17.04.2013 Views

A faculdade do pensar e as faculdades do - Sociedade Hegel ...

A faculdade do pensar e as faculdades do - Sociedade Hegel ...

A faculdade do pensar e as faculdades do - Sociedade Hegel ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

José Pinheiro Pertille As <strong>faculdade</strong>s <strong>do</strong> <strong>pensar</strong> e <strong>as</strong> <strong>faculdade</strong> <strong>do</strong> espírito<br />

Por essa via apresenta-se a verdade d<strong>as</strong> <strong>faculdade</strong>s subjetiv<strong>as</strong>, na medida em que<br />

se revela nessa concepção o gérmen que conduz o espírito a efetivar <strong>as</strong> su<strong>as</strong><br />

potencialidades, reconhecen<strong>do</strong>-se o espírito n<strong>as</strong> forç<strong>as</strong> que impulsionam esse processo<br />

(enquanto espírito subjetivo) e no seu resulta<strong>do</strong> final (enquanto espírito objetivo). “O<br />

desenvolvimento total <strong>do</strong> espírito não é outra coisa que o seu elevar-se-a-si-mesmo à<br />

sua verdade, e <strong>as</strong> <strong>as</strong>sim chamad<strong>as</strong> forç<strong>as</strong> da alma não têm outro senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> que o de<br />

serem os degraus dessa elevação”. 15 É por sua auto-diferenciação, pelo reconduzir d<strong>as</strong><br />

diferenç<strong>as</strong> à unidade de seu conceito, que o espírito é algo verdadeiro, vivo, orgânico,<br />

sistemático, e é só pelo conhecimento dessa sua natureza ética que a ciência <strong>do</strong> espírito<br />

é igualmente verdadeira, viva, orgânica e sistemática. O que invalida a psicologia<br />

empírica é o desmembramento em uma multiplicidade de potênci<strong>as</strong> autônom<strong>as</strong>, de<br />

diferentes Vermögen, o que não é senão o resulta<strong>do</strong> de uma má compreensão <strong>do</strong><br />

Vermögen em um senti<strong>do</strong> unilateralmente subjetivo e potencial, tal como uma<br />

determinação fixa <strong>do</strong> entendimento que não p<strong>as</strong>sou pela dialética da razão que lhe<br />

dilui. 16 Nesse senti<strong>do</strong>, a psicologia empírica padece <strong>do</strong> mesmo problema meto<strong>do</strong>lógico<br />

que também arruína a psicologia racional, ou seja, aquela divisão fixa d<strong>as</strong> <strong>faculdade</strong>s da<br />

alma em <strong>pensar</strong>, querer, sentir, etc., pretensamente válida para a descrição ou para a<br />

apreensão da subjetividade. De uma maneira ou outra, o mesmo procedimento conduz<br />

ao tratamento da alma como se ela fosse um mecanismo, com uma ligação apen<strong>as</strong><br />

exterior entre corpo e alma. É nesse senti<strong>do</strong> que <strong>Hegel</strong> afirma: “Sucede igualmente que<br />

a alma também seja vista como um simples complexo de potênci<strong>as</strong> e de <strong>faculdade</strong>s,<br />

subsistin<strong>do</strong> autonomamente um<strong>as</strong> ao la<strong>do</strong> d<strong>as</strong> outr<strong>as</strong>”. 17<br />

Por sua vez, após a exposição <strong>do</strong> conceito de espírito, na Introdução à Filosofia<br />

<strong>do</strong> Espírito da Enciclopédia d<strong>as</strong> Ciênci<strong>as</strong> Filosófic<strong>as</strong>, <strong>Hegel</strong> dedica um único parágrafo<br />

à Introdução da primeira seção correspondente ao Espírito Subjetivo (§ 387). O espírito<br />

subjetivo é, então, apresenta<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> o espírito em sua relação consigo mesmo,<br />

antes de p<strong>as</strong>sar a se objetivar livremente na realidade de um mun<strong>do</strong> por ele produzi<strong>do</strong><br />

como espírito objetivo, e antes de recuperar a identidade de si mesmo mediante a<br />

unidade entre a sua idealidade conceitual e a sua realidade objetiva como espírito<br />

absoluto. Em tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> dimensões da definição hegeliana de espírito, está sempre<br />

15 ECF, § 379, Aden<strong>do</strong>, p. 13; EpW, p. 15.<br />

16 ECF, § 79, p. 159; EpW, p. 168.<br />

17 ECF, § 195, Aden<strong>do</strong>, p. 335; EpW, p. 353.<br />

Revista Eletrônica Estu<strong>do</strong>s <strong>Hegel</strong>ianos ano. 7, n. 13, v.1<br />

50

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!