/,<br />

­5 *J ~ = •.*.•.•.'<br />

220<br />

_ o =<br />

z • S<br />

O ° =<br />

u = •=


c z : « r B cS ° — ­ X • * * Í/Í '^!<br />

C5 « «J<br />

CJ — V<br />

« ­* >t r<br />

«^ y: — —<br />

Si « k*r . « a . s- r Í: 5 c —<br />

"s-=~ « 'S* — Ï *C :* «:<br />

« 2 = -rr«" =C _ «■ -_ "Z" se 7^ £ à<br />

—'" f -cr-i = c --=<br />

<<br />

U<br />

o<br />

a.<br />

o<br />

u<br />

o<br />

a.<br />

H<br />

O<br />

<<br />

o:<br />

<<br />

U<br />

o<br />

I<br />

<<br />

<<br />

K<br />

O<br />

s<br />

J, "0 -¾ £<br />

Co ^<br />

r« S<br />

I £ <<br />

o a *s<br />

r s s<br />

e i, ^. i< *­*<br />

— — — ^<br />

^ r —<br />

. V '» ­T<br />

-.3 — — *_—""«'-. » * ST i<br />

1 = C - £ S = '11 !Í %<br />

-+-^-<br />

221<br />

»8 SC<br />

:_' y:<br />

—<br />

=C<br />

« re<br />

­ u<br />

= «<br />

SO-'<br />

s. - u: c


—.£ 7 e S"<br />

£ -J: .Z '•£<br />

' Z \B ï I<br />

N ? £ C .<br />

£ c<br />

.— ~ as<br />

S, 4í *Í<br />

&> ^ 5 S. ­<br />

;/; '<br />

— — « c<br />

C. M SJ<br />

■s. .­ — ^­ at<br />

^ S îi ;<br />

j « —• o — ~ K ^ ­ L C i* V. .. tí ■■ i *<br />

: S *• ­ S •­ ■— ­* Z S c _£: ­= « '" '<br />

; Si > s .s — £. = c — c si*: u


!•= §■<br />

s — s : ,, s > í ï ! « s e « a<br />

P­5"5"3 ï£ i~ ­<br />

S = c^= ~ = = = =-=?"-<br />

H a 'i" ~ î c i: 'K •=< c ­ '= « * = •<br />

­C £ c ^ ^ _r — ; J; ; =<br />

C U ^ * ,1 CJ<br />

^ * w =<br />

_ ZJ<br />

223<br />

­ ­ ^ "T ­« =<br />

~ !- D =_— " ■* T _* — — JÍ "° "<br />

—<br />

£ "S — c<<br />

— . w C<br />

* | u '.£' J­=<br />

S a S<br />

"-)


i<br />

o<br />

S<br />

O<br />

A y 2<br />

o =<br />

in<br />

H<br />

O<br />

Û<br />

Œ<br />

C<br />

s « a.» «T: « ' = S N i ­ Ï « 5 :<br />

i.^'as^­s'g.­? g; .­JP5.­<br />

LU<br />

Q<br />

m ^8<br />

<<br />

(L<br />

CO<br />

LU<br />

<<br />

<<br />

u<br />

s;<br />

LU.<br />

Û<br />

2<br />

LU O<br />

> Z<br />

LU' ,-,<br />

z;<br />

O<br />

zr<br />

\T\ LU<br />

Z N<br />

P<<br />

LU OJ<br />

< û<br />

LU ­><br />

O i/i<br />

u O<br />

SSS<br />

I «<br />

í i I<br />

ca<br />

■3<br />

= tv<br />

C/5<br />

ra<br />

t.<br />

c<br />

£<br />

o<br />

u<br />

vi<br />

ra<br />

s<br />

c<br />

l/l<br />

15<br />

ra w<br />

fa tir & =<br />

l/l<br />

CO ra<br />

_u<br />

GO<br />

CS<br />

CO<br />

13<br />

te<br />

u<br />

i/><br />

C<br />

■a<br />

O<br />

- J3<br />

u<br />

■o<br />

"3<br />

c<br />

ra<br />

c<br />

T3<br />

•o<br />

Kl<br />

IO<br />

eira<br />

u<br />

a<br />

c<br />

o<br />

í.<br />

6»<br />

3<br />

cr<br />

S cá<br />

Ï 1 Ti<br />

a 1 Ifi<br />

! H<br />

ti î JIíJíSI!íî SïîiSiîîiS^<br />

" —. ri ~ ?» o<br />

X. * • * ■ ■ ■<br />

224


«SS-n-ÍS^w 5:3 > -H ^ £<br />

'A -A<br />

225<br />

: _~ ,2 .2 I £ - i Jz u ~


I Jf « £ * — "^ ^ «S<br />

î5 V,<br />

0 T­ — S ­­— «<br />

5C ­<br />

* g .2,5 £ | t f « „ ?<br />

- A -Ji O<br />

_ ^-<br />

— — " — — ~<br />

CJ<br />

= ^ -5 ï = ~ -z<br />

­ r 1<br />

1/; v: if U<br />

"3 t» C<br />

= S _ s & — ■r. - £<br />

w — O<br />

"= U<br />

O<br />

= = S | ■A<br />

- S o r: r: i;. i; i^;<br />

— -<br />

■<br />

99 K "w<br />

— ". — n "c . 3 "c<br />

-^ "p­3 C Í C 2 X<br />

K<br />

A s ­ • ' — ". J.<br />

iff » ££<br />

S * "» 2 £ S* M ;<br />

i#î ^^ ^­ _ÍÍ — £ 1 *0 M c* fi í O '3; «­ =i>­, — Cï< ­ w w<br />

_; 5 ï £ ^ z: «<br />

.= ­i ­ O<br />

T ~ C =<br />

i lílíJ. 8<br />

- s g g fc 2 =<br />

« =.1= -§ 2 ~ w . =<br />

If.lf * ! * «<br />

S r a * o ï if<br />

w O ­y X * *~ —<br />

c .<br />

s X g S '<br />

_ S w i» ,2<br />

S3 AJ. , •;; 2 « £• :<br />

=.'= •=.-= = ! LE<br />

~_o = 5 § Z " ."'••­■<br />

5­a­s t<br />

Kl 3 ^ ,• , « ~ i, /"­ i><br />

226<br />

s '* Hs


0<br />

u<br />

<<br />

o<br />

■3<br />

c — 5 V ~<br />

u ,s :<br />

' '*■ > s<br />

c * «■" íc" : .. .T =«<br />

— s *.<br />

_= c --<br />

bK*wSuwOM s c s o — y n "T r*—<br />

o<br />

K = 2 ^ ­ z.í ­ ­<br />

~ f. *■ — 2<br />

i:= ■= J=<br />

** — J. w —<br />

— ~_ ­ x ^ ~ 5<br />

227<br />

£ £ ^ c — - =<br />

w - - ^* 3 - ~<br />

"3 "? J § o<br />

­3J2 2*1


­a<br />

o<br />

1/1<br />

ta<br />

t<br />

­■soc •*■£ ­ — " ■/ . 1 8 i i b ? *• ,/!<br />

5 K U VÎ i-<br />

­ r.<br />

» —<br />

■j} -<br />

! i S I £ P E1 S 2 I î •£ C .2 .<br />

s'S: 5: 3: « K ^ c i > "<br />

!J 5" C '""" i* C — 'C- £ '" _, rz î ^ 1<br />

f ; ­­9 j : j.r ­ : í ­.­<br />

iïïJJïlîiîîïfs<br />

■5 -□ £^1=11.7 = ­5 s.a 11^<br />

.ta •§ "=• * g § ° 1­5 p iJ~ "1 § s<br />

* 3£ = •?<br />

228


09<br />

3* R<br />

« H<br />

_; ­ O J2 _r u _z — ­<br />

0 r. XJ<br />

=<br />

■ ­ ■rj V,<br />

= o<br />

^ ~ X. ~ = 5 i_ s<br />

­ •J­, CJ<br />

ZJ 3 (A ,'" x<br />

_ ZJ ■ r. qj v:<br />

"— («<br />

— :_ c ■.:<br />

mm V r rr H<br />

" —■<br />

_ —<br />

•— '7j ;/; — ■- ? 5 c 2<br />

1 ; i<br />

^¾ S a If<br />

i s 0<br />

= w C 2 ã •S § * ="| s<br />

y,<br />

u<br />

CJ<br />

y;<br />

l£lfi.i::.|<br />

(¾<br />

5 — v. s ? 8 £.2.=<br />

.r ­ £ v = o<br />

C y 1­ •À<br />

4iils=<br />

■*• — — ■j<br />

f.5 2~-i<<br />

S — 2 ~ " -> s r a .2<br />

o<br />

u -<br />

c-§<br />

î Z. g S. c<br />

Jz "^ s ^" ~ H — "<br />

C_fj 3<br />

u (■<br />

(KSftjnn­'C ^V6l-0t6t- ajBd oppjg !<br />

i i CJ O g îJ<br />

nmins: !<br />

(»«>?IIK oiir.icjS omiiwjJur.i ...<br />

lhHl«»w:<br />

Itmf liïn<br />

i?urpi|f,y : ­i<br />

''„„' '""«' SI ir..v.nr!<br />

T wasfoV, ','­<br />

,B P n . ttu ­ 1 «»w»S iB.»!»,, , ,,:<br />

«••«i ■ ■ ■,..,>,.,mmit ^ ¾ 1<br />

^ ¾ ' r.i<br />

£;ê, ...^.•.r.!'?—•« '•­


i, 5 *­ a. > ■* N:<br />

■*. - :. -- 1 Z '■ ■ -<br />

<br />

ç î - ■: ? : ,i õ »<br />

­ s s r ? s "•* ~ =<br />

« si!!"­:­ Ï :<br />

o<br />

ce<br />

LU<br />

X<br />

a<br />

52.2 «ti?sá"£*£ 2' ^¾¾ «%<br />

IfJjJlJÎjlU<br />

ï »! ï 5 S í ­5 'E J£ ." — •*;<br />

•^£^


"•/:-' -s.<br />

y; « ^ r<br />

n — o<br />

£ ri _ ­ v. z<br />

~ il r. ­j; ~ ­£<br />

il "2­S = .= £ í­^Í'i í °.§ °<br />

K ï » s z'S*3 s « ï 5 ­5 Ï<br />

î iN<br />

­ ­ ­Í =c ­ r<br />

!■"= ' Î T ! .¾<br />

1/1<br />

0<br />

yl<br />

u<br />

il<br />

><br />

Í * i/i<br />

i í ".|;<br />

— —<br />

0<br />

— .Í ­ ■■" é '* ur.<br />

~<br />

C = ><br />

— " c — —*<br />

.r "r 2 ï '«» s j fa Ù<br />

::i 4 £ «3 3 5 1/5<br />

■■r. ­ C — *î — "<br />

­ *r E c ^ X •= =<br />

« •— = i = : ii<br />

— v 2 =— ï s<br />

■6 /<br />

i"­2 £ ­ S<br />

V. £ = 2 ­ S<br />

C ­y.


3<br />

a:<br />

n<br />

3<br />

_5 b :<br />

JS a e S rfs . ;ï :,;/"/'­:?" :=­:^<br />

£^: 2 ■ - = ? S .' ■ *.~% - £ £ -<br />

— ­= M c = _<br />


— u<br />

. v;<br />

x • -g<br />

to<br />

o<br />

u<br />

«<br />

o<br />

O<br />

"^ir­|"i5<br />

'■r.<br />

v.<br />

M<br />

O<br />

i~<br />

©<br />

o _2<br />

*— H 2 .£ = = a 8> .= =<br />

£ .Í ~ (5<br />

c "5 -<br />

C ii<br />

■X C<br />

r_ g C si =<br />

c c ir.<br />

r­. C<br />

2 C '<br />

— X<br />


O<br />

œ<br />

:­ ­*f*W *­v<br />

í<br />

s<br />

o">­<br />

D; ^<br />

OC5<br />

s*.<br />

"■3<br />

o<br />

s V,<br />

■r<br />

«33<br />

05<br />

«=33<br />

H­5<br />

o<br />

. c<br />

(O o<br />

t a.<br />

E<br />

o<br />

u<br />

CO<br />

<<br />

Q_ I 8<br />

o.«<br />

tt£­ g,<br />

o<br />

c.<br />

CL<br />

CO<br />

<<br />

O<br />


'■ ÍÃ .¾ s s<br />

> v; r­<br />

- ; - ^ _> x ; 2<br />

­ « Jl .r ? .S! « !§ .£ = o = g ~ f c ,.<br />

3"1 £ " ï s •' C 2 S<br />

• =5 M— v:<br />

Ils<br />

3 "H .2<br />

— ."^ ­r<br />

o ­ .2 = .5<br />

ll|í?<br />

" c: s, •— ■—<br />

a .. = * _<br />

2-=-=-1 2<br />

"Í 3<br />

­s S<br />

S *?*'•=<br />

J<br />

K<br />

H<br />

C<br />

U<br />

><br />

0<br />

5<br />

o<br />

K<br />

J<br />

U<br />

C<br />

»■ Tl -M -M -;, -, -,, T1 ,,„,,,,<br />

235<br />

*< 5 —" — X<br />

S> - §5<br />

o — ■-<br />

Ni?<br />

s =^=


(fl<br />

o<br />

Z o z P<br />

1Z O i« o<br />

"* "! "Z ""*<br />

LO „ ~ tj —<br />

S 1, """ O<br />

(N S í* r £<br />

t> ° « 2<br />

E = S s "Jsií<br />

CE O —<br />

■3<br />

C<br />

E<br />

X<br />

iJ -3 =<br />

c<br />

0<br />

-•: v:<br />

C<br />

< _^ 0 O « C w<br />

; » ~ O<br />

t/í<br />

~~" ~<br />

=£<br />

£<br />

ir.<br />

O<br />

.2<br />

-<br />

= 3<br />

0.<br />

c õ<br />

■ 2<br />

■_<br />

—<br />

« « ■s. -<br />

a 5 Õ et<br />

Õ<br />

— - U ~<br />

X 2<br />

05 £ =<br />

A3 = £<br />

ft T­S3S<br />

B ­í ~<br />

t- — "3<br />

u. N 1 a<br />

5 = ol<br />

= 5 ta 2<br />

1 .4<br />

.2-2 ~<br />

--?■<br />

01 ~ ~<br />

e ï ~<br />

o >-=<br />

S t. 1<br />

Ï ­ o<br />

> c.<br />

O<br />

E<br />

BI<br />

ca<br />

E<br />

•a<br />

o<br />

ira<br />

v;<br />

£ ~ "Õ í ç « 12 ri I<br />

s £ S 2 =<br />

~ zc - s c<<br />

0<br />

7-,<br />

'C —<br />

w ií —<br />

"v —<br />

-<br />

' ■■J<br />

^:<br />

_ -<br />

-i • ' «e<br />

— ï Ç.S 2 ojs "<br />

J"= = i — = ï­r "<br />

6j<br />

2 S s .=■ H; S.ï.<br />

0<br />

(d<br />

E<br />

D<br />

0'<br />

si-:<br />

fii<br />

3 "o — < (li ffl<br />

«St.<br />

Q rí°a *<br />

a ~\<br />


o<br />

2<br />

O)<br />

o<br />

«<br />

o<br />

■o<br />

(j »<br />

UJ e<br />

H­ o<br />

O =<br />

ca -S<br />

Cg e<br />

­s<br />

n<br />

L<br />

S<br />

O<br />

«<br />

O<br />

t<br />

><br />

t/í z<br />

•3 |.f S g<br />

- • > 3 := ■<br />

•S =<br />

=.£ 5 o —<br />

si"" "5 *<br />

■r ~ • w ■ o _<br />

s -««-=*i<br />

•J s<br />

J « « r<br />

« ti ­ .2 ­ 1 _<br />

a 5 5'3 :<br />

gU. £ £ = :<br />

w t* U o ; i<br />

O — T»í­5 ­<br />

­ ­ ­ S N :J :i : TÍ ?i T« *<br />

o<br />


i I<br />

' — — "3 "^ " 5 O <br />

. ..536 ,<br />

S ­ 4 H S £ g i 's «<br />

£ ,<br />

Z c «J iS î*<br />

: i ■■> e • 5 o<br />

: » u e ■<br />

:­5 S " ~<br />

: S c =<br />

á>T6.siJCf.a­sj<br />

•■ ­ „'3 C £ S.­" !<br />

*C■ 5 ..WE V S i ' .­/.<br />

£2<br />

­, 3<br />

riíSSSígSiiií^iièssftS fiSftsix<br />


: S­1<br />

O<br />

O<br />

í c Î i = * ^ * I ;<br />

. O " . F; .<br />

c ■ ­1 •<br />

z à ? ?<br />

: o : ;<br />

9 "• = ;<br />

­E ■ n *<br />

; a j . =i s; n s .­<br />

f af at JC ar 3<br />

/■jjoJ : " = : c ■ "2 .= " c ■■■­ : : c 3 I<br />

ï 3 ■'- x. « 'Í Ï 'i :<br />

'0­ Î 3 V y Û "<br />

71 Ci Tl Tl Tt 1 TI ri TI T» TI TI TI TI TI<br />

?í r, o ~ ?> | Ï £ ? = ï * * ;<br />

­ c » « .Í ­2 ­¾,. ,­j yt­_­ (í rv ? x Z r í » =f<br />

239<br />

0


'■.■f.'t :x"0. \£ -V. - ; t<br />

; I • n S '• 8<br />

ãSislSSeâ ?: 3 '3 '«13 S S S S .¾ S 8 E 8 8 o 8 .4 'r. o S .* S * o .­­ s.. Si « 3 5 2 3 S ­ 5 « ­ « ­r a ­ ­ * •= •­ » ­<br />

.= ; • : ?<br />

« "* c î F ­ : * ­5 ~ .' S<br />

ï :.;­ ;\s Ï£ 3:¥ ; : ;T­<br />

240<br />

j t : •'. ­r. '— z i ­^ ;<br />

H Till T. ri ?i r, ^ ;j a<br />

T^ 1 — — — -f-i-i<br />

I •<br />

il


.


•■ 'O O o O O O 12) IÛ) IÛ) |f*<br />

^1<br />

^1<br />

tzJ<br />

3<br />

S .* s . ­s­* gj § i s 1<br />

s • S S • S.­î § a"" ­ 'S ­<br />

"'S­ *■» ­slsl.1 fi 1<br />

a» 0 ,2 _~ u o *C a ta S. « -s<br />

"* c* : !; í Oi -5 X »<br />

(/5 Sa L'r u;ï':5 5 2 s<br />

B^ u ' S0 " «"T. s* 6 = .,­o « g S<br />

O:<br />

i<br />

O<br />

0<br />

^ ra .gjg '"§§§■> g c 7 il<br />

0<br />

si F"> S s ­S « 5 „» X & « : : «­ g<br />

•tzj<br />

{/5<br />

«>"■ £5­" 2 2 ­ ~ = ÍÍÍ!<br />

o «i IM H il<br />

H 5 e r î Si i? =■•<br />

et4'­ 5 ­ ^5=:= « i? SU 2J if =­­ :<br />

î = »5.; , . < -.-½ ; 5 ^s^'5 o s X-i ■ l- f. -.~ S •­ =■= ?j;> ; ­ *4 ï ­­ ; g* " =~ ï­5 | ï g „ i ; ; ­ : '­'<br />

5­ S­­5^­|­á ftjjj»*. 8 S s |f s­ï r> I i ;.:­ sS£u


'■ c 2<br />

: — s. * •"­. i<br />

i -î r i *.'i t'i ?i fi fi fi fi ri fi fi fi fi f i Vi Ví V» « ri ri ri N í ?i 5<br />

243


' '~2 :'..' '.<br />

i ÎÎ ?i ï g ­~i rt ri *; 5 ri ?! *i<br />

; w ■ s. o ­<br />

'J M O *J jj .. R *»<br />

ï-'S «"S .s w —.5<br />

:­^i­ /. ­ o<br />

>5£*»;£fi25 55E5<br />

="t S ar, r. :<br />

O ■/• S<br />

■ .2 ­ c<br />

! o 5.S . 'J ~ r ;­ z z Jc , r '** ■ ­ ­<br />

•7<br />

: - ^ « s s<br />

= r.<br />

e o . . ­r<br />

"o ><br />

'•. . 0 is*<br />

— "9 > 42« ­=­­­­5­=2<br />

■3 S fî ï "<br />

" " * Si — — = ïj«.ï­.yj'|.j í;! t ?,_;,?­= 5.~|| | r|<br />

. 3 . c * "j i ''• ^ ­ 5 2­ ï .^ j (j .5 », £ ­í o ? 4 z


'" ir.<br />

es c<br />

S /. 3 s s c ­ — —. r<br />

­*ESâ ? li S « S<br />

— ft* ~ u<br />

v: a —<br />

­ K £ = ~<br />

»> » ° s •= .— Í c — = ^ -<br />

? ã ­2 =<br />

ï " £ o ; r*,.<br />

CJC y . 'õ £ ^ "H ~<br />

> =X B ­5 £* = Sí^íg g £ 5=... SV­g ë«. o gv


Ill<br />

a<br />

«s<br />

ce<br />

o<br />

o<br />

ce<br />

a;<br />

a:<br />

UJi<br />

o<br />

o;<br />

(ft<br />

73<br />

<<br />

­<br />

O<br />

u<br />

73<br />

h<br />

C_><br />

GO<br />

U-<br />

O<br />

^—<br />

-J<br />

UJ<br />

oo<br />

z<br />

„<br />

0)<br />

r*<br />

0)<br />

Ul<br />

0<br />

O o |<br />

O 0<br />

a<br />

0<br />

o Q . 0<br />

III<br />

0<br />

i<br />

1<br />

UJ<br />

X<br />

=£>••<br />

£^<br />

247<br />

k ■o<br />

Uj *<br />

•J S<br />

« ­ 'i <<br />

i ~ ■« ï S<br />

U '<br />

0 =<br />

L<br />

­j?<br />

::' : ..


o<br />

<<br />

u<br />

LU<br />

Q [<br />

<<br />

Q<br />

í,<br />

y<br />

O<br />

k<br />

O<br />

1 - jl<br />

< i:<br />

_J<br />

UJ<br />

ou<br />

I r§ § = ^ j ^<br />

C v' _ S {* :-.- —<br />

> V) ­ ~ « y. r ÍÍ<br />

^ >±~ 't è'= ­<br />

­ s ­2 £■<br />

= S W « — ^ —<br />

~ ­./: " s. ­' ¢^ O tt ­ i ­: s c ■J­. s.<br />

S O<br />

~ _^ — ­ — ^ '.,. ­■<br />

~ — ZJ<br />

c<br />

_r = ;/: li<br />

= r D ­ 2 c ' = ■r O s =.<br />

~ „<br />

~ ■* z S s,<br />

li<br />

— V ~ z ­ ­<br />

— _ —: y u:­<br />

s,<br />

V V 7<br />

u E s —<br />

u­j. v í ï".i "•: z ^r<br />

* — .i ï ­*<br />

J^ Z. V<br />

_ ~<br />

u ■? Si<br />

'— *» — •<br />

~ K ■2 ~ ^ "= c<br />

u*<br />

■5 sr C £ w; " 3<br />

— '\L ~ = u<br />

«£•=«:<br />

V. ~<br />

O —<br />

■5 u e"S 5« 5 =<br />

a".<br />

« z R G —<br />

S<br />

O<br />

- o z ç «j ç _ c es<br />

— zr c r ­ — —<br />

i X 1.­ = o c<br />

^ c & ■£■ .<br />

c - c 2<br />

w<br />

­ ^<br />

.2 a s ? = S.ÎS­S<br />

C w _■ v o<br />

I e<br />

= ­ = •_« Ï —<br />

249


£ô'/î<br />

s Ú ? . 5<br />

i s.iiie 1<br />

« _ " ­ ­ — ­ —<br />

■J1 .<br />

— . ,£ ~ .<br />

c "3 ­ W Í s. 0 *" ~ — ­ s /. t i:<br />

/;<br />

/: =<br />

:Z = ­ ­ z s r ­• > — ~ ­<br />

.­". _ ■g = 4 s ­ •A f A<br />

­ " y.<br />

A ­'<br />

j :<br />

■<br />

1­ _ — ~ _ _ ~ ­ ", — ­<br />

— "C —<br />

r A<br />

Í; U­<br />

— — ­ ­<br />

­ — ° ■M ­ _ — ­ _ ­ 7. 5 ,'í s. i .<br />

U — i; _ — g<br />

c * 2i5 * =<br />

5=.5^22.^52<br />

s = _i £ = * ! î ; "jjio:iij,j i_­i<br />

5, = = y i­ « =<br />

« J» * .2 "<br />

= c o —i<br />

Õ ~ S. S =<br />

«s - '£ - ~<br />

— *. ~ — c? '<br />

_ — CU<br />

* " * —<br />

■• — ­ * =<br />

o — i -<br />

_ CI<br />

■Z e<br />

S "Õ<br />

^ . ■<br />

* J K'


5 | ^ S<br />

w E 3 E­<br />

S "SO""<br />

o r<br />

o 1$. g a| ^.|1<br />

■- S « í ; c í<br />

— ^ Í "" — C<br />

C tr. z -a<br />

« u r:<br />

z ­ "> « r ^<br />

s H r - _ - .<br />

5 o e *2 ' =i'5 = =j— "<br />

­¾ — 2 K >: .2 £ i P . ­.;"=.<br />

S: JÏ ~ ,JÎ — - —~ P — -<br />

£ P * <br />

."' '5­T e * S S =<br />

O<br />

o<br />

■o<br />

í.<br />

o<br />

><br />

-x *:<br />

2 ­­ ■/■. ­ .Hf<br />

U .- r 2 2 Ç<br />

— c - í* _i í, - i .j. * c •<br />

2 -- 2 «; .2 2.2 2_ c £ - —<br />

« :-. S<br />

'Z c ­S S ­ E. c ­ 2 r ­<br />

o<br />

~ — 9<br />

3 î5 H_<br />

■5 c = c<br />

« - ~ =<br />

•C3 - .5 v<br />

c<br />

■D<br />

■5 s s -, s -=« = - — " ""<br />

2 .= =.-fj s -=.2.-: , ~-H -2<br />

c<br />

■=1 ;l *2 lï^^ = *<br />

- « ' Í B Í ^ S Í C :<br />

251<br />

= 2 2 -<br />

S IO<br />

c o<br />

­2*~ " *<br />

­ ­ 2 e<br />

= •­—: =<br />

p = ; p s<br />

ri


C7^<br />

ë îû<br />

< 3 .î3:I<br />

­:. ­, S !f S =1=.­3 1 g<br />

t* .^ rû^rzo^o =<br />

— /^ oj ­â 2 = ~­i ~ ­9 ­S i_ l=ï5l 0 5^i,S8i!« "= a. s ­S<br />

(V _eg ^ ■— z~ ­j z'Z 'f­ ~'Z S 5 *"K §."1 E1 ­r = .2 î. J 5 ».« _ =<br />

¢: «ï i>s22|­ ^<br />

e £ | « >• ; 5 = 5 = J c Z £ J £ ? 3 = s<br />

" *. "H E = g *<br />

.I C 'H. C í !^~ ï­2 ­< :­ _H ~S"r­.H "e li<br />

^ ^<br />

c<br />

~ ~ *<br />

;; g s .- -3 c<br />

■a<br />

~ S "-" ~<br />

y; v;<br />

c> . c --= ^ = =<br />

tj r ­ > s. i — ^ C •— ~<br />

Z " ii w c * _^ 5i<br />

c £ « — = u ­s u s, * .s<br />

< e'^E^J­if" = i ;; £ = f.ï = L £ :Ï = | _ Î «.= '£•<br />

o<br />

w i 6 "l"! » =S ? = "i­ 7s I « = ­= ­i5 s 5 1 ? 5 5 "S<br />

c ^<br />

­io S |^ = ­n«­2<br />

.i _£ .2 ,'; .= * * s S "S H­<br />

253<br />

v: i^<br />

i


DC<br />

2<br />

0<br />

- •**"■£-•. 1 -S<br />

«^ • î S Jr vj 1 ­<br />

■.A **: *c « ­ ­ ­ —­<br />

s C'jr­ os '­ î î'~<br />

"i - s C'jr­ os '­ î î'~<br />

"i r- «ï a. s r* «j .a<br />

- s C'jr­ os '­ î î'~<br />

"i r- «ï a. s r* «j .a<br />

- s C'jr­ os '­ î î'~<br />

"i r- «ï a. s r* «j .a<br />

- s C'jr­ os '­ î î'~<br />

"i r- «ï a. s r* «j .a<br />

- r- «ï a. s r* «j .a<br />

a Î •: s s a Î •: s *'î * 5 s o<br />

s a Î •: s *'î * 5 s o<br />

s a Î •: s *'î * 5 s o<br />

s a Î •: s *'î * 5 s o<br />

s *'î * 5 s o<br />

c ? c "­ ° .Ei "s ^ ~ "* r<br />

«F<br />

M S-o w c ? c "­ ° .Ei "s ^ ~ "* r<br />

«F<br />

-i*«i>-<br />

M S-o w c ? c "­ ° .Ei "s ^ ~ "* r Ir'<br />

tli<br />

«F<br />

-i*«i>- 0<br />

M S-o w c ? c "­ ° .Ei "s ^ ~ "* r Ir'<br />

tli<br />

«F<br />

-i*«i>- 0<br />

M S-o w c ? c "­ ° .Ei "s ^ ~ "* r Ir'<br />

tli<br />

«F<br />

-i*«i>- 0<br />

M S-o w -i*«i>-<br />

'? ^ f.s S.* e­ëVs"* §<br />

v ** • 3 • ft» *■ * *•» S *2<br />

S = L^ã­­*°S ^"^ " . £<br />

­'S­5 i ? lO­H =<br />

— I „u Eu;ayo-e|03S3 ep<br />

souniv sop jE|oas3 oBocpossy wièiwanns<br />

1 » ~<br />

■s. ï u<br />

^ — £J<br />

S = °<br />

"! ï — ?<br />

■■r. •, ~ ;—<br />

C — *w U<br />

.- .^ ~=<br />

Õ<br />

DÍ<br />

• 1<br />

: y<br />

H c<br />

1<br />

3 5 iS^ ^j§ iS.S<br />

!<br />

c<br />

c<br />

j<br />

t<br />

s<br />

c<br />

| i<br />

Í 1 î i<br />

4 S f<br />

i.* s i<br />

î O Í<br />

: * !<br />

: » i<br />

;<br />

1 M<br />

w<br />

•>• ­2 ïrfgg ­• = !&><br />

K o'^ . § 5 ■ S ï * "<br />

- : »i „ y - j. c; *«-<br />

.2"* ? I. » 1 I ­7^ ■— .£<br />

i = ^r="s ".1.2­§5 s<br />

fi si--T.!?: «S.<br />

J» J, ¥ r-<br />

^ 1. .i<br />

= e: O r<br />

V. S u £ Z 'Jï = .z ­ ­ ; = C r S<br />

) t; '~r ■À "• . — ­ ­ (! _ — s y. ­ ■i ­H "G ­ Z<br />

r r<br />

' V<br />

■J s y. :J<br />

1 = £ — ~ s. r ­ u<br />

■s.<br />

■s. ­' ­ f s. i< s. \r —<br />

ri<br />

I = ~ c y.<br />

v;<br />

s. —<br />

l'Iciflsl"!<br />

.g •» se s i:<br />

u — £ s s I ­ H »! *" " 5 s' E S .2<br />

g i 3­11 e 0~l « 2 I î| I*<br />

254<br />

=.. »


Íiií5«.5<br />

S­SSgg|­Eí2s É í".| |H =<br />

;­ : c:r "<br />

i_^.S " « * —<br />

ÍJ c n H 'n.­ .; ,2 S u *<br />

N: ­ S '


^ —<br />

■ i "> _■ o g •«<br />

C; O O IT. — O —<br />

w. — : « r '•­<br />

o =<br />

tr 9<br />

E. ~ ~ s u i" ? ~<br />

— ~í Í< — -i - o ~ 0<br />

\l. 5¾¾ C<br />

­'<br />

/-. c*5L2 _~; ^ V.<br />

~<br />

r 'S­ — S "3 Mã ■=j ^í<br />

=? S § .5 S S5 -22= ">^"ScS5-|3-:<br />

.Ç =.-:122=.7 = = ^ , . - - 3 ^ . :<br />

í "í*:?»!! E.= 2 « 5 « .=■ I 5 «.E j<br />

■s s ­ s ,2 « ? J '£ 5 g »■ £ 5 » S s w ­f ­ :<br />

£ s í ^ « ; 5" S = S g =.­5 „ ­c ~ = „ e<br />

■z._ ÎJ<br />

,;C a;<br />

V) ■— -<br />

O w ce 5 « c/ u c<br />

■ — at 'z<br />

il *:<br />

— =£ ;<br />

í vi> ='c":<br />

•­ _ * 5 ­ ï<br />

» X '<br />

- ^ C / « 'Í<br />

_3 =C-T 2 •*» 5 = '- ^3 V Í<br />

~ f ;s S| ï,:f ■ ­<br />

­^ = . = f ­ î. = ­ 5«. SI. 6ii s ï.£i £ á<br />

­ = ­21^ *.ís.2~.s ­­.< i^.H.H­ri .H" J<br />

=• V? ­<br />

a ­c ­w *" >• ■<br />

£ ^"TS^"?<br />

yf 5: =<br />

­ ;. = ­<br />

■= ?"* s e_ n a c_3 2 S s Ë ~­'<br />

1 g ~I -S Ë | Í -| 5 | | e 1 * I a<br />

S 7~. =3 s J "" g r = ­ ­ = "f 5<br />

= u ? ­IL cl^i­i^li­slp^<br />

257<br />

_2 s<br />

= e<br />

5"E<br />

o<br />

■to<br />

c —<br />

"1 Si<br />

2 =


l/l<br />

O<br />

.= »<br />

■Q 0<br />

t- a<br />

O Kl<br />

c<br />

l/l s<br />

.2 H<br />

o S<br />

Sá<br />

■u<br />

na<br />

i/i<br />

3 5 . M<br />

ïr. : î :<br />

;-,o ■ : c :-<br />

: 3 i ? s % ; «<br />

ia M *> *r. «fl 0¾ irt »s »« iïs J5 « « «ï rt<br />

^ - Z * C<br />

-~ 2-5 ^-íi-r'''<br />

; r Js ' 5 i - .2<br />

= - 8 ,J V '<br />

-. .-=:S ~ ==~ = 1 S*- -<br />

v-£.s = £ £ 5.:=,= 2=-^ = :<br />

£-5 *.=.ï-ÏÏÎ1Zï'-î--:<br />

i sx **» ^ftï<br />

Í :«é E-; !-•= 14.1 s s**- Sl=2 2-^ â.5 5-?<br />

^; 5 = '^ ?, V = = £.°. c - "5 ÎJJ  •JITJ.IÛ^.Î<br />

l/l<br />

<br />

'"= ; :<br />

c £-¾¾ - : ' : ; -J >. : .<br />

i "5 "- w 5 * ~ •£ J 5 5 - c: T.<br />

S ■.- - 3 = r.r = r€


o L:_2<br />

­Í = r­ ' ­Í<br />

\


fils<br />

e£<br />

F<br />

'c? - 0<br />

S S<br />

c<br />

0<br />

0 Si 01<br />

= c 0<br />

= " V. c<br />

a i£ ra<br />

v *z 0<br />

1.1.<br />

.1(1<br />

•IS<br />

c 01<br />

o~ c<br />

KJ<br />

=3<br />

1<br />

0<br />

— 'TZ C ■a Ol<br />

5 > ? 1/1<br />

■a<br />

■; /,ií ta<br />

«í « — N<br />

s * 2<br />

? ^2<br />

ca<br />

tw<br />

C J 0 (fl CJ<br />

'O<br />

•i & ­<br />

g s ^ 3<br />

—-Z y X<br />

«:« 0 ~ =<br />

0 1 ¾<br />

UJ<br />

■AWiSJ<br />

5 V ~ 5 i ri = " V s S ! _J<br />

"Õ '• ** I ~<br />

û 4<br />

V­SjB ï<br />

0­3 —<br />

, 3 <<br />

£ I I­<br />

« l.váTi&S =4 .s »Î<br />

— — u îi*~" "*■. I fi JJ 2 « e a<br />

­i s «f 'S* i *■ w x ^ 9 = :3=<br />

•0<br />

m<br />

0 "2-3 r ^ S .S u<br />

­5 y<br />

* T fit<br />

O<br />

l'i lîi s '.4v^í«á i firs'<br />

0. •—■<br />

.' ■ o ' ;<br />

5 c fe.SL] g 3 . Q.3Ï iS<br />


ïa^Jy<br />

< ­Í­Í u;«5<br />

£.;"s E ­ 6 : ; £<br />

f «•* ** á 8Ï.3 C£ s.<br />

" ■'■ = -^^- a « e<br />

S •* ~<br />

ï t: ­ :<br />

S- '= .ïi.<br />

; s-s s =■-<br />

■ - ' — o<br />

: w « e E s<br />

CXC = C-<br />

Ml:;<br />

. .H n i "<br />

a - ?SJ «J;.n-LiJ3_--V33£'''ftJ~';;n--n.-r:S<br />

c<br />

:.2<br />

­ S.«l<br />

£ if.!<br />

- C-3<br />

S.» «<br />

o .2 —<br />

MU.<br />

2 o g<br />

3<br />

£6<br />

:5 c<br />

O ^ -J et<br />

"^ a s ~ — T<br />

ï: ­ — • = o v<br />

:Ô. < ^,A-<br />

»£ : . S" •<br />

se : :.s- :<br />

ii^S := : :<br />

:— - 2 S"2. :<br />

>.f 5 2 JS 6 s : ■<br />

; — í w.= c ; _<br />

i­ s­su u ><br />

_ _ w » — w tfl a. ;<br />

« £ ï<br />

•.5. c<br />

i o o<br />

: ;j r- :<br />

— ** 'j<br />

.1JIÍ<br />

Il IU4.S3<br />

­=5­r-= .<br />

5ï» ï-SJ<br />

" —i? I O-S-<br />

261<br />

(0<br />

o<br />

(J<br />

U<br />

03<br />

O<br />

p<br />

e vs<br />

E 1<br />

§■-=<br />

c ^ £ r - o o<br />

;■= ; í í | e<br />

. ^­ gi : J 41 £<br />

3--^-.3 - ^ — ■■<br />

- ? 3 n » 3 « r^ïW<br />

û s ï « ^^é: ■ 3— "»<br />

ÍT- "- S " « '5-Ï-2 ,


»,223<br />

: o<br />

0 ; '<br />

;í : ; 5 ■ = ­ o<br />

Is.; lirlHo<br />

"s* : S.3.S1 * 3<br />

j . „ : « « x » j . ­ a .­<br />

J : s ■ S■­— ,, '"*­ 8*3'5<br />

-.Tj ; ^^ : ; ? : " : ;<br />

u /Î JVC 3 '. — ^ 3 ­j — = .3 C<br />

S««îf .gy si|ï SU­S<br />

á­8 ! 3 J 81 f 5* ipf I<br />

S­ ­ 'J 3.­4. C<<br />

m 1* M 7t M » rs<br />

■y* 0¾ J^ "" 0¾<br />

■ / :<br />

; 77 = . = a<br />

: "3 I 3 3<br />

yi<br />

■ —<br />

O<br />

tfï<br />

■a<br />

j<br />

v;<br />

C<br />

s .',:<br />

o<br />

■JT<br />

­ ^<br />

*­ z<br />

S §•£ r<br />

ti­ = r^"?<br />

­^ y. s y 2 2<br />

« tíi 2<br />

C ­ í « ■ ■ ­­<br />

23 ­ li ;r jh^i: 5 §<br />

f ~<br />

o o<br />

■a<br />

"3<br />

­ 3 5­s .;.2 ; •=<br />

262<br />

y ■­ i; ­


p = •— — o —<br />

4~ -3.<br />

O ir. õ 9 = H<br />

"S u = £ ­<br />

~Z ^<br />

£ c « . S<br />

« faa — Jj<br />

„ yîl S =<br />

« 'S B « u S Í<br />

= 0<br />

•S s<br />

«« S 10 la «<br />

■= ÏZ C3 *■ M<br />

= S2-= =<br />

^ — C ­. «)<br />

£ —« S c<br />

o - S ■ •• S T<br />

w ."<br />

-z g g­g­g<br />

o 5<br />

«A ' ■^ e - S c -<br />

O u<br />

o g<br />

n o C ~ =.U"= =<br />

-s "<br />

a C 0 « — —<br />

5Í PS<br />

Z C*<br />

r~»­ = »< ­ .= vi o<br />

KI5ÍW!:<br />

9ÍHÇCI<br />

DM.­Í0C5­!:<br />

IIOOÇOÍI<br />

•;!.??? 11<br />

DOirîiiF<br />

mov'Hi<br />

HOliVIili<br />

!.'SYS'i<br />

IIKhhl<br />

!:svvr.i<br />

!:ii: 4><br />

î s : a<br />

O<br />

•a<br />

u â".5 I ­= "£ ^ a<br />

h "*• § *< "S "5 "î<br />

« sailli<br />

Z.w'r­><br />

opcilsodjp OJ|Sl|UIQ<br />

:opieS<br />

* ' ' ' BIOS CSSOU BIJBpi|OÇ<br />

■ • soipsuaif] a ouBi|iqoi\j<br />

E33io;[qig<br />

»ajO|03sy sapssiW<br />

• scupun su UJB'J jeuaiew<br />

sepiu ejrd |Buaici\;<br />

i>U|mi\| ;p |B)J31BJ\;<br />

• ' • " SC1U3UIBJJS.J<br />

aiuaDug odjoQ<br />

sKjqO<br />

cpuc3B<strong>do</strong>jc] ap SBsadsaq<br />

use laii SBsadsaQ<br />

aiuaipadxy<br />

sopBÍiajdiuíj<br />

" ' ' sacjinqiJiuoQ<br />

' BDUBjqoa B UJ03 BsadssQ<br />

vzaas3a<br />

!II?ÍMIR­C<br />

OBWM:<br />

ii(i«iKip<br />

OCiiïHUt<br />

0()!IJ<br />

opBijsodjp ojiaqinp a saospjsu; ap sojnf<br />

J0U31UB oue op Op|BÇ<br />

vuaoas<br />

'«2^:­­ ^ ^5.3^53¾^ as»j|a *2«3^>tf<br />

263


u S —<br />

re il s. c u<br />

u<br />

Î/J<br />

i.<br />

»<br />

y.<br />

c/: 11 =<br />

d o s"»<br />

O<br />

to r* S5 " c<br />

o s i: w<br />

O C t* c<br />

o<br />

o S -<br />


l«£cg.<br />

S3 S o ; =.= 0 ë ­ " SSSï<br />

c " ? y<br />

« u ■£ « m I 3 .Ï i :t :<br />

• T -rt -.<br />

.'Ce—'<br />

2 ­ * : s c­<br />

;­£::«<br />

o %, 'T. - '<br />

Or. _ *<br />

: Cl : r. î* «î»C £! = J5 s 2 J — ;£<br />

SF<br />

*L<br />

CO S<br />

ce<br />

C_3<br />

S=­ g 2­¾<br />

60<br />

£/)<br />

0 < :<br />

C<br />

* z<br />

Q 14<br />

«<br />

14<br />

B<br />

S<br />

><<br />

Il "^<br />

ifl "• =^2Lv « ■­ = S = a "<br />

- es 1--3 er_<br />

1 »:| °-|<br />

S§<br />

i> 5 ïï.2 SX *<br />

« 5 = S<br />

T. = e 5­c<br />

r « « e î " ' s e .<br />

re<br />

C­ I<br />

I<br />

■ ­o .Î :•£=


7 - ALGUNS RELATÓRIOS DE "A SOLIDÁRIA": 1910 e 1916


1910


jf;:j A&? * * V­;. •„* v ­<br />

írsi. E£ £. A.T ORBO<br />

DA<br />

0^/Wfi».. cVr*» Í/Í£.­C^V^ÍXC*A.<<br />

.­t­wei^ci'vtf"? •<br />

Gerência <strong>da</strong> Associação <strong>do</strong>s alunos <strong>da</strong> ESCOLA OFICINA N.° 1<br />

A /50 LI DARIA<br />

T^HO IDE 1910 —1.° Pírto<br />

A Soli<strong>da</strong>ria foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> como vós o sabeis pe­ :<br />

los alunos <strong>da</strong> /ùcola­0/iciita 11." 1, numa sua assembleia<br />

geral, realiza<strong>da</strong> em 13 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1910. Tem<br />

pois apenas 13 mezes e meio <strong>de</strong> existência, e <strong>de</strong>ntro .<br />

<strong>de</strong>ste espaço <strong>de</strong> tempo, relativamente curto, já alguns :<br />

<strong>do</strong>s fins formula<strong>do</strong>s nos nossos estatutos se puseram em<br />

pratica. A sua primeira festa realizou­se em 3 <strong>de</strong> abril<br />

<strong>de</strong> 1910.. Fui em honra, <strong>de</strong> Alexandre Herculano. Fui ,<br />

mo<strong>de</strong>sta; mas julgamos ter­lhe <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> to<strong>da</strong> a nossa<br />

boa vonta<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>smerecer o vulto <strong>da</strong> historia portuguesa<br />

cujo caracter quizemos celebrar.<br />

Em 18 <strong>de</strong> maio, celebran<strong>do</strong> o dia <strong>da</strong> festa <strong>da</strong> Paz,<br />

e queren<strong>do</strong> contribuir mo<strong>de</strong>stamente, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s nossas<br />

forças contra as i<strong>de</strong>ias terroristas a respeito <strong>da</strong> natura­<br />

« lissima passagem <strong>do</strong> cometa Halley, promovemos uma<br />

festa <strong>de</strong> fraterni<strong>da</strong><strong>de</strong> escolar, que se realizou no bello<br />

parque <strong>do</strong> Campo Gran<strong>de</strong>.<br />

Consistiu a nossa festa em as escolas irem, nesse<br />

dia, comer os seus respectivos lanches a esse parque e<br />

fraternizarem­se to<strong>do</strong>s os nossos camarad is <strong>da</strong>s <strong>outra</strong>s<br />

escolas, jogan<strong>do</strong>, brincan<strong>do</strong>, corren<strong>do</strong> na alegria <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

e <strong>da</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A nossa iniciativa, nao foi, porém, compreendi<strong>da</strong><br />

pelos nossos colegas <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s escolas, nem pelos<br />

seus respectivos directores, aos quaes, paiece, incumbia<br />

a educ.içïo délies.<br />

Por isso a nossa festa não teve o resulta<strong>do</strong> que tinlvimos<br />

i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>.<br />

Cumpre­nos, to<strong>da</strong>via <strong>de</strong>stacar aqui as únicas escolas'que<br />

compareceram.<br />

Escola <strong>do</strong> grupo republicano <strong>de</strong> Instrucção e Beneficência<br />

Thomaz Cabreira, Escola <strong>do</strong> Centro Republicano<br />

<strong>da</strong> Pena, Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Instrucção Popular.<br />

A estas escolas os nossos sinceros agra<strong>de</strong>cimentos,<br />

assim como ao Centro Alferes Malheiros, d Campo<br />

Gran<strong>de</strong> que, no final, á retira<strong>da</strong>, nos convi<strong>do</strong>u a visitar<br />

a sua se<strong>de</strong> e ofereceu a to<strong>da</strong>s as escolas um <strong>de</strong>lica<strong>do</strong><br />

copo <strong>de</strong> agua.<br />

Em 1 <strong>de</strong> iunhi lc íyio, isto t­, após ; meses e<br />

meio <strong>de</strong> existência, conseguiu a Soli<strong>da</strong>ria realizar<br />

PRESADOS CONSÓCIOS:<br />

um <strong>do</strong>s seus tins mais úteis: inaugurou o seu tanche<br />

escalar, a sua cantina.<br />

Não tem si<strong>do</strong> o que <strong>de</strong>sejaríamos que fosse. O i<strong>de</strong>al<br />

seria que ella fornecesse almoço, lanche e janta: a to<strong>do</strong>s<br />

os seus sócios, mas tal <strong>de</strong>sejo é por emquanto impossível<br />

e <strong>de</strong>vemos felicitar­nos pelo que já ha e se<br />

tem feito. Muito tem si<strong>do</strong> ella, e po<strong>de</strong>mos <strong>da</strong>r­nos por<br />

satisfeitos já, com a missão que tem <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong>.<br />

Assim a secção <strong>da</strong> nossa Soli<strong>da</strong>ria, o lanclfescolar<br />

tem forneci<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> junho até á <strong>da</strong>ta<br />

<strong>de</strong>stj relatório, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 10 meses 13:480 lanches<br />

ou refeições, numa media <strong>de</strong> 1:300 refeições por<br />

mês ou <strong>de</strong> 4, por dia.<br />

Para estes resulta<strong>do</strong>s, tão lisonjeiros, concorrereu<br />

po<strong>de</strong>rosamente o auxilio moral e material <strong>de</strong> pessoas<br />

nossas amigas, <strong>do</strong>s nossos sócios, <strong>de</strong>ntre os quaes é <strong>de</strong><br />

direito distinguira Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> promotora <strong>de</strong> Asilos, Creches<br />

e Escolas que subscreveu coin a quota mensal <strong>de</strong><br />

v>000 réis, A Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> Lisboa,<br />

com a quota <strong>de</strong> iO:k>oo réis e a Camará Municipal<br />

<strong>de</strong> Lisboa com 6­>oco réis.<br />

A ex.'"* Direcção, em geral, e nomea<strong>da</strong>mente "S<br />

nossos bons amigos Luis Ja Malta e Lima Basto removeram<br />

com a melhor toa vonta<strong>de</strong> todi­s os obstáculos<br />

que se levantaram, e que po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>sanimar<br />

e enfraquecer a nossa iniciativa. Com a sua coadjuvação,<br />

facilitaram e incitaram a nossa tarefa e proporcionaram<br />

a realização <strong>do</strong>s nossos empreendimentos. E,<br />

finalmente, o nosso bom amigo Luiz Hilippe <strong>da</strong> Matta<br />

com o amor que consagra a tu<strong>do</strong> que respeita a sua<br />

e nossa Escoia­Olkina, obteve para a Soli<strong>da</strong>ria<br />

a inscrição como seus sócios, <strong>da</strong> Cun:ir;i Municipal ti<strong>da</strong><br />

Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia <strong>de</strong> Lisboa.<br />

A' ex.'"* Direcção <strong>de</strong>vemos ain<strong>da</strong> o oferecimento <strong>da</strong>s<br />

mezas para o nosso lanche, <strong>do</strong> armário e respectiva<br />

dispensa, assim como <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o gaz necessário para a<br />

confecção <strong>da</strong> comi<strong>da</strong>.<br />

A to<strong>do</strong>s os nossos professores <strong>de</strong>vo A Soli<strong>da</strong>ria<br />

incitamentos e conselhos. M.­is permitam­ivs c\:e <strong>de</strong>s­<br />

2t7Íjuemos <strong>de</strong>ntre elles, M."' < ieorgelte .1'fvant. M.''


Georgette tem si<strong>do</strong> incansável e <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicação,<br />

Auxilian<strong>do</strong>-nos com os seus conselhos e trabalho<br />

valoroso, na parte económica e administrativa <strong>do</strong><br />

lanche. Devemos dizê-lo porque é justo: a ella é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

a prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> nossa associação. Ao seu fino<br />

tacto administrativo, ao seu tino económico, ao seu interesse<br />

que tomou pela nossa causa, <strong>de</strong>vemos um sem<br />

numero <strong>de</strong> economias, Evitou muito erro, muito <strong>de</strong>sperdício<br />

e especulação, em que, por certo, teria cai<strong>do</strong> a<br />

nossa inexperiência. Se não fosse a sua aturadi e utilíssima<br />

vigilância nffo feriamos um sal<strong>do</strong> tão eleva<strong>do</strong>,<br />

e talvez, até, teríamos <strong>de</strong>ficit.<br />

A' nossa boa amiga e professora, portanto, um caloroso<br />

e justíssimo agra<strong>de</strong>cimento.<br />

Ao nosso professor Antonio Lima cumpre-nus agra<strong>de</strong>cer<br />

o seu auxilio na parte administrativa <strong>do</strong> recebimento<br />

<strong>de</strong> quotas e senhas <strong>da</strong> lanche e os seus conselhos<br />

na montagem e arrumação <strong>da</strong> nossa escrita.<br />

Dentre o numero <strong>de</strong> pessoas que teem presta<strong>do</strong> a<br />

sua valiosa coadjuvação <strong>de</strong>vemos, pôr em realce a commissi<br />

<strong>de</strong> senhoras que se constituiu junto <strong>do</strong> lanche<br />

escolar, com o fim <strong>de</strong> auxiliar a nossa'professora i\\.*""<br />

Georgette, e ain<strong>da</strong> para organizar e fiscalizar junto <strong>da</strong><br />

cosinheira a respectiva confecção <strong>de</strong> menus.<br />

A essa comissão composta <strong>da</strong>s ex." sr." D. Angelina<br />

Araújo, D. Antónia Matta, D. Aurora Elvira <strong>de</strong><br />

Mace<strong>do</strong>, nossa queri<strong>da</strong> professora. D. Deolin<strong>da</strong> Lopes<br />

Vieira Quartin, D. Julia Guerreiro Silva, D. Luisa<br />

Lima, D. Maria Angelica Lima Basto e D. Maria<br />

Lima, <strong>de</strong>vemos expressar aqui a nossa sincera gratidão<br />

e reconhecimento.<br />

A' ex.'"* sr. a D. Antónia Matta, e srs. Luis <strong>da</strong> Matta<br />

e José Simões Coelho e ao nosso professor A<strong>do</strong>lphn<br />

Lima agra<strong>de</strong>cemos o auxilio' que nos prestaram na festa<br />

em homenagem a Alexandre Herculano.<br />

Além <strong>de</strong>stes auxílios que tão penhora<strong>do</strong>s nos tor- .<br />

nam, cumpre consignar ain<strong>da</strong> os benefícios materiaes<br />

que outros nossos amigos nos prestaram:<br />

Ex."" Sr. Antonio Pereira <strong>de</strong> Miran<strong>da</strong> prove<strong>do</strong>r <strong>da</strong><br />

Santa Casa <strong>da</strong> ' Misericórdia <strong>de</strong> Lisboa, inscreven<strong>do</strong><br />

esta como sócia.<br />

Ex."'" Sr. Antonio Ferreira <strong>da</strong> Canha, oferecen<strong>do</strong><br />

17,5 leg. <strong>de</strong> toucinho.<br />

Ex. Sr. Governa<strong>do</strong>r Civil, Dr. Eusébio Leão, oferecen<strong>do</strong><br />

27 litros <strong>de</strong> feijão fra<strong>de</strong>; iS litros <strong>de</strong> feijão<br />

encarna<strong>do</strong>; 20 kg. <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> trigo; 130 kg. <strong>de</strong><br />

arroz: 4 kg. <strong>de</strong> bacalhau; 23 kg/<strong>de</strong> massas diferentes;<br />

i;o litros <strong>de</strong> grão; 30 litros <strong>de</strong> feijão manteiga; 62<br />

litros <strong>de</strong> ervilhas; 1 abóbora; 3 kg. <strong>de</strong> semola; 2 leg.<br />

<strong>de</strong> chá; 1 leg. <strong>de</strong> herva <strong>do</strong>ce; 2 kg. <strong>de</strong> cevadinha;<br />

24 kg. <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> milho; 3 leg. <strong>de</strong> tapioca; 900 g".<br />

<strong>de</strong> canela; 3 pacotes <strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> batata; 97 kg. <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> assucar; 2 kg. <strong>de</strong> cebolas; 30 litros <strong>de</strong> feijão branco;<br />

5 leg. <strong>de</strong> café : 1 lata <strong>de</strong> amen<strong>do</strong>im.<br />

Ex.'"" Sr. Henrique Augusto-<strong>da</strong> Silva, oferecen<strong>do</strong><br />

24 guar<strong>da</strong>napos.<br />

Ex.'"" Sr. J. J. Marques, uma obrigação Jo valor<br />

nominal <strong>de</strong> óo:>ooo réis <strong>do</strong> Instituto Liberal Agostinho<br />

José Fortes; o lanche <strong>do</strong> dia <strong>da</strong> inauguração <strong>do</strong><br />

Lanche-escolar; varias frutas, amên<strong>do</strong>as, duces e bulo<br />

yio rei para sobremeza <strong>do</strong> lanche-escolar.<br />

Ex."" Sr.* U. Luisa Lima, varias frutas para sobremeza<br />

<strong>do</strong> lanche escolar.<br />

Ex.""* Sr. a D. Maria Lima, varias frutas para sobremeza<br />

<strong>do</strong>. lanche-escolar.<br />

A Aaf>olihiua, 40 kg. <strong>de</strong> massas.<br />

Ex. 1 "" Sr, Antonio Soeiro, So leg. <strong>de</strong> batatas e 70<br />

leg. <strong>de</strong> sal.<br />

Ex.'" Sr. Leiria Carvalho Se O Ï impres-ão gratuita<br />

<strong>de</strong> quotas.<br />

Ex."" Sr. Jorge 'Fernan<strong>de</strong>s, a impressão gratuita <strong>do</strong>s<br />

Estatutos.<br />

A Companhia União Fabril, 12 caixas <strong>de</strong> Aivdna.<br />

A Ex.'"" Sr. Freire, gravaior, 2 carimbos <strong>de</strong> borracha.<br />

A to<strong>do</strong>s estes nossos amigos a expressão <strong>do</strong> nosso<br />

penhor <strong>de</strong> gratidão.<br />

* *<br />

Tinha a comissão administrativa <strong>de</strong> <strong>da</strong>r nesta altura<br />

o seu parecer sobre o mo<strong>do</strong> como tem si<strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenha<strong>da</strong><br />

a gerência <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, por parte <strong>do</strong>s<br />

nossos anteriores colegas. Não queren<strong>do</strong>, porém, <strong>de</strong>stacar<br />

nomes <strong>da</strong>lguns délies que não lhe <strong>de</strong>ram a <strong>de</strong>seja<strong>da</strong><br />

e necessária atenção, nem os <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s,<br />

e sobretu<strong>do</strong>, o indispensável esforço e trabalho,<br />

limita-se agora, a consignar o seu voto para que <strong>de</strong><br />

futuro as gerências sejam mais solicitas e <strong>de</strong>dica<strong>da</strong>s.<br />

Aquelles, porém, <strong>do</strong>s nossos colegas que foram <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s,<br />

diligentes e que levaram o seu amor pela nossa<br />

instituição a ponto <strong>de</strong> gastarem com ella to<strong>do</strong> o seu<br />

tempo disponível ; ou que trabalharam com vonta<strong>de</strong> e<br />

afinco; e aos quaes, portanto, se <strong>de</strong>ve a prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> nossa associação, diremos que<br />

cumpriram o seu <strong>de</strong>ver e que assim <strong>de</strong>vem continuar.<br />

Cumprin<strong>do</strong>, como cumpriram, o seu <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não merecem agra<strong>de</strong>cimentos, mas apenas a<br />

consignação Ja pratica <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>ver em contraposição<br />

<strong>da</strong>quelles que não o souberam praticar.<br />

O que tencionamos fazer? Quaes os projectos futuros<br />

?<br />

Posto que prospera, a Soli<strong>da</strong>ria está bem longe<br />

<strong>de</strong> uma situação financeira <strong>de</strong>safoga<strong>da</strong>, que lhe permita<br />

gran<strong>de</strong>s cometimentos.<br />

Sem a criação e aumento <strong>de</strong> receitas não realizará<br />

alguns <strong>do</strong>s seus melhores intuitos.<br />

Os seus fins não po<strong>de</strong>m, nem po<strong>de</strong>rão ser completamente<br />

satisfeitos sem que os nossos consócios e os<br />

nossos amigos promovam o aumento <strong>de</strong> sócios a<strong>de</strong>rentes.<br />

Para elles apelamos. Ao seu amor por esta nossa<br />

instituição impõe-se a necessária propagan<strong>da</strong> e a angariação<br />

<strong>de</strong> sócios.<br />

Bastaria um pequeno aumento <strong>de</strong> quotas para que<br />

pudéssemos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já aumentar as refeições <strong>do</strong> IMVchc-cscoliir,<br />

melhuran<strong>do</strong>-o com mais pratos e varie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> comi<strong>da</strong>s.<br />

Pela nossa parte envi<strong>da</strong>remos to<strong>do</strong>s os esforços que<br />

pu<strong>de</strong>rmos para engran<strong>de</strong>cimento <strong>da</strong> Soli<strong>da</strong>ria: e<br />

assim organizámos já, nos termos <strong>do</strong>s estatutos, <strong>do</strong>is<br />

grupos, um <strong>de</strong> foot ball e outro dramático. O primeiro<br />

tem por fim a educação fisica <strong>do</strong>s nossos sócios, o<br />

segun<strong>do</strong> a sua educação artística e intelectual e po<strong>de</strong>rá<br />

converter-se numa fonte <strong>de</strong> receita para a nossa associação.<br />

Que to<strong>do</strong>s. pois. contribuam <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong>s suas forças<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento e tins <strong>da</strong> Soli<strong>da</strong>ria. Que<br />

to<strong>do</strong>s se Compenetrem <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

E' pouco com que po<strong>de</strong>is contribuir? Que importa!<br />

Se muitos poucos fazem muitos!<br />

Lisboa. 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 191 1.<br />

A comissão .idniinistritíva,<br />

l'ruih'ià'o l'ùlro Correia.<br />

Lù'pvkh "Seves Je ^-llmàdii.<br />

Litis .liilcniii Dillon.


Mapa comparativo <strong>de</strong> to<strong>da</strong>­ a receita e­.<strong>de</strong>speza <strong>da</strong> SOLIDARIA durante o ano <strong>de</strong> 1910<br />

e <strong>do</strong> 1.° trimestre : <strong>de</strong> 1911<br />

Quota <strong>da</strong> ('.amara Municipal<br />

■ » Misericórdia<br />

Senhas <strong>do</strong> lanche .<br />

Quotas . . . . .<br />

Donativos e Cofre.<br />

Sal<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1910 .<br />

Quota <strong>da</strong> ("amara Municipal.<br />

N » Misericórdia.. .<br />

Senhas <strong>do</strong> lanche. .<br />

Quotas .<br />

RECEITA<br />

101O<br />

48:000 | Instalação<br />

120:000 ; expediente<br />

70 0 ! Cozinheira .. . .<br />

6:755 Lavagem <strong>de</strong> roupa'.<br />

— — ­ j Diversos<br />

527:005 |<br />

527:0e;<br />

1


Palavras proferi<strong>da</strong>s pelo secretario geral <strong>da</strong> SOLIDARIA na sessão<br />

solene <strong>do</strong> dia 1 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1910.<br />

Minhas senhoras, meus senhores e meus colegas:<br />

Numa testa <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> aos alunos <strong>de</strong>sta Escola e promovi<strong>da</strong> peia Ex.'"' Direcção, não podia<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> associar­se A SOLIDARIA, a nossa associação escolar.<br />

Nasci<strong>da</strong> este ano, mal começan<strong>do</strong> a realizar alguns <strong>do</strong>s fins que tem em vista, e esta a primeira<br />

festa a que tem o prazer <strong>de</strong> assistir.<br />

Porisso, julga­se'no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> se manifestar neste acto, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> o seu voto <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento<br />

á Ex "' Direcção em nome <strong>do</strong>s alunos, e ao, mesmo tempo o <strong>de</strong> congratulação e sau<strong>da</strong>ção aos novos<br />

coman<strong>da</strong>s que entraram este ano para a nossa família escolar, <strong>de</strong>sejan<strong>do</strong>­lhes que consigam ser vitoriosos<br />

na agradável luta pelo saber e que a Escola lhes sirva para se tazerem uns trabalha<strong>do</strong>res<br />

conscientes e úteis não só a si e aos seus, mas também a to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

£ v<br />

Minhas senhoras e meus senhores:<br />

A nossa associação como o seu nome indica é um agrupamento em que to<strong>do</strong>s os sócios se<br />

encontram uni<strong>do</strong>s num gran<strong>de</strong> abraço fraternal, é um to<strong>do</strong> homogéneo nos seus fins e intuitos.<br />

Procura realizar um i<strong>de</strong>al em que o mal <strong>de</strong> um socio seja um mal para to<strong>do</strong>s, o bem <strong>de</strong> um socio<br />

seia uni bem para to<strong>do</strong>s.<br />

­ A censura ou o louvor feito individualmente a certo e <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> indiv,duo, seu socio,<br />

rnma­o consi<strong>de</strong>ra­o A SOLIDARIA como sen<strong>do</strong> feito a si propria, ao corpo social que representa. Com<br />

í censura justa sentir­se­á vexa<strong>da</strong> e procurará <strong>de</strong>struir a causa <strong>de</strong>ssa censura, porquanto esta sera<br />

­valentemente o sintoma, o sinal <strong>de</strong> umf acto menos digno para alguém e portanto para s. Com<br />

o louvoHus o, congratular­se­á, porquanto ele traduzirá, manifestará, será o eteito <strong>de</strong> um facto que<br />

'ft, dfcno para quem o praticou e para aqueles, que como esse alguém, fazem parte <strong>do</strong> nosso agrupâmento<br />

soTai q A' censura e ao louvor injusto, consi<strong>de</strong>ra­los­á igualmente uma otensa, um ataque<br />

á sua integri<strong>da</strong><strong>de</strong> moral^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ e a passaRem an, ou<br />

.rau imediato <strong>do</strong>s alunos que teem frequenta<strong>do</strong> esta Escola, ftetejan<strong>do</strong>se, ­portanto, o rabalho, a<br />

futa elo Pão <strong>de</strong> amanhã? A SOL.DARU frisan<strong>do</strong> a coincidência <strong>do</strong>s factos, que hoje celebram<br />

uri e! Pelo mun<strong>da</strong> fora, saú<strong>da</strong>/, to<strong>do</strong>s que trabalham e diz aqueles <strong>do</strong>s seus socos que hoje são<br />

í m individualmente premia<strong>do</strong>s, que não tenham a vae<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se julgarem superiores aos que não<br />

• nU<strong>da</strong> "''SSdSãe­vos antes como sen<strong>do</strong> apenas símbolos e representantes <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a<br />

crente­ uue sosinhos na<strong>da</strong> po<strong>de</strong>reis fazer! *..,„,


offrcirrhs<br />

m <strong>de</strong>man<strong>de</strong>s $ <strong>de</strong>man<strong>de</strong>s C±<br />

DE<br />

>•<br />

r:<br />

.•.7* SUGGESSORES DE J. À. RODRIGUES ..FERNANDES<br />

Î^|CA5A TU h DADA EPI 1877 ►H=&<br />

MEDÂLHA D'QURO HA EXPOSIÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUEZA DEM888 ÚNICA A QUE CONCORRERAM<br />

Owospara Gsctipturacão. Commercial ».€si«ciaiiitaa« n'«


Manuel Joaqujnt <strong>de</strong> Oliveira<br />

joão C. Rapo/o .<br />

Leopol<strong>do</strong> X. <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong><br />

Antonio R. <strong>da</strong> S. Franco .<br />

Carlos Graça<br />

Américo Pinto<br />

Francisco Correia. . . .<br />

Luis Amónio Diogo . .<br />

Joaquim Ernesto <strong>de</strong> liarros<br />

Jul'io Patricio Rapo/o ..<br />

João Constant<br />

Alberto Jorge<br />

Victor Gonçalves . . . •<br />

jayme <strong>do</strong>s Santos .<br />

F.milio <strong>do</strong>s Santos Pedro/a<br />

Ama<strong>de</strong>u /.. Ferreira.<br />

Joaquim /.. Ferreira<br />

Dionísio Graça<br />

João Feres<br />

Arthur Rodrigues Men<strong>de</strong>s .<br />

Alberto Damião Gonçalves<br />

Alexandre Mata<br />

Manuel Rosa Ferreira ..<br />

Gabriel (Esteves • .. .<br />

José Augusto <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> ,<br />

Raul Claro .<br />

Arthur Bento Ferreira..<br />

Vergilio <strong>de</strong> Oliveira Kodrig<br />

LISTA DOS SÓCIOS ORDINÁRIOS<br />

QUOTAS MENSAES<br />

;o r<br />

5°<br />

40.<br />

.10<br />

I"<br />

30<br />

>o<br />

;<br />

20<br />

20<br />

10<br />

><br />

10<br />

><br />

10<br />

><br />

><br />

it)<br />

5<br />

5<br />

10<br />

m<br />

10<br />

to<br />

Henrique Miran<strong>da</strong>. . ■<br />

Antonio <strong>de</strong> Couto.<br />

Carlos Rodrigues<br />

A<strong>de</strong>lino <strong>do</strong>s Santos.<br />

José Neto<br />

Francisco Cri:/.<br />

Javnie Pereira<br />

F.lov Viegas<br />

Francisco Mcn<strong>de</strong>*<br />

|osé Maria <strong>de</strong> Oliveira..<br />

Mario Moreira.<br />

Lui/. Teixeira.<br />

Antonio Fernan<strong>de</strong>s.<br />

Antonio Telles.<br />

Manuel Jos Santo* .<br />

Augusto Pinto.<br />

Antonio J.x Costa.<br />

Julio Maria Borges.<br />

João Henriques <strong>da</strong> Costa<br />

Arthur <strong>do</strong>s Reis<br />

Thoma/. <strong>do</strong>s Santo­.<br />

|c»0 /secarias Ferreira.<br />

Francisco Lopes .<br />

Martiniano <strong>da</strong>s Neves P<br />

Américo Ro.­a.<br />

Fdr.ar<strong>do</strong> Pires<br />

José Augusto.<br />

LISTA DE SÓCIOS ADERENTES<br />

QUOTAS EM DINHEIRO<br />

Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Promotora <strong>de</strong> Asilos s Creches e Si Fmilio Gram<br />

Kscoias.<br />

5 ■ ­ Misericórdia <strong>de</strong> Lisboa..<br />

11 • ■ Camará Municipal <strong>de</strong> Lisboa<br />

)3 ' ­ Lui/ Filippe <strong>da</strong> Matta .<br />

>4 ­ Luis <strong>da</strong> Matta.<br />

.3) • Henrique Constant.<br />

60 • Nicolau Antonio . .<br />

r>2 ■ ­ Arthur J. H. Barros<br />

• D. Aurora lilvira <strong>de</strong> Mace<strong>do</strong><br />

06 • • Ma<strong>de</strong>moiselle Georgette Royant t .<br />

67 ­ Vicente <strong>de</strong> Sousa.<br />

(5,H ■ • Jorge Car<strong>do</strong>so<br />

69- • Arthur Baptista<br />

7' • • Augusto Hen to Ferreira.<br />

73 ' • [osé Rodrigues Prio<br />

7 > " • julio Rodrigues Pinto .<br />

74<br />

• Hduar<strong>do</strong> Alberto Lima Bastos<br />

75<br />

• |osé Simões Coelho .<br />

77- ■ Carlos A. C. Gonçalves ..<br />

7K ­ Carlos M. Carvalho ..<br />

79 ­ Francisco P. Correia . .<br />

So • Kdtnun<strong>do</strong> Pereira (lix­aluno)<br />

Si ­ lulio < lar<strong>do</strong>na.<br />

..<br />

.<br />

;:ooo reis »5 Jo­é Martin».. .<br />

] 0:000 ­ »4 Amelia |. K. Gonçalves<br />

0:000 n «5 Ramiro A. ('.. Gonçalves .<br />

100 N 88 Antonio A. <strong>da</strong> Silva<br />

100 ■ HA Manuel Sousa <strong>da</strong> Camará<br />

too » José Zacarias Ferreira .<br />

no » "7 Alberto <strong>do</strong>s Santos<br />

:oo m 11S • Francisco Nunes Guerra<br />

100 4 1 119 I). Deolin<strong>da</strong> Vieira (jjuartin<br />

too * lit • D. Alice Pinto<br />

100 • 122 • A. A. Freire<br />

100 • '2> ■ J. <strong>do</strong> Carmo. .<br />

200 11 ■ Iέ1 IL Pereira <strong>da</strong> Silva ....<br />

?o • 1­) • Cario­ Silva<br />

;o • 120 • V. Augusto i\.t Silva Maia<br />

!00 > '­7 ■ k>­é Pereira<br />

;ft — Antonio I .ima.<br />

52 — A<strong>do</strong>lfo lama.<br />

;X — D. I.uisi Lima.<br />

QUOTAS EM GÉNEROS<br />

278<br />

­ D. M..ri.i 1 i­iu.<br />

— Tipografia Le ir: Can alho \ C<br />

1'inv.tníe».<br />

:o :e:.s<br />

30 >•<br />

10 1»<br />

»■<br />

> ..<br />

> •<br />

to »<br />

to »<br />

j a<br />

> >i<br />

Sn rc.<br />

100<br />

10(1<br />

Î0O •<br />

iOO<br />

ICO »<br />

100 ■><br />

ICO »<br />

100 »<br />

50 »<br />

] O ) u<br />

:5o .»<br />

: ; 00 »<br />

too >■<br />

2CO «<br />

! ,0 »<br />

too<br />

too »<br />

i 00 >■<br />

;nO M<br />

100 11<br />

too ••<br />

o


Lisboa. 16 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1910.<br />

DOCUMENTOS<br />

Presa<strong>do</strong>s amigos e sr. Secretario Geral <strong>de</strong> A SOLIDARIA.<br />

Arirmo-vos a profun<strong>da</strong> satisfação com que a Direcção <strong>de</strong>sta socie<strong>da</strong><strong>de</strong> recebeu a vossa caria<br />

participan<strong>do</strong>-lhe a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> vossa e a constituição <strong>de</strong> sua commissão executiva. Esta satisfação<br />

<strong>de</strong>certo se. prolongará ven<strong>do</strong>-vos praticar, effectivar, a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> entre vós e ven<strong>do</strong> os membres<br />

<strong>da</strong> vossa comissão executiva <strong>de</strong>monstrarem pelo seu trabalho, assidui<strong>da</strong><strong>de</strong> e inteligência que foi<br />

justa a sua eleição. Ao cumprimento <strong>da</strong> vossa missão <strong>de</strong>certo ha-<strong>de</strong> sempre correspon<strong>de</strong>r a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> Direcção <strong>de</strong>sta escola, para a qual vós apelaes.<br />

Po<strong>de</strong>is afixar na pare<strong>de</strong> fronteira áquelle em que está o nosso mealheiro, o vosso quadro<br />

para avisos.<br />

Finalmente peço-vos a tineza, sr. secretario, <strong>de</strong> inscrever<strong>de</strong>s a SOCIEDADE PROMOTORA<br />

DE ASILOS CRECHES E ESCOLAS, como socio a<strong>de</strong>rente <strong>de</strong> A SOLIDARIA com a mensali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cinto mil réis 150000 réis). Esta mensali<strong>da</strong><strong>de</strong> diz respeito aos 4 meses que faltam para a nossa gerência,<br />

fican<strong>do</strong> ao cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> Direcção estabelecer a quota mensal com que concorrerá durante a<br />

respectiva gerência.<br />

Com a expressão <strong>de</strong> nossa estima, me subscrevo<br />

Lisboa, 5 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1910.<br />

Amigo afectuoso,<br />

ÍUMÍ 2ct ïDîCal'l'a<br />

SECRETARIO DA DIRKCÇÃO.<br />

111.'-' Sr. Secretario Geral <strong>de</strong> A SOLIDARIA.<br />

Em reunião <strong>de</strong> hoje, a Direcção <strong>de</strong>sta Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> encarregou-me <strong>de</strong> vos transmitir a mu::/.satisfação<br />

que lhe causou a vossa primeira festa literária, a propósito <strong>do</strong> centenário <strong>de</strong> Alexandre<br />

Herculano. Muito bem orienta<strong>da</strong> e executa<strong>da</strong> com honesti<strong>da</strong><strong>de</strong> e com o brilho que lhe podia <strong>da</strong>r M<br />

grau <strong>de</strong> a<strong>de</strong>antamento e a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s sócios ordinários <strong>de</strong> A SOLIDARIA, ella foi, apesar <strong>da</strong> sua<br />

modéstia, digna <strong>do</strong> homem <strong>de</strong> caracter que celebrava e que, se não po<strong>de</strong> já hoje ser segui<strong>do</strong> em to<strong>da</strong>sas<br />

suas opiniões, pô<strong>de</strong> por certo ser imita<strong>do</strong> na conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> que sempre mostrou entre ellas e •'..<<br />

seus actos.<br />

A SOLIDARIA <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar-se feliz <strong>de</strong> ter começa<strong>do</strong> assim. K se algum <strong>do</strong>s seus SocK.-s,<br />

algum dia, na sua vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> homem, sentir hesitações no seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>certo, se pensar na<br />

festa <strong>de</strong> <strong>do</strong>mingo passa<strong>do</strong>, como homem <strong>de</strong> caracter ha-<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r e resolver a hesitação, pois se<br />

lembrará <strong>de</strong> que nesse dia, acima <strong>do</strong> escritor, <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r, <strong>do</strong> polemista, <strong>do</strong> critico, <strong>do</strong> politic-:<br />

<strong>do</strong> economista ella celebrou e sau<strong>do</strong>u um caracter.<br />

Esperan<strong>do</strong> que communicareis a to<strong>do</strong>s os vossos consócios e em especial aos que tiverarr.<br />

parte mais activa na realização <strong>da</strong> vossa festa, as felicitações que v"S envio, subscrevo-mc cv~:<br />

muita estima<br />

Vosso amigo,<br />

279 Cuií cet ílCctlTci


fc-.\."" Sr.<br />

Com o maior prazer comunico aos nossos amigas, qu«í o Conselho Escolar, reuni<strong>do</strong> na 5.* feira,<br />

7, resolveu expressar quanto lhe foi agradável assistir á vossa festa literária em comemoração <strong>do</strong><br />

centenário <strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> escritor Alexandre Herculano, e com que rigor a SOLIDARIA<br />

cumpre os seus estatutos.<br />

A maneira entusiasta e afadigosa com que os alunos promoveram a comemoração ; a<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolveram ; a boa vonta<strong>de</strong> que empregaram para conseguirem fazer uma festa<br />

digna e honesta; e o mo<strong>do</strong> como se houveram nas leituras e interpretações <strong>do</strong>s textos que lhes estavam<br />

confia<strong>do</strong>s, e ain<strong>da</strong> como os <strong>de</strong>mais alunos contribuíram, por vários mo<strong>do</strong>s para o bom êxito <strong>do</strong><br />

empreendimento, impressionaram agra<strong>da</strong>velmente o corpo <strong>do</strong>cente <strong>de</strong>sta escola.<br />

A SOLIDARIA ten<strong>do</strong> por fim principal <strong>educar</strong> os seus associa<strong>do</strong>s, foi bastante feliz na escolha<br />

d


1916


A SOLIDARIA<br />

ASSOCIAÇÃO DOS ALUNOS DA<br />

ESCOLA OFICINA NQ 1<br />

RELATÓRIO E CONTAS<br />

GERÊNCIA DE 1916<br />

IMPRENSA NACIONAL LISBOA<br />

1920<br />

283


H SOLIDARIR<br />

Associação <strong>do</strong>s alanos <strong>da</strong><br />

Escola-Oficina n.° 1<br />

RELATÓRIO E CONTAS<br />

-.ujf^.jj; gggBSBffiSSgîgSngg^g<br />

DA<br />

GERÊNCIA DE 191(5<br />

-


DIG/' 05 CONSÓCIOS:<br />

Pelos algarismos c indicações adjuntas, muito melhor <strong>do</strong> que por<br />

quaisquer consi<strong>de</strong>rações fatigantes ou <strong>de</strong>senvolvimentos literários, é <strong>da</strong><strong>do</strong><br />

fazer i<strong>de</strong>a, sob to<strong>do</strong>s us respeitos, <strong>do</strong> movimento <strong>da</strong> nossa associação, <strong>do</strong>s<br />

seus acentua<strong>do</strong>s progressos em 1916, e <strong>da</strong> sua situação financeira. Aos<br />

esforços realiza<strong>do</strong>s pelos seus sócios efectivos e corpo <strong>do</strong>cente <strong>da</strong> Es­ „<br />

cola­Oficina não tem falta<strong>do</strong> o apoio <strong>de</strong> numerosos amigos, como particularmente<br />

se notará na resenha, apresenta<strong>da</strong> adiante, <strong>de</strong> oferecimentos<br />

e serviços durante o ano acima referi<strong>do</strong>. Para to<strong>do</strong>s esses beneméritos<br />

vão os nossos agra<strong>de</strong>cimentos profun<strong>do</strong>s, frisan<strong>do</strong> bem que, sem cies,<br />

sem. o concurso inestimável <strong>de</strong> tantas boas vonta<strong>de</strong>s quantas nos tem<br />

ro<strong>de</strong>a<strong>do</strong>, seria impossível­efectuar os úteis empreendimentos (ousa<strong>do</strong>s<br />

para uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> menores) <strong>da</strong> nossa insubstituível Solidária.'<br />

E na esperança <strong>de</strong> que tais auxílios nos não aban<strong>do</strong>narão nos anos<br />

subsequentes, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> que o zelo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os nossos consócios,<br />

que nos atrevemos a encarar com segurança o futuro e a contar que levaremos<br />

a bom termo a alta missão empreendi<strong>da</strong>.<br />

Em 3i <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 190<br />

Janeiro<br />

Fevereiro<br />

Março<br />

Abril<br />

Maio<br />

Junho<br />

Julho<br />

Agosto<br />

Setembro<br />

Outubro<br />

Novembro. . .<br />

Dezembro<br />

ovimento <strong>de</strong> sócios<br />

287<br />

I<br />

A COMISSÁU ADMINISTRATIVA.<br />

AJniitUi* irii niinu Jus Kxtston<br />

- - •v 195<br />

2 ( 4 2-12<br />

-<br />

1J<br />

■y<br />

S<br />

->7<br />

242<br />

- 7 Í35<br />

- - 242<br />

J 5 241»<br />

- b 2^4<br />

21 - 255<br />

i3 - 2'3­S<br />

S t 2''0<br />

0 - Z-3<br />

- M 261<br />

132 5ô


CJ<br />

es"<br />

O<br />

c<br />

ca<br />

Q<br />

o<br />

n<br />

cu<br />

cu<br />

h<br />

»2!<br />

N í. d ; ■; w ­. ­A .<br />

o A /> í> A ft o ft<br />

Vã<br />

S ■»". !f ­f r» r> i , 5v îï.­'/i ^ 'J C<br />

« Ã £ Q i> ftb ft A ft Q ft £ /><br />

­¾ ■ — ­i­l J > — ­rt »#x '._^ t*l T i ^ ?4<br />

'î. i T S f2 ¥ 1 ^ rt J ! ! I !<br />

« ftl>>ft<br />

o<br />

S<br />

- 2 ^­2 „<br />

-3 4 < J! 3 ii á<br />

1 3 J<br />

ta<br />

­M<br />

"S<br />

o<br />

cu<br />

a:<br />

n\ ft<br />

.... .­.<br />

00 3C<br />

nft 5 iî 'ft ft ó i Ô<br />

1-3<br />

i 7 s u<br />

w ^ 3 "3 ­<br />

j 3 ■« i ­i<br />

o ­­ o J<br />

CU<br />

o<br />

O<br />

a.<br />

en<br />

tu<br />

Û<br />

288<br />

ï i ». ' •f;<br />

f.i (; i r<br />

o J s<br />

­ £.:2<br />

n r, ft I<br />

a.'8 8<br />

is * i<br />

5 o o o o i» o<br />

, ­ ao ­ ­> O "í O<br />

X<br />

eu<br />

en<br />

4 ­*, .? .r, •*<br />


A, .'.J<br />

£K<br />

O<br />

O<br />

O<br />

J=<br />

o<br />

c<br />

ri<br />

BSiv'?» •:•:<br />

■a "a<br />

l/l 3 « T3<br />

w » I *<br />

a. ■ « a «<br />

£/1 ^ •­<br />

W<br />

U<br />

M " 3<br />

n M ­¾<br />

"^ "3 «<br />

•5 |.S<br />

2­?<br />

li 1<br />

g i 1<br />

^ 0 "« r. O<br />

tj ft ** ft ft •ftft^ Ã ft<br />

=.,-'<br />

.— ­ ­s ­ 3<br />

0.8S<br />

2.1111.<br />

­ : 2 !<br />

t « < 2 4 ■?


id<br />

x<br />

'5<br />

o<br />

(1<br />

"3<br />

O<br />

--><br />

C<br />

><br />

o<br />

2<br />

WW^έ^^­^V^ 1 ^<br />

■o o ft' (J n ft ft ft I G<br />

­■ '/1<br />

; ■ ­3<br />

— ■■ 3 .2<br />

i:5 ■­ ■<br />

­1 w<br />

3» a.<br />

I M t M ft ft ft | ft<br />

5 3 J*S<br />

5. * ~ ­. ■­<br />

■ ^•"l**­*»'.* 1 ."<br />

f•< Î 1,,3 ■1 **r X ■3<br />

3<br />

t/1 ­<br />

£<br />

1)<br />

•A ."H<br />

< ^ ­ * O<br />

0<br />

■a<br />

3<br />

£<br />

0<br />

■a Ai 3 S 1 ] | ? d-.l s 1 0 r:<br />

0 3 3<br />

;. 7î *­. ­ v f- â â ; -J < ~<br />

3<br />

en<br />

ai<br />

*<br />

tr<br />

290<br />

/1


CO<br />

0)<br />

it<br />

-i<br />

tt 13<br />

m<br />

■ <<br />

n<br />

u> 0<br />

a '<<br />

Û <<br />

CD<br />

0)<br />

■a<br />

Xi<br />

£<br />

ca<br />

N<br />

03<br />

Q<br />

■o<br />

£<br />

eu<br />

oc<br />

JS<br />

es<br />

o<br />

u<br />

Í ­<br />

\<br />

1 -i<br />

5*<br />

5 ;? ­1<br />

i ! 5<br />

o o 0<br />

ao "i<br />

'jÕ "^ «"i<br />

i; % f> h<br />

—• — 30<br />

° si<br />

3<br />

1 * ÎJ ­<br />

1 '<br />

1<br />

1<br />

!<br />

t<br />

í<br />

Í<br />

i 1 •<br />

1<br />

3 ? S<br />

CO<br />

ill<br />

.2 .2 3<br />

■o o 3<br />

»J5 '-A J<br />

= 3 ] 2<br />

A<br />

Ci r** O •«"» f*^ ) O*<br />

CO<br />

­. w­, ..­. V,<br />

iX r» - -¾ -<<br />

á |s>­<br />

0 0 0 og ? fi ? I<br />

( P o l i<br />

30<br />

If 9 5 % ?<br />

a ft Q r, h<br />

ft ift $ o 'S à &<br />

c . .<br />

■3<br />

3<br />

2. -r "(3<br />

* — •;<br />

o o 2<br />

i i ?<br />

« 'ã c<br />

■u ­j u<br />

ara<br />

3 «<br />

8 «<br />

— 2<br />

f. ­r ­ ­<br />

2 ­ « ' o '5­<br />

.il yî:»<br />

■J J 3 y u<br />

ï 1 a • «<br />

lis g a<br />

2 SA » ^ >.<br />

•j £ ~ ** 3<br />

CD '•= ■r.<br />

0)<br />

_2<br />

~*<br />

£<br />

cL<br />

01 ­3<br />

0<br />

0<br />

­3<br />

e<br />

> u<br />

•<br />

| a S<br />

­ ­|<br />

:2 s o<br />

-s a C<br />

2 « ï<br />

.?" 1 ,|3.,J|<br />

Í rt ­rt 1<br />

291<br />

S =5<br />

' J ­> ­ .­> '§<br />

n<br />

**; Û<br />

t­ —*<br />

3 35 '-Í 3 3 t­ —*<br />

■ §n<br />

V m<br />

=<br />

5<br />

•n<br />

■J<br />

5 o ■-i ­3<br />

0<br />

'JJ 3 35<br />

^ 73 "3<br />

*£ '- '/)<br />

** s\ .;< J= "5 —^ : ­< V<br />

f3<br />

S<br />

■j s — 3 3<br />

3 -a<br />

O — u<br />

3 M y<br />

-3 i o<br />

£.­2­^<br />

| .2­3<br />

Õ 3 a<br />

a y -rt<br />

:?■ *rt^ =­ Si­<br />

's a 2<br />

' ^ — o S 5<br />

S •< ï 2 S ! 3 J |<br />

0<br />

'J<br />

M<br />

i < a. < •A<br />

0<br />

^ — —<br />

~ e


Pagamento <strong>de</strong> lanchei, pelos alunos .<br />

. Ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> lanches a diversos<br />

In<strong>de</strong>mnizações por objectos inutiliza<strong>do</strong>s<br />

Deficit coberto por:<br />

A Prove<strong>do</strong>ria <strong>da</strong> Assistência Pública . .<br />

0 Fun<strong>do</strong> Social . ,<br />

RECEITA<br />

"v­<br />

57­ : oco<br />

ictoo5 caixotes 3,­­6,,<br />

Arranjo <strong>de</strong> uma carvoeira ... ; —0=<br />

1 ca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>, 1 torneira, 1 machadinha, parafusos, etc. ,oii<br />

Conserto <strong>de</strong> algui<strong>da</strong>res e, panelas ,­,,,;<br />

Limpeza : .<br />

1 panos para o chão, 1 pis, 3 escaras e 1 piaçaba ^­.<br />

5 quilos <strong>de</strong> areia, 8 quilos <strong>de</strong> pointa, 1 1^ quilos <strong>de</strong> sabão, 3o folhas <strong>de</strong> lixa,<br />

solaríae 406a<br />

Papel e tinta _«<br />

Lavagem Je panos, guar<strong>da</strong>napos, respectivas carteiras, toalhas, etc 71SOI<br />

Diversos:<br />

Impressos para requisições '.<br />

Cozinheira: '<br />

161 dias .'<br />

Combustível:<br />

i:3ao quilos <strong>de</strong> carvão 41016<br />

70 00'at j.,8<br />

84 caixas <strong>de</strong> fósforos ^4<br />

Géneros:<br />

24 quilos <strong>de</strong> açúcar 8o58<br />

133 litros <strong>de</strong> leite 15004<br />

14 quilos <strong>de</strong> chocolate (ofertai _o­<br />

• 121 14»"<br />

■ 4Í quilos <strong>de</strong> massas .■ i-oi5<br />

1:496 quilos <strong>de</strong> batatas 81040<br />

46a quilos <strong>de</strong> arroz 81041<br />

— 191007<br />

1 abóboras ^3+<br />

117 molhos <strong>de</strong> couves e 3õo couves i3o5i<br />

436 alfaces 5­,3,<br />

_ 39018<br />

48 quilos <strong>de</strong> ervilhas io3o<br />

5o quilos <strong>de</strong> favas . . 10S0<br />

4010<br />

141 quilos <strong>de</strong> cebolas 4o3i<br />

Cenouras : 20$a<br />

5i quilos <strong>de</strong> tomates . 2011<br />

9 dúzias <strong>de</strong> pimentos o ­ o<br />

. 70OJ<br />

534 litros <strong>de</strong> feijão (vermeiho 520Í4<br />

428 litros <strong>de</strong> feijão branco 33oo2(5)<br />

160 litros <strong>de</strong> feijão fra<strong>de</strong> 10046<br />

297 litros <strong>de</strong> grão ­ 34PÓ5 l35o<br />

46^ dúzias <strong>de</strong> ovos .2304<br />

16 quilos <strong>de</strong> carne <strong>de</strong> porco ?£*JS<br />

100 quilos <strong>de</strong> carneiro 27310 '<br />

n3 quilos <strong>de</strong> bacalhau 4002b<br />

Peixe fresco .»60<br />

32374<br />

359 litros <strong>de</strong> azeite . . . ."."', ■'. . . . . . . . . . . 11.36a<br />

8,3 quilos banha ^58<br />

3 quilos <strong>de</strong> toucinho 1.756<br />

730 gramas <strong>de</strong> manteiga ^QO O^AT<br />

i6,5 quilos <strong>de</strong> farinha . . . . .. 3326<br />

i3»5 quilos <strong>de</strong> pão rala<strong>do</strong> 333a<br />

85 litros <strong>de</strong> sal ¢35<br />

1.5 quilo <strong>de</strong> alhos 365<br />

2 quilos <strong>de</strong> azeitonas 320<br />

117 limões 2936<br />

8,5 quilos <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> tomate 2004<br />

10 garrafas <strong>de</strong> vinagre 309<br />

1 garrafa <strong>de</strong> vinho branco 310 • .<br />

Z .3337<br />

120 pudins ■ ­ 3340<br />

Ananases &$n<br />

3:59> quilos <strong>de</strong> pão 341**027<br />

Dfjiat na festa <strong>da</strong> aniversino <strong>da</strong> secção


8 - LISTA DO MATERIAL PEDAGÓGICO EXISTENTE NESTA ESCOLA<br />

NO ANO DE 1917, COM O VALOR CALCULADO EM ESCUDOS


294


­is<br />

» 4 I<br />

■C^^V/V<br />

­^­ y Q J . ­£<br />

_£_ C­v .*^i >*­*■J_. Aex__><br />

/­/6"+° o [<br />

[<br />

: •<br />

*•'..«" ■•' ■■■• ; V ■ AJ­tî­e^.— .to^V^v<br />

•'e<br />

iL/_J& I<br />

. » ■* tf fc »W ­7AÍ> |<br />

!<br />

r • / ■/'<br />

V<br />

... £ .JK^,^ A.<br />

.j? :-^ ?•<br />

..^.. r<br />

. a^i~a<br />

.« _ (itfLJ _*.//*/­ ­^*{<br />

«MS*<br />

««eg»»<br />

295<br />


L OVi/VVv^'w^flv..<br />

G/V,­ ÍV\ ­CrvÃ, CM, 3_^ "C^v­V'Vw­^ /y^<br />

to<br />

tJÛ><br />

* /t4* ' 4 * ï o<br />

/ x/*<br />

. A /L. 4,9 ' / «ixi.o<br />

■xf gj<br />

3/ ZM}6<br />

}frn<br />

i Z>^ /^£ *<br />

'■/1 (ot°{><br />

T


T<br />

•T"<br />

i<br />

.f<br />

F<br />

, it ~i^^Ls-^^ — ^-—~z~ s-v<br />

-/_. £o-.'/-i- :i<br />

(^,^/LKUOV 4-^ t^<br />

^-£ a. w<br />

— ■■ ■ .— I -*73—


• 7<br />

Hl<br />

/ r<br />

i,<br />

ri<br />

u<br />

( Mr—*~~)<br />

( L~l*S--*lf*Lr


!J-<br />

.« —<br />

j<br />

-<br />

lu.<br />

r<br />

i-<br />

_/ "2^-^-C^L-û, i-e^w«-*-ít-A ^ J^~c%^%^^ f—^<br />

_/ ^ _ - ^<br />

.- /.. . . c2-*- t-^o~&\<br />

/<br />

_ / ÍZLU^IÍ^ ( c<br />

«J /T-nti^u-w-r-Xv-o' -is*^2i<br />

7 &T>-y l>£>


• h<br />

' I<br />

Ï<br />

5"<br />

&ZL ■A4 zù- Vtl^l/ ^K<br />

/ ■^Ù-*^ù.fi>-l. J2-C A-lr-ir? ( i*^î_*v-*~w« //<br />

f^-r^<br />

*-C^l/T,i?<br />

Lt<br />

^ +Jo\ 'Ui\ /■<br />

4 0 ?A * T<br />

' /,. a a<br />

■íí-r/%. ^irC/^ // i. a v<br />

300<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

IJO r^fs<br />

;<br />

tfi?<br />

Ftr<br />

I


7_J2*Z>« ju<br />

nmsmsssB^m<br />

0-^O-c-^^-Yvn.-^ ^-4-<br />

301<br />

/<br />

/<br />

,/<br />

/<br />

,/<br />

/<br />

/<br />

4./*<<br />

A^<br />

/tão<br />


'■i<br />

/•3'?fi2/<br />

V'*'7*s/<br />

f-<br />

l_/<br />

1!<br />

L<br />

H<br />

^MPlipMi


û<br />

I .


1 "<br />

■-'il<br />

/<br />

*Ctsy~+. £+" A^­^­^Ut^i^­­»<br />

».<br />

|/\ / K O O<br />

\j y / ». & &<br />

v/ f £


I<br />

*i­iv±­ï<br />

;: h<br />

ÏU—^—<br />

!<br />

M<br />

l !<br />

b.4j» MÍ —<br />

jL—^ eM*a-y**> '•<br />

IL' ^­ A./ .à. m, tm


M<br />

1ï<br />

•H:<br />

•a j —<br />

§ y<br />

4 (fl.aJui'iïyU^ Jo 7^b&-*<br />

\ ^ " V<br />

!


\\<br />

s<br />

,:.L<br />

■ M<br />

• : ■<br />

­I!<br />

li*<br />

û<br />

.1,1<br />

/<br />

(yi^AtX^­oXju<br />

e^a^í­a^C­yà «^­J­j<br />

(~A.<br />

/ * « * M.<br />

/<br />

BJÍH­2­ £*^­**<br />

J^-^--víCtj<br />

■tf<br />

/<br />

y<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

y<br />

308<br />

*/•<br />

**•<br />

O o •» #<br />

i Of.OO<br />

it­*»<br />

/ 3 «00<br />

' to» *.»•<br />

• Te<br />

«/•<br />

}■&+**<br />

: o «<br />


1-<br />

! >"■<br />

.••î -'<br />

î';<br />

11<br />

.-3 i.<br />

3r-<br />

t<br />

^<br />

S-'. '<br />

i/<br />

i.<br />

u .JL-.<br />

­ fi '" /<br />

1/<br />

b /CL­, ci*. . » -w^^»<br />

X<br />

N ;<br />

/<br />

y<br />

/<br />

/<br />

,/<br />

./<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/.<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

./<br />

, /<br />

,/r<br />

A"<br />

JJ;«?« *.2i/» ?;


il<br />

ri<br />

fj<br />

í í f ' IMF<br />

ft<br />

U<br />

f *<br />

/<br />

l/<br />

7<br />

/ 0 ft » «.*«*£«*, '•£ «<br />


„ ,. c^-ww*. .<br />

yL t,6£A^fe£c?.. JU. .cM


y<br />

/ '-^WW^l-TJÏ _-*-£- ^-^ i,UU*-M> ^l.«-*-t--w --Z' S"<br />

! |i : / ^


Cl A' ^ ^<br />

I '<br />

) t^<br />

i ir To<br />

l//í' V t­ O O<br />

I I<br />

' ; r >• r<br />

" ^ / / ' ■ " " •<br />

ó Z á t­2° iuU.Í}<br />

iw>. tl4So<br />

\<br />

/.'Ar*<br />

r.r» ! /^^13./7^/^­<br />

■■i­j^.^.j<br />

ai..*. • ­iM­a.* —<br />

3Ï3 zr­^rr S^<br />

r.<br />

, : r -.1<br />

il<br />

!.;<br />

I<br />

i l<br />

n<br />

i :<br />

\l<br />

ni<br />

, T<br />

' '~*i<br />

! ti<br />

à<br />

■I<br />

Í -1<br />

l'A.<br />

I:


, \_J—J'}e>Zo+~*­<br />

ii>:.<br />

e*oy<br />

T<br />

''j—jb*£*&**~ —— —<br />

ÍL^­_(2V­^VV­»<br />

,£­


& ■A-*-f-e.<br />

S<br />

*»:<br />

315<br />

3.ir/í./}<br />

ISl+Zo<br />

11<br />

Ï<br />

i-<br />

s 1<br />

1<br />

1<br />

< : !<br />

i<br />

■ j<br />

-« '<br />

/ .'<br />

•1<br />

'8


­V<br />

y<br />

! _ / '<br />

. \ /<br />

!• * V /<br />

Ziyfa-<br />

Vv'»'u V'-'»l<br />

i/. ■.* « ,^^^^^-^2^-^ //**#.<br />

if I /, * 2/2 A; ^y ­^C^*»_c^o ' i i/ L i r­ * °<br />

H<br />

:/<br />

/ «£­^£7 >­ ­///fiefirZZZ** K J If too<br />

'r- '<br />

1.1.<br />

V.J'.<br />

< ■ \ . /<br />

fi­K, CUtU­^âc*. J<br />

I


i. l/ í> . 3 £<br />

23


IF/ £<br />

I// /^__<br />

jr—"*■**—


;:<br />

i" "<br />

J i.; ■-<br />

.3<br />

'•'•<br />

" Û'<br />

z<br />

2<br />

3<br />

J<br />

é,<br />

á<br />

/<br />

• ^ r ­ j ^ i ^ Õ ­<br />

^V<br />

/<br />

319<br />

. / Aí.<br />

/ .T.. * o<br />

< ' /tf KO o<br />

/ 3. Ta<br />

" S»<br />

/ «<br />

V­<br />

V!<br />

i* e*<br />

TA)<br />

ïFrjth<br />

0<<br />

■*.


U/ *~<br />

. / -<br />

'. fj ' ■* *<br />

I<br />

hi 7<br />

/ j<br />


■s<br />

it<br />

><br />

V<br />

• '<br />

!<br />

v<br />

; i-<br />

è<br />

:<br />

. "<br />

'-' i<br />

î ?<br />

i<br />

■Í<br />

/<br />

/<br />

-2,<br />

/<br />

y<br />

/<br />

/<br />

V<br />

/<br />

/<br />

/<br />

/<br />

Q'Vn "v^vw «^Lc» ce­ J­í­áX­a.<br />

U>. ­k­


PF<br />

A<br />

j~ iislc^ JU jázjr fee*'*""*<br />

/ f~ - J " ^ « 0*31<br />

9<br />

u<br />

!•/<br />

—- * .-<br />

u<br />

ii<br />

u<br />

Il •<br />

II<br />

u<br />

'^-^<br />

tt<br />

... "í Çtó-0<br />

Oj, jVl * . On. to<br />

fin $L


■ \<br />

..ÂÂ<br />

%<br />

I<br />

1<br />

i<br />

/<br />

/<br />

y<br />

/<br />

/<br />

{<br />

•5"<br />

n<br />


; ■<br />

> s<br />

i/<br />

/<br />

/<br />

i<br />

t<br />

Í<br />

K<br />

W<br />

/<br />

X<br />

; /<br />

■<br />

; /<br />

s<br />

y<br />

ï y<br />

•i<br />

;V<br />

K<br />

17<br />

/<br />

i/<br />

y<br />

li<br />

li<br />

u<br />

//<br />

u<br />

/<br />

/<br />

wf*r*££ ('lit*<br />

f'3/lÁ<br />

f­l/l


îl<br />

17<br />

■tu^stJ^cx*<br />

ij T^Z^r» #^v ivtU*-<br />

,«•<br />

* l*C Hit *ff**w4*0 /'<br />

V,<br />

iPr­a o<br />

J»<br />

fis/tpte<br />

s<br />

a o<br />

\ê«i*tf*<br />

\<br />

r<br />

!


i/<br />

•Ï »♦<br />

tôt/ 1 "<br />

1 / £ It " Ln>v~í4-<br />

,Hli»i1 1* < < ^w' "*-<br />

, ,yy MUZ*.**. ­?«^vu/*•­'"•"<br />

1,1 j^wv» *• &Jrr+uM**s9<br />

i


2/ ftUw*&e f fit ». i>t<br />

2 ­Uv^­e—Ï^L.<br />

/v<br />

/<<br />

'Î<br />

»»*■« 'Zr v*­^c<<br />

^ ? ***<br />

^U^<br />

9 0<br />

.*«!_<br />

«Z?>|<br />

á­ífV^i<br />

ft<br />

\


Ml.<br />

ft<br />

5 \s~<br />

V ' " * * " c "'<br />

.4W*Ar+0<br />

*z^<br />

v y<br />

> A.4.»^-^*'*<br />

A­ t­<br />

' fjV LtU** AÍ- ~~vfr** **n~~y AW^Z*^<br />

-■iff ê4C+~£<strong>de</strong>.**<br />

328


m<br />

7 .*" . J VP><br />

QjA^v ^U^Û^W guvy^r"?<br />

•*A<br />

\V*À<br />

. ^<br />

>'*<br />

329<br />

33<br />

£.f%>'lt> *i'<br />

.90 WMÎJ-<br />

4/.?**** 1<br />

—ww^bg^g»"Wfgy


9 - A DESCRIÇÃO DA ESCOLA FEITA POR UMA DIRECÇÃO ACTUAL,<br />

SEGUIDA DA PLANTA DO EDIFÍCIO


INTRODUÇÃO HISTÓRICA<br />

Edifieio Escola Oficina n2 1<br />

Aos 29 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1876, um grupo <strong>de</strong> prestigiosos homens<br />

<strong>da</strong> época, imbui<strong>do</strong>s <strong>do</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> beneficência, resolvera fun<strong>da</strong>r<br />

a Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Promotora <strong>de</strong> Creches. A i<strong>de</strong>ia que não sen<strong>do</strong> nova<br />

para a época surgiu como consequência <strong>do</strong> surto industrial e <strong>do</strong><br />

aparecimento <strong>de</strong> fábricas, <strong>do</strong>n<strong>de</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas/creches<br />

para os filhos que os oprerários eram força<strong>do</strong>s a <strong>de</strong>ixar ao<br />

aban<strong>do</strong>no.<br />

É assim, que no ano <strong>de</strong> 1877, a referi<strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> inicia<br />

a construção <strong>de</strong> edifício próprio, no Largo <strong>da</strong> Graça em Lisboa,<br />

em terreno cedi<strong>do</strong> pela Câmara Municipal, com base em projecto<br />

elabora<strong>do</strong> e ofereci<strong>do</strong> pelo Arq.° Domingos Parente <strong>da</strong> Silva,<br />

ten<strong>do</strong> o mesmo fica<strong>do</strong> concluí<strong>do</strong> no ano <strong>de</strong> 1878.<br />

0 EDIFÍCIO<br />

Embora <strong>de</strong> aparência mo<strong>de</strong>sta, o edifício <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>-se<br />

ao longo <strong>de</strong> <strong>do</strong>is pisos fèi concebi<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> como objectivo minis<br />

trar um ensino pratico e racional.<br />

0 primeiro piso, por on<strong>de</strong> é feita a entra<strong>da</strong>, è compartimenta<strong>do</strong><br />

em cinco zonas distintas <strong>de</strong> funcionamento:<br />

-Serviços administrativos/direcção<br />

-Salas <strong>de</strong> aula<br />

-Ginásio/Salão <strong>de</strong> festas<br />

-Cozinha/refeitório<br />

-Zona <strong>de</strong> espera<br />

É a partir <strong>da</strong> zona <strong>de</strong> espera que se faz o acesso ao pateo<br />

interior coberto, <strong>do</strong> piso , que funciona como zona <strong>de</strong> distribui<br />

ção e acesso a:<br />

-Salas <strong>de</strong> aula<br />

-Sala/Museu<br />

-Posto médico e instalações balneáreas e sanitárias<br />

-Jardim exterior e anexos.<br />

Não obstante, a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> edifício, po<strong>de</strong>mos observar que o<br />

seu esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação é bastante razoável, no seu aspecto<br />

geral tanto interior como exterior.<br />

333


SB „1 11 1.-.1 am -1......——.ri Brassas<br />

V3VH9 va 09tívn<br />

CO<br />

m<br />

<<br />

<<br />

ce<br />

<<br />

O<br />

O<br />

o<br />

ce<br />

<<br />

-J<br />

1<br />

<<br />

Q<br />

<<br />

ce<br />

Z<br />

u<br />

Q<br />

to<br />

Si<br />

Ol.<br />

^.<br />

C3<br />

CL


i<br />

r.<br />

. *<br />

■r-<br />

¢1<br />

ï<br />

I<br />

1*<br />

V<br />

Sfîf<br />

_Jáíi_<br />

gl'^jjj"*"^ i^^^M^m,^<br />

335<br />

I _X<br />

*<br />

N<br />

­r­m­i­<br />


"i-Mrun<br />

fX'<br />

336<br />

: V<br />

< m.<br />

2

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!